Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
SUMÁRIO 1. Introdução e conceito ............................................... 3 2. Fisiopatologia .............................................................. 3 3. Etiologia ......................................................................... 5 4. Quadro clínico .............................................................. 7 5. Disfunções do nó sinoatrial .................................... 7 6. Distúrbios de condução atrioventricular .........10 7. Tratamento .................................................................17 8. Indicações de marca-passo cardíaco ...............20 Referências bibliográficos .........................................23 3ANTICONSTIPANTES E ANTIDIARREICOS 1. INTRODUÇÃO A diarreia e a obstipação são extre- mamente comuns na população ge- ral em todas as idades, e, embora na maioria das vezes representem qua- dros benignos e transitórios, muitas vezes sem necessidade de se utiliza- rem agentes terapêuticos, esses sin- tomas podem ser debilitantes, crôni- cos e representar doenças graves. As alterações no ritmo intestinal podem causar desconforto importante para os pacientes e frequentemente estão associadas a patologias subjacentes. O tratamento, portanto, deve ser diri- gido à doença de base ou à condição que propicia a ocorrência do sintoma (constipação ou diarreia). Todas as drogas antidiarreicas e a maioria dos laxantes agem exclusivamente so- bre os sintomas, sendo empregadas em casos específicos, basicamente como medida de conforto. A obstipação é definida como eva- cuação dolorosa e insatisfatória, muitas vezes sem depender da sua frequência, exatamente porque a fre- quência normal de evacuação é ex- tremamente variável entre os indiví- duos de acordo com a idade, a dieta e outros fatores. O mais significativo é o relato na mudança dos hábitos evacuatórios. MAPA MENTAL: DEFINIÇÃO DE CONSTIPAÇÃO CONSTIPAÇÃO Diminuição da frequência (<3 vezes por semana) Sensação de evacuação insatisfatória Dificuldade de passagem das fezes 4ANTICONSTIPANTES E ANTIDIARREICOS A definição de diarreia também va- ria, a depender da dieta e da idade do paciente, sendo sempre relevan- te identificar a mudança do aspecto das fezes e o número de evacuações. Em noções gerais, consiste na elimi- nação de fezes com alteração de consistência acompanhada, ou não, do aumento frequência das evacu- ações (≥ 3 episódios em 24 horas). MAPA MENTAL: DEFINIÇÃO DE DIARREIA DIARREIA Aumento da frequência das evacuações (≥ 3 em 24 horas) Alteração da consistência das fezes e/ou O tratamento adequado da obstipa- ção e da diarreia depende do conheci- mento da sua fisiopatologia e da iden- tificação da etiologia, muitas vezes necessitando-se apenas de orienta- ção dietética e, em algumas condi- ções, de tratamentos específicos. 2. ANTICONSTIPANTES O tratamento da obstipação deve es- tar essencialmente voltado para di- minuir a dificuldade durante o pro- cesso evacuatório e para evitar as complicações, como fissuras e he- morroidas, restaurar os hábitos nor- mais e suavizar a consistência fecal. Etiologia e Patogenia - Constipação Existem muitas causas reversíveis ou secundárias da constipação, como ausência de fibras na alimentação, fármacos, obstrução mecânica, distúr- bios hormonais, distúrbios neurogê- nicos e doenças sistêmicas. Estima- -se que 40% da etiologia do quadro de constipação é medicamentosa, sendo comumente causada por opioi- des, antidepressivos tricíclicos, neu- rolépticos, antiparkinsonianos com efeitos anticolinérgicos, antiácidos, sulfato de bário, anti-histamínicos e ondansetrona. 5ANTICONSTIPANTES E ANTIDIARREICOS Dessa forma, é fundamental colher uma história completa do paciente obstipado, definir o hábito intestinal e detectar quando houve mudança; caracterizar o início e a duração da obstipação, descrever as fezes e os sintomas associados e se há uso de medicação. O exame físico deve ser minucioso e completo, com inspe- ção da região anal e toque retal, e, nos casos necessários, após análise individualizada, deve-se avaliar a in- dicação de retossigmoidoscopia, co- lonoscopia, enema baritado e outros procedimentos diagnósticos. MAPA MENTAL: ETIOLOGIA Constipação funcional/primária Etiologias Doenças neurológicas Obstrução mecânica DrogasDoenças endócrinas As constipações crônicas não pos- suem uma causa específica. Nes- ses pacientes tenta-se categorizar a fisiopatologia subjacente como um distúrbio de demora no trânsito do cólon (“prisão de ventre idiopático de trânsito lento”, “inércia do cólon”), de- vido a uma alteração da motilidade do cólon ou, de modo menos comum, um distúrbio isolado da defecação ou da evacuação (distúrbio de saída) por disfunção do aparelho neuromus- cular da região retoanal. No entanto, diante da escassez de dados sobre os mecanismos subjacentes à prisão de ventre crônica, essa classificação está longe de ser satisfatória e não leva, na maioria dos casos, a abordagens terapêuticas específicas. A motilidade do cólon é responsá- vel pela mistura do conteúdo de sua luz para promover a absorção 6ANTICONSTIPANTES E ANTIDIARREICOS de água movendo-os dos segmen- tos proximais em direção aos distais por meio de contrações propulso- ras. A mistura é realizada no cólon de modo semelhante ao do intestino del- gado, por contrações de duração cur- ta ou longa, estacionárias (não-pro- pulsoras). As contrações propulsoras no cólon são de 2 tipos: (1) contra- ções propulsoras de longa duração, que ajuda na propulsão local de fezes de um segmentos para o outro e (2) contrações migratórias gigantes, também conhecidas como ações co- lônicas de massa ou movimentos de massa, que se propagam em direção caudal por grandes extensões do có- lon e promovem a transferência de massa de fezes do cólon direito para o cólon esquerdo. Os distúrbios da motilidade podem assim exercer efeitos complexos nos movimentos intestinais. Tanto a “di- minuição da motilidade” do tipo de ação de massa, como o “aumento da motilidade” do tipo não-propulsor po- dem causar a obstipação. Muitas ve- zes não fica claro qual desses fatores predomina em um determinado pa- ciente. Assim, a abordagem farmaco- lógica à constipação permanece em- pírica, se baseando, na maioria dos casos, em princípios inespecíficos. SE LIGA! Como a constipação pode não possuir uma causa específica, é preciso atentar se esta vier acompanhada dos “Sinais de Alarme”, sinais estes que podem significar algo mais graves como uma neoplasia, por exemplo, deman- dando assim uma melhor investigação diagnóstica. Tais sinais são represen- tados por: anemia, sangramento retal, perda de peso não intencional, sinal de câncer colorretal (fezes em fita), presen- ça de sangue oculto nas fezes, históri- co familiar de câncer de cólon, suspeita de doença sistêmica, constipação grave não responsiva ao tratamento inicial. 3. MEDIDAS EDUCACIONAIS Grande parte dos casos de obstipa- ção pode ser corrigida com dieta rica em fibras (20-35 g/dia), pela inges- ta hídrica (>2L de água/dia), prática de atividades físicas e por hábitos e treinamento intestinais adequados, como evitar a inibição do reflexo de defecação. Em circunstâncias normais, o bolo fecal, o amolecimento e a hidratação das fezes dependem muito da quan- tidade de fibras da dieta. As fibras da dieta podem ser definidas como a parte da alimentação que resis- te à digestão enzimática, chegando, portanto, ao cólon em grande parte inalterada. As bactérias do cólon fer- mentam as fibras em graus variados, dependendo da natureza química e da hidrossolubilidade dos diferentes subtipos de fibras. A fermentação 7ANTICONSTIPANTES E ANTIDIARREICOS das fibras tem 2 efeitos importantes: (1) produz ácidos graxos de cadeias curtas com trofismo pelo epitélio do cólon e (2) aumenta a quantidade de bactérias. Embora a fermentação das fibras geralmente diminua a água das fezes, os ácidos de cadeia curta tam- bém podem terefeito procinético e o aumento da quantidade de bactérias pode contribuir para aumentar o vo- lume das fezes. Já as fibras que não são fermentadas podem atrair água e aumentar o bolo fecal. As fibras são contraindicadas para os pacientes com sintomas obstrutivos e aqueles com megacólon e megarre- to. A obstrução fecal deve ser tratada antes do início da suplementação de fibras. A distensão e a dor abdominais são os efeitos colaterais mais comuns do uso de fibras, mas em geral cedem com o tempo. O aumento da atividade física, a atenção aos fatores psicossociais e emocionais e medidas semelhantes frequentemente também ajudam no tratamento da obstipação. A obstipa- ção relacionada com uso de medica- mento pode ser corrigida pelo uso de alternativas, quando possível, ou pelo ajuste da posologia dos medicamen- tos. Se as medidas não-farmacológi- cas isoladamente forem inadequadas ou pouco realistas (por causa da ida- de ou comorbidades, por exemplo), podem ser complementadas com o uso de anticonstipantes, tópico que será abordado a seguir. MAPA MENTAL: MEDIDAS EDUCACIONAIS PARA CONSTIPAÇÃO MEDIDAS EDUCACIONAIS PARA CONSTIPAÇÃO Dieta rica em fibras e pobre em gorduras Ingesta hídrica >2L/dia Evitar inibição do reflexo de defecação Prática de atividade física 8ANTICONSTIPANTES E ANTIDIARREICOS Mecanismo de ação dos Anticonstipantes Acredita-se que a ação dos laxantes ocorra a partir de um dos seguintes modos: • Retenção de líquido intralumi- nal, por mecanismos hidrofílicos ou osmóticos; • Diminuição da absorção total de líquidos, pelo transporte de líqui- dos e eletrólitos no intestino delga- do e grosso; • Efeitos sobre a motilidade por ini- bir contrações segmentares (não propulsoras); • Efeitos sobre a motilidade por esti- mular as contrações propulsoras. MAPA MENTAL: MECANISMOS GERAIS DE AÇÃO DOS ANTICONSTIPANTES Retenção intraluminal de fluidos Mecanismos gerais de ação 1. Inibição das contrações não propulsoras Estimulação das contrações propulsoras Diminuição da absorção de líquidos Alteração da motilidade 4. CLASSES DE FÁRMACOS A classificação dos anticonstipantes é feita, em geral, com base no meca- nismo de ação e nas propriedades químicas das drogas. Para muitos desses agentes, porém, o mecanismo preciso de ação não está completa- mente definido. As principais classes dos anticonstipantes são: formadores de bolo fecal, emolientes, laxativos (osmóticos e catárticos), secretago- gos e procinéticos. CONCEITO! Os termos laxantes, catár- ticos, purgantes, aperientes e evacuan- tes costumam ser utilizados de modo in- tercambiável. No entanto, estritamente falando, há uma diferença entre a laxa- ção (a evacuação de material fecal mol- dado do reto) e catarse (a evacuação de material fecal não-moldado, geralmente aquoso, de todo o cólon). A maioria dos agentes comumente utilizados promove a laxação, mas alguns são de efeito ca- tárticos, que, em baixas doses, são utili- zados como laxantes. 9ANTICONSTIPANTES E ANTIDIARREICOS Formadores do bolo fecal São polímeros de polissacarídeos não degradados no trato gastrointestinal (TGI) que podem sofrer fermentação parcial ou total pelas bactérias do có- lon. São coloides hidrofílicos não dige- ríveis que absorvem água e formam um gel emoliente e volumoso, que provoca distensão do cólon e promo- ve peristalse. Estes fármacos aumentam a massa do bolo fecal ao atrair água e for- mar um hidrogel. Com isso, há uma distensão da parede do trato gas- trointestinal, promovendo também aumento do peristaltismo. Dessa forma, que para que o medicamento funcione adequadamente, é neces- sário que haja um aporte adequado de líquidos e motilidade preservada do TGI. Eles também são capazes de estimular a proliferação da flora da microbiota intestinal e adsorver parte da gordura e da glicose da dieta. São usados em quadros mais bran- dos, por se tratar laxativos suaves e de baixo risco. • Principais drogas: os sintéticos, tem-se como exemplo o policar- bofila cálcica. Dentre os natu- rais solúveis, tem-se a pectina e Psyllium; dentre os insolúveis, há celulose, hemicelulose e lignina. Tais medicamentos podem provo- car distensão abdominal, dor ab- dominal, flatulências, impactação fecal. • Policarbofila cálcica: é um com- posto semissintético, pouco fer- mentado e pode absorver água e aumentar o bolo fecal. Seu uso é por via oral, 1250 mg, 1-4 vezes/ MAPA MENTAL: QUADRO CLÍNICO Formadores de bolo fecal CLASSE DE FÁRMACOS Secretagogos Laxativos (osmóticos e catárticos) EmolientesProcinéticos 10ANTICONSTIPANTES E ANTIDIARREICOS dia. Início de ação de 24 a 48 horas após uso inicial. • Farelo: é o resíduo da farinha de cereais e contém mais de 40% de fibras dietéticas. Devido ao seu alto teor de lignina, é muito eficaz em aumentar o peso das fezes. Por se tratar de um suplemento alimen- tar a base farelos de aveia, linhaça entre outros e grãos integrais, ela pode vir em diversas apresenta- ções. A dose ideal recomendada é aquela que, somada à alimen- tação, resulte numa ingesta diária entre 20 e 35g de fibras. • Pectina: presente em vegetais e frutas, sofre fermentação mais rapidamente e exerce menos efei- tos sobre o trânsito intestinal. Como o Farelo, a dose habitual ideal reco- mendada é aquela que, somada à alimentação, resulte numa ingesta diária entre 20 e 35g de fibras. • Psyllium: composto natural, obti- do da casca de psílio, que contém um muciloide hidrofílicos que sofre fermentação importante no cólon, levando a um aumento da quan- tidade de bactérias no cólon. Uso por via oral, 2,5-4g (1-3 colheres de chá em 250mL de suco) por dia. Início de ação de 12 a 72 horas após uso inicial. MAPA MENTAL: FORMADORES DO BOLO FECAL Estímulo à absorção de água nas fezes/aumento do peristaltismo FORMADORES DO BOLO FECAL Principais drogas: Pode provocar distensão abdominal e flatulência Usados em quadros mais brandos Policarbofila cálcila. Uso: VO, 1250 mg, 1-4 vezes/dia Farelo de trigo. Uso: ingesta diária entre 20 e 35g de fibras (somado com a alimentação) Psyllium. Uso: VO, 2,5-4g/dia = 1-3 colheres de chá em 250 ml de suco. 11ANTICONSTIPANTES E ANTIDIARREICOS Emolientes/surfactantes Esses fármacos amolecem o mate- rial fecal, permitindo a penetração de água e lipídeos. Podem ser adminis- trados por via oral ou retal. Os fárma- cos comuns incluem o docusato (oral ou enema) e os supositórios de glice- rina. Em pacientes hospitalizados, o docusato costuma ser prescrito como profilaxia para constipação e para mi- nimizar o esforço na defecação. O óleo mineral é um óleo viscoso claro, que lubrifica o material fecal, retardando a absorção de água das fezes. É utiliza- do na prevenção e no tratamento da impactação fecal em crianças de pou- ca idade e em adultos debilitados. Estes medicamentos promovem lu- brificação da mucosa intestinal e possuem efeito surfactante/tenso- ativo, de modo que permitem pene- tração de água e lipídios nas fezes, promovendo seu amolecimento. São indicados para os indivíduos que devem evitar qualquer esforço de defecação, como por exemplo, em pacientes portadores de perturba- ções dolorosas anorretais. Pode ser utilizado via oral ou via retal. Principais drogas: • Glicerina: é utilizada por via retal, como supositório ou em enema, e frequentemente promove eva- cuação em menos de uma hora. Exerce efeito osmótico importante, amolecendo e lubrificando as fe- zes, além de provocar distensão colônica e defecação reflexa. É fre- quentemente utilizada como parte do preparo pré-operatório e para a realização de colonoscopia e de exames radiográficos contrasta- dos do intestino grosso. Pode ser irritativo à mucosa. Seu uso é por via retal, um supositório (2 ou 3 gramas) durante 15 minutos, uma vez por dia, com início de ação de 15 a 60 minutos após o uso – (me- dicamento dispensado pelo SUS). • Óleo mineral: é utilizado por via oral e se trata deuma mistura de hidrocarbonetos alifáticos obtidos do petróleo. Como não é digerido nem absorvido no trato gastroin- testinal, o óleo mineral aumenta a secreção de água para a luz intesti- nal e penetra nas fezes, amolecen- do-as e lubrificando-as. Tem como efeitos adversos o escape fecal; a aspiração pode resultar em pneu- monite grave por lipídeo; e o uso a longo prazo pode comprometer a absorção de vitamina lipossolúveis (A, D, E e K). A dose de 15-30 mL/ dia por via oral costuma apresen- tar resultados satisfatórios, com início de ação de 30 minutos a 3 horas após o uso – (medicamento dispensado pelo SUS). • Docusato de sódio: utilizado por via oral, é um agente surfactante que facilita a mistura de água ao 12ANTICONSTIPANTES E ANTIDIARREICOS bolo fecal, umedecendo e amole- cendo as fezes, além de aumentar a secreção final de água no cólon. Na dose-padrão (50 a 360 mg/dia, uma vez ou em doses divididas, com início de ação de 24 a 72 horas após o uso), tem efeito laxante mí- nimo, sendo empregado principal- mente para reduzir a consistência das fezes e, consequentemente, o esforço da evacuação. No Brasil, só é comercializado em associa- ção com o bisacodil, embora não se conheça o potencial benefício dessa associação. Pode provocar, em altas doses, distensão e dor abdominal. MAPA MENTAL: EMOLIENTES/SURFACTANTES Medicamento dispensado pelo SUS Medicamento dispensado pelo SUS Aumento da interação das fezes com a água/retenção de água Emolientes/ Surfactantes Principais drogas Pode provocar dor abdominal, pneumonite (se aspirado) e deficiência de vitaminas lipossolúveis Indicado para os indivíduos que devem evitar qualquer esforço de defecação Docusato de sódio. Uso: 50 a 360 mg/dia ou em doses divididas. Óleo mineral. Uso: VO, 15-30 ml/dia Glicerina. Uso: via retal, um supositório durante 15 minutos, 1x/dia. 13ANTICONSTIPANTES E ANTIDIARREICOS Laxativos osmóticos O cólon é incapaz de concentrar ou de diluir o líquido fecal: a água fecal é isotônica em toda a extensão do cólon. Os laxativos osmóticos são compostos solúveis, porém não ab- sorvíveis, que resultam em aumento da liquefação das fezes, devido a um aumento obrigatório da água. Os agentes osmoticamente ativos, quando administrados em altas do- ses, produzem evacuação imediata (purgação) dentro de 1 a 3 horas. O rápido movimento de água na porção distal do intestino delgado e cólon resulta em grande volume de fezes líquidas, seguido de rápido alívio da constipação. Estes medicamentos promovem au- mento do volume de líquido na luz intestinal por osmose, o que desen- cadeia aumento do peristaltismo. Por isso, promovem chegada de grande volume fecal ao cólon, causando dis- tensão abdominal, diarreia, cólicas, flatulências e distúrbios eletrolíticos. São usados tratamento da constipa- ção aguda ou prevenção da constipa- ção crônica, preparo para colonosco- pia e cirurgia do trato gastrointestinal (especialmente os polietilenoglicois), tratamento de encefalopatia hepática (especificamente a lactulose) Principais drogas: • Hidróxido de magnésio: os laxan- tes contendo magnésio são deno- minados laxantes salinos. Acredi- ta-se que sua ação seja resultado de uma retenção hídrica mediada por osmose, que estimula então a peristalse. Além disso, os laxantes com magnésio estimulam a libera- ção de colecistocinina, que leva ao acúmulo intraluminal de líquidos e eletrólitos, assim como o aumento da motilidade intestinal. O sabor muito amargo de algumas apre- sentações pode induzir a náuseas. Uso por via oral (líquido ou table- te mastigável), 2,4 a 4,8 g, antes de dormir ou em doses divididas. Inicio da ação de 30 minutos a 6 horas após uso. • Lactulose: é um dissacarídeo se- missintético composto por fruto- se e galactose, que não é digerido pelas enzimas do trato digestivo humano. Chegando ao cólon, as bactérias lá presentes hidrolisam a Iactulose, dando origem à frutose e à galactose, que já não podem ser absorvidas nesse ponto do trato digestivo. Esses carboidratos são então fermentados pelas bactérias colônicas, que aumentam a força osmótica e reduzem o pH do con- teúdo intraluminal, aumentando assim a secreção e a motilidade intestinais. Pode ocorrer tolerân- cia, requerendo aumento da dose 14ANTICONSTIPANTES E ANTIDIARREICOS ou substituição do agente laxante. Efeitos indesejáveis como flatu- lência e cólicas podem ser obser- vados com o uso de altas doses. A Iactulose também costuma ser utilizada no tratamento da ence- falopatia hepática não somente pelo seu efeito laxante, que tende a reduzir as infecções de foco in- testinal, como também por reduzir a absorção intestinal de amônia por uma combinação de efeitos. A dose mínima recomendada para o tratamento da constipação em adultos é de 10 g (ou 15 mL da so- lução) por dia por via oral, em dose única ou dividida. Nos casos de encefalopatia hepática são utiliza- dos 40-100 g (60-150 mL) por dia em dose única, por via oral, ou 15- 20 mL 4 vezes ao dia. Seu início de ação é entre 24-48 horas após uso inicial. • Sorbitol: exercem efeito osmótico na luz intestinal e podem ser ad- ministrados pelas vias oral e retal. São frequentemente usados no tratamento da hiperpotassemia e do envenenamento, que incluem o uso de substâncias que apresen- tam a constipação como efeito co- lateral. Uso por via oral, 30 a 45 mL (solução a 70%), uma vez por dia. Uso por via retal (enema), 120mL (solução de 25 a 30%). Início de ação de 1 a 2 horas após o uso. • Polietilenoglicol (PEG): os polie- tilenoglicois de cadeia longa são pouco absorvidos e retém água devido à sua natureza altamen- te osmóticos. Para evitar a trans- ferência total de íons através da parede intestinal, eles são prepa- rados com uma mistura isotônica de sulfato de sódio, bicarbonato de sódio, cloreto de sódio e clore- to de potássio. Seu uso é feito por via oral, 8,5 a 34 gramas/dia, dilu- ído em 240 mL de água. O tempo para início de ação é de 1 a 4 dias – (medicamento dispensado pelo SUS). 15ANTICONSTIPANTES E ANTIDIARREICOS Laxativos catárticos Os laxativos catárticos induzem eva- cuação por meio de vários mecanis- mos pouco elucidados, que incluem a estimulação direta do sistema ner- voso entérico e a secreção colônica de eletrólitos e líquido. Tem havi- do preocupação quanto ao fato de o uso prolongado de catárticos resul- tar em dependência e destruição do plexo mioentérico, com consequente atonia e dilatação do cólon. Pesqui- sas mais recentes sugerem que o uso desses fármacos a longo prazo provavelmente é seguro na maioria dos pacientes. É provável que o mecanismo deste medicamento seja por induzir a um baixo grau de inflamação limitada nos intestinos delgado e grosso de modo a promover o acúmulo de água e eletrólitos e estimular a motilida- de intestinal. A ativação das vias de prostaglandinas/AMP cíclico e óxido nítrico/GMP cíclico e talvez a inibição da ATPase Na+, K+ são importan- tes mediadores desses efeitos. Os principais efeitos adversos são cólon atônico, isquemia colônica, hipermag- nesemia, queda da taxa de filtração MAPA MENTAL: LAXATIVOS OSMÓTICOS VR (enema) 120 ml (solução de 25 – 30%) Medicamento dispensado pelo SUS Criação de gradiente osmótico no lúmen intestinal LAXATIVOS OSMÓTICOS Principais drogas Pode provocar distensão abdominal e flatulências Usados na constipação aguda, prevenção da constipação crônica e preparo de cirurgia. Lactulose. Uso: VO, 10g (ou 15ml da solução oral), dose única ou dividida Sorbital. Uso: VO, 30 – 45 ml (solução 70%), 1x/dia. PEG. Uso: VO, 8,5 – 34 gramas/dia, diluído em 240 ml de água. Hidróxido de magnésio. Uso: VO, 2,4 a 4,8g antes de dormir ou em doses dividas 16ANTICONSTIPANTES E ANTIDIARREICOS glomerular, melanose colônica, diar- reia, dor abdominal. São indicados para pacientes com comprometimento neurológico; aca- mados em instituição de cuidados prolongados;e casos de obstipação mais grave. Principais drogas: • Senna/Cáscara Sagrada: são compostos naturais derivados da antraquina, pouco absorvidos e, após a hidrólise no cólon, produ- zem evacuação em 6 a 12 horas quando administrados por via oral e dentro de 2 horas quando ad- ministrados por via retal. Seu uso crônico leva a uma pigmentação castanha caraterística, conhecida como “melanose do cólon”. Tem havido alguma preocupação quan- to a uma possível carcinogenoci- dade desses fármacos, todavia, os estudos epidemiológicos conduzi- dos não sugerem nenhuma rela- ção com o câncer colorretal. ◊ Senna: Uso por via oral, 15-30 mg, dose diária única ou divi- dida duas vezes ao dia. Início da ação de 8 a 10 horas após uso. ◊ Cáscara sagrada (Rhamnus purshiana DC.): a apresen- tação disponibilizada pelo SUS é na forma de cápsula, 20 mg a 30 mg de derivados hidroxiantracênicos expres- sos em cascarosídeo A, uso por via oral, dose única diária. Início da ação de 8 a 10 horas após uso. • Bisacodil: usado com soluções de polietilenoglicois para limpeza co- lônica antes da colonoscopia. Pro- duz evacuação dentro de 6 a 10 horas quando administrado por via oral e em 30 a 60 minutos quan- do administrado por via retal. Sofre absorção sistêmica mínima e pa- rece ser seguro para uso agudo e prolongado. A dose por via oral é 10-30 mg, uma vez por dia; e por via retal um supositório de 10mg, uma vez ao dia. • Picossulfato de sódio: é um fár- maco de ação local, que sofre cli- vagem bacteriana no cólon, es- timula a mucosa do intestino grosso, provocando peristaltismo no cólon e promovendo a acu- mulação de água e, consequen- temente, de eletrólitos no lúmen. Isto resulta na estimulação da de- fecação, redução do tempo de trânsito e amolecimento das fezes. A dose é feita por via oral, 5 a 10 mg, uma vez ao dia, preferencial- mente pela noite. O início da ação é cerca de 6 a 10 horas após uso. 17ANTICONSTIPANTES E ANTIDIARREICOS Secretagogos Esses medicamentos são projetados para aumentar a secreção de líquidos intestinais, a frequência do movimen- to intestinal e a quantidade de água nas fezes. Estas moléculas podem atuar em diferentes pontos: o lina- clotídeo, por exemplo, é um agonis- ta da guanilato ciclase-C que ativa o regulador da condutância transmem- brana da fibrose cística no epitélio in- testinal. A lubiprostona ativa os canais de cloreto do tipo 2 no células acima mencionadas. O mecanismo desta classe de medi- camentos é através da liberação au- mentada de Cl- ou Cl- e HCO3, se- guido de aumento do aporte de água para o lúmen intestinal. São indicados nos casos de constipa- ção idiopática crônica, a síndrome do intestino irritável com predomínio de MAPA MENTAL: LAXATIVOS CATÁRTICOS VR, um supositório de 10 mg, 1x/dia. Medicamento dispensado pelo SUS Acúmulo de água e eletrólitos no lúmen intestinal por uma inflamação autolimitada LAXATIVOS CATÁRTICOS Principais drogas Pode provocar isquemia colônica, hipermagnesemia, queda da taxa de filtração glomerular, melanose colônica, diarreia, dor abdominal Usado em pacientes com comprometimento neurológico; acamados em instituição de cuidados prolongados; e casos de obstipação mais grave Picossulfato de sódio. Uso: VO, 5-10 mg, 1x/dia. Preferencialmente à noite. Senna. Uso: VO15-30 mg, 1x/dia ou dividida em 2x/dia Cáscara sagrada. Uso: VO, cápsula 30 a 30 mg, 1x/dia. Bisacodil. Uso: VO,10-30 mg, 1x/dia. 18ANTICONSTIPANTES E ANTIDIARREICOS constipação e a constipação induzida por opioides. Principais drogas: • Linaclotide: é um peptídeo pouco absorvido, que se liga ao receptor de guanilato ciclase-C na superfície luminal dos enterócitos intestinais, ativando o canal de condutância transmembrana da fibrose cística e estimulando a secreção intestinal de líquido. Uso recomendado por via oral, 145 microgramas, uma vez por dia, com início de ação de 12 a 24 horas após uso inicial. • Lubiprostone: é um derivado do ácido prostanoico indicado para uso na constipação intestinal crô- nica e na síndrome do intestino irritável com constipação predo- minante. Sua ação consiste em estimular o canal de cloreto tipo 2 (ClC-2) no intestino delgado. Isso aumenta a secreção de líquido rico em cloreto no intestino, o que estimula a motilidade intestinal e diminui o tempo de trânsito intes- tinal. Mais de 50% dos pacientes apresentam evacuação dentro de 24 horas após a administração de uma dose. Após a interrupção do seu uso, a constipação pode retor- nar à sua gravidade de antes do tratamento. A dose recomendada é de 24 microgramas, via oral, duas vezes por dia. O tempo para início de ação é entre 24 a 48 horas. • Plecanatide: é um agonista dos receptores da guanilato ciclase-C pouco absorvivel no intestino e é usado no tratamento da constipa- ção crônica e da síndrome do in- testino irritável. Estimula as secre- ções de fluidos intestinais no trato gastrointestinal, provocando assim uma função regular do intestino. Uso por via oral, 3mg, uma vez ao dia, com início de ação de 12 a 24 horas após seu uso inicial. 19ANTICONSTIPANTES E ANTIDIARREICOS Procinéticos Os agentes procinéticos são agentes que realizam de maneira ordenada a passagem do bolo alimentar no trato gastrointestinal. A maioria dos me- dicamentos procinéticos atuam nos receptores do neurônio motor ou nos próprios neurônios e células adjacen- tes que vêm antes da liberação da acetilcolina, embora seja ela o media- dor imediato para a contratilidade do músculo. Por se tratar de várias classes de me- dicamentos, o tema “Procinéticos” é abordado de forma mais aprofundada no Capítulo “Procinéticos e Antiemé- ticos” na pasta de Farmacologia. MAPA MENTAL: SECRETAGOGOS Aumento do aporte de água para o lúmen intestinal através da liberação aumentada de Cl- SECRETAGOGOS Principais drogas Pode provocar diarreia e dor abdominal Indicado na constipação induzida por opioides. Lubiprostone. Uso: VO, 24 mcg, 2x/dia. Linaclotide. Uso: VO, 145 mcg, 1x/dia. Plecanatide. Uso: VO, 3 mg, 1x/dia. 20ANTICONSTIPANTES E ANTIDIARREICOS SAIBA MAIS! A terapia aguda e crônica com opioides pode causar constipação intestinal ao diminuir a motilidade intestinal, resultado em prolongamento de tempo de trânsito e absorção au- mentada de água fecal. O uso de opioides após cirurgia para tratamento da dor e os opioides endógenos também podem prolongar a duração do íleo pós-operatório. Esses efeitos são principalmente mediados pelos receptores de opioides µ intestinais. Dispõe-se, no comércio, de dois antagonistas seletivos do receptor de opioides µ: o brometo de metilnaltrexona e o alvimopan. Como esses agentes não atravessam com facilidade a barreira hematoencefálica, eles inibem os receptores opioides µ periféricos, sem alterar de forma significativa os efeitos analgésico no sistema nervoso central. A metilnaltrexona foi aprovada para o tratamento da constipação induzida por opioides em pacientes que recebem cuidados paliativos para do- ença avançada, que não obtiveram uma resposta adequada a outros fármacos. O almivopan está aprovado para uso a curto prazo para reduzir o período de íleo pós-operatório em pa- cientes hospitalizados que foram submetidos a ressecção do intestino delgado ou grosso. Em virtude de sua possível toxicidade cardiovascular, o alvimopan está restrito para uso a curto prazo apenas em pacientes hospitalizados. Em todas as situações, o tratamen- to da constipação necessita de uma orientação adequada ao pacien- te, enfatizando a disciplina da rotina evacuatória, a variabilidade da fun- ção intestinal, o reconhecimento de eventos que induzem a constipação, a orientação de uma dieta laxante, a reeducação de hábitos e o estímulo à atividade física. Em algumas cir- cunstâncias, pode haver necessidade de abordagem especializada, com o emprego de técnicas de biofeedback (exercícios de relaxamento da mus- culaturapélvica e coordenação reto- anal) e eventualmente de terapêutica cirúrgica (colectomia, proctocolecto- mia, correção de prolapso e retocele). Na condução terapêutica da obstipa- ção, existem algumas recomenda- ções essenciais que devem ser feitas aos pacientes, tais como: • O uso de laxantes, em geral, não deve exceder 1 semana; • Os laxantes são inadequados na presença de dor abdominal impor- tante, náuseas, vômitos e disten- são gasosa e quadros sugestivos de obstrução; • A administração diária de fibras e dos agentes formadores de mas- sa, que são as duas primeiras es- colhas no tratamento da obstipa- ção crônica não complicada; • Os pacientes hospitalizados ou acamados podem necessitar de agentes formadores de massa in- tercalados com laxantes estimu- lantes ou lactulose para evitar im- pactação fecal; • O óleo mineral deve ser evitado em idosos, crianças pequenas (abaixo 21ANTICONSTIPANTES E ANTIDIARREICOS de 6 anos) ou pacientes debilitados, devido ao risco de aspiração; • Pacientes com relato de infarto do miocárdio, fissuras anais, hérnias e algumas cirurgias co- lorretais podem necessitar de laxantes profilá- ticos, que podem incluir docusato ou glicerina ou agentes formadores de massa; • As gestantes só devem fazer uso de agentes formadores de massa ou de agentes osmóti- cos leves ou que amoleçam as fezes. 22ANTICONSTIPANTES E ANTIDIARREICOS MAPA MENTAL: GERAL TRATAMENTO FARMACOLÓGICO Evitar inibir reflexo da defecação Aumento da ingesta hídrica Atividade física Dieta rica em fibras Diminuição da frequência (<3 vezes por semana) Dificuldade de passagem das fezes Medidas educacionais CONSTIPAÇÃO ETIOLOGIAS TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO MECANISMO DE AÇÃO Formadores do bolo fecal Emolientes/surfactantes Laxantes osmóticos Laxantes catárticos Procinéticos Estímulo à absorção de água nas fezes/aumento do peristaltismo Aumento da interação das fezes com a água/ retenção de água Criação de gradiente osmótico no lúmen intestinal Acúmulo de água e eletrólitos no lúmen intestinal - inflamação autolimitada Principais drogas: Psyllium metilcelulose, farelo de trigo, policarbofila cálcila Principais drogas: docusato de sódio, óleo mineral, glicerina Principais drogas: lactulona, sorbital, PEG e hidróxido de magnésio Principais drogas: lubiprostone, linaclotide e plecanatide Diminuição da absorção de líquidos Retenção intraluminal de fluidos Estimulação das contrações propulsoras Constipação primária Drogas Obstrução mecânica Doenças endócrinas Doenças neurológicas 23ANTICONSTIPANTES E ANTIDIARREICOS 5. ANTIDIARREICOS Os fármacos antidiarreicos podem ser usados com segurança em pacientes com diarreia aguda leve a moderada. Entretanto, não devem ser admi- nistrados a pacientes com diarreia sanguinolenta, febre alta ou toxi- cidade sistêmica, devido ao risco de agravamento. Geralmente se define diarreia por 3 ou mais evacuações de fezes em um intervalo de 24 horas, associado ou não à diminuição de sua consistência. Isso acabar por resultar em um dese- quilíbrio entre os processos de absor- ção e secreção intestinais. A diarreia pode ser aguda (até 14 dias), persis- tente (mais de 14 dias, secundária a um quadro agudo) e crônica (mais de 3 episódios em 3 meses). O tratamento farmacológico da diar- reia deve ser reservado para pacien- tes com sintomas importantes ou persistentes. Os antidiarreicos ines- pecíficos tipicamente não tratam as causas fisiopatológicas responsáveis pela diarreia; sua principal utilidade é proporcionar alívio dos sintomas em casos leves de diarreia aguda. Também podem estar indicadas nas diarreias crônicas causadas pelas Doenças Inflamatórias Intestinais (Doença de Crohn e Retocolite Ulce- rativa Idiopática) e Síndrome do In- testino Irritável. MAPA MENTAL: INDICAÇÃO PARA USO DE ANTIDIARREICOS USO DE ANTIDIARREICO Diarreia aguda (leve a moderada) Diarreia crônica (doença inflamatória intestinal / síndrome do intestino irritável) Febre/Toxemia/Diarreia sanguinolenta XX 6. ETIOLOGIA E PATOGENIA De uma perspectiva mecanicista, a diarreia pode ser provocada por au- mento da osmolaridade intraluminal do intestino, levando à retenção de água em sua luz; aumento da secre- ção de eletrólitos e água na luz intes- tinal; e aumento da motilidade intes- tinal, levando a um trânsito rápido. 24ANTICONSTIPANTES E ANTIDIARREICOS Na maioria dos casos, ocorrem vários processos simultaneamente, causan- do um aumento total do volume e do peso das fezes, acompanhado de al- terações do percentual de água. MAPA MENTAL: MECANISMO FISIOPATOLÓGICO DA DIARREIA MECANISMO DA DIARREIA Aumento da osmolaridade intraluminal Aumento da secreção de eletrólitos e água no lúmen intestinal Aumento da motilidade intestinal A retenção de fluido na luz pode ser desencadeada pela má absorção de carboidratos, deficiência de dissa- caridase, terapia com lactulose, sais pobremente absorvíveis (sulfato de magnésio, fosfato de sódio, citrato de sódio, antiácidos) e ingestão de sor- bitol e manitol. Toxinas de algumas bactérias (Vibrio cholerae, Esche- richia coli toxigênica) e substâncias secretadas de alguns tumores como polipeptídio vasoativo intestinal (VIP), serotonina e calcitonina podem ser desencadeadores de diarreia secre- tória. Alterações na motilidade podem causar diarreia na síndrome do intes- tino irritável, neuropatia diabética ou tireotoxicose, além das doenças infla- matórias. Bactérias e vírus frequen- temente causam diarreias em geral associadas a intoxicação alimentar, deficiência de lactase e intolerância alimentar. 25ANTICONSTIPANTES E ANTIDIARREICOS MAPA MENTAL: ETIOLOGIAS DA DIARREIA AGUDA DIETÉTICAS BIOQUÍMICAS ANATÔMICAS E MECÂNICAS DESNUTRIÇÃO PROTEICOCALÓRICA PANCREATO E HEPATOPATIAS ENDOCRINOPATIAS PSICOGÊNICAS NEOPLASIAS TÓXICASINFECÇÃO IMUNOLÓGICASDROGAS Hipogamaglobulinemias AIDSPós- Antibioticoterapia Cirrose Atresia biliar Pancreatite crônica Fibrose cística Hipertireoidismo Hiperplasia adrenal congênita Hipoparatireoidismo Carcinoide Linfoma Adenocarcinoma Fosfatos orgânicos Chumbo Arsênio Bactérias Vírus Parasitos Intolerância Carboidratos Glúten Proteínas Doença de Whipple Doença de Chron Retocolite ulcerativa Enterocolite necrosante Abetalipoproteineimia Cloridorreia congênita Diabetes CAUSAS DE DIARREIA AGUDA 26ANTICONSTIPANTES E ANTIDIARREICOS A avaliação e o conhecimento dos processos causais subjacentes da diarreia capacitam o médico a deter- minar o tratamento mais eficaz. Mui- tos pacientes com diarreia de início súbito apresentam doença benigna, autolimitada, que não requer trata- mento ou avaliação. Nos casos mais graves, os maiores riscos são a desi- dratação e o desequilíbrio eletrolítico, em particular para bebês, crianças e idosos debilitados. A reidratação oral é, portanto, o fundamento do tra- tamento de pacientes com doença aguda e diarreia importante, tendo particular importância nos países em desenvolvimento, onde esse tipo de tratamento salva milhares de vidas a cada ano. 7. CLASSE DE FÁRMACOS Algumas drogas antidiarreicas têm sido empregadas em quadros de diar- reias mais prolongadas, na síndrome do intestino irritável e raramente em outras condições nos pacientes adul- tos para dar algum conforto enquan- to se procura identificar a etiologia da diarreia. As principais classes des- ses medicamentos são os agonistas opioides; agonistas α2 adrenérgicos e antagonistas serotoninérgicos. Den- tre os com menor destaque temos os probióticos; compostos de bismuto; resinas de ligação dos sais biliares; e o crofelemer. MAPA MENTAL: CLASSE DE FÁRMACOS ANTIDIARREICOS CLASSE DE FÁRMACOS Compostos de Bismuto Probióticos Antagonistas serotoninérgicos Resinas de ligação dos sais biliares Agonistas opioides Agonistas α2 adrenérgicos 27ANTICONSTIPANTES E ANTIDIARREICOS Agonistas Opioides Os opiáceos continuama ser ampla- mente utilizados para o tratamento da diarreia e podem agir por vários mecanismos diferentes, mediados principalmente pelos receptores opi- áceos µ ou δ nos nervos entéricos, nas células epiteliais e nos músculos, abrangendo efeitos sobre a motilida- de intestinal (receptores µ), a secreção intestinal (receptores α) ou a absorção (receptores µ como α). Tais fármacos aumentam a atividade de segmenta- ção fásica do cólon por meio da ini- bição dos nervos colinérgicos pré-si- nápticos nos plexos submucosos e mioentérico e resultam em aumento do tempo de trânsito colônico e ab- sorção da água fecal. Além disso, di- minuem os movimentos colônicos de massa e o reflexo gastrocólico. Os antidiarreicos comumente utilizados como o difenoxilato, a difenoxina e a loperamida agem principalmente através de receptores opiáceos mi e são preferidos a outros agentes devi- do à sua capacidade limitada de pe- netrar o sistema nervoso central. Esses medicamentos têm como prin- cipais efeitos colaterais a dependên- cia e espasmos do esfíncter de Oddi, além das potencialmente graves e menos comuns, incluindo letargia, íleo paralítico, megacólon tóxico e de- pressão do sistema nervoso central, Principais drogas: • Loperamida: É um derivado buti- ramídico piperidínico de ação oral. O fármaco 40 a 50 vezes mais potente que a morfina como anti- diarreico e penetra mal no sistema nervoso central. Aumenta o tempo de trânsito de intestino delgado, assim como o tempo de trânsi- to entre a boca e o ceco. A lope- ramida também aumenta o tônus do esfíncter anal, efeito que pode ter utilidade terapêutica para al- guns pacientes com incontinência anal. Além dessas ações, possui atividade anti-secretora contra a toxina do cólera e algumas outras formas de toxina de E. coli. Não foi relatado o desenvolvimento de to- lerância com o uso a longo prazo. A dose habitual para adultos é de 4mg, por via oral, seguida por 2mg após cada episódio de fezes amo- lecidas, até o máximo de 16mg/ dia. Início de ação de 3 a 5 horas após uso. Racecadotrila: representa uma nova classe de medicamento. É um inibidor da encefalinase que aumenta os ní- veis locais de encefalinas, com con- sequente estimulação dos receptores opiáceos µ e α para promover um efei- to antidiarreico. Além disso, ao con- trário da loperamida, o racecadotrila não prolonga o tempo de trânsito no intestino delgado ou no cólon e pode apresentar um efeito anti-secretor 28ANTICONSTIPANTES E ANTIDIARREICOS relativamente específico. Uso indica- do por via oral, 100 mg, podendo re- petir a cada 8 horas conforme neces- sário até que a diarreia pare, por até 7 dias. O início da ação acontece em cerca de 30 minutos após uso. • Difenoxilato: é um agonista opioi- de que não apresenta proprieda- des analgésicas em doses con- vencionais; todavia, em doses mais altas, exerce efeitos sobre o sistema nervoso central, e o seu uso prolongado pode resultar em dependência de opioides. Uso in- dicado por via oral, 5 mg, de 1 a 4 vezes ao dia (máximo: 20 mg/dia). Quando o controle for alcançado, reduza a dose conforme necessá- rio. O início da ação acontece entre 45 e 60 minutos após uso. MAPA MENTAL: AGONISTAS OPIOIDES Uso máx. de 7 dias Máx. de 20 mg/dia ↓ uso conforme ↓ dos sintomas Aumento do tempo de trânsito colônico e absorção da água fecal AGONISTAS OPIOIDES Principais drogas Pode provocar dependência Possibilidade de megacólon tóxico Loperamida. Uso: VO, 4 mg, seguida por 2 mg após cada evacuação diarreica. Racecadotrila. Uso: VO, 100 mg, 8/8h, até fim da diarreia. Difenoxilato. Uso: VO, 5 mg, 1-4x/dia. Máx. de 16 mg/dia Agonistas δ2 adrenérgicos Estimulam a absorção e inibir a secreção de líquidos e eletrólitos, assim como aumenta o tempo do trânsito intestinal pela interação com receptores específicos em vários lo- cais, como nos neurônios entéricos e nos enterócitos. Esses agentes po- dem desempenhar um papel especial em diabéticos com diarreia crônica, nos quais a neuropatia autonômi- ca pode levar à perda da inervação noradrenérgica. 29ANTICONSTIPANTES E ANTIDIARREICOS Principal droga: • Clonidina: tem sido utilizada para os pacientes diabéticos e por diar- reia causada por abstinência ao ópio. Porém, para fazer efeito deve ser administrada em altas doses, dessa forma tem como importan- tes fatores limitantes ao seu uso a hipotensão, depressão e sensação de cansaço que a droga provoca. Uso por via oral, 0,1mg, duas ve- zes por dia. MAPA MENTAL: AGONISTAS α2 ADRENÉRGICOS AGONISTAS Α2 ADRENÉRGICOS Aumento da absorção de água/ diminuição secreção de fluidos e eletrólitos/ aumento de trânsito intestinal Principal droga: Clonidina Uso: VO 0,1 mg, 2x/dia. Pode provocar hipotensão, depressão e sensação de cansaço Indicado para diarreia crônica em diabéticos Antagonistas serotoninérgicos A somatostatina, um antagonista se- rotoninérgico, é um peptídeo liberado no trato gastrointestinal e no pâncre- as por células parácrinas, células D e nervos entéricos. A somatostatina é um peptídeo regulador essencial que apresenta numerosos efeitos fi- siológicos, como: inibir a secreção de numerosos hormônios e transmisso- res, inclusive gastrina, colecistocini- na, glucagon, secretina, polipeptídeo pancreático, peptídeo intestinal vaso- ativo e 5-HT. É responsável também por diminuir a secreção de líquido in- testinal e a secreção pancreática; e diminuir a motilidade gastrointestinal e inibir a contração da vesícula biliar. Os receptores 5-HT3 no trato gas- trointestinal ativam a sensação de dor aferente visceral via neurônios sen- soriais extrínsecos do intestino para a medula espinal e o sistema nervo- so central. A inibição dos receptores 30ANTICONSTIPANTES E ANTIDIARREICOS 5-HT3 gastrointestinais aferentes pode reduzir a sensação aferente vis- ceral desagradável, incluindo disten- são e dor. Além disso, o bloqueio dos receptores 5-HT3 nas terminações dos neurônios colinérgicos entéricos inibe a motilidade colônica, em parti- cular no cólon esquerdo, aumentando o tempo total de trânsito colônico. Principal droga • Octreotide: é o mais potente deri- vado da somatostatina, e tem sido usada para o controle de diarreias de origem neuroendócrina tumo- ral do intestino. Nesses casos, pa- rece que a octreotide inibe o fator liberado pelo tumor. Mais recen- temente, vem sendo utilizada em diarreias de pacientes pós-qui- mioterapia. Poucos efeitos tran- sitórios têm sido descritos, como distensão abdominal, flatulência e náuseas. Em virtude da inibição da contratilidade da vesícula biliar e das alterações na absorção de gordura causados pelo medica- mento, seu uso a longo prazo pode levar à formação de lama biliar ou cálculos biliares em mais de 50% dos pacientes, resultando, rara- mente, no desenvolvimento de co- lecistite aguda. Como a octreotide altera o equilíbrio entre a insulina, o glucagon e o hormônio do cres- cimento, podem ocorrer hipergli- cemia ou, com menos frequência, hipoglicemia. O tratamento prolon- gado com octreotide pode resultar em hipotireoidismo. O tratamento inicial convencional é de 50 a 100 µg por via subcutânea, 2-3 vezes/ dia, aumentando a dose até a dose máxima de 500 µg 3 vezes/dia. O início da ação é em cerca de 1 a 2 horas após a administração. Uso de octreotídeo de ação pro- longada para tumores carcinóides ou pépticos intestinais vasoativos secretores: uma injeção de 20mg, intramuscular, uma vez por mês. 31ANTICONSTIPANTES E ANTIDIARREICOS Resinas de ligação de sais biliares Os sais biliares conjugados são nor- malmente absorvidos no íleo terminal. A doença do íleo terminal (doença de Crohn, por exemplo) ou a ressecção cirúrgica resultam em má absorção de sais biliares, podendo causar diarreia secretora colônica. As resinas de liga- ção de sais biliares, a colestiramina, o colestipol ou o colesevelam, po- dem diminuir a diarreia causada pelo excesso de ácidos biliaresfecais. Os efeitos colaterais incluem distensão abdominal, flatulência, constipação intestinal e impactação fecal. Em pa- cientes com diminuição das reservas de ácidos biliares circulantes, a remo- ção adicional de ácidos biliares pode resultar em exacerbação da má ab- sorção de gordura. Estes medicamen- tos são apresentados em uma varie- dade de formulações em pó e pílulas, que podem ser tomados 1 a 3 vezes ao dia, antes das refeições. Compostos de bismuto O subsalicilato de bismuto diminui a frequência das evacuações e as eva- cuações líquidas na diarreia infeccio- sa aguda, devido à inibição da secre- ção intestinal de prostaglandinas e MAPA MENTAL: ANTAGONISTAS SEROTONINÉRGICOS ↑ a dose até a dose máxima de 500 µg 3 vezes/dia Inibição da secreção de Serotonina/inibição da motilidade colônica ANTAGONISTAS SEROTONINÉRGICOS Principais drogas Pode provocar náuseas, litiase biliar e disglicemias Usados em diarreia em pacientes portadores de tumores carcinógenos hipersecretivos. Octreotide/Somatostatina. Uso: 50-100 µg por via subcutânea, 2-3 vezes/dia. 32ANTICONSTIPANTES E ANTIDIARREICOS de cloreto pelo salicilato. O bismuto exerce efeitos antimicrobianos dire- tos e liga-se às enterotoxinas, expli- cando o seu benefício na prevenção e no tratamento da diarreia do viajante. Os compostos de bismuto apresen- tam atividade antimicrobiana direta contra o H. pylori. Diarreia do viajante: uso por via oral, 524 mg, quatro vezes ao dia. Diarreia associada À infecção por H. pylori: Terapia quádrupla de bismuto: uso por via oral, 300 mg, 4 vezes ao dia; em combinação com tetraciclina 500 mg, 4 vezes ao dia, metronidazol 500 mg, 3-4 vezes ao dia e inibidor da bomba de prótons em dose pa- drão duas vezes ao dia; por 10 a 14 dias. OBS: A dose recomendada de apre- sentações líquidas de subsalicilato de bismuto contém quantidades aproxi- madamente iguais de bismuto e sali- cilato (250 a 300mg de cada). Adsorventes (agentes formadores de bolo fecal e hidroscópicos) Os coloides hidrofílicos, como o psílio, a policarbofila cálcica e a carboxime- tilcelulose absorvem água e aumen- tam o bolo fecal. Costumam ser usa- dos para o tratamento da constipação, porém algumas vezes são uteis nas diarreias crônicas leves nos pacientes com síndrome do intestino irritável. O mecanismo desse efeito não foi elu- cidado, porém pode estar relacionado com a modificação da textura, altera- ções na viscosidade das fezes e per- cepção da redução da fluidez das fe- zes. Alguns desses agentes também podem se ligar a toxinas bacterianas e sais biliares. Probióticos Os probióticos podem ser considera- dos em adultos e crianças com diarreia infecciosa presumida. Porém estudos demonstraram uma redução modes- ta na duração da diarreia infecciosa com o uso de tais medicações. Não há dados concretos sobre o tipo, dose ou duração específica do probiótico e o mecanismo de proteção contra agentes etiológicos específicos são limitados. Também não está claro se os probióticos reduzem complicações importantes de doenças diarreicas, como desidratação e desnutrição. 33ANTICONSTIPANTES E ANTIDIARREICOS SAIBA MAIS! o Crofelemer é um agente antidiarreico botânico usado no tratamento da diarreia não in- fecciosa em pacientes soropositivos para o HIV que tomam medicamentos antirretro- virais. O produto antidiarreico ativo no crofelemer parece ser uma grande proantocianidina oligomérica macromolecular, que demonstrou diminuir a secreção de cloreto no intestino por inibição do regulador da condutância transmembrana da fibrose cística, bem como canais de cloreto ativado por cálcio. Em grandes ensaios clínicos, verificou-se que a terapia diária com crofelemer diminui os movimentos intestinais aquosos e melhora a consistência das fezes em pacientes com infecção pelo HIV em uso de terapia antirretroviral e com diarreia persistente que não pode ser atribuída a uma causa infecciosa. O Crofelemer foi aprovado para uso nos Estados Unidos em 2013, o primeiro medicamento à base de plantas a ser aprovado para uso médico específico e o primeiro agente aprovado para terapia de diarreia não infec- ciosa em pacientes HIV positivos. Seu uso só deve ser iniciado após investigação criteriosa da etiologia da diarreia. A dose recomendada é de 125mg, por via oral, duas vezes ao dia. Os efeitos colaterais são incomuns e geralmente leves, mas podem incluir flatulência, incha- ço, náusea, constipação, aumento da bilirrubina, tosse e sintomas de doenças respiratórias superiores.. 8. TRATAMENTO ADJUVANTE O tratamento da maioria dos casos de diarreia consiste em hidratar o paciente adequadamente e manter a alimentação. As soluções de hi- dratação oral de fato revolucionaram o tratamento das diarreias agudas, dando o suporte necessário de líqui- dos e eletrólitos para que o paciente ultrapasse o período de doença, pois, mesmo com a secreção intestinal au- mentada, a absorção se mantém. Os pacientes são encorajados a aumen- tar a ingesta dos líquidos habitual- mente utilizados e a manter a dieta que adotava exceto nos casos em que sejam evidentes as intolerâncias alimentares específicas, como, por exemplo, à lactose. Os antidiarreicos estão proscritos na diarreia aguda, sobretudo naquelas de causa infec- ciosa, pois não diminuem o período de diarreia e podem ser prejudiciais. Não são usados em pacientes pediá- tricos, na maioria das vezes. Os anti- bióticos só excepcionalmente estarão indicados em quadros com evidente disseminação de infecção bacteria- na em pacientes imunodeprimidos, lactentes muito jovens, idosos, por- tadores de doenças de base ou nos quadros muito graves, sugestivos de bactérias invasivas. 34ANTICONSTIPANTES E ANTIDIARREICOS MAPA MENTAL: GERAL Probióticos TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DIARREIA ETIOLOGIAS MEDIDAS GERAIS MECANISMO DE AÇÃO Compostos de bismuto Agonistas α2 Adrenérgicos Antagonistas serotoninérgicos Agonistas opioides Resinas de ligação de sais biliares Aumento da absorção de água/ diminuição secreção de fluidos e eletrólitos/aumento de trânsito intestinal Inibição da secreção de Serotonina/ inibição da motilidade colônica Aumento do tempo de trânsito colônico e absorção da água fecal Quelante dos sais biliares Principal droga: Clonidina Principais drogas: Ocreotide/Somatostatina Principais drogas: loperamida, racecadotril e difenoxilato Principais drogas: colestiramina, colestipo e colesevelam Aumento da absorção de líquidos Secreção intraluminal de fluidos e eletrólitos Inibição da motilidade intestinal Mecânicas Imunológicas Neoplasias Endocrinopatias Psicogênica Infecções Dieta Aumento da frequência das evacuações (≥3 em 24 horas) Alteração da consistência das fezes Controle da dor Hidratação oral ou parenteral 35ANTICONSTIPANTES E ANTIDIARREICOS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Brunton LL, Dandan RH, Knollmann BC. Goodman & Gilman: As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 13 ed. Rio de Janeiro: AMGH, 2019. Katzung BG. Farmacologia: básica e clínica. 12 ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. Lasa JS; Altamirano MJ; Bracho LF; Paz S; Zubiaurre I. Efficacy and safety of intestinal secretagogues for chronic constipation: a systematic review and meta-analysis. Arq Gastroenterol, 2018, v. 55. Suplemento. Silva P. Farmacologia. 8 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. Rang HP. et al. Rang & Dale Farmacologia. 8 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016 Wald A. Management of chronic constipation in adults. UpToDate Inc. http://www.upto- date.com (Acesso em 22 de abril de 2020). Wilcox CM. Evaluation of the HIV-infected patient with diarrhea. UpToDate Inc. http:// www.uptodate.com (Acesso em 25 de abril de 2020). 36ANTICONSTIPANTES E ANTIDIARREICOS
Compartilhar