Buscar

Trabalho de Bioetica 1

Prévia do material em texto

Bioetica 
1- Aborto na visão do direito
*Direito a vida previsto no ordenamento jurídico brasileiro:
Art. 5ª da CF/88: é garantido aos brasileiros e estrangeiros a inviolabilidade do direito à vida.
Art. 2º do Código Civil dispõe que a personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica, de 1969), ratificada pelo Brasil em 1992, artigo 4º, n.1:
1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse direito deve ser protegido pela lei e, em geral, desde o momento da concepção. Ninguém pode ser privado da vida arbitrariamente.
*O aborto no Brasil é considerado crime contra a vida, representa o ato de interromper a gestação antes que ocorra o nascimento.
Dos crimes contra a vida. Código Penal art. 124 a 126
Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento
 Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque:            
Pena - detenção, de um a três anos.
Aborto provocado por terceiro
 Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:
Pena - reclusão, de três a dez anos.
 Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante:            
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência
*Exceções: 
 Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: 
Aborto necessário
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.
Anencefálico (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº54). 
Anencefalia é uma má formação do cérebro durante a formação embrionária, que acontece entre o 16° e o 26° dia de gestação, caracterizada pela ausência total do encéfalo e da caixa craniana do feto.
*Descriminalização do Aborto
A descriminalização do aborto, defende duas hipóteses: a primeira está na não punibilidade do agente que praticou o aborto, que não sofra perseguição de natureza criminal. E a segunda hipótese está na questão social provocada pela desigualdade. 
A descriminalização do aborto é um tema de saúde pública e não pode ser tratado através da criminalização. A Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) n.442, que sustenta que os artigos 124 e 126 do Código Penal, que criminalizam a interrupção voluntária da gravidez, afrontam princípios fundamentais como a dignidade da pessoa humana, a inviolabilidade da vida, a liberdade, a igualdade, a proibição de tortura ou o tratamento desumano e degradante, a saúde e o planejamento familiar das mulheres e os direitos sexuais e reprodutivos.
2- Aborto e a Medicina 
Segundo a Organização Mundial da Saúde, aborto, do Latim ‘ab-ortus’ (privação do nascimento), refere-se à interrupção da gestação com a extração ou expulsão do embrião, ou do feto de até 500 gramas antes do período perinatal (que data entre 22.ª semana completa e os 7 dias completos após o nascimento). Partindo de uma classificação médica, o aborto pode ser precoce, quando ocorre antes da 13.ª semana de gravidez, ou tardio, entre a 13.ª e a 22.ª semana. O procedimento deve ocorrer antes que o feto seja viável, isto é, o nascituro não consegue sobreviver ainda fora do útero, após esse período denomina-se parto prematuro.
1- Aborto na visão do direito
1º slide: Olá sou Wandineia e vou falar primeiro do direito à vida: 
O art. 5, da Constituição Federal, garante a inviolabilidade do direito à vida como direito fundamental, más, não distinguiu e nem aplicou o juízo de valor, neste caso, não há diferença entre a vida dentro ou fora do útero materno, assim, cabe ao Direito Penal a responsabilidade de fazer a distinção, tipificando o aborto como crime contra a vida. 
Segundo o Código Civil artigo 2º, dispõe que a proteção da vida, começa desde a concepção, mesmo não sendo considerado como pessoa, este já é reconhecido como sujeito de direito, antes mesmo de ter personalidade jurídica que começa com o nascimento com vida.
Assim, a Convenção Americana de Direitos Humanos, ratificada pelo Brasil em 1992, expõem que o direito à vida começa desde a concepção, previsto em seu artigo 4º, n.1:
1. diz que toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse direito deve ser protegido pela lei, desde o momento da concepção. Ou seja, todo ser humano, desde o momento da concepção é sujeito de direitos. Deste modo, o Brasil adotou a Teoria Natalista onde nascimento com vida é a mais aceita na esfera do judiciário.
2º slide: O aborto no Brasil é considerado crime contra a vida, representa o ato de interromper a gestação antes que ocorra o nascimento. Para o Direito Penal, interromper a gestação provocada pela ação humana com a morte do feto é um ato criminoso, que está tipificado nos artigos 124 a 126 do Código Penal, que criminaliza as condutas em dolosas ou culposas. Então vou abordar os tipos de aborto que são:
*Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento. Art. 124 – Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque. Esse dispositivo prevê duas condutas possíveis realizadas pela gestante, a primeira ocorre quando a própria gestante interrompe a gravidez e a segunda é quando a gestante permite que um terceiro provoque o aborto.
Auto aborto é um crime de mão própria, isto é, somente a gestante pode ser o sujeito ativo, sendo que o terceiro apenas participa do delito cometido, respondendo apenas por seus atos executórios, e o sujeito passivo é o direito a vida, mais especificamente o ser humano em formação.
*Aborto provocado por terceiro. Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: é quando o aborto é realizado sem que a gestante saiba. Para a configuração deste crime não é necessário o uso de violência, fraude ou a grave ameaça, basta que o terceiro realize simulações ou dissimulações, desviando a atenção da gestante. Contudo, se houver fraude esta pode ocorrer quando o terceiro aplica alguma substância abortiva na gestante sem o seu conhecimento, o desconhecimento é essencial neste caso, porque este tipo de crime possui penalidade mais severa. Pena – reclusão, de três a dez anos” 
 Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante:
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência”.
A manifestação de vontade da gestante pode ocorrer de forma tácita ou expressa, é prevista penas mais severas para este tipo de aborto. Pois a gestante, quando há aprovação, ela comete o crime previsto pelo artigo 124, respondendo pela modalidade de aborto consentido, sendo aplicada, a punição menos severa se comparado a do terceiro (a pessoa que pratica o aborto). No crime de aborto consentido, a conduta da gestante é considerada pelo legislador de menor reprovabilidade do que a do agente que pratica manobras abortivas mesmo com o consentimento da gestante.
3º slide: O artigo 128 do código Penal em seus incisos I e II, isentam de punibilidade do médico nas seguintes hipóteses: 1) Aborto necessário se não há outro meio de salvar á vida da gestante; 2) Aborto no caso de gravidez resultante de estupro, se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz menor de 14 anos, de seu representante legal. E a 3 hipótese é o anencefálico. 
No inciso I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; Aborto necessário - um caso de estado de necessidade, portanto, uma causa de excludente da antijuridicidade. É importante, lembrar que deve ser atestado por um médico, pois como há risco de morte para a gestante.
No inciso II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimentoda gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. Neste caso é o aborto sentimental, humanitário é aquele onde a gravidez resulta de um estupro. Nesse caso o aborto é permitido por se tratar de gravidez indesejada decorrente de ato sexual forçado, porém caso a gestante seja incapaz deve haver seu consentimento ou de seu representante legal. É necessário que a vítima faça o boletim de ocorrência e exames médicos. 
O aborto em caso de anencefalia também é considerado aborto legal, pois foi julgado através da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n. 54, onde se julgou constitucional a interrupção da gravidez nos casos de gestação de feto anencefálico, que trata de é uma má formação do cérebro durante a formação embrionária, que acontece entre o 16° e o 26° dia de gestação, caracterizada pela ausência total do encéfalo e da caixa craniana do feto.
4 slides: Descriminalização do aborto
Quando se fala em aborto, a descriminalização é um ponto muito polêmico com opiniões divergentes. De um lado, temos os grupos conservadores da sociedade, religiosos que condenam a prática do aborto. Por outro lado, temos os movimentos feministas que é a favor do aborto.
A descriminalização, defende duas hipóteses: a primeira é de não punir o agente que praticou o aborto, para que este não venha sofre perseguição de natureza criminal. E a segunda hipótese está na questão social provocada pela desigualdade. 
A descriminalização do aborto é um tema de saúde pública e não pode ser tratado através da criminalização. Segundo a Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) n.442, sustenta que os artigos 124 e 126 do Código Penal, que criminalizam a interrupção voluntária da gravidez, afrontam princípios fundamentais como a dignidade da pessoa humana, a inviolabilidade da vida, a liberdade, a igualdade, a saúde e os direitos sexuais e reprodutivos.
Apesar de existir alguns projetos de lei sobre a descriminalização do aborto, esses projetos não são aceitos totalmente pelo o Estado e, por essa razão, não existe uma lei que descriminaliza o aborto, com exceção do caso previsto no art. 128 CP e a anencefálico. Vale destacar que a descriminalização do aborto é um tema de saúde pública e não deve ser tratado através da criminalização.
4. O ABORTO E A MEDICINA 
Segundo a Organização Mundial da Saúde, aborto, do Latim ‘ab-ortus’ (privação do nascimento), refere-se à interrupção da gestação com a extração ou expulsão do embrião, ou do feto de até 500 gramas antes do período perinatal (que data entre 22.ª semana completa e os 7 dias completos após o nascimento). Partindo de uma classificação médica, o aborto pode ser precoce, quando ocorre antes da 13.ª semana de gravidez, ou tardio, entre a 13.ª e a 22.ª semana. O procedimento deve ocorrer antes que o feto seja viável, isto é, o nascituro não consegue sobreviver ainda fora do útero, após esse período denomina-se parto prematuro.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) o aborto é classificado como a morte embrionária ou fetal, seja ele induzido ou espontâneo, antes de completar 20 semanas ou com peso fetal inferior a 500 kg.
           
            Segundo Costa (2017), o Ministro Luís Roberto Barroso afirmou que a criminalização do aborto nos três primeiros meses de vida violaria a proporcionalidade, na medida em que não traria redução do número de abortos ou maior proteção à vida de mulheres e fetos, pois só impedem que os abortos sejam feitos de forma segura. A decisão não desconsidera que a vida seja um bem a ser protegido, mas aponta que sobrepor à proteção de um feto, ainda incipiente e dependente, a uma série de direitos da mulher seria desproporcional e inconstitucional, argumento que pode ser repetido pelo tribunal no julgamento da ADPF442, a qual já foi citada neste artigo.
 
           
Referencia 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Diário Oficial da União. Brasília: Congresso Federal, 1988.
BRASIL. Decreto-lei n. 2.848, de 7 dez. 1940. Código Penal. Diário Oficial da União. Rio de Janeiro, 1940.
BRASIL. STF. ADPF 442/2017. Disponível em: <http://redir.stf.jus.br/estfvisualizadorpub/jsp/consultarprocessoeletronico/ConsultarProcessoEletronico.jsf?seqobjetoincidente=5144865>. Acesso em: 23 abr. 2020.
IBGE. Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar 2019. IBGE. Rio de Janeiro. 2021. Disponível em:https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101852.pdf. Acesso em: 21 outubro 2021.
 SILVA, V.H.G. Aborto: criminalizar ou legalizar? JUS. Teresina, 11 abr. 2019. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/72272/aborto-criminalizar-ou-legalizar. Acesso em: 21 outubro 2021.

Continue navegando

Outros materiais