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AMBIENTE UNIVERSITÁRIO

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AMBIENTE UNIVERSITÁRIO - DESENVOLVIMENTO PESSOAL
MÓDULO 1 Distinguir as características das Instituições de Ensino Superior no Brasil
INSTITUIÇÕES DE ENSINO
São nas Instituições de Ensino Superior (IES) que funcionam os cursos de graduação e os de pós-graduação. As IES podem ser classificadas como Universidades, Centros Universitários ou Faculdades. Mas, quais as diferenças entre essas três denominações? Vejamos:
FACULDADE - Atua normalmente em uma área específica do saber, por exemplo, oferecendo apenas cursos de gestão, ou de saúde, ou voltados à educação etc. Uma Faculdade não possui autonomia para criar programas de ensino sem a autorização do MEC.
CENTRO UNIVERSITÁRIO - Possui cursos de graduação em variadas áreas e autonomia para criar cursos na sede da instituição. Geralmente, Instituições de Ensino que se classificam como Centros Universitários não preencheram todos os requisitos necessários.
UNIVERSIDADE - O status de Universidade garante que a IES tenha autonomia total para executar suas finalidades e criar seus cursos. A Universidade deve possuir ao menos 4 programas de pós-graduação stricto sensu, sendo três mestrados e um doutorado.
RESUMINDO: As diferenças entre Faculdade, Centro Universitário e Universidade não estão diretamente relacionadas com a qualidade dos cursos ofertados, mas sim com a autonomia e a complexidade institucional, como no quadro ao lado.
CURSOS DE GRADUAÇÃO
*BACHARELADO - Graduação que confere ao formado competências em determinado campo do saber para o exercício de alguma atividade profissional.
*LICENCIATURA - Tipo de graduação que prepara o indivíduo para atuar como professor na Educação Básica dentro da área escolhida. Tanto a Licenciatura quanto o Bacharelado possuem uma base comum, por isso, normalmente, eles têm o mesmo peso.
*TECNOLÓGICO - Este tipo de curso possui carga horária menor que a do Bacharelado e a da Licenciatura, e apresenta como principal característica a preparação em caráter prático, em um nicho mais específico que o Bacharelado, como Logística e Design Gráfico, por exemplo.
CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO
*LATO SENSU - Os cursos lato sensu (também chamados de especialização), possuem caráter de aperfeiçoamento ou de atualização em uma determinada área de conhecimento. Um dos objetivos desse tipo de curso é qualificar o egresso para uma determinada função. Estão nessa categoria também os cursos de tipo MBA e MFA.
*STRICTO SENSU - Os cursos do tipo stricto sensu são voltados à formação científica e pesquisa acadêmica. Geralmente são categorizados como mestrado ou doutorado. O mestrado dura cerca de dois anos, durante os quais o aluno desenvolve uma pesquisa e cursa as disciplinas relativas ao tema pesquisado. Já o doutorado, tem duração média de quatro anos para: cumprimento das disciplinas, realização da pesquisa e elaboração de uma tese.
ESPECIFICIDADES ACADÊMICAS
CONCEPÇÃO DE UM CURSO SUPERIOR
As diretrizes do Ministério da Educação determinam os componentes curriculares obrigatórios (disciplinas) e os tempos mínimo e máximo para integralização de cada curso de graduação. Além das disciplinas, alguns cursos têm definidas as obrigatoriedades de carga horária mínima de atividades acadêmicas complementares, de estágio curricular ou trabalho de conclusão de curso, por exemplo.
A seguir, veremos um pouco mais sobre esse processo de forma prática:
1) O Núcleo Docente Estruturante (NDE) analisa as determinações do MEC e estabelece o Projeto Pedagógico do curso e, junto com ele, a matriz curricular.
2) Os professores das disciplinas também fazem parte do processo, auxiliando na especificação das ementas das disciplinas que compõem a matriz curricular e definindo as cargas horárias, os conteúdos programáticos, entre outros.
3) Os alunos, ao escolherem o curso e realizarem a matrícula, entram em contato com a matriz curricular, verificando quais disciplinas compõem cada período letivo, sua carga horária, créditos etc.
ESPAÇOS COMUNS
O mundo acadêmico vai muito além de uma cadeira e uma mesa e você precisa conhecê-lo bem, aproveitando todas as oportunidades que ele oferece. Para começar, vamos apresentar os espaços oferecidos pela IES na qual você está matriculado e que poderá utilizar durante sua jornada acadêmica:
1 - SALAS DE AULA - Onde acontecem as aulas (geralmente teóricas), que contam com a presença do professor e dos estudantes. Normalmente a aula teórica utiliza métodos de ensino baseados em exposições feitas pelo professor.
2 - LABORATÓRIOS - Ambientes específicos voltados para aulas práticas de alguns cursos (podendo, por exemplo, ser um laboratório de fotografia, de química, informática etc.). A aula prática utiliza métodos de ensino baseados na aplicação do conhecimento, com simulações, experiências, atividades individuais ou coletivas realizadas pelo estudante.
3 - AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM - Nesse ambiente, o professor atua como mediador da aprendizagem, incentivando a construção e a troca de conhecimentos e experiências entre você e outros estudantes, com o importante papel de impulsionar os estudos. Além das aulas, há discussões realizadas nos fóruns, ferramentas de interação, chats, biblioteca virtual da disciplina, conteúdo interativo, videoaulas etc.
4 - BIBLIOTECA - A biblioteca é um espaço de apoio ao aluno. Além de suas funções principais oferece, de forma sistemática, oficinas que habilitam o estudante a pesquisar na Internet e cursos sobre as normas técnicas a serem seguidas na formulação de trabalhos escritos. Geralmente, ao falarmos de biblioteca, estamos nos referindo à biblioteca presencial, mas em muitas universidades já existe a biblioteca virtual.
ATIVIDADES CURRICULARES
A exigência de atividades curriculares deve variar de acordo com as características do curso que você escolheu. Além das atividades exigidas em aula, vejamos as mais comuns:
*PRÁTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR (ATIVIDADES ESTRUTURADAS)
São atividades práticas pertinentes que integram a carga horária de algumas disciplinas. Devem ser desenvolvidas e propostas pelos professores e executadas pelos alunos, de forma individual ou coletiva, dependendo da atividade, ao longo de todo o Curso.
*ATIVIDADES ACADÊMICAS COMPLEMENTARES (AAC)
Para se formar, o aluno deve ter uma carga horária mínima de horas de atividades acadêmicas complementares de acordo com o exigido na sua matriz curricular. São componentes curriculares obrigatórios nos cursos de bacharelado e licenciatura e têm por objetivo enriquecer e complementar o perfil do formando. Essas atividades podem ocorrer fora do ambiente acadêmico e incluem a prática de estudos, pesquisas, atividades independentes, transversais, opcionais, de interdisciplinaridade etc. Elas privilegiam a formação social e profissional, fortalecendo as relações dos acadêmicos com o mercado do trabalho. Importante! Confira, em sua IES, quais os critérios para validar as atividades realizadas fora do seu ambiente acadêmico.
*ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO
O estágio é uma atividade acadêmica obrigatória na maioria dos cursos de nível superior (especialmente para os cursos de licenciatura). Trata-se da articulação entre a teoria e a prática, essencial para a formação profissional. A carga horária mínima do estágio varia conforme o curso. Consulte a estrutura curricular do seu curso para mais informações.
*EXTENSÃO
As atividades de extensão, por sua vez, consistem primordialmente em propiciar à comunidade o estabelecimento de uma relação de reciprocidade com a instituição de ensino, integrando estudantes, professores e comunidade em projetos consistentes e de relevância social, geralmente valendo algumas horas AAC.
*INICIAÇÃO CIENTÍFICA E PESQUISA
A iniciação científica e a pesquisa incentivam a investigação, com vistas ao desenvolvimento da ciência e da tecnologia e à criação e difusão de cultura. As atividades de pesquisa desenvolvem o entendimentodo ser humano e da sociedade. Como estudante, você será estimulado a conhecer os métodos científicos e a aprendizagem de técnicas de pesquisa, bem como o desenvolvimento da mentalidade crítica e investigativa.
*TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (TCC)
É um componente curricular presente ao final dos bacharelados e das licenciaturas, como forma de efetuar uma avaliação final dos graduandos, que contempla a diversidade dos aspectos de sua formação. O TCC pode ser uma monografia, um artigo científico, um projeto, dependendo do Projeto Pedagógico de cada curso. Consulte a matriz curricular do seu curso para saber se o TCC é obrigatório.
PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO
Os procedimentos de avaliação seguem normas que podem ser diferenciadas tanto pela IES como pela modalidade da disciplina. O aluno deve ser avaliado pelo seu desempenho nas avaliações, sendo a cada uma delas atribuída uma nota de 0 (zero) a 10 (dez). Em relação à prova em si, os instrumentos para avaliação da aprendizagem podem ser construídos a partir de itens de teste: questões objetivas e discursivas, classificadas em diferentes níveis de complexidade e diferentes níveis cognitivos.
Será considerado aprovado na disciplina o aluno que obtiver nota igual ou superior a uma média, que costuma ser gerada a partir de todas as notas dessa disciplina em particular.
MÓDULO 2
Listar métodos para administração do tempo e técnicas de estudos
ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO
Dedicação, vontade de crescer e superação de dificuldades são fundamentais em qualquer área de atuação. Chegou a hora de entender mais sobre como estudar de forma organizada, o assunto principal deste módulo. Iniciaremos com algumas reflexões:
ADMINISTRAR O TEMPO AJUDA A ORGANIZAR SUA ROTINA, AUMENTANDO SUA PRODUTIVIDADE. COMO TODAS AS AÇÕES POSSUEM INÍCIO, MEIO E FIM, SEU CURSO SUPERIOR NÃO É DIFERENTE.
A necessidade de organizar o tempo se tornou premissa básica nos dias atuais. Ser desorganizado pode trazer prejuízos emocionais, profissionais e até financeiros. Administrar o tempo é saber o que é prioritário dentre as várias atividades da sua rotina. Estabelecer prioridades não é tão simples quanto parece e cumpri-las é mais desafiador ainda. Por isso, precisamos ter em mente o quão importante é essa organização para a nossa vida.
Podemos resumir os passos para uma administração do tempo bem-sucedida da seguinte forma:
Confira, a seguir, orientações para que você execute cada uma dessas etapas de acordo com suas prioridades.
1 - ESTABELECER PRIORIDADES
Saber definir prioridades e gerenciar tarefas traz impactos significativos para a organização das demandas a serem cumpridas e para a tomada de decisões. Além disso, estabelecer prioridades ajuda a trazer mais equilíbrio também para o campo pessoal. Você pode definir quais compromissos precisam da sua atenção em determinado momento e, assim, evitar sensações de esgotamento ou de culpa por achar que deveria estar em outro local.
A - LISTAR ATIVIDADES - Liste todas as suas atividades para que você enxergue com mais clareza tudo o que tem para fazer diariamente.
B - ESTABELEÇA ORDEM DE PRIORIDADE
A partir da lista, estabeleça sua ordem de prioridades, respeitando a importância e a relevância de cada atividade, seus valores, impactos e prazos.
2 - PLANEJAR ROTINA
Você deve organizar o seu dia de acordo com a relação atividades/tempo, sempre utilizando a lista de prioridades como referência.
Para que a lista seja fiel à realidade e factível de ser cumprida, é fundamental que você se conheça a fundo, isto é, que identifique sua capacidade produtiva, seu tempo de concentração, sua necessidade de sono etc. Dessa forma, você vai encontrar seu melhor momento para fazer cada atividade.
3 - ESTIPULAR METAS
Uma vez feito o planejamento da sua rotina, é preciso que ele seja cumprido. Assim, uma boa dica é estabelecer metas. Você sabe o que é uma meta? Em termos conceituais, podemos dizer que a meta é um ponto aonde se quer chegar.
Vamos destacar quatro possíveis metas relacionadas à sua formação superior:
4 - ELABORAR PLANO DE AÇÃO
Usando a meta acadêmica como exemplo, o próximo passo é estabelecer um Plano de Ação:
1. Primeiro movimento:
Aqui, vamos determinar as ações do semestre. Neste caso, levantamos três passos: obter presença no máximo de aulas possível, estudar cada disciplina duas horas a mais por semana e obter aprovação nas avaliações.
2. Organizar as ações:
Percebemos que as duas primeiras ações definirão o cumprimento da terceira, então focaremos nas duas primeiras até o resultado das avaliações. A organização delas pode ser feita em uma tabela.
3. Monitorar as ações:
Na tabela, criaremos colunas referentes aos meses para cada ação. O acompanhamento deve ser feito por ela, lembrando que você precisa saber a média e o limite de faltas para se guiar.
4. Apurar dos resultados:
Semanas antes de executar as avaliações, você pode checar essa tabela para saber se tem chances de ser aprovado. Ao final de todas as avaliações, insira suas notas no plano.
5. Atingir meta:
“Concluir o curso superior no prazo de formação estipulado”.
TÉCNICAS DE ESTUDO
As técnicas de estudo são procedimentos facilitadores em âmbito acadêmico. Temos que pensar em como melhorar os três pontos abaixo:
Existem algumas técnicas de estudo que ajudam a estudar ou a trabalhar de uma maneira mais efetiva? Selecionamos algumas técnicas:
FICHAMENTO
A primeira técnica de estudo serve para trabalhar concentração e memória. É o fichamento ou resumo. Uma coisa muito importante ao ler é que você tenha uma caneta ou um tablet para anotar as informações mais importantes do texto. Isso ajuda você a reter essa informação, melhorando sua atenção e sua memória. Então, todas as vezes que estiver lendo um texto, você pode e deve escrever no papel frases ou palavras-chaves que sejam importantes.
Se você for fazendo isso ao longo de todo o texto, ao terminar de lê-lo, você verá que o seu fichamento está pronto. A partir disso, o que você pode fazer é deixar as anotações ali naquele papel ou transcrever as palavras para o seu Word, ou para uma agenda (física, eletrônica), porque você já terá os pensamentos básicos principais todas as vezes que quiser usar aquele texto. Então, o fichamento ou o resumo podem ser feitos dessa maneira de forma prática.
MAPA METAL
A segunda atividade ou técnica que você pode fazer para melhorar sua memória e sua atenção é o mapa mental. É muito parecido com o fichamento, mas você coloca esse texto (ou atividade, filme, livro etc.) em palavras, em temas, então destaca o tema daquele texto que você está lendo.
A partir daquele tema, você vai encontrar no texto quais são as palavras que são relacionadas àquele tema e que são importantes. O mapa mental é formado por temas que vão se conectando por linhas para formar diagramas. Isso é uma técnica mnemônica, ou seja, uma técnica que faz você lembrar o que fez, o que leu, de forma bastante rápida e eficiente.
TABELA
Outra técnica que também pode ser utilizada é a construção de tabelas. Algumas pessoas preferem utilizar a tabela para resgatar o texto ou o trabalho que está fazendo de maneira rápida, então basta construir uma tabela com as colunas que achar necessárias e aí se colocam os temas, as palavras-chaves ou os assuntos pertinentes e importantes daquele texto. É uma ótima forma de resumir.
AUTOEXPLICAÇÃO
Por fim, falaremos da auto explicação. Algumas pessoas têm dificuldades de ler em voz baixa, dizem assim: “quando eu leio baixo, não entendo que eu li”, então é preciso ler alto. Essas pessoas vão se dar muito bem com a técnica da auto explicação, ou seja, elas leem o texto e explicam para si próprias e, durante essa explicação, as dúvidas vão surgir e a própria pessoa vai explicá-las.
GRAVAÇÃO EM ÁUDIO
Uma técnica que pode ser aliada a essas outras é a gravação em áudio. Quem, nos dias atuais, não tem um celular na mão? Com o recurso de gravação de voz você pode gravar um texto que está estudando ou uma matéria que esteja escrevendo. Depois, você poderá ouvir o áudio gerado em qualquer lugar.
MÓDULO3
Distinguir questões de diversidade e inclusão na sociedade
EXCLUSÃO
No Brasil, a desigualdade social é econômica, cultural e política, além de étnica. Esse processo deve ser entendido como exclusão, isto é, uma impossibilidade de poder partilhar, o que leva à vivência da privação, da recusa, do abandono e da expulsão, inclusive com violência, de um conjunto significativo da população. A exclusão é uma situação de privação coletiva e inclui pobreza, discriminação, subalternidade, não equidade, não acessibilidade, não representação pública
NÃO SE TRATA DE UM PROCESSO INDIVIDUAL, EMBORA ATINJA PESSOAS, MAS DE UMA LÓGICA QUE ESTÁ PRESENTE NAS VÁRIAS FORMAS DE RELAÇÕES ECONÔMICAS, SOCIAIS, CULTURAIS E POLÍTICAS DA SOCIEDADE BRASILEIRA.
É, portanto, um processo múltiplo que se explica por várias situações de privação material e/ou relacionadas à escassez de autonomia, de desenvolvimento humano, de qualidade de vida. Desse modo, a exclusão não está restrita ao acesso de bens e serviços, mas também à segurança, à justiça, à cidadania.
RESUMINDO
Trata-se de uma condição inerente ao capitalismo contemporâneo, ou seja, a exclusão social foi impulsionada pelas estruturas desse sistema econômico e político e intensificadas com a globalização do capitalismo neoliberal, a partir do final do século XX. Assim, as pessoas que possuem essa condição social sofrem diversos preconceitos. Elas são marginalizadas pela sociedade e impedidas de exercer livremente seus direitos de cidadãos.
Os grupos dos excluídos são denominados minorias, correspondem a grupos sociais ou mesmo nações que lutam na defesa de seus ideais.
A situação em comum dessas minorias é a situação de exclusão e/ou discriminação, que provoca o surgimento de movimentos sociais à procura de conquistar a dignidade e o respeito, por meio de ações políticas.
Importante!!
Os excluídos não são apenas aqueles que se encontram em situação de carência material, mas também os que não são reconhecidos como sujeitos, que são estigmatizados, considerados nefastos ou perigosos à sociedade. Como, por exemplo: a impossibilidade dos homossexuais constituírem uniões estáveis e terem direito à herança de seus companheiros ou companheiras.
Dentro do contexto da exclusão social, existem diferentes graus e formas de exclusão que, segundo Sposati (2006), se apresentam como:
EXCLUSÃO ESTRUTURAL
Resultado do processo seletivo do mercado, que não garante emprego a todos, gerando contínua desigualdade.
EXCLUSÃO ABSOLUTA
Originada da condição de pobreza absoluta de um crescente segmento social.
EXCLUSÃO RELATIVA
Sentida por aqueles que possuem os níveis mais baixos de acesso e apropriação da riqueza social e das oportunidades historicamente acessíveis do ser humano.
EXCLUSÃO DA POSSIBILIDADE DE DIFERENCIAÇÃO
Resultado do grau de normalização e enquadramento que as regras de convívio estabelecem entre os grupos de uma sociedade, não efetivando os direitos das minorias. No caso, o padrão de intolerância inclui, ou não, as heterogeneidades de gênero, etnia, religião, orientação sexual, necessidades especiais etc.
EXCLUSÃO DA REPRESENTAÇÃO
Grau pelo qual a democracia de uma sociedade possibilita tornar presentes e públicas as necessidades, interesses e opiniões dos vários segmentos, especialmente na relação Estado-Sociedade.
EXCLUSÃO INTEGRATIVA
A exclusão é perversamente a maneira de um segmento da população permanecer precariamente presente na lógica da acumulação.
INCLUSÃO
A inclusão é um termo amplo, utilizado em diferentes contextos, em referência a questões sociais variadas. Entretanto, de modo geral, corresponde à inserção social de pessoas que experimentam algum tipo de exclusão, seja da escola, do mercado de trabalho e/ou de qualquer outro espaço social, devido à sua condição socioeconômica, de gênero, orientação sexual, raça, não domínio de tecnologia ou por possuir algum tipo de deficiência. A inclusão social é a busca da afirmação de direitos que há muito tempo foram negados e a valorização da diversidade.
PORTANTO, A EXCLUSÃO E A INCLUSÃO SOCIAL SÃO NECESSARIAMENTE INTERDEPENDENTES.
Alguém é excluído de uma situação de inclusão específica. A sociedade que exclui é a mesma que inclui e integra, e esta transmutação é a condição de uma ordem desigual.
Todos estamos de algum modo inseridos, mas nem sempre decente e dignamente. A ideia da inclusão se fundamenta em uma filosofia que reconhece e aceita a diversidade na vida em sociedade. Isto significa a garantia do acesso de todos a todas as oportunidades, independentemente das peculiaridades de cada indivíduo e/ou grupo social.
A inclusão social é uma questão qualitativa e pressupõe, segundo Sposati (2006), os seguintes quesitos:
AUTONOMIA
É entendida como a capacidade e a possibilidade do cidadão em suprir suas necessidades vitais, especiais, culturais, políticas e sociais, sob as condições de respeito às ideias individuais e coletivas. Estas supõem uma relação com o mercado e com o Estado, ambos responsáveis por assegurar as necessidades de exercício de liberdade, com reconhecimento da sua dignidade e a possibilidade de representar pública e partidariamente os seus interesses, sem ser impedido por ações de violação dos direitos humanos e políticos ou pelo cerceamento à sua expressão.
QUALIDADE DE VIDA
A qualidade e a democratização dos acessos às condições de preservação do homem, da natureza e do meio ambiente. Qualidade de vida é a possibilidade de melhor redistribuição, e usufruto, da riqueza social e tecnológica aos cidadãos de uma comunidade; a garantia de um ambiente de desenvolvimento ecológico e participativo de respeito ao homem e à natureza, com o menor grau de degradação e precariedade.
DESENVOLVIMENTO HUMANO
É a possibilidade de todos os cidadãos de uma sociedade melhor desenvolverem seu potencial com o menor grau possível de privação e de sofrimento; a possibilidade da sociedade poder usufruir coletivamente do mais alto grau de capacidade humana. O estudo do desenvolvimento humano tem sido realizado pela ONU/PNUD, por meio do Indicador de Desenvolvimento Humano (IDH).
EQUIDADE
É o reconhecimento e a efetivação, com igualdade, dos direitos da população, sem restringir o acesso a eles nem estigmatizar as diferenças que conformam os diversos segmentos que a compõem. Assim, equidade é entendida como possibilidade das diferenças serem manifestadas e respeitadas, sem discriminação; condição que favoreça o combate das práticas de subordinação ou de preconceito em relação às diferenças de gênero, políticas, étnicas, religiosas, culturais, de minorias etc.
CIDADANIA
É aqui considerada como o reconhecimento de acesso a um conjunto de condições básicas para que a identidade de morador de um lugar se construa pela dignidade, solidariedade e não só pela propriedade. Esta dignidade supõe não só o usufruto de um padrão básico de vida como a condição de presença, interferência e decisão na esfera pública da vida coletiva.
DEMOCRACIA
A possibilidade do exercício democrático é componente de inclusão local na medida em que esta supõe cidadania e não acesso a renda e serviços, o que coloca as pessoas no patamar da sobrevida sem alcançar a condição de sujeitos cidadãos.
FELICIDADE
Para atingi-la supõe-se muito mais do que a posse, o acesso a condições objetivas de vida. Ela traz à cena a subjetividade e, nela, o desejo, a alegria entre um conjunto de sentimento em busca da plenitude humana. Vale dizer, uma situação que permita que o potencial das capacidades humanas sem restrições a povos ou pessoas possa se expandir. “De cada um conforme a sua capacidade, e a cada um conforme sua necessidade” (Marx).
POLÍTICAS PÚBLICAS
A Constituição Federal do Brasil assume como fundamental, entre outros, o princípio da igualdade, quando reza no seu artigo 5º que:
“[...] todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros, residentes no País, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.”
Para que a igualdade sejareal, entretanto, ela há de ser relativa (dar tratamento igual aos iguais e desigual aos desiguais).
O QUE ISSO SIGNIFICA?
Que as pessoas são diferentes têm necessidades diversas e o cumprimento da lei exige que a elas sejam garantidas as condições apropriadas de atendimento às peculiaridades individuais, de forma que todos possam usufruir das oportunidades existentes. Tratar desigualmente não se refere à instituição de privilégios, e sim, à disponibilização das condições exigidas pelas peculiaridades individuais na garantia da igualdade real.
O principal valor que permeia, portanto, a ideias da inclusão é o configurado no princípio da igualdade, pilar fundamental de uma sociedade democrática e justa: a diversidade requer a peculiaridade de tratamento, para que não se transforme em desigualdade social. Este princípio da igualdade permite à lei tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais.
O PRINCÍPIO POSTULA QUE AS DESIGUALDADES DE FATO DECORRAM DAS DIFERENÇAS DAS APTIDÕES PESSOAIS, DANDO TRATAMENTO DIFERENCIADO ÀS PESSOAS DIFERENCIADAS.
Desse modo, a configuração social do Estado brasileiro estabelecida pela Constituição de 1988 traz um conjunto de tarefas que visam superar as diferenças sociais e, em especial, a exclusão. É através das políticas públicas que a promessa constitucional da inclusão social será realizada pelo Estado e pela sociedade.
QUEM REGULA?
A gestão da política social está ancorada na parceria entre o Estado, a sociedade civil, organizada ou não, e a iniciativa privada.
As políticas públicas compreendidas como as opções que o governo toma, em instância federal, estadual ou municipal, para cumprir os objetivos estatais, exigem a participação dos interessados, isto é, todos os cidadãos, segundo o ideal republicano.
POR QUE PARTICIPAR?
Participar de maneira efetiva da tomada das decisões políticas do Estado, tanto nos momentos cruciais como na realização cotidiana das tarefas estatais, promove um sentimento de pertencimento, e de corresponsabilidade no cidadão na sua realidade social.
COMO É A PARTICIPAÇÃO DAS EMPRESAS PRIVADAS NESSE PROCESSO?
As empresas privadas têm sido também fortes parceiras nos programas de inclusão social uma vez que as incorporam à agenda de Responsabilidade Social Corporativa, que é uma forma de conduzir os negócios e que torna a empresa parceira e corresponsável pelo desenvolvimento social.

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