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Victoria K. L. Cardoso Doenças infecciosas do snc …………….Introdução……………. Conduta na urgência/emergência: 1. Internação. 2. MOVE. 3. Exame físico. ● Sinais vitais. ● Ausculta cardíaca e respiratória. ● Avaliar a pele, as mucosas e as escleras. ● Avaliação de exame neurológico. ● Palpação do crânio e da face. ● Avaliação da força muscular e dos reflexos. ● Realizar as manobras de Kerning, laségue e brudzinski. 4. Solicitação de exames complementares. ● Hemograma. ● Glicose. ● Coleta do líquor. ● PCR no líquor. ● EAS. ● Sorologias. ● TC de crânio. ● Radiografias de áreas para diagnósticos diferenciais. 5. Terapia medicamentosa empírica. ● Antibióticos de amplo espectro → cefalosporina com ampicilina. ● Antieméticos. ● Analgésicos. ● Antitérmicos. …………….Meningites……………. Conceito: inflamação das meninges - membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal. ● A causa pode ser viral, bacteriana ou fúngica. ● Contaminação: através da exposição a gotículas e secreções contaminadas. Victoria K. L. Cardoso Quadros diferenciais: ● Encefalite: inflamação apenas do parênquima cerebral. ○ Fadiga. ○ Febre. ○ Mal estar. ○ Perda do apetite. ○ Contrações musculares rítmicas. ○ Fraqueza muscular. ○ Confusão mental. ○ Desorientação. ○ Alteração do nível de consciência. ○ Náusea ou vômito. ○ Alucinação. ○ Delírios. ○ Convulsões. ● Meningoencefalite: inflamação das meninges e do parênquima cerebral. ○ Febre. ○ Confusão mental. ○ Vômitos. ○ Convulsão. Meningite bacteriana: ● Causa mais comum de infecção bacteriana do SNC, sendo uma emergência neurológica. ● Principais agentes: meningococo, pneumococo e hemófilos. ● Tríade clássica: febre, cefaléia e rigidez de nuca (nem sempre presente logo de início). ○ A rigidez de nuca nem sempre está presente nas primeiras horas. ● Outros sintomas: ○ Rebaixamento do nível de consciência. ○ Vômitos. ○ Convulsões → indica comprometimento do córtex. ● Conduta: (nessa ordem) ○ Hemograma + hemocultura com antibiograma. ○ Coleta de LCR. ■ Glicose, proteína, células, lactato, cloreto e citologia. ■ Colorações zionilsen (BAAR), nankin (fungo) e gram (bactérias). ○ Antibioticoterapia empírica → ceftriaxona (cefalosporina de terceira ou de quarta geração), pois é de amplo espectro. ■ Suspeita de Listeria monocytogenes, otite, sinusite ou mastoidite: ceftriaxona + ampicilina. Victoria K. L. Cardoso ■ Suspeita de encefalite: aciclovir (sem antibiótico). ○ Tratamento adjuvante → corticóide (dexametasona). ■ Contraindicação: meningite meningocócica → apresenta lesões vermelhas na pele e tem rápida evolução. ○ Outros exames, se necessário: ■ EAS → afastar causa urinária infecciosa. ■ Glicemia. ■ PCR → verificar quadros sistêmicos. ■ Radiografia de tórax. ■ Sorologias. ● Tratamento pós análise liquórica: ○ Caract. bacterianas: mantém a ceftriaxona e a dexametasona. ○ Caract. virais: suspende a ceftriaxona e a dexametasona, mas deixa ou inicia o aciclovir. ○ Caract. fúngicas: suspende a ceftriaxona e a dexametasona, mas inicia o antifúngico. Meningite viral: ● Principal etiologia pediátrica: 85% das vezes é pelo enterovírus → ex: coxsackie e poliovírus. ○ Mais comum em pacientes < 5 anos. ● Principal etiologia adulta: herpes. ○ São mais raras e geralmente, quando ocorrem, é meningoencefalite por herpes. ● Outros agentes: arbovírus, vírus da caxumba, vírus epstein-barr, varicela zoster, sarampo, rubéola….. ● Quadro clínico: é semelhante à meningite bacteriana, mas o quadro é mais leve e os sintomas iniciais se assemelham a gripes. ● Quase sempre é benigna. ○ No caso de etiologia herpética em adultos, a progressão pode ser mais maligna. ● Importante coletar fezes para análise. ● Tratamento: ○ Crianças: tratamento de suporte e uso de sintomáticos. ○ Adultos: sintomáticos + aciclovir e se após os exames não for por herpes, pode-se suspender o aciclovir. Meningite tuberculosa: ● Tem história prévia de tuberculose. ● O mycobacterium afeta meninges, parênquima cerebral e medula. ● Quadro clínico: geralmente tem pródomos inespecíficos por mais de 5 dias, podendo ter meses de evolução. Victoria K. L. Cardoso ○ Febre alta. ○ Perda de peso. ○ Sudorese noturna. ○ Cefaleia. ○ Náuseas. ○ Sinais de irritação meníngea. ● Conduta: ○ RNM de crânio → evidencia vasculite, realce meníngeo basal e hidrocefalia. ● Tratamento: ○ Dexametasona por pelo menos 9 meses. ○ RIPE por 2 meses. ○ RI por 4 meses. Meningite fúngica: ● Principais agentes: aspergillus e cryptococcus, principalmente em pacientes imunodeprimidos. ● Quadro clínico: ○ Cefaléia. ○ Vômitos. ○ Pode não haver febre. ○ Alterações de nervos cranianos → principalmente da motilidade ocular. ○ Ataxia de marcha. ○ Rebaixamento do nível de consciência. ● Conduta: ○ RNM de crânio → evidencia inflamação em torno do cérebro. ● Tratamento: ○ Uso de antifúngicos EV → anfotericina B. .……….Neurotoxoplasmose…….… Quadro geral: ● Mais comum em pacientes imunodeprimidos. Quadro clínico: ● Déficit motor focal. ● Hemiparesia. ● Sinais de liberação piramidal. ● Ataxia. ● Lentificação psicomotora. ● Nível de consciência com alterações flutuantes. Victoria K. L. Cardoso ● Convulsões. Avaliações: ● TC de crânio → evidencia lesões periventriculares, com realce pós contraste ao redor da lesão e presença de edema vasogênico. ● Líquor de aspecto normal. ● Não costuma ter a tríade clássica da meningite e faz lesões no parênquima cerebral. ………….Avaliação do líquor…………. Solicitar: ● Citometria. ● Citologia. ● Glicose. ● Proteínas. Colorações: ● Para bactérias: gram e culturas. ● Para tuberculose: ziehl-neelsen. ● Para fungos: nanquim. Normal: ● Leucócitos: 0-4. ● Células predominantes: nenhuma ou linfomonocitária. ● Proteínas: 15-40 mg/dl (adulto) e até 120 mg/dl (em recém nascido). ● Glicose: ⅔ do valor da glicemia. Provável etiologia viral: ● Leucócitos: 0-500. ● Células predominantes: mononucleares. ● Proteínas: normais ou pouco aumentadas (50-100 mg/dl). ● Glicose: normal. Provável etiologia bacteriana: ● Leucócitos: > 500. ● Células predominantes: PMN. ● Proteínas: > 100 mg/dl. ● Glicose: diminuída. Provável etiologia tuberculosa ou fúngica: ● Leucócitos: até 500. ● Células predominantes: perfil misto. ● Proteínas: > 50 mg/dl. ● Glicose: normal ou diminuída.
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