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Meningites bacterianas agudas Vanessa Moraes-37 INTRODUÇÃO Processo inflamatório das membranas leptomeníngeas: ® Leptomeninges: pia-aracnóide+aracnoideà envolve espaço subaracnóideo (ESA) ® Leptomeninges + dura-máterà envolvem o encéfalo e a medula espinhal ® Meningonencefalite acomete: 1. ESA 2. Cérebro 3. Medula espinhal Membranas meníngeas Revestimento do SNC ® Dura-máter: membrana externa, dura, aderente aos ossos ® Pia-máter: membrana interna reveste o SN, fina, suave, contem vasos sanguíneos ® Aracnóide: membrana trabeculada com 2 folhetos 1. Parietal: ligado à dura-máter formando a paquimeninge 2. Visceral: ligado à pia-máter formando a leptomeninge ® Os 2 formam o ESA onde circula liquor Liquor ® Resulta: secreção + filtração do plasma ® Liquor e meninges: protegem SNC ® Formação: ventrículos laterais, 3º e 4º ventrículos. Plexo coróide dos ventrículos o Pequena quantidade nos espaços perivasculares cerebrais e células ependimárias INFECÇÕES DO SNC ® SNC pode ser infectado por vários agentes, incluindo vírus, bactérias, Classificação tempo dos sintomas ® Aguda: horas a < 5 dias de sintomas após o início da doença ® Subagudas: > de 5 e < 30 ® Crônicas: > 30 dias de sintomas normalmente presentes de semanas a meses, ou mesmo anos Causas das meningites Infecciosas a) Agudas: bactérias e vírus b) Crônicas: fungos, micobactérias, protozoários, espiroquetas, helmintos Não Infecciosas a) Neoplasias b) Leucemias c) Linfomas d) Químicas como contrastes, quimioterápicos, toxicas/chumbo Principais agentes etiológicos A. Meningites bacterianas a. Neisseria meningitidis b. Streptococcus pneumaniae c. Haemophilus influenza B. Meningites virais a. Enterovirus C. Meningites por outras etiologias a. Fungos (criptococcus) b. Parasitas (A. cantonensis) Incidência ® Incidência MB: 4 a 6 casos/100 mil hab. nos países economicamente avançados, mas a frequência é 10 x maior nos países em desenvolvimento ® Apesar do advento de antibióticos mais potentes e de amplo espectro, a meningite bacteriana acarreta elevados níveis de o Mortalidade (5% a 10%) o Sequelas neurológicas altamente incapacitantes (5 a 40%- sobreviventes) ® Incidência por agentes infeciosos: sem levar em consideração a idade A. Entre 1970 a 1980 a. Haemophilus influenza tipo B-45% b. Streptococcus pneumaniae-18% c. Neisseria meningitidis-14% B. A partir de 1995 a. Streptococcus pneumaniae-47% b. Neisseria meningitidis-25% c. Haemophilus influenza tipo B-12% Vacina! Causas comuns de MB x Grupo etário Brasi l ® Recém nascidos: S.do grupo B, S. agalactiae, S. pneumoniae, Listeria monocytogenes, Escherichia coli ® Bebes e crianças: S.pneumoniae, N.meningitidis, Haemophilus influenza e S. do grupo B ® Adolescentes e adultos jovens: S.pneumoniae, N. meningitidis ® Idosos: S. pneumoniae, N.meningitidis, Haemophilus influenza, S. do grupo B e Listeria monocytogenes PATOGENIA E FISIOPATOLOGIA ® Bactérias podem alcançar as meninges: 1. Bacteremia sistêmica (caminho + freqüente) 2. Ingresso diretoà trato respiratório alto 3. Lesões traumáticas (TCE, fraturas expostas) 4. Passagem intracraniana via vênulas da nasofaringe 5. Disseminação de foco infeccioso contíguo (sinusites, abscesso cerebral) ou a distância 6. Doenças: pneumonias, infecções urinárias, intestinais ® Local exato da invasão: desconhecido, 10% o foco é detectável ® Ý Permeabilidade de barreira hemato- liquórica o Ý Ptns e neutrófilos dentro do ESA o ß Glicose ESA por meio da diminuição do transporte e Ý consumo pelos tecidos Mecanismos de ação do processo bacteriano ® Produção e/ou liberação fatores internos de virulênciaà estimula a formação de citosinas inflamatórias no SNC ® Resposta inflamatória intensa no ESAà consequências fisiopatológicas de meningite bacteriana, inclusive edema cerebral e aumento da PI Patofisiologia ® S. pneumoniae e N.meningitidis (+comuns): 1º colonizam a nasofaringe por meio da fixação de células epiteliais nasofaringe 2º: transportadas através das células epiteliais em vacúolos ligados a membrana para o espaço intravascular ou invadem o espaço intravascular criando separações nas junções apicais das cél. epiteliais colunares Mecanismo de invasão do LCR ® Ligação a receptores específicos na parede das células endoteliais ® Invasão por meio de pinocitose na célula endotelial o Absorção de líquidos por células vivas, efetiva-se pela invaginação da membrana plasmática (penetração de partes ou componentes celulares em outra cavidade celular que os absorve) ® Eclosão no espaço liquórico da barreira hematoencefálica ® Bactérias evitam, na corrente sanguínea, a fagocitose por neutrófilos e a atividade bactericida clássica mediada pelo complementoà cápsula polissacarídea ® As bactérias transportadas pelo sangue podem atingir o plexo coróide intraventricular, infectar diretamente as células epiteliais do plexo coróide e obter acesso ao LCR Herniações 1. Hérnia trans-hemisférica 2. Hérnia uncal a. Desvio conjugado do olhar b. Anisocoria 3. Hérnia do tronco cerebral pelo forame magno Agente infeccioso Bacteremia OU Infec. contígua OU Solução de continuidade Penetração microbiana pela barreira hemato-encefálica Proliferação microbiana Edema cerebral, Alterações de fluxo liquórico Ý de masa intracraniana Hipertensão intracraniana Herniação pelo forame magno, Parada respiratória Compressões vasculares, Infartos isquêmicos Lesões de SNC Mediadores inflamatórios Radiculite Lesão celular Febre, Sinais meníngeos, Cefaleia, Alte. FR e FC 4. Hérnia transcalvariana QUADRO CLÍNICOS ® Sinais capitais no diagnóstico das meningites o Febre o Cefaleia o Vômitos o Rigidez de nuca o Alterações sensoriais do SNC ® O quadro é variável, podendo só apresentar o Febre o Cefaleia holocranianaà não responde a analgésicos o Vômitos independente de outros sinais e sintomas ® Outros sintomas: o Edema de papila, convulsões focais ou generalizadas, anisocoria, hipoglicemia, distúrbio hidroeletrolítico ® A morbi-letalidade é diretamente proporcional ao tempo recorrido entre o Início dos sintomas o Diagnóstico o Concomitante tratamento específico SÍNDROMES NA MENINGOENCEFALITE SÍNDROME INFECCIOSA ® Febre alta persistente ® Palidez, fácies de doença aguda ® Mialgia ® Astenia ® Responde mal a antipiréticos SÍNDROME DE IRRITAÇÃO MENÍNGEA (OU SÍNDROME RADICULAR) ® Inflamação das raízes nervosas ® Posição antálgica, predominam as contraturas dos músculos paravertebrais SÍNDROME DE HIPERTENSÃO INTRACRANIANA (HIC) ® Cefaleia intensa, sem resposta a analgésico ® Irritabilidade ® Vômitos sem náuseas ® Bradicardia ® FO hiperemia de papila ® HIC grave (pressão > 40cm H2O ) pode ter herniação do parênquima encefálico, com midríase, pupila fixa, paresias, decorticação, respiração de Cheyne Stokes, bradicardia e HA SÍNDROME ENCEFÁLICA ® Alterações do nível de consciência ® Obnubilação, estupor e coma Achados neurológicos ® Envolvimento: III, IV, VI ou VII par craniano o 5 – 10% em meninigites comunitárias adquiridas, em adultos. o 10% em crianças, com comprometimento auditivo. ® Convulsões (focais ou generalizadas): o 20 – 30% dos pacientes o Edema cerebral e aumento da pressão CSF, está associada com as convulsões o Reflexos anormais, coma o Hipertensão e bradicardia SINDROME DE H. ENDOCRANIANA ® Cefaléia persistente e latejante ® Vômitos em “jato” ou necessidade de vomitar ® Alterações de consciência discretas até coma ® Sinais de estimulação simpática ® Edema de papila ® Convulsões generalizadas ® Sinais neurológicos focais Abcesso e Encefalites ABSCESSO CEREBRAL ® Lesão ocupando espaço ® Sintomas podem incluir vômitos, febre, mudança do estado mental ou manifestações neurológicas focais ® Na suspeita, TC antes da punção lombarENCEFALITES ® Devida principalmente a herpes viroses e arboviroses e outras viroses, cursam com distúrbios do sensório ® Quadros agudos ® Liquor pode ser normal ou apresentar alguma linfocitose ® Papiledema é raro (1%) REAÇÕES DE VIZINHANÇA DA MBA ® Infecções purulentas, próximas ao SNC ® Processos inflamatórios como: o Abscesso cerebral, osteomelites de vértebra, abscesso epidural, empiema subdural ou sinusites bacteriana, otites médias, colesteatoma FÍSTULA LIQUÓRICA ® Áreas de maior risco durante cirurgia dos seios paranasais: placa cribforme do etmoide e o etmoide anterior ® Placa crivosa contém múltiplas perfurações por filetes no nervo olfatório ® Estes são envolvidos por o dura e aracnoide e se estendem para dentro do nariz ® A fístula ocorre quando a ruptura deste envoltório. ® Em polipose é comum perder orientação e atingir a mucosa da base do crânio levando a fistula, mesmo sem acometer a placa cribiforme DIAGNÓSTICO Aplicação de teste antigênico rápido TESTE DO LATEX (AGLUTINAÇÃO) ® H. influenzae ® N. Meningitidis o Sorogrupos A, C, Y e W 135 o Grupo B e E. coli K1 os quais dividem o mesmo antígeno ® S. Pneumoniae ® Streptococco grupo B Principais exames ® Bacterioscopia (GRAM) ® Cultura do liquor-padrão ouro ® Hemocultura ® Contra imunoeletroforese ® Aglutinação pelo Latex (imunológica) ® Sensibilidade (do + sensível pro -): S. agalactiae, H. influenzae, N. meningitides (Ý especificidade) e S. pneumonie Diagnóstico laboratoria l CULTURA ® LCR, sangue e raspando de lesões petequeais Padrão ouro para diagnóstico da doença meningocócica, alto grau de especificidade ® Isolamento da bactéria o Identifica espécies, sorogrupo, sorotipo e sorosubtipo do meningococo invasivo ® Antibiótico terapia PCR ® Detecta o DNA da N. meningitidis (LCR, soro, sangue total) ® Permite a genogrupagem dos sorogrupos do meningococo ® A PCR em tempo real (qPCR): modificação da técnica tradicional de PCR que identifica o DNA alvo com maior sensibilidade especificidade e menor tempo de reação ® AGLUTINAÇÃO PELO LÁTEX – LCR e soro ® BACTERIOSCOPIA DIRETA (GRAM) – LCR e outros fluidos estéreis ® EXAME QUIMIOCITOLÓGICO DO LIQUOR – glicose, proteínas celularidade ANTIBIOTICOTERAPIA NAS MBA Considerar na escolha: ® Faixa etária ® Focos sépticos primários ® Estado imunológico do paciente ® História de TCE ® Antecedentes de neurocirurgia ® Meningite de repetição Meningite bacterianas parcialmente tratadas ® Antibioticoterapia (eficaz) prévia (12 - 24 hrs) o ß coloração do teste pelo Gram em 20% e da cultura em 30 -40 % o Pouco efeito na contagem de células, glicose e proteínas ® Antibioticoterapia prévia pode mudar a resposta dos polimorfonucleares para pleocitose linfocítica, e alguns destes liquors podem se assemelhar a meningite asséptica MENINGITE PNEUMOCÓCICA Streptococcus pneumoniae (pneumococo) ® Bactéria Gram-positiva ® Dispostas aos pares (diplococos) ® Colonizam: nasofaringe ® Principal reservatório: lactente e criança jovem ® Prevalência portadores o 27% (países desenvolvidos) a 85% (países em desenvolvimento) ® > 90 sorotipos capsulares o Varia com idade, síndrome clínica, região geográfica o 16 responsáveis por ~90% de doença invasiva o Infecções pneumocócicas na infância 14, 6, 18, 19, 23, 4, 9, 7, 1, 3 ® Maioria dos casos esporádicos ® Surtos são raros (institucionais) ® Casos MP: ~ 80% em < 2 anos ® Letalidade MP: ~50% (países em desenvolvimento) ® Elevada frequência de sequelas MENINGITE POR H. INFLUENZAE Haemophilus influenzae ® Bactéria gram negativa coco bacilo ® 6 sorotipos a, b, c, d, e, f ® Coloniza a nasofaringe ® Até 1999-pré vacinação: 2ª causa de MB ® A partir de 2000-pós vacina HiB: ß 90% incidência de meningite por esse agente NEISSERIA MENINGITIDIS (MENINGOCOCO) ® Importante problema de saúde pública ® Maior causa de meningite e septicemia fulminante ® Diplococo gram-negativo, aeróbio ® 12 sorogrupos. Principiais: A, B, C, W, X, Y ® Sorotipo ® Sorosubtipos somente por cultura o Ex: B:4:P1.15; C:LP1.22, 14-6 (ST-103) Em casos de meningococoà ISOLAMENTO Características epidemiológicas ® 50% da população pode ser portador deste patógeno em algum momento da vida o Diferenças regionais na incidência e sorogrupos o Forma endêmica, surtos e epidemias ® Incidência letalidade variam entre países o Surtos: > 100; 1.000 casos/100 mil hab. o Letalidade: § 6-10% países desenvolvidos § 10-20% países em desenvolvimento ® Crianças e adolescentes (alguns países) ® Sazonalidade: inverno Epidemiologia da DM no Brasi l ® Faixa etária < 1 ano ® 1os registros: início do século xx ® Ocorrência endêmica intermediária - OMS 2011 o Crianças < 5 anos ® Surtos: adolescentes e adultos jovens Década de 1970 maior epidemia de DM ® 2 ondas epidêmicas ® Sorogrupo C (1970) e A (1974) ® Incidência: 179 casos/100 mil hab. Vacinação polissacarídea A/C Década de 1980 ® 1 caso/100 mil hab ® Sorogrupo B mais prevalente ® Nenhum caso de sorogrupo A Década de 1990 ® ß sorogrupo B Ý sorogrupo C Transmissão estado de portador ® Transmissão pessoa-pessoa ® Coloniza: TR mucosa da orofaringe o Fenômeno referido como estado de portador o Pré-requisito para o desenvolver a doença o Coloniza em menos de 1 dia ® Portador assintomático o Duração: dias a anos e finaliza naturalmente o Fica suscetível a outros meningococos Patogenia ® Doença invasiva (evento raro) ® Falta de resposta imunológica adequada ® Filamentos/fibras: facilitam a aderência na nasofaringe ® Portador sadio pode apresentar processo imunizante não absoluto após 2 semanas de colonização, se identificam anticorpos anti meningococco ® Virulência da cepa Transmissão Orofaringe e colonizaçãoPneumonia Invasão sanguínea Meningite Meningite + Meningococecmia Fulminante Meningococecmia ® Fatores que influenciam a invasão da corrente sanguínea e a doença clínica o Pré disposição genética o Estado clínico do hospedeiro o Condições ambientais o Virulência da bactéria ® Pré disposição o Tabaco o Baixa umidade do ar e poeira o Co-infecções respiratórias o Comunicantes íntimos de casos o Viajantes para áreas hiper ou endêmicas o Asplenia funcional ou anatômica o Deficiência de properdina (proteína sérica capaz de estabilizar a convertase de C3 e C5) ou com deficiência de complemento C5 até C8 ® Fatores associados à mortalidade o > 50 anos o Convulsões o Choque o Meningococecmia sem meningite ® Células de defesa contra a disseminação o Anticorpo bactericida no soro anti- meningococo o Sistema de complemento o Properdina sérica o Transferência materna de AC bactericida o Queda dos títulos entre 6 e 24 meses Quadro clínico ® Variam de formas benignas febre bacteremia até quadros muito graves com evolução para o óbito em poucas horas ® Casos típicos ocorrem 3 síndromes: 1. Síndrome infecciosa 2. Síndrome de hipertensão endocraniana 3. Síndrome de comprometimento meníngeo Síndrome infecciosa ® Febre alta ® Mal-estar ® Cefaleia ® Anorexia (pela ação das citoquina) ® Dores musculares Síndrome de hipertensão endocraniana ® Cefaléia persistente e latejante ® Vômitos em jato ou necessidade de vomitar ® Alterações de consciência discretas até coma ® Sinais de estimulação simpática ® Edema de papila ® Convulsões generalizadas ® Sinais neurológicos focais Síndrome de comprometimento meníngeo ® Rigidez de nuca ® Sinais meníngeos: Kerning, Brudzinski e a variante do Lasegue, postura antálgica DOENÇA MENINGOCÓCICA ® Período de encubação: 2 a 5 dias ® Inicio súbito, piora em curto espaço de tempo 24h ® Febre alta, cefaleia holocraniana, vômitos “em jato” ® Comprometimento sensorial ® Coma, que se superficializa em curto espaço de tempo, com o inicio da terapêutica adequada ® Presença de petequias tem que ser observadascuidadosamente, o ↑ é preditivo mal prognostico ® Choque Formas de doença meningocócica ® Bacteremia sem septicemiaà leve ® Meningococcemia sem meningite ® Meningite com/sem meningococcemia ® Menigoencefalite 3 últimas formas caracterizam-se como grave Fisiopatologia SANGUE: ® Meningococo escapa do sistema complemento e fagocitose leucocitária ® Atinge os capilares do SNC ® Atravessa a barreira hematoliquórica ® Se estabelece no espaço subaracnóideo ® Chega ao líquor pelo plexo coroide dos ventrículos lateraisà mecanismo desconhecido LIQUOR ® Não possui complemento ® Não possui anticorpos bactericidas do soro e células fagocitárias Meningococo multiplica-se livremente Meningococcemia fulminante Na meningococcemia ® Choque domina o quadro ® Instala-se vasoconstricção periférica fisiológica ® Em resposta a vasodilatação e a hipovolemia ® Que se instala, de inicio, em decorrência de vasculite produzida por uma endotoxina bacteriana Severa acidose metabólica → CIVD → choque toxico e as vezes cardiogênico devido a miocardite ® Isolamento do Meningococo a) Sangue b) Líquor c) Líquido sinovial d) Derrame pleural e) Aspirado das lesões da pele Síndrome Waterhouse-Friederichsen Púrpura fulminans ® + Frequente na faixa pediátrica e adultos jovens ® Necrose hemorrágica maciça e aguda das glândulas suprarrenais (apoplexia adrenal) ® Sepse grave, (infecção meningocócica em 80% dos casos) ® 20% restantes ® Pneumococos, Staphylococcus sp, SβHGA, Pasteurella multocida, Plesiomonas shigelloides, Haemophilus influenza, Bacilus diphteriae, Neisseria gonorrhae, Mycoplasma pneumoniae DIAGNÓSTICO DE MENINGITE Principais exames ® Exame quimiocitológico do líquor; ® Bacterioscopia direta (líquor); ® Cultura (líquor, sangue, petéquias); ® Contra-imuneletroforese cruzada – CIE (líquor e soro); ® Aglutinação pelo látex (líquor e soro) ® Reação de polimerase em cadeia (PCR) Laboratório ® Punção lombar: estudo do liquor e cultura ® Hemocultura e Hemograma ® Coagulograma ® Gasometria arterial (acidose e hipoxemia) ® Glicemia ® Na+, K+, uréia, creatinina ® VHS < 10, plaquetopenia, coagulograma alterados na menicococcemia: indica CIVD ® Proteína C Reativa, se disponível (PCR) ® Procalcitonina, se disponível TRATAMENTO E PRINCÍPIO GERAIS ® Início rápido de tto antimicrobiano, quando tiver alta suspeita de meningite bacterianaà atraso na terapêutica pode levar a sequelas ® Antibioticoterapia adequada, deve ter: o Ação bactericida contra o agente causador da meningite o Penetrar a barreira hemato-liquórica de forma eficaz e alcançar concentrações terapêuticas no liquor Manejo inicial ® Assegurar adequada ventilação e perfusão ® Monitoramento hemodinâmico ® Acesso venoso ® Uso de expansores volêmicos, se necessário, para o tratamento do choque ® Administração de dexametasona, após avaliação de risco x benefício, antes ou imediatamente após administrar a primeira dose do antimicrobiano. ® Início da antibioticoterapia empírica ® Uso de glicose em hipoglicemia documentada ® Tto da acidose e coagulopatias, se presente TRATAMENTO ® Penicilina G cristalina 4 milhões IV 4/4h; 24 milhões/d ® Ampicilina 2g IV de 4/4h; 12 g/d ® Cefotaxima 3g IV 8/8h cefalosporina de 3a ® Ceftriaxona 2g IV 12/12h, 4g/d) cefalosporina de 3a geração ® Cloranfenicol 1 g, 6/6 h: 4g o Alergia a penicilina / cefalosporinas ® Benzodiazepínicos e manitol ® Heparinização? CID Princípios Básicos Antibiót icoterapia MBA ® Administração precoce, altos níveis de concentração plasmática ® Amplo espectro de ação até identificar o agente etiológico ® Dar preferência a antibióticos bactericidas, pois a fagocitose no ESA não é adequada ® Manter dosagens altas durante TODO o tratamento Corticoides ® Atenuação do processo inflamatório com terapia coadjuvante: o DEXAMETASONA: ß concentração do TNF no LCR e ß leucócitos, melhorando a morbidade ® Iniciar 15 a 20 minutos antes da 1o dose de antibióticos dexametasona 10 mg/kg IV de 6/6 h 4 dias ® Na síndrome de Waterhouse-Friderichsen hidrocortisona 200 a 300 mg/dia ® Corticoides foram associados com ß taxas perda auditiva e sequelas neurológicas ® ß Mortalidade em S. pneumoniae e perda auditiva em H. influenza ® Dexametasona ß eficácia da vancomicina ® Contraindicações: sangramento gastrintestinal recente, diabetes severa e choque VACINAS 1. Anti-Haemophilus influenzae B conjugada 2. Anti-pneumocócica conjugada 7, 10 e 13 sorotipos 3. Anti-pneumocócica polissacarídea 23 sorotipos 4. Anti-meningocócica conjugada C 5. Anti-meningocócica conjugada A, C, Y, W 135 6. Anti-meningocócica recombinante B - Bexsero Vacinas na DM ® DM, cujo agente é o meningococo e os sorogrupos mais freqüentes são A, B e C ® Atualmente disponíveis apenas para A e C ® A vacina adsorvida meningocócica B (recombinante) é indicada para proteção de crianças, adolescentes e adultos (2 meses aos 50 anos) contra a bactéria N. meningitidis B Faixa etária- início Esquema 1º Reforço Pnc7 Pnc7 Pn23 2 a 6 meses 3 doses 12 a 15 meses >2 anos -1ª : 6 a 8 semanas após a última Pcn7 -2ª: 5 anos após 1ª 7 a 11 meses 2 doses 12 a 15 12 a 23 2 doses - > 24 meses 2 doses - PROFILAXIA ® Vacinas grupos A, C, Y e W-135 (conjugada tetravalente) e meningocócica B (recombinante) ® Vacina H. influenzae ® Vacina conjugada antipneumocócica ® Rifampicina o 600 mg 12/12 h, 2 dias (meningococco) o 600 mg dia durante 4 dias (H. influenzae) ® Ceftriaxona 250 mg IM adulto e 125 mg criança ® Ciprofloxacina 500 mg VO dose única ® Quimioprofilaxia na DM: Rifampicina – duração 2 dias ® Quimioprofilaxia na doença invasiva por Hib: Rifampicina – duração 4 dias ® Esquema indicado de quimioprofilaxia por etiologia: ® Esquema quimioprofilático p/ DM ® Quem deve fazer a quimioprofilaxia o Parentes que tiverem contato íntimo o Acompanhantes o Profissionais de saúde o Doentes o Todos acima ® Tempo de isolamento: 24 hrs ® TTO MB - barreira hemato-encefálica CASO CLÍNICO ® Questões: 1. Cite hipóteses sindrômicas e etiológicas para o caso. a) Hipóteses sindrômicas: síndrome febril, síndrome de hipertensão intracraniana e síndrome infecciosa. b) Hipóteses etiológicas são: meningite viral e bacteriana, encefalite e aneurisma cerebral. 2. Qual é a sua conduta na sala de emergência. a) Isolar o paciente devido ao provável risco de contaminação por gotículas nas primeiras 24 horas após a confirmação do diagnóstico. Administrar antibiótico terapia empírica antes de obter a confirmação do exame. 3. Qual é o exame laboratorial a ser solicitado de imediato, neste caso? a. Cultura do líquido cefalorraquidiano obtido por meio da punção lombar do paciente. b. Hemograma: bactérias leocócitos aumentam e neutrófilos tbm e as vezes com desvio para a esquerda 4. A punção lombar pode ser feita sem a realização de exames de imagem previamente? Justifique sua resposta. a. Sim, pois a meningite é uma doença que possui um avanço rápido e um exame de imagem prévio somente atrasaria a terapêutica e a conduta com o paciente. Podendo esse evoluir a óbito. 5. Do ponto de vista terapêutico, qual é a conduta? a. Ceftriaxone de 2 g de 12 em 12 horas por 7 dias b. Cateter de oxigênio c. Tratamento dos sintomas (dor, vômito, hipertermia) d. Controle da hipertensão intracraniana. 6. Qual a conduta com relação aos contactantes? a. Identificação da área de transmissão e a realização de quimioprofilaxia preferencialmente até 48 horas após o contato com o doente. 7. Este paciente apresenta a tríade típica da patologia. Qualé? a. Febre, cefaleia e rigidez de nuca. 8. Que sinais meníngeos não foram referidos neste paciente? a. Sinal de kerning, brudzinski e sinal de làsegue. 9. Qual é o principal agente etiológico envolvido nas meningites bacterianas? a. Neisseria meningitidis. 10. Quais são outros dois agentes etiológicos que podem ser preveníveis por vacinas? a. Streptococcus pneumoniae e Haemophilus influenza tipo B. 11. Quais são os fatores predisponentes para a aquisição da infecção? a. Imunodepressão, idosos, pessoas que foram submetidas à cirurgias neurológicas, pessoas com história prévias de acidentes com traumas na cabeça, infecção recente (respiratória e nos ouvidos), drogas injetáveis. 12. A meningite é uma forma clínica de apresentação da doença meningocócica. Quais são as outras formas? a. Bacteremia sem sepse, meningococcemia e infecção de orofaringe. 13. Quais são as contraindicações para uma punção lombar? a. Infecção no local da punção, suspeita de hipertensão intracraniana, pacientes em condições críticas com possibilidade de não tolerarem o procedimento. 14. O que deve ser analisado no Líquor? a. Límpido, purulento ou turvo b. Contagem de células inflamatórias c. Presença ou ausência de hemácias d. Cultura de bactérias e. Concentração de glicose f. Concentração de proteínas. 15. Quais são as alterações típicas de uma meningite bacteriana aguda? a. Complicações supurativas, convulsões, paralisia de nervos cranianos, infarto cerebral, herniação cerebral ou cerebelar, trombose do seio venoso, efusões subdurais. 16. Qual é o padrão-ouro para o diagnóstico de meningite bacteriana? a. 17. Mencione sequelas neurológicas graves da doença meningocócica. 18. Perda da audição e visão, problemas com memória, concentração, coordenação motora, equilíbrio, aprendizado e fala, epilepsia e paralisia cerebral. ®
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