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5 - OS CRIMES MILITARES - Parte especial. finalizado

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DOS CRIMES MILITARES
CPM – Parte Especial
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO AMAPÁ
CENTRO DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS 
INTRODUÇÃO À PARTE ESPECIAL DO CÓDIGO PENAL MILITAR
Tal como ocorre no CP, o CPM também é dividido em Parte Geral e Parte
Especial. Contudo, a parte Especial do CPM é dividida em Crimes Militares em
tempo de Paz e Crimes Militares em tempo de guerra. Para a exata
compreensão da tipicidade de tais delitos é necessário que se combine o
dispositivo da parte especial em relevo com a parte geral, em especial, ao art. 9º,
se em tempo de paz, e com o art. 10º, se em tempo de guerra. Um dos pontos
mais peculiares da lei penal castrense, entretanto, trata-se da possiblidade da
aplicação da pena de morte, hipótese que foi recepcionada pela CF/88 (art. 5,
XLVII, a), mas se, e somente se, houver a declaração do Estado de Guerra.
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO AMAPÁ
CENTRO DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS 
1. PANORÂMA DA PARTE ESPECIAL DO CPM 
1. Livro I – DOS CRIMES MILITARES EM TEMPO DE PAZ
2. Título I – Dos crimes contra a segurança externa do país (arts. 136 a 
148)
3. Título II – Dos crimes contra a autoridade ou disciplina militar (art. 149 a 
182)autoridade 
4. Título III – Dos crimes contra o serviço militar e o dever militar (arts. 183 
a 204)
5. Título IV – Dos crimes contra a pessoa (arts. 205 a 239)
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CENTRO DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS 
1. Título V – Dos crimes contra o Patrimônio (arts. 240 a 267)
2. Título VI – Dos crimes contra a incolumidade pública (art. 268 a 
297)
3. Título VII – Dos crimes contra a administração militar (arts. 298 a 
339)
4. Título IV – Dos crimes contra a administração da justiça militar 
(arts. 340 a 354)
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CENTRO DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS 
1. Parte Especial 
2. Livro II – DOS CRIMES MILITARES EM TEMPO DE GUERRA
3. Título I – Do favorecimento ao inimigo (arts. 355 a 397)
4. Título II – Da hostilidade e da ordem arbitrária (arts. 398 a 399)
5. Título III – Dos crimes contra a pessoa (arts. 400 a 403)
6. Título IV – Dos crimes contra a patrimônio (arts. 404 a 406)
7. Título V – Do rapto e da violência carnal (arts. 407 a 408)
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CENTRO DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS 
OS PRINCIPAIS TIPOS PENAIS MILITARES 
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CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS 
CAPÍTULO I - DO MOTIM E DA REVOLTA
Art. 149. Reunirem-se militares ou assemelhados:
► I – agindo contra a ordem recebida de superior, ou negando-
se a cumpri-la;
► II – recusando obediência a superior, quando estejam agindo
sem ordem ou praticando violência;
► III – assentindo em recusa conjunta de obediência, ou em
resistência ou violência, em comum, contra superior;
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CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS 
► IV – ocupando quartel, fortaleza, arsenal, fábrica ou estabelecimento
militar, ou dependência de qualquer deles, hangar, aeródromo ou
aeronave, navio ou viatura militar, ou utilizando-se de qualquer daqueles
locais ou meios de transporte, para ação militar, ou prática de violência,
em desobediência a ordem superior ou em detrimento da ordem ou da
disciplina militar:
► Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, com aumento de 1/3 (um
terço) para os cabeças.48
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CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS 
► Revolta
► Parágrafo único: Se os agentes estavam armados:
► Pena – reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos,
com aumento de 1/3 (um terço) para os cabeças.
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► Objetividade jurídica: o bem jurídico protegido é a disciplina militar, pois é
inequívoco que um grupo de militares recalcitrantes à ordem superior e à
ordem pública a atinja frontalmente. Da mesma forma, tutela-se a autoridade
militar, tanto a do superior que teve sua determinação descumprida quanto a
da lei ou norma que venha a ser violada.
► Aspectos objetivos: O sujeito ativo só pode ser militar; o passivo é o Estado.
É um crime plurissubjetivo, sendo delito de concurso necessário, bastando
que existam dois militares para que seja possível o cometimento do delito.
► Aspectos subjetivos: o delito é doloso. Não há a forma culposa
► Causa de aumento: estabelece-se a elevação da pena em um terço, tratando-
se dos líderes do motim, sejam eles mentores intelectuais ou condutores
materiais da revolta.
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► EMENTA: APELAÇÃO. MINISTÉRIO PÚBLICO MILITAR (MPM). CONHECIMENTO. PRELIMINAR.
PENA EM ABSTRATO. PRESCRIÇÃO. ACOLHIMENTO. DECISÃO UNÂNIME. CONTROLE DE VOO.
ATIVIDADE MILITAR. PARALISAÇÃO. INTERESSES PRIVADOS. SUBSUNÇÃO. DELITO DE MOTIM.
AUTORIA E MATERIALIDADE. COMPROVAÇÃO. PROVIMENTO. DECISÃO UNÂNIME. 1. Conhece-
se do Recurso Ministerial quando a sucumbência resta demonstrada e o seu interesse
recursal está presente, consubstanciado na modificação da Sentença "a quo". Recurso de
Apelação conhecido. Decisão unânime. 2. Verificada a ocorrência da prescrição em abstrato
da pretensão punitiva do Estado, o magistrado deve, em qualquer momento processual,
decretá-la "ex officio". Preliminar acolhida. Decisão unânime. 3. Cometem o crime de
motim, previsto no art. 149, inciso I, do CPM, os militares que, reunidos para satisfazer
reivindicação de natureza estatutária, paralisam, sem justa causa, as suas atividades
prescritas em regulamentos, portarias, ordens ou modelos operacionais. 4. A negativa geral
de manter a regularidade do tráfego aéreo descumpre nítida e permanente ordem emanada
do escalão superior e, consequentemente, configura o delito do crime de motim, previsto
no art. 149, inciso I, do CPM. Assim, para a subsunção da conduta a esse delito, não se
exige que a ordem seja repetida, cotidianamente, antes do início das atividades da OM
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► 5. O motim integra o grupo dos mais nefastos crimes militares, porque mira, sem
escrúpulos, nas raízes castrenses mais valiosas: os pilares da Hierarquia e da Disciplina.
O delito atinge o âmago das Forças Armadas, reduzindo a pó os juramentos estatutários
que os agentes militares realizaram perante a Bandeira Nacional. 6. O crime de motim
sempre compromete a ordem pública e a constitucional, podendo, quando praticado
com o intuito de pressionar o deferimento de demandas coletivas, conduzir a sociedade
para o mais completo caos, pois ataca, frontalmente, a eficiência da maior ferramenta
de Defesa do Estado. 7. O incorporado jura, se a situação exigir, morrer pelo Brasil (pela
sociedade). A extensão do dano moral torna-se superlativa quando, mediante o
amotinamento, militares da ativa priorizam os seus interesses privados em detrimento
da paz social. 8. Na missão de tutelar a ultima ratio do Estado, a JMU deve reprimir atos
criminosos extremamente danosos e capazes de desestabilizar, em curto tempo, os altos
escalões castrenses e o normal funcionamento do País. 9. Recurso provido. Decisão
unânime.
(STM - APL: 70002428020197000000, Relator: MARCO ANTÔNIO DE FARIAS, Data de
Julgamento: 28/10/2020, Data de Publicação: 19/11/2020)
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Entenda o motim e as reivindicações dos policiais militares no Ceará - 20/02/2020 - Poder - Folha (uol.com.br) retirado em 29.09.2021
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https://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/02/entenda-o-motim-e-as-reivindicacoes-dos-policiais-militares-no-ceara.shtml://diariodonordeste.verdesmares.com.br/seguranca/400-militares-sao-reus-e-309-estao-afastados-por-participarem-de-motim-no-ceara-. Em 29.09.2021.
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► Por maioria de votos, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) reafirmou entendimento
no sentido de que é inconstitucional o exercício do direito de greve por parte de policiais
civis e demais servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança pública.
► A tese aprovada pelo STF para fins de repercussão geral aponta que “(1) o exercício do
direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e a todos os
servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança pública. (2) É obrigatória a
participação do Poder Público em mediação instaurada pelos órgãos classistas das carreiras
de segurança pública, nos termos do artigo 165 do Código de Processo Civil, para vocalização
dos interesses da categoria”.
► Segundo o voto condutor, feito pelo ministro Alexandre de Moraes, o interesse público na
manutenção da segurança e da paz social deve estar acima do interesse de determinadas
categorias de servidores públicos. Os policiais civis, complementou, integram o braço
armado do Estado, o que impede que façam greve.
► “O Estado não faz greve. O Estado em greve é um Estado anárquico, e a Constituição não
permite isso”.
STF. Plenário. ARE 654432/GO, Rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 5/4/2017 (repercussão geral) (Info 860).
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Omissão de lealdade militar
► Art. 151. Deixar o militar ou assemelhado de levar ao
conhecimento do superior o motim ou revolta de cuja preparação
teve notícia, ou, estando presente ao ato criminoso, não usar de
todos os meios ao seu alcance para impedí-lo:
► Pena – reclusão, de 3 a 5 anos.
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► Objetividade jurídica: Continuam sendo tanto a autoridade como a disciplina
militares. A omissão do militar diante do motim perturba o exercício da
autoridade do superior que não esteja envolvido no delito. Ademais, macula
a disciplina, frontalmente contrária a esse tipo de comportamento do grupo.
Em suma, o militar deve fazer o possível para evitar o motim; no mínimo,
deve comunicar o seu planejamento ou execução ao superior.
► Aspectos objetivos: O sujeito ativo só pode ser militar; o passivo é o Estado.
É um crime omissivo próprio.
► Aspectos subjetivos: O delito é doloso. Não há a forma culposa
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Conspiração
►Art. 152. Concertarem-se militares ou assemelhados
para a prática do crime previsto no art. 149.
Pena – reclusão, de 3 a 5 anos.
►Parágrafo único: É isento de pena aquele que, antes 
da execução do crime e quando era ainda possível 
evitar-lhe as consequências, denuncia o ajuste de 
que participou.
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► Objetividade jurídica: O bem jurídico protegido é a disciplina militar, pois ao
se reunirem para planejamento de motim ou revolta, os miliares ferem a
estrutura, a ordem castrense. Em vista do ato que se prepara, pode-se ver
também em prejuízo a autoridade militar, caso o delito implique afronta a
superiores, atingindo a hierarquia.
► Aspectos objetivos: O sujeito ativo só pode ser militar; o passivo é o Estado. É
um crime plurissubjetivo, sendo delito de concurso necessário, bastando que
existam dois militares para que seja possível o cometimento do delito. Busca-
se punir a preparação do delito, fase que, como regra, não é punida pelo
Direito brasileiro, mas devido à gravidade das consequências do
motim/revolta, o legislador criou o tipo incriminador para prevenir sua
ocorrência.
► Aspectos subjetivos: O delito é doloso. Não há a forma culposa.
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Incitamento
► Art. 155. incitar à desobediência, à indisciplina ou à
prática de crime militar.
► Pena – reclusão, de 2 a 4 anos.
► Parágrafo único: na mesma pena incorre quem introduz,
afixa ou distribui, em lugar sujeito à administração militar,
impressos, manuscritos ou material mimeografado,
fotocopiado ou gravado, em que se contenha incitamento à
prática dos atos previstos no artigo.
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Objetividade jurídica: o bem jurídico protegido é a disciplina militar, pois o
autor, ao buscar levar terceiros à prática de crime militar, de atos de
indisciplina ou de desobediência em geral, fere igualmente, a estrutura, a
ordem castrense; atinge também a autoridade quando se prega a
desobediência.
aspectos objetivos: O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, civil ou
militar; o passivo é o Estado. Incitar significa incentivar, instigar,
convencer. O objeto é o militar, buscando fazê-lo desobedecer ordem
superior, tornar-se indisciplinado ou cometer qualquer delito militar. O
crime é formal, bastando a prática do aliciamento para a consumação,
mesmo que inexista qualquer insurgência ou crime por parto do aliciado.
Aspectos subjetivos: o delito é doloso. Não há a forma culposa
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Figura de equiparação: considera-se, também, incitamento a
introdução, afixação ou distribuição de qualquer material contendo
mensagem de instigação aos atos previstos no caput. O parágrafo
único somente menciona papéis (impressão, escrita, mimeografia),
pois o CPM data de 1969. Atualmente, pode-se acrescentar, em
interpretação extensiva, qualquer base material a conter a mensagem
de incitamento, como e-mail, SMS, redes sociais, etc.
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Ex: Com efeito, nos termos da denúncia, Joilson Fernandes de Gouveia teria
praticado os delitos descritos nos artigos 155 e 219 do CPM durante a
apresentação de palestra no I Congresso de Direito Militar realizado em
Natal-RN, nos dias 28 e 29 de outubro de 2005, ao passo que, no presente
writ, imputam-se a Anderson Rogério Borges dos Santos, paciente do
presente habeas corpus, as seguintes condutas: (1) a incitação de praças à
desobediência militar por meio de declarações divulgadas na página
eletrônica da APEB/RN na Internet e (2) criticar publicamente o Exército
Brasileiro e o Governo Federal, no tocante ao Projeto Soldado-Cidadão, por
meio do panfleto distribuído durante o desfile cívico-militar. Portanto, não
há similitude fática que autorize a extensão da ordem concedida ao corréu
Joilson Fernandes de Gouveia.
RETIRADO DO HC 106.808 – RN. RELATOR : MIN. GILMAR MENDES.
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Violência contra superior
► Art. 157. Praticar violência contra superior.
► Pena – detenção, de 3 meses a 2 anos.
► Formas qualificadas
► § 1º Se o superior é comandante da unidade a que pertence o 
agente, ou oficial general:
► Pena - reclusão, de três a nove anos.
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► § 2º Se a violência é praticada com arma, a pena é aumentada de 
um terço.
► § 3º Se da violência resulta lesão corporal, aplica-se, além da pena 
da violência, a do crime contra a pessoa.
► § 4º Se da violência resulta morte:
► Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
► § 5º A pena é aumentada da sexta parte, se o crime ocorre em 
serviço.
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► Objetividade jurídica: Certamente,tanto a autoridade do superior atingido como
a disciplina militar são os bens tutelados por este tipo penal. A autoridade do
superior agredido é maculada tanto perante o inferior hierárquico que o agrediu
como perante terceiros que tenham assistido ou sabido da ocorrência. Quanto à
disciplina, desnecessário argumentar que a agressão física contra um superior
perturba a regularidade, a ordem disciplinar vigente indubitavelmente.
► Aspectos objetivos: O sujeito ativo é o militar, inferior hierárquico ou funcional; o
passivo é o Estado, secundariamente, o superior agredido. Praticar violência
significa executar qualquer ato de constrangimento físico, mediante emprego de
força. É a coação física (soco, tapa, pontapé, uso de instrumentos, etc).
► Aspectos subjetivos: O delito é doloso. Não há a forma culposa.
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“O delito de Violência contra Superior (art. 157 do COM) prescinde da ocorrência
de lesão corporal para a sua configuração, sendo suficiente o emprego da
violência física, doutrinariamente denominada de ‘vis corporalis’, a qual pode ser
constituída por mera agressão, decorrente de empurrão, de soco, de tapa, de
arremesso de objeto, de ordem de ataque dada a um animal perigoso, entre outros
meios (Apelação nº 7000217-33.2020.7.00.0000, Rel. Marco Antônio de Farias,
22.10.2020).
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E se um tenente da PM agride um Capitão do EB, caberia a aplicação
de tal tipo penal?
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Violência contra militar de serviço
► Art. 158. Praticar violência contra oficial de dia, de serviço, ou de
quarto, ou contra sentinela, vigia ou plantão.
► Pena – reclusão, de 3 a 8 anos.
► Formas qualificadas
► § 1º Se a violência é praticada com arma, a pena é aumentada de 
um terço.
► § 2º Se da violência resulta lesão corporal, aplica-se, além da pena 
da violência, a do crime contra a pessoa.
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► § 3º Se da violência resulta morte:
► Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
Ausência de dolo no resultado
► Art. 159. Quando da violência resulta morte ou lesão corporal e as 
circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado nem 
assumiu o risco de produzi-lo, a pena do crime contra a pessoa é 
diminuída de metade.
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► Objetividade jurídica: a objetividade jurídica deste delito continua sendo a
autoridade e a disciplina militares, visto que a agressão, na forma descrita pelo
tipo em estudo, perturba sobremaneira a regularidade das Instituições Militares
e, consequentemente, a ordem disciplinar vigente.
► Aspectos objetivos: O sujeito ativo é o militar, federal ou estadual, bem como
qualquer civil, este somente na esfera federal, visto a limitação constitucional
das justiças castrenses estaduais. O sujeito passivo é o Estado;
secundariamente, o militar agredido.
► Aspectos subjetivos: o delito é doloso. Não há a forma culposa
► Figura preterdolosa: quando o resultado mais grave – lesão ou morte - advém
em decorrência da culpa do agente (dolo na conduta antecedente e culpa na
consequente): acarreta punição mais severa na primeira conduta, e menos na
figura qualificada.
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► Desrespeito a superior
► Art. 160. Desrespeitar superior diante de outro militar:
► Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não 
constitui crime mais grave.
► Desrespeito a comandante, oficial general ou oficial de 
serviço
► Parágrafo único. Se o fato é praticado contra o comandante da 
unidade a que pertence o agente, oficial-general, oficial de dia, de 
serviço ou de quarto, a pena é aumentada da metade.
►
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► Objetividade jurídica: a objetividade jurídica deste delito continua sendo a
autoridade militar, personificada no superior hierárquico que é desrespeitado, e a
disciplina militar, ordem essencial que permite a regularidade das Instituições
Militares e, consequentemente, a ordem disciplinar vigente.
► Aspectos objetivos: O sujeito ativo, novamente, é o inferior hierárquico ou
funcional, o que restringe o cometimento do delito por militar, federal ou
estadual. A conduta típica é desrespeitar, significando desacatar, faltar com
respeito, que por sua vez representa a obediência, deferência ou submissão
devida a alguém. O objeto é o superior, exigindo-se que a conduta se desenvolva
na presença de outro mililitar, pois o desrespeito só ganha relevo quando visto
por outro(s).
► Aspectos subjetivos: o delito é doloso. Não há a forma culposa
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► Ex.1: militar encaminha mensagem desrespeitosa para superior hierárquico
em grupo de whatsapp. No grupo há além dos dois militares (o que
encaminhou a mensagem e o superior hierárquico) outros militares (é
necessário que tenha pelo menos mais um militar). Nesse caso haverá o
crime de desrespeito a superior, desde que se comprove que a mensagem
foi lida por pelo menos mais um militar (diverso do superior hierárquico).
Caso a mensagem seja lida somente pelo superior hierárquico (ou pelo
superior e por um civil), momento em que o militar que enviou a mensagem
a apaga, o fato será atípico ou poderá ser injúria, a depender do caso
concreto.
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► Ex.2: militar, durante serviço, desrespeita superior hierárquico através da 
rede-rádio da viatura. Comprovando-se que o ato de desrespeito tenha sido 
ouvido por pelo menos mais um militar, além do superior hierárquico, 
haverá o crime. 
► Por fim, o ato de desrespeito deve sempre ser praticado na presença de
outro militar, independentemente, do posto ou graduação, para que ocorra o
crime de desrespeito a superior. Na hipótese em que não houver a
presença de outro militar poderá ser fato atípico ou injúria, a depender do
caso concreto.
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► Recusa de Obediência
► Art. 163. Recusar obedecer a ordem do superior sobre assunto ou
matéria de serviço, ou relativamente a dever imposto em lei,
regulamento ou instrução:
► Pena - detenção, de um a dois anos, se o fato não constitui crime mais
grave.
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► Objetividade jurídica: a objetividade jurídica deste delito continua sendo
a autoridade militar, personificada no superior hierárquico que é
desrespeitado, e a disciplina militar, ordem essencial que permite a
regularidade das Instituições Militares e, consequentemente, a ordem
disciplinar vigente.
► Aspectos objetivos: O sujeito ativo, novamente, é o inferior hierárquico
ou funcional, o que restringe o cometimento do delito por militar, federal
ou estadual.
► Aspectos subjetivos: o delito é doloso. Não há a forma culposa
► Causa de aumento: justifica-se a elevação da pena, pois o grau de
indisciplina é nitidamente maior, atingindo militares em serviço, o que
conturba ainda mais a estabilidade da unidade.
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STM - Ap 95-10.2013.7.09.0009 /Estado de Mato Grosso do Sul - j.
30.03.2015 - m.v. - Rel. José Coêlho Ferreira - DJe 06.05.2015 - Área do
Direito: Penal; Processual; Militar. CRIME MILITAR – Recusa de obediência
– Caracterização – Soldado que se recusa a acatarordem superior para
entrar em forma, sob alegação de estar sem fardamento e possuir
dispensa – Ordem que não é manifestamente criminosa, não eximindo o
militar de seu cumprimento – Hipótese de concessão de sursis, ademais,
haja vista a condição de civil do réu já desincorporado – Inteligência dos
arts. 88, II, a, e 163 do CPM.
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► Ex.1: militar que é notificado a comparecer na secretaria do quartel para que
tome conhecimento de processo administrativo que pesa em seu desfavor,
mas não comparece à secretaria, deixando transcorrer o prazo determinado,
comete o crime de recusa de obediência (Recurso em Sentido Estrito n.
7000682-13.2018.7.00.0000 – STM);
► Ex.2: Superior hierárquico que determina ao militar que se apresente a ele
para tratar de assuntos de serviço, mas o militar, simplesmente, deixa de se
apresentar, propositalmente. Há crime de recusa de obediência;
► Ex.3: Comandante do turno de serviço determina ao militar que lavre um
Boletim de Ocorrência com a tipificação do crime de furto, mas o militar
lavra o BO com a tipificação do crime de estelionato ou roubo. Há crime de
recusa de obediência;
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Publicação ou crítica indevida
► Art. 166. Publicar o militar ou assemelhado, sem licença, ato ou 
documento oficial, ou criticar publicamente ato de seu superior ou 
assunto atinente à disciplina militar, ou a qualquer resolução do 
Governo: 
► Pena – detenção, de dois meses a um ano, se o fato não constitui crime 
mais grave.
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► Objetividade jurídica: O bem jurídico protegido é a disciplina militar
perturbada pela afronta da publicação ou da crítica; entretanto, se o
alvo da conduta for ato de superior, teremos também o ferimento à
autoridade de quem o praticou.
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► Aspectos objetivos: Publicar é tornar público, levar a conhecimento, o
que pode ser de viva voz, por escrito, diretamente ou por qualquer
outro meio de comunicação, como televisão, jornal, e-mail etc.
Irrelevante para o crime sob exame se o público que poderia ser
alcançado pelo ato de publicação é composto de civis (público externo)
ou de militares (público interno). A publicação, ademais, para ser
delituosa, pressupõe a ausência de licença, de autorização de
autoridade competente, reconhecendo-se, aqui, um elemento normativo
do tipo.
► O objeto da publicação é o ato ou documento oficial. Ato oficial, para
Célio Lobão, consiste na “declaração verbal ou escrita, de autoridade
militar, relativa a assunto atinente às instituições militares”
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► A segunda possibilidade é a de criticar publicamente. Faz-se necessário,
neste ponto, a mesma advertência feita quando do estudo do tipo
anterior. Com efeito, tal qual a discussão, vista anteriormente, a crítica
pode comportar conteúdo positivo ou negativo. Por óbvio, a crítica
positiva não ameaçará os bens tutelados e, por consequência, não se
bastará ao preenchimento do tipo penal estudado. A crítica, para ser
delituosa, recairá sobre três objetos, a saber: a) o ato de superior, b) o
assunto atinente à disciplina e c) a resolução do governo.
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► Cabe ressaltar que Resolução, segundo Hely Lopes Meirelles, é “toda
manifestação unilateral de vontade da Administração Pública, que,
agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar,
transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações
aos administrados ou a si própria”.
► A publicação de resolução governamental, nesse aporte, significa
afronta à disciplina, pois o governo se personifica na pessoa do Chefe do
Poder Executivo que é, ao final, o Chefe Supremo da Força Militar, seja
ela federal ou estadual, conforme preceitos constitucionais (arts. 142 e
144, § 6 o , da CF).
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► Aspectos subjetivos: só admite o dolo, a vontade livre e consciente de
praticar as condutas descritas.
► Caso o agente publique o ato ou documento, por autorização de pessoa
que pense ser competente para tanto, sem que de fato o seja, haverá
hipótese de erro de fato que afastará o dolo e, se plenamente
escusável, isentará o agente de pena (art. 36 do CPM), sem prejuízo de
responsabilização da pessoa que, indevidamente, autorizou e provocou o
erro (art. 36, § 2 o , do CPM).
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Deserção
► Art. 187. Ausentar-se o militar, sem licença, da unidade em que serve,
ou do lugar em que deve permanecer, por mais de oito dias:
► Pena - detenção, de seis meses a dois anos; se oficial, a pena é
agravada.
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► Objetividade jurídica: no tipo penal em estudo tutela-se o serviço militar
afetado pelo fato de o agente não estar presente. Protege-se, ademais, o
dever militar, o comprometimento, a vinculação do homem aos valores
éticos e funcionais da caserna e de sua profissão.
► Aspectos objetivos: desertar significa abandonar determinado cargo,
função ou posto. O sujeito ativo, novamente, é o militar da ativa (crime
militar próprio).
► Aspectos subjetivos: o delito é doloso. Não há a forma culposa
► Agravante: a qualidade especial do agente – ser oficial – torna mais
grave a deserção, não somente pelo exemplo esperado dos oficiais às
praças, mas sobretudo pela rigorosa disciplina existente no cenário
militar.
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Há os que defendem que o procedimento de deserção é revestido de
extrema formalidade, significando qualquer falha no registro uma nulidade
que afastará a ocorrência do próprio crime. Em verdade, essas
irregularidades, afetas ao procedimento (instrução provisória), não afetam
a compreensão material do delito, que poderá ser constatado ainda que
existam falhas no registro. Assim, malgrado a extrema formalidade exigida
em alguns órgãos julgadores, o equívoco no registro provisório da deserção
somente afetará a concepção do delito se importar em uma contagem
aquém do octídio legal exigido pela norma penal (mais de 8 dias), o que
resultaria em óbvio prejuízo ao acusado.
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► Abandono de posto
► Art. 195. Abandonar, sem ordem superior, o posto ou lugar de serviço 
que lhe tenha sido designado, ou o serviço que lhe cumpria, antes de 
terminá-lo:
► Pena - detenção, de três meses a um ano.
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► Objetividade jurídica: o tipo penal em estudo busca proteger o dever e o
serviço militares.
► Aspectos objetivos: a conduta nuclear é “abandonar”, que significa
deixar, desincumbir-se do posto no qual presta serviço, lugar em que o
presta ou o serviço prestado em si. O sujeito ativo é militar da ativa, e é
preciso que esteja de serviço em posto (fixo ou móvel), em um lugar
delimitado ou execução de tarefa específica.
► Aspectos subjetivos: só admite o dolo, a intenção, a vontade livre e
consciente de abandonar o posto, lugar de serviço ou o próprio serviço.
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Para a configuração do crime, é irrelevante se o abandono de posto (ou
lugar de serviço), tenha sido por 5 minutos ou 50 minutos, bastando que o
ato tenha existido, isso porque no instante em que o autor estava fora do
desempenho da função, o serviço e o dever militares foram ameaçados em
sua essência, sendo indiferente o fato de ter ou não acontecido algo em
decorrência do abandono.
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Nesse sentido, decidiu o TJM do Estado de São Paulo, e apelação
criminal nº 5196/03, julgada em 5 de agosto de 2004:
“indexação: abandono de posto – Policial Militar que, no comando da força
patrulha em área litorânea, se afasta do posto de serviço para resolver
“assuntos particulares” – caracterização – excludente de ilicitude –
inexistência – crime instantâneo, formal, e de mera conduta – dolo
caracterizado.
Ementa: o uso de telefone celular e HT não justifica a ausência do policial
militar nem configura excludente de ilicitude. Para a caracterização do
crime de abandono de posto basta a ausência momentânea, não
autorizada, do militar no lugar onde deveria estar presente, por dever
militar e em razão de ordem de serviço.
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Descumprimento de missão
► Art. 196. Deixar o militar de desempenhar a missão que lhe foi confiada:
► Pena - detenção, de seis meses a dois anos, se o fato não constitui crime 
mais grave.
► § 1º Se é oficial o agente, a pena é aumentada de um têrço.
► § 2º Se o agente exercia função de comando, a pena é aumentada de 
metade.
► Modalidade culposa
► § 3º Se a abstenção é culposa:
► Pena - detenção, de três meses a um ano.
►
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► Objetividade jurídica: o tipo penal em estudo busca proteger o dever e o
serviço militares.
► Aspectos objetivos: trata-se de delito omissivo próprio cujo autor não
cumpre missão que lhe foi determinada. Também há de se consignar
que o crime é de perigo, e não de dano.
“Missão” é atividade específica, certa, definida e inequívoca, evidentemente
legal, e que pertença ao conjunto de atribuições legais do ofício do militar,
seja de que Força for.
O crime se consuma com a inércia do autor no momento limite em que
deveria cumprir a missão que lhe foi confiada. A tentativa não é possível
em vista da conduta ser omissiva.
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► Aspectos subjetivos: o tipo-base e seus §§ 1º e 2º são modalidades
dolosas, ou seja, exigem a intenção, a vontade livre e consciente de
descumprir a missão. O crime também admite a forma culposa, exposta
no § 3º (por negligência, em essência).
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► Ex.1: Comando da Unidade expede ordem de serviço para que
determinado militar controle e coordene o turno de serviço, devendo
empenhar as viaturas em ocorrências e fiscalizar. Durante o turno de
serviço, o Comandante da Unidade questiona ao militar coordenador
do turno a situação, ocasião em que constata que o militar não tem
controle do turno, não sabe quais viaturas estão atendendo ocorrências
e onde estão. Há crime de descumprimento de missão (TJM/MG – n.
0000041-15.2015.9.13.0003);
► Ex.2: a ausência injustificada do militar nos dias em que havia sido
designado para a função específica de comando de patrulhas configura
o crime de descumprimento de missão (REsp 1301155-SP).
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Embriaguez em serviço
► Art. 202. Embriagar-se o militar, quando em serviço, ou apresentar-se
embriagado para prestá-lo:
► Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
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► Objetividade jurídica: o tipo penal em estudo tutela o serviço militar,
em risco extremado pela presença de um integrante embriagado, e o
dever militar, já que o militar, cônscio da importância de sua atividade,
não poder ceder a certas situações que comprometam a missão
conferida às Instituições militares.
► Aspectos objetivos: o sujeito ativo é somente o militar; o passivo, o
Estado. Embriagar-se significa intoxicar o próprio organismo com
álcool ou substância de efeito análogo, provocando a perda da
consciência, quando completa, bem como a alteração dos sentidos. A
disciplina militar, objeto jurídico tutelado, não condiz com tal atitude
de desleixo e liberalidade.
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Prova-se a ebriedade por qualquer meio de prova lícito: perícia, exame
clínico e testemunhas. O acusado não é obrigado a produzir prova contra
si mesmo, fornecendo material, como o sangue, para exame pericial. Se o
militar for alcoólatra, cuida-se de doença mental, ficando sujeito à
aplicação de medida de segurança.
► Aspectos subjetivos: o crime é doloso. Não há elemento subjetivo
específico, nem se pune a forma culposa.
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Na jurisprudência do TJMSP:
“Policial Militar que, de serviço, embriaga-se, fica inconsciente no
interior da viatura e deixa de cumprir a missão de patrulhamento de área
que lhe foi confiada. Alegação de falta de materialidade da embriaguez
pela falta de exame de dosagem alcoólica afastada – A inexistência do
referido laudo ocasionada pela recusa do agente em fornecer material
para o exame pode ser suprida pela prova testemunhal e por outros sinais
físicos que atestem o estado etílico do agente – Embriaguez voluntária que
não afasta o dolo da conduta de ingerir bebida alcoólica – delito
caracterizado.
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Dormir em serviço
► Art. 203. Dormir o militar, quando em serviço, como oficial de quarto ou de
ronda, ou sem situação equivalente, ou, não sendo oficial, em serviço de
sentinela, vigia, plantão às máquinas, ao leme, de ronda ou e qualquer
serviço de natureza semelhante:
► Pena - detenção, de três meses a um anos.
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► Objetividade jurídica: o tipo penal em estudo tutela o serviço militar,
ameaçado e em alguns casos efetivamente lesado em face da
desatenção do militar que descuida de sua missão para dormir, e o
dever militar, já que, cônscio da importância de sua atividade, o militar
deve ter em mente o ânimo forte de cumprimento de sua missão.
► Aspectos objetivos: o sujeito ativo é o militar; o passivo, o Estado.
Dormir em serviço é o cerne da conduta criminosa, aparentando ser
norma rigorosa demais, em tese incompatível com o princípio da
intervenção mínima. Porém, trata-se de contexto militar, em que
militares estejam desempenhando atribuições que lhe são típicas e,
muitas vezes, de extrema relevância para a segurança da unidade.
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Entretanto, tutela-se a disciplina militar, devendo haver fiel cumprimento
dos deveres dos encarregados da segurança. Ilustrando, não se pode
conceber um timoneiro dormindo na condução de um navio, podendo
gerar um acidente de imensas proporções. Ademais, o crime é doloso, de
modo que o militar dorme propositalmente. Se houver negligência de sua
parte, o fato é atípico; se for dominado pelo sono, sem condições de
resistência, pois extremamente cansado, inexiste dolo, logo, fato atípico.
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CENTRO DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOSAspectos subjetivos: o crime é doloso. Não há elemento subjetivo
específico, nem se pune a forma culposa. Na jurisprudência: STM: “O
elemento subjetivo do tipo foi evidenciado pelo animus livre e consciente
do Apelante ao assumir o risco de dormir de dormir em serviço, ao invés
de buscar proporcionar meios de evitar a sonolência”.
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► EMENTA: APELAÇÃO. ART. 203 DO CPM. DORMIR EM SERVIÇO.
CARACTERIZAÇÃO DO DOLO. DESPROVIMENTO DO APELO. DECISÃO
UNÂNIME. I. Dormir em serviço. Crime de mera conduta, cuja
consumação reside na própria execução da conduta, segundo a
doutrina. II. Os autos atestam a vontade livre e consciente do militar
em praticar a conduta típica de dormir, quando em serviço,
consoante o ilícito descrito no art. 203 do CPM. III. Materialidade,
autoria e culpabilidade comprovadas pelas provas testemunhais e pelo
documento que atesta estar o militar designado para o serviço de
sentinela, no dia dos fatos.
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IV. A conduta do Apelante importou em prejuízo significativo para o
dever militar e colocou em risco a segurança do quartel, devido ao fato
do posto ter ficado desguarnecido. Crime formal, que prescinde da prova
de perigo concreto. V. O elemento subjetivo do tipo foi evidenciado pelo
animus livre e consciente do Apelante ao assumir o risco de dormir em
serviço, ao invés de buscar proporcionar meios de evitar a sonolência. VI.
Apelo desprovido. Decisão unânime.
(STM - APL: 70006804320187000000, Relator: José Barroso Filho, Data de
Julgamento: 20/11/2018, Data de Publicação: 10/01/2019)
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Desacato a superior
► Art. 298. Desacatar superior, ofendendo lhe a dignidade ou o decoro, ou
procurando deprimir lhe a autoridade:
► Pena – reclusão, até 4 anos, se o fato não constitui crime mais
grave.
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► Objetividade jurídica: o tipo penal do crime de desacata a militar tem
por objeto jurídico a Administração Militar, guardando a autoridade
dela oriunda na figura do superior desacatado.
► Aspectos objetivos: o sujeito ativo é o militar, ativo ou inativo; o
passivo, o Estado; secundariamente o oficial desacatado. Desacatar
quer dizer desprezar, falta o respeito ou humilhar. O objeto da conduta
é o superior. A dignidade e o decoro simbolizam a honradez, o brio, a
decência, em suma, a autoestima da pessoa. Deprimir significa causar
angustia, mas também humilhar ou rebaixar, conectando ao termo
autoridade.
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► Presença do ofendido: é indispensável, pois o menoscabo necessita ter
alvo certo, de forma que a vítima deve ouvir a palavra injuriosa ou
sofrer diretamente o ato. Ainda que esteja à distância, precisa captar
por seus próprios sentidos a ofensa tipo penal do crime de desacato a
militar tem por objeto jurídico a Administração tem por objeto jurídico
a Administração Militar, guardando a autoridade dela oriunda na figura
do superior desacatado.
► Aspectos subjetivos: o crime só admite a forma dolosa, a intenção, a
vontade livre e consciente de menoscabar aquele que se sabe ser
superior hierárquico, no desempenho da função ou em razão dela. O
nervosismo não afasta esse animus.
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Desacato a militar
► Art. 299. Desacatar militar no exercício no exercício de função de natureza
militar ou em razão dela:
► Pena - detenção, de seis meses a dois anos, se o fato não constituir outro
crime.
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► Objetividade jurídica: o tipo penal do crime de desacato a militar tem
por objeto jurídico a Administração Militar, guardando a autoridade
dela oriunda na figura do militar desacatado.
► Aspectos objetivos: o núcleo da conduta no crime de desacato a militar
é “desacatar”, ou seja, faltar com o devido respeito ou com o
acatamento, desmerecer, menoscabar, afrontar a autoridade do militar
em função de natureza militar. O militar que é vítima secundária
(sujeito passivo mediato) deve estar em função de natureza militar ou,
ainda, o desrespeito deve ter-lhe sido dirigido por decorrência da
função.
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► Aspectos subjetivos: o crime de desacato a militar só admite a forma
dolosa, ou seja, a intenção, a vontade livre e consciente de menoscabar
aquele que se sabe ser militar em função ou em razão dessa função.
► Cabe ressaltar o já estudado art. 47 do CPM, que afasta o dolo quando a
ação desrespeitosa é praticada em repulsa a agressão (inciso II). À letra
da lei penal militar, estaria afastada a própria tipicidade objetiva
(“deixam de ser elementos constitutivos do crime”), mas alguns
doutrinadores preferem entender que há a afetação do dolo (COIMBRA).
Essa situação, assim como no crime de desacato a superior, deve ser
demonstrada.
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► No delito de desacato a militar, a exemplo do desacato a superior, tem-
se decidido que a embriaguez voluntária não afasta o elemento
subjetivo nem a imputabilidade. Nesse sentido, do TJM de São Paulo,
vide a Apelação Criminal n. 5.247/03 (Feito n. 31.231/01, 4 a Auditoria,
j. em 16-12-2003, rel. Juiz Cel. PM Ubirajara Almeida Gaspar):
“Conjunto probatório harmônico, farto e coeso no sentido de que o réu
dirigiu às vítimas expressões depreciativas e ofensivas à dignidade e ao
decoro, principalmente do superior hierárquico. O artigo 49 do Código
Penal Militar somente considera causa excludente de imputabilidade a
embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou força maior. Na
esfera militar a bebida alcoólica não pode representar salvo-conduto à
prática de atos contrários às normas militares”.
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► Nesse ínterim, temos um desacato a militar, por exemplo, na conduta de um
“Major reformado da Polícia Militar que, em entrevero com guarnição da
Polícia Militar, exercendo função de natureza militar, ofende, desrespeita,
injuria e vilipendia os militares, sem razão, com palavras chulas e de baixo
calão, deprimindo-lhes a autoridade – o que contraria seu dever – comete o
crime militar de desacato a militar (art. 9º, inc. III, letra ‘d’, do CPM)”
(TJMMG, Ap. 2.253, Proc. n. 19.462, 2 a AJME, rel. Juiz Cel. PM Jair Cançado
Coutinho, j. em 4-11-2003).
► Exige-se, assim como no crime de desacato a superior visto acima, a
existência do nexo funcional, aqui expressamente previsto no tipo. Para a
configuração do delito se faz necessário o nexo funcional, ou seja, que a
ofensa seja proferida no exercício da função ou que seja perpetrada em razão
dela.
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► É exatamente esse nexo funcional que irá diferenciar o crime de desacato a
militar de um eventual crime contra a honra. Nesse sentido vide, do Tribunal
de Justiça Militar de Minas Gerais, a Apelação n. 2.629 (Proc. n. 29.546, 1 a
AJME, j. em 13-4-2010, rel. Juiz Cel. PM Sócrates Edgard dos Anjos):
“APELAÇÃO CRIMINAL – DESACATO – DESCLASSIFICAÇÃO – IN-JÚRIA –
IMPOSSIBILIDADE – MILITAR EM SERVIÇO E TRATANDO DE ASSUNTOS DE
SERVIÇO – PROVIMENTO NEGADO. A injúria se diferencia basicamente do
desacato em razão da condição funcional do militar, sendo que o bem
jurídico tutelado deste é a Administração Militar. Restaconfigurado o delito
de desacato, quando o funcionário público, ainda que não esteja no regular
exercício de suas atribuições, tenha sido ofendido em razão de sua condição
funcional. Nega-se provimento ao recurso”.
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► EMENTA: APELAÇÃO. MINISTÉRIO PÚBLICO MILITAR. ABSOLVIÇÃO EM PRIMEIRA
INSTÂNCIA. DESACATO. ART. 299 DO CPM. ÂNIMO CALMO E REFLETIDO.
INEXIGÊNCIA. RESISTÊNCIA MEDIANTE AMEAÇA OU VIOLÊNCIA. ART. 177 DO CPM.
PROVAS TESTEMUNHAIS. OFENDIDOS. LEGITIMIDADE. PRECEDENTES. PRINCÍPIO DA
CONSUNÇÃO. NÃO CABIMENTO. CONTINUIDADE DELITIVA. APLICAÇÃO DO
ART. 71 DO CÓDIGO PENAL COMUM. POLÍTICA CRIMINAL. AUTORIA, MATERIALIDADE E
CULPABILIDADE COMPROVADAS. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. MAIORIA.
RECONHECIMENTO E DECLARAÇÃO DA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA
ESTATAL. AUSÊNCIA DE TRÂNSITO EM JULGADO PARA A ACUSAÇÃO. POSSIBILIDADE.
UNANIMIDADE.
► O núcleo da conduta no crime de desacato a militar é "desacatar", ou seja, faltar
com o devido respeito ou com o acatamento, desmerecer, menoscabar, afrontar a
autoridade do militar em função de natureza militar.
► Militar, não se exige que o agente atue com ânimo calmo e refletido, pois,
geralmente, a conduta é praticada em situações de alteração psicológica, agindo o
agente impulsionado por sentimentos de raiva, ódio ou rancor, caracterizando-se o
elemento subjetivo pelo dolo consistente na vontade livre e consciente de ofender
ou desprestigiar a função exercida pelo sujeito passivo. (...)
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/444291/ministerio-publico-militar
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10589276/artigo-299-do-decreto-lei-n-1001-de-21-de-outubro-de-1969
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028353/c%C3%B3digo-penal-militar-decreto-lei-1001-69
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10602661/artigo-177-do-decreto-lei-n-1001-de-21-de-outubro-de-1969
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028353/c%C3%B3digo-penal-militar-decreto-lei-1001-69
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10631430/artigo-71-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111984002/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
Desobediência 
► Art. 301. Desobedecer a ordem legal de autoridade militar: 
► Pena – detenção, até seis meses. 
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► Objetividade jurídica: o tipo penal do crime de desobediência tem por
objeto jurídico a Administração Militar, guardando a autoridade dela
oriunda na figura do militar de quem a ordem emana.
► Aspectos objetivos: o núcleo da conduta no tipo penal em análise é
“desobedecer”, ou seja, não obedecer, não acatar, não atender à
ordem de autoridade militar, o que pode dar-se por ação – fazendo algo
diverso do que foi determinado – ou por omissão – negando-se,
simplesmente, a fazer o que foi determinado, sem adotar outra ação.
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► A ordem em questão deve ser manifestamente legal e, por constituir
um ato administrativo, deve atender a seus pressupostos de validade.
Assim, a ordem deve ser emitida por autoridade com atribuição para
tanto e endereçada a quem tenha competência para cumpri-la
(competência), deve objetivar o bem comum, alvo de toda a
Administração Pública (finalidade), deve observar, se assim exigida pela
norma de direito, a forma prescrita, ser desencadeada por um fato que,
logicamente, exija a emissão daquela ordem (motivo) e também possuir
conteúdo lícito e possível (objeto).
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► O objeto da ordem, deve apenas ter conteúdo genérico, ou seja, não
carecendo, como no caso do crime de recusa de obediência, ser ordem
atinente ao serviço ou a dever imposto por lei, regulamento ou
instrução. Assim, comete o delito de desobediência aquele que não
acata, por exemplo, ordem de parada em fiscalização de trânsito, pois,
ainda que seja policial militar, o conteúdo da ordem diz respeito a um
dever imposto a todos, e não no bojo de uma relação hierárquica, em
que ocorreria a recusa de obediência.
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► Aspectos Subjetivos: o crime em foco apenas admite a modalidade
dolosa, ou seja, a vontade livre e consciente de não acatar, por ação ou
omissão, a ordem de autoridade militar.
► Deve-se distinguir o crime de recusa de obediência (art. 163 do CPM) do
crime em estudo, a desobediência (art. 301). A distinção está
concentrada na análise dos elementos especializantes dos tipos penais.
O crime de recusa de obediência é mais específico que o de
desobediência, porquanto prevê especificamente o sujeito ativo
(inferior hierárquico ou funcional) e o objeto da ordem não acatada,
que, embora obviamente legal, há de ser sobre assunto atinente ao
serviço ou a dever imposto por lei, regulamento ou instrução.
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► Aspectos Subjetivos: o crime em foco apenas admite a modalidade
dolosa, ou seja, a vontade livre e consciente de não acatar, por ação ou
omissão, a ordem de autoridade militar.
► Deve-se distinguir o crime de recusa de obediência (art. 163 do CPM) do
crime em estudo, a desobediência (art. 301). A distinção está
concentrada na análise dos elementos especializantes dos tipos penais.
O crime de recusa de obediência é mais específico que o de
desobediência, porquanto prevê especificamente o sujeito ativo
(inferior hierárquico ou funcional) e o objeto da ordem não acatada,
que, embora obviamente legal, há de ser sobre assunto atinente ao
serviço ou a dever imposto por lei, regulamento ou instrução.
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► Quando a ordem relativa a um dever imposto a todos, não decorrente
de uma relação hierárquico-funcional, não for cumprida (por ação ou
omissão), ainda que por um inferior hierárquico ou funcional, o crime
será de desobediência.
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