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MÓDULO 3

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3.1 Por que classificamos as pesquisas?
O termo "classificar" significa agrupar, de acordo com características específicas.
Então, por que classificamos as pesquisas científicas?
Primeiramente, precisamos compreender que a classificação oportuniza uma melhor organização dos fatos e, como resultado, o seu entendimento. Assim, essa premissa também é importante para as pesquisas.  Com base em um sistema de classificação, é possível identificar semelhanças e diferenças entre as mais variadas modalidades de pesquisa. Por consequência, um pesquisador terá acesso a um conjunto de elementos que possibilitará a tomada de decisões sobre a sua aplicabilidade na solução dos problemas propostos para uma investigação (GIL, 2018).
As pesquisas se diferenciam entre si, a partir do enfoque dado pelos seus autores. Nesse sentido, existem diversos interesses, condições de realização, campos, metodologias, objetivos, objetos de estudo etc. (MARCONI; LAKATOS, 2018). Em decorrência desse cenário, a previsão e a provisão de recursos necessários (humanos, materiais e financeiros) são variadas. No entanto, quando um pesquisador rotula, ou seja, aplica um sistema de classificação em seu projeto de pesquisa, amplia-se a possibilidade de conferir maior racionalidade às etapas de execução. Por consequência, o estudo poderá ser desenvolvido em um menor período, com a utilização adequada e maximizada de recursos e com a obtenção de resultados mais satisfatórios (GIL, 2018).
No próximo tópico, vamos compreender 
as características de um sistema de classificação de pesquisas.
Referências
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
3.2 Como podemos classificar as pesquisas?
As características das pesquisas científicas variam de acordo a área de estudo e a forma de aplicação. Essa multiplicidade traz como consequência a dificuldade de estruturar um sistema simples e único de classificação, que aborde todas as variações que precisam ser consideradas (COOPER; SCHINDLER, 2016).
Embora as pesquisas possam ser classificadas de diferentes maneiras, é relevante definir, previamente, os critérios de classificação adotados (GIL, 2018). Neste curso, exploraremos o seguinte sistema de classificação (Figura 1):
Sistema de classificação das pesquisas: Finalidade, Área de conhecimento, Objetivos gerais, Abordagem metodológica, Métodos empregados, Dimensão de tempo
Figura 1: Sistema de classificação das pesquisas
O primeiro critério, proposto na Figura 1, trata-se da classificação segundo as finalidades da pesquisa. Lembre-se que ele já foi estudado no tópico 2.3 do Módulo 2.
Os demais critérios descritos na Figura 1 
serão detalhados nos próximos tópicos do curso.
Referências
COOPER, Donald R.; SCHINDLER, Pamela S. Métodos de pesquisa em administração. 12. ed. Porto Alegre:  AMGH, 2016.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
Fonte da Figura 1: elaboração própria.
3.2.1 Classificação segundo a área de conhecimento
Um dos critérios para a classificação das pesquisas está embasado nas áreas de conhecimento (GIL, 2018).
No Brasil, adota-se a categorização elaborada pelo. Essa instituição, criada em 1951 e vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, tem como principais atribuições fomentar a pesquisa científica, tecnológica e de inovação e promover a formação de recursos humanos qualificados para a pesquisa.
Conheça mais informações sobre o CNPq, por meio do conteúdo disponível no vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=CC5j37l8jNg&t=1s 
 descrição(transcrição) do vídeo
O valor do conhecimento transformando, inovando, inventando, reinventando o hoje e o amanhã. A pesquisa e a inteligência a favor de um mundo mais coletivo, que se apropria, utiliza e amplia o saber por uma sociedade cada vez mais autônoma, desenvolvida e justa. A pesquisa tecnológica e o fomento da ciência e da inovação. O domínio do código científico e tecnológico como parte essencial para a construção de um mundo cada vez mais profissional e socialmente sustentável. Há mais de 60 anos, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, o CNPQ, promove e apoia a geração e transferência de conhecimento. Em 1951, uma lei conhecida como a Lei Áurea da Pesquisa no Brasil, criou o CNPQ. Nascia ali, uma instituição que se tornaria referência para a promoção e ao estímulo do desenvolvimento da investigação científica e tecnológica no país e no exterior. Uma espécie de estado maior da ciência, da técnica e da indústria, conhecimento que gera desenvolvimento e inovação. Ultrapassa fronteiras e promove valores para a melhoria de riqueza e a formação de recursos humanos em áreas estratégicas para o país. Em parceria com instituições públicas e privadas nacionais e internacionais, o CNPq é líder na concessão de bolsas para a formação e a capacitação de recursos humanos, para a pesquisa nas diversas áreas do conhecimento. Fomenta projetos com financiamento parcial ou integral. Estimula o avanço do conhecimento e o desenvolvimento sustentável por meio de programas específicos. Ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, e com sede em Brasília, o CNPq é peça importante para a Política Nacional de Ciência e Tecnologia. Polo indutor de pesquisas e estudos em áreas estratégicas para o país, como a agricultura tropical, saúde, engenharia associada a prospecção de petróleo, parasitologia, dentre outras. Uma instituição que promove e mantém um amplo acervo de dados e informações. Material de excelência e fundamental para a difusão da Ciência, Tecnologia e Inovação. No mar, em terra firma, na floresta amazônica, analisando e estudando a fundo a biodiversidade, a fauna e a flora brasileira. Em arquipélagos e em ilhas oceânicas, no programa Antártico Brasileiro, dentro e fora do Brasil, na sua empresa, onde houver promoção do conhecimento e da pesquisa, o CNPq está presente disponibilizando programas desenvolvidos para o perfil de cada projeto. Preocupado com a aplicabilidade do saber e seu viés social, incentiva também estudos relacionados as questões de gênero. Na iniciação científica o CNPq desperta nos jovens seus talentos para a pesquisa com o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica, o PIBIC, uma oportunidade de aperfeiçoamento e ingresso na carreira acadêmica. No ensino médio e superior, em nível de graduação, pós-graduação e doutorado, as bolsas concedidas pelo CNPq, individualmente ou por cotas, são um estímulo na formação de recursos humanos altamente qualificados, ampliando o interesse pela ciência e o aumento crescente do número de cientistas. É o conhecimento conquistando mais e mais espaço no dia a dia de milhares de estudantes, professores e pesquisadores, que tem o esforço e a dedicação reconhecidos pela CNPq nos mais diversos setores. O CNPq é uma instituição que a cada dia cumpre o seu papel estratégico e prioritário de incentivo a pesquisa científica e tecnológica, comprometido com a inovação e a busca de soluções para as reais necessidades da sociedade. É o valor do saber investido em homens e mulheres altamente capacitados para que o Brasil seja cada vez mais reconhecido como país produtor do conhecimento e gerador de novas tecnologias aplicáveis no dia a dia.
O sistema de classificação proposto pelo CNPq é uma importante ferramenta para a definição de políticas de pesquisa e para a concessão de financiamentos (GIL, 2018). 
Inicialmente, as pesquisas são classificadas, pelo CNPq, em sete grandes áreas ou especialidades de conhecimento:
	Ciências Agrárias
	Ciências Biológicas
	Ciências da Saúde
	Ciências Exatas e da Terra
	Engenharias
	Ciências Humanas
	Ciências Sociais Aplicadas
	Linguística, Letras e Artes
As grandes áreas ou especialidades são subdivididas em áreas, que representam conjuntos de conhecimentos inter-relacionados, reunidos conforme a natureza dos objetos de investigação com vistasao ensino, pesquisa e aplicações práticas. Essas áreas, por sua vez, são subdivididas em subáreas, estruturadas em função dos objetos de estudo e dos procedimentos metodológicos. Finalmente, as subáreas são divididas em especialidades, que correspondem à caracterização temática das atividades de pesquisa e ensino (GIL, 2018).
Acesse aqui a tabela de áreas de conhecimento, que apresenta as subdivisões descritas anteriormente.
Vamos identificar, conforme a tabela proposta pelo CNPq, como ocorre esse processo de classificação e subdivisões, por meio do exemplo disponível da Figura 1:
 Ciências sociais aplicadas representa a Grande área; Administração representa a Subárea de acordo com a natureza dos objetos de investigação; Administração de Empresas representa a Subárea de acordo com os objetos de estudo e procedimentos metodológicos; Administração de Recursos Humanos representa a Subárea de acordo com a caracterização temática das atividades de pesquisa e ensino
Figura 1: Exemplo de classificação por área de conhecimento
Aproveite o exemplo apresentado na Figura 1 e busque na tabela de áreas de conhecimento do CNPq a classificação das pesquisas, de acordo com a sua área de interesse.
Referências
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
Fonte da Figura 1: elaboração própria, a partir das áreas de conhecimento do CNPq.
3.2.2 Classificação segundo os objetivos gerais
De acordo com os objetivos gerais, as pesquisas podem ser classificadas como exploratórias, descritivas e explicativas.
As pesquisas exploratórias visam a proporcionar maior familiaridade com o problema, para torná-lo mais explícito e/ou para construir hipóteses (GIL 2018). Geralmente, são desenvolvidas quando os dados sobre o tema, o problema ou o contexto de pesquisa são insuficientes ou pouco sistematizados.
Essa tipologia de pesquisa pode ser considerada, em muitas situações, a primeira fase de um processo de investigação mais longo, no qual o estudioso irá examinar um conjunto de fenômenos, buscando situações ainda desconhecidas e que possam embasar um estudo mais elaborado (WAZLAWICK, 2014). Em suma, a pesquisa exploratória, na maioria das situações, constitui uma etapa preliminar ou preparatória para outro tipo de pesquisa (ANDRADE, 2018). Por conseguinte, seu planejamento tende a ser flexível, para que se identifique os mais variados aspectos relacionados ao fenômeno estudado. Geralmente, o levantamento bibliográfico, as entrevistas com pessoas que tiveram experiência prática com o assunto e a análise de exemplos que estimulem a compreensão são as formas aplicadas para coletar os dados nesse tipo de pesquisa (GIL, 2018).
As pesquisas descritivas buscam obter dados consistentes sobre determinada realidade, sem a existência de inferência do pesquisador ou de tentativas de obter teorias que expliquem os fenômenos (WAZLAWICK, 2014). Portanto, os fatos são observados, registrados, analisados, classificados e interpretados, ou seja, estudados sem uma manipulação mais direta do pesquisador (ANDRADE, 2018).
Essa tipologia de investigação visa à descrição das características de determinada população ou fenômeno, além de possibilitar a identificação de possíveis relações entre variáveis (GIL, 2018). Também caracteriza-se pelo levantamento de dados e pela aplicação de questionários e entrevistas (WAZLAWICK, 2014). Alguns exemplos de pesquisas descritivas são (ANDRADE, 2018; GIL, 2018):
	a análise das características de um grupo, tais como a distribuição por idade, sexo, procedência, nível de escolaridade, estado de saúde física e mental etc.;
	o estudo do nível de atendimento dos órgãos públicos de uma comunidade, as condições de habitação de seus habitantes, o índice de criminalidade registrado etc.; 
	as pesquisas eleitorais que indicam a relação entre preferência político-partidária e nível de rendimentos ou de escolaridade; 
	pesquisas mercadológicas e comerciais, tais como aceitação de novas marcas, novos produtos ou embalagens;
	pesquisas de opinião, socioeconômicas e psicossociais.
As pesquisas explicativas visam a analisar os dados observados e identificar as suas causas ou explicações, os seja, os fatores que determinam esses dados (WAZLAWICK, 2014). Nesse sentido, o propósito geral é o estudo dos fenômenos privilegiando a avaliação das suas causas. As pesquisas explicativas são as que mais aprofundam o conhecimento da realidade, porque a sua finalidade é explicar a razão e o porquê das coisas (GIL, 2018). Portanto, são consideradas uma tipologia de pesquisa mais complexa (WAZLAWICK, 2014) e delicada, em decorrência do risco mais elevado de cometer erros (GIL, 2018).
Basicamente, o conhecimento científico é produzido a partir dos resultados dos estudos explicativos. No entanto, as pesquisas exploratórias e descritivas também são importantes, porque, geralmente, constituem as etapas prévias para que seja possível obter explicações científicas. Portanto, uma pesquisa explicativa pode ser uma continuação de outra descritiva, uma vez que a identificação dos fatores que determinam um fenômeno necessita que este esteja descrito e detalhado de forma adequada.
Acesse aqui um quadro comparativo com as características das pesquisas exploratórias, descritivas e explicativas.
Referências
ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico: elaboração de trabalhos na graduação. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
WAZLAWICK, Raul Sidnei. Metodologia de pesquisa para ciência da computação. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2014.
3.2.3 Classificação segundo a abordagem metodológica
De acordo com a abordagem metodológica e a natureza dos dados, as pesquisas podem ser classificadas como qualitativas, quantitativas ou mistas.
As pesquisas qualitativas caracterizam-se pelo uso de dados qualitativos, objetivando estudar a experiência das pessoas e ambientes sociais complexos, de acordo com a perspectiva dos próprios atores sociais (GIL, 2019). Nesse sentido, a pesquisa qualitativa abrange um conjunto de práticas interpretativas e materiais que permitem que um estudioso analise os fatos em seus contextos naturais e que entenda ou  interprete os fenômenos em termos dos sentidos que as pessoas lhe atribuem (DENZIN; LINCOLN, 2017). Além disso, nessa tipologia de pesquisa, a verdade não é comprovada de forma numérica ou estatística, mas a partir de uma análise detalhada, abrangente, consistente  e coerente dos fatos e significados sociais (MICHEL, 2015). A pesquisa qualitativa se estabelece como um método exploratório, que permite identificar variáveis que não podem ser  medidas facilmente ou elencadas com base em informações predeterminadas na literatura (CRESWELL, 2014).
Dentre as práticas vinculadas à pesquisa qualitativa, pode-se citar as notas de campo, entrevistas, conversas, fotografias, gravações e anotações pessoais (DENZIN; LINCOLN,  2017). Portanto, o pesquisador necessita, efetivamente, participar, compreender e interpretar os fenômenos pesquisados (MICHEL, 2015).
As pesquisas quantitativas caracterizam-se pelo uso de números e medidas estatísticas para a descrição de populações e fenômenos e a verificação da existência de relação entre variáveis (GIL, 2019). O enfoque quantitativo parte do pressuposto de que problemas, opiniões e informações serão entendidos mais claramente se traduzidos em números e, por conseguinte, quantificados (MICHEL, 2015). Nesse sentido, é possível, por meio da abordagem quantitativa,  mensurar as relações entre variáveis, em termos de associação ou causa e efeito, ou avaliar o resultado de algum sistema (ROESCH, 2013). Logo, na pesquisa quantitativa, o pesquisador  tem a possibilidade de descrever, explicar e predizer fenômenos (MICHEL, 2015).
Acesse aqui um quadro comparativo com as características das pesquisas quantitativas e qualitativas.
Além disso, assista ao vídeo que detalhada cada uma dessas abordagem.
https://www.youtube.com/watch?v=xfa7AdaJoQgdescrição(transcrição) do vídeo
Muita gente me pergunta o que é pesquisa qualitativa e pesquisa quantitativa. Essa dúvida é muito comum e hoje estou aqui neste vídeo para explicar quais são as diferenças entre a pesquisa quantitativa e a pesquisa qualitativa. Se você tem dúvidas sobre esse assunto, então vem comigo e não se esquece de assinar a lista de presença deixando o like.
Meu nome é Ivan Claudio Guedes e seja muito bem-vindo ao meu canal. Continuando a série de metodologia científica, em que eu apresento mais de 60 vídeos explicando passo a passo como fazer um TCC, agora eu vou tratar da pesquisa qualitativa e pesquisa quantitativa. Se você ainda não é inscrito no canal, não se esqueça de se inscrever e ativar as notificações para não perder nenhum vídeo. Agora, se você já for inscrito, seja muito bem vindo novamente, é um imenso prazer receber você aqui. Aliás, se você quer fazer parte da nossa turma de orientandos de TCC, clique no link logo abaixo e venha junto conosco, Professor Fábio Luiz e eu, teremos o maior prazer em orientar o seu TCC através do nosso programa exclusivo de orientação de TCC: TCC Agora Vai.
Muito bem, vamos ao assunto. Vou sugerir dois ótimos livros para você se aprofundar neste assunto: O método nas ciências naturais e sociais, a pesquisa quantitativa e qualitativa e Técnicas de pesquisa, de Marconi e Lakatos, sem dúvida estudando essas duas obras você fará uma excelente pesquisa. Quando vamos fazer uma pesquisa precisamos classificá-la, ou seja, inserir a nossa pesquisa em uma classificação. E dentro dessa classificação podemos colocá-la como qualitativa ou quantitativa. Marconi e Lakatos dizem o seguinte: classificar significa organizar ou ordenar uma série de dados em diferentes classes, em uma ou mais variáveis. Na classificação, um todo o universo (pessoas, coisas e acontecimentos) é dividido em partes, classes ou categorias: sexo, idade, nacionalidade, etc. Os dados são agrupados em categorias para serem analisados. Pessoas e coisas podem ser descritas em termos quantitativos ou qualitativos. Quantitativos: focalizados em termos de grandeza ou quantidade do fator presente em uma situação. Os caracteres possuem valores numéricos, isto é, são expressos em números. Exemplos: peso, tamanho, custo, produção, impressos, número de filhos e etc. Qualitativos: baseados na presença ou ausência de alguma qualidade ou característica, e também na classificação de tipos diferentes de dada propriedade. Exemplo: cor da pele, raça, nacionalidade, estado civil, profissão, sexo, e etc. As medidas quantitativas correspondem a pergunta quanto e as qualitativas a questão como. Os dois tipos são importantes na investigação e se constituem no corpo do trabalho. A pesquisa quantitativa é uma classificação que utiliza diferentes técnicas estatísticas para quantificar opiniões e informação para um determinado estudo. Nesse tipo de pesquisa os meios de coletas de dados são estruturados através de questionários de múltipla escolha, entrevistas individuais, levantamentos quantitativos como diferentes testes, experiências, e outros recursos que tenham perguntas claras e objetivas, ou qualquer procedimento que trate de levantamento de quantidades. Se você tiver alguma dúvida sobre como fazer questões para entrevistas quantitativas e qualitativas, presenciais ou online, eu vou deixar dois links logo aqui abaixo que vão ajudar muito você a fazer as suas entrevistas. As entrevistas ou os procedimentos de coleta de dados quantitativos devem ser aplicados com rigor para que se obtenha a confiabilidade necessária para os resultados. A utilização de pesquisas quantitativas tem como prioridade os resultados numéricos dos estudos propostos para avaliar os comportamentos e opiniões dos indivíduos de um determinado grupo de população. Esse tipo de pesquisa se baseia em questionários entrevista estruturada, para coletar opiniões e informações, que serão posteriormente agrupadas e analisadas de maneira estatística. Como a pesquisa quantitativa busca levantar dados sobre um determinado grupo ou determinada problemática, o que é o objeto de seu estudo, é importante que a pesquisa seja aplicada numa amostra que seja representativa para que seus resultados sejam válidos. Ou seja, um dos aspectos mais importantes para se desenvolver uma boa pesquisa quantitativa é definir a amostragem de pesquisa. Que seja representativa daquele grupo sobre o qual o estudo se baseia. Através da utilização de uma pesquisa quantitativa é possível mensurar e quantificar as respostas dos entrevistados e obter dados que vão confirmar ou contestar a hipótese inicial do seu trabalho acadêmico. E assim possibilitar que o trabalho possa chegar à resolução do seu problema de pesquisa.
Lembrando que na pesquisa quantitativa o pesquisador se limita apenas a descrição dos resultados coletados ignorando aspectos subjetivos que estejam relacionados as respostas dos entrevistados, uma vez que a interpretação e a análise dessas informações é tarefa da pesquisa qualitativa. Percebemos que a pesquisa quantitativa tem como objetivo compreender a dimensão estatística de determinada questão de estudo. Para isso você precisa agir apenas como observador, sem influenciar o conteúdo das informações que forem coletadas. Você pode utilizar formulários, questionários de múltiplas escolhas entrevistas individuais para coletas de dados. Pesquisas quantitativas permitem uma maior objetividade nas respostas. Por ter a intenção de coletar informações você deverá apresentar os resultados de modo esquematizado e direto, sem espaço para interpretações de natureza subjetiva. A organização e a apresentação dos dados levantados são construídas em planilhas e demonstradas em forma de diferentes gráficos. A escolha pelo uso da pesquisa quantitativa se inicia com a definição do problema de pesquisa. É na delimitação do seu problema de pesquisa que você vai gerar a necessidade de trabalhar com dados quantitativos, uma vez que a natureza do tema estudado vai indicar se haverá necessidade de coleta e análise de dados por meios estatísticos. E se o objeto de estudo demandar evidências quantificáveis para sua melhor compreensão. Então diante da problemática, você vai determinar que as técnicas de pesquisas a serem aplicadas sejam quantitativas. Com o problema de pesquisa, hipótese e objetivos definidos, o autor do trabalho, ou seja, você, já tem a clareza sobre quais dados tem para produzir o seu trabalho e quais dados você precisa coletar para completar as lacunas que as referências teóricas e outras fontes de pesquisa não preencheram. E é aí que começa o planejamento da pesquisa quantitativa e como será a sua aplicação.
O primeiro passo é selecionar a técnica de coleta de dados que serão utilizados, como questionários e entrevistas presenciais, por telefone, por e-mail, por aplicativos ou por formulários impressos, entre outras opções. Independentemente do modo de coleta de dados escolhidos. é importante ter em mente que é preciso fazer perguntas objetivas, curtas e claras, pois assim você evita confusões para quem vai responder a pesquisa. Além disso, a escolha da técnica de coleta ser aplicada também está relacionada com o próximo passo do planejamento da pesquisa, que é a seleção da amostra a ser pesquisada. Mais do que ajudar a definir a técnica de coleta empregada, a definição da amostra de pesquisa é um passo essencial para evitar que os resultados sejam parciais inválidos, pois ela deve ser de fato representativa do universo pesquisado. Por isso ela é muito importante para alcançar os objetivos de pesquisa e deve ser cuidadosamente escolhida. Após a aplicação da pesquisa e de posse dos dados coletados, chega-se a última etapa do trabalho, que é a apresentação dos resultados obtidos.
Eles serão compostos por números, dados, tabelas e gráficos, que vão mostrar o resultado de forma quantitativa. Muito bem, aqui fechamos a parte da pesquisa quantitativa. Mas e a qualitativa? Lembre-se que a pesquisa quantitativa responde à pergunta quanto e a qualitativa respondea como. A pesquisa qualitativa é um método de investigação científica que foca no caráter subjetivo do objeto analisado. Com a pesquisa qualitativa os entrevistados estão mais livres para apontar os seus pontos de vista sobre determinados assuntos que estejam relacionado com seu objeto de estudo. As respostas não são objetivas e o propósito não é contabilizar quantidades como resultados, mas sim conseguir compreender o comportamento de um determinado público-alvo. Normalmente as pesquisas qualitativas são feitas com número pequeno de entrevistados, e é feito quando o objetivo do estudo é entender o porquê de certas coisas, como por exemplo, sei lá, escolha de eleitores, percepção dos consumidores sobre um determinado produto, e por aí vai. É definida como um tipo de investigação voltada para os aspectos qualitativos de uma determinada questão. É preciso considerar a parte subjetiva do problema que é capaz de identificar e analisar os dados que não podem ser mensurados numericamente. Os resultados desse tipo de pesquisa não são apresentados através de recursos estatísticos. Os dados obtidos não são tabulados para obtenção de resultados, são apresentados através de relatórios que enfocam os pontos de vistas dos entrevistados. Além de entrevistas, você também pode dar um tratamento qualitativo às diferentes teorias que tratam sobre um determinado assunto. Quando você faz estudo de caso, uma pesquisa fenomenológica, ou considera o pressuposto do materialismo histórico dialético, você está trabalhando com uma pesquisa qualitativa. Se você tem dúvidas sobre esses assuntos, tudo isso estará disponível nos links aqui abaixo. E é claro, se você quer fazer parte do nosso time de orientando, o link também está nas descrições.
E como fazer uma pesquisa qualitativa? Vários formatos podem ser usados para coleta de dados nesta pesquisa, como por exemplo, questionários, entrevistas, pesquisas de opinião, observações diretas junto ao grupo estudado, estudos de casos de pessoas que pertencem ao grupo pesquisado, entre muitas outras formas de pesquisa e coletas de dados. A pesquisa qualitativa é uma forma de mensurar valorizando essencialmente o aspecto subjetivo, ou seja, ela é alvo de uma forte interpretação. Mas muito cuidado: não estamos falando de achismo e muito menos de olhômetro. Estamos falando de uma análise criteriosa, porém subjetiva e interpretativa, diante de algum fato ou fenômeno que seja investigado no seu trabalho. Eu vou listar cinco vantagens da pesquisa qualitativa. Possui caráter exploratório e induz a maior reflexão para análise dos resultados. Valoriza o aspecto emocional, intelectual e social do público-alvo, já que consideram opiniões, sentimentos, atitudes, comentários, aprendizagens. Por ser exploratória, auxilia no entendimento detalhado das informações. Permite a formulação de hipóteses antes da coleta de dados e possibilita a comparação destas após análise do material pesquisado. Possibilita maior contato com o público alvo e investigação do ambiente.
Ao contrário da pesquisa qualitativa, o objetivo da pesquisa quantitativa é obter como resultado índices numéricos que apontam preferências, comportamentos, e outras ações dos indivíduos que pertencem a um determinado grupo ou sociedade. O método quantitativo é o objetivo, pois segue modelos padronizados de investigação, como os questionários com respostas de múltipla escolha. As amostras recolhidas para participar da pesquisa quantitativa também costumam ser muito maiores do que pelo método qualitativo. No entanto, vale ressaltar que a pesquisa qualitativa não serve como substituição ao modelo quantitativo, mas sim como um importante complemento. A pesquisa qualitativa tem como finalidade conseguir dados voltados para compreender as atitudes, motivações e comportamentos de determinados grupos de pessoas dentro de um contexto de um tema ou de um problema. Outra diferença importante entre os dois modelos de investigação científica está no ponto de vista do pesquisador sobre a organização da pesquisa. Na quantitativa a opinião do pesquisador deve ser excluída. Na qualitativa a opinião do pesquisador pode estar integrada à pesquisa para testar a sua hipótese. Muitas vezes fazemos uso das duas pesquisas ao mesmo tempo, levantamos dados quantitativos sobre um determinado fenômeno, em seguida interpretamos esses dados, isso é muito comum nos TCC que oriento. Por exemplo, recentemente eu orientei um TCC sobre a função do Coordenador Pedagógico. Nós construímos um questionário eletrônico e divulgamos nas redes sociais. Nós tivemos um pouco mais de 100 respostas, que representam mais de 100 coordenadores pedagógicos, em 100 diferentes escolas, em vários lugares do Brasil. Esses questionários foram compilados, geramos gráficos estatísticos e interpretamos qualitativamente. Foi um ótimo trabalho de conclusão de curso, ficou assim simplesmente sensacional. Pena que não deu para dar 12, porque o limite era 10.
Muito bem. E você? Sua pesquisa se enquadra na pesquisa quantitativa ou qualitativa? Ou nas duas? Ficou alguma dúvida? Escreva nos comentários, é um imenso prazer conversar com você sobre pesquisa acadêmica. Lembre-se: se você quiser fazer parte da nossa turma de orientação, clique no link aqui abaixo e vem estudar comigo e com professor Fábio Gomes dentro do nosso programa de orientação: TCC Agora Vai. Um forte abraço e até o próximo.
Embora as abordagens qualitativas e quantitativas tenham características distintas, elas não são excludentes (MICHEL, 2015). Pelo contrário, elas são complementares. Um dado estatístico pode proporcionar maior robustez a uma análise qualitativa. Da mesma forma, uma análise qualitativa e crítica de um dado pode auxiliar na confiabilidade dos resultados estatísticos obtidos (MICHEL, 2015). Como exemplo, pode-se citar u ma pesquisa qualitativa precedendo a fase de desenvolvimento de um questionário ou de testagem das hipóteses em um estudo (ROESCH, 2013).
As pesquisas que aplicam tanto procedimentos quantitativos quanto qualitativos são chamadas de pesquisas de métodos mistos (GIL, 2019) .
Referências
CRESWELL, John W. Investigação qualitativa e projeto de pesquisa: escolhendo entre Cinco Abordagens. 3. ed. Porto Alegre: Penso, 2014.
DENZIN, Norman K.; LINCOLN, Yvonna. S. The Sage Handbook of Qualitative Research. 5. ed. London: Sage, 2017.
GIL, Antonio Carlos.  Métodos e técnicas de pesquisa social. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2019. 
MICHEL, Maria Helena. Metodologia e pesquisa científica em ciências sociais. 3. ed., São  Paulo: Atlas, 2015.
ROESCH, Sylvia Maria Azevedo. Projetos de estágio e de pesquisa em administração: guia para estágios, trabalhos de conclusão, dissertações e estudos de caso. 3.ed. São  Paulo: Atlas, 2013.
3.2.4 Classificação segundo os métodos empregados
A avaliação da qualidade dos resultados de uma pesquisa depende da identificação de como os dados foram obtidos, analisados e interpretados. Considerando que os ambientes em que ocorre a pesquisa são diversificados e que essa multiplicidade também ocorre em relação aos métodos e técnicas utilizadas para coleta e análise dos dados, torna-se difícil estabelecer um sistema de classificação que contemple todos esses elementos (GIL, 2018). 
Uma possibilidade de aplicação de critério de classificação, nesse contexto, é analisar o delineamento da pesquisa (GIL, 2018). O delineamento estabelece a estrutura conceitual na qual o estudo é conduzido, determinando os parâmetros para a coleta, mensuração e análise dos dados, além do planejamento e da operacionalização geral da investigação (KOTHARI, 2004). Espera-se, a partir do delineamento e da concepção da pesquisa, obter as informações e os procedimentos necessários para resolver o problema proposto (MALHOTRA, 2019).
Podemos verificar os mais variados delineamentos de pesquisa, não sendo possível criar um sistema que contemple essa multiplicidade. Tendo isso em vista, neste curso, vamos adotar o sistema e as definições propostas por Gil (2018), que estabeleceu uma sistemática baseada no ambientede pesquisa, na abordagem teórica e nas técnicas de coleta e análise de dados.
Nos próximos tópicos, vamos conhecer 
os tipos de pesquisa segundo os métodos empregados.
Referências
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
KOTHARI, Chakravanti Rajagopalachari. Research methodology: methods and techniques. 2. ed. New Delhi: New Age International, 2004.
MALHOTRA, Naresh K. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. 7. ed. Porto Alegre: Bookman, 2019.
3.2.4.1 Pesquisa bibliográfica e documental
Pesquisa bibliográfica: é desenvolvida a partir de materiais já publicados, impressos ou não, tais como livros, revistas, jornais, teses, dissertações, anais de eventos e artigos científicos. A partir dessa tipologia de pesquisa, é possível fornecer a fundamentação teórica para uma investigação, identificar o estágio atual de determinado conhecimento, analisar os diversos posicionamentos sobre determinado assunto e acessar informações sobre uma gama ampla de fenômenos. No entanto, um pesquisador deve observar criteriosamente os materiais utilizados em uma investigação bibliográfica, atentando para as condições de coleta e análise dos dados e possíveis incoerências ou contradições dos estudos utilizados.
Algumas fontes de materiais para a realização de pesquisas bibliográficas são o Catálogo de Teses e Dissertações e o Portal de Periódicos, ambos gerenciados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). 
Pesquisa documental: assim como a pesquisa bibliográfica, também se utiliza de dados já existentes. No entanto, a principal diferença está na natureza das fontes. Na pesquisa documental, ocorre uma multiplicidade em relação à utilização de documentos, valendo-se de fontes elaboradas com finalidades diversas, tais como documentos institucionais, de empresas, órgãos públicos e outras organizações; documentos pessoais, como cartas e diários; material elaborado para fins de divulgação, como fôlderes , catálogos e convites; documentos jurídicos, como certidões, escrituras, testamentos e inventários; documentos iconográficos, como fotografias, quadros e imagens; e registros estatísticos. 
Como parâmetros, as fontes documentais são baseadas em materiais internos às organizações e as fontes bibliográficas são obtidas em bibliotecas ou bases de dados.
Referências
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
3.2.4.2 Pesquisa experimental
Pesquisa experimental: nessa tipologia, o pesquisador determina um objeto de estudo, seleciona as variáveis capazes de influenciá-lo e define as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto. Logo, o pesquisador atua ativamente, em detrimento de uma observação passiva. No modelo tradicional de pesquisa experimental, o pesquisador manipula, no mínimo, um fator  que julgue responsável pela ocorrência do fenômeno que está sendo estudado.
O vídeo apresentado na sequência detalha e exemplifica a pesquisa experimental:
https://www.youtube.com/watch?v=b36J1l2_w1M 
 descrição(transcrição) do vídeo
Vamos conversar agora sobre os tipos de estudos epidemiológicos. Epidemiologia se dividem os estudos em Experimentais e Observacionais. Estes, observacionais, por sua vez, se dividem em Descritivos ou Analíticos.
Muito bem. Nós vamos conversar um pouquinho, agora inicialmente, sobre os estudos experimentais. O próprio nome já tá dizendo, pressupõe-se um experimento, uma experimentação. São estudos em que o pesquisador intervém ao obter maior controle das variáveis em questão, em estudo. Esses estudos normalmente são chamados de padrão ouro, os estudos com maior credibilidade, maior confiabilidade, porque sem bem feitos, evidentemente, são estudos que tem um maior controle das associações investigadas. São, normalmente, os estudos para novas drogas, investigação etiológica de doenças e avanços com novos medicações, e etc. Esses estudos são normalmente feitos em laboratórios, inicialmente, os ensaios clínicos randomizados, o estudo, de novo, padrão ouro, em epidemiologia, e eventualmente as intervenções comunitárias quando se avança nos resultados. Há uma série de observações a serem feitas para que o delineamento epidemiológico de um estudo experimental seja bem feito. Existem basicamente três condições a serem observadas e obedecidas por um ensaio clínico randomizado. Por exemplo, você tem que ter a comparabilidade da população. Depois de selecionar uma população específica que participará do estudo essa população deverá ser randomizada, ou seja, o pesquisador não pode escolher quais os pacientes que participarão de um grupo A ou B, um grupo teste ou um grupo controle. Então isso é preciso ser observado. Você tem que alocar aleatoriamente ou randomizar as pessoas que participarão dos diferentes grupos que estão sendo estudados, isso é feito mediante sorteio. Evita-se o viés de seleção, a manipulação dos resultados, porque o pesquisador não escolhe as pessoas que participam deste ou daquele grupo.
A segunda condição de estudo a ser observada é a questão de comparabilidade de tratamento, que normalmente se usa a partir da criação de um placebo. Todos sabem, placebo é uma espécie de "medicamento" sem alguma medicação que vai ser testada, para evitar a indução emocional do paciente para imaginar que está participando de um estudo e saber que está tomando ou não medicação, poderia alterar os seus resultados. O terceiro tópico de comparação que se usa é a questão da avaliação, e ela então se dá a partir do que se chama de cegueira. Chama-se de estudo cego aquele que os pacientes não sabem de que grupo participam, ou seja, por exemplo, não sabem que tipo de medicamento estarão tomando. E o estudo também é chamado de duplo cego quando o profissional que vai avaliar a condição do paciente também não sabe de que grupo provém esse paciente, se ele toma a medicação A ou B ou C, ou controle ou apenas o placebo.
Então essas três condições básicas são extremamente importantes que sejam observadas para o andamento de um bom ensaio clínico randomizado, ou seja, de um bom estudo experimental. Basicamente os estudos experimentais tem uma lógica, e é importante ressaltar que eles são prospectivos, ou seja, o pesquisador começa um estudo e vai acompanhar no tempo, no futuro, o que virá a acontecer. E existem várias situações, como, por exemplo, você a partir de uma população específica faz a alocação aleatória, randomização dos pacientes em dois grupos, por exemplo o grupo teste e o grupo controle. O grupo teste onde vai ser avaliada uma determinada medicação, o grupo controle que pode ser um placebo, ou eventualmente não há um grupo controle e há dois grupos testes para, a partir daí, num período de acompanhamento definido pelo estudo, se observar se o paciente melhora de uma determinada condição ou adoece, conforme o objetivo do estudo. E esse estudo tem adaptações. Você pode, por exemplo, criar mais de um grupo. Você não precisa comparar só o grupo A e o grupo B. Você pode ter vários grupos de comparação, por exemplo, testar diferentes analgésicos, condutas de analgesia para uma determinada condição, você pode ter 5, 6, 7, 8 grupos diferentes para compará-los.
No final do estudo, depois do período de acompanhamento definido, se vai calcular então algumas medidas de doença que nós vamos ter em outra aula o aprendizado de suas interpretações, mas basicamente você vai ter a incidência da melhora, ou a incidência da cura, ou a incidência do adoecimento em cada grupo, para posteriormente poder compará-los a partir de uma medida de risco que vai se chamar o risco relativo. Então basicamente esse é o delineamento experimental e, como exemplo, trouxemos aqui os ensaios clínicos randomizados que, como eu disse, são o padrão ouro dos estudos epidemiológicos.
Referências
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
3.2.4.3 Ensaio clínico, estudo de coorte e caso-controle
Ensaio clínico: nessa tipologia, adotadano campo da saúde, o investigador aplica um tratamento (intervenção) e observa os efeitos. Seu objetivo principal é responder questões relacionadas à eficácia de novas drogas ou tratamentos, caracterizando-se como estudos experimentais ou quase-experimentais. 
Veja mais informações sobre os ensaios clínicos, por meio do conteúdo disponível no vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=lCUCvIg3OCY 
descrição(transcrição) do vídeo
Receber a notícia de um diagnóstico de câncer é sempre um momento difícil. O paciente começa uma busca por informações na tentativa de solucionar suas diversas dúvidas. Quais são os tipos de tratamentos disponíveis? Novos medicamentos estão sendo estudados? Posso ter acesso a eles?
Cientistas e médicos estão constantemente procurando desenvolver tratamentos inovadores mais eficientes e menos tóxicos para melhorar o prognóstico e a qualidade de vida dos pacientes. Todos esses tratamentos passam por estudos clínicos. Mas, você sabe o que são estudos clínicos? Também chamados de ensaios clínicos ou pesquisas clínicas, eles são realizados em ambiente hospitalar ou em clínica. Estes estudos consistem na investigação cuidadosamente supervisionada por médicos e profissionais da saúde, feitas em seres humanos, e tem por objetivo avaliar os efeitos de novos medicamentos para qualquer tipo de doença, como o câncer, por exemplo.
Com eles é possível garantir a segurança e a eficácia necessárias às terapias utilizadas no Brasil. Como são feitos os estudos clínicos? De acordo com a Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, órgão responsável por aprovar todos os estudos clínicos realizados no país, é preciso que essas pesquisas passem por cinco fases, até que realmente sejam liberadas para uso.
Fase pré-clínica: é a aplicação de uma nova molécula em animais, após identificada em experimentações laboratoriais como um potencial terapêutico. Esta fase acontece antes da aplicação da droga em seres humanos.
Fase um: primeiro estudo em seres humanos feito com pequenos grupos de voluntários, cerca de 10 a 30 indivíduos participam desta fase. Aqui a finalidade é estabelecer a evolução preliminar da segurança e do perfil farmacêutico do novo medicamento.
Fase dois: estudo terapêutico piloto. Eles visam demonstrar a efetividade do medicamento para determinada doença e estabelecer a segurança e toxicidade de seu princípio ativo a curto prazo em um grupo de pacientes de 70 a 100 indivíduos.
Fase três: nesta fase o novo tratamento é comparado com o tratamento padrão existente. Os estudos são realizados em grandes e variados grupos entre 100 e 1000 pacientes. Geralmente os estudos desta fase são randomizados, isto é, os pacientes são divididos em dois grupos. O grupo controle recebe o tratamento padrão e o grupo investigacional recebe a nova medicação, para determinar os resultados do risco e dos benefícios a longo prazo e o seu valor terapêutico em determinada doença.
Fase quatro: são realizados estudos para se confirmar que os resultados obtidos na fase anterior, fase três, são aplicáveis em uma grande parte da população doente. Mesmo com a aprovação do medicamento pela Anvisa, a análise do produto continua para assim estabelecer o valor terapêutico e o surgimento de novas reações.
A pesquisa clínica é indicada para o paciente? Para decidir se a pesquisa clínica é uma alternativa para o tratamento do paciente é importante que o paciente converse com o médico, para assim obter todas as informações necessárias. É importante que o paciente conheça as possibilidades, riscos e benefícios deste ensaio, principalmente sobre qualquer potencial de efeito colateral.
Qual é a diferença do tratamento que será estudado e do tratamento padrão que já existe no mercado? O tipo e a frequência de todos os exames que serão feitos antes, durante e após o ensaio. A duração do ensaio, onde o ensaio será realizado, a forma como ensaio afetará a sua rotina diária. Benefícios e riscos das pesquisas clínicas. Se o paciente decidir participar da pesquisa clínica, ele terá direitos e proteções e deverá ser tratado com respeito e cuidado. Dentre os direitos estão privacidade. As informações pessoais do paciente não podem ser divulgadas sem autorização prévia do mesmo. Esclarecimento: o paciente deve ser informado sobre todos os procedimentos e suas dúvidas devem ser esclarecidas sempre que precisar. Informação. Ele deve ser informado do andamento do estudo e também do resultado. Autonomia. Seu modo de pensar, crenças e costumes, devem ser respeitadas durante o estudo. Recusa inócua. Se o paciente decidir não participar do estudo ele não será prejudicado por isso. Desistência: se desejar, o paciente pode sair do estudo a qualquer momento. Ressarcimento. Não deve haver despesas pessoais para o participante de pesquisa em qualquer fase do estudo, incluindo exames, consultas e transporte para realizar as mesmas. Acesso ao investigador e ao CEP, Comitê de Ética e Pesquisa. O paciente deve saber quem é o investigador e qual é o CEP responsável pela avaliação do estudo. Salvaguarda de integridade. A saúde do paciente vem em primeiro lugar, nenhum estudo clínico deve prejudicar o participante da pesquisa. O paciente possui, além de tudo, benefícios ao participar da pesquisa clínica. Ser monitorado de perto pelo seu médico, ter maior frequência de consultas, ser o primeiro a se beneficiar de um novo tratamento caso ele seja eficiente, ter a oportunidade de contribuir de forma valiosa para a pesquisa que pode mudar o tratamento do câncer no Brasil.
Já os possíveis riscos são: todos os tratamentos têm efeitos colaterais e o novo tratamento pode apresentar efeitos que os médicos desconheciam. O novo tratamento pode não ser tão eficaz quanto o tratamento padrão ou pode não ser eficaz. O novo tratamento pode não funcionar, mesmo que tenha funcionado para outras pessoas. O paciente pode ter que passar por consultas médicas ou testes extras. Como participar de um estudo clínico. Cada estudo tem dois critérios; critério de inclusão determina se uma pessoa pode participar da pesquisa de acordo com a idade, sexo e tipo específico de câncer; critério de exclusão impede que o paciente participe do estudo a depender das condições médicas do indivíduo e dos medicamentos anteriores que possam ter sido usados para o tratamento do Câncer.
Se você é paciente e quer participar de alguma pesquisa clínica ou saber quais são os estudos em andamento, entre em contato com a Abrale. Estamos de olho. Enquanto nos Estados Unidos e nos países europeus o processo de aprovação para que se inicie uma pesquisa clínica demora cerca de 60 dias, no Brasil o período se estende por muitos meses. Um prazo muito longo para quem depende de um novo medicamento. A Abrale, com o apoio do todos juntos contra o câncer, atua junto com os órgãos responsáveis para que essa situação mude. Acreditamos que a valorização de pesquisas no país ajudará o Sistema Nacional de Saúde e ampliará a qualidade do tratamento disponível a toda a população brasileira.
Estudo de coorte: muito utilizado na pesquisa nas ciências da saúde, essa tipologia de estudo observacional refere-se a um grupo de pessoas que têm uma ou várias características comuns, formando uma amostra a ser acompanhada por determinado período de tempo, com o objetivo de se observar e analisar os acontecimentos. Nesse sentido, os estudos de coorte podem ser  prospectivos ou retrospectivos. 
Veja uma explicação mais detalhada sobre essa tipologia de estudo no seguinte vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=b36J1l2_w1M
descrição(transcrição) do vídeo
Vamos conversar agora sobre os tipos de estudos epidemiológicos. Epidemiologia se dividem os estudos em Experimentais e Observacionais. Estes, observacionais, por sua vez, se dividem em Descritivos ou Analíticos.
Muito bem. Nós vamos conversar um pouquinho, agora inicialmente, sobre os estudos experimentais. O próprio nome já tá dizendo, pressupõe-se um experimento, uma experimentação. São estudos em que o pesquisador intervém ao obter maior controle das variáveisem questão, em estudo. Esses estudos normalmente são chamados de padrão ouro, os estudos com maior credibilidade, maior confiabilidade, porque sem bem feitos, evidentemente, são estudos que tem um maior controle das associações investigadas. São, normalmente, os estudos para novas drogas, investigação etiológica de doenças e avanços com novos medicações, e etc. Esses estudos são normalmente feitos em laboratórios, inicialmente, os ensaios clínicos randomizados, o estudo, de novo, padrão ouro, em epidemiologia, e eventualmente as intervenções comunitárias quando se avança nos resultados. Há uma série de observações a serem feitas para que o delineamento epidemiológico de um estudo experimental seja bem feito. Existem basicamente três condições a serem observadas e obedecidas por um ensaio clínico randomizado. Por exemplo, você tem que ter a comparabilidade da população. Depois de selecionar uma população específica que participará do estudo essa população deverá ser randomizada, ou seja, o pesquisador não pode escolher quais os pacientes que participarão de um grupo A ou B, um grupo teste ou um grupo controle. Então isso é preciso ser observado. Você tem que alocar aleatoriamente ou randomizar as pessoas que participarão dos diferentes grupos que estão sendo estudados, isso é feito mediante sorteio. Evita-se o viés de seleção, a manipulação dos resultados, porque o pesquisador não escolhe as pessoas que participam deste ou daquele grupo.
A segunda condição de estudo a ser observada é a questão de comparabilidade de tratamento, que normalmente se usa a partir da criação de um placebo. Todos sabem, placebo é uma espécie de "medicamento" sem alguma medicação que vai ser testada, para evitar a indução emocional do paciente para imaginar que está participando de um estudo e saber que está tomando ou não medicação, poderia alterar os seus resultados. O terceiro tópico de comparação que se usa é a questão da avaliação, e ela então se dá a partir do que se chama de cegueira. Chama-se de estudo cego aquele que os pacientes não sabem de que grupo participam, ou seja, por exemplo, não sabem que tipo de medicamento estarão tomando. E o estudo também é chamado de duplo cego quando o profissional que vai avaliar a condição do paciente também não sabe de que grupo provém esse paciente, se ele toma a medicação A ou B ou C, ou controle ou apenas o placebo.
Então essas três condições básicas são extremamente importantes que sejam observadas para o andamento de um bom ensaio clínico randomizado, ou seja, de um bom estudo experimental. Basicamente os estudos experimentais tem uma lógica, e é importante ressaltar que eles são prospectivos, ou seja, o pesquisador começa um estudo e vai acompanhar no tempo, no futuro, o que virá a acontecer. E existem várias situações, como, por exemplo, você a partir de uma população específica faz a alocação aleatória, randomização dos pacientes em dois grupos, por exemplo o grupo teste e o grupo controle. O grupo teste onde vai ser avaliada uma determinada medicação, o grupo controle que pode ser um placebo, ou eventualmente não há um grupo controle e há dois grupos testes para, a partir daí, num período de acompanhamento definido pelo estudo, se observar se o paciente melhora de uma determinada condição ou adoece, conforme o objetivo do estudo. E esse estudo tem adaptações. Você pode, por exemplo, criar mais de um grupo. Você não precisa comparar só o grupo A e o grupo B. Você pode ter vários grupos de comparação, por exemplo, testar diferentes analgésicos, condutas de analgesia para uma determinada condição, você pode ter 5, 6, 7, 8 grupos diferentes para compará-los.
No final do estudo, depois do período de acompanhamento definido, se vai calcular então algumas medidas de doença que nós vamos ter em outra aula o aprendizado de suas interpretações, mas basicamente você vai ter a incidência da melhora, ou a incidência da cura, ou a incidência do adoecimento em cada grupo, para posteriormente poder compará-los a partir de uma medida de risco que vai se chamar o risco relativo. Então basicamente esse é o delineamento experimental e, como exemplo, trouxemos aqui os ensaios clínicos randomizados que, como eu disse, são o padrão ouro dos estudos epidemiológicos.
Estudo caso-controle: muito utilizado nas ciências da saúde, essa tipologia refere-se aos estudos que objetivam identificar situações que se desenvolveram naturalmente e atuar sobre elas, como se estivessem submetidas a controles. Os estudos de caso-controle se diferenciam dos estudos de coorte e dos ensaios clínicos, pois são retrospectivos, ou seja, partem de um consequente (uma doença, por exemplo) para o antecedente (fator de risco).
Assista ao vídeo apresentado na sequência. Ele traz um exemplo de estudo de caso-controle.
https://www.youtube.com/watch?v=IohHJTeypqg
descrição(transcrição) do vídeo
Com este aumento de casos de microcefalia e uma forte suspeita de que fosse causado pelo vírus zika, a primeira medida adotada foi a investigação dos casos. E também a estruturação de estudos que pudessem observar mulheres que tiveram crianças com microcefalia, as próprias crianças, e mulheres que tiveram crianças sem microcefalia para que se pudesse comparar estes dois grupos para saber se houve algum outro fator envolvido que possa explicar esse aumento da microcefalia além da infecção pelo vírus zika.
Em toda epidemia o primeiro estudo e o que dá resposta mais rápida são estudos de caso controle, onde você assume um grupo de crianças que tem aquele, microcefalia, ou aquele evento, ou aquela característica, versus crianças que não tem aquela característica. E aí você testa para diferentes fatores, você testa laboratorialmente para vírus conhecidos e vírus novos que foram introduzidos naquela comunidade.
A organização está intimamente envolvida no desenvolvimento, planejamento e desenho do estudo caso-controle do Grupo MERG, localizado no Instituto Aggeu Magalhães de Pernambuco. Não apenas do ponto de vista da canalização de recursos para pesquisas, mas também de apoio técnico e metodológico. O escritório do país e o escritório regional participaram das discussões com os pesquisadores para desenhar o melhor estudo possível, que pudesse responder melhor às perguntas que temos agora sobre o vírus zika.
A OPAS acompanha ativamente todo este processo de estudo, de definição, de conduta, de elaboração de normas, de pautas e recomendações técnicas. De fato, a OPAS emitiu recomendações a todos os países da América em relação aos serviços de atendimento pré-natal, pós-natal, dos casos afetados por microcefalia, que incluem desde a estimulação precoce até também o tipo de teste e acompanhamento que devem receber. Olha, no momento 50 crianças, em suas respectivas mães, entre casos e controles. O tamanho final da amostra para receber todas as questões são de 200 casos e 400 controles. Uma vez que tenhamos esse tipo de evidência, podemos ter um impacto significativo na resposta. Por um lado, vamos conhecer mais sobre quais os fatores de risco, de forma que vamos poder aplicar as medidas preventivas eficazes para evitar essa síndrome. Também os estudos de coorte vão nos indicar como é a evolução neurológica e o desenvolvimento dos recém nascidos. E vamos poder ajustar melhor as medidas terapêuticas, o estímulo ao desenvolvimento para minimizar as consequências dessas síndromes nos bebês.
Então eu acho que, nesse momento, tanto a Organização Panamericana de Saúde, mas como a Organização Mundial da Saúde, com esse alerta às nações faz disso uma sinalização importante para que a gente possa somar esses esforços e ter, não só uma possibilidade de ter respostas um pouco mais rápidas, respostas do ponto de vista científico, mas que se traduzam em ações de prevenção e ações de combate a essa situação que é uma situação epidêmica.
Referências
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
3.2.4.4 Levantamento
Levantamento: muito utilizado nas ciências sociais, caracteriza-se pela interrogação diretadas pessoas cujo comportamento se pretende conhecer. Portanto, é útil para estudos que buscam identificar opiniões e atitudes dos indivíduos. Após a coleta dos dados, que ocorre, geralmente, pela aplicação de questionários, realiza-se uma análise quantitativa.
Veja dois exemplos de artigos científicos, na área de Ciências Sociais Aplicadas, que utilizaram a pesquisa por levantamento:
Exemplo 1
Exemplo 2
Referências
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
3.2.4.5 Estudo de caso
Estudo de caso: refere-se ao estudo profundo e exaustivo de um ou poucos casos, com o objetivo de conhecê-los de maneira ampla e detalhada. São muito utilizados em pesquisas relacionadas às ciências sociais, com alguns propósitos, tais como explorar situações da vida real, nas quais os limites não estão claramente definidos; preservar o caráter único do objeto estudado; descrever a situação do contexto no qual está sendo desenvolvida a investigação; formular hipóteses; desenvolver teorias; e explicar as variáveis causais de determinado fenômeno em situações complexas.
Veja dois exemplos de artigos científicos, na área de Ciências Sociais Aplicadas, que foram desenvolvidos a partir de estudos de caso:
Exemplo 1
Exemplo 2
Referências
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
3.2.4.6 Pesquisa-ação e pesquisa participante
Pesquisa-ação: nessa tipologia de pesquisa, busca-se diagnosticar um problema em uma situação específica, visando a alcançar algum resultado prático. Portanto, ocorre uma associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo, no qual os pesquisadores e participantes são envolvidos de maneira cooperativa e participativa.
Assista ao vídeo e amplie o seu conhecimento sobre esse método de pesquisa:
https://www.youtube.com/watch?v=8iHXmHrqqjM
descrição(transcrição) do vídeo
Olá, eu sou o professor Ivan Claudio Guedes e seja muito bem-vindo ao meu canal. Neste vídeo vamos tratar sobre a pesquisa-ação. Se você é novo aqui no canal seja muito bem-vindo, não se esqueça de se inscrever. Se você já é inscrito muito obrigado por compartilhar e por acompanhar os vídeos do canal. Não se esqueça, por favor, de deixar o seu like, seus comentários e de compartilhar com os seus amigos. Bom, vamos lá!
A pesquisa-ação exige a participação ativa do pesquisador, e resulta de uma análise de um problema efetivo identificado por você, pelo pesquisador, através de uma ação. Ação esta que resolveu o problema, daí o nome, pesquisa-ação. O planejamento de uma pesquisa-ação não é tão simples assim, isso porque quando estamos planejando as ações para construir o nosso projeto, procuramos eliminar as variáveis e centrar o foco naquilo que será pesquisado. Mas, como se trata de um caso específico em que você deverá aplicar uma ação para depois estudar novamente e verificar se a sua ação deu certo, certamente, muito provavelmente, quase que certeza, que as variáveis vão aparecer.
Por isso, quando você estiver escrevendo o seu projeto, procure apontar as ações que você pretende fazer e, ao identificar as variáveis, revisite o seu projeto para reestruturá-lo.
O professor Antônio Carlos Gil, no livro Como elaborar projetos de pesquisa, um livro que eu já indiquei aqui várias vezes em vários outros vídeos, ele chama a atenção para este problema, de qualquer forma, o professor apresenta as seguintes etapas para a construção de um projeto de pesquisa-ação.
 São eles: a fase exploratória, a formulação do problema, a construção de hipóteses, a realização do seminário, a seleção da amostra, coleta de dados, análise e interpretação dos dados, a elaboração do plano de ação e a divulgação dos resultados. Vamos ver um por um. Lápis e papel na mão, ou melhor ainda, caso você tenha perdido alguma informação, volte e assista novamente o vídeo.
Primeiro, a fase exploratória. O objetivo da fase exploratória é reconhecer o problema que será investigado e conhece-lo a fundo. Na pesquisa tradicional a fase exploratória é compilar a literatura. Aqui, nessa primeira fase, você vai entrar em contato com o problema, estudando tudo aquilo que o cerca. Ou seja, sei lá, você provavelmente precisará ir a campo, consultar diferentes documentos, conversar com algumas pessoas, enfim. Aqui você vai explorar o problema para conhecê-lo melhor.
A formulação do problema. Bom, primeiramente você soube do problema, mas não o conhecia a fundo. Agora que você já passou pela fase exploratória, você vai delimitá-lo com precisão. Ao delimitar o problema você vai apresentar uma forma de solucioná-lo. No livro do professor Gil ele dá o seguinte exemplo: se uma pesquisa tem por objetivo investigar as causas da evasão escolar em um determinado bairro, imediatamente a ele procura-se associar um problema prático, ou seja, como reduzir a evasão. Se não tiver o objetivo de solucionar um problema, não é pesquisa-ação.
A construção de hipóteses: a hipótese, nessa modalidade de pesquisa, ela é inversa do que fazemos nas outras modalidades de pesquisa. Já que você primeiro conheceu empiricamente o objeto do estudo para depois formular a sua hipótese. Por isso, quando for redigir essa parte, deixe tudo muito bem explicado, evitando qualquer forma de ambiguidade ou de má-interpretação.
A realização de seminários: o seminário é o compartilhamento de ideias com o grupo de pesquisa ou com os sujeitos que fazem parte do seu trabalho. Aqui pode ser o seu orientador, outros assistentes, outros membros que vão realizar outras pesquisas, mas que estão no mesmo grupo, estudando o mesmo objeto que você. Pode ser também as pessoas que estão envolvidas com o objeto de estudo. Por exemplo, se você vai estudar e solucionar a questão da evasão, da qualidade da escola, das notas baixas, sei lá, numa escola, você vai precisar fazer esse seminário, você vai precisar conversar com toda a equipe escolar ou com os sujeitos que estão envolvidos nessa pesquisa. Você vai precisar deste momento de seminário para apresentar as hipóteses e os problemas aos professores e a equipe gestora, como no exemplo que eu acabei de mencionar.
Se a sua pesquisa é uma pesquisa-ação em uma empresa, você vai precisar apresentar esse seminário para a equipe de departamento que você está estudando. Ou seja, a parte do seminário serve para compartilhar ideias com aqueles que estão envolvidos no problema da sua pesquisa.
A seleção da amostra: bem, depois que você delimitar a sua pesquisa, você precisa apontar com muita clareza os elementos que serão pesquisados. E aqui entram algumas considerações: tudo vai depender do seu objetivo e do objeto que está sendo pesquisado. Por exemplo: se a sua pesquisa se dará em uma escola, para analisar o problema da indisciplina, por exemplo, você vai precisar selecionar alguns alunos para entrevistar, para a entrevista. Talvez também seja preciso entrevistar alguns pais, alguns professores. Agora imagina se você for entrevistar a escola inteira? Por isso que você precisa ter bem delimitado a sua amostra. Então neste caso você precisa selecionar a sua amostra, ou seja, selecionar os casos mais relevantes para que você possa, depois, formular as suas leis e teorias sobre o assunto. Agora, se o seu objeto ocupa um espaço geográfico pequeno e em que a quantidade de elementos são pequenos, aí sim, nesse caso você pode analisar todos. Lembre-se que ao selecionar uma amostra você não estará fazendo uma estatística. A pesquisa-ação é uma pesquisa qualitativa, sendo assim as amostras escolhidas devem ser feitas com critério. Como eu disse no exemplo sobre a indisciplina na escola, você vai escolher os casos mais significativos, e não uma amostragem estatística aleatória.
A coleta de dados: geralmente a coleta de dados em uma pesquisa-ação faz muito o uso da entrevista. Para isso eu sugiro o vídeo em que eu explico como realizar entrevistas. Além da entrevista também tem a análise de documentos, a observação, o registro, entre outras formas de você coletar esses dados. Aqui, obviamente, a coletade dados deve estar muito bem relacionada com o problema e com a hipótese, já que você vai precisar de dados muito bem selecionados para resolver o problema dessa pesquisa. Lembre-se que para a pesquisa-ação os procedimentos de coleta de dados são flexíveis, você não precisa padronizar todos os elementos da coleta de dados, o que você realmente precisa é coletar os dados com muita qualidade para chegar na resolução do problema.
A análise e interpretação dos dados: sobre a análise e interpretação dos dados lembre-se que eu já tenho um vídeo que trata sobre esse assunto. No que se refere a interpretação dos dados da pesquisa-ação, aqui o professor Gil chama a atenção para o fato de que a pesquisa-ação, a interpretação de dados, é um tema bastante controverso. Dependendo do caso você pode fazer a análise clássica, ou seja, a categorização, a codificação, a tabulação, a análise estatística e a generalização. Porém, há casos em que você não vai seguir esses passos e vai privilegiar uma discussão mais qualitativa em cima dos dados levantados na sua pesquisa. Quando for realizar a interpretação você também vai precisar considerar os agentes que estão envolvidos na pesquisa, ou seja, aqueles mesmos que participaram lá das outras fases.
 Elaboração do plano de ação: agora você vai efetivamente elaborar o seu plano de ação, ou seja, você vai planejar o que você pretende fazer para enfrentar o problema que você levantou lá na etapa inicial. Para isso você precisa determinar o seguinte: quais serão os objetivos que você pretende atingir; qual a população que será beneficiada; a natureza da relação da população com as instituições que serão afetadas; a identificação de medidas que podem contribuir para melhorar a situação; os procedimentos a serem adotados para assegurar a participação da população e incorporar as suas sugestões; e a determinação das formas de controle do processo e de avaliação dos seus resultados. Elaborado o seu plano de ação, parta para a ação. E não se esqueça de fazer uma ótima avaliação para verificar se realmente o problema foi resolvido.
Por fim vem a divulgação dos dados. Depois de todo o processo você precisa divulgar os seus dados. A divulgação dos dados pode ser interna ou externa. No caso da divulgação interna você pode apresentar painéis, pequenos artigos para o público que foi atingido pela sua pesquisa. No caso da divulgação externa você pode apresentar os resultados em forma de artigos em periódicos acadêmicos, eventos como congressos, simpósios, vídeos, artigos em sites, enfim, todos aqueles meios que podem ajudar na divulgação dos seus resultados em benefício, tanto da comunidade acadêmica quanto da sociedade em geral.
Bom, falando agora de uma maneira um pouco mais descontraída, se você não entendeu muito bem o que é a pesquisa-ação, sabe quem eu adoro que faz esse tipo de trabalho? A Super Nanny. Sim, a Super Nanny. Repara, ela é chamada para resolver um problema, mas antes de resolver o problema era realiza todos os passos que eu apresentei aqui. Ela explorou o lugar, ela formulou o problema, ela apresenta as hipóteses, conversa com os maiores interessados, ou seja, os pais, seleciona a amostra, que é o anjinho, ou os anjinhos, ou as anjinhas, coleta os dados, analisa, interpreta, apresenta o plano de ação, aplica e depois ela volta para ver os resultados e divulga através do seu programa. Viu, Super Nanny também é metodologia científica.
Bom, voltando ao assunto, existem outras variações metodológicas da pesquisa-ação, eu vou deixar no site algumas outras indicações bibliográficas para ajudar nos seus estudos e alguns exemplos de pesquisas que utilizam como método a pesquisa-ação.
Este vídeo tem a intenção de auxiliar nos seus estudos e abrir um pouco as ideias. Não se contente só com este vídeo, vá em busca da literatura, leia, pesquise, confronte os autores. Pegue a referência que eu estou sugerindo ou que seus professores sugerirem e pesquisem outras referências, e leia, isso é muito importante para o processo de aprendizagem.
É isso, gente. Se esse vídeo te ajudou, por favor não esqueça de compartilhar com os seus amigos, suas críticas e sugestões são muito importantes para mim. Tudo bem? Um forte abraço e até a próxima.
Pesquisa participante: trata-se de um modelo de pesquisa no qual a população não é considerada passiva, envolvendo-se no planejamento e na condução da investigação. Além disso, envolvem-se na determinação do problema proposto, com o suporte de especialistas, e na busca de soluções adequadas.
Veja mais informações sobre a pesquisa participante, por meio do conteúdo disponível no vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=EstIM7tKk_M
descrição(transcrição) do vídeo
Pesquisa participante. O que é? Para que serve? Como fazer? Eu sou o professor Ivan Cláudio Guedes. Seja muito bem-vindo ao meu canal!
Neste vídeo, vamos continuar discutindo sobre tipos e métodos de pesquisa. Desta vez, a nossa discussão será sobre a pesquisa participante. Se você é novo aqui no canal, não se esqueça de se inscrever. Se você já é assinante do canal, seja muito bem-vindo, novamente. Eu espero, de verdade, que este vídeo te ajude. Não se esqueça de deixar os seus comentários, aquele like que ajuda muito o canal e divulgar com seus amigos. Bom, vamos ao trabalho!
A pesquisa participante, como o próprio nome diz, exige a participação ativa do pesquisador. Então, é como a pesquisa-ação? Sim, há autores, inclusive, que tratam a pesquisa-ação e a pesquisa participante como sinônimos. De qualquer forma, é muito importante que você assista ao vídeo sobre a pesquisa-ação, para compreender melhor suas semelhanças e diferenças. Dentre as semelhanças, o professor Antônio Carlos Gil, no livro “Como elaborar projetos de pesquisa”, ressalta que uma das principais semelhanças está na interação entre os pesquisadores e os membros da comunidade pesquisada. A diferença é que a pesquisa-ação resulta em uma ação e a participante não precisa, necessariamente, resultar numa ação.
Thiollent ressalta que toda pesquisa-ação é uma pesquisa participante. Mas, nem toda pesquisa participante é uma pesquisa-ação. A pesquisa participante nasce da necessidade de conhecer e estudar os problemas da população envolvida. Tanto é que essa modalidade de pesquisa começa na América Latina, lá pelos anos de 1960, com crescimento de grupos populares de camponeses, de humanistas cristãos e de grupos marxistas, que se integram às comunidades para conhecer e estudar suas demandas e os seus problemas.
Os teóricos dessa concepção de pesquisa, como Gil, Thiollent, Brandão, afirmam que construir um projeto de pesquisa participante não é fácil. Isso porque, quando você está inserido no grupo em que vai pesquisar, você começa a ter tantas variáveis, que se torna muito difícil delimitar com precisão sua pesquisa. Sendo assim, o planejamento dessa forma de pesquisa tende a ser muito mais flexível do que na pesquisa-ação. Lembre-se que, em uma pesquisa participante, a coleta de dados será qualitativa, ou seja, os dados coletados, os itens que você vai pesquisar, analisar, interpretar, deverão ser tratados do ponto de vista da qualidade e não da quantidade.
O professor Gil se baseia nos trabalhos de Lê Bofert, de 1984, e Gajardo, também de 1984, para apresentar um modelo básico para o projeto de pesquisa. Para isso, ele aponta as seguintes fases: montagem institucional e metodológica, em que o pesquisador, juntamente com a comunidade a ser pesquisada, determina as bases teóricas da pesquisa, ou seja, os objetivos, os conceitos e as hipóteses. Em seguida, dentro ainda desta primeira fase, vem a definição das técnicas de coleta de dados, ou seja, os instrumentos que você vai utilizar para coletar os dados, sejam observação, entrevista, registro, imagens, vídeos.
Adiante, vem a delimitação da região a ser estudada. Aqui, você vai identificar a comunidade. Pode ser uma delimitação geográfica, ou seja, um raio espacial de estudo. Pode ser uma comunidade específica, como, por exemplo, um grupo de indígenas, uma comunidadequilombola, um assentamento agrário, um grupo de habitantes de uma região. Enfim, mas deixar claro a região que você vai estudar. Depois, vem a organização do processo de pesquisa participante, em que você vai identificar os colaboradores do seu trabalho, distribuir as tarefas do trabalho e partilhar as decisões.
A preparação dos pesquisadores, as reuniões que vão preparar os pesquisadores para a pesquisa, organização bibliográfica e grupos de estudos e, por fim, a elaboração do cronograma das atividades em que vão definir, dentro de um prazo específico, o que e quando as ações de pesquisa ocorrerão. Essa é a primeira fase do planejamento do seu trabalho, ou seja, a construção do projeto.
 Em seguida, ainda de acordo com Gil, baseado em Lê Bofert, vem a segunda fase da pesquisa, que é o estudo preliminar da região, da população pesquisada. A segunda fase da pesquisa é dividida em três partes. A primeira parte se constitui na identificação da estrutura social da população, em que você vai analisar a população, descobrindo suas diferenças sociais, as posições ou concepções que aquela população possui e os conflitos existentes naquela população. Muito cuidado! Não confunda essas fases com os estudos de comunidade, já que os estudos de comunidade tendem a criar agrupamentos homogêneos, enquanto que a pesquisa participante vai se preocupar em se colocar à disposição das classes menos favorecidas, que são chamadas de oprimidos, pelo autor, considerando quem são os indivíduos dentro desta comunidade.
A segunda fase é a da descoberta do universo vivido pela população. Nesta fase, você deverá compreender, dentro da comunidade ou da população estudada, os diferentes pontos de vista dos indivíduos, dentro das situações que são analisadas na sua pesquisa. Para isso, você vai fazer uso de técnicas qualitativas de coletas de dados, ou seja, não faça uso de questionários fechados e preestabelecidos. Procure usar, aqui, uma escuta atenta e a empatia. Para isso, você precisará ganhar a atenção e a confiança da comunidade, onde Lê Bofert diz que você deve ouvir, em vez de tomar notas ou fazer registros; ver e observar, em vez de filmar; sentir, tocar, em vez de escutar; viver junto, em vez de visitar.
 Está entendendo? Isso vai muito além do que foi apresentado sobre a pesquisa-ação. Ela é participante, porque você participa da comunidade, no dia a dia. Para que você não caia na subjetividade, você poderá usar, juntamente com essas técnicas qualitativas, algumas técnicas estruturadas, fazendo uso de quadros teóricos de análise, que consigam permitir algumas generalizações e dar um maior significado ao que está estudando.
Bom, por fim, para que você possa levantar dados objetivos sobre a situação da população, você deverá fazer o levantamento de dados socioeconômicos e tecnológicos. Esta é a terceira parte. Para levantar estes dados, você pode fazer o uso de técnicas mais tradicionais, como a observação, comparações, levantamentos estatísticos e outras técnicas que lhe permitam agrupar os dados em algumas categorias. Essas categorias podem ser de ordem geográfica, como as condições de hidrografia, do clima, outros elementos da paisagem; podem ser dados demográficos, tais como: correntes migratórias, densidades demográficas, taxas de natalidade, por exemplo; podem ser dados econômicos; dados sanitários, dados habitacionais; viários ou educacionais, por exemplo; ou seja, aqueles dados que vão permitir analisar quantitativamente as características da população. Ou, como apontado pelo professor Gil, o recenseamento dos dados econômicos e tecnológicos.
Bom, muito bem! Vamos lá! Essa foi a segunda fase. Na primeira fase, você preparou toda a sua equipe, seu projeto. Na segunda fase, você compartilhou, durante um tempo, as necessidades daquela comunidade estudada e, agora, você vai fazer análise crítica dos problemas. Como você esteve aprendendo os problemas daquela comunidade na prática? Você tomou contato com várias pessoas, levantou diferentes dados. Observou diferentes contextos. Agora, você vai analisá-los. É nesta fase que você vai formular os problemas e discutir com os participantes da pesquisa, criando grupos de estudos e selecionando problemas prioritários. Esta fase de analisar criticamente o problema ou os problemas vai trazer para o grupo um conhecimento mais objetivo sobre os problemas que serão apresentados. Esta fase de analisar criticamente o problema ou os problemas vai trazer para o grupo um conhecimento muito mais objetivo sobre os problemas que serão pesquisados, ultrapassando o senso comum. Depois de selecionar quais problemas serão realmente analisados, você, juntamente com sua equipe, deverá descrever este problema, identificar as causas do problema e formular as hipóteses de ação.
Muito bem! Chegamos na fase final da pesquisa participante. Tinha achado que acabou? Muito pelo contrário. Não adianta somente você ir ao local, conviver, levantar os problemas, discutir e escrever sobre eles. Precisamos, agora, construir um plano de ação. Este plano de ação pode ser executado ou não. Aí é com você, com a sua equipe e com a comunidade. Considerando as hipóteses levantadas para a resolução dos problemas, você deverá, conforme as orientações do professor Gil, elaborar um plano de ação constando: as ações que possibilitem a análise mais adequada do problema estudado; as ações que possibilitem melhoria imediata da situação que se vive no local; ações que possibilitem melhoria a médio ou longo prazo, em nível local ou mais amplo.
Perceba que a pesquisa participante não encerra somente com relatório descritivo e analítico. É preciso apresentar um plano de ação que, por sinal, pode gerar inclusive pesquisas. Por isso, essa modalidade de pesquisa é considerada informal e dialética. Ela não é uma pesquisa pronta e estanque, ela tem vida, ela não para, ela é dinâmica.
No site icguedes.pro.br, vou deixar algumas recomendações de leituras e aplicações práticas desse tipo de pesquisa. Não deixe de acessar o site para saber mais e para ver os diferentes exemplos concretos que estou disponibilizando. Também, não deixe de consultar as fontes que indiquei aqui. Lembre-se que este vídeo tem a intenção de te ajudar a compreender um pouco mais sobre o universo da pesquisa científica e um dos procedimentos mais primários da pesquisa científica é a leitura. Espero que este vídeo tenha te ajudado. Se ficou alguma dúvida ou se quiser compartilhar alguma experiência, escreva, deixe nos comentários, deixe suas críticas e suas sugestões. É um enorme prazer conversar com vocês e aprender juntos um pouco mais sobre pesquisa científica. Não se esqueça de visitar o site icguedes.pro.br e acessar os diferentes conteúdos que são disponibilizados. Se você me acompanhou até aqui, não esqueça do like. Isso é muito importante para o crescimento do canal.
Um forte abraço e até o próximo.
Referências
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
3.2.4.7 Grounded theory, pesquisa fenomenológica e etnográfica
Grounded theory: também chamada de teoria fundamentada em dados, visa a facilitar a explicação da realidade social a partir da construção de teorias indutivas, baseadas na análise sistemática dos dados. Nesse sentido, a partir de  procedimentos diversos, reúne um volume de dados referente ao fenômeno estudado. Na sequência, após compará-los, codificá-los e extrair suas regularidades, finaliza-se o processo com as teorias que emergiram da análise. 
Veja o exemplo de um artigo científico que discute a aplicação da grounded theory na área da educação.
Pesquisa fenomenológica: refere-se a uma descrição de experiências vividas da consciência, a partir da exposição de suas características empíricas e da consideração no plano da realidade essencial. Portanto, a partir da sua realização, busca-se descrever e interpretar os fenômenos,  através da consciência do sujeito. 
Amplie os seus conhecimentos sobre a pesquisa fenomenológica, por meio do seguinte vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=ppNszDTNJ1M

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