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A formação dos contratos

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Considerações iniciais 
1. Proponente ou policitante: é aquele que faz a 
oferta. 
2. Oblato: é aquele a quem é direcionada a oferta. 
Quando o oblato aceita a oferta, será chamado de 
aceitante. 
 
 
A oferta 
 
Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, 
se o contrário não resultar dos termos dela, da 
natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso. 
 
Comentário: 
1. A proposta vincula o proponente. A obrigatoriedade 
da proposta consiste no ônus, imposto ao proponente, 
de mantê-la por certo tempo a partir de sua efetivação 
e de responder por suas consequências, por acarretar 
no oblato uma fundada expectativa de realização do 
negócio, levando-o muitas vezes, como já dito, a 
elaborar projetos, a efetuar gastos e despesas, a 
promover liquidação de negócios e cessação de 
atividade etc. 
2. Entretanto, a lei abre algumas exceções a essa regra, 
presente na segunda parte do artigo. A proposta obriga 
o proponente: 
• Se o contrário não resultar dos termos dela: 
muitas vezes a oferta possui cláusula expressa 
com dizeres como “proposta sujeita a 
confirmação” ou “não vale como proposta”. 
• Natureza do negócio: É o caso, por exemplo, 
das chamadas propostas abertas ao público, 
que se consideram limitadas ao estoque 
existente e encontram-se reguladas no art. 
429. 
• Circunstâncias do caso: não são circunstâncias 
quaisquer, são aquela mencionadas no art. 
428. 
 
Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta: 
I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi 
imediatamente aceita. Considera-se também presente 
a pessoa que contrata por telefone ou por meio de 
comunicação semelhante; 
II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido 
tempo suficiente para chegar a resposta ao 
conhecimento do proponente; 
III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida 
a resposta dentro do prazo dado; 
IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao 
conhecimento da outra parte a retratação do 
proponente. 
 
Comentário: 
I – Quando feita sem prazo a pessoa presente e não foi 
imediatamente aceita: Quando o solicitado responde 
que irá estudar a proposta feita por seu interlocutor, 
poderá este retirá-la. É “pegar ou largar, e se o oblato 
não responde logo, dando pronta aceitação, caduca a 
proposta. 
II – Se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver 
decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao 
conhecimento do proponente. 
III – Se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida 
a resposta dentro do prazo dado. 
IV – Se a retratação (desfazimento da proposta) chegar 
à outra parte antes (ou ao mesmo tempo) que a 
proposta. 
 
Art. 429. A oferta ao público equivale a proposta 
quando encerra os requisitos essenciais ao contrato, 
salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos 
usos. 
Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pela mesma 
via de sua divulgação, desde que ressalvada esta 
faculdade na oferta realizada. 
 
 
A aceitação 
1. Conceito: Aceitação é a concordância com os termos 
da proposta. É manifestação de vontade imprescindível 
para que se repute concluído o contrato, pois, somente 
quando o oblato se converte em aceitante e faz aderir 
a sua vontade à do proponente, a oferta se transforma 
em contrato. 
 
Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, 
restrições, ou modificações, importará nova proposta. 
 
Comentário: 
Como a proposta perde a força obrigatória depois de 
esgotado o prazo concedido pelo proponente, a 
posterior manifestação do solicitado ou oblato 
também não obriga o último, pois aceitação não temos 
e, sim, nova proposta. O mesmo se pode dizer quando 
este não aceita a oferta integralmente, introduzindo-
lhe restrições ou modificações. 
 
 
Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja 
costume a aceitação expressa, ou o proponente a tiver 
dispensado, reputar-se-á concluído o contrato, não 
chegando a tempo a recusa. 
 
Comentário: 
A aceitação pode ser expressa ou tácita. A primeira 
decorre de declaração do aceitante, manifestando a 
sua anuência; a segunda, de sua conduta, reveladora 
do consentimento. O art. 432 do Código Civil menciona 
duas hipóteses de aceitação tácita: 
• Quando “o negócio for daqueles em que não 
seja costume a aceitação expressa”: Se, por 
exemplo, um fornecedor costuma remeter os 
seus produtos a determinado comerciante, e 
este, sem confirmar os pedidos, efetua os 
pagamentos, instaura-se uma praxe comercial. 
Se o último, em dado momento, quiser 
interrompê-la, terá de avisar previamente o 
fornecedor, sob pena de ficar obrigado ao 
pagamento de nova remessa, nas mesmas 
bases das anteriores. 
• Quando “o proponente a tiver dispensado”: a 
hipótese do turista que remete um fax a 
determinado hotel, reservando acomodações, 
informando que a chegada se dará em tal data, 
se não receber aviso em contrário. Não 
chegando a tempo a negativa, reputar-se-á 
concluído o contrato. 
 
Hipótese de inexistência de força 
vinculante da aceitação 
1. Art. 430. Se a aceitação, embora expedida a tempo, 
por motivos imprevistos, chegar tarde ao 
conhecimento do proponente. Veja abaixo a 
literalidade do artigo 
 
Art. 430. Se a aceitação, por circunstância imprevista, 
chegar tarde ao conhecimento do proponente, este 
comunicá-lo-á imediatamente ao aceitante, sob pena 
de responder por perdas e danos. 
 
2. Art. 433. Se antes da aceitação, ou com ela, chegar 
ao proponente a retratação do aceitante. Abaixo a 
literalidade do artigo. 
 
Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes 
dela ou com ela chegar ao proponente a retratação do 
aceitante. 
 
Momento de conclusão do contrato 
1. Contratos entre presentes. Nesse caso a proposta 
deve estipular ou não prazo para aceitação. 
• Se o policitante NÃO estipulou prazo: a 
aceitação deve ser manifestada 
imediatamente sob pena de a oferta perder a 
força vinculativa. 
• Se o policitante estipulou prazo: a aceitação 
deverá operar-se dentro dele, sob pena de 
desvincular-se o proponente. 
 
2. Contratos entre ausentes. Quando o contrato é 
celebrado entre ausentes, por correspondência (carta, 
telegrama, fax, radiograma, e-mail etc.) ou 
intermediários, a resposta leva algum tempo para 
chegar ao conhecimento do proponente e passa por 
diversas fases. 
• Teoria da informação ou da cognição. O 
aperfeiçoamento do contrato se dá somente 
no instante em que o policitante abri-la. 
• Teoria da declaração ou da agnição. 
▪ Teoria da declaração propriamente dita: o 
instante da conclusão coincide com o da 
redação da correspondência epistolar. 
▪ Teoria da expedição, não basta a redação 
da resposta, sendo necessário que tenha 
sido expedida, isto é, saído do alcance e 
controle do oblato. 
▪ Teoria da recepção exige mais: que, além 
de escrita e expedida, a resposta tenha 
sido entregue ao destinatário. 
3. O Código Civil acolheu a teoria da expedição. Veja a 
literalidade do art. 434, abaixo: 
 
Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se 
perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto: 
I - no caso do artigo antecedente; 
II - se o proponente se houver comprometido a esperar 
resposta; 
III - se ela não chegar no prazo convencionado. 
 
 
Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar 
em que foi proposto. 
 
Comentário: O lugar da celebração tem relevância na 
apuração do foro competente. A obrigação resultante 
do contrato reputa-se constituída no lugar em que 
residir o proponente” (art. 9°, § 2, LINDB). Tal 
dispositivo aplica-se aos casos em que os contratantes 
residem em países diferentes.

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