Buscar

INT A FORÇA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

MUSCULAÇÃO
Cristiano Cardoso de Matos
Introdução ao 
treinamento de força
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Descrever a origem da musculação como prática de condicionamento 
físico.
 � Reconhecer as contribuições científicas para a evolução do treina-
mento de força. 
 � Discutir os princípios do treinamento de força e suas formas de 
intervenção.
Introdução
A musculação pode ser entendida como um exercício que utiliza a resis-
tência fixa, progressiva ou regressiva proveniente de materiais como hal-
teres, barras, borrachas, anilhas, equipamentos, entre outros. O resultado 
do treinamento de musculação requer muita paciência, perseverança, 
cientificismo, alimentação e descanso (FLECK; KRAEMER, 2017). 
Neste capítulo, você vai estudar sobre a origem do treinamento de 
força e, por consequência, da musculação, além de ver como ela surgiu, 
com seu objetivo mais militar, e como ela está atualmente, com o seu 
objetivo de bem-estar.
1 Origem da musculação
A história da musculação e, por consequência, do treinamento de força são 
muito antigos. Não existe uma data precisa em relação a sua origem. Alguns 
relatos nas paredes de capelas funerárias do Egito relatam datas de 4500 anos 
a.C. Nessas imagens, são observados homens levantando pesos simbolizando 
exercícios. Podemos pensar que o treinamento de força pode ter começado 
muito antes. O ato de caçar levou os indivíduos a se prepararem para uma 
luta ou fuga contra a presa. Dessa forma, os nossos ancestrais, de uma ma-
neira inconsciente, deveriam treinar correndo, lutando e ficando cada vez 
mais aptos para a aquisição do alimento (MIRANDA, 2014; CHANDLER; 
BROWN, 2009).
De certa forma, um pouco mais recente, em Olímpia, na Grécia Antiga, foi 
encontrada uma pedra de 143,5 kg com local para empunhadura e inscrições 
que diziam ter o atleta Bybom a levantado, acima de sua cabeça, com uma 
das mãos. Contudo, a história mais famosa é a de Milon de Crotona da época 
de 500 a.C., na Itália. Milon era atleta de luta olímpica, sendo seis vezes 
campeão dos Jogos Olímpicos da Grécia Antiga. A sua história demonstra na 
prática um dos principais princípios do treinamento desportivo, a progressão 
de cargas. Nessa época, esses atletas utilizavam um modelo de periodização 
chamado tetra. Milon queria ser o homem mais forte de todos, um dos seus 
feitos era correr com um bezerro nas costas como forma de sobrecarregar 
os músculos dos membros inferiores. Com o passar do tempo, quanto mais 
pesado o bezerro ficava, mais forte e maior era a massa muscular de Milon, 
ao passo que o bezerro se tornou um touro e mesmo assim o atleta era capaz 
de levantá-lo. Ainda, há relatos de que ele foi um dos primeiros a se preocupar 
com a suplementação alimentar. Sua dieta diária era constituída de 9 kg de 
carne, 9 kg de pão e 10 litros de vinho, um total de 57 mil kcal. A Figura 1 
ilustra o progresso de Milon ao longo do tempo (MIRANDA, 2014). 
Introdução ao treinamento de força2
Figura 1. Ilustração de Milon inicialmente erguendo um bezerro que, depois, cresceu e se 
tornou um touro, e esse crescimento sendo acompanhado pelo atleta.
Fonte: Consistency... (2019, documento on-line).
A Grécia constitui-se de um grande berço à humanidade. Nela, podemos 
observar o aparecimento dos primeiros centros de treinamento de força. Não 
muito diferente do que observamos hoje, esses centros eram ginásios cons-
tituído de salas cobertas e locais ao ar livre, onde os indivíduos tinham a 
possibilidade de se exercitar. Nos centros de treinamento, eram encontrados 
pistas de corrida, locais para salto, arremessos e lutas, com acomodações para 
os espectadores e recintos para massagens, unção, banhos e discussões filo-
sóficas. Os objetivos pessoais variavam: aprimoramento do físico de maneira 
estética até fins atléticos como melhora do desempenho. Um grande exemplo 
do culto do físico pelos gregos são as imagens em pinturas, quadros e estátuas 
esculpidas (MIRANDA, 2014).
Dando um salto temporal, a ideia de melhorar o desempenho foi projetada 
um pouco para o combate militar, um bom exemplo são algumas das grandes 
batalhas travadas na idade média. Os soldados deveriam treinar o seu físico 
para suportar ou ficarem mais aptos para os combates. Já na Idade Moderna, 
o exercício não era visto como algo interessante. Era dado pouco apreço às 
práticas corporais por se tratarem de trabalhos manuais no período da Revo-
lução Industrial. Ainda, as práticas corporais eram vistas como pecado por 
serem consideradas práticas de vaidade (MIRANDA, 2014).
3Introdução ao treinamento de força
Já na Idade Contemporânea, século XIX, a prática do treinamento de força 
é observada pelos médicos como uma ferramenta capaz de qualificar a raça. 
Por meio do exercício, o indivíduo pode manter-se forte e saudável. Assim, 
a sociedade pode preparar homens para o trabalho e mulheres para as linhas de 
produção e serviços domésticos. Com essa visão, em oposição a outros períodos, 
pode-se criar corpos saudáveis, robusto e harmonioso (MIRANDA, 2014).
Com a musculação, o fisiculturismo ganhou credibilidade no século XX, 
quando ocorreu a regulamentação do culturismo. Ainda, a musculação ganhou 
maior notoriedade como competição e esporte na competição intitulada Físico 
mais Fabuloso do Mundo, em Londres, em 1901. Essa competição foi idealizada 
e realizada por Eugen Sandow e contou com 156 atletas. Nessa mesma época, 
foi criado o evento Mr. América (1940), o qual avaliava os competidores pelos 
aspectos da hipertrofia, definição muscular, proporção entre as dimensões dos 
grupos musculares e sequência de poses. O campeão foi John Grimek, que 
exibia volume, simetria, definição e proporção acima da média para a época 
(MIRANDA, 2014). Posteriormente, foi criado o Mister Olympia (1965), 
que teve, ao longo dos anos, grandes campeões, como Larry Scott, Arnold 
Schwarzenegger, Lee Haney e Ronnie Coleman. O fisiculturismo, ou mais 
conhecido como bodybuilding, ganhou grande importância com o cientificismo. 
Ocorreu um grande avanço em relação às dietas, aos treinos, à fisiologia e 
à biomecânica dos exercícios e com a utilização indiscriminada de esteroides 
e anabolizantes (MIRANDA, 2014).
Outro momento em que a musculação se popularizou foi nas grandes 
guerras. Os soldados utilizavam os exercícios com pesos tanto para aumen-
tar o tônus muscular como também para recuperar determinado segmento 
corporal com certa lesão. O período pós-guerra culminou no surgimento de 
salas de musculação com aparelhos específicos para a sua utilização nos Es-
tados Unidos. Uma característica dessas salas era a limpeza. Essas academias 
não tinham professores ou pessoas especializadas. Elas eram cuidadas por 
indivíduos que tinham bons resultados próprios, o empirismo era a base dos 
resultados (MIRANDA, 2014).
Introdução ao treinamento de força4
Podemos observar que, de uma forma mais grosseira, a musculação era 
entendida como um treinamento para militares ou um esporte para os indivíduos 
mais brutos. A musculação tinha um caráter mais exibicionista e estético. Com 
o passar do tempo, a musculação começou a ser estudada, sendo descobertos 
novas técnicas, exercícios mais elaborados, aparelhos mais ergonômicos, barras, 
anilhas, halteres, entre outros (FLECK; KRAEMER, 2017; MIRANDA, 2014).
No Brasil, o sucesso de alguns atores e fisiculturistas, como Silvester 
Stalone, Arnold Schwarzenegger, Jean-Claude Van Damme, entre outros, 
motivou a procura por academias, que aumentou muito na década dos anos 
80 e 90. Com o sexo feminino, essa procura foi maximizada com a divulga-
ção de algumas modalidades de ginástica com pesos. Ainda nessa década, 
aumentaram as tecnologias nos aparelhos com a qualificação dos professores, 
tornando as academias lucrativas como empresa (FLECK; KRAEMER, 2017; 
STOPPANI, 2017; FAHEY, 2014; MIRANDA, 2014). Atualmente, existem 
33 mil academias credenciadas no Brasil com mais de 8 milhões de alunos 
matriculados(BRASIL..., 2018).
Nos últimos anos, a musculação ganhou em conjunto uma ideia de bem-estar 
(wellness). Por meio da musculação, os indivíduos podem trabalhar o corpo 
para o exibicionismo, como também para melhorar a saúde, prevenir lesões, 
reabilitar, relaxar, entre outros objetivos. Cada vez mais existem pesquisas que 
demonstram os benefícios da sua prática e minimizam as contraindicações. 
Atualmente, a musculação faz parte do programa de treinamento básico de 
todos os esportes. Ainda, faz parte das recomendações do Colégio Americano 
de Medicina do Esporte (ACSM, do inglês The American College of Sports 
Medicine). Essa organização recomenda um treinamento de força por no 
mínimo duas vezes na semana, praticar de 8 a 10 exercícios em dois ou mais 
dias alternados por semana e utilizar os grandes grupos musculares. Para 
maximizar o desenvolvimento de força, é recomendado utilizar de 8 a 12 
repetições de cada exercício (FLECK; KRAEMER, 2017; MIRANDA, 2014).
Atualmente, existe um crescente número de salas de treinamento resistido 
em academias, universidades, entre outros. Os benefícios esperados pelos pra-
ticantes estão relacionados à melhora da saúde, da aptidão física, do aumento 
de força, do aumento de massa magra e da diminuição da gordura corporal. 
Podem ser observadas melhorias também relacionadas à parte fisiológica, 
como diminuição da pressão arterial, diminuição da resistência à insulina, 
diminuição das gorduras circulantes, entre outras (FLECK; KRAEMER, 
2017; STOPPANI, 2017).
5Introdução ao treinamento de força
O treinamento de força como estratégia de combate ao sedentarismo e programa de 
exercício físico sempre despertou muita atenção e atraiu novos praticantes. Ao mesmo 
tempo, no entanto, observa-se um grande número de pessoas com dificuldades de 
aderir à prática sistemática da musculação. Confira no link a seguir um artigo que 
objetivou avaliar os motivos que causam a aderência e o abandono da prática da 
musculação.
https://qrgo.page.link/V8F1E
Foi observado que o treinamento de força é algo muito antigo. Ainda, 
esse treinamento surgiu com a prática, quase sem nenhuma teoria de base. 
A musculação foi moldada por tentativa e erro, ou seja, por meio das respostas 
dos atletas aos seus treinadores. Com o avanço das pesquisas e o aumento do 
número de praticantes, surgiram inúmeros avanços científicos, por meio da 
produção de estudos e pesquisas que objetivaram aumentar a eficiência do 
treinamento de força. 
2 Contribuições científicas para a evolução 
do treinamento de força
O treinamento é entendido como um processo sistemático e repetitivo que visa 
à obtenção de determinadas valências. No caso do treinamento de força, este 
objetiva a melhora do desempenho do praticante para a tarefa a ser realizada. 
Na Grécia Antiga, por exemplo, o treinamento de força consistia em os atletas 
passarem por processos de treinamentos sistemáticos com base no empirismo, 
que causavam melhorias nas capacidades estimuladas. Com o incentivo das 
pesquisas nas últimas décadas por parte de cientistas esportivos, observou-se 
um avanço significativo em relação tanto a estímulos dados quanto a respostas 
e esses estímulos. Fisiologistas e biomecânicos do exercício começaram a 
pesquisar cada vez mais as respostas aos estímulos dados. O treinamento pode 
ser entendido como uma área multidisciplinar preocupada com a compreensão 
e o aperfeiçoamento do desempenho, podendo ser com fins atléticos ou não 
(FLECK; KRAEMER, 2017; STOPPANI, 2017). 
Introdução ao treinamento de força6
Um dos enfoques dados às pesquisas sobre o treinamento está relacionado 
às relações estímulo/resposta (SANTANA et al., 2019). Adicionalmente, grande 
atenção tem sido dada à elaboração de testes que tenham uma elevada repro-
dutibilidade e sejam sensíveis para detectar mesmo pequenas alterações no 
desempenho provocadas pelo processo de treinamento (FLECK; KRAEMER, 
2017; STOPPANI, 2017; FAHEY, 2014). Para isso, são utilizados diferentes 
instrumentos de análise: aparelhos portáteis que possam quantificar a força, 
a atividade bioelétrica dos músculos recrutados, plataforma de força portátil, 
esteiras instrumentadas, consumo de oxigênio, uso de biopsia muscular e 
biologia molecular, estudo sobre adaptações agudas e crônicas aos modelos 
de treinamento, entre outros (SANTANA et al., 2019; REBEQUI et al., 2018; 
VIEIRA et al., 2015). 
Nas últimas décadas, cada vez mais se destacam as pesquisas para iden-
tificar os benefícios do treinamento de força. Destes, podemos destacar 
o aumento da massa magra, a diminuição da massa gorda, a melhora da 
eficiência cardíaca, entre outros (FLECK; KRAEMER, 2017). A inclusão da 
prática regular do treinamento de força como forma de adoção de um estilo de 
vida mais saudável e ativo é cada vez mais citada em estudos para o controle 
e a prevenção de doenças. A prática do treinamento de força é bem difundida 
em todo o mundo, como também os benefícios para quase todos os tipos de 
indivíduos, de todas as idades, gêneros, enfermos ou não. Sua prescrição e 
sua supervisão adequadas são necessárias em todos os casos, como pode ser 
visto no estudo de Liz et al. (2015), que relacionou os motivos da prática de 
treinamento de força em 328 participantes de academias com a idade dos 
praticantes. Como resultado, foi observado que os principais motivos são: 
a prevenção de doenças, o controle de peso corporal, o controle do estresse, 
a afiliação e a reabilitação da saúde. Ainda, estes se correlacionaram à idade 
dos praticantes.
Um grande número de evidências tem demonstrado, cada vez mais, que 
o hábito da prática de atividade física se constitui como uma das prioridades 
em programas voltados à promoção da saúde (FLECK; KRAEMER, 2017; 
STOPPANI, 2017; FAHEY, 2014; BAECHLE; WESTCOTT, 2013; LIMA; 
PINTO, 2012; CHANDLER; BROWN, 2009; UCHIDA, 2003; BADILLO; 
AYESTARAN, 2001).
7Introdução ao treinamento de força
A musculação supervisionada adequadamente se torna uma excelente 
opção para a manutenção da saúde e a melhora da qualidade de vida de seus 
praticantes, apresentando vários benefícios à saúde. Podemos destacar alguns 
benefícios, como: manutenção e aumento do metabolismo proveniente do 
aumento de massa muscular; diminuição da gordura corporal pelo aumento do 
gasto energético e maior queima de calorias; diminuição das dores articulares 
como resultado de um programa adequado de alongamento e fortalecimento 
da musculatura; diminuição das chances de aparecimento de problemas 
psicológicos em razão da maior liberação de substâncias calmantes e rela-
xantes durante os exercícios, como as endorfinas; melhora da qualidade do 
sono em razão da sua duração, do maior relaxamento muscular e da redução 
da tensão nervosa; diminuição de riscos de quedas e fraturas por aumento 
da velocidade de resposta ao desequilíbrio e à agilidade, como aumento 
da densidade dos ossos; controle de diabetes, pois fatores de risco para o 
desenvolvimento de diabetes, como obesidade, podem ser reduzidos com 
a prática do treinamento de força; melhora na autoestima, pois exercícios 
aumentam a confiança do indivíduo; melhora na saúde cardiovascular por 
estimular o coração e os vasos sanguíneos a desenvolverem maior capacidade 
de manter a contratilidade do miocárdio; ajuda em retardar o envelheci-
mento e a manter a independência física e a habilidade para o trabalho por 
fortalecer os músculos e o coração e amenizar o declínio das habilidades 
físicas; por fim, ajuda no retardamento ou prevenção do desenvolvimento 
da osteopenia e da osteoporose. Ao fortalecer os músculos e o coração, e 
ao amenizar o declínio das habilidades físicas, os exercícios podem ajudar 
a manter a independência física e a habilidade para o trabalho, retardando 
o processo de envelhecimento e dependência (FLECK; KRAEMER, 2017; 
FAHEY, 2014; BAECHLE; WESTCOTT, 2013; CHANDLER; BROWN, 
2009; UCHIDA, 2003; BADILLO; AYESTARAN, 2001). 
A Figura 2 representa as melhorias corporais provenientes do exercício. 
Podemosobservar a imagem da ressonância magnética das coxas de dois 
indivíduos, um sedentário e um praticante de exercício.
Introdução ao treinamento de força8
Figura 2. Resultado da prática do exercício físico. Nas duas imagens de ressonância mag-
nética, são apresentadas imagens de corte transversal da coxas direita e esquerda de 
dois indívíduos de 74 anos, com características morfológicas totalmente diferentes. (a) 
Indivíduo é sedentário e podemos observar, na cor clara, uma grande quantidade de tecido 
adiposo, já na cor escura, uma pequena quantidade de massa magra. (b) Indivíduo com 
baixa quantidade de tecido adiposo (claro) e grande quantidade de massa magra (escuro).
Tecido adiposo Quadríceps
(a)
(b)
Em suma, a musculação pode ter objetivos competitivos, profiláticos, 
terapêuticos e estéticos, além de ser usada como meio de recreação e de pre-
paração física. Por exemplo, nos idosos, a musculação pode causar melhora 
na capacidade de realização das atividades diárias, como se alimentar, vestir, 
banhar-se, locomover-se, entre outras tarefas (HEYWARD, 2011).
9Introdução ao treinamento de força
Uma das grandes dúvidas da população em geral está relacionada com a possibilidade 
de crianças poderem realizar treinamento de força. Essa é uma das questões que profes-
sores de educação física devem ter um grande domínio. O sedentarismo está cada vez 
mais presente nessa população. As grandes organizações, como a ACSM, a Academia 
Americana de Pediatria, entre outras, se posicionam extremamente favoráveis a essa 
prática. Contudo, a prática deve ser segura e supervisionada (FLECK; KRAEMER, 2017).
O treinamento de força após a sua consolidação, passou por uma refor-
mulação científica, deixando o empirismo de lado e indo ao cientificismo. 
Nesse período, começou a se pesquisar sobre adaptações aos estímulos dados, 
como também respostas a esses estímulos. Com o avanço da tecnologia, vá-
rios equipamentos puderam ser criados para quantificar essas respostas. As 
respostas fisiológicas e biomecânicas observadas com o treinamento também 
foram muito importantes.
3 Princípios do treinamento de força e 
suas formas de intervenção
O treinamento de força ou resistido auxilia a melhora do condicionamento do 
participante. A sua característica é a solicitação da musculatura em atividade 
contra uma força oposta, sendo um equipamento, um haltere ou outro utensílio 
(FLECK; KRAEMER, 2017).
Algumas definições são extremamente importantes para um perfeito en-
tendimento do treinamento de força. Podemos destacar as ações musculares 
dinâmicas e estáticas. As ações dinâmicas concêntricas caracterizam-se pelo 
encurtamento do músculo e pela aproximação da inserção distal da proxi-
mal. Nas ações musculares dinâmicas excêntricas, os músculos se contraem 
alongando-se e ocorre o afastamento da inserção distal da proximal. Por fim, 
ações musculares estáticas isométricas destacam-se pelo mínimo movimento 
visível na articulação. A força em uma ação isométrica é maior do que a em 
uma ação concêntrica, mas menor do que em uma ação excêntrica (FLECK; 
KRAEMER, 2017). Com esses conceitos, alguns pesquisadores desenvolveram 
métodos de treino enfatizando apenas a fase concêntrica do movimento, outros 
Introdução ao treinamento de força10
apenas a fase excêntrica, como também alguns unicamente a isometria em 
diferentes ângulos (FLECK; KRAEMER, 2017).
Uma repetição é constituída por um movimento completo de um exercí-
cio, por exemplo, uma ação concêntrica, excêntrica e/ou isométrica. Para o 
treinamento de força, as repetições variam de 6 a 15. A série compreende um 
grupo de repetições sem pausa ou descanso (FLECK; KRAEMER, 2017). 
Para o treinamento de força, existem alguns métodos de identificar a carga 
a ser utilizada, destes podemos destacar o teste de uma repetição máxima 
(1 RM). Para esse teste, é utilizada a máxima carga que pode ser levantada 
para uma repetição com a técnica correta. Outro teste utilizado é de repetições 
máximas. Para esse protocolo, é colocada uma carga estimada e o testando 
deverá realizar o maior número de repetições com a técnica correta. 
Um cuidado que deve ser passado aos praticantes de treinamento de força é 
manter sempre uma amplitude total de movimento nos gestos realizados. A im-
portância desse cuidado está relacionada ao equilíbrio entre os músculos. Quando 
é negligenciada essa amplitude por muito tempo, os músculos mobilizados em 
determinado gesto podem apresentar um desequilíbrio, como encurtamentos e 
diminuição de força em determinados graus de movimento (FLECK; KRAEMER, 
2017; FAHEY, 2014; BAECHLE; WESTCOTT, 2013; CHANDLER; BROWN, 
2009; UCHIDA, 2003; BADILLO; AYESTARAN, 2001).
Velocidade de execução, ou ritmo de execução dos exercícios, preconiza 
que para a fase excêntrica do movimento, a velocidade deve ser realizada 
em um tempo maior em comparação à fase concêntrica. Para a hipertrofia, 
o músculo deve ser mantido sob tensão por um tempo que deverá ficar em 
torno de 20 a 70 segundos, com uma carga equivale a 80% do peso máximo 
(FLECK; KRAEMER, 2017; FAHEY, 2014; BAECHLE; WESTCOTT, 2013; 
CHANDLER; BROWN, 2009).
Uma grande importância que deve ser dada ao treinamento de força é a 
periodização. A periodização é uma variação sistematizada entre o volume 
e a intensidade de treino. O volume pode ser entendido como a quantidade 
de trabalho realizado em uma sessão. A intensidade é a carga de treinamento 
utilizada pelo avaliado (FLECK; KRAEMER, 2017; FAHEY, 2014; BAECHLE; 
WESTCOTT, 2013).
Para que o praticante de treinamento de força consiga os seus resulta-
dos, algumas regras ou leis (princípios) devem ser respeitadas. O organismo 
sempre deve estar em equilíbrio (homeostase). Os estímulos quebram esses 
equilíbrios que, ao longo das horas ou dias, são restaurados e maximizados. 
Os princípios do treinamento norteiam a reestruturação desse equilíbrio 
(FLECK; KRAEMER, 2017; FAHEY, 2014; BAECHLE; WESTCOTT, 2013; 
11Introdução ao treinamento de força
CHANDLER; BROWN, 2009; UCHIDA, 2003; BADILLO; AYESTARAN, 
2001). Dentre os princípios, podemos destacar alguns a seguir.
 � Princípio da individualidade biológica: demonstra que o treinamento 
deve ser único e específico para cada indivíduo em razão da grande 
variabilidade entre indivíduos da mesma espécie. Cada indivíduo tem 
as suas características únicas que devem ser respeitadas e levadas em 
consideração (FLECK; KRAEMER, 2017; FAHEY, 2014; BAECHLE; 
WESTCOTT, 2013; CHANDLER; BROWN, 2009; UCHIDA, 2003; 
BADILLO; AYESTARAN, 2001).
 � Princípio da especificidade: relata que o estímulo deve ser o mais 
próximo da modalidade ou do gesto a ser realizado pelo atleta. Deve-
-se levar em conta o sistema energético, o padrão de movimento, o 
segmento corporal envolvido, o tempo em atividade, as condições 
climáticas, entre outros.
 � Princípio da sobrecarga: consiste em sobrecarregar o organismo de 
maneira planejada, respeitando o volume, a intensidade e a duração 
do treinamento. A sobrecarga deve ser progressiva, gradual e indivi-
dualizada ao longo do tempo. Deve-se ter um equilíbrio entre o tempo 
de recuperação e a carga inicial. Esse tempo sendo respeitado, são 
observadas as adaptações biológicas.
 � Princípio da reversibilidade: transmite a ideia de que o que não se 
usa, perde-se. Dessa forma, à medida que o estímulo dado é cessado, 
o indivíduo tende a retornar às condições anatomofisiológicas prévias 
ao treino. Essa reversibilidade é na mesma velocidade da aquisição. 
Quanto mais tempo o indivíduo ficou recebendo os estímulos, mais 
lentamente estes serão perdidos. 
 � Princípio da continuidade: demonstra que o estímulo deve ser contínuo. 
Caso ele seja interrompido, as melhorias tendem a cessar.
Podemos destacar também alguns cuidados em relação ao ambiente de 
treino como também da sua vestimenta. O ambiente de treino deve ser venti-
lado e climatizado para que o aluno consiga realizar o treino sem que ocorra 
problemas, por exemplo, de hipertermia ou hipotermia. Calçadosconfortáveis 
e seguros são imprescindíveis para a manutenção de uma boa postura. Ainda, 
as luvas ajudam muito o aluno a segurar a barra com firmeza, além de proteger 
a palma da mão. Bermudas e camisetas produzidas com materiais leves que 
auxiliem a transpiração também são imprescindíveis (SANTAREM, 2014).
Introdução ao treinamento de força12
Um dos cuidados que praticantes de treinamento de força devem ter é com a hidratação 
ou, mais ainda, com a desidratação. Nem todos os locais de treino são climatizados, 
como também nem sempre os praticantes de musculação cuidam da sua hidratação. 
Uma simples perda de 3% do peso corporal após a prática da musculação já pode 
caracterizar um nível de desidratação. 
Leia o artigo disponível no link a seguir para saber sobre esse tema extremamente 
importante.
https://qrgo.page.link/dTJBa
Uma prática muito importante é a realização de uma avaliação física. 
Nela, o profissional poderá retirar informações muito importantes a respeito 
de algumas variáveis. Destas, podemos destacar as psíquicas, como ansie-
dade, motivação e personalidade; as informações metabólicas, como sistema 
aeróbio e anaeróbio; as respostas neuromusculares, como força, resistência, 
velocidade e coordenação; e também dados cineantropométricos, que seriam a 
composição corporal, a proporcionalidade e o crescimento e desenvolvimento. 
Na avaliação física, ainda, é de extrema importância a realização de uma 
anamnese (questionário) para a obtenção de informações sobre o histórico 
do indivíduo, a fim de saber o risco de doenças, e a obtenção de dados sobre 
objetivos (HEYWARD, 2011). 
Podemos ao final observar que o treinamento de força é uma modalidade 
esportiva muito antiga que tinha como finalidade a estética e o aprimoramento 
de força para as competições. Com o avanço da ciência, observou-se que o 
treinamento de força é muito mais importante e complexo. A musculação 
pode causar inúmeras alterações corporais tanto benéficas quanto maléficas. 
A ciência auxiliou na criação de equipamentos que possibilitaram a investi-
gação de variáveis como força, ativação elétrica, ativação mioelétrica, centros 
de pressão, entre outras, para quantificar as respostas ao treino. Ainda, as 
pesquisas identificaram os princípios que sustentam os estímulos dados ao 
longo das sessões de treinamento. Para o profissional de Educação Física, é 
de suma importância o conhecimento a respeito das estruturas que formam 
o treinamento de força.
13Introdução ao treinamento de força
BADILLO, J. J. G.; AYESTARAN, E. G. Fundamentos do treinamento de força: aplicação ao 
alto rendimento esportivo. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2001.
BAECHLE, T. R.; WESTCOTT, W. L. Treinamento de força para a terceira idade. 2. ed. Porto 
Alegre: Artmed, 2013.
BRASIL conta com 33 mil academias: mercado fitness, mesmo próspero, exige con-
veniência e criatividade de quem quer empreender. Exame, 22 ago. 2018. Disponível 
em: https://exame.abril.com.br/negocios/dino/brasil-conta-com-33-mil-academias-
-mercado-fitness-mesmo-prospero-exige-conveniencia-e-criatividade-de-quem-
-quer-empreender/. Acesso em: 18 jan. 2020.
CHANDLER, T. J.; BROWN, L. E. Treinamento de força para o desempenho humano. Porto 
Alegre: Artmed, 2009. 
CONSISTENCY & the short story of Milo. In: MEETZANN. [S. l.], 2019. Disponível em: 
https://meetzann.wordpress.com/2019/06/20/consistency-the-short-story-of-milo/. 
Acesso em: 18 jan. 2020.
FAHEY, T. D. Bases do treinamento de força para homens e mulheres. 8. ed. Porto Alegre: 
AMGH, 2014.
FLECK, S. J.; KRAEMER, W. J. Fundamentos do treinamento de força muscular. 4. ed. Porto 
Alegre: Artmed, 2017.
HEYWARD, V. H. Avaliação física e prescrição de exercício: técnicas avançadas. 6. ed. Porto 
Alegre: Artmed, 2011.
LIMA, C. S.; PINTO, R. S. Cinesiologia e musculação. Porto Alegre: Artmed, 2012.
LIZ, C. M. et al. Os motivos da prática de treinamento de força diferem em relação à idade 
do praticante. Caderno de Educação Física e Esporte, v. 13, n. 1, p. 61–67, 2015. Disponível 
em: http://e-revista.unioeste.br/index.php/cadernoedfisica/article/view/13530/10108. 
Acesso em: 18 jan. 2020.
MIRANDA, L. História e filosofia da musculação. EFDeportes.com, v. 19, n. 195, 2014. Dis-
ponível em: https://www.efdeportes.com/efd195/historia-e-filosofia-da-musculacao.
htm. Acesso em: 18 jan. 2020.
REBEQUI, R. S. et al. Avaliação da estimulação elétrica neuromuscular de média fre-
quência na força muscular do tríceps braquial. Revista Diálogos Interdisciplinares, v. 7, 
n. 3, p. 43–53, 2018. Disponível em: https://revistas.brazcubas.br/index.php/dialogos/
article/view/495. Acesso em: 18 jan. 2020.
Introdução ao treinamento de força14
SANTANA, A. N. et al. Efeito agudo de diferentes métodos de musculação. Revista 
Brasileira de Fisiologia do Exercício, v. 18, n. 2, p. 70–77, 2019. Disponível em: https://por-
talatlanticaeditora.com.br/index.php/revistafisiologia/article/view/2640/5119. Acesso 
em: 18 jan. 2020.
SANTAREM, J. M. Musculação em todas as idades. Barueri, SP: Manole, 2014.
STOPPANI, J. Enciclopédia de musculação e força de Stoppani. 2. ed. Porto Alegre: Art-
med, 2017.
UCHIDA, M. et al. Manual de musculação. São Paulo: Phorte, 2003.
VIEIRA, M. et al. Relação entre força de preensão manual e força de membro inferior 
em mulheres de meia idade: um estudo transversal. Revista Brasileira de Atividade Física 
e Saúde, v. 20, n. 5, p. 467–475, 2015. Disponível em: http://rbafs.org.br/RBAFS/article/
view/5800/5165. Acesso em: 18 jan. 2020.
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
15Introdução ao treinamento de força

Continue navegando