Buscar

pacote-materiais-historia-black-edition

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

alfaconcursos.com.br 
 
MUDE SUA VIDA! 
1 
 
SUMÁRIO 
ANTIGUIDADE – MESOPOTÂMICOS, EGÍPCIOS, FENÍCIOS E HEBREUS: SOCIEDADE, ECONOMIA, POLÍTICA E 
RELIGIÃO ............................................................................................................................................................ 2 
1. AS CIVILIZAÇÕES DA MESOPOTÂMIA .................................................................................................... 2 
1.1 OS SUMÉRIOS ................................................................................................................................ 2 
1.2 OS ACADIANOS .............................................................................................................................. 4 
1.3 OS BABILÔNIOS .............................................................................................................................. 4 
1.4 OS ASSÍRIOS ................................................................................................................................... 5 
1.5 OS CALDEUS ................................................................................................................................... 5 
2. EGITO ANTIGO ....................................................................................................................................... 6 
3. FENÍCIOS ............................................................................................................................................ 8 
4. HEBREUS ............................................................................................................................................ 9 
 
 
https://www.alfaconcursos.com.br/
alfaconcursos.com.br 
 
MUDE SUA VIDA! 
2 
 
ANTIGUIDADE – MESOPOTÂMICOS, EGÍPCIOS, FENÍCIOS E 
HEBREUS: SOCIEDADE, ECONOMIA, POLÍTICA E RELIGIÃO 
 
A criação da escrita correspondeu a uma condição diferenciada para alguns grupos 
humanos, pois os registros materiais dos pensamentos contribuíram para ampliar horizontes e 
preservar conhecimentos. As civilizações que primeiro entraram para esse universo dos povos 
com escrita viveram no Oriente, com destaque para Mesopotâmia e Egito. Essas civilizações 
apresentaram certos aspectos semelhantes em relação à sua organização política, econômica e 
social. Nesse sentido, podemos assinalar a estruturação de Estados teocráticos que revelam a 
importância dos sistemas religiosos no ordenamento social. Tais grupos humanos 
desenvolveram sistemas de irrigação do solo, constituindo cidades às margens dos rios. O 
esforço humano consistiu, entre outros aspectos, na realização da produção agrícola, 
garantindo a subsistência de populações que cresciam em ritmo acelerado (civilizações de 
regadio). O solo pobre tornou-se cultivável graças à capacidade do homem de modificar a 
natureza. Foi a necessidade de, por um lado, controlar a força das cheias para evitar a destruição 
e, por outro, a de irrigar o solo árido que possibilitou a união de diversas tribos que, 
organizando o trabalho coletivo, deram origem às primeiras civilizações. No caso do trabalho, 
havia uma obrigatoriedade controlada pelo Estado. As populações eram obrigadas a trabalhar 
em uma espécie de servidão coletiva ou de Estado. Quanto ao domínio territorial, a terra ficava 
sob o controle da organização estatal ou daquele que representava o topo da hierarquia desse 
Estado, normalmente associado à religião. 
 
1. AS CIVILIZAÇÕES DA MESOPOTÂMIA 
 
Encontramos os primórdios da civilização escrita oriental na região que compreende as 
terras entre os rios Tigre e Eufrates, a chamada Mesopotâmia, que atualmente corresponde ao 
Iraque. Essa foi uma área aberta, por conta de suas características geográficas, a uma infinidade 
de grupos humanos que buscaram ali condições melhores para sua sobrevivência. Por isso, não 
é possível falar em uma civilização mesopotâmica, mas em civilizações, ainda que algumas 
comunidades tenham se destacado no conjunto dos povos e sejam mais frequentemente 
lembradas. Dentre essas, encontramos as comunidades dos sumérios, dos acadianos, dos 
babilônios, dos assírios e dos caldeus. 
 
1.1 OS SUMÉRIOS 
 
Os Sumérios teriam sido os primeiros povoadores da Mesopotâmia. Não se sabe a origem 
certa desse povo, mas não se pode considerá-los semíticos ou arianos, grupos que marcaram o 
Oriente Próximo na Antiguidade. A civilização sumeriana desenvolveu-se na parte mais 
meridional da Mesopotâmia, próxima do Golfo Pérsico, por volta de 4 mil a.C. 
Eles criaram um sistema de escrita em tabletes de argila por meio de sinais na forma de 
cunha, daí essa escrita ser chamada de cuneiforme. Desenvolveram também uma arquitetura 
de tijolos, erguendo cidades como Ur, Uruk, Eridu e Lagash. Com autonomia política de umas 
em relação às outras, elas eram cidades-Estado governadas por chefes religiosos, os patesi. Em 
uma área pantanosa do sul os sumérios criaram sistemas de diques e barragens e construíram 
canais de irrigação que permitiram o desenvolvimento da agricultura. 
https://www.alfaconcursos.com.br/
alfaconcursos.com.br 
 
MUDE SUA VIDA! 
3 
 
O regime periódico de cheias destes rios possibilitou, além da agricultura, o processo de 
sedentarização e a consequente revolução urbana, ocorrida na Baixa Mesopotâmia no início do 
III milênio a.C. As principais mudanças provocadas pela revolução urbana foram: 
 
• Sociedade dividida em camadas sociais e dirigida por uma elite política, militar e 
religiosa; 
• Imposição de tributos e construção de templos e edifícios públicos gigantescos; 
• Desenvolvimento do comércio e do artesanato; 
• Surgimento da escrita em função das necessidades comerciais. 
 
Com o processo de sedentarização do homem e com o surgimento da agricultura e das 
primeiras cidades, percebem-se algumas características comuns na organização das primeiras 
civilizações, conhecidas como Modo de Produção Asiático. Tais características são as seguintes: 
 
• A propriedade da terra é do Estado. A posse da terra é comunitária; 
• A base social era formada por comunidades aldeãs, com maioria composta de 
camponeses; 
• O grupo social dominante identificava-se com o Estado, pois exigia e arrecadava 
tributos; 
• Graças aos excedentes acumulados, o Estado podia realizar as grandes obras 
públicas. 
 
Além disso, eles produziram as primeiras leis da Mesopotâmia de que se tem notícias, 
como a Lei do Talião, mais tarde absorvida no código de Hamurabi. Essa lei afirma que uma 
ofensa deveria ser paga pelo ofensor na mesma medida de seu crime, por isso a expressão que 
dizia “olho por olho, dente por dente”. Acrescente-se a essa literatura jurídica o livro mais 
antigo de que se tem notícia, criado pelos sumérios: a Epopeia de Gilgamesh. Essa obra fornece 
a visão de mundo fatalista existente naquela cultura, ou seja, vai contra a ideia de imortalidade 
ou de transcendência após a morte. 
Outro aspecto relevante diz respeito aos mitos constituídos que pretendiam dar conta da 
natureza e das limitações das ações humanas. Nesse sentido, a origem do mundo, a história da 
Criação, foi contada levando em consideração as fases da lua, mais precisamente sua mudança 
de sete em sete dias. Disso conclui-se que o mundo havia sido feito em seis dias e, no sétimo, os 
deuses descansaram. Relato semelhante é encontrado no Antigo Testamento dos hebreus. Além 
disso, a própria história do dilúvio faz parte da literatura suméria. É importante lembrar que, 
de acordo com a historiografia, Abraão, pai do povo hebreu, teria saído de Ur, cidade suméria, 
para a região da Palestina. Assim, ele teria levado consigo um relato de origem suméria, que 
passou para seus descendentes que, depois, fixaram-no na Bíblia. 
Devido à sua fertilidade, a Mesopotâmia foi dominada por diversos invasores, mas foram 
os sumérios que lançaram as bases da civilização na região. As várias invasões de outros grupos 
encontraram elementos culturais preexistentes dessa cultura e acabaram por absorvê-los.
Por 
isso encontra-se o mesmo tipo de arquitetura e de escrita entre os habitantes da Mesopotâmia, 
além do compartilhamento de mitologias e princípios de justiça. 
A unificação política da Mesopotâmia ocorreu pela primeira vez com o rei Sargão I, de 
Acad, ao dominar as cidades-Estado sumérias. Seu império foi, no entanto, destruído pelo povo 
guti. Por volta de 2 mil a.C. a região foi conquistada e unificada por um povo semita chamado 
amorita. Esse povo fundou a Babilônia e estabeleceu ali a capital de seu império, inaugurando 
a segunda fase importante da civilização do Tigre-Eufrates. O soberano principal do Império 
Babilônico foi Hamurabi, que compilou, com base em leis anteriores, o primeiro código de leis 
https://www.alfaconcursos.com.br/
alfaconcursos.com.br 
 
MUDE SUA VIDA! 
4 
 
escritas. Em seguida, os assírios, da região montanhosa do norte da Mesopotâmia, dispondo de 
superioridade militar (cavalo, carro de guerra, etc.) e derrotando os inimigos pelo terror, 
dominaram o Primeiro Império Babilônico por volta de 1300 a.C. Foram, por sua vez, destruídos 
em 612 a.C. por uma coligação entre caldeus e medos do planalto do Irã. O Império Caldeu ou 
Segundo Império Babilônico teve vida curta. Seu principal soberano foi Nabucodonosor, que 
conquistou o reino de Judá e construiu os jardins suspensos. Seu império foi conquistado em 
549 a.C. por Ciro, rei dos persas. 
 
1.2 OS ACADIANOS 
 
Os acadianos eram povos semitas e assim ficaram conhecidos por terem fundado uma 
cidade ao norte de Sumer denominada Acad, por volta de 2550 a.C. O fundador de Acad e seu 
principal líder foi Sargão, o Antigo. Esse primeiro Sargão empreendeu a conquista das cidades 
sumérias ao sul, estabelecendo a primeira unidade política da Mesopotâmia, o Império 
Acadiano. Os conquistadores acabaram assimilando a cultura suméria e ampliando a 
capacidade de produção agrícola entre os rios Tigre e Eufrates. As conquistas foram sendo 
ampliadas, configurando uma vasta extensão territorial que chegou a atingir o Mediterrâneo 
com vários povos sendo tributários do Império Acádio-Sumério. A rapidez das conquistas só 
teve equivalência à rapidez da derrocada desse império, pois, após aproximadamente um 
século, os gutis, povos nômades originários do Monte Zagros no norte, atacaram as forças 
acadianas, causando a desordem daquela organização política. Em meio à anarquia, os amoritas 
e os elamitas (outro grupo semita) invadiram a região, constituindo um centro de poder: a 
cidade da Babilônia. 
A respeito dos acadianos, pode-se assinalar ainda que estabeleceram grande poderio 
militar associado à religião que ainda não havia sido experimentado pelos sumérios. O rei 
guerreiro era visto como uma entidade divina, sendo, por isso, cultuado. Além disso, a língua 
acadiana tornou-se padrão de comunicação entre os povos da Mesopotâmia, uma língua semita 
que deu suporte, com a adoção da técnica cuneiforme suméria, à constituição de leis e a uma 
literatura em que eram sistematizadas novas narrativas míticas ordenadoras da vida coletiva. 
 
1.3 OS BABILÔNIOS 
 
Os amoritas, semitas originários do sul do deserto da Arábia, ocuparam a região central 
da Mesopotâmia, estabelecendo-se na Babilônia. Desse lugar, começaram a empreender 
conquistas sobre grupos humanos localizados nas proximidades. Foram séculos de agitação e 
de campanhas militares até que o rei da Babilônia, Hamurabi, tornou-se imperador da 
Mesopotâmia, estendendo seus domínios do sul ao norte. Seu reinado (1728-1686 a.C.) foi 
marcado pela unificação política e jurídica ao consolidar leis em um código que recebeu seu 
nome. A justificativa desse ordenamento também foi realizada, como no caso dos acádios, de 
forma religiosa. Hamurabi teria recebido dos deuses aquele código. Escrito com base no 
princípio do Talião, o código possibilita compreender, pelo conjunto de leis, a diversidade 
socioeconômica existente na Mesopotâmia à época do Império Babilônico. Menções à família, à 
agricultura, ao trabalho na conservação de diques/barragens, ao comércio de artigos artesanais 
e à posse de animais revelam a teia de relações complexas tecida pela sociedade mesopotâmica. 
Os sucessores de Hamurabi não conseguiram preservar a unidade política mesopotâmica 
em razão das invasões de outros grupos: os cassitas e os hititas. Além disso, agitações no sul 
promoveram a emancipação da região suméria. 
 
https://www.alfaconcursos.com.br/
alfaconcursos.com.br 
 
MUDE SUA VIDA! 
5 
 
1.4 OS ASSÍRIOS 
 
Por volta de 1300 a.C., em meio às agitações, os assírios, povo da parte mais setentrional 
da Mesopotâmia, iniciaram um processo de conquistas militares, construindo um novo império 
na região. Vários reinos foram subjugados pelos assírios e o centro de poder mesopotâmico 
dirigiu-se para o norte. Cidades como Nínive, Assur, Kalakh e Dur Sharrukin destacaram-se 
entre as demais e superaram Babilônia – que entrou em decadência. Os assírios constituíram 
um dos maiores impérios até aquele momento, incorporando territórios da Palestina, da 
Fenícia e do Egito. Além disso, estenderam seus domínios até a foz dos rios Tigre e Eufrates. 
O Império Assírio esteve associado a uma política de intolerância em relação aos povos 
conquistados. Muitos relatos da escrita cuneiforme demonstram a violência praticada pelos 
assírios no momento da conquista com o objetivo de destruir os símbolos de poder do povo 
vencido e inaugurar seu ordenamento nas áreas atingidas. Disso decorreram muitas rebeliões 
dos povos submetidos e instabilidade em meio ao poder das cidades de Assur e Nínive. Quando 
os povos se revoltavam, os assírios dispersavam tais populações nas terras imperiais para 
evitar novos levantes, isso foi denominado diáspora. Um dos povos que sofreram a diáspora 
conduzida pelos assírios foi o hebreu que habitava o reino de Israel, em 722 a.C. 
Embora marcados pelo caráter guerreiro, os assírios conduziram um império em que as 
atividades comerciais foram desenvolvidas, intercâmbios variados aconteceram e 
promoveram-se alguns conhecimentos importantes como os desenvolvidos no campo 
matemático. Além disso, houve a incorporação da literatura babilônica de substrato sumério e 
bibliotecas foram formadas no norte, garantindo conhecimentos sobre os povos submetidos. 
Sendo um povo de origem semita, os assírios possuíam elementos culturais próximos aos dos 
babilônio, o que não dificultou a assimilação da legislação babilônica e dos rituais religiosos. 
Deuses eram compartilhados como Marduk, Shamash, Ea, Ishtar, Sin e Aru, além da escrita 
cuneiforme. 
O império assírio, depois de alguns séculos de existência, sucumbiu às investidas dos 
medos que se associaram aos antigos babilônios, dando origem ao povo caldeu. O chefe 
babilônico Nabopolassar e o rei dos medos, Ciaxares, uniram-se no combate ao domínio assírio 
e constituíram um novo império. Em 612 a.C., Nínive caía nas mãos de Nabopolassar, 
encerrando a história do poder assírio. 
 
1.5 OS CALDEUS 
 
Os caldeus organizaram um império mais poderoso que o dos assírios: conquistaram o 
Reino de Judá, aprisionaram o povo hebreu e o levaram para a Babilônia, episódio bíblico 
conhecido como Cativeiro da Babilônia, em 586 a.C. Nabopolassar teria inaugurado essa nova 
organização política, cujo centro de poder voltava a ser a cidade da Babilônia, daí o império ter 
sido conhecido por neobabilônico (ou Segundo Império Babilônico). Seu maior governante foi 
Nabucodonosor II (604-561 a.C.), o imperador que conquistou Jerusalém e estaria associado à 
construção dos jardins suspensos da Babilônia. Também foi reconstruído o Zigurate de 
Etemenanki, que dera origem ao episódio bíblico da Torre de Babel. 
O império de Nabucodonosor não resistiu muito tempo após a sua morte. Em 539 a.C., ele 
foi submetido pelo chefe dos persas, Ciro. O povo persa havia conseguido anos antes sua 
autonomia em relação aos medos que dominaram o planalto do Irã. Logo depois ocorreu o 
controle persa sobre toda aquela região e o homem que chefiou
tal empreitada foi o mesmo que 
dominou a Mesopotâmia, dando início ao Império Persa e encerrando a experiência caldeia de 
poder na Babilônia. 
https://www.alfaconcursos.com.br/
alfaconcursos.com.br 
 
MUDE SUA VIDA! 
6 
 
2. EGITO ANTIGO 
 
A história do Egito Antigo confunde-se com os primórdios das civilizações. Por muito 
tempo tal história foi uma incógnita para o Ocidente, apesar de os gregos, no mundo antigo, já 
terem feito, em seus escritos, referências a eles. Um dos fatores que criava obstáculos à 
aquisição do conhecimento da civilização egípcia antiga estava na dificuldade de se entender 
sua escrita. 
Apenas no século XIX, a escrita desse grupo humano foi decifrada por um francês chamado 
Jean-François Champollion, que estudou uma pedra com inscrições em grego e em hieróglifos 
encontrada na região de Roseta. Desde então, todo esse universo foi sendo descortinado, 
permitindo aos historiadores melhor compreensão dos quadros de vida, de espiritualidade, de 
organização política, de produção material e tecnológica dos antigos egípcios que se 
desenvolveram no vale do rio Nilo. 
Além disso, estudos envolvendo a cultura material egípcia têm ajudado muito na 
elaboração de interpretações abrangentes de um universo social rico em representações do 
mundo e interações com a natureza. A história do Egito Antigo é um recorte espaço-temporal 
que compreende parte do Crescente Fértil, mais precisamente o nordeste da África e 
adjacências durante cerca de quatro mil anos antes do nascimento de Cristo. Durante esse 
período, foram organizadas várias dinastias e constituídos impérios cuja complexidade de 
organização demonstra a sofisticação civilizacional ali desenvolvida. 
A história do Egito Antigo foi objeto de várias representações fantásticas no mundo 
ocidental, que mais explicitam o olhar do Ocidente sobre o Oriente do que propriamente dão 
conta da complexidade das relações engendradas naquele universo social do vale do Nilo. O 
cinema, a literatura e as propagandas televisivas informam um mundo mágico, extremamente 
religioso, em que forças sobrenaturais agiam, exigindo dos homens dedicação plena. Não 
podemos dizer que isso foi uma simples fantasia do Ocidente, mas devemos considerar que, no 
mundo egípcio, não há separação entre natural e sobrenatural, que a mitologia não é pura 
transcendência do mundo material, mas está coligida a este mundo como uma estampa, como 
uma imagem significativa da própria natureza. Assim, há coesão entre aquilo que denominamos 
fantástico e o natural de tal forma que a comunidade humana se sente ajustada, harmonizada 
nas diferenças e compromissos assumidos por seus integrantes. Isso dá sentido ao termo 
civilização egípcia, pois é um ordenamento, mesmo havendo tensões no seio da sociedade. 
Dessa forma, mudanças dinásticas e conflitos pelo exercício do poder estão contemplados, de 
alguma forma, em sua religiosidade, em sua visão de mundo, sem que isso represente uma 
corrupção de certos princípios ordenadores da comunidade. A luta entre os deuses Seth e 
Osíris, a filiação divina ordenadora da trindade (Osíris, Isis e Hórus), o tempo da existência 
condicionado pelo deu Amon-Rá (Sol) são exemplos da variedade da própria natureza e de seu 
sentido. Além disso, os hieróglifos expressavam as diferenças, mas também a aproximação de 
todas as coisas. Eram sinais que correspondiam à própria ordem do mundo, de sua diversidade, 
sem, contudo, deixar de representar as derivações das coisas em uma teia que envolvia todos 
os seres. 
Assim, percebia-se um universo que encerrava deuses, homens e natureza que se 
refletiam em derivações sucessivas. Daí a dificuldade do Ocidente em entender o mundo antigo 
egípcio, pois o olhar ocidental já está marcado pela dissociação entre religião e ciência, 
sobrenatural e natural, entendidos como polos opostos. Nosso olhar interroga as expressões de 
vida do mundo egípcio definindo seu caráter como sobrenatural, místico, religioso, sem 
entender as múltiplas relações constituídas naquela sociedade, que estamparam uma 
simbologia que referendava a organização de sua comunidade. O que a mídia normalmente 
veicula sobre o Egito Antigo corresponde a uma egiptomania, a uma espécie de fantasia 
ocidental sobre o Oriente, em especial, sobre o Egito. 
https://www.alfaconcursos.com.br/
alfaconcursos.com.br 
 
MUDE SUA VIDA! 
7 
 
A economia egípcia estava intimamente ligada a uma estrutura social de inspiração 
religiosa. Agricultura e pecuária eram complementadas pela pesca e pela caça. A economia 
egípcia era centralizada. O Estado era proprietário dos meios de produção, incluindo terras e 
instrumentos de trabalho. Os camponeses, organizados em comunidades, recebiam terras para 
o cultivo, pagando tributos em produtos e trabalho. As atividades produtivas no Egito Antigo 
configuram divisões no interior da sociedade e estabeleceram um ordenamento pautado por 
noções míticas expressivas das condições naturais. Os excedentes recolhidos eram depositados 
em grandes armazéns pertencentes ao Estado. A distribuição não era igualitária. A fatia maior 
cabia aos altos funcionários, escribas, sacerdotes, artesãos qualificados e outros. Por último, era 
distribuída a ração aos trabalhadores braçais. 
A sociedade egípcia era hierárquica e de limitada mobilidade social. No alto da pirâmide 
estava o faraó, considerado um deus vivo. A seguir, vinham os nobres, os altos funcionários, os 
sacerdotes, os militares, os escribas, que compunham a classe dominante. Os artesãos, os 
trabalhadores comuns e os camponeses livres (a maioria da população) formavam uma classe 
intermediária e, finalmente, havia os escravos, que constituíam a base da pirâmide social. As 
origens da escravidão egípcia eram a captura, a guerra, o comércio, a prole dos escravos e o 
tributo das regiões dominadas, que incluía cativos. O tratamento recebido por estes escravos 
variava muito: os escravos domésticos, os artesãos e os artistas recebiam melhor tratamento; 
o mesmo não acontecia com os escravos que trabalhavam nas minas e pedreiras. 
Comparativamente a outros povos da Antiguidade a situação da mulher egípcia era boa. 
Ela tinha personalidade jurídica, podia adquirir propriedade, legar bens e fazer testamentos. Os 
egípcios valorizavam a família, daí o respeito e consideração por suas mães. O adultério era 
punido com severidade. Quanto ao casamento, predominava a monogamia. Já o faraó podia ter 
várias esposas, inclusive era comum a prática da endogamia, ou seja, casar-se com alguém do 
seu grupo familiar como, por exemplo, uma irmã. 
Em relação à formação do Estado egípcio, populações seminômades, bandos de caçadores 
e coletores de alimentos ocuparam o Vale do Nilo há aproximadamente 10 mil anos. Essas 
populações, aproveitando a irrigação natural provocada pelas enchentes do Nilo, iniciaram o 
cultivo de plantas, desenvolvendo uma agricultura rudimentar, e começaram também a 
domesticar animais. Assim, foram se sedentarizando, constituindo aldeias; da reunião de 
aldeias, nasceram os nomos. Os nomos eram independentes entre si, mas havia cooperação 
econômica entre eles, notadamente quando se tratava da construção de grandes obras. O 
nomarca era, ao mesmo tempo, rei, juiz e chefe militar. 
Foi nesse período, que os egiptólogos chamam de Pré-Dinástico, que os egípcios teriam 
inventado um sistema de escrita, os hieróglifos, e um calendário solar. Nessa época, a 
agricultura converte-se na principal atividade dos egípcios. Os métodos de cultivo foram 
aperfeiçoados. O trabalho coletivo, visando domesticar as águas do Nilo, tornou-se cada vez 
mais necessário. Em torno de 3.500 a.C., com a progressiva reunião dos nomos, formaram-se 
dois reinos: o do Baixo Egito, na região do delta do Nilo; e o do Alto Egito, no Vale do Nilo. 
Acredita-se que, por volta de 3 mil a.C., Menés, que governava o Alto Egito, conquistou o 
Baixo Egito, unificando o país. A capital ficava em Tínis. Mais tarde, a partir da III Dinastia, a 
capital foi transferida para Mênfis.
O rei, chamado depois de faraó, governava como senhor 
absoluto. Todo o Egito era considerado sua propriedade. Para reforçar o seu prestígio, haviam-
no divinizado e proclamado “grande deus”. O faraó governava apoiado num imenso aparelho 
de funcionários. Subordinavam-se ao soberano os nomarcas, os escribas e os militares. 
O Estado egípcio era uma monarquia despótica de origem divina, baseado na servidão 
coletiva dos camponeses. A ideologia religiosa era dominante, influenciando a vida econômica, 
política e cultural, daí dizer-se também que era um Estado Teocrático. 
Com a ascensão de Amenófis IV, por volta de 1372 a.C., ocorreram mudanças profundas. 
Casado com Nefertiti, que muito o influenciava, ele, objetivando liquidar o poderio crescente do 
clero tebano que cultuava o deus Amon, realizou uma reforma religiosa, instaurando uma 
https://www.alfaconcursos.com.br/
alfaconcursos.com.br 
 
MUDE SUA VIDA! 
8 
 
crença monoteísta dedicada ao deus Aton, representado pelo disco solar. Mudou seu nome para 
Akhenaton e construiu uma nova capital, Akhetaton. O culto passou a ser realizado na presença 
dos fiéis, o faraó tornou pública sua vida familiar e ficou indiferente à política externa. A 
imposição da nova religião desagradou a muitos. Akhenaton tomou medidas repressivas e o 
país mergulhou em uma guerra civil. Não se sabe se o “faraó herético” morreu de morte natural, 
ou foi assassinado. É bem provável que a proposta de reforma religiosa de Amenófis IV 
objetivasse o aumento do poder pessoal do monarca e a consequente diminuição da influência 
política dos sacerdotes sobre a sociedade egípcia. A reforma não foi bem sucedida, logo após a 
morte do faraó, os cultos politeístas foram revigorados. Após a morte de Akhenaton, houve um 
curto período turbulento. No reinado do jovem Tutankamon, o clero tebano recuperou seus 
antigos privilégios. 
O enfraquecimento do poder central e as guerras prolongadas acarretaram sua 
decadência. Sob o comando de Assurbanipal o Egito foi devastado duas vezes pelos assírios. Em 
525 a.C., no reinado de Psamético III, dilacerado por lutas intensas, foi invadido pelos persas. O 
rei persa Cambises venceu a Batalha de Pelusa, pondo fim à independência egípcia. Mais tarde 
os egípcios foram conquistados pelos macedônicos de Alexandre. Após a morte do 
conquistador, seus generais dividiram o império. Formaram-se os Reinos Helenísticos. O Egito 
coube a Ptolomeu. Eram os descendentes de Ptolomeu que governavam o país quando ocorreu 
a dominação romana. Mais tarde, ocorreu a dominação bizantina. 
 
3. FENÍCIOS 
 
A Fenícia, que corresponde ao atual Estado do Líbano e parte da Síria, consistia em uma 
estreita faixa de terra, localizada entre o mar Mediterrâneo e as montanhas do Líbano. Vivendo 
praticamente espremidos entre o mar e a montanha, os fenícios dedicaram-se, inicialmente, à 
pesca, à agricultura e à extração de madeira. Gradativamente, eles foram sendo impulsionados 
ao mar pela excelente localização geográfica que possuíam, desenvolvendo uma intensa 
atividade comercial no Mediterrâneo e se transformando nos melhores navegadores da 
Antiguidade. 
Localizados em uma privilegiada região de passagem de comerciantes de outras 
localidades, os mercadores fenícios dedicaram-se à exportação de vinho, azeite, pescados, 
tecidos e, principalmente, madeira. A madeira, matéria-prima abundante nas montanhas do 
Líbano, além de proporcionar um lucrativo comércio, foi utilizada na construção de 
embarcações. Os fenícios realizaram um intenso comércio marítimo por todo o Mediterrâneo, 
onde foram fundadas várias colônias, desde o Norte da África (Cartago) até a Península Ibérica 
(Cádiz). Todo esse rico comércio, contudo, foi disputado entre as próprias cidades-Estado 
fenícias. A organização política da Fenícia caracterizou-se pela descentralização administrativa; 
as cidades jamais constituíram um Estado unificado. Cada cidade possuía seu próprio regime 
de governo, independentemente das outras cidades fenícias. Por essa razão, as principais 
cidades-Estado – Ugarit, Biblos, Sidon e Tiro, principalmente as duas últimas – criaram um 
sentimento de rivalidade e disputa pelo domínio das principais rotas comerciais. As viagens 
marítimas permitiram o conhecimento das civilizações ocidentais e o contato com vários povos 
de língua e costumes diferentes, fato que influenciou no desenvolvimento da cultura fenícia. O 
grande destaque da produção cultural fenícia foi o desenvolvimento da escrita alfabética, a 
maior contribuição cultural deixada por essa civilização aos demais povos. Criado por volta de 
2000/1500 a.C., o alfabeto fenício, composto por 22 letras, inaugurou o chamado sistema 
fonético. 
Diante da complexidade dos sistemas cuneiforme e hieroglífico, o alfabeto fenício 
representava, naquela época, um grande avanço, facilitando o domínio da escrita. Ele 
simplificou os modelos egípcio e mesopotâmico. Os fenícios tornaram a leitura e a escrita mais 
https://www.alfaconcursos.com.br/
alfaconcursos.com.br 
 
MUDE SUA VIDA! 
9 
 
acessíveis. Gradativamente, a escrita deixava de ser monopólio de uma minoria privilegiada 
para se tornar um importante instrumento de comunicação. Os fenícios sentiam a necessidade 
de utilizar um sistema simplificado de escrita em virtude do grande volume de transações 
comerciais realizadas com vários povos e da necessidade que os comerciantes tinham de 
registrar essas atividades. 
Os caracteres fenícios serviram para a constituição dos alfabetos grego, aramaico, latino 
e russo. A própria palavra alfabeto deriva das duas primeiras letras fenícias, alef (touro) e bet 
(casa), que se tornaram o alfa e o beta dos gregos. Quanto à religião fenícia, cada reino tinha os 
seus deuses oficiais: Baal (Senhor) e Baalat (Senhora) em Biblos, Adônis e Astartê; em Ugarit, 
Aleim e Anet; em Tiro, Melcart. Entre os fenícios existia um clero hierarquizado. O culto era 
realizado ao ar livre. Eram feitos sacrifícios de animais e até de crianças. Acreditava-se na vida 
além-túmulo e mumificava-se cadáveres. As artes fenícias nada tiveram de original. Em geral 
copiavam o que outros povos produziam. 
 
4. HEBREUS 
 
Vimos que a Mesopotâmia foi o local de sedentarização de diversos povos que disputavam 
as áreas férteis próximas aos rios Tigres e Eufrates. Na mesma região teve origem a civilização 
hebraica. Embora originários da cidade de Ur, na Caldeia (sul da Mesopotâmia), os hebreus não 
se fixaram definitivamente naquela região. As primeiras tribos foram conduzidas pelo patriarca 
Abraão à região que corresponde atualmente à Palestina. 
Sob o ponto de vista religioso, esse movimento foi impulsionado pelas profecias de 
Abraão, líder dos primeiros clãs de origem hebraica. Utilizando a Bíblia como referência e 
principal documento de análise desse período histórico, é possível resgatar a vida nas antigas 
comunidades patriarcais dos hebreus. A busca por essa “terra prometida” ocorreu 
aproximadamente em 1800 a.C. e marcou o processo de busca dos hebreus por um território 
onde pudessem se fixar, pois, inicialmente, eles viviam de maneira seminômade, organizados 
em clãs patriarcais. Ao atingir Canaã, na Palestina, o povo hebreu enfrentou os antigos 
habitantes locais – cananeus e filisteus – travando com eles sucessivos confrontos pela posse 
da região. O território da Palestina é formado por uma pequena porção de terras férteis restrita 
apenas à costa do Mediterrâneo e às margens do rio Jordão, embora as narrações bíblicas 
apontassem “uma terra onde jorrava leite e mel”. Enfrentando muitas adversidades na região, 
os hebreus, forçados por um longo período de seca e, consequentemente, pela fome, migraram 
em direção ao vale do rio Nilo, no Egito. Entretanto, as dificuldades só aumentaram para o povo 
hebreu em terras egípcias, eles foram escravizados pelos egípcios durante o período em que 
diversos clãs de origem hebraica permaneceram naquela região do nordeste africano. 
A libertação da escravidão imposta pelos egípcios ocorreu
por volta de 1250 a.C. quando, 
liderados por Moisés, os hebreus fugiram do Egito e retornaram à terra prometida. Essa fuga 
foi denominada Êxodo. Fugindo em direção à região leste do Nilo, os hebreus atravessaram o 
mar Vermelho e atingiram a Península do Sinai. Segundo as narrativas bíblicas, ao pé do Monte 
Sinai, Moisés recebeu as Tábuas da Lei ou Os Dez Mandamentos. Esse fato simbolizou a aliança 
do povo hebreu com Deus e promoveu a unificação política e religiosa da civilização hebraica. 
O Êxodo representou, portanto, a confirmação da unidade religiosa do povo hebreu, o qual se 
submeteu às leis de um Deus único (Javé ou Jeová). Além disso, o Êxodo também representa o 
início da criação do Estado de Israel. Após se perderem no deserto, sob a chefia de Josué, 
iniciaram a luta pelo controle da Palestina, a Terra Prometida. 
A morte de Josué causou o fracionamento do povo hebreu, resultando na formação de 
grupos, os quais eram conduzidos pelos juízes, que comandaram combates contra outros 
grupos semitas que viviam na Palestina. Essa foi uma fase de confrontos permanentes entre 
Hebreus e Filisteus. 
https://www.alfaconcursos.com.br/
alfaconcursos.com.br 
 
MUDE SUA VIDA! 
10 
 
Dada a dificuldade de controle da região, os grupos foram se unindo em torno de homens 
que pudessem coordenar esforços para fixação definitiva na área. Nesse sentido, os hebreus 
passaram a viver o período dos reis. Davi teria sido o responsável por consolidar o controle de 
vastos territórios por meio de atividades militares, estendendo seus domínios às proximidades 
do rio Eufrates. Contudo, Salomão foi o rei mais poderoso dos hebreus. Em seu reinado, houve 
a intensificação do comércio, o estabelecimento de relações diplomáticas com outros grupos e 
a construção de obras públicas, entre as quais, seu grandioso templo. 
Após a morte de Salomão, os grupos hebreus começaram uma intensa disputa pelo 
controle político. Disso resultou uma divisão do reino em dois outros. As dez tribos do norte 
criaram o Reino de Israel e as duas do sul construíram o Reino de Judá. Esses reinos acabaram 
sofrendo domínios estrangeiros não durando muito tempo. O primeiro Reino a desaparecer foi 
o de Israel, conquistado pelos assírios em 722 a.C. A esse respeito, podemos afirmar que os 
assírios fizeram com que os hebreus se espalhassem pelo seu imenso império, episódio 
conhecido como Diáspora. Já o Reino de Judá foi dominado pelos caldeus conduzidos por 
Nabucodonosor II. O imperador caldeu aprisionou os hebreus e levou-os para a Babilônia, local 
em que tiveram que realizar trabalhos forçados. Esse episódio ficou conhecido como Cativeiro 
da Babilônia. Esses hebreus só foram libertados após a conquista da Babilônia pelo líder persa 
Ciro. É importante afirmar que as relações entre hebreus e persas foram cordiais e que o povo 
hebreu pôde voltar para a Palestina. 
Daí em diante ocorreram sucessivos domínios estrangeiros. Depois dos persas foi a vez 
de Alexandre Magno conduzir um império que uniu o Ocidente e o Oriente, envolvendo as terras 
palestinas. O encerramento do Império Macedônico, com a morte de Alexandre, fez a Palestina 
passar ao controle da última dinastia egípcia, a dos ptolomeus. Nesse interím, Roma já havia 
inaugurado sua trajetória rumo às terras orientais. Após a derrota de Marco Antônio e 
Cleópatra, última representante dos ptolomeus, Otávio, conhecido a partir daí como Augusto, 
passou a exercer plenos poderes em todas as terras, incluindo aí a região da Palestina. Em 70 
d.C., em meio a conspirações dos hebreus contra o domínio romano, a decisão de Roma foi a 
realização de uma diáspora do povo hebreu. Deste então os hebreus ficaram espalhados pelo 
mundo, mas preservaram suas tradições, sua história e sua identidade na Bíblia. 
O monoteísmo judaico influenciou o aparecimento de outras importantes religiões 
monoteístas, constituindo a base de fundamentação do cristianismo e do islamismo. Pode-se 
considerar a religião o mais importante legado dos hebreus às sociedades contemporâneas. 
Politicamente, os hebreus tiveram três importantes períodos e neles os seus principais 
representantes: 
 
• Patriarcado: Abraão, Isaac, Jacó, José e Moisés; 
• Juizado: Otoniel, Gedeão, Jefté, Sansão e Samuel; 
• Reinado: Saul, Davi e Salomão. 
 
No século XIX surge o movimento sionista, que inicia o processo que criará na Palestina o 
Estado de Israel. 
 
 
 
 
https://www.alfaconcursos.com.br/
alfaconcursos.com.br 
 
MUDE SUA VIDA! 
1 
 
SUMÁRIO 
ANTIGUIDADE: A GRÉCIA ANTIGA ..................................................................................................................... 2 
1. GRÉCIA PRÉ-HELÊNICA ........................................................................................................................... 2 
1.1 CRETENSES ..................................................................................................................................... 2 
2. O PERÍODO PRÉ-HOMÉRICO .................................................................................................................. 3 
3. O PERÍODO HOMÉRICO ......................................................................................................................... 3 
4. O PERÍODO ARCAICO ............................................................................................................................. 4 
5. ESPARTA ................................................................................................................................................ 4 
6. ATENAS .................................................................................................................................................. 5 
6.1 O PERÍODO CLÁSSICO: DEMOCRACIA EM ATENAS ........................................................................ 5 
7. GUERRAS MÉDICAS ................................................................................................................................ 6 
8. O PERÍODO HELENÍSTICO: IMPÉRIO MACEDÔNICO .............................................................................. 7 
 
 
https://www.alfaconcursos.com.br/
alfaconcursos.com.br 
 
MUDE SUA VIDA! 
2 
 
ANTIGUIDADE: A GRÉCIA ANTIGA 
 
A Grécia Antiga, chamada Hélade pelos antigos gregos (daí helenos), abrangia o sul da 
península Balcânica (Grécia Continental), as ilhas dos mares Egeu e Jônio (Grécia Insular) e o 
litoral da Ásia Menor (Grécia Asiática). A Grécia Continental é montanhosa no interior e tem um 
litoral recheado de golfos e baías. Os solos são pobres. A pecuária desempenhou um papel 
relevante na economia. A agricultura era praticada nos vales e nas encostas das montanhas. Na 
Grécia Insular destacaram-se as ilhas de Creta, Eubeia, Delos e Lesbos. As dificuldades 
econômicas, aliadas a um litoral favorável, fizeram com que os gregos se lançassem ao comércio 
marítimo e ocupassem o litoral da Ásia Menor. 
 
1. GRÉCIA PRÉ-HELÊNICA 
 
O período mais antigo da história grega nos remete à ilha de Creta, local de 
desenvolvimento da civilização cretense ou minoica, e à cidade de Micenas, centro principal da 
civilização micênica. Cronologicamente, esse período que se estende até 1100 a.C. e é 
denominado de Grécia Pré-Helênica pois indica o processo histórico anterior à chegada dos 
invasores indo-europeus responsáveis pelo crescimento populacional e pelo povoamento do 
território grego. 
 
1.1 CRETENSES 
 
A história da civilização cretense é resgatada a partir das escavações arqueológicas na ilha 
de Creta, realizadas no início do século pelo pesquisador inglês Arthur Evans. A partir de seus 
estudos foi descoberto no palácio de Cnossos, o Labirinto – pertencente ao lendário rei Minos. 
A lenda de Minos conta que o rei, filho de Zeus, controlou o Mediterrâneo e colonizou 
vários povos, submetendo-os ao seu domínio. Minos era casado com Pasífae, filha do Sol, a qual 
fora tomada de uma súbita paixão por um touro sagrado, saído do mar. Relacionando-se com o
animal, Pasífae deu à luz um animal, metade homem, metade touro, chamado Minotauro. 
Certa vez, Teseu, filho do rei ateniense, convenceu seu pai a inclui-lo na remessa anual de 
vítimas. Ao chegar à ilha e Creta, o jovem conquistou o amor de Ariadne, filha do rei Minos e, 
com sua ajuda, conseguiu matar o Touro de Minos. 
Acredita-se que a lenda teria sido utilizada pelos gregos para expressar a submissão dos 
atenienses à supremacia cretense sobre o mar Egeu, embora existam objeções a esse respeito. 
Há controvérsias também quanto ao significado do termo Minos: para uns teria sido um rei de 
Creta; para outros teria sido utilizado para designar uma dinastia ou um título honorífico. O 
labirinto representava o próprio palácio de Cnossos e o touro consistia no símbolo sagrado da 
civilização cretense. Os jovens enviados anualmente ao labirinto expressavam a pesada carga 
de impostos exigida pelo rei; e a vitória de Teseu sobre o Minotauro significou, nesse contexto, 
a libertação de Atenas do domínio cretense. 
 
 
 
 
 
https://www.alfaconcursos.com.br/
alfaconcursos.com.br 
 
MUDE SUA VIDA! 
3 
 
2. O PERÍODO PRÉ-HOMÉRICO 
 
Essa fase da história grega corresponde às invasões dos jônios, aqueus e eólios que 
assimilaram os elementos da civilização minoica e, posteriormente, da micênica. Houve 
também o domínio sobre antigos habitantes da região balcânica, conhecidos por pelágios, 
parentes dos anatólios da ilha de Creta. As organizações humanas daí derivadas estabeleceram 
domínios iniciados por núcleos urbanos onde a produção era compartilhada pelos grupos 
aparentados. Guerras faziam parte do cotidiano em que se disputavam terras e homens para o 
trabalho forçado. Apesar das guerras, é nesse período que se encontra um amalgama de 
contribuições variadas que definiram o que se denomina antropocentrismo grego. 
O final desse período esteve associado a novas invasões realizadas pelos dórios. Tais 
ataques produziram, entre outros aspectos, a diáspora dos povos já estabelecidos, configurando 
um movimento de novas colonizações nas terras que margeavam o Mediterrâneo oriental e 
ocidental. Isso não só difundiu a cultura grega para outros espaços, contribuindo com novos 
arranjos no interior dos grupos humanos, mas também representou uma modificação política, 
pois a dispersão limitou o ordenamento político-social no interior dos genos. Os genos eram 
grupos familiares nos quais toda a produção era dividida entre seus membros e a autoridade 
era exercida pelo pai da família, líder inquestionável, que conduzia o culto aos ancestrais e que 
permitia, entre outros aspectos, a manutenção da unidade e a colaboração entre seus 
integrantes. Iniciava-se aí, a fase homérica. Os dórios sobressaíram-se, entre outros aspectos, 
por terem desenvolvido armas de ferro, enquanto aqueus e eólios conheciam apenas o bronze. 
Isso representou o fim da Idade do Bronze do mundo grego. 
 
3. O PERÍODO HOMÉRICO 
 
Essa fase conheceu inicialmente um retrocesso significativo, pois o comércio foi 
interrompido, as trocas foram dificultadas e a escrita foi abandonada. Era a Idade do Ferro 
instituída pelos dórios. Grupos de aqueus, eólios e jônios buscaram refúgio em terras mais 
orientais da região balcânica e chegaram a ocupar a Ásia Menor, deslocando também seus 
interesses para a área do Helesponto, região em que arqueólogos encontraram as ruínas de uma 
cidade que consideraram ser a antiga Troia. 
Sabe-se que relatos fantásticos associados a essa cidade contribuíram para a consolidação 
da cultura grega, também conhecida como helênica. As obras atribuídas a Homero, Ilíada e 
Odisseia, teriam representado a cristalização de um conjunto dessas histórias fantásticas que 
colocavam o ser humano como pertencente a uma raça de heróis. 
Há nisso a afirmação de uma virtude característica ou de uma ideal humano que se 
expressa na capacidade de vencer obstáculos. Enquanto essa cultura foi sendo forjada em 
cantos que rememoravam ou construíam um passado mítico, as organizações gentílicas 
passaram por um processo de desagregação, pois a população crescia e os recursos eram 
menores. Havia ruptura do modelo de produção e distribuição comunal e a introdução da 
instituição da propriedade privada que beneficiava alguns. 
Da desestruturação dos genos, depois de um período de agitações, houve a afirmação de 
frátrias hierarquizadas, de tribos e, por último, a formação da polis. A cidades-Estado 
inauguraram uma nova fase da história grega em que as divisões sociais ficaram mais nítidas e 
se afirmava um poder aristocrático em detrimento do igualitarismo que havia inaugurado a fase 
homérica. 
 
 
https://www.alfaconcursos.com.br/
alfaconcursos.com.br 
 
MUDE SUA VIDA! 
4 
 
4. O PERÍODO ARCAICO 
 
A fase arcaica representou o momento de organização das cidades-Estado. Instituições 
políticas foram concebidas e, assim, os homens considerados iguais (cidadãos) podiam discutir 
os assuntos comuns e tomar decisões reunidos em uma praça (Ágora). Como cada cidade tinha 
o poder de se governar, as decisões tomadas por uma polis eram distintas das tomadas pelas 
outras. Isso caracterizou a diversidade do mundo grego, o que significa dizer que, embora 
compartilhassem de uma visão de mundo comum, algo que permitia uma relativa proximidade, 
havia na história de cada polis um espaço para a diferenciação no interior da Hélade. Nesse 
sentido, reconhecem-se as cidades de Esparta e de Atenas como exemplos claros dessa 
diversidade. 
Na economia predominou a prática da agricultura, com destaque para a produção de 
cereais e produtos típicos do Mediterrâneo como o vinho e o azeite. Mas o crescimento 
populacional e o processo de apropriação privada da terra impulsionaram os gregos ao mar, à 
conquista de colônias e ao desenvolvimento de um intenso comércio marítimo. A geografia 
grega apresenta um relevo irregular e montanhoso, portanto, apesar das terras de boa 
qualidade e do clima favorável à produção agrícola, a terra tornou-se escassa para uma 
população em crescimento viver apenas da atividade agrícola. Assim, ocorreu o processo de 
colonização e povoamento de diversas ilhas no litoral da Ásia Menor, sul da península Itálica e 
norte da África. 
Muitas cidades-Estado gregas tornaram-se grandes metrópoles (Mileto, Corinto, Foceia, 
Megara), dominando diversas colônias pelo Mediterrâneo (Nápoles, Tarento, Siracusa, Bizâncio 
etc.). Em geral, as colônias gregas (apoikia: lar distante) eram independentes em relação à 
metrópole, mas também havia o emporium, espécie de estabelecimento comercial, subordinado 
a ela. 
 
5. ESPARTA 
 
A antiga cidade-Estado de Esparta ocupava uma ampla área territorial que abrangia as 
regiões da Lacônia e da Messênia. A vida aí ficou marcada por um regime oligárquico e pelo 
militarismo, política adotada pela elite espartana excessivamente preocupada em formar um 
grande exército. A sociedade era escravista, ou seja, fundamentada na exploração do trabalho 
escravo. Dessa forma, a elite não precisava se ocupar das atividades econômicas, podendo se 
dedicar exclusivamente às práticas militares. A sociedade espartana estava dividida 
basicamente em três grupos: 
 
• Espartanos ou esparciatas: detentores da propriedade privada, a elite rural; 
• Periecos: comerciantes e artesãos; 
• Hilotas: escravos públicos. 
 
O regime oligárquico espartano era comandado por dois reis. Um dos monarcas tinha 
função militar e outro possuía função administrativa. Para controlar a ação dos reis havia a 
gerúsia, conselho de anciãos, formada por influentes espartanos com mais de 60 anos, 
chamados de gerontes. Havia também o conselho dos éforos, cinco conselheiros eleitos 
anualmente e a ápela, uma assembleia para apreciação e aprovação das leis. 
Para atender ao ideal militarista da sociedade, a educação espartana era voltada para a 
guerra. As crianças do sexo masculino permaneciam com seus pais apenas até os sete anos. A 
partir dessa idade, os meninos eram entregues ao Estado para que este cuidasse
de sua 
https://www.alfaconcursos.com.br/
alfaconcursos.com.br 
 
MUDE SUA VIDA! 
5 
 
educação, voltada à preparação militar. Os principais ensinamentos dos jovens da elite 
espartana estavam voltados à guerra, à força, à bravura e à disciplina. 
O controle do Estado se manifestava desde o nascimento, quando as crianças eram 
examinadas pelos éforos. As crianças que apresentassem alguma deficiência física que 
impedisse sua formação militar eram sacrificadas. Por isso, exigia-se da mulher espartana a 
prática de exercícios físicos e a participação em jogos e competições esportivas para que 
pudesse gerar filhos fortes e saudáveis. Tal fato nos permite concluir que a mulher em Esparta 
gozava de um pouco mais de liberdade e participava mais ativamente da sociedade quando 
comparada à mulher ateniense. Sabe-se, inclusive, que à mulher espartana era atribuída a tarefa 
de administrar o patrimônio familiar quando da ausência do marido, que frequentemente se 
encontrava em guerras. 
 
6. ATENAS 
 
Com um perfil diferente da sua rival Esparta, a cidade de Atenas, localizada na Península 
da Ática, obteve destaque em virtude do regime político democrático adotado a partir do final 
do século VI a.C. 
A sociedade ateniense era assim constituída: 
 
• Eupátridas: “bem-nascidos”, aristocracia detentora da propriedade e do poder 
político; 
• Geomores: pequenos proprietários rurais; 
• Demiurgos: comerciantes e artesãos; 
• Metecos: estrangeiros, mesmo sendo homens livres não eram considerados 
cidadãos; 
• Escravos: prisioneiros de guerra ou endividados. 
 
A sociedade ateniense era essencialmente masculina, além de não ter direito à cidadania, 
a mulher não participava da sociedade. Esperava-se que elas preparassem a comida, dirigissem 
a casa e se conservassem à distância. Deviam ficar em casa e caladas, totalmente subordinadas 
ao marido. 
As jovens atenienses viviam confinadas nos gineceus, uma parte da habitação reservada 
ao sexo feminino, onde elas aprendiam com as mães a se tornarem boas esposas. As meninas se 
casavam muito cedo, geralmente entre 14 e 16 anos, com um noivo escolhido pelo seu pai. 
 
6.1 O PERÍODO CLÁSSICO: DEMOCRACIA EM ATENAS 
 
Gradativamente, a camada excluída da sociedade ateniense foi exigindo seus direitos 
políticos. Pressionados, os eupátridas foram obrigados a atender a algumas das reivindicações 
populares. 
Em torno de 594 a.C., Sólon, representante do partido popular, impôs algumas reformas 
econômicas. Ele proibiu a escravidão por dívidas e suprimiu o direito de primogenitura, entre 
outras determinações. Entretanto, Sólon conseguiu descontentar tanto os eupátridas quanto a 
maioria dos cidadãos, iniciando uma fase de ferrenhas disputas políticas que acabaram 
culminando com a implantação da tirania. 
A tirania – exercício do poder pessoal e autoritário – só chegou ao fim em Atenas quando 
Clístenes, em 506 a.C., após um longo período de revoltas sociais, reformou a legislação e 
introduziu o regime democrático. 
https://www.alfaconcursos.com.br/
alfaconcursos.com.br 
 
MUDE SUA VIDA! 
6 
 
Os princípios básicos da reforma de Clístenes, que originou a democracia em Atenas, 
foram: concessão de direitos políticos para todos os cidadãos e participação direta dos cidadãos 
no governo. Apesar disso, a maior parte da população não possuía tal direito à cidadania. 
Os metecos, os escravos e as mulheres não eram considerados cidadãos, sendo assim, 
eram excluídos do processo de participação política. A cidadania só era concedida aos homens 
livres, maiores de 18 anos, filhos de pais atenienses e nascidos em Atenas. Clístenes instituiu, 
ainda, o ostracismo, no intuito de evitar atitudes tiranas. Aqueles que fossem considerados 
inimigos da democracia poderiam ser desterrados por 10 anos, perdendo seus direitos 
políticos. 
A educação em Atenas, diferentemente do que acontecia em Esparta, não era voltada 
exclusivamente à guerra. Embora os atenienses também se preocupassem com a formação 
militar, os jovens só serviam ao exército depois que completassem 18 anos de idade. Antes disso 
a família ateniense procurava garantir aos seus filhos uma formação intelectual formal, 
fundamentada nos valores cívicos, que lhes desse condições de se tornarem cidadãos aptos a 
exercerem seus deveres políticos. 
 
7. GUERRAS MÉDICAS 
 
Os choques entre o expansionismo grego e persa na Ásia Menor acabaram provocando as 
Guerras Greco-Pérsicas, também chamadas Guerras Médicas. 
Dario I, imperador persa, desencadeou, em 492 a.C., a Primeira Guerra Médica. Em 490 
a.C. o exército persa desembarcou a leste da Península da Ática, nas proximidades da planície 
de Maratona. A ofensiva das tropas persas foi, no entanto, contida pelo ateniense Milcíades, à 
frente de 10 mil hoplitas, na Batalha de Maratona. 
Xerxes, filho de Dario, em 480 a.C. desencadeou a Segunda Guerra Médica. As cidades 
gregas haviam formado uma simaquia, ou seja, uma aliança defensiva. Mesmo assim, a ofensiva 
persa foi avassaladora. Leônidas e os trezentos espartanos resistiram heroicamente até sua 
morte no desfiladeiro das Termópilas. Atenas foi incendiada, contudo, os gregos, comandados 
por Temístocles, obtiveram vitória na Batalha Naval de Salamina. A ofensiva grega se 
intensificou na Ásia. Nessas incursões destacou-se o ateniense Címon. 
O tratado de Susa ou Paz de Kalias, em 448 a.C., marcou o fim das Guerras Médicas: os 
persas reconheceram a hegemonia dos gregos no mar Egeu e prometeram não atacar mais a 
Grécia ou suas colônias na Ásia. Após vitória grega sobre os persas, Atenas liderou a chamada 
Liga de Delos, reunindo cidades gregas aliadas com o objetivo de fortalecer militarmente a 
Grécia. As cidades aliadas deveriam contribuir enviando recursos financeiros para Atenas. Os 
atenienses, no entanto, utilizaram esse recurso em benefício próprio e consolidaram a cidade 
de Atenas como um grande império marítimo e comercial. Desta forma, Atenas exerceu, em 
meados do século V a.C., a hegemonia sobre o mundo grego, o chamado Imperialismo Ateniense. 
Esparta e suas aliadas do Peloponeso não participaram da Liga de Delos e não aceitaram a 
hegemonia ateniense sobre o mundo grego. Os espartanos formaram a Liga do Peloponeso, 
contando com aliados de Tebas, Corinto e Megara, imbuídos de derrotar Atenas. 
A rivalidade entre as cidades gregas desencadeou a chamada Guerra do Peloponeso, 
conflito que se estendeu por 27 anos e terminou com a vitória de Esparta sobre Atenas no ano 
de 404 a.C., dando início à hegemonia de Esparta sobre o mundo grego. Atenas foi atingida pela 
peste, traída por Alcebíades e fracassou ao tentar tomar Siracusa. Finalmente, ela foi vencida 
pelos espartanos, que receberam ajuda financeira dos antigos inimigos persas e da esquadra de 
Corinto. 
O período de hegemonia espartana foi efêmero, pois as mesmas cidades que lutaram 
contra Atenas se voltaram também contra a hegemonia espartana e, lideradas por Tebas, 
venceram a antiga aliada na Batalha de Leuctras (371 a.C.). Em seguida, os tebanos são 
https://www.alfaconcursos.com.br/
alfaconcursos.com.br 
 
MUDE SUA VIDA! 
7 
 
derrotados pelos atenienses, em 362 a.C., na batalha de Mantineia, na qual morreu o célebre 
general tebano Epaminondas. 
Todo esse conflito envolvendo as principais cidades gregas teve como principal 
consequência o enfraquecimento militar do mundo grego. Ou seja, após décadas de intensos 
combates as cidades gregas estavam exauridas e o território vulnerável, abrindo caminho para 
as conquistas de Filipe II da Macedônia. 
 
8. O PERÍODO HELENÍSTICO: IMPÉRIO MACEDÔNICO 
 
Situada ao norte da Grécia, a Macedônia foi, durante muito tempo, um pequeno reino. 
Filipe II, ao realizar, no século IV a.C., a centralização político-militar, lançou os fundamentos do 
Império Macedônico. Em 338 a.C., Filipe II conquistou a Grécia na Batalha de Queroneia. Dois 
anos mais tarde ele foi assassinado por um dos seus oficiais, sendo sucedido pelo seu filho 
Alexandre que, com apenas 20 anos de
idade, herdou o trono imperial. Após dominar com muita 
energia várias revoltas de cidades gregas Alexandre lançou-se à conquista do Império Persa. 
Em 10 anos de batalhas espetaculares, fundou um dos maiores impérios de os tempos: da 
Macedônia ao oceano Índico, do Egito à Índia. 
Alexandre conquistou o mundo a fim de unificá-lo e levou à Ásia filósofos e engenheiros, 
que fundaram cidades helênicas por onde passaram as tropas vitoriosas. As consequências 
imediatas da política de Alexandre foram: 
 
• A circulação das riquezas asiáticas; 
• O desenvolvimento das relações Europa-Oriente, com ampliação das rotas 
comerciais e fundação de portos e cidades; 
• Fusão de povos; 
• Difusão da língua, da arte e do pensamento helênicos. 
 
Alexandre morreu repentinamente, na Babilônia (323 a.C.), com apenas 33 anos de idade. 
Após sua morte seu grandioso império se desintegrou devido às ambições de seus generais e 
também em função da falta de solidez desse efêmero império mundial. 
 
 
 
 
 
https://www.alfaconcursos.com.br/
alfaconcursos.com.br 
 
MUDE SUA VIDA! 
1 
 
SUMÁRIO 
ANTIGUIDADE: A ROMA ANTIGA ....................................................................................................................... 2 
1. ROMANOS ............................................................................................................................................. 2 
2. MONARQUIA ROMANA ......................................................................................................................... 4 
3. REPÚBLICA ROMANA ............................................................................................................................. 4 
4. O IMPÉRIO ROMANO ............................................................................................................................. 7 
 
 
https://www.alfaconcursos.com.br/
alfaconcursos.com.br 
 
MUDE SUA VIDA! 
2 
 
ANTIGUIDADE: A ROMA ANTIGA 
1. ROMANOS 
 
A cidade de Roma, como conta uma lenda, foi fundada em meados do século VIII a.C., 
quando os irmãos gêmeos Rômulo e Remo estabeleceram as bases de um aldeamento no topo 
do Monte Palatino. Com o passar do tempo a cidade foi crescendo, assim como os domínios dos 
romanos. Inicialmente, regiões da própria Península Itálica foram sendo conquistadas. Mais 
tarde praticamente todas as terras às margens do Mar Mediterrâneo foram incorporadas aos 
domínios de Roma. Uma das lendas mais conhecidas a respeito da fundação de Roma relata as 
façanhas desses dois jovens, Rômulo e Remo. Todavia, antes disso, muita coisa aconteceu. 
Na cidade de Alba Longa reinava Numitor, pai de Reia Sílvia e irmão de Amúlio. Sendo um 
homem muito invejoso, usurpou o trono de Numitor e determinou que a sobrinha ingressasse 
como sacerdotisa do templo da deusa Vesta. Ser vestal significava permanecer virgem, servindo 
e velando o fogo sagrado perpétuo do altar da deusa romana. O objetivo de Amúlio era impedir 
que sua sobrinha viesse a ter filhos, herdeiros em potencial do trono que ele havia roubado. 
Mas, de acordo com a lenda o deus Marte apaixonou-se por Reia Sílvia e os dois tiveram filhos 
gêmeos. Quando Amúlio ficou sabendo do nascimento das duas crianças, determinou que Reia 
Sílvia fosse enterrada viva e que os gêmeos fossem atirados ao Rio Tibre. O responsável por 
cumprir tão violenta condenação colocou-os em uma cesta e deixou que as águas do rio os 
carregassem. Os meninos sobreviveram, pois a cesta ficou presa em alguns galhos na margem 
do rio. Então uma loba os encontrou e as duas crianças foram amamentadas pelo animal. Um 
pastor chamado Fáustolo encontrou os garotos e passou a cuidar deles, dando-lhes os nomes 
pelos quais ficaram conhecidos: Rômulo e Remo. 
Os dois, já maiores, descobriram que Amúlio havia deposto o avô e mandado matar a mãe 
deles. Como vingança, decidiram destronar Amúlio, que acabou sendo assassinado. A cidade de 
Alba Longa voltou a ser governada pelo avô de Rômulo e Remo, que os autorizou a fundar uma 
cidade. Começou, assim, a disputa entre os dois irmãos, que não entraram em acordo a respeito 
de onde isso deveria ser feito. Decidiram, pois, aguardar um sinal divino. Recebido o sinal, 
Rômulo começou a demarcar o topo do Monte Palatino. Remo, contrariado, acabou brigando e 
sendo morto por seu irmão. As bases do que viria a ser a grandiosa cidade de Roma haviam sido 
lançadas. A lenda conta ainda que, para povoar de mulheres a cidade, foi organizada e oferecida 
uma festa aos povos vizinhos, os sabinos, e, nessa ocasião, suas mulheres foram raptadas pelos 
romanos. Entretanto, em vez de guerrearem entre si, que seria o esperado, sabinos e romanos, 
que na verdade eram descendentes dos latinos, uniram-se e tornaram-se os primeiros 
governantes de Roma. Não se sabe quanto da lenda é verdade, mas pesquisas arqueológicas 
indicam que, em meados do século VIII a.C., já havia algumas habitações e uma construção, que 
parece ter sido uma pequena muralha, na região do Monte Palatino. 
Tratar da história de Roma é encontrar outras referências fundamentais da constituição 
do mundo ocidental. Os romanos, juntamente com os gregos, formaram as bases de uma cultura 
antropocêntrica, racionalista e humanista, em que as instituições políticas, embora levassem 
em consideração as divindades, conferiram um papel importante ao homem como sujeito da 
história. A história de Roma foi dividida pelos historiadores tendo como critério as mudanças 
político-institucionais da cidade. É uma divisão comprometida com a compreensão das 
inovações no âmbito do poder que refletiram, de certa forma, as mudanças no interior da 
sociedade romana antiga e no universo produtivo, ou seja, no universo econômico daquele 
mundo dominado por Roma. 
 
https://www.alfaconcursos.com.br/
alfaconcursos.com.br 
 
MUDE SUA VIDA! 
3 
 
A divisão referida é a seguinte: 
 
➢ Monarquia (753-509 a.C.); 
➢ República (509-27 a.C.); 
➢ Império (27 a.C. – 476 d.C.). 
 
Os romanos foram o resultado da mistura de outros povos, provavelmente de latinos e 
sabinos. Eles também foram influenciados pelos etruscos, que têm origem na confluência das 
culturas oriental e grega. Eles fundaram cidades agrupadas em confederações e que eram 
governadas por reis. A influência etrusca se fez sentir na organização social romana, pois nos 
primeiros tempos a cidade era governada por reis, oriundos das famílias mais ricas e 
tradicionais da região, a gens (termo latino que designa família). Os membros da gens foram 
denominados patrícios, compondo o grupo de homens livres e detentores de direitos políticos. 
Os patrícios constituíam uma aristocracia de sangue, com antepassados comuns, daí seu 
nome “aqueles com pais”. Dependentes dos patrícios, os clientes, homens livres que não tinham 
propriedades ou riquezas, não contavam com direitos políticos e foram assim denominados em 
virtude da ligação que apresentavam com os patrícios: buscavam junto a eles proteção e 
trabalho. Entretanto, como a história de Roma se estendeu por vários séculos, com 
características políticas e econômicas que variaram de acordo com o período, alterações 
também ocorreram na organização da sociedade. Durante o período imperial, ser cliente de um 
patrício poderia ter vários significados. 
Um cliente poderia ser pobre ou rico, poderoso ou miserável, às vezes mais poderoso que 
o patrono ao qual saúda. Nestes casos, os objetivos dos clientes variavam: alguns ambicionavam 
a carreira pública e buscavam auxílio de seu patrono; outros eram comerciantes que viam no 
patrono um meio de acesso aos negócios políticos; alguns eram pobres-diabos, poetas, filósofos, 
ou seja, pessoas que consideravam o trabalho desonroso e viviam da ajuda financeira de seus 
patronos; e existiam pessoas simplesmente poderosas, mas que cobiçavam ser incluídas no 
testamento de um patrono rico e poderoso. 
Havia um grupo, bastante numeroso, daqueles que não eram nem patrícios nem clientes: 
os plebeus, homens livres que não desfrutavam
das mesmas regalias que os patrícios, mas, 
assim como ocorrido com os clientes, a situação deles na sociedade mudou significativamente 
no decorrer do tempo. Aos poucos, os plebeus conquistaram certos direitos sociais e políticos. 
Uma parcela da sociedade romana era composta de escravizados. Seu número se alterou 
conforme a época, até que a escravidão foi gradualmente desaparecendo. Da mesma maneira 
que a quantidade de escravizados variou, também mudaram as maneiras de tratá-los. Nos 
primeiros tempos, apesar das duras condições, eles eram reconhecidos por seus senhores com 
certa benevolência. À medida que as riquezas afluíam a Roma, a relação entre escravizados e 
seus senhores tendeu a piorar. Havia três possibilidades de uma pessoa ser escravizada em 
Roma: 
 
• Por nascimento (no caso de filhos de escravizados); 
• Pelo fato de ser prisioneiro (nas guerras, os povos conquistados tornavam-se 
escravizados, podendo ser vendidos pelos vencedores); 
• Em virtude de dívidas (era a perda de direitos, nesse caso, a pena mais severa, 
capitis deminutio maxima – com ela, perdia-se a liberdade e a cidadania). 
 
Como o trabalho era visto como uma degeneração moral, pois “só quem trabalhava era a 
gentinha”, os escravizados atuavam nas mais variadas funções: aqueles do Estado, servi publici, 
eram empregados nos escritórios públicos, nos templos e na frota. Já os escravizados de 
https://www.alfaconcursos.com.br/
alfaconcursos.com.br 
 
MUDE SUA VIDA! 
4 
 
particulares, servi privati, podiam ser desde médicos e preceptores, passando por porteiros e 
cozinheiros, até gladiadores. Os homens de bem, por outro lado, exerciam apenas atividades de 
direção, já que a “única atividade digna de um homem livre” era o exercício de comando. 
 
2. MONARQUIA ROMANA 
 
A monarquia foi a primeira forma de organização política que Roma conheceu. Não era 
para menos, afinal, a lenda da fundação da cidade refere-se a Alba Longa, que era governada 
pelo rei Numitor, depois destronado por seu irmão Amúlio. É provável que naquela época não 
se conhecesse outra forma de governo na região. Ser rei significava ser indicado pelos deuses, 
pois o rei não era uma pessoa qualquer. Talvez, história e lenda tenham se fundido e, juntas, 
serviram para consolidar o poder dos reis. E se foi isso mesmo o que aconteceu, o governo de 
Rômulo compartilhado com o rei dos sabinos, Tito Tácio, reforça a lenda da fundação de Roma, 
de acordo com a qual, para evitar maiores conflitos, os sabinos e os latinos alternaram-se no 
poder – pelo menos até o rei Tarquínio Prisco, que era etrusco, assumir o trono. Desde a 
fundação de Roma, em meados do século VIII a.C., a monarquia refletia os costumes das antigas 
tribos que habitavam a região, ou seja, baseava-se nas relações de parentesco. 
O patriarca, pater familias (chefe da família romana), destacava-se nesse sistema, já que 
tinha autoridade suprema. Por isso, na monarquia romana, o rei era também um pater, um chefe 
oriundo das principais famílias proprietárias de terras. Em outras palavras, pode-se dizer que 
a organização monárquica romana estava centrada na propriedade fundiária. Os reis romanos 
eram os grandes proprietários de terras que tinham; sob sua supervisão, vários clientes lhes 
davam sustentação política. Essa conformação política começou a mudar quando parte do 
poder dos patriarcas das poderosas famílias foi limitada. Novos costumes foram disseminados 
em Roma, principalmente em relação ao luxo e à riqueza advindos das relações comerciais tão 
conhecidas dos etruscos. 
A política monárquica romana se fortalecia e oferecia cada vez mais proteção aos artesãos 
e comerciantes. Nesse sentido, Sérvio Túlio, um dos últimos reis de Roma, dividiu a população 
em classes, de acordo com a riqueza. Ele proibiu que os patrícios exercessem poder militar 
dentro dos limites da cidade, que passou a contar com uma muralha defensiva e, como 
consequência dessa proibição, limitou drasticamente o poder dos patrícios. As mudanças 
afetavam os interesses dominantes, isto é, os direitos das famílias tradicionais, que se 
consideravam descendentes dos fundadores de Roma. Por fim, o último rei, Tarquínio, o 
Soberbo, pouco acrescentou às reformas de seus antecessores: foi expulso de Roma e, com ele, 
a monarquia. 
Com a expulsão do último rei, o etrusco Tarquínio, o Soberbo, a monarquia romana deixou 
de existir e um novo sistema de governo foi instalado. Desde então, os romanos constituíram 
uma civilização “superlativa”, isto é, exagerada. Começaram expandindo os territórios sob seu 
controle, processo histórico que resultou no aumento populacional e fortaleceu 
economicamente parte da sociedade romana. 
 
3. REPÚBLICA ROMANA 
 
O fim da monarquia resultou na passagem do poder dos reis para um grupo maior de 
cidadãos romanos. Assim, fundou-se o sistema denominado República, termo de origem latina 
(res + publicae = coisa do povo). Com a República, os romanos decidiram pulverizar o poder 
executivo para as mãos de muitos. A colegialidade, grupo dos muitos que foram agraciados com 
o poder, deveria ser eleita para mandatos curtos (geralmente um ano), pois o maior objetivo 
https://www.alfaconcursos.com.br/
alfaconcursos.com.br 
 
MUDE SUA VIDA! 
5 
 
era impedir a concentração de poder nas mãos de um único homem, ou seja, os cargos, também 
denominados magistraturas, possibilitavam o controle recíproco do poder. Entre as várias 
magistraturas, destacavam-se os cônsules (eleitos em número de dois e com poderes 
equivalentes), que comandavam o exército e presidiam o Senado, instituição que era anterior à 
própria República e a única a manter cargos vitalícios. 
O Senado era o conselho dos anciãos (em latim, Senatus deriva das palavras senis e 
senectus, ancião e velho, respectivamente). Por isso, o Senado era responsável pela ligação da 
cidade com sua história, sua vida, sua autoridade. Roma foi a civilização da tradição, na qual o 
Senado exercia e simbolizava a auctoritas patrum, autoridade dos pais fundadores. Além do 
Senado e dos dois cônsules, compunham a organização política da República romana: 
 
• Pretores: magistrados que administravam a justiça, detendo poderes de 
disciplinar, coercitio, e de verificar alegações e fixar limites da disputa judicial, 
iurisdictio; 
• Edis: magistrados cuja função era observar e garantir o bom estado e o 
funcionamento de edifícios e de outras obras, de serviços públicos ou de interesse 
comum, como ruas, tráfego, abastecimento de gêneros diversos e água, e as 
condições de culto e de prática religiosa; 
• Questores: magistrados encarregados, principalmente, de funções financeiras; 
• Censores: magistrados que recenseavam a população, cuidavam da arrecadação 
dos impostos e eram responsáveis pela manutenção dos bons costumes. 
 
Excepcionalmente, era eleito um ditador, pelo período máximo de seis meses. A escolha 
desse magistrado anulava a autoridade das demais magistraturas, pois ele era eleito em casos 
extraordinários, nos quais as decisões tinham de ser tomadas de maneira urgente, isto é, o 
ditador era nomeado em casos de grave crise interna ou ameaças externas. Ser eleito 
magistrado demandava certas condições básicas como ser cidadão detentor de direitos plenos 
e, dependendo do cargo, já ter ocupado outra magistratura. Por exemplo, geralmente só os 
cidadãos que já houvessem ocupado o cargo de cônsul eram eleitos censores. 
O fim da monarquia e o início da República foram marcados por uma grande crise e 
empobrecimento de Roma causados pela elevada concentração de terras nas mãos de poucos 
patrícios. A decadência e o contínuo endividamento de muitos plebeus tornaram inevitável que 
irrompessem conflitos, pois, além da penúria em que estavam vivendo, esse grupo de cidadãos 
não tinha nenhum direito político. Havia também um agravante: de acordo com os costumes 
romanos, um devedor que não conseguisse saldar suas dívidas poderia ser escravizado ou até 
mesmo vendido e encaminhado a locais distantes de
sua residência. 
Com o agravamento das condições de vida e diante da intolerância dos patrícios em tentar 
resolver a situação, os plebeus resolveram se organizar e protestar. De fato, eles se negaram a 
continuar suas atividades na cidade de Roma. Assim, os campos, as oficinas, as obras e até o 
exército se viram paralisados. Para reforçar suas reivindicações, os plebeus retiraram-se de 
Roma e montaram um acampamento nas redondezas, no Monte Sagrado (a, aproximadamente, 
5 quilômetros de Roma). Os plebeus clamavam por mudanças e, caso não fossem atendidos, 
ameaçavam fundar uma cidade. Os patrícios, detentores das maiores propriedades rurais e do 
poder político, perceberam que, sem os plebeus, estariam reduzidos a nada (eles eram 
fundamentais, ao menos para o exército romano). A solução encontrada foi negociar o retorno 
deles à cidade de Roma. Os plebeus exigiram garantias, e algumas foram concedidas pelos 
patrícios. 
A participação política almejada pelos plebeus se concretizou com a criação dos tribunos 
da plebe, magistrados plebeus (inicialmente dois, mais tarde dez), que fariam parte da 
assembleia com poder limitado (direito a veto). Foi abolida a escravidão por dívidas, e as terras 
https://www.alfaconcursos.com.br/
alfaconcursos.com.br 
 
MUDE SUA VIDA! 
6 
 
tomadas pelos credores foram devolvidas. Houve a elaboração e publicação de um código de 
leis: as disposições e os mandamentos jurídicos, que eram exclusividade dos patrícios, foram 
reunidos por escrito. Dessa forma, o direito público tornou-se acessível a mais pessoas, 
evitando as desvantagens corriqueiras de quando as desavenças e os processos eram resolvidos 
pelos patrícios. 
Com os conflitos sociais praticamente resolvidos, Roma deu continuidade ao processo de 
expansão territorial iniciado na época da monarquia. Nesse processo, ocorreram guerras de 
defesa e de conquista e a República que, aparentemente, seria o governo do povo, não se 
realizou. Com isso, o Senado tornou-se a instituição que realmente governou Roma nos últimos 
três séculos antes da Era Cristã. O exército romano, que inicialmente era composto de cidadãos 
e por eles mantido, foi profissionalizando-se ao mesmo tempo que as conquistas romanas 
avançavam além da Península Itálica. A partir de meados do século III a.C. os romanos 
resolveram que sua supremacia dependia economicamente do controle comercial do Mar 
Mediterrâneo. Havia, entretanto, um obstáculo para os propósitos dominadores de Roma: 
Cartago, uma antiga colônia fenícia que prosperou muito desde sua criação, no fim do século IX 
a.C., e que contava com uma marinha poderosa e possessões espalhadas por todo o Mar 
Mediterrâneo. A disputa pelo monopólio comercial mediterrâneo levou as duas cidades à 
guerra. Foram três grandes embates bélicos que ficaram conhecidos como Guerras Púnicas (de 
meados do século III a.C. a meados do século II a.C.). Roma saiu vitoriosa e, até o século II da Era 
Cristã, não parou de expandir seu território. Entretanto, as vitórias militares minaram as bases 
de sustentação da República: o povo, de fato, não participava do governo, e o Senado não 
conseguiu conduzir os assuntos políticos com a eficácia e a integridade moral de seus primeiros 
tempos. 
Além da crise política, o rápido enriquecimento de alguns cidadãos em decorrência dos 
espólios de guerra gerou uma disputa pelas propriedades rurais, que acabaram concentrando-
se nas mãos de poucos. Em parte, isso ocorreu em razão do aumento do número de escravizados 
entre os romanos. A mão de obra escrava acabou substituindo os trabalhadores assalariados, 
dando origem a um problema social. Os pequenos proprietários, incapazes de manter suas 
propriedades, venderam-nas aos grandes latifundiários, aumentando ainda mais o poder deles. 
Os camponeses, despejados de suas terras, buscaram refúgio nas cidades, principalmente em 
Roma, que crescia e revelava-se uma das maiores cidades de toda a Antiguidade. 
As vitórias militares do exército romano e as sucessivas conquistas territoriais serviram 
para minar as bases de sustentação da República Romana. O rápido enriquecimento de alguns 
setores minoritários em oposição ao empobrecimento de uma parcela mais ampla da sociedade 
gerou uma crise social e política, na qual se destacaram alguns generais que buscaram satisfazer 
suas ambições pessoais. Diante das rivalidades individuais, os assuntos públicos, como as 
necessidades da população e a lealdade ao Estado, passaram para segundo plano. 
A esse respeito, pode-se considerar o insucesso das tentativas de reformas, como as dos 
irmãos Tibério e Caio Graco, que pretendiam neutralizar o êxodo rural e a contínua decadência 
da agricultura em Roma e suas adjacências (as riquezas propiciavam a importação de produtos 
agrícolas relativamente baratos em detrimento da produção local). Assim, sem fazer justiça ao 
termo república (coisa do povo), os rumos políticos de Roma mudaram para sempre. O exército, 
que um dia fora formado por cidadãos romanos, tornou-se uma organização profissional, com 
soldados que recebiam remuneração e obedeciam, fielmente, a seus generais. Além disso, 
converteu-se em um importante difusor dos costumes romanos, “era uma poderosa influência 
civilizadora”, pois o soldado que combatia também construía valetas, acampamentos, estradas 
e pontes, semeava e colhia, organizava a divisão dos lotes, policiava os costumes dos povos 
conquistados, entre outras atividades. 
Quando o exército romano conquistou a região da Gália, atual França e Bélgica, os 
soldados comandados por Caio Júlio César (101-44 a.C.) foram os pioneiros no processo de 
romanização, isto é, tomaram as primeiras medidas com o objetivo de implantar as 
https://www.alfaconcursos.com.br/
alfaconcursos.com.br 
 
MUDE SUA VIDA! 
7 
 
características da civilização romana. Em outras palavras, era um chefe militar, e não o Senado 
romano, quem estava realmente governando a Gália. Além das conquistas bélicas, o vitorioso 
Júlio César adquiriu grande popularidade e despertou apreensão em outros líderes militares. 
Sua crescente influência levou o Senado a determinar a desmobilização de seu exército, ordem 
que não foi cumprida, resultando em uma guerra civil. 
Em meio à crise, Júlio Cesar, Pompeu e Crasso conseguiram apoio do Senado para a 
organização de um governo comandado pelos três, com o intuito de zelar pela ordem pública. 
A morte de Crasso, no Oriente, e o êxito de Júlio Cesar, na Gália, determinaram o fim dessa 
experiência política, pois Pompeu, aliado com o Senado, tramou contra Júlio Cesar para deixá-
lo fora do poder. Júlio César conseguiu afastar de Roma todos aqueles que conspiraram contra 
ele e intitulou-se ditador perpétuo. Como na República Romana o titular do cargo de ditador 
não deveria permanecer mais que seis meses no poder, Júlio César começava a parecer cada vez 
mais um rei (ditador perpétuo). 
A centralização política, em sintonia com os desejos dos cidadãos romanos empobrecidos, 
fez com que a ordem pública fosse restabelecida. Cesar foi responsável por reformas que 
beneficiariam a plebe, em especial ao mexer na estrutura fundiária. Ele dizia que nenhum 
homem poderia ser disciplinado se não tivesse algo a defender. O que Roma dava aos plebeus? 
Se Roma conferisse algo à plebe, em troca poderia ver a antiga disciplina militar e a vontade de 
lutar pela cidade. Assim, a ordem foi restaurada. 
Além de realizar reformas, Cesar ampliou o raio de influência romana no Oriente ao 
realizar uma ingerência no Egito dos Ptolomeus, pois Cleópatra tornara-se rainha do Egito com 
o apoio do ditador romano. Enquanto isso, havia uma conspiração senatorial que visava pôr fim 
à ditadura de Cesar e restabelecer o poder da instituição política do Senado. Dessa conspiração 
resultou o assassinato de Júlio Cesar, em 44 a.C. 
Novas agitações tomaram conta da cidade após a morte de Cesar. Generais aliados do 
ditador colocaram-se contra o Senado e houve levantes da população. Senadores foram 
assassinados. Nesse

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais