Buscar

Apostila de Proteção e Prevenção em Enfermagem 2018

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 45 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 45 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 45 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Proteção e Prevenção em Enfermagem 
ETEC: Padre José Nunes Dias
Curso: Técnico em Enfermagem
Módulo: 1º– Ano:2018
Profª:Enfª Silvia Regina A. C. Paschoalli
Competências conferidas por esse módulo
1. Relacionar as ações de saúde com os agentes biológicos que afetam a saúde do ser humano, como um dos fatores que interferem nos índices de infecção hospitalar.
2. Analisar normas de segurança relativas à prevenção de acidentes de trabalho e no manuseio de resíduos provenientes dos serviços de saúde.
Habilidades conferidas por esse módulo
1.1. Classificar os seres vivos. 
1.2. Identificar os microorganismos que afetam a saúde. 
1.3. Identificar agentes, causas, fontes e natureza das contaminações. 
1.4. Identificar meios para prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar. 1.5. Correlacionar as normas e os protocolos relativos à prevenção da infecção hospitalar com os diversos tipos de isolamento e precauções padrão. 
1.6. Relacionar tipos de isolamento e precauções padrão no atendimento de clientes/ pacientes com o objetivo de protegê-los. 
1.7. Identificar a finalidade, estrutura e o funcionamento da Comissão de Controle da Infecção Hospitalar (CCIH). 
1.8. Relacionar meios de prevenção e controle da infecção hospitalar, de acordo com as normas estabelecidas pela CCIH. 
2.1. Identificar normas de biossegurança na realização do trabalho de enfermagem. 2.2. Identificar as normas de segurança para prevenção de acidentes de trabalho. 
2.3. Relacionar normas de segurança relativas aperfurocortantes. 
2.4. Relacionar equipamentos de proteção individual (EPI) e coletivos (EPC) à prevenção de acidentes no trabalho. 
2.5. Relacionar medidas de segurança no armazenamento, transporte e manuseio de resíduos. 
2.6. Manusear e descartar adequadamente os resíduos sólidos. 
Bases Tecnológicas
1. Relação entre os seres vivos: organização celular
2. Classificação dos seres vivos: Reino Monera; Reino Protista; Reino Fungi; Reino Animalia
3. Microbiologia: vírus; bactérias; fungos;protozoários; helmintos; artrópodes 
4. Cadeia de transmissão dos agentes infecciosos
5. Infecção hospitalar: tipos; prevenção e controle de infecção; Comissão de Controle da Infecção Hospitalar (CCIH) 
6. Equipamentos de proteção individual (EPI) e equipamentos de proteção coletiva (EPC) 
7. Tipos de precauções: Precauções padrão;Precauções de contato;Precauções de gotículas; Precauções de aerossóis
 8. Norma Regulamentadora (NR 32) 
9. Normas de segurança para a prevenção de acidente de trabalho: perfurocortante e materiais
10. Manuseio e descarte dos resíduos sólidos dos serviços de saúde.
Relações entre os Seres Vivos - Organização Celular
Introdução
Com exceção dos vírus, todos os seres vivos são formados por células. Célula é a menor parte com forma definida que constitui um ser vivo dotada de capacidade de auto-duplicação (pode se dividir sozinha). São as unidades estruturais e funcionais dos organismos vivos. Podem ser comparadas aos tijolos de uma casa. As células, em geral, possuem tamanho tão pequeno que só podem ser vistas por meio de microscópio. Dentro delas ocorrem inúmeros processos que são fundamentais para manter a vida.
Os seres humanos possuem aproximadamente 100 trilhões de células; um tamanho de célula típico é o de 10 µm (1 µm = 0,000001m); uma massa típica da célula é 1 nanograma (1ng = 0,000000001g). A maior célula conhecida é a gema do ovo de avestruz. Um ovo de avestruz, de tamanho médio, tem 15 cm de comprimento, 12 cm de largura, e peso de 1.4 kg.
No interior das células, ocorrem todas as reações químicas dos seres vivos. As células organizadas formam os tecidos, que se reúnem para formar os órgãos. A reunião de vários órgãos que funcionam em conjunto constitui um sistema ou aparelho. Os vários sistemas ou aparelhos - como o circulatório, o respiratório, o esquelético, etc. - constituem o organismo.
Composição química
A composição química das células está representada por: 
· Substâncias inorgânicas: água e sais minerais. 
· Substâncias orgânicas: (substâncias que possuem o carbono como elemento principal): carboidratos, lipídios, proteínas, ácidos nucléicos e vitaminas. 
A composição química aproximada da matéria viva é de 80% de água; 10 % de proteínas; 5% de lipídios; 2% de carboidratos; 2% de ácidos nucléicos e 1% de outras substâncias.
Número de células
Todos os seres vivos são constituídos por células, mas o número delas varia de um ser para outro.Existem os seres unicelulares, com uma única célula como as bactérias, as cianobactérias, protozoários, as algas unicelulares e as leveduras e existem os seres pluricelulares, quesão formados por várias células (no latim pluri, significa "mais, maior") como os vegetais e animais.
Tipos de células
O estudo das células permitiu conhecermos dois padrões celulares fundamentais que podem ser classificados em duas categorias quanto a organização do núcleo.
· Célula procariota: não apresenta uma membrana envolvendo o núcleo (carioteca), portanto o conteúdo nuclear permanece misturado com os outros componentes celulares. Os únicos pertencentes a esse grupo são as bactérias, as cianofitas e as micobacterias.
· Célula Eucariota: no núcleo da célula eucariota fica "guardado" o material genético e, em volta do núcleo existe uma membrana que o separa do citoplasma.
Os seres vivos que possuem células procarióticas são chamados procariontes. Estas células mais simples são encontradas em bactérias e cianobactérias e como vimos, sua principal característica é a ausência de um núcleo organizado. As células procarióticas apresentam: 
· Parede celular ou membrana plasmática - envoltório protetor 
· Nucleóide - formado por DNA, onde encontramos as informações genéticas da célula. 
· Citoplasma - composto por material gelatinoso, no qual encontramos os ribossomos os únicos organóides da célula. 
· Ribossomos - realizam a síntese das proteínas das células. 
A maioria dos seres vivos, desde uma ameba (protozoário) até os vegetais e animais, possuem células eucarióticas e são chamados eucariontes.
	
Seres Vivos
	
Celulares
	
Procariontes
	Bactérias
	
	
	
	Cianobactérias
	
	
	
Eucariontes
	Protozoários
	
	
	
	Animais e Vegetais
	
	Acelulares
	Vírus
	
As células eucarióticas apresentam: membrana plasmática, citoplasma e núcleo.
A membrana plasmática é um envoltório protetor da célula, apresenta uma propriedade importante que é a permeabilidade seletiva: controla a entrada e saída das substâncias. 
No citoplasma, encontramos vários organóides: as mitocôndriasresponsáveis pela produção de energia, os ribossomos que sintetizam asproteínas das células, os lisossomos que realizam a digestãointracelular, o complexo de Golgi que armazena e secreta substâncias,o retículo endoplasmático que transporta e sintetiza substâncias, eoutras estruturas.
O núcleo é organizado devido à presença de um envoltório nuclear queenvolve o material genético da célula, o DNA. Encontramos também no núcleo, o nucléolo, corpúsculo onde ocorre a montagem dosribossomos e o suco nuclear ou carioplasma. 
Seres acelulares
Os vírus não apresentam estrutura celular verdadeira, são consideradosparasitas obrigatórios, isto é, somente se reproduzem e são ativosquando estão no interior de outras células vivas. Os vírus sãoconstituídos por uma cápsula de proteína, chamada capsídeo, que envolve um filamento de ácido nucléico, denominado DNA ou RNA. Observe a estrutura viral abaixo: 
Classificação dos seres vivos
Taxonomia 
É a ciência responsável por fazer a classificação sistemática em categorias de diferentes áreas. Apesar disso, a palavra é mais conhecida dentro da biologia, onde é responsável por categorizar os seres vivos em grupos afins baseando-se nas semelhanças que possuem. 
Desde o início das civilizações a humanidade procura conhecer, estudar e classificar os seres vivos do planeta. Entretanto uma das principais dificuldades sempre foi a quantidade de espécies diferentes que existiam. Só para se ter uma ideia, estima-se que existam em torno de 50 milhões de espécies animaise vegetais no planeta, embora isso seja apenas estimativa, pois alguns cientistas defendem que esse número possa ser o dobro. 
Diante disso, os cientistas procuraram dividir os seres em grupos com semelhanças e afinidades, visando facilitar essa tarefa. Um dos primeiros a fazer isso foi Aristóteles, ainda no século IV a.C., o qual ordenava os animais de acordo com sua reprodução e pela cor do seu sangue: se vermelho ou não. Daquela época até os dias de hoje já foram utilizadas diversas formas de classificação para a vida na Terra, como classificar os animais pelo seu habitat, por exemplo, se viviam na terra, na água ou “no ar”.
Atualmente a classificação que usamos foi proposta por Carl NilssonLinnæus, ou simplesmente Lineu em português, um médico sueco, também zoólogo e botânico, considerado atualmente como Pai da Taxonomia Moderna. Inicialmente Lineu propôs a classificação dos seres em Reinos, sendo eles, Reino Animal, Reino Vegetal e Reino Mineral, tendo seu primeiro trabalho de categorização escrito em 1758, onde criou a forma hierárquica que conhecemos atualmente.
A classificação ao longo dos tempos sempre levou em consideração as características que os seres apresentam em comum. Inicialmente essas características eram meramente de aparência, ou seja, a anatomia externa visível aos olhos. Atualmente apenas isso não é suficiente, a partir de Charles Darwin as características evolutivas passaram a ter grande relevância, bem como os ancestrais em comuns dos seres, fósseis de animais extintos e até mesmo a moderna genética.
O sistema taxonômico de classificação dos seres vivos
Atualmente o sistema que utilizamos para classificar os seres vivos obedece uma hierarquia que vai do Reino à Espécie. Dessa forma temos: Espécie Gênero Família Ordem Classe Filo Reino.Ou seja, Espécies semelhantes são agrupadas em uma categoria que chamamos de Gênero. Logo, gêneros são conjuntos de espécies diferentes entre si, mas com características semelhantes entre elas. É o caso dos lobos e dos cães, que são de espécies diferentes, mas pertencem ao mesmo gênero, por exemplo.
A mesma lógica aplica-se às demais divisões: Famílias são grupos de gêneros semelhantes entre si, que juntas formam as Ordens, que por sua vez são agrupadas por suas afinidades e formam as Classes, que juntas formam um Filo, que por fim, são agrupados nos Reinos.
Vale lembrar que esta é a classificação mais utilizada pelos autores atualmente, mas alguns ainda utilizam subdivisões entre estas, como subgêneros ou subespécies por exemplo. Há ainda alguns que agrupam os reinos em Super Reinos ou Domínios de acordo com características genéticas ou de organização celular devido a recentes descobertas nessas áreas.
O importante é saber que essa é uma área vasta, com muito para se descobrir e que muitas vezes novas descobertas acarretam em mudanças na classificação dos seres vivos, até mesmo em espécies que já haviam sido classificadas de uma forma, e são mudadas quando se descobre novas evidências de sua evolução ao longo do tempo.
Nome científico
É dado, obedecendo a certos critérios de duas organizações internacionais que determinam as regras de nomenclatura, uma para zoologia e outra para botânica.O nome pode vir das mais variadas fontes, como o nome do cientista que descobriu/descreveu a espécie, do seu habitat ou de uma característica que o indivíduo apresenta, mas independente da inspiração, as regras serão sempre as mesmas, as quais foram propostas também por Lineu.
Dessa forma, o primeiro nome publicado segundo as regras será adotado como correto e é aceito em todas as línguas. Deverá ser escrito em latim, língua escolhida por ser considerada uma língua morta, isto é, não é usada como idioma de nenhum país, o que lhe causaria modificações ao longo dos anos. E composto por duas palavras, sendo a primeira, o gênero ao qual a espécie pertence e escrito com a letra inicial maiúscula, e o segundo o nome que será dado ao indivíduo, escrito com letra inicial minúscula. Podemos dar como exemplo, o Trypanosoma cruzi, agente causador da Doença de Chagas, foi descrito por Carlos Chagas e nomeado em homenagem a Osvaldo Cruz.
O nome científico sempre será destacado no texto, sendo sublinhado se o texto for manuscrito, ou em itálico, ou sublinhado, ou em negrito se for digitado, sendo, nesse caso, a primeira forma a mais utilizada. Caso trate-se de uma subespécie (raça em alguns casos), são utilizados três nomes.
Vale lembrar que a nomenclatura cientifica é também chamada de binominal, por ser composta de dois nomes. 
Classificação 
Os seres vivos são classificados em cinco reinos:
1. Reino Monera: composto por organismos unicelulares (formados por uma única célula) e procariontes (células que não possuem um núcleo organizado). Fazem parte deste reino: as bactérias e algas azuis ou cianobactérias (antigamente eram consideradas como vegetais inferiores).
2. Reino Protista: formado por seres unicelulares e eucariontes. Estão presentes neste reino: protozoários (giárdias, amebas, tripanossomas) e algas autotróficas (fazem fotossíntese) ou eucariontes.
3. Reino Fungi: composto por seres eucariontes (núcleo organizado e individualizado) que podem ser uni ou pluricelulares, heterotróficos (não fazem fotossíntese). Fazem parte deste reino: os fungos unicelulares como o levedo de cerveja (fungos elementares) e os fungos pluricelulares como os cogumelos (fungos superiores, antigamente classificados como vegetais inferiores).
4. Reino Metaphyta ou reino Plantae: seres pluricelulares que possuem células revestidas por uma membrana de celulose e que são autótrofos (capazes de produzir sua própria energia). Fazem parte deste grupo: vegetais inferiores (algas verdes, vermelhas ou marrons), vegetais intermediários (ex. samambaia) e vegetais superiores (plantas).
5. Reino Metazoa ou Animalia: composto por organismos pluricelulares e heterótrofos (não são capazes de produzir sua própria energia). Fazem parte deste grupo: animais invertebrados, vertebrados, aves e mamíferos, inclusive o homem.
É importante lembrar, que os vírus são seres vivos, não estão incluídos em nenhum dos reinos, não possuem classificação definida pois passam a realizar funções vitais somente após invadir a estrutura celular, seqüestrando os componentes que a célula necessita para formar novos vírus.
Noções de Microbiologia
Introdução
Poucos microrganismos causam doenças. Em sua maioria, não são nocivos ao homem, sendo, pelo contrário, indispensáveis a manutenção da vida na terra, a decomposição de matéria orgânica, proveniente de vegetais e animais mortos, em substancias simples como CO2, água e amônia depende de microrganismos; os microrganismos que habitam o solo e são capazes de fixar nitrogênio atmosférico produzem compostos necessários a fertilidade do solo; esgotos, lixos e resíduos industriais quando são processados por agentes microbianos, tornam-se inócuos e ate mesmo benéficos para a flora e a fauna; alimentos, antibióticos, ácidos orgânicos e inorgânicos são alguns exemplos de produtos que podem ser obtidos pela ação de microrganismos.
O estudo da microbiologia em enfermagem ensina a prevenir certas doenças, impedindo a disseminação de infecções, que podem acometer tanto o mesmo indivíduo (previamente debilitado por outra infecção), como serem transmitidas de um indivíduo para outro.
Conceito
Micro significa muito pequeno, algo tão pequeno, que só pode ser enxergado em um microscópio. Bio se refere a organismos vivos e Logiasignifica “estudo de”. Portanto, Microbiologia é o estudo de organismos vivos, muito pequenos. Dentre estes microorganismos, estão incluídos: bactérias, algas, vírus, protozoários e fungos, freqüentemente chamados de micróbios ou germes.
Histórico
A descoberta de que certas doenças são causadas por micróbios pode ser creditada aos pesquisadores Louis Pasteur (1822-1895) e Robert Koch (1843-1910).Estudando os processos de produção do vinho e sua transformação em vinagre, Pasteur descobriu que o azedamento do vinho, problema com o qual estavam sedefrontando alguns produtores da época, era causado por bactérias. 
Pasteur descobriu ainda, que estas bactérias podiam ser destruídas aquecendo-se o vinho à 55 º C, e que nova contaminação podia ser evitada, mantendo-se o vinho em recipientes fechados após o aquecimento. Este processo passou à ser empregado com sucesso na indústria do vinho e na preservação de outros tipos de alimentos, recebendo o nome de pasteurização. Hoje, se sabe que a pasteurização reduz o conteúdo e a atividade bacteriana de um produto sem afetar indevidamente seu sabor ou aparência, sabe-se ainda, que é necessário aquecer o produto à uma certa temperatura, durante um tempo determinado, antes de ser rapidamente resfriado.
	
Pasteurização muito rápida, quando a temperatura vai de 130˚C a 150˚C, durante três a cinco segundos. Também conhecido como UHT(Ultra High Temperature) ou "temperatura ultra-elevada".
Em 1865, por determinação do governo francês, Pasteur passou a investigar uma estranha doença que atacava os bichos da seda e estava causando grandes prejuízos à industria da seda da França. Após três anos de pesquisas, Pasteur anunciou que a doença era causada por bactérias e desenvolveu métodos para identificar os focos da doença e prevenir sua transmissão para animais sadios.
Pouco tempo depois, Pasteur confirmou as observações do médico alemão Robert Koch de que o carbúnculo (Antraz), doença mortal que atacava o gado e, algumas vezes os seres humanos, era causado por bactérias. Descobriu-se ainda que, estas bactérias cultivadas num caldo nutritivo à temperatura de 42 º C,tornavam-se incapazes de produzir doença, quando inoculadas em animais, pois perdiam a virulência. Os animais inoculados com estas bactérias ficavam imunes ao carbúnculo. Estas descobertas serviram como base para a teoria microbiana da doença.
Com base nas idéias de Pasteur, de que os micróbios seriam as causas das doenças, o cirurgião inglês Joseph Lister, concluiu que o chamado envenenamento do sangue, mal que matava uma em cada quatro pessoas que eram submetidas à operações cirúrgicas, podia ser conseqüência da contaminação das porções internas do corpo por micróbios. 
Naquela época, nenhum cuidado higiênico existia nos hospitais; os instrumentos cirúrgicos não eram ao menos lavados antes das operações, as roupas dos médicos e as roupas dos leitos dos hospitais eram sujas, e era prática comum, atar os vasos sanguíneos com barbantes usados, para se estancar hemorragias. Lister passou então, a tomar cuidados higiênicos em suas operações e a tratar os ferimentos com ácido fênico, verificando que na maioria dos casos estes cuidados simples eram suficientes para evitar a morte por envenenamento do sangue.
Os resultados de Lister e a divulgação de que grande parte das doenças eram causadas por micróbios, fizeram com que os cuidados higiênicos nos hospitais aumentassem progressivamente, com conseqüente diminuição dos óbitos. Hoje em dia, existem as CCIH, Comissões de Controle de Infecção Hospitalar.
Vencida a primeira etapa na luta contra os micróbios, um desafio muito maior se impunha aos pesquisadores: não existia um método eficiente para se combater uma infecção já instalada num indivíduo. Conseguia-se controlar as doenças microbianas antes de sua instalação no indivíduo, mas pouco sucesso era obtido quando isso acontecia. Iniciou-se então, a procura por substâncias que pudessem destruir microorganismos desenvolvendo-se no interior do corpo.
Em 1932, foi patenteada uma substância denominadaprontosil, que segundo sua descrição tinha a propriedade de curar indivíduos que sofriam de envenenamento do sangue. Em 1935, o médico alemão Domagh publicou uma série de resultados experimentais, que demonstravam ser o prontosil realmente eficiente, dois químicos franceses analisaram o prontosil e descobriram que uma vez dentro do organismo, ele se transformava em sulfanilamida, que era realmente o principio ativo no tratamento das infecções. Esta foi a primeira das drogas milagrosas no combate aos germes.
Em 1928, o pesquisador escocês Alexander Fleming descobre casualmente, que um fungo do gênero Penicilliumproduz uma substância capaz de matar bactérias, destruindo sua parede celular. Fleming chamou esta substância de penicilina, não conseguindo, entretanto, isola-la ou caracterizá-la quimicamente. 
Finalmente, no final da década de 30, dois pesquisadores ingleses, Howard Florey e Ernst Chain, conseguiram obter cristais de penicilina. Esta droga foi então testada e se mostrou altamente eficiente no combate às infecções bacterianas. 
Em 1945 Fleming, Florey e Chain receberam o premio Nobel de Medicina. Na decada de 40, a penicilina começou a ser produzida em escala industrial e salvou a vida de milhares de soldados aliados, no final da Segunda Guerra Mundial.
Em 1943, o bacteriologista Selman Waksman, estudando as bactérias do solo, descobriu que certos estreptococos produzem uma substância com efeito mortal sobre outras bactérias. Esta substância foi purificada e denominada de estreptomicina, tendo se mostrado eficiente no combate à moléstias bacterianas que não eram curadas pela penicilina. A partir daí, muitas outras substâncias foram sendo descobertas e sintetizadas, chegando hoje, aos antibióticos de última geração.
Classificação das diferentes formas de microorganismos
Os micróbios ou microorganismos são organismos vivos, muito pequenos, medidos em nanometros (1mm = 1 milhão de nanometros) e micrometros (1mm = mil micrometros) e só podem ser visualizados através de microscópios. Em sua grande maioria, (87%), são saprófitas (não causam doenças) e são benéficos ao homem, apenas uma pequenamaioria (3%) são patogênicos(causam doenças). Alguns microorganismos vivem na superfície ou interior do organismo de pessoas saudáveis (boca, pele,estômago, intestinos, etc). São chamados de microbióta ou microflora endógena, normalmente não causam nenhum dano ao homem, mas podem causar doenças dependendo da resistencia do hospedeiro e de condições favoráveis para seu desenvolvimento e crescimento, estes são chamados de oportunistas (10%).
I. Bactérias
As bactérias pertencem a um grande gênero de microorganismos, em sua maioria unicelular, que ao lado das algas azuis (cianobactérias), formam um dos cinco grupos principais de organismos vivos, oReino Monera. Tem como característica uma região sem membrana protetora, um único cromossomo em forma de anel e a falta de mitocôndrias. Suas paredes celulares, formadas em grande parte de açúcares polissacarídeos. As bactérias são microscópicas, e podem ser classificadas de acordo com: formato; necessidade de utilizar oxigênio; motilidade; resposta quanto à coloração; tendência de encapsular e capacidade de produzir esporos.
a. Morfologia: Dependendo de sua forma, as bactérias recebem nomes especiais:
· Cocos: possuem forma de esferas e podem viver isoladas ou em grupos.
· Bacilos: possuem forma de bastonete.
· Vibriões: possuem forma de vírgula.
· Espirilos: possuem forma de espiral.
Os cocos são observados em vários arranjos: os diplococos aos pares; osestreptococos em cadeias, os estafilococos em cachos, as tétrades em grupos de quatro e as sarcinas, em grupos de oito, dependendo da espécie em particular. Os bacilos, frequentemente referidos como bastonetes podem ser pequenos ou largos, grossos ou delgados, pontudos ou com extremidades curvadas. Podem ocorrer isolados, aos pares, cadeias, em longos filamentos ou ramificados. Alguns bastonetes são muito curtos e assim, lembram os cocos, são chamados de cocobacilos, como exemplo, a Listeriamonocytogenes, agente causador da meningite neonatal. Alguns bacilos empilham-se uns sobre os outros, tal como Corynebacteriumdiphteriae, agente causador da difteria. Os vibriões, são curvados em forma de virgula, tal como o Vibriocholerae. Já o agente causador da sifilis, o Treponema pallidum, é um espiroqueta, isto é, possui a forma de espiral.
b.Coloração: As bactérias podem ser divididas quanto à coloração que assumem, quando coradas pelo método de Gram. Em 1884, o médico Hans Gramdesenvolveu uma técnica muito importante e simples de coloração, que tem sido utilizada até hoje. Neste método é utilizado um corante, o azul de metileno ou violeta de genciana que é aplicado sobre o esfregaço seco, depois este é lavado e novamente seco, aí então, examinado ao microscópio ótico com uma lente de imersão. As bactérias que adquirem a coloração azul ou violetas são denominadas Gram positivas, e as que adquirem coloração rosada, são as Gram negativas.
Algumas bactérias são identificadas usando-se uma coloração alcool-ácida, onde é utilizada a fucsina fenicada que tinge de vermelho as paredes bacterianas, que após lavadas com um agente descolorante (mistura de alcool e acido), não perdem a coloração vermelha, por isso são chamadas de BAAR (bacilos alcool-ácido resistentes), como exemplos temos as Micobacteriumtuberculosis e Micobacteriumhansenii.
c.Motilidade: Demonstra a habilidade que uma bactéria tem de mover-se, geralmente associadas à presença de flagelos ou filamentos axiais. As bactérias em forma de espiral são móveis, assim como também, cerca de metade dos bacilos. Os cocos geralmente são imóveis.
d.Necessidade de Oxigênio:Podem ser classificadas em aeróbias, pois necessitam de meio rico em oxigênio para sobreviver, ou anaeróbias,pois sobrevivem em meios pobres de oxigênio, ou em presença de gás carbônico.
e. Capacidade de produzir esporos: Podem ser classificadas em não esporuladas, pois não produzem esporos e esporuladas, aquelas que produzem esporos, os quais podem viver em forma latente durante anos, até que encontrem um meio favorável para seu desenvolvimento, aí passando à forma vegetativa, a que vai produzir doença.
f.Capacidade de encapsulamento: Podem ser classificadas em não capsuladas e capsuladas, aquelas que tem a capacidade de formar uma cápsula proteica ao redor de si, para maior proteção contra o meio.
Existem também, algumas formas rudimentares de bactérias. As rickettsias, clamídias emicoplasmas são bactérias, mas não possuem todos os atributos de uma célula bacteriana típica, devido ao fato de serem muito pequenas e difíceis de serem isoladas, foram durante muito tempo classificadas como vírus.
· Rickettsias e Clamidias: São bactérias Gram-negativas que podem se apresentar em forma de cocos, bastonetes ou pleomórficas (formas irregulares). As formas mais conhecidas são parasitas intra-celulares obrigatórias, isto é, vivem dentro de uma célula do hospedeiro, e podem infectar o homem e animais.Artrópodes como piolhos, pulgas e carrapatos são frequentemente vetores de doenças causadas por rickettsias, que são transmitidas através de picadas ou produtos de sua excreção. Ex. Febre maculosa brasileira.
· Clamidias: São as formas mais primitivas de bactérias, porque não possuem enzimas necessárias para realização de muitas atividades metabólicas, daí a serem parasitas intracelulares obrigatórias. As clamidias são facilmente transmitidas por contato sexual, causando uretrites, cistites, salpingite, prostatite, etc. São causa também do tracoma (Chlamydiatrachomatis), e Linfogranuloma venéreo.
· Micoplasmas: São os menores micróbios celulares. Por não possuirem parede celular, eles podem assumir formas de cocos a bastonetes. Podem ser de vida livre ou parasitas e podem ser patogênicos para animais e plantas. No homem causam a Pneumonia Primária Atípica e por não terem parede celular, são resistentes à penicilina e outros antibióticos que agem na síntese da parede celular.
II. Protozoários
Como sabemos, os seres vivos são divididos em cinco reinos, assim como as algas, os protozoáriospertencem ao Reino Protista. São organismos unicelulares, o que significa que possuem apenas uma única célula, e seu tamanho pode variar entre 2 e 1000 μm. Sua sobrevivência se dá a partir da absorção de nutrientes do meio externo, já que eles não tem a capacidade de sintetizar a matéria orgânica do ambiente a partir da inorgânica.  Esses organismos podem ser encontrados sem dificuldades tanto em ambientes aquáticos ou úmidos, e algumas espécies podem ser parasitárias de invertebrados e vertebrados ou simplesmente possuir vida livre. A flexibilidade ou a rigidez existente no corpo desses seres variam muito de acordo com a sua forma, dependendo exclusivamente de como se apresenta o seu citoesqueleto, que se localiza logo abaixo do que chamamos de membrana celular. A união dessa membrana com esse citoesqueleto resulta no que chamamos de “película”, que é uma espécie de parede corporal típica desse tipo de organismo.
Entre as várias doenças causadas por esses seres podemos destacar, por exemplo: TriconomasVaginalis, um parasita que se aloca na vagina das mulheres, e também a doença de Chagas, que é transmitida através das fezes de um inseto chamado barbeiro ou chupança, essas fezes são deixadas nas proximidades onde o inseto picou o seu hospedeiro, o que permite que o protozoário da espécie Tripanozomacruzi penetre na corrente sanguínea através do local onde foi picado.
Locomoção e alimentação
A locomoção desses protozoários pode ser por meio dos flagelos ou cílios, e ainda existem aqueles que possuem extensões fluidas do próprio corpo, ao qual são chamados de pseudópodes. De acordo com seu sistema motor podemos classificá-los em:
· Filo Sarcodina: Alguns protozoários como as amebas não possuem cílios ou flagelos, locomovem-se pela emissão de expansões do citoplasma, os pseudópodesedeslizam vagarosamente. Alimentam-se englobando os alimentos por fagocitose e os líquidos por pinocitose. Uma importante ameba patogênica é a Entamoebahistolytica, que causa a disenteria amebiana e abcessos extra-intestinais.
· Filo Mastigophora: Possui o deslocamento por propulsão flagelar, isto é, movem-se através do batimento de uma membrana, o mais conhecido, é o Trypanosoma cruzi, causador da doença de Chagas, transmitido ao homem através do bicho barbeiro.
· Filo Ciliophora: Movem-se através do batimento de um grande número de cílios em sua superfície. São os protozoários mais complexos de todos os protozoários. O único protozoário ciliado patogênico conhecido é o Balantidium coli, que causa infecção intestinal grave em porcos e homens e é transmitido através do contato com fezes de porcos contaminados.
· Filo Sporozoa: Os protozoários não móveis são classificados como esporozoários, os mais importantes patógenos são as espécies do generoPlasmodium, causadores da malária, transmitidos ao homem através da picada do mosquito Anopheles. Há protozoários que não eram reconhecidos como patogênicos, mas que podem causar infecções secundárias graves em pacientes imunodeprimidos, especialmente os pacientes com AIDS, como o Pneumocystiscarinii que causa a uma pneumonia chamada de PCP e o Cryptosporidiumque causa a criptosporidiose.
As doenças causadas por protozoário são difíceis de controlar, pois esses microorganismos podem escapar dos mecanismos imunes de defesa e adaptam-se facilmente às condições ambientais do hospedeiro.
III. Fungos
Os fungos pertencem à divisão Eumycota, que incluem os cogumelos, bolores e leveduras. Os fungos exercem papel importante na reciclagem de nutrientes da natureza, muitos representam elementos patogênicos ao homem (nosso interesse) ou ameaçam lavouras e criações animais, outros fornecem medicamentos (Penicilliumnotatum = penicilina), ou executam processos industriais como a fermentação (Saccharomycescerevesiae = fermento de padaria), ou ainda constituem alimentos, como o champinhon e as trufas amarelas.
Alguns também vivem como parasitas de plantas ou animais. Enquanto a parede celular das células vegetais contem celulose, a dos fungos contém uma substância chamada quitina. 
Embora muitos fungos sejam unicelulares durante alguma fase de seu ciclo vital (por exemplo, as leveduras), outros crescem como filamentos chama dos hífas, que se entrelaçam para formar uma massa chamada micélio. 
Dependendo da espécie, as células do fungo podem se reproduzir assexuadamente por brotamento, por alongamento da hifa ou por formação de esporos.
	
Esporos: A reprodução sexual de muitos fungosenvolve a fusão nuclear de dois gamelas e sua subseqüente divisão em muitos esporos sexuais. Algumas espécies de fungos produzem tanto esporos assexuados como sexuados ou mais de um tipo de esporo assexuado. Os esporos assexuados são também chamados conídios. Os fungos são classificados de acordo com o tipo de esporo sexuado que eles produzem ou o tipo de estrutura, na qual os esporos são produzidos.
Tipos de fungos
Existem vários tipos de fungos, porém vamos estudar somente os de mais interesse para a área de saúde.
a.Cogumelos ou basidiomicetos: São uma classe de fungos formados por um esqueleto de fitas ou filamentos (micélio) que crescem no solo ou num toco em apodrecimento, e o corpo frutífero (cogumelo) que forma e libera esporos Um esporo, muito semelhante a uma semente de planta, germina num novo organismo. 
Muitos cogumelos são deliciosos, mas alguns que lembram fungos comestíveis são extremamente tóxicos e causam danos permanentes ao cérebro, ou mesmo levam ao óbito.
b.Mofo ou bolor: Corresponde a fungos frequentemente vistos na água, no solo e em alimentos. A importância comercial dos mofos tem aumentado muito. Eles são a principal fonte dos antibióticos. Muitos novos antibióticos são desenvolvidos através do cultivo do solo, conseguindo-se assim o crescimento e o isolamento de algum fungo que iniba o crescimento de bactérias. O antibiótico penicilina foi acidentalmente descoberto quando um mofo, oPenicilliumnotatum, contaminou uma placa de ágar que continha Staphylococcus e inibiu o crescimento desta bactéria. 
Hoje os antibióticos podem ser sintetizados e quimicamente alterados nos laboratórios de bioquímica, como tem sido feito com as várias penicilinas. Alguns mofos são também usados para produzir grandes quantidades de enzimas (tal como a amilase, que converte o amido em glicose), de ácido cítrico e outros ácidos orgânicos que são usados comercialmente. O sabor de queijos como o Roquefort ou Gorgonzola e o Camembert, resultam de mofos que crescem neles. 
Os mofos também podem ser nocivos. A ferrugem e a fuligem dos pés de plantas, grãos, milho e batatas não somente destroem os pés dessas plantas, como algumas também são tóxicas. A aflotoxina do mofo AspergilIus, que pode ser encontrada no amendoim e em semente de algodão e a doergot (um tipo de fungo primitivo), encontrada no centeio e no trigo, são extremamente tóxicas para o homem e para os animais de fazenda. As aflotoxinas também têm-se mostrado carcinogênicas. 
c.Leveduras: São encontradas no solo, na água e na casca de muitas frutas e vegetais. Os produtores de vinho, cerveja e bebidas alcoólicas descobriram, séculos antes de Pasteur, que a ocorrência natural de leveduras na casca das uvas e outros frutos e em grãos, era a responsável por este processo de fermentação. A levedura comum, chamada Saccharomycescerevisiae, fermenta o açúcar do álcool em condições de anaerobiose. Em condições de aerobiose, esta levedura quebra açúcares simples em dióxido de carbono e água. As leveduras são também uma boa fonte de nutrientes para o homem por que elas produzem muitas vitaminas e proteínas.
Considerando o grande numero de espécies de fungos, poucos são patogênicos para a espécie humana. As doenças causadas por fungos são chamadas micoses e são classificadas como micoses superficiais, cutâneas subcutâneas ou sistêmicas.
IV. Vírus
Os vírus são seres muito especiais e diferenciados por não possuírem estrutura celular, sendo formados basicamente por proteínas e ácidos nucléicos (DNA ou RNA). Possuem grande capacidade de sofrer mutações. Todos os vírus são parasitas, isto é, só conseguem se desenvolver dentro de um organismo vivo, seja animal, vegetal ou bactéria.
Esquemas devírus
Virus HIV						Vírus bacteriófago
Os antibióticos não são efetivos contra as infecções virais porque estas drogas atuam inibindo certas reações metabólicas dentro dos patógenos vivos. Considerando que os vírus não são células metabolizantes independentes, os agentes que afetam a síntese de novas partículas virais podem também causar danos nas células do hospedeiro. 
Nos resfriados e gripes os antibióticos podem ser dados somente para prevenir infecções bacterianas secundárias que podem ocorrer após a infecção virai. Entretanto, têm sido desenvolvidas algumas novas substâncias químicas (agentes antivirais) que interferem nas enzimas celulares específicas para o vírus e, conseqüentemente, na produção de novos vírus ou rompendo fases críticas no ciclo viral ou ainda inibindo a síntese de DNA ou RNA viral. 
Muitos tumores e cânceres são aparentemente causados por vírus que mudam a composição genética das células e causam crescimento descontrolado destas células anormais sob certas condições ambientais. Algumas drogas quimioterapêuticas usadas no tratamento do câncer são substâncias que interferem na síntese de DNA e RNA em células que estão se dividindo rapidamente, desta maneira inibindo ou destruindo as células tumorais e também algumas células humanas (cabelo, sangue e esperma).
Algumas importantes doenças virais humanas incluem o resfriado comum, a gripe, a caxumba, o sarampo, a varicela, a raiva, o herpes labial, o herpes genital, as verrugas genitais, a poliomielite, a encefalite e a AIDS.
Viróides e Príons
Embora os vírus sejam agentes, infecciosos não-vivos muito pequenos, os viróides e os príons são agentes infecciosos ainda menores e menos complexos. Os viróides são formados por uma única fita de RNA circular que pode infectar o núcleo de uma célula da planta. Eles são transmitidos entre as plantas tanto por vetores mecânicos (pássaros, insetos) quanto por meio do pólen. 
Acredita-se que eles causem mais de 10 doenças de plantas tal como a doença do tubérculo da batata e o retardamento do crescimento do crisântemo. 
Os príons são pequenas proteínas infecciosas que causam doenças no sistema nervoso dos animais domésticos e do homem, tal como a scrapie no carneiro e nas cabras e a encefalopatia espongiforme no gado. 
V. Helmintos
Os primeiros registros de doenças causadas por vermes parasitários, ou helmintos, se encontram no papiro de Ebers, de 1500 a.C., em que se reconhecem descrições de tênias e lombrigas, estas últimas de incidência ainda bastante comum no Brasil e outros países do terceiro mundo no final do século XX.
Helmintos ou vermes são animais metazoários muitos dos quais parasitos que vivem em várias partes do corpo humano. Os helmintos podem-se classificar em três grandes grupos: nematódios, ou vermes cilíndricos; cestóides, ou vermes chatos; e trematódeos, providos de ventosas.
Os helmintos podem multiplicar-se dentro ou fora do corpo do hospedeiro. Isso depende do ciclo vital específico de cada parasito. Os que parasitam o intestino do homem quase nunca produzem por si sós a morte do hospedeiro. Trazem, no entanto, malefícios ao organismo parasitado, muitas vezes debilitando-o perigosamente. Entre os helmintos intestinais mais comuns estão os oxiúros, os ascarídeos, os ancilóstomos e as tênias.
· Os oxiúros (Enterobiusvermicularis), parasitos que afetam o homem com muita freqüência, são vermes pequenos (até dois centímetros) e brancos. Habitam a região do ceco-apêndice humano, de onde a fêmea fecundada emigra para depositar ovos embrionados às margens do ânus e nas pregas perianais. Por isso, os sintomas principais da oxiurose são o prurido anal e a tensão nervosa.
· Os ascarídeos, conhecidos vulgarmente como lombrigas, são, depois dos oxiúros, os vermes que  mais freqüentemente parasitam o intestino humano. A fêmea pode chegar aos trinta centímetros, enquanto o macho só atinge metade desse tamanho. Os ovos fertilizados desenvolvem-se facilmente e são encontrados na poeira doméstica, terra dos jardins etc. A infecção se processa pelas mãos sujas ou por intermédio da água, frutas, legumes. Normalmente os vermes habitam o intestino delgado. Em caso de infecção grave podem invadir vários pontos do organismo, ocasionando problemas de maior ou menor gravidade.
· O ancilóstomo e o necátor (Ancylostomaduodenale e Necatoramericanus) causamuma doença conhecida como ancilostomíase ou necatoríase, anemia tropical, uncinariose, amarelão ou opilação, sério problema de saúde pública, especialmente no interior brasileiro. Os ancilóstomos são parasitas chupadores de sangue, característica que produz graves sintomas, como anemia hipocrômica e microcítica.
· O tricocéfalo (Trichuristrichiura) é um verme de incidência comum em crianças. Permanece fixado pela extremidade anterior na mucosa do ceco-apêndice e pode invadir o intestino grosso. Cada fêmea adulta do tricocéfalo põe cerca de quatro mil ovos por dia, que são eliminados nas fezes. Ingeridos com a água e os alimentos, ou levados à boca em pedaços de terra (geofagia), ou pelos dedos, os ovos chegam ao duodeno, donde as larvas migram para o habitat definitivo e atingem a maturidade em cerca de três meses. A sintomatologia é bastante vaga: nos casos mais graves, observam-se palidez, perda de peso, anemia, anorexia, náuseas, vômitos, diarréiamucossanguinolenta, dores abdominais, tenesmo (dificuldade de defecar ou urinar, com sensação dolorosa no reto ou na bexiga).
· O estrongilóide (Strongyloidesstercoralis) é um helminto de ciclo evolutivo bastante complexo, com dupla modalidade biológica: uma forma parasitária e outra de vida livre. A fêmea parasita mede pouco mais de dois milímetros de comprimento e vive na mucosa do duodeno ou do jejuno. Aí deposita os ovos embrionados, que dão saída às larvas, posteriormente eliminadas com as fezes. A ação patogênica desse verme manifesta-se em alterações de natureza mecânica, traumática, irritativa e, às vezes, de ordem tóxica ou alérgica.
· As tênias são vermes de corpo chato e largo, que vivem principalmente no intestino humano. Existem cerca de quarenta espécies, das quais as mais comuns no Brasil são a Taeniasolium e a Taeniasaginata. Em geral, o contágio se dá por ingestão de alimentos, que veiculam os ovos ou as larvas. Os vermes adultos vivem fixados pela extremidade cefálica à parede do intestino humano. Em geral só existe um exemplar infectante no intestino, razão por que esse verme é conhecido como "solitária". Sua vida, contudo, pode ser muito prolongada, às vezes até vinte anos, e pode produzir dez ou mais segmentos todos os dias, pelo que vez por outra alcança  comprimento de até dez metros.
· As filárias são helmintos parasitos obrigatórios durante toda a vida e necessitam de dois hospedeiros, um obrigatório ou definitivo, onde vivem e se reproduzem, e outro intermediário, em que evoluem as formas imaturas. Os vermes adultos ou "macrofilárias" vivem no sistema linfático, cavidades serosas ou tecido conjuntivo do homem. Os embriões ou "microfilárias", segundo a espécie, fazem apenas curta migração pela pele ou tecido celular subcutâneo do hospedeiro vertebrado, ou chegam à circulação periférica. Sempre, porém, estão ao alcance do hospedeiro intermediário, de que necessitam para completar seu ciclo evolutivo.
· O Schistosoma mansoni é o agente causal da esquistossomose, um dos mais graves problemas de saúde pública no Brasil. Essa helmintose está condicionada à eliminação dos ovos do parasita com as fezes de pacientes infectados e à presença do hospedeiro intermediário, um caramujo do gênero Biomphalaria comumente encontrados em lagoas, represas, canais de irrigação, córregos etc.
VI. Artrópodes
Os artrópodes agrupam mais de 800 mil espécies, quantidade que supera todos os demais filos reunidos. São adaptáveis em diferentes ambientes, tem uma grande capacidade de reprodução, são muito eficientes em suas funções naturais e no caso das abelhas, formigas e cupins tem uma perfeita organização social.
Os artrópodes são invertebrados que possuem patas articuladas, tem uma carapaça protetora externa, que é o seu esqueleto.Ao crescer, eles fazem a muda que nada mais é do que abandonar o esqueleto velho e pequeno e fabricar outro, novo e maior. Este fenômeno ocorre várias vezes para que o animal possa chegar a fase adulta.
Os artrópodes, no entanto, não possuem apenas patas articuladas, mas sim todas as suas e extremidades, como as antenas e as peças bucais. Os seus membros inferiores são formados por partes que se articulam, ou seja, que se movimentam umas em relação às outras: os seus pés se articulam com suas pernas, que se articulam também com suas coxas, que também se articulam com os ossos do quadril.
Os artrópodes podem ser classificados em cinco classes principais, usando como critério o número de patas:
· Insetos, 6 patas, como exemplo, mosquitos, baratas.
· Aracnideos, 8 patas, como exemplo, aranhas e escorpiões.
· Crustáceos, 10 patas, como exemplo camarões e caranguejos.
· Quilópodes, 1 par por seguimento, como exemplo as lacraias
· Diplopodes, 2 pares por seguimento, como exemplo, os piolhos de cobra.
As doenças transmitidas por artrópodes foram responsáveis por numerosas epidemias devastadoras (peste, tifo, malária, febre amarela) ao longo da história. Algumas destas doenças, como a malária, febre amarela e dengue  ainda constituem importantes problemas de saúde pública. As doenças transmitidas por artrópodes são, a cada ano, responsáveis por uma em cada 17 mortes no mundo. 
Os artrópodes hematófagos compreendem os insetos (6 patas na fase adulta) e os carrapatos (8 patas na fase adulta) que se alimentam de sangue. Podem ser vetores de infecções, por serem capazes de transmitir agentes infecciosos entre seres humanos ou entre animais e seres humanos. Estes artrópodes não servem apenas como meio de transporte mecânico, uma vez que neles ocorre, obrigatoriamente, parte do ciclo de desenvolvimento dos agentes infecciosos.
Existe uma relação estreita entre a dinâmica da transmissão de doenças e as características biológicas e ecológicas destes vetores. A longevidade (de dias a anos), a capacidade reprodutiva (de dezenas a milhares de novos insetos gerados por fêmea), as preferências alimentares (seres humanos, animais) e os hábitos (local e horário de maior atividade) destes vetores determinam a importância relativa do artrópode como transmissor de uma doença infecciosa e as peculiaridades da transmissão (maior durante o dia, ou à noite ou em determinadas épocas do ano). Variáveis ambientais como disponibilidade de água, chuvas, temperatura, umidade e altitude podem influenciar no ciclo dos agentes infecciosos nos artrópodes ou no desenvolvimento dos próprios vetores.
Os insetos hematófagos em geral transmitem os agentes infecciosos por inoculação através da pele, durante a alimentação, diretamente no sangue, como ocorre com os mosquitos (malária, febre amarela, dengue, filariose, encefalite japonesa e febre do Nilo Ocidental), com os flebotomíneos (leishmaniose cutânea e visceral) e com a mosca tsé-tsé (doença do sono). Os triatomíneos (Doença de Chagas), contudo, transmitem o agente infeccioso quando defecam após a alimentação e a inoculação ocorre por contaminação de mucosas e de área de pele lesada com os resíduos fecais através do ato de coçar.
Algumas espécies de besouros não transmitem agentes infecciosos, mas podem causar doenças. Estas espécies de artrópodes não são hematófagas, mas produzem substâncias vesicantes (pederina, cantaridina) que causam lesões cutâneas (dermatite bolhosa) em seres humanos.
Cadeia de transmissão dos agentes infecciosos
Para que ocorram infecções parasitárias é fundamental que haja elementos básicos expostos e adaptados às condições do meio.
Os elementos básicos da cadeia de transmissão das infecções parasitárias são o hospedeiro, o agente infeccioso e o meio ambiente. No entanto, em muitos casos, temos a presença de vetores, isto é, insetos que transportam os agentes infecciosos de um hospedeiro parasitado a outro, até então sadio, ou seja, não infectado, como podemos citar nos casos da febre amarela, da leishmaniose e outras doenças.
São elementos básicos da cadeia de transmissão: o hospedeiro, o agente infeccioso e o meio ambiente.
Hospedeiro
Em uma cadeia de transmissão, o hospedeiro pode ser o homem ou um animal, sempre exposto ao parasita ou ao vetor transmissor. Na relação parasita/hospedeiro,esse pode comportar-se como um portador que não apresenta sintomas ou como um indivíduo que apresente sintomas, sendo que os dois são capazes de transmitir a doença. O hospedeiro pode ser chamado de intermediário quando os parasitas nele existentes se reproduzem de forma assexuada, ou ainda podem ser considerados como definitivo, quando os parasitas alojados nele se reproduzem de modo sexuado.
Agente infeccioso
É um ser vivo capaz de reconhecer seu hospedeiro, penetrar, desenvolver-se, multiplicar-se nele e, mais tarde, sair para alcançar novos hospedeiros. Os agentes infecciosos popularmente conhecidos por micróbios ou germes, podem ser bactérias, protozoários, vírus, ácaros e alguns fungos e podem ser classificados em:
Endoparasitas: penetram no corpo do hospedeiro e aí passam a viver. Portanto, o correto é dizer que o ambiente está contaminado (não causa infecção), e não infectado (causa infecção).
Ectoparasitas: não penetram no hospedeiro, mas vivem externamente, na superfície de seu corpo, como os artrópodes, dentre os quais destacam-se as pulgas, piolhos e carrapatos.
Meio ambiente
É o espaço constituído pelos fatores físicos, químicos e biológicos, cujo intermédio são influenciados o parasita e o hospedeiro. Como exemplos, podemos apontar:
Físicos: temperatura, umidade, clima, luminosidade (luz solar);
Químicos: gases atmosféricos (ar), pH, teor de oxigênio, agentes tóxicos;
Biológicos: água, nutrientes, fauna, flora, etc.
Não podemos confundir infecção parasitária com doença.O parasita bem sucedido é aquele que consegue obter tudo de que precisa para sobreviver causando o mínimo de prejuízo ao hospedeiro.Desse modo, surgem os hospedeiros parasitados, sem doença e sem sintomas, conhecidos como portadores assintomáticos.Em outros casos, a curto ou longo prazo, o parasita pode causar prejuízos, enfermidades ou doença aos hospedeiros, tornando-os patogênicos. Desse modo, surgem as doenças transmissíveis. Existem alguns fatores que influenciam o parasitismo como causa dasdoenças infecciosas, relacionadas aos três elos da cadeia de transmissão:
Agente infeccioso: a carga parasitária, sua localização e capacidade de provocar doenças;
Hospedeiro: idade, estado nutricional, grau de resistência, órgão do hospedeiro atingido pelo parasita, hábitos e nível sócio econômico e cultural, presença simultânea de outras doenças, fatores genéticos;
Meio Ambiente: temperatura, umidade, clima, água, ar, luz solar, tipos de solo, teor de oxigênio e outros. É o caso dos cisticercos (larvas de Taeniasolium) em carnes suínas, que morrem quando estas são congeladas a -10ºC, por dez dias, ou cozidas em temperatura acima de 60ºC, por alguns minutos.
Tipos de transmissão do Agente infeccioso para o hospedeiro
TransmissãoDireta: de pessoa a pessoa. É a transmissão causada pelos agentes infecciosos que saem do corpo de um hospedeiro parasitado (homem ou animal) e passam diretamente para outro hospedeiro saudável, ou para si mesmo (auto-infecção).As vias de transmissão direta de pessoa a pessoa podem ser: fecal-oral, gotículas, respiratória, sexual.
Transmissão indireta: com presença de hospedeiros intermediários ou vetores.
Ocorre quando o agente infeccioso passa por outro hospedeiro (intermediário) antes de alcançar o novo hospedeiro (definitivo), como o caso da esquistossomose e da teníase (solitária).A forma indireta também ocorre quando o agente infeccioso é transportado através da picada de um vetor (inseto) e levado até o novo hospedeiro, como na dengue (Aedes aegypty). Pode ocorrer também, a transmissão indireta com presençado meio ambiente. Nesse tipo de transmissão, ao sair do hospedeiro o agente infeccioso já tem uma forma resistente que o habilita a manter-se vivo poralgum tempo no ambiente, contaminando o ar, a água, o solo, alimentose objetos (fômites) à espera de novo hospedeiro.Nesse caso, incluem-se os protozoários que, expelidos atravésdas fezes e sob a forma de cistos, assumem a forma de resistênciadenominada esporos.Fômites são utensílios comoroupas, seringas, espéculos,etc., que podem veicular o parasita entre hospedeiros.Os cistos e os esporos são formas resistentes não visíveis aolho nu. Como não as percebemos, podem estar em qualquer lugar, daí a importância desempre mantermos a corretahigiene das mãos e realizarmosa adequada limpeza de nossascasas.                                                                                                                                        
Transmissão vertical:É aquela que ocorre diretamente dos pais para seus descendentes através da placenta, esperma, óvulo, sangue,leite materno. 
Fonte de infecção:É o foco, local onde se origina o agente infeccioso, permitindo-lhe passar diretamente para um hospedeiro, podendo localizar-se em pessoas, animais, objetos, alimentos, água, etc.
 Principais portas deentrada ou vias de penetração dosagentes infecciosos
· Boca ou Via digestiva:os agentes infecciosos penetram pela boca, junto com os alimentos, a água, ou pelo contato das mãos e objetos contaminados levados diretamente à boca. Isto acontece com os ovos de alguns vermes (lombriga), cistos de protozoários (amebas, giárdias), bactérias (cólera), vírus (hepatite A, poliomielite) e fungos;
· Nariz e boca ou Via respiratória:os agentes são inalados juntamente com o ar, penetrando no corpo através do nariz e/ou boca, pelo processo respiratório. Como exemplos, temos: vírus da gripe, do sarampo e da catapora; bactérias responsáveis pela meningite, tuberculose.
· Pele e mucosa ou Via cutânea ou transcutânea:geralmente, os agentes infecciosos penetram na pele ou mucosa dos hospedeiros através de feridas, picadas de insetos, arranhões e queimaduras, raramente em pele íntegra. Como exemplos, temos: dengue, doença de chagas e malária;
· Vagina e uretra ou Via urogenital:os agentes infecciosos penetram nos hospedeiros pelos órgãos genitais, por meio de secreções e do sêmen, nos contatos e relações sexuais. Assim ocorre a transmissão da sífilis, gonorréia, AIDS, o papilomavírus humano - HPV.
Principais portas de saída ou vias de eliminação dos agentes infecciosos
· Ânus e boca (via digestiva):os agentes infecciosos saem, juntamente com as fezes, pela via digestiva, através do ânus. Estes são normalmente aqueles agentes que penetram por via oral (boca), localizando-se, geralmente, na faringe e órgãos do aparelho digestivo. Como exemplos: os vírus da hepatite A e as bactérias causadoras de diarréias (Escherichiacoli, Salmonellasp). São eliminados pela saliva, dentre outros, os vírus (herpes,) e bactérias (difteria);
· Nariz e boca (via respiratória): os agentes infecciosos são expelidos por intermédio de gotículas produzidas pelos mecanismos da tosse, do espirro, de escarros, secreções nasais e expectoração. Geralmente, esses agentes infectam os pulmões e a parte superior das vias respiratórias. Temos como exemplos: catapora, meningite, pneumonia e tuberculose. Muitas vezes, os agentes que se utilizam das vias respiratórias vão para outros locais, causando diferentes manifestações clínicas. É o caso do Streptococos pneumoniae, causador da pneumonia, que também pode provocar sinusite e otite; 
· Pele e mucosa (via transcutânea): normalmente, a pele se descama como resultado da ação do meio ambiente, em função de atividades físicas, como exercícios, no ato de vestir-se e despir-se. Os agentes infecciosos eliminados pela pele são os que se encontravam alojados nela e que geralmente são transmitidos por contato direto, e não pela liberação no meio ambiente. Através da pele ocorre a saída de vírus herpes, verrugas, Leishmaniassp responsáveis por úlceras cutâneas e o Sarcoptesscabiei, pela sarna, também utilizam a pele como porta de saída; 
· Vagina e uretra (via urogenital): os agentes infecciosos são geralmente eliminados por via vaginal e ou uretral – durante a relação sexual ou contato com líquidos corpóreos contaminados , pelo sêmen (HIV, herpes, gonorréia), pelas mucosas (fungos) ou urina (febre tifóide; e a leptospirose, transmitida pela urina de ratos e cães infectados).· Eliminação pelo leite:O leite humano raramente elimina agentes infecciosos, mas isto pode vir a acontecer com: vírus da hepatite B e HIV.
Infecção Hospitalar
Definição
 Infecção Hospitalar é definida como “aquela adquirida após admissão do paciente e que se manifesta após a internação ou a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares”.
Para ser considerada como hospitalar, a infecção: 
· Não deve estar presente ou em incubação por ocasião da admissão;
· Se estiver em incubação à admissão, deve estar relacionada à prévia hospitalização na mesma instituição. 
· Se estiver presente na admissão, deve estar temporalmente associada com prévia hospitalização ou a um procedimento realizado em instituição de saúde. 
Atualmente, o termo “infecções relacionadas à assistência à saúde” (IRAS) tem sido mais utilizado. Incluem, neste fenômeno, as infecções que possam ser adquiridas em função de quaisquer cuidados prestados à saúde, independente de hospitalização.
Fatores que influenciam no desenvolvimento das IH
· Agente etiológico: resistência antimicrobiana, virulência, inóculo;
· Fontes de infecção: transmissão cruzada de pacientes infectados ou colonizados por meio das mãos dos profissionais de saúde, objetos e superfícies contaminadas. 
· Suscetibilidade do paciente: algumas condições/fatores predispõem os pacientes às infecções por microrganismos oportunistas como extremos de idade, doenças crônicas, neoplasias, imunossupressão, desnutrição, intervenções diagnósticas e terapêuticas. 
· Resistência microbiana: uso de antimicrobianos.
O risco de adquirir infecções é determinado pela sucetibilidade do paciente. Ele pode ser próprio de determinadas condições clínicas responsáveis pela hospitalização induzida por procedimentos hospitalares.
O paciente admitido no hospital pode apresentar alterações significativas em sua flora microbiana. As modificações da flora normal em tecidos não estéreis dos hospedeiros (pele e mucosa) ou a colonização de seus tecidos estéreis resultam em infecção quando suas defesas não são suficientes para controlar a multiplicação microbiana. Consequentemente distinguem-se duas classes de fatores predisponentes as infecções hospitalares:
· intrínsecos: aqueles que são próprios do paciente;
· extrínsecos: procedimentos hospitalares que diminuem a resistência à infecção.
Segundo estudos, as infecções hospitalares estão representadas num conjunto de patologias diversas que acometem os pacientes em regime de internação, que podem resultar basicamente da diminuição das defesas antiinfecciosas do paciente (locais ou sistêmicas), que permite o desenvolvimento excessivo de sua microbiota e a conseqüente invasão dos tecidos estéreis do seu organismo. 
	
LOGO: A disseminação de uma infecção no ambiente hospitalar acontece mediante a presença de três elementos: a fonte de infecção, a suscetibilidade do hospedeiro e a virulência do agente causal.
Agentes etiológicos
Os microrganismos não são mais classificados em patogênicos e saprófitas, uma vez, que a capacidade de produzir doenças não depende só do germe. A classificação mais adequada seria:
· patógenos primários: microrganismos capazes de infectar hospedeiros sadios, como os agentes etiológicos da tuberculose, febre tifóide, sarampo, varicela, blastomicose, criptococose, malária, toxoplasmose etc.
· patógenos secundários: microrganismos que habitam as superfícies do organismo do hospedeiro, desde seu nascimento até a morte, e só o infectam em conseqüência de doenças ou tratamentos agressivos e imunossupressores. São exemplos todas as infecções hospitalares, salvo nos casos de doenças provocadas por patógenos primários, eventualmente adquiridas no hospital, como viroses da infância e hepatites.
No Brasil, a incidência de infecções hospitalares é maior nos hospitais universitários, ou hospitais de ensino, do que nos demais hospitais da comunidade. Tal fato deve-se à maior gravidade das doenças e aos procedimentos mais complicados que são realizados nesse tipo de hospitais. Somam-se a isso internações hospitalares mais longas e a interação mais efetiva dos clientes com vários profissionais de saúde, estudantes e membros da equipe. 
Nos últimos anos, elas são causadas por vários patógenos: alguns cocos gram positivos como o Staphylococcus aureus e o coagulase negativos, que hoje são patógenos (agentes infecciosos) muito importantes como causadores de infecção hospitalar e que vêm se tornando resistentes progressivamente a um número cada vez maior de antibióticos. Além deles, temos os Enterococcus, no Brasil os casos de resistência à eles são mais recentes, já nos Estados Unidos e na Europa constituem, há alguns anos, um grande problema. Além disso, os Pneumococos, agentes causadores das pneumonias e de outras infecções das vias aéreas superiores, embora fossem sensíveis à penicilina, vêm apresentando um padrão de resistência progressivamente maior a esse medicamento, constituindo um problema grave de tratamento. Além dos cocos gram positivos, temos os bacilos gram negativos: as enterobactérias representadas pela Klebsiella, E. coli, Citrobacter, Enterobacter, Serratia, entre outras. No segundo grupo, o das não fermentadoras, as mais importantes são as Pseudomonas e Acinetobacter. Essas bactérias, que são também muito importantes como causadoras de infecção hospitalar, têm a capacidade de desenvolver resistência produzindo enzimas que inativam os antibióticos.
Causas da Infecção Hospitalar
As causas mais comuns de infecções hospitalares são as infecções do trato urinário dos clientes com cateteres urinários de demora, feridas cirúrgicas, infecções das vias respiratórias superiores, processos infecciosos primários da corrente sanguínea e infecções das vias respiratórias interiores (pneumonia, por exemplo). 
As infecções da corrente sanguínea, ou a sepsis secundária, as infecções causadas por cateteres e respiradores artificiais ou cateteres centrais, são responsáveis pela incidência elevada das infecções hospitalares. 
Os dispositivos usados por longos períodos, tais como os cateteres (intravenosos, centrais, respiratórios ou urinários), costumam ser fonte do processo infeccioso, devido ao tempo que precisam permanecer no cliente. Tais instrumentos constituem uma porta aberta para a entrada de microrganismos. Qualquer falha na técnica estéril pode predispor à invasão. 
O risco de adquirir infecções e determinado pela suscetibilidade do paciente. Ele pode ser próprio de determinadas condições clínicas responsáveis pela hospitalização induzida por procedimentos hospitalares. 
Classificação das Infecções Hospitalares
As infecções hospitalares são classificadas de acordo com a sua localização anatômica. As principais são as infecções urinárias, as cirúrgicas, as broncopulmonares e as septicêmicas. 
Aproximadamente 30% das infecções hospitalares de um hospital geral localizam se no trato urinário e são causadas por alguma patologia urinária predisponente ou alguma cateterização vesical. Cerca de 20% localizam-se na ferida ou na cavidade operada. As infecções broncopulmonares correspondem a aproximadamente 15% do total de infecções hospitalares ocorridas num hospital geral. Tais infecções consistem basicamente em complicações de patologia pulmonar não infecciosa ou de instrumentação do trato respiratório do paciente. As septicemias hospitalares representam 13% das infecções e resultam da disseminação de um foco endógeno-cutâneo, respiratório, geniturinário ou intra-abdominal, ou de um foco exógeno representado pela contaminação de cateteres, equipos ou soluções endovenosas. O restante das infecções hospitalares é constituído por um grupo bastante diversificado, que inclui supuração de úlcera de decúbito, queimaduras, lesões traumáticas, mastites e endometrites, entre outras.As medidas de controle dependem, primordialmente, da identificação do problema. O parâmetro utilizado para tal é a classificação anatômica das infecções hospitalares.
· Infecções do trato urinário: Atualmente há a evidencia deque a maioria das infecções do trato urinário é causada por bactérias que alcançam a bexiga através da uretra, podendo, posteriormente, ascender até os rins através dos ureteres. Estudos realizados por Elkinse Cox demonstraram que em cerca de25% de mulheres sadias e assintomáticas, foi possível demonstrar flora bacteriana rica em Escherichia coli, Proteus e Klebsiella, no segmento distal da uretra.A manipulação uretral por cateter pode deslocar bactérias para a bexiga e, consequentemente, causar infecção urinaria após o cateterismo vesical. Portanto, deve-se avaliar bem se há realmente a necessidade de um cateterismo vesical. O cateterismo deve ser sempre executado sem trauma, em completas condições de assepsia e com sistema de coletor de urina do tipo drenagem fechada, nos casos de cateterismo prolongado. A cateterização uretral não é recomendada como método de rotina para exames de cultura.
· Infecções cirúrgicas: As medidas antiinflamatórias adotadas em cirurgias limpas dependem das condições do uso das técnicas de assepsia e anti-sepsia da pele do paciente, assim como da equipe cirúrgica. Tradicionalmente, admite-se que cinco minutos de escovação com água e sabão comum sejam suficientes para a profilaxia das infecções transmitidas pelas mãos dos cirurgiões. Uma escovação mais prolongada é indesejável, por conta de pequenas escoriações que podem ocorrer na pele. O uso de preparações detergentes associadas àantisépticos alterou completamente essa situação, permitindo a redução do tempo de escovação para três minutos. As condições de higiene do paciente também podem exercer influência sobre as taxas de infecção cirúrgica. Cruse demonstrou que o banho do paciente, antes do ato cirúrgico, reduz a incidência de infecção:
# 2,3%, sem banho.
# 2,1%, banho com sabão comum.
# 1,3%, banho com sabão de hexaclorofeno.
· Infecções do trato respiratório: Existem numerosos e variados fatores que podem contribuir para o desenvolvimento de infecções do trato respiratório. A incidência da atelectasia, por exemplo, pode ser reduzida mediante o alívio da dor, respiração profunda, tosse, mudanças na posição, exercício, sucção eumidificação da atmosfera. É importante enfatizar o uso da técnica asséptica no manuseio do instrumental que entrará em contato com o paciente. As águas ou soluções estagnadas podem tornar-se reservatórios para muitos microrganismos gram-negativos, incluindo Pseudomonas, Serratia e Enterobacteriaceae. Essas soluções encontram-se freqüentemente em muitos recipientes junto ao leito do paciente. Quanto mais intensivo e o tratamento, mais recipientes com soluções aquosas estão em uso e disponíveis, proporcionando o crescimento bacteriano. A estreita colaboração de cirurgiões, anestesistas, enfermeiros e equipe de enfermagem é necessária para a preservação e o controle do ambiente hospitalar.
Prevenção e Controle de Infecção
É necessário evidenciar que as infecções hospitalares estão situadas entre as principais causas de óbito no Brasil, ao lado das doenças neoplásicas, respiratórias, infecciosas e cardiovasculares. Portanto, mostra-se relevante ampliar os programas de orientações para prevenção e controle das infecções hospitalares. 
Sabemos e podemos constatar que no ambiente hospitalar a proliferação de microorganismos é muito grande e, quando aliada ao enfraquecimento dos mecanismos de defesa do cliente, propicia, sem dúvida, o aumento das condições inerentes ao acometimento das infecções hospitalares. Portanto, precisamos ficar atentos para nossa prática de trabalho não ser uma causa de infecções.
Já que as características do paciente (doenças prévias ou gravidade) são importantes para a aquisição de infecção, ao avaliar os indicadores de infecção de determinada instituição é necessário realizar uma análise das características da população atendida. Por isto, não é adequado realizar a comparação das taxas entre instituições distintas. A variação de taxas, estatisticamente significativa, requer que seja tomado como padrão o nível endêmico da própria instituição. Com este objetivo, é necessário que exista um Programa de Controle de Infecção Hospitalar apoiado em uma metodologia de vigilância epidemiológica padronizada.
Atualmente, existem trabalhos que demonstram a previsibilidade (taxa esperada de infecção) das infecções hospitalares a partir de informações institucionais e de características do paciente - principalmente relacionadas à intervenção cirúrgica - o que pode ser uma ferramenta para orientar medidas de prevenção individualizadas, e servir de defesa para hospitais e profissionais em processos judiciais
Em 24/06/1983, o Ministério da Saúde instituiu a Portaria 196, que determina: “Todos os hospitais do país deverão manter Comissão de Controle da Infecção Hospitalar – CCIH, independente da mantenedora, traçando diretrizes para tal e definindo suas atribuições. Embora com uma série de conceitos polêmicos e imprecisos, a Portaria 196, foi um passo importante na constituição de CCIHS por todo o país. 
No final da década de 80 ampliaram-se as discussões sobre o controle das infecções hospitalares. Associações profissionais foram criadas e surgiram diversos encontros, congressos e cursos de treinamento, em parte, patrocinados pelo Ministério da Saúde, reunindo profissionais preocupados com esse problema. 
Os primeiros dados, colhidos com metodologia adequada pelo Ministério da Saúde, apontam que entre 1% e 15% dos pacientes internados em hospitais brasileiros adquirem infecção hospitalar. Com a promulgação da Lei Federal 9431, de 06/01/1997, os hospitais ficaram obrigados a constituírem um programa de CIH, e para isto, foram orientados a criarem comissões.
Comissão de Controle da Infecção Hospitalar – CCIH
A CCIH é um órgão de assessoria à autoridade máxima da instituição e de planejamento e normatização das ações de controle de infecção hospitalar, que serão executadas pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar – SCIH. 
Objetivos
A CCIH tem o objetivo não somente de prevenir e combater à infecção hospitalar, beneficiando dessa maneira toda a população assistida, mas também proteger o hospital e o corpo clínico. Deve manter arquivados documentos que comprovem a legalidade de sua existência, rotinas de sua funcionabilidade, protocolos que orientem o tratamento mais adequado efetivado ao paciente e sobretudo dados estatísticos que demonstrem os índices de infecção do hospital, para que, solicitados judicialmente, possam ser comprovados, mantendo estes índices de infecção dentro dos limites aceitáveis, comparativamente.
A legislação básica sobre infecção hospitalar, regulamentando a criação das CCIH, permite o estabelecimento de medidas de acordo com as particularidades do hospital. Medidas no combate à infecção para o grande hospital, com enorme corpo clínico e atendimento em todas as áreas médicas, evidentemente mais suscetível às infecções, podem ser diferentes das do pequeno hospital, com menor corpo clínico e especializado; entre estes extremos, têm-se as inúmeras variáveis.
Finalidades
Uma CCIH possui profissionais que deverão executar as seguintes tarefas: 
· Criar um programa de prevenção e assistência aos funcionários que sofrem acidentes com material contaminado com sangue ou secreções. Este programa deve ser organizado para funcionar e fornecer a primeira assistência ao funcionário acidentado durante o período de 24 horas. 
· Comunicar ao organismo de gestão do SUS, na ausência de um núcleo de epidemiologia, as doenças de notificação compulsória (Aids, tuberculose, meningite meningocócica etc). 
· Auxiliar os programas de vigilância de agravos à saúde como farmacovigilância, tecnovigilância e hemovigilância. Participar com os demais setores envolvidos na elaboração de programas de qualidade, tratamento de resíduos e controle de contaminação ambiental. 
· Notificar ao Serviço de Vigilância Epidemiológica e Sanitária do organismo de gestão do SUS os casos e surtos diagnosticados ou suspeitos de infecções associadas à utilização de produtos industrializados.
· Detectarcasos de infecção hospitalar, seguindo critérios de diagnósticos previamente estabelecidos. 
· Conhecer as principais infecções hospitalares detectadas no serviço e definir se a ocorrência destes episódios de infecção está dentro de parâmetros aceitáveis. Isto significa conhecer a literatura mundial sobre o assunto e saber reconhecer as taxas aceitáveis de infecção hospitalar para cada tipo de serviço. 
· Elaborar normas de padronização para que os procedimentos realizados na instituição sigam uma técnica asséptica (sem a penetração de microrganismos), diminuindo o risco de o paciente adquirir infecção. 
· Colaborar no treinamento de todos os profissionais da saúde no que se refere à prevenção e controle das infecções hospitalares. 
· Realizar controle da prescrição de antibióticos, evitando que os mesmos sejam utilizados de maneira descontrolada no hospital. 
· Recomendar as medidas de isolamento de doenças transmissíveis, quando se trata de pacientes hospitalizados. 
· Oferecer apoio técnico à administração hospitalar para a aquisição correta de materiais e equipamentos e para o planejamento adequado da área física das unidades de saúde. 
 
Estrutura de uma CCIH
A CCIH deverá ser composta por profissionais da área de saúde, de nível superior, formalmente designados, de dois tipos: consultores e executores. O presidente ou coordenador da CCIH pode ser qualquer um dos membros da mesma, indicado pela direção do hospital. Os membros consultores serão representantes, dos seguintes serviços:
· Serviço médico;
· Serviço de enfermagem; 
· Serviço de farmácia;
· Laboratório de microbiologia; 
· Administração.
Os hospitais com número de leitos igual ou inferior a 70 (setenta) necessitam somente de membros dos serviços médicos e de enfermagem. Os membros executores da CCIH representam o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar e, portanto, são encarregados da execução das ações programadas de controle de infecção hospitalar. Um dos membros executores deve ser, preferencialmente, um enfermeiro.
Funcionamento
Depois que as taxas de incidência basal das infecções forem conhecidas, a incidência mensal é determinada e notificada à CCIH da instituição. Se a incidência mensal ultrapassar um limite preestabelecido, os responsáveis procedem a uma investigação e tomam as medidas corretivas necessárias.
Notificação de casos: Todas as instituições que prestam serviços de saúde devem dispor de um mecanismo preestabelecido para a monitoração das infecções hospitalares e de outras doenças infecciosas. Essa notificação de casos auxilia as autoridades a investigarem a cadeia infecciosa.
Por lei, os profissionais de saúde estão obrigados a notificar algumas doenças às autoridades de saúde (Doenças de Notificação Compulsória) locais, estaduais e nacionais. Essas informações fornecem aos epidemiologistas dados sobre incidência e prevalência da doença e ajudam órgãos governamentais a decidir sobre a necessidade de investigar um surto de determinada doença.
Ás vezes, a notificação dos casos fornece aos epidemiologistas indícios valiosos quanto à origem e disseminação de uma doença. Por exemplo, os primeiros indícios do aparecimento da AIDS, foram os relatos sobre o Sarcoma de Kaposi entre homens jovens, esses relatos foram alarmantes porque até então, essa doença era extremamente rara, a não ser em pacientes idosos.
Programas de Controle das Infecções (PCIH)
É o conjunto de ações desenvolvidas, deliberada e sistematicamente, para a máxima redução possível de incidência e da gravidade das infecções hospitalares. Reunindo dados referentes à freqüência das infecções hospitalares na instituição prestadora de serviços de saúde, existem 3 componentes fundamentais a um programa de vigilância e controle de infecção:
· Vigilância epidemiológica das infecções que ocorrem nos pacientes hospitalizados.
· Normas e procedimentos de controle de infecção baseado em dados gerados pelo sistema de vigilância e outras fontes.
· Equipe treinada especialmente em epidemiologia hospitalar para colher dados e coordenar as intervenções. (Comissão de Controle da Infecção Hospitalar – CCIH).
Equipamentos de Proteção Individual – EPI
Introdução
Embora o trabalho do profissional de saúde possa parecer desnecessariamente complicado pelas exigências de usar roupas e equipamentos especiais, a omissão da proteção razoável, é desaconselhável e dispendiosa. O profissional de saúde informado pode escolher as barreiras protetoras mais apropriadas (luvas, avental, máscaras e óculos), para evitar a disseminação de infecções. Essas barreiras também são conhecidas por EPI. 
Definição
Segundo a NR-6, considera-se Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. Os EPI destinados a proteger a integridade física do profissional de saúde incluem luvas, protetores oculares ou faciais, protetores respiratórios, aventais e equipamentos de proteção para os membros inferiores.
Luvas
Indicadas sempre que houver possibilidade de contato com sangue, secreções e excreções, com mucosas ou áreas de pele não íntegra (ferimentos, escaras, feridas cirúrgicas e outros). Apesar de não haver um benefício cientificamente comprovado de redução de riscos de transmissão de patógenos sanguíneos, o uso de duas luvas reduz de forma significativa a contaminação das mãos com sangue. A redução da sensibilidade tátil e as parestesias dos dedos podem dificultar a prática durante os procedimentos, porém o profissional deve estar ciente dos riscos a que está exposto.As luvas são escolhidas de acordo com as circunstâncias:
· Luvas estéreis: são utilizadas nos procedimentos que exigem a manutenção de um campo isento de patógenos ou microorganismos. Essas luvas são utilizadas pelos profissionais de saúde para realizar e auxiliar um procedimento estéril (ex. cateterismo vesical). 
· Luvas de procedimento:são luvas não estéreis, para qualquer procedimento que envolva contato com líquidos corporais, sangue, secreções, excreções, mucosas e pele intacta. Quando estiver usando luvas tenha em mente os seguintes pontos:
#Lembre-se de trocar as luvas antes de entrar em contato com partes diferentes do corpo.
# Troque as luvas entre um paciente e outro.
# Retire as luvas quando a tarefa estiver concluída, para evitar a contaminação do ambiente.
# Sempre lave as mãos após retirar as luvas.
#Quando estiver realizando um procedimento invasivo no paciente, manter sempre à disposição, um par sobressalente de luvas estéreis, para substituir quaisquer luvas que tenham sido contaminadas acidentalmente.
Capotes
Aventais de algodão ou de material sintético (TNT) devem ser utilizados durante os procedimentos em que haja a possibilidade de contato com material biológico, inclusive em superfícies contaminadas. Seu uso também é indicado durante procedimentos de isolamentos com risco de contato com material infectante e procedimentos cirúrgicos. Em situações com grande exposição a sangue (ex. parto vaginal, histerectomia vaginal, cirurgias cardiovasculares, necropsias, etc) convém usar aventais impermeáveis que protejam o tronco, membros superiores e, se necessário, membros inferiores. Deve-se evitar o transito desnecessário de uma dependência a outra do hospital.
Máscara
As máscaras faciais são usadas para evitar a inalação ou aspiração de gotículas com partículas grandes contendo microorganismos transmitidos pelo ar e que, de outra maneira poderiam penetrar pelo nariz e boca durante a realização de procedimentos e atividades envolvidos na assistência ao paciente. As de pano, por se tornarem úmidas são menos eficientes que as demais para a filtragem de partículas, estão caindo em desuso, substituídas por máscaras descartáveis que, no entanto, protegem por tempo limitado, que vai de minutos a poucas horas apesar de atender a maioria das situações clinicas. 
Máscaras que filtram partículas de até 5 μ são as melhores para impedir a aquisição de tuberculose. Esse

Outros materiais