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Sabrina Angheben │ Habilidades Médicas Técnica Cirúrgica DRENAGEM DE ABSCESSO DEFINIÇÕES ● Abscesso - Coleção de pus na derme e tecidos profundos adjacentes ou em cavidades - É formada acidentalmente nos tecidos orgânicos - Agentes etiológicos mais comuns - Staphylococcus aureus - Staphylococcus epidermidis - Fatores de risco - DM - Imunocomprometimento - Qualquer processo que resulte na quebra de solução de continuidade da pele ou alterações dermatológicas como traumas abrasivos, escarificações ou picadas de insetos pode resultar na formação de um abscesso ● Furúnculo - Infecção de um folículo piloso, com a presença de material purulento - Se estende até as camadas mais profundas da derme e tecido subcutâneo ● Carbúnculo - Consiste na coalescência de folículos severamente inflamados - Resulta em uma massa inflamatória com drenagem de secreção purulenta por vários orifícios MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS ABSCESSO - Sinais flogísticos - Calor - Rubor - Edema - Dor - Sinais de flutuação - Pode ocorrer drenagem espontânea de secreção purulenta - Adenopatia regional - Sinais sistêmicos → alerta - Debre - Calafrios DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL - Foliculite - Hidradenite supurativa - Miíase - Leishmaniose - Blastomicose TRATAMENTO ● Drenagem cirúrgica - Indicado independentemente da localização - Locais de maior risco - Face - Risco de flebite séptica pela extensão pelo seio cavernoso - Períneo - Risco de síndrome de Fournier, denominada fasceíte necrotizante PROCEDIMENTO DRENAGEM DE ABSCESSO 1. Explicar o procedimento para o paciente e obter autorização 2. Exame físico - Anamnese - Buscar por sinais de toxicidade sistêmica - Antibioticoterapia profilática em 30min-1h antes do procedimento - Exame físico - Flutuação do abscesso - Em caso de dúvida, realizar punção e verificar saída de pus - Sinais flogísticos presentes 3. Assepsia - Lavagem das mãos - Colocação de luvas estéreis, máscara e óculos de proteção - Limpeza com iodo povidine ou clorexidina - Colocação do campo estéril 4. Anestesia - Usando a agulha(rosa) 40 x 12, aspira-se o anestésico do frasco (dose de 3-5 mg/kg) - Troca-se a agulha pela hipodérmica - Bloqueio de campos regional - Aproximadamente 1 centímetro do perímetro maior de flutuação - Injeção no subcutâneo - Seguimento com bloqueio linear ao longo do local de incisão 5. Incisão - A menor possível que seja suficiente para a drenagem e limpeza adequada - Longa e profunda - NÃO ESPREMER, apenas deixar a drenagem ocorrer espontaneamente, pois pode promover a proliferação bacteriana para o tecido subcutâneo - Romper as bolsas/loculações com pinça hemostática 6. Limpeza - Irrigar com soro fisiológico para limpeza local, com auxílio da gaze 7. Introdução do dreno - Introduza um dreno de Penrose no local, com 1 a 2 cm para fora da incisão, para permitir drenagem adequada e impedir que a incisão fique selada - Se necessário, pode ser fixado com um ponto simples frouxo de nylon 3.0 8. Curativo com gaze Dreno de Penrose drena por capilaridade COMPLICAÇÕES DO PROCEDIMENTO - Recidiva de abscesso - Pode ocorrer caso o tamanho da incisão não for grande o suficiente para drenagem adequada - Exploração inadequada do abscesso - Manutenção de lojas infectadas - Sangramentos - Disseminação sistêmica da infecção - Endocardites - Osteomielites - Abscessos pleurais - Articulações infectadas SEGUIMENTO DO PACIENTE - Retorno em 1-2 dias - Remoção das gazes e dreno - Avaliação da ferida - A ferida deve cicatrizar em 7-10 dias - Orientações - Associar compressas mornas locais por 15min, 3x ao dia até melhora local - Trocar curativos diariamente - Alerta para sinais de infecção - Antibioticoterapia - Se houver celulite coexistente - Paciente for imunocomprometido - Presença (enxerto vascular, próteses, telas, cateteres e válvulas) - Medicamentos - Cefalosporinas de 1ª - Quinolonas - Analgésicos e antiinflamatórios para dor pós-drenagem
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