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Jeovanna Miranda- M3 ROTEIRO DO LABORATÓRIO MORFOFUNCIONAL CURSO DE MEDICINA AES 16 DOR ABDOMINAL Objetivos: • Descrever os aspectos anatômicos e histológicos do intestino grosso; • Descrever as principais funções fisiológicas do intestino grosso; • Identificar as principais causas da síndrome de má absorção. • Entender fisiopatologia e as formas de tratamento medicamentoso para a doença inflamatória intestinal. Jeovanna Miranda- M3 1. O intestino grosso representa a última parte do trato gastrointestinal, sendo responsável principalmente pela absorção de água e eletrólitos. Utilizando o modelo anatômico e o livro de anatomia, descreva as características macroscópicas do intestino grosso e suas divisões, citando a vascularização arterial e venosa. O intestino grosso, com aproximadamente 1,5 m de comprimento e 6,5 cm de diâmetro em seres humanos vivos e cadáveres, se estende do íleo ao ânus. Está ligado à parede posterior do abdome por seu mesocolo, que é uma camada dupla de peritônio. Estruturalmente, as quatro principais regiões do intestino grosso são o ceco,o colo, o reto e o canal anal. A abertura do íleo para o intestino grosso é guardada por uma prega de túnica mucosa chamada óstio ileal, que possibilita que os materiais do intestino delgado passem para o intestino grosso. Pendurado inferiormente ao óstio ileal está o ceco, uma pequena bolsa de aproximadamente 6 cm de comprimento. Anexado ao ceco existe um tubo espiralado com aproximadamente 8 cm de comprimento, chamado apêndice vermiforme. O mesentério do apêndice vermiforme, chamado mesoapêndice, insere o apêndice vermiforme na parte inferior do mesentério do íleo. A extremidade aberta do ceco se funde a um tubo longo chamado colo, que é dividido em ascendente, transverso, descendente e sigmoide. Tanto o colo ascendente quanto o descendente são retroperitoneais; o colo transverso e o sigmoide não o são. Fiel ao seu nome, o colo ascendente sobe pelo lado direito do abdome, alcança a face inferior do fígado e vira abruptamente para a esquerda de modo a formar a flexura direita do colo. O colo continua cruzando o Jeovanna Miranda- M3 abdome até o lado esquerdo como o colo transverso. Ele se curva sob a extremidade inferior do baço no lado esquerdo formando a flexura esquerda do colo, e desce até o nível da crista ilíaca como o colo descendente. O colo sigmoide começa perto da crista ilíaca esquerda, projeta-se medialmente em direção à linha média, e termina como o reto aproximadamente no nível da terceira vértebra sacral (S III). O reto mede aproximadamente 15 cm de comprimento e se situa anteriormente ao sacro e cóccix. Os 2 a 3 cm terminais do intestino grosso são chamados canal anal. A túnica mucosa do canal anal é disposta em pregas longitudinais chamadas colunas anais, que contêm uma rede de artérias e veias. A abertura do canal anal para o exterior, o chamado ânus, é guardada pelo músculo esfíncter interno do ânus comporto por músculo liso (involuntário) e pelo esfíncter externo do ânus composto por músculo esquelético (voluntário). Normalmente, estes esfíncteres mantêm o ânus fechado, exceto durante a eliminação das fezes. Vascularização arterial Vascularização venosa: Jeovanna Miranda- M3 2. Para exercer suas funções, o intestino grosso apresenta características histológicas específicas. Com base na imagem abaixo, lâminas entregues e nos atlas de histologia, descreva as características histológicas das camadas do intestino grosso: 1. Mucosa: A mucosa do intestino grosso é revertida por um epitelio simples colunar, este epitelio é continuo com o epitelio que constitui as paredes das glandulas intestinais existentes em grande quantidade na lamina propria da mucosa. A mucosa do intestino grosso apresenta uma superfície “lisa” desprovida de pregas circulares e de vilosidades. Ela contém numerosas glândulas intestinais tubulares retas (criptas de Lieberkühn), que se estendem através de toda a espessura da mucosa. As glândulas consistem em epitélio simples colunar, assim como a superfície intestinal a partir da qual se invaginam. 2. Submucosa: a submucosa, a qual é tipicamente constituída por tecido conjuntivo frouxo ricamente vascularizado, com aspecto ligeiramente mais fibroso, em função de um grau maior de fibras colágenas. Folículos linfoides podem ser encontrados ocasionalmente no tecido conjuntivo da submucosa. Na submucosa do intestino grosso também são encontrados pequenos gânglios do sistema nervoso autônomo, pertencentes ao plexo submucoso ou de Meissner. 3. Muscular: A camada muscular é constituída pelas camadas circular e longitudinal. No entanto, essa camada é diferente daquela observada no intestino delgado, porque fibras da camada longitudinal externa se unem para formar três bandas longitudinais espessas, denominadas tênias do cólon. Serosa: A serosa do intestino grosso, nos segmentos intraperitoneais, apresenta-se constituida por uma delicada camada de tecido conjuntivo frouxo recoberta por um mesotelio (epitelio simples pavimentoso). Na serosa do intestino grosso são observados acumulos de tecido adiposo unilocular de formato pendular, caracterizados como apendices epiploicos. 3. Além da absorção de líquidos, o intestino grosso também é responsável pela formação e eliminação da massa fecal. De acordo com a fisiologia do intestino grosso, caracterize os movimentos do cólon, suas secreções, absorção de nutrientes e formação das fezes. a. Movimentos do cólon: As principais funções do cólon são (1) absorção de água e eletrólitos do quimo; e (2) armazenamento de matéria fecal até que ela possa ser expelida. A metade proximal do cólon está relacionada principalmente à absorção; a metade distal se relaciona com o armazenamento. A Contração dos Músculos Circulares e Longitudinais do Intestino Grosso Causa o Desenvolvimento de Haustrações. Essas contrações combinadas fazem com que a parte não estimulada do intestino grosso se projete para fora em bolsas denominadas haustrações. As contrações haustrais realizam duas funções principais: Jeovanna Miranda- M3 • Propulsão. As contrações haustrais ocasionalmente se movem lentamente na direção do ânus durante seu período de contração e fornecem, portanto, um impulso ao conteúdo do cólon. • Mistura. As contrações haustrais escavam e revolvem o material fecal no intestino grosso. Dessa maneira, todo o material fecal gradualmente é exposto à superfície do intestino grosso, permitindo que líquidos e substâncias dissolvidas sejam absorvidas. Movimentos em Massa Impulsionam o Conteúdo Fecal por Longas Distâncias no Intestino Grosso. Um movimento em massa é caracterizado pela seguinte sequência de eventos. Ocorre um anel constritivo em um ponto distendido ou irritado do cólon e, assim, a porção distal do cólon à constrição se contrai uniformemente, forçando a passagem da matéria fecal desse segmento de uma só vez através do cólon. Quando uma massa de fezes é forçada para o reto, surge a vontade de defecar. O Surgimento de Movimentos em Massa após as Refeições é Facilitado por Reflexos Gastrocólicos e Duodenocólicos. Esses reflexos resultam da distensão do estômago e do duodeno. Os reflexos são conduzidos através dos nervos extrínsecos do sistema nervoso autônomo. Os movimentos em massa também podem ser iniciados pela intensa estimulação do sistema nervoso parassimpático ou pela distensão excessiva de um segmento do cólon. A Defecação Pode Ser Iniciada por um Reflexo Intrínseco Mediado pelo Sistema Nervoso Entérico Local. Quando as fezes entram no reto, a distensão da parede do reto inicia sinais aferentes que se disseminam através do plexo mientérico para iniciar ondas peristálticas no cólon descendente, no cólon sigmoide e no reto, impulsionando as fezes na direção do ânus. Quando a onda peristáltica se aproxima do ânus, o esfíncter anal interno é relaxado por sinais inibitóriosprovenientes do plexo mientérico; se o esfíncter anal externo for relaxado conscientemente ao mesmo tempo, ocorre a defecação. O Funcionamento do Reflexo Intrínseco de Defecação por si só é Relativamente Fraco. Para ser eficaz e causar a defecação, o reflexo geralmente deve ser reforçado por um reflexo de defecação parassimpático que envolva os segmentos sacrais da medula espinal. Os sinais parassimpáticos intensificam amplamente as ondas peristálticas, relaxam o esfíncter anal interno convertendo, portanto, o reflexo intrínseco de defecação de um movimento fraco em um processo poderoso de defecação. Secreções do intestino grosso: A Maior Parte da Secreção no Intestino Grosso é Composta por Muco. O muco protege a parede do intestino grosso contra escoriações, proporciona um meio aderente para a matéria fecal, protege a parede intestinal da atividade bacteriana e forma uma barreira para impedir o ataque à parede intestinal pelos ácidos e outras substâncias nocivas. b. Absorção de nutrientes no intestino grosso: A Metade Proximal do Cólon Absorve Eletrólitos e Água. A mucosa do intestino grosso possui uma grande capacidade de absorção ativa de sódio e o potencial elétrico criado pela absorção de sódio determina também a absorção de cloreto. As junções oclusivas entre as células epiteliais são mais firmes do que as do intestino delgado, o que diminui a difusão retrógrada de íons através dessas junções. Isso permite que a mucosa do intestino grosso absorva íons sódio contra um gradiente de concentração mais elevada da que pode ocorrer no intestino delgado. A absorção de íons sódio e cloreto cria um gradiente osmótico ao longo da mucosa do intestino grosso, que, por sua vez, acarreta a absorção de água. O Intestino Grosso Pode Absorver no Máximo Aproximadamente 5 a 7 Litros de Líquido Contendo Eletrólitos por Dia. Quando a quantidade total que penetra no intestino grosso através da válvula ileocecal ou através de secreções do intestino grosso excede essa capacidade máxima absorvível, o excesso aparece nas fezes como diarreia. c. Formação das fezes: Normalmente, as Fezes Apresentam Três Quartos de Água e Um Quarto de Matéria Sólida. A matéria sólida das fezes é composta de cerca de 30% de bactérias mortas, 10% a 20% de gorduras, 10% a 20% de matéria inorgânica, 2% a 3% de proteína e 30% de fibras não digeridas de alimentos e constituintes secos de sucos digestivos, como pigmentos biliares e células epiteliais descamadas. A cor marrom das fezes é causada pela estercobilina e pela urobilina, que são derivadas da bilirrubina. O odor é causado principalmente por indol, escatol, mercaptano, metano e sulfeto de hidrogênio. Jeovanna Miranda- M3 4. A doença de má absorção consiste na incapacidade do organismo de digerir, absorver e/ou transportar um ou mais nutrientes ingeridos. Em consequência, o paciente desenvolve sinais de carência dos elementos não absorvidos, anorexia, emagrecimento, hipotrofia muscular e distensão abdominal. De acordo com o livro de Patologia, descreva a fisiopatologia da doença citando exemplos de causas. A má absorção resulta de uma perturbação em pelo menos uma das quatro fases de absorção de nutrientes: (1) digestão intraluminal, em que proteínas, carboidratos e gorduras são degradados em formas absorvíveis; (2) digestão terminal, que envolve a hidrólise de carboidratos e peptídeos por dissacaridases e peptidases, respectivamente, na borda em escova da mucosa do intestino delgado; (3) transporte transepitelial, em que nutrientes, líquido e eletrólitos são transportados pelo epitélio do intestino delgado e processados nele e (4) transporte linfático de lipídios absorvidos. Em muitos distúrbios disabsortivos, predomina o defeito em um desses processos, mas geralmente contribui mais de um (Tabela 14-3). Como resultado, as síndromes de má absorção assemelham-se umas às outras mais do que diferem entre si. Os sinais e sintomas incluem diarreia (devida a má absorção de nutrientes e secreção intestinal excessiva), flatulência, dor abdominal e perda de peso. Jeovanna Miranda- M3 5. A doença inflamatória intestinal (DII) é uma condição crônica resultante da ativação imune inadequada da mucosa. Ela engloba duas entidades principais, a doença de Crohn e a colite ulcerativa. Desta forma, descreva as principais características, sintomas e forma de diagnóstico destas DII. A Retocolite Ulcerativa se caracteriza pela inflamação crônica do cólon e reto, ficando confinada a essas regiões anatômicas. A inflamação se limita à camada mucosa e aparece de forma contínua e simétrica ao longo da porção afetada. Os principais sintomas são diarreia com perda de sangue nas fezes, decorrentes diretamente da inflamação do reto e/ou cólon. Essa mesma inflamação também altera a permeabilidade do epitélio, causando extravasamento do fluido intersticial rico em proteínas. Além disso, a absorção de água e eletrólitos está prejudicada e alterações da motilidade intestinal, decorrentes do processo inflamatório, contribuem na fisiopatologia da diarreia. As erosões da mucosa colônica, características da RCU, ocasiona a perda de sangue nas fezes. Na RCU, o limiar sensorial do reto inflamado é diminuído, o que faz com que a presença de qualquer quantidade de fluido na ampola retal desencadeie o reflexo da defecação – isso explica o número aumentado de idas ao banheiro. Essa exacerbação sensorial também é a responsável pelos sintomas de tenesmo e urgência fecal que muitos pacientes acometidos referem. As alterações de motilidade do intestino grosso, com aumento do tônus muscular e da amplitude das contrações, ocasionam as manifestações dolorosas. Alterações sensoriais devido à inflamação também podem fazer o paciente perceber as contrações da musculatura do intestino grosso como cólicas. A perda de sangue nas fezes pode resultar em anemia ferropriva, cuja intensidade pode variar conforme o volume de sangue perdido. Mas fique atento: a anemia do paciente com RCU tratado com sulfassalazina (que veremos melhor mais adiante) também pode ocasionar outro tipo de anemia – a megaloblástica! De qualquer forma, a anemia desses pacientes pode causar astenia. Por fim, se o comprometimento da doença for muito extenso, mediadores de resposta inflamatória serão liberados e podem ocasionar febre. Já a doença de Crohn se caracteriza pela inflamação transmural – da mucosa à serosa – crônica do tubo digestório, podendo acometer qualquer porção deste – desde a boca até o ânus, embora haja predileção pelas regiões ileal ou ileocecal. O padrão da inflamação é salteado – ou seja, áreas de inflamação alternadas com áreas saudáveis – e gera reação granulomatosa não caseificante, além de poder ter lesões aftoides na área acometida. Como as possibilidades de acometimento anatômico da DC são mais amplas, as manifestações clínicas podem variar conforme o local afetado. Quando confinada ao intestino delgado, a diarreia e a dor abdominal são as manifestações mais comuns – sintomas constitucionais como perda ponderal e anemia também podem ocorrer. A diarreia pode ocorrer por má absorção – de nutrientes, fluidos ou eletrólitos – ou por exsudação de Jeovanna Miranda- M3 fluido intersticial para o lúmen devido ao processo inflamatório. No acometimento do íleo mais distal, a má absorção de sais biliares pode ser o mecanismo da diarreia, permitindo que grandes quantidades destes sais cheguem ao intestino grosso e gerem maior secreção de cloro e água pelo epitélio. Por fim, é importante ressaltar que é no íleo que ocorre a absorção de vitamina B12, e sua escassez gera anemia megaloblástica – ou seja, outro mecanismo que gera anemia no contexto da DII. Dor abdominal frequentemente faz parte do quadro. Quando no quadrante inferior direito e de duração mais constante, pode ser resultado da estimulação de receptores na serosa pela inflamação. Além disso, o aumento da contratilidade e distensão das alças pode ocasionarcólicas. Anorexia e náuseas, causadas por mediadores da inflamação no SNC – a exemplo do TNF-alfa – acometem, com frequência, portadores de doença de Crohn. O diagnóstico da DII ocorre a partir de dados da anamnese e história clínica, exame físico e exames complementares – laboratorial, endoscópico, radiológico e histopatológico. Exames laboratoriais: estes se encontram normais ou levemente alterados nas DII, especialmente os casos leves. Pode haver anemia, leucocitose e trombocitose e, frequentemente, há elevação das provas de atividade inflamatória (como o VHS e PCR). Marcadores sorológicos: Os mais destacados são o p-ANCA (anticorpo perinuclear contra estruturas citoplasmáticas do neutrófilo), encontrado principalmente na RCU inespecífica; e o ASCA (anticorpo anti-Saccharomyces cerevisae), mais associado à DC. Isoladamente, esses anticorpos não fecham diagnóstico ou diferenciam entre uma forma e outra, pois aparecem em outras patologias e até mesmo em indivíduos saudáveis. Devem ser utilizados como ferramenta de ajuda para o diagnóstico à luz do contexto clínico. Jeovanna Miranda- M3 Exames endoscópicos e de imagem: são muito utilizados no diagnóstico e acompanhamento das DII, além de ser o principal método de obtenção de material para análise histológica. A endoscopia digestiva alta pode encontrar achados compatíveis com DC no trato gastrintestinal alto. Já a colonoscopia serve tanto para diagnóstico e acompanhamento da DC como da RCU. Ela identifica as alterações na mucosa, determina a extensão e o grau de atividade da doença, bem como identifica complicações e avalia a resposta terapêutica. 6. O tratamento da doença inflamatória intestinal é feito por meio do uso de fármacos antiinflamatórios associados à analgésicos, anticolinérgicos e antidirreicos como tratamento complementar. De acordo com os fármacos abaixo, complete a tabela: Fármaco Mecanismo de ação Mesalazina (5-ASA) Bloqueio da ciclo-oxigenase (COX) e inibição da produção de prostaglandina no cólon. Glicocorticóide • Os glicocorticoides favorecem a gliconeogênese, aumentando a captação dos aminoácidos pelo fígado e pelos rins e elevando a atividade das enzimas gliconeogênicas. Aumentando os níveis de glicose plasmática, os glicocorticoides proveem o organismo com energia para combater o estresse causado por traumatismo, luta, infecção, sangramento ou doença debilitante. • Causam diminuição nos eosinófilos, basófilos, monócitos e linfócitos, redistribuindo-os da circulação para o tecido linfoide. Aumentam também hemoglobina, eritrócitos, plaquetas e leucócitos polimorfonucleares. • As propriedades terapêuticas mais importantes dos glicocorticoides são suas potentes atividades anti-inflamatórias e imunossupressivas. Sabe-se que a diminuição dos linfócitos circulantes tem uma ação. Além disso, estes fármacos inibem a habilidade dos leucócitos e dos macrófagos de responder a mitógenos e antígenos. Os glicocorticoides também diminuem a produção e a liberação de citocinas pró-inflamatórias. Eles inibem a fosfolipase A2, que bloqueia a liberação de ácido araquidônico (o precursor de prostaglandinas e leucotrienos) dos fosfolipídeos ligados à membrana. Acredita-se que a diminuição da produção de prostaglandinas e leucotrienos é fundamental à ação anti-inflamatória. Finalmente, estes fármacos influenciam a resposta inflamatória estabilizando membranas de mastócitos e basófilos, o que resulta em menor liberação de histamina. • Níveis elevados de glicocorticoides servem como inibidores por retroalimentação da produção de ACTH e afetam o sistema endócrino, suprimindo a síntese adicional de glicocorticoides e do hormônio estimulante da tireoide. Além disso, níveis adequados de cortisol são essenciais para a filtração glomerular normal. Jeovanna Miranda- M3 Mesalazina Contraindicações: • Pacientes com conhecida hipersensibilidade à mesalazina ou aos salicilatos ou a qualquer componente das formulações e em casos de doenças renais ou hepáticas severas. • Mesalazina comprimido é contraindicado para menores de dois anos de idade. • Mesalazina Sachê é contraindicado para menores de 18 anos de idade. Outras informações • Possui uso retal também. • Categoria B - Categorias de risco de fármacos destinados às mulheres grávidas. • Diminuição da função renal (risco de nefrite intersticial e síndrome nefrótica); estenose pilórica; diminuição da função hepática. • As reações adversas mais frequentemente observadas em estudos clínicos são diarreia, náusea, dor abdominal, dor de cabeça, vômito e erupção cutânea. Reações de hipersensibilidade e febre podem ocorrer ocasionalmente. Após a administração retal, reações locais tais como prurido, desconforto retal e urgência podem ocorrer. • Pode ter sua absorção aumentada por: omeprazol. • Pode ter sua ação diminuída por: lactulose. Curiosidade - O conteúdo do sachê deve ser esvaziado diretamente na língua e engolido com água. Glicocorticoides Farmacocinética 1. Absorção e destino: As preparações de corticosteroides administrados por via oral são facilmente absorvidas. Compostos selecionados também podem ser administrados por via intravenosa (IV), IM, intra-articular (p. ex., em articulações artríticas), topicamente, por inalação ou aplicação intranasal. Todos os glicocorticoides tópicos ou inalados são absorvidos em alguma Jeovanna Miranda- M3 extensão e, portanto, têm potencial de causar supressão do eixo hipotálamo- hipófise-suprarrenal (HHS). Mais de 90% do glicocorticoide absorvido se liga às proteínas plasmáticas, a maior parte à globulina ligadora de corticosteroide ou à albumina. Os corticosteroides são metabolizados pelas enzimas oxidantes microssomais hepáticas. Os metabólitos são conjugados com ácido glicurônico ou sulfato, e os produtos são excretados pelos rins. (Nota: a meia- -vida dos corticosteroides pode aumentar substancialmente na disfunção hepática.) A prednisona é preferida nas gestantes porque tem menos efeitos no feto. Ela é um pró-fármaco que não é convertido ao composto ativo, prednisolona, no fígado fetal. Toda a prednisolona formada na mãe é biotransformada à prednisona pelas enzimas da placenta. 2. Dosagem: Vários fatores devem ser considerados ao determinar a dosagem dos corticosteroides, incluindo a atividade glicocorticoide versus a mineralocorticoide, a duração de ação, o tipo de preparação e a hora do dia em que o fármaco é administrado. Quando são necessárias grandes doses do hormônio por mais de 2 semanas, ocorre supressão do eixo HHS. A administração em dias alternados pode prevenir esse efeito adverso ao permitir que o eixo HHS se recupere e funcione nos dias em que o hormônio não é tomado. Potência de cada tipo de corticoide em relação ao cortisol: • Hidrocortisona → potência semelhante ao cortisol. • Deflazacorte → 3 vezes mais potente que o cortisol. • Prednisolona → 4-5 vezes mais potente que o cortisol. • Prednisona → 4-5 vezes mais potente que o cortisol. • Triancinolona → 5 vezes mais potente que o cortisol. • Metilprednisolona → 5-7.5 vezes mais potente que o cortisol. • Betametasona → 25-30 vezes mais potente que o cortisol. • Dexametasona → 25-30 vezes mais potente que o cortisol. • Beclometasona (inalatória) → 8 pufs 4 vezes por dia equivale a 14 mg de prednisona oral diária.
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