Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE NILTON LINS FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA II 60H Lena Marina Puga Barbosa 1 UNIDADE III – IMPOSTO DE RENDA 1. Noções Gerais - A administração e a fiscalização do IRPJ e da CSLL competem à Secretaria da Receita Federal. - As pessoas jurídicas por opção ou por determinação legal, são tributadas por uma das seguintes formas: 1) Simples Nacional; 2) Lucro Real; 3) Lucro Presumido; 4) Lucro Arbitrado. 1.1 Pessoa Jurídica: conceito legal. (Decreto n° 9.580/18 São consideradas pessoas jurídicas: (artigo 159) 1) pessoas jurídicas de direito privado domiciliadas no País, sejam quais forem os seus fins, a sua nacionalidade ou os participantes em seu capital; 2) as filiais, as sucursais, as agências ou as representações no País das pessoas jurídicas com sede no exterior; 3) os comitentes domiciliados no exterior, quanto aos resultados das operações realizadas por seus mandatários ou seus comissários no País. São equiparadas à pessoa jurídica: (artigo 160, 162) 1) As sociedades em conta de participação são equiparadas às pessoas jurídicas; 2) As empresas individuais, quais sejam: a) os empresários constituídos na forma estabelecida no art. 966 ao art. 969 da Lei nº 10.406, de 2002 - Código Civil;1 b) as pessoas físicas que, em nome individual, explorem, habitual e profissionalmente, qualquer atividade econômica de natureza civil ou comercial, com o fim especulativo de lucro, por meio da venda a terceiros de bens ou serviços; c) as pessoas físicas que promovam a incorporação de prédios em condomínio ou loteamento de terrenos, nos termos estabelecidos pela legislação pertinente. 1 Com inscrição de empresário no Registro Público de empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da NÃO ESTÃO SUJEITOS AO IRPJ: 1) Os templos de qualquer culto; 2) Os partidos políticos, incluídas as suas fundações, e as entidades sindicais dos trabalhadores, desde que preencham os seguintes requisitos: ✓ Não distribuam qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; ✓ Apliquem seus recursos integralmente no País, na manutenção de seus objetivos institucionais; e ✓ Mantenham escrituração de suas receitas e suas despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão. 3) Instituição de educação ou de assistência social que preste os serviços para os quais houver sido instituída e os coloque à disposição da população em geral, em caráter complementar às atividades do Estado, sem fins lucrativos, desde que preencha os requisitos a seguir descritos: ✓ Não remunerar, por qualquer forma, seus dirigentes pelos serviços prestados; ✓ Aplicar integralmente seus recursos na manutenção e no desenvolvimento dos seus objetivos sociais; ✓ Manter escrituração completa de suas receitas e suas despesas em livros revestidos das formalidades capazes de assegurar sua exatidão; ✓ Conservar em boa ordem, pelo prazo de 5 anos, contado da data de sua emissão, os documentos que comprovem a origem de suas receitas e a efetivação de suas despesas, além da realização de outros atos ou operações que venham a modificar sua situação patrimonial; ✓ Apresentar, anualmente, declaração de rendimentos, em conformidade com o disposto pela Secretaria da Receita Federal do Brasil do Ministério da Fazenda; ✓ Assegurar a destinação de seu patrimônio a outra instituição que atenda às condições respectiva sede, bem como sua sucursal, filial ou agência. (artigo 966 a 969 do CC/02) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406.htm#art966 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406.htm#art966 2 para gozo da imunidade, na hipótese de incorporação, fusão, cisão ou de encerramento de suas atividades, ou a órgão público; ✓ Outros requisitos, estabelecidos em lei específica. 4) Instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural e científico e as associações civis que prestem os serviços para os quais houverem sido instituídas e os coloquem à disposição do grupo de pessoas a que se destinam, sem fins lucrativos; 5) A instituição privada de ensino superior, com fins lucrativos ou sem fins lucrativos não beneficente, que aderir ao Programa Universidade para Todos - Prouni, nos termos do disposto na Lei nº 11.096, de 13 de janeiro de 2005, ficará isenta do imposto sobre a renda no período de vigência do termo de adesão 6) As entidades fechadas de previdência complementar e as entidades abertas de previdência complementar sem fins lucrativos regidas pela Lei Complementar nº 109, de 2001; 7) As companhias estrangeiras de navegação marítima e aérea se, no país de sua nacionalidade, as companhias brasileiras de igual objetivo gozarem da mesma prerrogativa; 8) As associações de poupança e empréstimo autorizadas a funcionar de acordo com a legislação pertinente, que tenham por objetivo propiciar ou facilitar a aquisição de casa própria aos associados, captar, incentivar e disseminar a poupança, e que atendam às normas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional; 9) As sociedades de investimento a que se refere o art. 49 da Lei nº 4.728, de 14 de julho de 1965, de cujo capital social participem pessoas físicas ou jurídicas, residentes ou domiciliadas no exterior; 10) A entidade binacional Itaipu; 11) o Fundo Garantidor de Crédito – FGC; 12) As sociedades cooperativas, sem fins lucrativos; 2. ALÍQUOTAS E ADICIONAL - Alíquota de 15%. A parcela da base de cálculo, apurada mensalmente, que exceder a R$ 20.000,00 (vinte mil reais) ficará sujeita à incidência de adicional do imposto sobre a renda à alíquota de 10%. 3. BASE DE CÁLCULO A base de cálculo do IR determinada segundo a lei vigente à data de ocorrência do fato gerador, é o lucro real, presumido ou arbitrado, correspondente ao período de apuração. - Como regra geral, integram a base de cálculo todos os ganhos e os rendimentos de capital, independentemente da denominação que lhes seja dada, da natureza, da espécie ou da existência de título ou contrato escrito, bastando que decorram de ato ou negócio que, pela sua finalidade, tenha os mesmos efeitos daquele previsto na norma específica de incidência do imposto. 4. PERÍODO DE APURAÇÃO - O imposto de renda das pessoas jurídicas será determinado com base no lucro real, presumido ou arbitrado, por períodos de apuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário. - Optante do Lucro Real tem opção de apurar o imposto de renda em 31 de dezembro de cada ano. - Nas hipóteses de incorporação, fusão ou cisão, a apuração da base de cálculo e do imposto sobre a renda devido será efetuada na data do evento; - Na extinção da pessoa jurídica, pelo encerramento da liquidação, a apuração da base de cálculo e do imposto sobre a renda devido será efetuada na data desse evento. 5. LUCRO REAL 5.1 CONCEITO LEGAL É o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pelo Decreto n°9.580/18. É a soma algébrica do lucro operacional, das demais receitas e despesas, e das participações, e deverá ser determinado em observância aos preceitos da legais. - Adições permitidas: artigo 260 do Decreto n°9.580/18. - Exclusões permitidas: artigo 261 do Decreto n°9.580/18. 5.2 DAS PESSOAS JURÍDICAS OBRIGADAS À TRIBUTAÇÃO COM BASE NO LUCRO REAL 1) Cuja receita total no ano-calendário anterior seja superior ao limite de R$ 78.000.000,00, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses; 2) Cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, agências de fomento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamentoe http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11096.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11096.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp109.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp109.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4728.htm#art49 3 investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, sociedades de crédito ao microempreendedor e à empresa de pequeno porte, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades abertas de previdência complementar; 3) Que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior; 4) que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativos à isenção ou à redução do imposto de renda; 5) Que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de estimativa; 6) Que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultante de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring); 7) Que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários, financeiros e do agronegócio; 8) Que emitam ações nos termos estabelecidos no art. 16 da nº Lei 13.043, de 2014. 5.3 DA ESCRITURAÇÃO - A pessoa jurídica sujeita à tributação com base no lucro real deverá manter escrituração em observância às leis comerciais e fiscais. - A escrituração deverá abranger todas as operações do contribuinte, os resultados apurados em suas atividades no território nacional, os lucros, os rendimentos e os ganhos de capital auferidos no exterior. Deverá ser entregue em meio digital ao Sistema Público de Escrituração Digital - SPED, instituído pelo Decreto nº 6.022, de 22 de janeiro de 2007. A escrituração comercial ficará sob a responsabilidade de contabilista legalmente habilitado, exceto se houver nenhum na localidade, quando, então, ficará a cargo do contribuinte ou de pessoa por ele designada. A designação de pessoa não habilitada profissionalmente não eximirá o contribuinte da responsabilidade pela escrituração. - Desde que legalmente habilitado para o exercício profissional referido neste artigo, o titular da empresa individual, o sócio, o acionista ou o diretor da sociedade poderá assinar as demonstrações financeiras da empresa e assumir a responsabilidade pela escrituração. PRÁTICA JURÍDICA-CONTÁBIL 1. Fênix do Brasil Financia S/A obteve lucro real de R$ 170.000,00 no ano de 2018. Com base nas regras tributárias vigentes, calcule o seu IRPJ. 2. Qual o IRPJ de empresa enquadrada no lucro real que auferiu R$230.000,00 no ano de 2018? 3. Midas Previdência e Seguros obteve lucro real de R$ 218.000,00 no ano de 2018. Com base nas regras tributárias vigentes, calcule o seu IRPJ. 4. Atenas Way Factoring faturou R$ 123.500 no ano de 2018. Com base nas regras tributárias vigentes, calcule o seu IRPJ. 5. A Igreja “Tudo Posso”, entidade sem fins lucrativos, no ano de 2018 obteve lucro real de R$ 345.600,00. Com base nas regras tributárias vigentes, calcule o seu IRPJ. 6. O partido político “Progresso em Marcha” entidade sem fins lucrativos, no ano-calendário de 2017, obteve lucro real de R$ 554,789,00. Qual seu IRPJ? 7. Brilhante Empreendimentos Ltda, empresa com que tem como atividade-fim a incorporação de prédios em condomínio e loteamento de terrenos, auferiu o lucro real de R$ 212.700. Qual seu IRPJ? 8. Esmeralda Factoring Ltda. Determine o IRPJ. MESES DE APURAÇÃO RECEITA BRUTA LUCRO REAL OUT/18 R$ 1.100.00,00 R$ 50.000,00 NOV/18 R$ 1.110.00,00 R$ 50.500,00 DEZ/18 R$ 1.120.00,00 R$ 51.500,00 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13043.htm#art16 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Decreto/D6022.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Decreto/D6022.htm
Compartilhar