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Questões sobre o livro Senhora

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Questões sobre o livro Senhora
1.(UEPA-PA) Romance de costumes, Senhora reflete criticamente a sociedade brasileira do Segundo Império, notadamente a urbana. Nessa, o casamento é mais um contrato financeiro que amoroso; o dote, o passaporte para a vida conjugal. Entretanto, o romance de José de Alencar mentem-se fiel aos princípios do Romantismo porque:
a)demonstra que o dinheiro impossibilita a felicidade conjugal, só alcançada com o empobrecimento de Aurélia e Fernando no desfecho da obra.
b) a ausência de caráter de seus personagens demonstra que o meio determina o comportamento humano.
c) a redenção de Fernando se dá unicamente por sua dedicação ao trabalho como funcionário público.
d) o mau caráter de personagens como o velho Lemos é desmascarado e justamente castigado.
e) seus protagonistas redimem-se das transações vis, recuperando, no final da obra, a dignidade e a pureza comuns aos heróis da escola romântica.
2.(UFV-MG) A respeito de SENHORA, romance de José de Alencar, todas as alternativa estão corretas, exceto:
a)O amor verdadeiro redime a mulher de seu orgulho e o homem de seu interesse.
b) O espaço é o Rio de Janeiro, especificamente o Centro Laranjeiras e Santa Teresa.
c) O narrador é onisciente, de terceira pessoa.
d) O sentimento da natureza, comum aos românticos, faltava ao herói.
e) Não se analisa no romance a psicologia da personagem principal.
3.(ITA/SP) O romance Senhora (1875) é uma das obras mais representativas da ficção de José de Alencar. Nesse livro, encontramos a formulação do ideal do amor romântico: o amor verdadeiro e absoluto, quando pode se realizar, leva ao casamento feliz e indissolúvel. Isso se confirma, nessa obra, pelo fato de
a) O par romântico central — Aurélia e Seixas — se casar no início do romance, pois se apaixonam assim que se conhecem.
b) O amor de Aurélia e Seixas surgir imediatamente no primeiro encontro e permanecer intenso até o fim do livro, quando o casal se une efetivamente.
c) O casal Aurélia e Seixas precisar vencer os preconceitos socioeconômicos para se casar, pois ela é pobre e ele é rico.
d) A união efetiva só se realizar no final da obra, após a recuperação moral de Seixas, que o torna digno do amor de Aurélia.
e) O enriquecimento repentino de Aurélia possibilitar que ela se case com Seixas, fatos que são expostos logo no início do livro.
4.(Unifesp/SP) Leia o trecho a seguir, de José de Alencar.
“Convencida de que todos os seus inúmeros apaixonados, sem exceção de um, a pretendiam unicamente pela riqueza, Aurélia reagia contra essa afronta, aplicando a esses indivíduos o mesmo estalão.Assim costumava ela indicar o merecimento relativo de cada um dos pretendentes, dando-lhes certo valor monetário. Em linguagem financeira, Aurélia contava os seus adoradores pelo preço que razoavelmente poderiam obter no mercado matrimonial.”O romance Senhora, ilustrado pelo trecho,
a) Representa o romance urbano de Alencar. A reação de ironia e desprezo com que Aurélia trata seus pretendentes, vistos sob a ótica do mercado matrimonial, tematiza o casamento como forma de ascensão social.
b) Mescla o regionalismo e o indianismo, temas recorrentes na obra de Alencar. Nele, o escritor tematiza, com escárnio, as relações sentimentais entre pessoas de classes sociais distintas, em que o pretendente é considerado pelo seu valor monetário.
c) É obra ilustrativa do regionalismo romântico brasileiro. A história de Aurélia e de seus pretendentes mostra a concepção do amor, em linguagem financeira, como forma de privilégio monetário, além de explorar as relações extraconjugais.
d) Denuncia as relações humanas, em especial as conjugais, como responsáveis por levar as pessoas à tristeza e à solidão dada à superficialidade e ao interesse com que elas se estabelecem. Trata-se de um romance urbano de Alencar.
e) Tematiza o adultério e a prostituição feminina, representados pelo interesse financeiro como forma de se ascender socialmente. Essa obra explora tanto aspectos do regionalismo nacional como os valores da vida urbana.
5.(PUC-PR) Assinale a alternativa que contém a afirmação correta sobre Senhora, de José de Alencar:
a) O romance atende aos propósitos de representação da realidade brasileira contemporânea ao escritor, de vez que retrata oposições e valores da sociedade burguesa do Rio de Janeiro.
b) As personagens Aurélia e Seixas representam o domínio do indivíduo sobre o social, tema fundamental do Romantismo brasileiro.
c) O romance não atende aos propósitos de representação da realidade brasileira de meados do século XIX, porque simplifica todos os problemas sociais a um conflito amoroso, típico dos romances românticos.
d) A tríade das personagens mais importantes do romance — Aurélia, Seixas e Lemos — representa, respectivamente, a beleza, o poder do dinheiro e a ambição social.
e) Do ponto de vista da qualidade estética, Senhora, sendo um romance da primeira fase do escritor, ainda reflete certa imaturidade de estilo.
Respostas das Questões sobre o livro Senhora
Exercício resolvido da questão 1 –
e) seus protagonistas redimem-se das transações vis, recuperando, no final da obra, a dignidade e a pureza comuns aos heróis da escola romântica.
Exercício resolvido da questão 2 –
e) Não se analisa no romance a psicologia da personagem principal.
Exercício resolvido da questão 3 –
d) A união efetiva só se realizar no final da obra, após a recuperação moral de Seixas, que o torna digno do amor de Aurélia.
Exercício resolvido da questão 4 –
a) Representa o romance urbano de Alencar. A reação de ironia e desprezo com que Aurélia trata seus pretendentes, vistos sob a ótica do mercado matrimonial, tematiza o casamento como forma de ascensão social.
Exercício resolvido da questão 5 –
a) O romance atende aos propósitos de representação da realidade brasileira contemporânea ao escritor, de vez que retrata oposições e valores da sociedade burguesa do Rio de Janeiro.
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Resumo do livro Senhora
O Preço
Seixas: Co protagonista do livro Senhora
O livro começa com a apresentação da protagonista: Aurélia Camargo. Uma mulher rica e da alta sociedade. Ela frequentava os eventos burgueses acompanhada de uma parente chamada D. Firmina e com seu tio Lemos já que na época não era bem vista a mulher que andava sozinha. 
D. Firmina dizia que as pessoas interessadas nela estavam de fato interessadas em seu dinheiro. Porém, em um baile, Aurélia pediu para Lemos lhe arranjar um casamento com um homem chamado Fernando Seixas. 
Esse homem era noivo de Adelaide Amaral, mas apenas porque ela era rica. Lemos o procura e o oferece um dote de 100 mil contos de réis por um novo casamento com adiantamento de 20 mil. Seixas aceita, mas se vê humilhado ao descobrir que sua noiva era Aurélia. 
Eles namoraram quando ela era uma pobre garota de 18 anos, mas a abandonou para ficar com a rica Adelaide que lhe o ofereceu um dote de 30 mil. Na noite de núpcias, Aurélia o chamou de homem vendido. 
Quitação
Aurélia: Protagonista do livro Senhora
Voltando ao passado para quando Aurélia era uma adolescente descobrimos que ela era a filha de uma pobre camareira viúva chamada D. Emília e seu pai era Pedro Camargo que se casou com D. Emília sem dizer ao pai. 
O avô paterno de Aurélia era um rico fazendeiro que quase morreu sem conhecer a neta. Quando Pedro morreu, Emília ficou com dificuldades para criar Aurélia. Foi nessa época que ela namorou Seixas, mas ele a abandonou como já dissemos. 
Com o tempo, a mãe de Aurélia também morreu, mas como último suspiro, seu avô deixou tudo como herança para ela. Assim, ela ascendeu socialmente, mas começoua agir com mais frieza. Aurélia passou de uma jovem meiga e pobre para uma mulher fria que atribuía valor aos homens. Calculando quanto valeria um casamento com cada um.
Posse
Essa parte do livro mostra a vida de aparências do casal. Em público, eram carinhosos e felizes, mas sozinhos dormiam em quartos separados e praticamente se odiavam. O casamentos entre os dois foi uma pura relação comercial em que Aurélia comprou um homem para torturá-lo por vingança.
Resgate
E finalmente, na última parte do livro, Seixas termina seu arco de redenção. Ele desistiu do luxo e começou a trabalhar em um negócio importante até juntar dinheiro para comprar sua liberdade. Dito e feito, ele paga Aurélia, mas quando está indo embora ela declara todo o seu amor por ele. 
Os dois foram se apaixonando novamente ao longo do livro, mas o orgulho era muito grande para confessar. Tendo seu amor restaurado, eles casam novamente, dessa vez pelo motivo certo. E final feliz.  
Terminado o resumo, veja essa análise do livro antes de fazer as questões sobre o livro Senhora.  
Análise do livro Senhora
Senhora é um romance urbano e foi a última obra de José de Alencar. Ela é uma obra pertencente ao romantismo e uma crônica de costumes já que retrata o meio da alta sociedade.  
José de Alencar ainda coloca em seu romance pinceladas de crítica social, atribuindo aspectos realistas e naturalistas à obra. Perceba que os nomes das quatro partes do livro são termos usados na economia quando se faz uma compra, simbolizando a compra de Aurélia por seu marido.  
O narrador narra em terceira pessoa e é onisciente, destacando os menores detalhes dos cenários e mergulhando nas reflexões internas dos personagens. Durante as páginas, Alencar critica fortemente o casamento por interesse e a forma como o dinheiro condiciona a vida das pessoas.  
Por fim, ainda tem a tríade feminina : Aurélia, Lucíola e Diva que representam o “perfil de mulher” que tinha o autor. Ela as usava como forma de retratar o comportamento e pensamento femininos na sociedade. Ao longo da obra, todas essas personagens são muito bem construídas e estudadas. 
O arco de redenção dos personagens também é muito bem estruturado. José de Alencar optou por fazer um final feliz, pois ele acreditava na reestruturação do homem na sociedade. Sua obra chegou a ganhar uma adaptação para o cinema e uma novela de 80 capítulos. 
Exercícios: Senhora
7 DE JULHO DE 2016 FACILETRANDODEIXE UM COMENTÁRIO
TEXTO PARA QUESTÕES DE 01 A 05
               Fernando aproveitou a ocasião para resolver a crise.
               – Meu voto mais ardente, Aurélia, sonho dourado de minha vida, era conquistar uma posição brilhante para depô-la aos pés da única mulher que amei nesse mundo. Mas a fatalidade que pesa sobre mim aniquilou todas as minhas esperanças; e eu seria um egoísta, se
prevalecendo-me de sua afeição, a associasse a uma existência obscura e atribulada. A santidade de meu amor deu-me a força para resistir a seus próprios impulsos. Disse uma vez à sua mãe, pressentindo essa cruel situação: Sou menos infeliz renunciando à sua mão, do que seria aceitando-a para fazê-la desgraçada, e condená-la às humilhações da pobreza.
              – Essas eu já as conheço, respondeu Aurélia com tênue ironia, e não me aterram; nasci com elas, e têm sido as companheiras de minha vida.
              – Não me compreendeu, Aurélia; referia-me a um partido vantajoso que de certo aparecerá, logo que esteja livre.
              – Pensa então que basta uma palavra sua para restituir-me a liberdade? Perguntou a moça com um sorriso.
              – Sei que a fatalidade que nos separa não pode romper o elo que prende nossas almas, e que há de reuni-las em mundo melhor. Mas Deus nos deu uma missão neste mundo, e temos de cumpri-la.
             – A minha é amá-lo. A promessa que o aflige, o senhor pode retirá-la tão espontaneamente como a fez. Nunca lhe pedi, nem mesmo simples indulgência, para esta afeição; não lha pedirei neste momento em que ela o importuna.
             – Atenda, Aurélia! Lembre-se de sua reputação. Que não diriam se recebesse a corte de um homem, sem esperança de ligar-se a ele pelo casamento?
             – Diriam talvez que eu sacrificava a um amor desdenhado um partido brilhante, o que é uma…
             A moça cortou a ironia, retraindo-se:
             – Mas não; faltariam à verdade. Não sacrifiquei nenhum partido; o sacrifício é a renúncia de um bem; o que fiz foi defender a minha afeição. Sejamos francos: o senhor já não me ama; não o culpo, e nem me queixo.
            Seixas balbuciou uma desculpa e despediu-se. Aurélia, demorou-se um instante na rótula, como costumava, para acompanhar ao amante com a vista até o fim da rua. Se Fernando não estivesse tão entregue à satisfação de haver adquirido sua liberdade, teria ouvido no dobrar da esquina o eco de um soluço.
1.A fala inicial de Fernando no texto é sincera? Justifique:
RESPOSTA: não, ao falar que abandona Aurélia por não poder dar-lhe vida digna, ele mente, pois ele toma a decisão para casar-se com Adelaide, moça rica, por um dote de trinta contos.
2.Destaque a passagem do texto que confirma a reação cínica de Aurélia à fala de Fernando, terminando o namoro.
RESPOSTA: Essas eu já as conheço, respondeu Aurélia com tênue ironia, e não me aterram; nasci com elas, e têm sido as companheiras de minha vida.
3.A decisão de Aurélia de não se casar com outro que não seja Fernando condiz com o comportamento da heroína romântica? Justifique:
RESPOSTA: sim, a decisão dela de não se casar com outro está de acordo com o comportamento típico da heroína romântica, ela é fiel ao primeiro e único amor.
4.Considerando a sociedade da época, explique a preocupação de Fernando em desejar que Aurélia se case com outro?
RESPOSTA: depois de namora um rapaz e ser rejeitada por ele, ela poderia ficar mal vista na sociedade, caso não se casasse.
5.Comente o que mudou em nossa sociedade para que o papel de submissão da mulher ao casamento se tornasse menos rigoroso a partir do século XX:
RESPOSTA: espera-se que o aluno destaque a participação da mulher no mercado de trabalho e a consequente inclusão dela na vida escolar, gerando uma mulher que questiona.
TEXTO PARA QUESTÕES DE 06 A 09
Há anos raiou no céu fluminense uma nova estrela.Desde o momento de sua ascensão ninguém lhe disputou o cetro; foi proclamada a rainha dos salões.Tornou-se a deusa dos bailes; a musa dos poetas e o ídolo dos noivos em disponibilidade.Era rica e formosa.
Duas opulências, que se realçam como a flor em vaso de alabastro; dois esplendores que se refletem, como o raio de sol no prisma do diamante.
Quem não se recorda da Aurélia Camargo, que atravessou o firmamento da Corte como brilhante meteoro, e apagou-se de repente no meio do deslumbramento que produzira o seu fulgor?
Tinha ela dezoito anos quando apareceu a primeira vez na sociedade. Não a conheciam; e logo buscaram todos com avidez informações acerca da grande novidade do dia.
Dizia-se muita coisa que não repetirei agora, pois a seu tempo saberemos a verdade, sem os comentos malévolos de que usam vesti-la os noveleiros.
Aurélia era órfã; e tinha em sua companhia uma velha parenta, viúva, D. Firmina Mascarenhas, que sempre a acompanhava na sociedade.
Mas essa parenta não passava de mãe de encomenda, para condescender com os escrúpulos da sociedade brasileira, que naquele tempo não tinha admitido ainda certa emancipação feminina.
Guardando com a viúva as deferências devidas à idade, a moça não declinava um instante do firme propósito de governar sua casa e dirigir suas ações como entendesse.
6.Aurélia é apresentada por metáforas que intensificam e idealizam seu brilho social, sua beleza ímpar e seu poder de sedução.
a)Identifique algumas dessas metáforas
“raiou no céu fluminense uma nova estrela”; “ ninguém lhe disputou o cetro”; “rainha dos salões”; “deusa dos bailes”; “musa dos poetas”.
 b)” Há anos raiou no céu fluminense uma nova estrela” – encontre no texto a frase que traduz o sentido metafórico dessa frase.
“Tinha ela dezoito anosquando apareceu a primeira vez na sociedade.”
 7.Embora as metáforas utilizadas por Alencar sejam clichês do Romantismo, elas concorrem para que o leitor, já na primeira página, seja introduzido no ambiente social frívolo dos salões cariocas do segundo reinado. Qual é a expressão que, pela primeira vez, em um contraste irônico, sugere as motivações escusas dos admiradores dessa “nova estrela”? Relacione essa expressão ao tema do romance.
A expressão “noivos em disponibilidade” introduz ironicamente o tema do romance: o casamente por interesse. Ao vender-se pela melhor oferta no mercado matrimonial, o comportamento de Seixas estará dentro dos padrões morais e em conformidade com os costumes da sociedade em que vive.
8.A beleza era atrativo suficiente para que uma mulher brilhasse na sociedade e fosse cortejada e disputada pelos rapazes solteiros? Justifique sua resposta.
Não. Era necessário que sua beleza fosse realçada pela riqueza. Observe a ordem dos adjetivos: “ rica e formosa”; outra observação interessante: a pequena durabilidade da flor (beleza) e a perenidade do alabastro (riqueza).
9. O narrador refere-se aos “comentários malévolos “ sobre Aurélia, cujas atitudes independentes escandalizavam uma sociedade que não aceita a emancipação feminina. De que modo, Aurélia contorna esses escrúpulos da sociedade?
Mantendo junto de si uma “mãe de encomenda”, D. Firmina Mascarenhas.
 10.(Unicamp-SP) O crítico Alfredo Bosi, em sua História concisa da literatura brasileira, tece algumas considerações sobre o romance Senhora, de José de Alencar:
“Se admitimos que [a mola do enredo] é o fato de o jovem Seixas casar-se pelo dote, em virtude da educação que recebera, damos a Alencar o crédito de narrador realista, capaz de pôr no centro do romance não mais heróis […] mas um ser venal, inferior. O que seria falso, pois o fato não passa de um recurso.”
a) Cite uma passagem de Senhora que permita considerar Seixas como um “herói” e não como um “ser inferior”.
b) “O fato não passa de um recurso”. Considerando essa afirmação de A. Bosi, explicite as características do romance Senhora que permitem considerá-lo uma obra romântica.
a) A redenção da personagem, de “ser inferior” a “herói”, se dá já no fim da trama quando Seixas devolve o dote a Aurélia. Simbolicamente, é nessa cena que recupera suas qualidades de herói: honradez, dignidade, humildade, coragem e liberdade.
b) Quando Alfredo Bosi afirma que o fato de Seixas se casar com Aurélia em função do dote é apenas um recurso da narrativa, o crítico resguarda a condição de herói romântico da personagem, o que se confirma com a recuperação, ao fim da narrativa, da honradez. Aurélia compreende a “luta” de Seixas para alcançar o seu amor e ser feliz ao seu lado. Esse processo de redenção é típico dos romances românticos. Em Senhora, Alencar resvala na crítica às hipocrisias, mas no final os sentimentos superam as condições sociais.
11.(Unicamp-SP)”A moça trazia nessa ocasião um roupão de cetim verde cerrado à cintura por um cordão de fios de ouro. Era o mesmo da noite do casamento, e que desde então ela nunca mais usara. Por uma espécie de superstição lembrara-se de vesti-lo de novo, nessa hora na qual, a crer em seus pressentimentos, iam decidir-se afinal o seu destino e a sua vida. […]
Ergueu-se então, e tirou da gaveta uma chave; atravessou a câmara nupcial […] e abriu afoitamente aquela porta que havia fechado onze meses antes, num ímpeto de indignação e horror.”
No trecho citado, extraído do capítulo final do romance Senhora, de José de Alencar, o narrador faz referência a uma outra cena, passada no mesmo lugar, muito importante para o desenrolar do enredo. Pergunta-se:
a) Que personagens protagonizam as duas cenas e qual a relação entre essas personagens no romance?
b) O que ocorreu na primeira vez em que essas personagens se encontraram na câmara nupcial?
c) Como a cena descrita no trecho citado relaciona-se com a outra, referida pelo narrador, no interior do romance?
a) Os protagonistas das duas cenas são Seixas e Aurélia, marido e mulher.
b) Ao contrário do que esperava Seixas, Aurélia demonstrará desprezo pelo marido, que teria casado por interesse financeiro.
c) Depois de onze meses, acontece a redenção do “herói”. Ao “devolver” o dote a Aurélia, Seixas recupera a condição amorosa do casamento.
12.O narrador de SENHORA, romance de José de Alencar, descreve assim o aposento de Fernando Seixas:
A um canto do aposento notava-se um sortimento de guarda-chuvas e bengalas, algumas de muito preço. Parte destas naturalmente provinha de mimos, como outras curiosidades artísticas, em bronze e jaspe, atiradas para baixo da mesa, e cujo valor excedia de certo ao custo de toda a mobília da casa.
Um observador reconheceria nesse disparate a prova material de completa divergência entre a vida exterior e a vida doméstica da pessoa que ocupava esta parte da casa.
Se o edifício e os móveis estacionários e de uso pessoal denotavam escassez de meios, senão extrema pobreza, a roupa e os objetos de representação anunciavam um trato de sociedade, como só tinham cavalheiros dos mais ricos e francos da corte.
a) A descrição acima dá especial atenção a uma característica de Seixas que está diretamente relacionada ao rompimento de seu noivado com Aurélia. Que característica é essa?
b) Explique por que essa característica terá grande importância no momento da reconciliação das duas personagens.
resposta:a) A vontade de ostentação, que o faz romper o noivado com Aurélia, moça pobre.
b) Para reconciliar-se, Seixas propõe viver de acordo com seus ganhos, de modo a mostrar à Aurélia sua integridade.
13.Na segunda parte de “Senhora”, de José de Alencar, o narrador faz a seguinte descrição dos valores morais de Fernando Seixas:
Para o leão fluminense, mentir a uma senhora, insinuar-lhe uma esperança de casamento, trair um amigo, seduzir-lhe a mulher, eram passes de um jogo social, permitidos pelo código da vida elegante. A moral inventada para uso dos colégios nada tinha que ver com as distrações da gente do tom.
Faltar porém à palavra dada; retirar sem motivo uma promessa formal de casamento era, no conceito de Seixas, ato que desairava um cavalheiro.
Em um texto de no máximo 10 linhas, demonstre que a descrição acima oferece elementos para entender o fato de Seixas deixar-se comprar por Aurélia, ao mesmo tempo que revela os valores que lhe permitirão resgatar sua própria honra e o amor de Aurélia.
resposta: Fernando Seixas mostra-se extremamente movido pela ambição e sedutor. No entanto, prezava a sua honra e palavra, o que o faz suportar por vários meses as humilhações de Amélia. Consegue recuperar o dinheiro do dote e procura obter a sua liberdade.
14.Que aspecto do romance Senhora é revelado pelo personagem Lemos, cuja grande ciência da vida resumia-se em esperar a ocasião e aproveitá-la?
Lemos é um velho capitalista, interesseiro e obcecado pelo dinheiro. Tutor e tio de Aurélia Camargo, Lemos revela um aspecto fundamental do romance: a contradição entre a ‘amoralidade’ de sua conduta, extensiva à de outros personagens secundários, e a ‘moralidade’ da conduta das personagens principais. Tal contradição pode ser interpretada como uma consequência do ‘ajuste’ entre a ‘a cor local’, manifestada nos personagens secundários, e o ‘modelo europeu’, percebido nos personagens principais. Enquanto os primeiros vivem num universo doméstico, sem julgamentos, nem condenações, os segundos vivem a degradação humana causada pelo dinheiro, que transforma as pessoas e seus sentimentos em mercadorias.
15.”Se admitimos que [a mola do enredo] é o fato de o jovem Seixas casar-se pelo dote, em virtude da educação que recebera, damos a Alencar o crédito de narrador realista, capaz de pôr no centro do romance não mais heróis […] mas um ser venal, inferior. O que seria falso, pois o fato não passa de um recurso.”
A)Cite uma passagem de Senhora que permita considerar Seixas como um “herói” e não como um “ser inferior”.
A redenção da personagem, de “ser inferior” a “herói”, se dá já no fim da trama quando Seixasdevolve o dote a Aurélia. Simbolicamente, é nessa cena que recupera suas qualidades de herói: honradez, dignidade, humildade, coragem e liberdade.
b)“O fato não passa de um recurso”. Considerando essa afirmação de A. Bosi, explicite as características do romance Senhora que permitem considerá-lo uma obra romântica.
Quando Alfredo Bosi afirma que o fato de Seixas se casar com Aurélia em função do dote é apenas um recurso da narrativa, o crítico resguarda a condição de herói romântico da personagem, o que se confirma com a recuperação, ao fim da narrativa, da honradez. Aurélia compreende a “luta” de Seixas para alcançar o seu amor e ser feliz ao seu lado. Esse processo de redenção é típico dos romances românticos. Em Senhora, Alencar resvala na crítica às hipocrisias, mas no final os sentimentos superam as condições sociais.
16.(UEPA-PA) Romance de costumes, Senhora reflete criticamente a sociedade brasileira do Segundo Império, notadamente a urbana. Nessa, o casamento é mais um contrato financeiro que amoroso; o dote, o passaporte para a vida conjugal. Entretanto, o romance de José de Alencar mentem-se fiel aos princípios do Romantismo porque:
a)demonstra que o dinheiro impossibilita a felicidade conjugal, só alcançada com o empobrecimento de Aurélia e Fernando no desfecho da obra.
b) a ausência de caráter de seus personagens demonstra que o meio determina o comportamento humano.
c) a redenção de Fernando se dá unicamente por sua dedicação ao trabalho como funcionário público.
d) o mau caráter de personagens como o velho Lemos é desmascarado e justamente castigado.
e) seus protagonistas redimem-se das transações vis, recuperando, no final da obra, a dignidade e a pureza comuns aos heróis da escola romântica.
17.(UFV-MG) A respeito de SENHORA, romance de José de Alencar, todas as alternativa estão corretas, exceto:
a)O amor verdadeiro redime a mulher de seu orgulho e o homem de seu interesse.
b) O espaço é o Rio de Janeiro, especificamente o Centro Laranjeiras e Santa Teresa.
c) O narrador é onisciente, de terceira pessoa.
d) O sentimento da natureza, comum aos românticos, faltava ao herói.
e) Não se analisa no romance a psicologia da personagem principal.
18.(ITA/SP) O romance Senhora (1875) é uma das obras mais representativas da ficção de José de Alencar. Nesse livro, encontramos a formulação do ideal do amor romântico: o amor verdadeiro e absoluto, quando pode se realizar, leva ao casamento feliz e indissolúvel. Isso se confirma, nessa obra, pelo fato de
a) O par romântico central — Aurélia e Seixas — se casar no início do romance, pois se apaixonam assim que se conhecem.
b) O amor de Aurélia e Seixas surgir imediatamente no primeiro encontro e permanecer intenso até o fim do livro, quando o casal se une efetivamente.
c) O casal Aurélia e Seixas precisar vencer os preconceitos socioeconômicos para se casar, pois ela é pobre e ele é rico.
d) A união efetiva só se realizar no final da obra, após a recuperação moral de Seixas, que o torna digno do amor de Aurélia.
e) O enriquecimento repentino de Aurélia possibilitar que ela se case com Seixas, fatos que são expostos logo no início do livro.
19.(Unifesp/SP) Leia o trecho a seguir, de José de Alencar.
“Convencida de que todos os seus inúmeros apaixonados, sem exceção de um, a pretendiam unicamente pela riqueza, Aurélia reagia contra essa afronta, aplicando a esses indivíduos o mesmo estalão.Assim costumava ela indicar o merecimento relativo de cada um dos pretendentes, dando-lhes certo valor monetário. Em linguagem financeira, Aurélia contava os seus adoradores pelo preço que razoavelmente poderiam obter no mercado matrimonial.”O romance Senhora, ilustrado pelo trecho,
a) Representa o romance urbano de Alencar. A reação de ironia e desprezo com que Aurélia trata seus pretendentes, vistos sob a ótica do mercado matrimonial, tematiza o casamento como forma de ascensão social.
b) Mescla o regionalismo e o indianismo, temas recorrentes na obra de Alencar. Nele, o escritor tematiza, com escárnio, as relações sentimentais entre pessoas de classes sociais distintas, em que o pretendente é considerado pelo seu valor monetário.
c) É obra ilustrativa do regionalismo romântico brasileiro. A história de Aurélia e de seus pretendentes mostra a concepção do amor, em linguagem financeira, como forma de privilégio monetário, além de explorar as relações extraconjugais.
d) Denuncia as relações humanas, em especial as conjugais, como responsáveis por levar as pessoas à tristeza e à solidão dada à superficialidade e ao interesse com que elas se estabelecem. Trata-se de um romance urbano de Alencar.
e) Tematiza o adultério e a prostituição feminina, representados pelo interesse financeiro como forma de se ascender socialmente. Essa obra explora tanto aspectos do regionalismo nacional como os valores da vida urbana.
20.(PUC-PR)Assinale a alternativa que contém a afirmação correta sobre Senhora, de José de Alencar:
a) O romance atende aos propósitos de representação da realidade brasileira contemporânea ao escritor, de vez que retrata oposições e valores da sociedade burguesa do Rio de Janeiro.
b) As personagens Aurélia e Seixas representam o domínio do indivíduo sobre o social, tema fundamental do Romantismo brasileiro.
c) O romance não atende aos propósitos de representação da realidade brasileira de meados do século XIX, porque simplifica todos os problemas sociais a um conflito amoroso, típico dos romances românticos.
d) A tríade das personagens mais importantes do romance — Aurélia, Seixas e Lemos — representa, respectivamente, a beleza, o poder do dinheiro e a ambição social.
e) Do ponto de vista da qualidade estética, Senhora, sendo um romance da primeira fase do escritor, ainda reflete certa imaturidade de estilo.
21.(UFBA-BA)“Daí o terror que sentia ao ver-se próxima desse abismo de abjeções, e o afastamento a que se desejava condenar. Bem vezes revoltavam-lhe a alma as indignidades de que era vítima, e até mesmo as vilanias cujo eco chegava a seu obscuro retiro. Mas que podia ela, frágil menina, em véspera de orfandade e abandono, contra a formidável besta de mil cabeças?
Quando a riqueza veio surpreendê-la, a ela que não tinha mais com quem a partilhar, seu primeiro pensamento foi que era uma arma. Deus lha enviava para dar combate a essa sociedade corrompida, e vingar os sentimentos nobres escarnecidos pela turba dos agiotas.
Preparou-se pois para a luta, à qual talvez a impelisse principalmente a ideia do casamento que veio a realizar mais tarde. Quem sabe, se não era o aviltamento de Fernando Seixas que ela punia com o escárnio e a humilhação de todos os seus adoradores?”
A partir da leitura do romance e de acordo com o fragmento transcrito, pode-se concluir:
(01) Aurélia se sente aterrorizada diante da possibilidade de viver na miséria.
(02) O dinheiro, para Aurélia, funciona como instrumento de combate à torpeza de um meio social sem valores éticos.
(04) O texto prenuncia a mudança de atitude da personagem, que se submete ao poder da fortuna.
(08) Aurélia, ao rejeitar o assédio de seus pretendentes, está desdenhando o homem a quem ama.
(16) Existe um contraste entre a visão que Aurélia tem da sociedade carioca e os princípios morais que ela defende.
(32) O narrador, falando de Aurélia, antecipa fatos que se concretizarão no futuro.
(64) Aurélia, desiludida com a crueldade do mundo, decide afastar-se do convívio social        SOMA:( 02,08,16,32/Gabarito:58.)
22.(UFRR)           Um dos livros aconselhados como leitura representativa de um dos nossos momentos histórico-literários mais importantes é o romance Senhora, de José de Alencar. A afirmativa abaixo que se refere a essa obra é:
(A) Sua linguagem regional encanta por sua criatividade e beleza;
(B) Seus personagens são fruto do meio, por ele determinados;
(C) Sua preocupação maior é a denúncia contra a injustiça;
(D) Seu narrador participa da trama como um personagem secundário;
(E) Seu enredo traz preocupações antecipadamente feministas.
23.(PUC/PR) Leia o texto e assinale a alternativa que identificaos elementos românticos do trecho citado de Senhora, de José de Alencar:
“As cortinas cerraram-se, e as auras da noite, acariciando o seio das flores, cantavam o hino misterioso do santo amor conjugal.”
a) a perspectiva recatada e a afinidade entre sentimento e natureza.
b) a vida como teatro e a intensa religiosidade.
c) a natureza sem defeitos e o amor idealizado.
d) a noite enquanto símbolo e a música como pano de fundo para o amor.
e) a linguagem rebuscada e a idealização amorosa.
24. No geral conceito, esse único filho varão devia ser o amparo da família, órfã de seu chefe natural. Não o entendiam assim aquelas três criaturas, que se desviviam pelo ente querido. Seu destino resumia-se em fazê-lo feliz; não que elas pensassem isto, e fossem capazes de o exprimir; mas faziam-no.
Que um moço tão bonito e prendado como o seu Fernandinho se vestisse no rigor da moda e com a maior elegância; que em vez de ficar em casa aborrecido, procurasse os divertimentos e a convivência dos camaradas; que em suma fizesse sempre na sociedade a melhor figura, era para aquelas senhoras não somente justo e natural, mas indispensável.
[…]
Dessa vida faustosa, que ostentava na sociedade, trazia Seixas para a intimidade da família não só as provas materiais, mas as confidências e seduções. Era então muito moço; e não pensou no perigo que havia, de acordar no coração virgem das irmãs desejos que podiam supliciá-las. Quando mais tarde a razão devia adverti-lo, já o doce hábito das confidências a havia adormecido.
Felizmente D. Camila tinha dado a suas filhas a mesma vigorosa educação que recebera; a antiga educação brasileira, já bem rara em nossos dias, que, se não fazia donzelas românticas, preparava a mulher para as sublimes abnegações que protegem a família, e fazem da humilde casa um santuário.
Mariquinhas, mais velha que Fernando, vira escoarem-se os anos da mocidade, com serena resignação. Se alguém se lembrava de que o outono, que é a estação nupcial, ia passando sem esperança de casamento, não era ela, mas a mãe, D. Camila, que sentia apertar-se-lhe o coração, quando lhe notava o desdobre da mocidade.
Também Fernando algumas vezes a acompanhava nessa mágoa; mas nele breve a apagava o bulício do mundo.
Nicota, mais moça e também mais linda, ainda estava na flor da idade; mas já tocava aos vinte anos, e com a vida concentrada que tinha a família, não era fácil que aparecessem pretendentes à mão de uma menina pobre e sem proteções. Por isso cresciam as inquietações e tristezas da boa mãe, ao pensar que também esta filha estaria condenada à mesquinha sorte do aleijão social, que se chama celibato.
(UFBA) Dentre as ideias focalizadas na obra, têm comprovação no texto as proposições:
(01) A narrativa apresenta censura à sociedade da época por não preparar devidamente a mulher para exercer o papel que lhe é reservado.
(02) O narrador põe a nu uma visão de mundo patriarcalista, no que tange aos papéis sociais atribuídos ao homem e à mulher.
(04) A vida que Seixas e sua família levavam obedecia às regras sociais que vigoravam na época.
(08) A existência de uma oposição entre a vida do lar e a realidade mundana está evidenciada no fragmento.
(16) Fernando Seixas é caracterizado como um ser humano de caráter e de sentimentos nobres, além de generoso com sua família.
(32) O casamento aparece como um contrato em que o dote da mulher e o prestígio social de sua família são pré-requisitos essenciais.
(64) O narrador mantém-se impessoal, seguindo os padrões narrativos então vigentes.
SOMA: 01 + 02 + 08 + 32= 43.
25.(UFMS) A propósito de Senhora, de José de Alencar, assinale a(s) proposição(ões) correta(s).
(001) O título das quatro partes do romance – “O preço”, “Quitação”, “Posse” e “Resgate” – já prenuncia que um dos eixos da narrativa é o tema do dinheiro.
(002) Paixões fulminantes, rejeição, vinganças e a vitória final do amor fazem da obra um exemplo do ultrarromantismo.
(004) O tempo histórico que a obra referencia remete ao quadro do estabelecimento do capitalismo urbano brasileiro.
(008) A linguagem do romance é menos laudatória e mais brasileira do que a utilizada até então pelos ficcionistas de nosso país.
(016) Na concepção das personagens, Aurélia surge como uma mulher dependente e fraca, socorrida por uma herança providencial, enquanto Seixas é o protótipo do empreendedor astucioso nas artimanhas financeiras.
SOMA: 005 (001+004)
26.(PUC-SP) A questão central, proposta no romance Senhora, de José de Alencar, é a do casamento. Considerando a obra como um todo, indique a alternativa que não condiz com o enredo do romance.
a) O casamento é apresentado como uma transação comercial e, por isso, o romance estrutura-se em quatro partes: preço, quitação, posse, resgate.
b) Aurélia Camargo, preferida por Fernando Seixas, compra-o e ele, contumaz caça-dote, sujeita-se ao constrangimento de uma união por interesse.
c) O casamento é só de fachada e a união não se consuma, visto que resulta de acordo no qual as aparências sociais devem ser mantidas.
d) A narrativa marca-se pelo choque entre o mundo do amor idealizado e o mundo da experiência degradante governado pelo dinheiro.
e) O romance gira em torno de intrigas amorosas, de desigualdade econômica, mas, com final feliz, porque, nele, o amor tudo vence.
27.(UFMG) “O vestido de Aurélia encheu a carruagem e submergiu o marido; o que lhe aparecia do semblante e do busto ficava inteiramente ofuscado […]. Ninguém o via…” ALENCAR, José de. Senhora. São Paulo: DCL, 2005. p. 96. (Grandes Nomes da Literatura)
Considerando-se o personagem referido – Fernando, o marido de Aurélia –, é CORRETO afirmar que a passagem transcrita contém a imagem
a) da anulação de sua individualidade, transformado que fora, como marido, em objeto ou mercadoria.
b) da sua tomada de consciência da futilidade da sociedade, que preza sobretudo a beleza física e a riqueza.
c) do ciúme exacerbado, ainda que secreto, que sente da esposa, por duvidar de que ela realmente o ame.
d) do orgulho que sente da beleza deslumbrante da esposa, ressaltada nessa ocasião por seus trajes luxuosos.
28.(UFMG) No romance Senhora, ocorrem choques entre “duas almas, que uma fatalidade prendera, para arrojá-las uma contra outra…” (ALENCAR, Senhora, p.131.)
Assinale a alternativa em que o par de ideias conflitantes NÃO se entrelaça, na narrativa, aos choques entre Aurélia e Seixas.
a) Amor idealizado X casamento por interesse
b) Condição modesta de vida X ostentação de riqueza
c) Contemplação religiosa X divertimento mundano
d) Qualidades morais elevadas X comportamentos aviltantes
29.”(…) é tempo de pôr termo a esta cruel mistificação, com que nos estamos escarnecendo mutuamente, senhor. Entremos na realidade por mais triste que ela seja; e resigne-se cada um ao que é, eu, uma mulher traída; o senhor, um homem vendido.
– Vendido! exclamou Seixas ferido dentro d’alma.
– Vendido sim: não tem outro nome (…) O senhor estava no mercado; comprei-o.”
O trecho citado pertence à obra de conhecido autor brasileiro. Em qual tipo de romance se enquadra a referida obra?
a) Romântico, de costumes, focaliza aspectos da sociedade do Rio de Janeiro.
b) Realista, versa sobre práticas da aristocracia.
c) Romântico, sertanista, aborda relações do Brasil rural.
d) Modernista, parodia a família do século XIX.
e) Realista, preocupado em retratar o adultério.
30.(UFMS/MS) Assinale a alternativa incorreta a respeito da ficção urbana de José de Alencar.
a) Os relatos oscilam entre a armação folhetinesca e a percepção da realidade brasileira.
b) No enredo de Senhora o sentimento amoroso sempre é mais forte que o interesse financeiro.
c) Romances como Senhora relacionam drama individual e organismo social.
d) As personagens frequentemente são donzelas e mancebos que participam das rodas da Corte.
e) Os romances fixam costumes e ações que definem uma forma de representar a cidade.
31. (FATEC) “Seixas aproximou-se do toucador, levado por indefinível impulso; e entrou a contemplar minuciosamente os objetos colocados em cima da mesa de mármore; lavores de marfim,vasos e grupos de porcelana fosca, taças de cristal lapidado, joias do mais apurado gosto.À proporção que se absorvia nesse exame, ia como ressurgindo à sua existência anterior, a que vivera até o momento do cataclismo que o submergira. Sentia-se renascer para esse fino e delicado materialismo, que tinha para seu espírito aristocrático tão poderosa sedução e tão meiga voluptuosidade.
Todos esses mimos da arte pareciam-lhe estranhos e despertavam nele ignotas emoções; tal era o abismo que o separava do recente passado. Era com uma sofreguidão pueril que os examinava um por um, não sabendo em qual se fixar. Fazia cintilar os brilhantes aos raios de luz; e aspirava a fragrância que se exalava dos frascos de perfume com um inefável prazer.
Nessa fútil ocupação demorou-se tempo esquecido. Porventura sua memória atraída pelas reminiscências que suscitavam objetos idênticos a esses, remontava o curso de sua existência, e descendo-o, depois o trazia àquela noite fatal em que se achava e à pungente realidade desse momento.
Recuou com um gesto de repulsão.” (José de Alencar, Senhora)
Considerando este trecho no contexto da obra a que pertence, é correto afirmar que, nele, a personagem Fernando Seixas:
a) rejeita os objetos que o cercam, porque deseja conquistar posição elevada em ambientes
b) dá-se conta de que aqueles objetos, que tanto valorizara, nesse momento eram a comprovação dos erros que praticara.
c) experimenta o fascínio por objetos luxuosos que não são seus e decide lutar para conseguir possuí-los.
d) sente renascer nele a revolta por não dispor de meios econômicos para possuir objetos
luxuosos.
e) relembra infantilmente sua existência anterior, quando podia usufruir do luxo que agora perdia, e lamenta sua situação atual.
32.(UEL) Sobre o romance Senhora, de José de Alencar, é correto afirmar:
a) Representando a chamada primeira geração romântica indianista, a obra tem como características mais relevantes a volta ao passado histórico, o medievalismo, a criação do herói nacional e a religiosidade.
b) Alguns ingredientes do Romantismo que podem ser apontados no romance Senhora são: personagens dominadas por instintos, preocupação com classes sociais marginalizadas e apresentação de uma condição biológica do mundo.
c) É evidente o paralelo temático entre Senhora e Inocência, romances de José de Alencar e Visconde de Taunay, respectivamente. Em ambos, o recurso à paisagem, à fauna e à flora destina-se a compor as personagens e serve para circunscrever a essência da prosa realista brasileira.
d) O livro Senhora origina-se das propostas nacionalistas do movimento romântico porque apresenta uma tendência à representação da cultura popular e propõe a volta às origens da nação brasileira.
e) Nesse romance os protagonistas mantêm um conflito ao longo da narrativa, revelando uma oposição entre o mundo do amor e o do dinheiro. Com isso, a obra traz marcas da sociedade burguesa brasileira em formação.
33.(UNEAL) A voz da moça tomara o timbre cristalino, eco da rispidez e aspereza do sentimento que lhe sublevava o seio, e que parecia ringir-lhe nos lábios c como aço.
— Aurélia! Que significa isto?
— Representamos uma comédia, na qual ambos desempenhamos o nosso papel com perícia consumada.
Podemos ter esse orgulho, que os melhores atores não nos excederiam. Mas é tempo de pôr termo a esta cruel mistificação, com que nos estamos escarnecendo mutuamente, senhor. Entretemos na realidade por mais triste que ela seja; e resigne-se cada um ao que é, eu, uma mulher traída; o senhor, um homem vendido.
— Vendido! Exclamou Seixas ferido dentro d’alma.
— Vendido sim; não tem outro nome. Sou rica, muito rica, sou milionária; precisava de um marido, traste indispensável às mulheres honestas. O senhor estava no mercado; comprei-o. Custou-me cem mil cruzeiros, foi barato; não se fez valer. Eu daria o dobro, o triplo, toda a minha riqueza por este momento.
Aurélia proferiu estas palavras desdobrando um papel no qual Seixas reconheceu a obrigação por ele passada ao Lemos. José de Alencar, Senhora
O texto acima está contido na primeira parte do romance Senhora, de José de Alencar. Sobre o trecho e sobre esse romance, analise os enunciados abaixo.
1) O livro se divide em quatro partes, sendo a primeira delas intitulada “O Preço”, de onde foi retirado o texto; nela, Aurélia revela a Fernando Seixas que o comprara pelo valor de um dote.
2) As partes intituladas “O Preço”, “Quitação”, “Posse’ e “”Resgate” remetem o leitor ao universo capitalista de mercado e compreendem, ao mesmo tempo, a história do romance, ao sugerir que as relações sociais são mediadas pelo valor de troca.
3) No texto, ao dizer a Seixas que os dois estão representando uma comédia, Aurélia demonstra sua lucidez por meio do sarcasmo: como todos no meio social, ela e o esposo representarão felicidade para os demais, apesar de não se sentirem felizes.
4) Embora analise as relações sociais sob uma perspectiva mais realista, o romance Senhora trai sua condição romântica, na medida em que, no desfecho, a protagonista esquece o passado em nome do verdadeiro amor.
Estão corretas:
a) 1 e 3 apenas         b) 2, 3 e 4 apenas          c) 3 e 4 apenas    d) 1, 2, 3 e 4   e) 1, 2 e 4 apenas
34.Sobre a obra de José de Alencar, SENHORA, assinale a alternativa FALSA:
a) Movida pelo despeito e vingança, apesar do amor que ainda sentia por Fernando, Aurélia, personagem central de SENHORA, resolve “comprar” o ex-noivo por cem contos de réis.
b) A despeito da contundente crítica à sociedade burguesa, SENHORA é uma obra tipicamente romântica, o que é visível sobretudo na caracterização idealizada do amor e da mulher.
c) O narrador de SENHORA explora habilmente o conflito básico entre o grande amor de Aurélia e a vergonhosa transação que põe Fernando à sua mercê.
d) Preocupado com a análise social e com o objetivo de criticar o materialismo e o conflito de classes na sociedade capitalista, Alencar exclui de SENHORA qualquer abordagem psicológica das personagens.
e) A dialética do bem e do mal na construção do enredo e das personagens de SENHORA ganha complexidade humanística, atingindo um refinamento que prenuncia a obra de Machado de Assis.
35.Assinale como VERDADEIRAS as afirmações corretas sobre o romance SENHORA, de José de Alencar, e como FALSAS as incorretas.
(     ) Fernando Seixas e Aurélia constituem o par romântico central, cuja relação é basicamente tensionada pelo ciúme.
(     ) Em pleno Império, os protagonistas do romance vivem um conflito tipicamente burguês: amor versus interesse.
(    ) Os títulos das partes desse romance prendem-se mais ao mundo das finanças que ao desenvolvimento de uma paixão.
(    ) Nessa obra, o autor busca retratar a sociedade urbana de seu tempo, o que implica alguns traços de cunho realista.
(    ) Se no início do romance havia certa equivalência nas posições sociais dos protagonistas, no desenvolver dele esse equilíbrio é rompido.
resposta:F V V V V
36.Em carta a uma amiga, o escritor José de Alencar fez o seguinte comentário acerca de seu romance “Senhora”:
“Fernando não é um homem vil. Tem a honestidade vulgar, com que a sociedade acomoda-se. O fato por ele praticado, no fundo não passa de um casamento de conveniência, coisa aceita e respeitada pelo mundo.
É em face do amor e de um amor romanesco e veemente como o de Aurélia que o fato assume as proporções de miserável transação. Mas nas explosões dessa mesma indignação não se está revelando a impetuosidade de uma paixão.”
Pensando no sentido geral desse romance de Alencar, percebe-se que o conflito essencial do livro representa-se na relação entre as seguintes expressões do trecho acima:
a) “homem vil” x “fato por ele praticado”.
b) “casamento de conveniência” x “amor romanesco e veemente”.
c) “amor romanesco e veemente” x “impetuosidade de uma paixão”.
d) “miserável transação” x “casamento de conveniência”.
e) “coisa aceita e respeitada pelo mundo” x “fato por ele praticado”.
37.Leia o trecho abaixo, extraído de um diálogo entre Fernando Seixas e Aurélia Camargo no último capítulo de“Senhora”, de José de Alencar, e assinale a(s) alternativa(s) que contém(êm) afirmações corretas.
“- Agora nossa conta, continuou Seixas desdobrando uma folha de papel. A senhora pagou-me cem contos de réis; oitenta em um cheque do Banco do Brasil que restituo intacto; e vinte em dinheiro recebido há 330 dias. Ao juro de 6% essa quantia lhe rendeu 1:084$710. Tenho portanto que entregar-lhe 21:084$710, além do cheque. Não é isso?”
(01) Esse trecho destoa do livro como um todo, já que sua linguagem tão claramente comercial não pode ser compatível com o amor que Fernando e Aurélia sentem desde que se conhecem e que prevalece no final.
(02) Num primeiro momento, Aurélia se comporta como Fernando, ou seja, encara a situação como o fechamento de um negócio e aceita calmamente o pagamento que lhe é oferecido.
(04) A última parte de “Senhora” se chama “Resgate”, não apenas porque nela Fernando resgata sua liberdade, através do pagamento que faz a Aurélia, mas também porque o amor verdadeiro que há entre eles é resgatado, e seu casamento pode ser consumado.
(08) Aurélia também resgata o amor de Fernando já que, quando mostra um testamento em que deixa tudo o que tem para ele, prova que o dinheiro não tem importância para ela.
(16) Fernando pôde pagar sua dívida porque, de um lado, mudou seu comportamento, voltou a trabalhar e passou a se preocupar menos com a sociedade; de outro lado, porque recebeu dinheiro de um investimento que havia feito anos antes.
(32) O final feliz de “Senhora” deve-se ao fato de que Fernando pagou os juros combinados por Lemos, tio de Aurélia, quando o contrato de casamento foi negociado.
Soma:02 + 04 + 08 + 16 = 30
38.Há de ser difícil que se encontre em todo o Rio de Janeiro outra moça que tenha sua educação. Lá mesmo, por Paris, de que tanto se fala, duvido que haja.
– Obrigada! É esta a sua franqueza, D. Firmina?
– Sim, senhora; a minha franqueza está em dizer a verdade, e não em escondê-la. Demais, isso é o que todos veem e repetem. Você toca piano como o Arnaud, canta como uma prima-dona, e conversa na sala com os deputados e os diplomatas, que eles ficam todos enfeitiçados. E como não há de ser assim? Quando você quer, Aurélia, fala que parece uma novela.
– Já vejo que a senhora não é nada lisonjeira. Está desmerecendo nos meus DOTES; acudiu a menina sublinhando a última palavra com um fino sorriso de ironia. Então não sabe, D. Firmina, que eu tenho um ESTILO DE OURO, o mais sublime de todos os estilos, a cuja eloquência arrebatadora não se resiste? As que falam como uma novela, em vil prosa, são essas moças românticas e pálidas que se andam evaporando em suspiros; eu falo como um poema: sou a poesia que brilha e deslumbra!
O diálogo anterior, nas paginas iniciais do romance SENHORA, de José de Alencar, é expressivo e bastante funcional para o desenvolvimento da narrativa, já que, nesse diálogo,
a) surpreende-se a ingenuidade de Aurélia, estando ela a imaginar que o amor se compatibiliza com o interesse – compatibilidade que se revelará impossível a partir de seu casamento com Fernando Seixas.
b) vê-se o quanto está o autor interessado em demonstrar a consciência irônica de Aurélia, consciência que ela manterá até o momento em que se sente sucumbir na paixão maior por Fernando Seixas, que a desposa sem amar.
c) revela-se a oposição entre o lúcido realismo da protagonista e o romantismo frágil que ela despreza nas donzelas da época – oposição que perdura por quase todo o romance, vencida apenas na conciliação final entre o amor e dignidade.
d) nota-se a ambiguidade maliciosa da fala de Aurélia, sempre a explorar o duplo sentido das palavras, afetando uma ironia que não é a sua, já que a protagonista em nada se distingue do modelo das heroínas da ficção da época.
e) delineia-se o caráter ambicioso de Aurélia, sempre disposta a exigir de seus pretendentes as condições de classe que viessem a lhe assegurar ainda mais vantajosa posição econômica e social.
39.Sobre o romance “Senhora”, de José de Alencar, é correto afirmar:
(01) Ambientado no Rio de Janeiro do Segundo Império, trata-se de caso de exceção na ficção do autor, uma vez que o restante de sua obra romanesca é dedicado à reelaboração das origens históricas do país ou à apresentação romântica de cenários regionais.
(02) Heroína romântica, Aurélia recusa-se a utilizar-se do dinheiro para alcançar seus objetivos, servindo como porta-voz direta das críticas do autor aos valores burgueses.
(04) Em sua trajetória ao longo da narrativa, Fernando passa por uma transformação que o redime de suas atitudes iniciais, oferecendo condições para um desfecho feliz ao lado de Aurélia.
(08) Escrito na forma de um relato de memórias da protagonista, o romance apresenta os fatos do enredo em ordem cronológica, iniciando-se a narrativa com as recordações da infância de Aurélia.
(16) Até o final do romance, o autor consegue sustentar a atenção dos leitores, ocultando habilmente as razões que levaram ao desentendimento entre os protagonistas.
(32) A escassez de detalhes descritivos e a incorporação de elementos da cultura popular são algumas das características fundamentais do estilo de Alencar, o que o opõe aos autores da geração literária que sucedeu à sua.
(64) A transação que resulta no vínculo entre Aurélia e Fernando acaba por permitir que outro casal, ligado por laços afetivos sinceros, mas dividido por razões econômicas, possa encontrar sua felicidade.
SOMA:04 + 64 = 68
40.(Mackenzie) Aurélia pousara a mão no ombro do marido (…), colocou-se diante de seu cavalheiro e entregou-lhe a cintura mimosa.
Era a primeira vez, e já tinham mais de seis meses de casados; era a primeira vez que o braço de Seixas enlaçava a cintura de Aurélia. Explica- se pois o estremecimento que ambos sofreram ao mútuo contato (…).
As senhoras não gostam da valsa, senão pelo prazer de sentirem-se arrebatadas no turbilhão. (…) Mas é justamente aí que o perigo está. Esse enlevo inocente da dança entrega a mulher palpitante, inebriada, às tentações do cavalheiro, delicado embora, mas homem, que ela sem querer está provocando com o casto requebro de seu talhe e traspassando com as tépidas emanações de seu corpo.
 No fragmento transcrito, de Senhora:
a)confronta-se a atitude feminina, atrevida, com a atitude masculina, sincera e respeitosa, traço de composição que justifica a inclusão da obra entre os romances realistas do autor.
b) O leitor é informado não só sobre a ação e as sensações das personagens, mas também escuta o que pensa uma delas acerca da prática da valsa.
c)A linguagem narrativa sofre a interferência do discurso dissertativo, com o qual o narrador, a partir de uma dada situação, tece comentários acerca do comportamento retratado.
d) Descreve-se um hábito da sociedade brasileira do século XIX, focalizado como típico de ambientes pouco refinados, afastados dos costumes da Corte.
e) A referência ao prazer do arrebatamento, ao requebro, às tépidas emanações do corpo e evidencia que o romance analisa as personagens segundo os princípios do Naturalismo.

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