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INTRODUÇÃO À IMUNOLOGIA - CONCEITOS BÁSICOS E TERMINOLOGIAS

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N I C O L E M A L H E I R O S - M E D I C I N A 
N I C O L E M A L H E I R O S - M E D I C I N A 
 
1 NICOLE MALHEIROS – MEDICINA FUNORTE XXXI 
IMUNOLOGIA 
 
CONCEITOS BÁSICOS DE IMUNOLOGIA 
 
TERMINOLOGIA: 
- Imunologia: relação estabelecida entre o indivíduo e um 
hospedeiro; 
- Relação entre dois indivíduos (um é o hospedeiro e o outro o 
patógeno); 
 
 
- ANTÍGENO: Tudo que é reconhecido como ESTRANHO pelo 
sistema imune do hospedeiro. Podem ser lipídicos, proteicos, 
etc. 
- EPÍTOPO: pedacinho/lugar do antígeno que é reconhecido 
pelo sistema imune. 
 
- ANTÍGENOS PRÓPRIOS: tudo que eu tenho em mim são 
potenciais antígenos próprios; Resposta imune com uma 
molécula do próprio corpo (doença autoimune). 
EX: 
• A melanina (no vitiligo, ela é reconhecida como estranha e é 
destruída); 
• A insulina, na DM1, se torna um antígeno próprio (é 
destruída); 
• Somente quem possui doenças autoimunes possuem 
antígenos próprios. 
- ANTÍGENOS ESTRANHOS: tudo que é reconhecido pelo 
sistema imune, mas que não pertence ao nosso corpo: 
• Proteína spike do coronavírus, por exemplo; 
 
IMUNÓGENO: É um antígeno que estimula a resposta imune. 
Geralmente é uma proteína. Mesmo quando não é, tem que 
ter uma proteína envolvida. 
- Quanto maior a quantidade de aminoácidos, mais intenso o 
estimulo à resposta, as que possuem mais de 10 apresentam 
as melhores respostas; 
- Lipídios, carboidratos, fármacos, substâncias químicas, 
podem constituir antígenos, mas NÃO imunógenos! 
• As proteínas responsáveis por ativar a imunidade adquirida 
(MHC) não se ligam a moléculas que não sejam proteicas; 
• Todo imunógeno é um antígeno, mas nem todo antígeno é 
um imunógeno. 
 
RESPOSTA IMUNE: 
- Toda vez que o antígeno é reconhecido e ele consegue 
estimular o sistema imune; 
- Proteínas muito pequenas podem ser reconhecidas, porém 
não gerar uma resposta imune; 
- Linf. T: só reconhecem proteínas. 
- Linf. B: reconhecem tudo. 
- Inata: resposta imune imediata, não específica, pronta para 
reconhecer e reagir a padrões repetitivos de antígenos. 
• Exemplos de mecanismos que fazem parte da imunidade 
inata: o Pele; o pH ácido do estômago; o Células que 
reconhecem o patógeno (inespecífico) e fagocitam. 
• Suas células possuem receptores de padrão. Não possuem 
especificidade!!! 
- Adquirida/Adaptativa: resposta imune específica para cada 
tipo de antígeno diferente, não é imediata e é mais ‘potente’ 
que a inata. 
• Possui especificidade!! Além disso, apresente memória 
imune, ficando mais potente a cada infecção. 
• Só funciona com PROTEÍNAS (há algumas exceções) 
 
 
PAMP X DAMP: ativam a resposta imune inata. 
• São importantes na ativação do sistema imune! 
* Por isso é importante que existam lipídios na vacina (é 
reconhecido como estranho e garante que a resposta imune 
continue dali para frente). 
 
- Padrão Molecular Associado a Patógeno (PAMP): tudo de 
estranho que um patógeno tem. Reconhecê-los faz parte do 
mecanismo de defesa do nosso corpo. 
 
2 NICOLE MALHEIROS – MEDICINA FUNORTE XXXI 
• Todas as moléculas que os patógenos possuem, substâncias 
que nós não temos. Ex.: Peptioglicano, Lipopolissacarídeo das 
Gram-, RNA duplo, DNA simples, Quitina; 
• Lembrar que não podem ser proteínas (normalmente são 
lipídios e carboidratos – exceção é flagelina, proteína do 
flagelo das bactérias). 
• Os receptores semelhantes ao Toll (TLR 1 ao 6) estão nas 
células da imunidade inata. Reconhecem PAMP e DAMP. 
 
- Padrão Molecular Associado ao Dano (DAMP): tudo de 
íntimo que as nossas células têm e que não é excretado de 
forma natural e sim por lesão. Quando uma célula nossa se 
rompe por necrose, sua membrana se rompe liberando o 
conteúdo intracelular é extravasado, o sistema imune 
reconhece que a célula morreu por causa do DAMP. Exemplo: 
DNA no LEC, Todos os compostos com fosfato (AMP, ATP, 
GDP...); 
• Sinalizam que uma célula se rompeu (alarminas). 
• No caso do DAMP, as proteínas também podem ser 
reconhecidas (exclusivamente aquelas do LIC); 
• Apoptose NÃO gera DAMP, por que não há rompimento da 
membrana! 
• A sinalização que os receptores para DAMP faz é menos 
inflamatória do que os receptores para PAMP. 
 
- O que o PAMP e o DAMP fazem? 
• São reconhecidos pelos receptores → Sinalização 
intracelular → Mudança de síntese proteica; 
• Se o que foi reconhecido foi um PAMP: há uma invasão por 
um patógeno; 
• Se o que foi reconhecido foi um DAMP: houve lesão de algum 
tecido. 
• Eles estimulam a resposta imune, mas a resposta não é 
contra eles! A resposta é contra o imunógeno (componente 
proteico). 
• A sinalização do DAMP geralmente é fraca: com exceção no 
caso de lesões muito grandes, como queimaduras. 
• Estimulam às células a produzir CITOCINAS. 
 
- Receptores semelhante ao Toll e do tipo NOD: mesma 
função, reconhecem DAMP e PAMP. 
• Esses receptores ficam nas membranas celulares: tanto na 
externa, quanto na de lisossomos, mitocôndrias, organelas... 
. Respondem de forma mais inflamatória aos PAMPs e mais 
cicatricial aos DAMPs. 
. E quem tem esses receptores? As células da imunidade 
inata, macrófagos, células dendrídicas, neutrófilos... 
 
 
 
RECEPTORES DE LINFÓCITOS T E DE LINFÓCITOS B: 
- Os linfócitos T (células da imunidade adquirida) comandam a 
imunidade, eles só reconhecem proteínas! 
- Os lipídios e os carboidratos são reconhecidos por células da 
imunidade inata, que passam a produzir citocinas (se os 
linfócitos T reconhecem aquela proteína na ausência da 
citocina, nada vai acontecer). Isso acontece, pois, a produção 
da citocina indica que aquela proteína reconhecida pelo 
linfócito é um agente patógeno. 
- Os linfócitos T respondem apenas a proteínas e os linfócitos 
B a tudo (carboidratos, lipídios, proteínas e fármacos). 
- O linfócito B só recebe ajuda do T se ele reconhecer uma 
proteína! 
OBSERVAÇÕES: As células de imunidade inata, possuem 
receptores para padrão (toll e nod), reconhecendo PAMP e 
DAMP; 
- As células da imunidade adquirida (linfócitos T e B), possuem 
receptores específicos para uma determinada molécula; 
- Os linfócitos T possuem receptores específicos apenas para 
proteínas, e os B que respondem a qualquer coisa; 
- Quando nascemos, os linfócitos T e B já possuem milhares de 
receptores proteicos diferentes, específicos para os 
patógenos: 
- Para possuirmos uma proteína (receptor), precisamos de um 
gene para expressá-la; 
• Como podemos ter tantas proteínas? De onde vem o gene 
que dá origem aos receptores dos linfócitos T e B? Possuímos 
3 genes: V, D e J. Eles estão em todas as nossas células, mas, 
nos linfócitos, eles dão origem a uma recombinação a cada vez 
que eles dão origem a uma nova célula, cada uma com uma 
sequência de aminoácidos diferente; 
- A sequência do aminoácido determina o receptor que está no 
linfócito. 
- Esse processo ocorre durante a vida intrauterina, quando o 
feto ainda nem teve contato com patógenos; 
 
3 NICOLE MALHEIROS – MEDICINA FUNORTE XXXI 
- Esses receptores são produzidos de forma aleatória e podem 
se ligar a qualquer substância (inclusive os antígenos próprios). 
- 90% do que é formado reconhece os antígenos próprios, por 
isso o timo e a medula óssea são importantes: 
• No timo, os linfócitos T que reconhecem antígenos próprios 
são destruídos, e na medula óssea, os B. Esse processo é 
chamado de Seleção negativa (pois a célula só continua viva se 
NÃO reconhecer antígenos próprios). 
 
 
ÓRGÃOS E TECIDOS ASSOCIADOS DO SISTEMA 
IMUNOLÓGICO: 
- Timo: seleciona os linfócitos T que podem sair vivos para a 
circulação. A grande importância do timo é durante a vida 
intrauterina. 
- Medula óssea: produz todas as células de defesa e 
amadurece o linfócito B; 
- Baço, linfonodos e sistema linfático → Órgão secundários. 
Pessoas que retiram o baço são mais propicias a sofrerem 
infecçãono sangue. 
- Tecidos linfoides associados: exemplo, Placas de Peyer 
(funcionam de modo parecido aos linfonodos, e encontram-se 
na mucosa intestinal). 
 
CÉULAS DO SISTEMA IMUNOLÓGICO: Todas são produzidas 
na medula óssea; 
- Ao se diferenciarem, comprometem-se ou com a linhagem 
mieloide ou com a linhagem linfoide. A teoria mais aceita é 
que dentro da medula óssea há microambientes, cada um com 
substâncias (fatores de crescimento, citocinas) únicas, que 
induzem a diferenciação de cada célula (essas substâncias 
ativam uns genes e desativam outros). Todas as células têm 
uma origem comum, uma célula totipotente. 
Seleção negativa: todas as células produzidas são testadas 
com os antígenos presentes naquele dia, aquelas que 
reconhecerem antígenos próprios são destruídos. Tudo que 
reconhece o próprio é destruído. 
 
 
PROTEÍNAS DO SISTEMA IMUNOLÓGICO: 
- Anticorpos: proteínas formadas por 4 peptídeos, produzidos 
pelos linfócitos B. Tem a capacidade de reconhecer neutralizar 
antígenos de qualquer natureza química. Também ativam o 
sistema complemento e são responsáveis pela imunização 
passiva. 
• A porção variável do anticorpo (porção FAB) só se liga a um 
epítopo, e teve origem na recombinação VDJ; 
• Um único linfócito B pode produzir todos os tipos de 
anticorpos, mas ela só possui uma recombinação VDJ, então a 
porção FAB de todos os anticorpos produzido será sempre 
igual para aquela célula B. 
• FC é a fração constante. 
- Citocinas: proteínas responsáveis pela comunicação entre as 
células do sistema imune, existem várias, cada uma delas leva 
um recado para a célula. Características gerais: 
. Uma citocina pode aumentar ou inibir a resposta da outra, 
são sinérgicas, pleiotróficas. 
. Citocinas diferentes podem levar o mesmo recado; uma 
mesma citocina pode levar um recado diferente para células 
diferentes. 
 
APRESENTAÇÃO DE ANTÍGENOS: 
- O linfócito T não “pega nada com as mãos”: é preciso que 
uma célula da imunidade inata fagocite o patógeno, processe-
o, ligue-o ao MHC que o leva para o linfócito T reconhecer 
(apresentação de antígenos); 
- A célula que leva o patógeno ao linfócito T é chamada de 
apresentadora de antígenos; 
- Somente o linfócito T precisa dessa apresentação. 
- O linfócito T age produzindo citocinas (somente o B produz 
anticorpos). 
 
DIVISÃO DO SISTEMA IMUNOLÓGICO: Imunidade inata x 
Imunidade adquirida 
- Resposta de linfócito T-independente: o B captura o 
patógeno e é ativado por um antígeno não proteico, 
estimulando-o a produzir IgM (o B não pode apresentar ao T 
porque o antígeno não é proteico). Não gera memória Imune. 
Se o antígeno fosse proteico, o B apresentaria para o T, que 
secretaria citocina sobre o B, que formaria células de memória, 
e passaria a produzir IgG, constituindo a Resposta de linfócito 
T-dependente. 
 
 
4 NICOLE MALHEIROS – MEDICINA FUNORTE XXXI 
IMUNIDADE INATA: Toda resposta imune gerada contra um 
grande grupo de patógenos de forma inespecífica, imediata e 
que não gera memória imunológica. 
- Componentes: barreiras anatômicas (pele e mucosas), 
químicas (pH do estômago e vagina, defensinas – bactérias da 
flora intestinal -, proteínas de fase aguda – imunidade mais 
primitiva, garantida pelo fígado, exemplo: proteína C-reativa, 
sistema complemento – culmina na formação de MAC, 
Complexo de Ataque a Membrana) microbiológicas 
(microbiota local, como vagina e intestino) e celulares. 
- A proteína C reativa é uma opsonina: liga-se ao patógeno 
para facilitar a sua fagocitose

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