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Tópicos de História Geral 2

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TÓPICOS DE HISTÓRIA GERAL 
AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Osvaldo Luís Meza Siqueira 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Para dar início à nossa caminhada pela História Geral, vamos começar 
pela Antiguidade e pelo surgimento das primeiras civilizações. A partir das 
comunidades agrícolas que se estabeleceram no período que se convencionou 
chamar de pré-história, grandes civilizações passaram a se formar por volta de 
7 mil anos atrás. A maioria desenvolveu-se nas proximidades de grandes rios, 
aproveitando-se do regime de suas águas que favoreciam a fertilidade da terra 
e a prática da agricultura. Assim, os vales dos rios Nilo, Eufrates e Tigre foram 
primordiais para a formação das civilizações egípcia, suméria e babilônica na 
região denominada Crescente Fértil (Figura 1), que compreende o Egito e a 
Mesopotâmia no denominado Oriente Próximo. Pelas suas características, são 
chamadas de sociedades agrárias ou férteis. 
 
Crédito: Xerography / Shutterstock. 
TEMA 1 – CIVILIZAÇÕES MESOPOTÂMICAS 
O território denominado pelos gregos de Mesopotâmia (terra entre rios) 
compreendia uma estreita faixa entre os rios Tigre e Eufrates e estava 
enquadrado no chamado Crescente Fértil, área que compreendia desde o Egito 
até o Rio Tigre. Era uma extensa região que reunia condições naturais para que 
grupos de agricultores lá se fixassem. Por volta de 4.000 a.C., surgiram os 
primeiros núcleos urbanos na região, desenvolvendo um sistema hidráulico que 
incluía desde canais de irrigação até o controle das cheias dos rios. Por ser uma 
vasta área de planícies férteis, extremamente propícia à ocupação humana, 
 
 
3 
atraiu diversos povos – como sumérios, acádios, amoritas, assírios e caldeus – 
que, combatendo uns aos outros, sucederam-se no domínio da região. 
De modo geral, eles realizavam atividades agropastoris e urbanas, 
dedicando-se, principalmente, ao comércio. A maioria dos camponeses vivia em 
regime de servidão, mas também havia escravos, caracterizados principalmente 
pelos povos dominados. 
No plano político, o rei era considerado um representante dos deuses e 
sua autoridade estendia-se a todas as cidades. Ele era auxiliado por ministros e 
sacerdotes, governando em nome das divindades. 
Esses povos se destacaram na ciência, na arquitetura e na literatura. 
Desenvolveram a astrologia e a astronomia, estudando os movimentos de 
planetas e estrelas. Também avançaram no domínio da matemática (as quatro 
operações e a raiz quadrada) e criaram um calendário com ano de doze meses 
e semana de sete dias. 
Foram atribuídos a eles, em especial aos sumérios, o surgimento da 
primeira escrita conhecida, a cuneiforme (feita em argila mole com um estilete 
em forma de cunha). Já aos amoritas atribui-se o primeiro código de leis escritas, 
o chamado Código de Hamurabi, baseado na Lei de Talião, presente também na 
Bíblia, que determinava que as punições deveriam ser equivalentes em medida 
ao crime cometido (“Olho por olho, dente por dente”). 
TEMA 2 – ANTIGO EGITO, “UMA DÁDIVA DO NILO” 
A história da civilização egípcia ainda exerce grande fascínio e 
curiosidade. Muito do que se sabe sobre o Egito Antigo está ligado à 
preocupação de seus habitantes com a vida após a morte. Pirâmides e túmulos, 
encontrados até hoje, ajudam os cientistas a conhecerem um pouco mais desse 
povo, de sua vida, crenças e cotidiano. 
O Egito – ilustrado na área vermelha do mapa da Figura 2, a seguir – está 
situado no nordeste da África, em um território predominantemente desértico; 
apesar disso, a área estava integrada, na Antiguidade, ao Crescente Fértil, 
juntamente com a Mesopotâmia. Isso só foi possível por conta Rio Nilo, que 
atravessa a região até desaguar no Mar Mediterrâneo, tornando as terras 
desérticas do Saara que margeiam o rio em um extenso oásis de terras férteis e 
cultiváveis. 
 
 
4 
Nascendo em uma região chuvosa e de densas matas, o Nilo recebe boa 
parte do resíduo orgânico das florestas. Durante as cheias, deposita em suas 
margens detritos que fertilizam o solo, e quando as águas voltam ao leito normal, 
as margens estão prontas para o cultivo. 
Os egípcios logo aprenderam a se aproveitar das cheias do rio, 
desenvolvendo em suas margens uma rica e organizada civilização. O grande 
historiador grego Heródoto, considerando que essa civilização egípcia só existia 
em função do rio, afirmou: “O Egito é uma dádiva do Nilo”. No entanto, não 
podemos desconsiderar os esforços dos habitantes do Nilo que, conjugados às 
potencialidades deste rio, permitiram que a agricultura fosse possível. 
 
Crédito: Imagestockdesign / Shutterstock. 
2.1 Evolução da civilização egípcia 
Os primeiros grupos humanos que se instalaram junto ao Vale do Nilo 
datam de 4.000 a.C. No princípio, eles estavam divididos em pequenas aldeias 
independentes, mas a prática da agricultura e o crescimento da população 
favoreceram a formação das primeiras cidades. 
Por volta de 3200 a.C. ocorreu a unificação política do Egito. O poder 
centralizou-se nas mãos de um único soberano, o faraó, considerado um deus 
entre os homens. Segundo a mitologia egípcia, todo faraó era considerado um 
Hórus na terra. O deus Hórus era filho do deus Osíris, primeiro governante do 
Egito, que teve seu trono usurpado por Seth. Após a morte de Osíris, Hórus entra 
 
 
5 
em uma disputa com Seth pelo trono, na qual perde um de seus olhos. Após a 
contenda entre Hórus e Seth, um tribunal de deuses decide que o trono pertencia 
a Hórus por direito e, por isso, todo faraó passou a ser associado a Hórus em 
vida e a Osíris quando morto. A suposta linhagem divina tornava o faraó um ser 
sagrado no Egito, e acreditava-se que seu sangue era composto pelos traços 
divinos do deus. 
O primeiro faraó inaugurou o período denominado dinástico. A partir de 
então, os egiptólogos dividiram a história do Egito unificado em três períodos: 
Reino Antigo, Reino Médio e Reino Novo. 
2.2 Economia e sociedade 
A economia egípcia era administrada pelo Estado, isto é, pelo faraó, e 
tinha por base a agricultura, que dependia exclusivamente do regime de águas 
do Nilo. A população camponesa pagava tributos tanto na forma de produtos 
quanto de serviços e era submetida a um regime de servidão coletiva chamado 
de corveia. O Estado se apropriava do excedente agrícola, explorava mão de 
obra compulsória e sustentava uma poderosa burocracia. Durante o período das 
cheias do Rio Nilo, as atividades agrícolas eram suspensas, e os camponeses, 
requisitados para atuar nas obras de construção; depois, com o retorno das 
águas ao leito do rio, voltavam para o trabalho agrícola. 
O quadro social do Egito apresentava, em seu topo, o faraó e sua família, 
seguido de um número de privilegiados composto por sacerdotes, burocratas 
(civis e militares) e a nobreza. Na base da sociedade, encontravam-se artesãos, 
camponeses e escravos, sendo estes uma minoria. 
2.3 Cultura e religião 
A vida cultural no Egito Antigo era pautada por uma profunda 
religiosidade, acompanhada de muita técnica no campo artístico e grande 
desempenho no campo científico. Desenvolveram a matemática e a astronomia 
e criaram um calendário solar, dividindo o ano em 365 dias. 
Como os egípcios acreditavam na imortalidade, os mortos eram 
mumificados para que os corpos fossem preservados. Essa prática religiosa 
favoreceu o desenvolvimento da anatomia, da medicina e até da química. A 
construção de templos e das pirâmides (Figura 3), que deveriam abrigar o corpo 
 
 
6 
e as riquezas do faraó depois da morte, contribuiu para o aperfeiçoamento da 
arquitetura. A edificação das monumentais pirâmides de Gizé, túmulos dos 
faraós da quarta dinastia (Quéops, Quéfren e Miquerinos), bem como da famosa 
Esfinge, é datada do período do Reino Antigo, isto é, entre 2686-2181 a.C. 
 
Crédito: Merydolla / Shutterstock. 
Foi a partir da decifração da escrita hieroglífica, realizadapelo francês 
Champollion, em 1822, que a história egípcia pôde ser mais bem estudada. O 
primeiro documento decifrado foi a Pedra de Roseta, encontrada por soldados 
franceses em 1798. 
Uma das principais crenças dos egípcios em relação à vida após a morte 
era a certeza de que o morto passaria por um julgamento diante do deus Osíris. 
A cena do julgamento é uma passagem bem conhecida de conjunto de 
encantamentos chamado de Livros dos Mortos e mostra o coração do falecido, 
em uma balança, sendo pesado ao lado da pluma da deusa Maat, que 
representava a justiça. 
 
Crédito: Guido Vermeulen-Perdaen / Shutterstock. 
 
 
7 
TEMA 3 – OS HEBREUS E A TERRA PROMETIDA 
Outros grupos humanos também se fizeram presentes nas proximidades 
da região do Crescente Fértil, por vezes até ocupando seus territórios. Mas como 
não puderam contar, na maior parte do tempo, com a ajuda de grandes 
extensões de terras férteis, tiveram que se dedicar a formas diferentes de 
sobrevivência. 
Esse foi o caso dos hebreus, cuja civilização desenvolveu-se na região da 
antiga Canaã, atual Palestina, entre o Egito e a Mesopotâmia, numa área de 
pouca fertilidade, cortada pelo Rio Jordão. Originariamente, viviam como 
pastores nômades na Mesopotâmia, organizados em tribos ou clãs 
independentes e chefiados por um patriarca ou chefe de família. 
A história hebraica tem forte influência religiosa. Esse povo se diferenciou 
dos demais por ter adotado uma religião monoteísta; acreditava que seu único 
deus, Iavé ou Jeová, havia feito uma aliança com ele para protegê-lo em troca 
de sua única adoração. De acordo com a Bíblia, o patriarca Abraão recebeu de 
Iavé a incumbência de conduzir seu povo até a Terra Prometida (Canaã) por 
volta de 2.000 a.C. 
A doutrina fundamental da fé dos hebreus, o chamado judaísmo, 
encontra-se no Pentateuco (ou Torá), conjunto de livros do Antigo Testamento 
da Bíblia. Ela se baseia no monoteísmo, na crença da imortalidade da alma, no 
juízo final e na vinda de um messias salvador. Esses princípios religiosos se 
tornaram o principal legado hebraico para a cultura ocidental, influenciando 
outras duas religiões: o cristianismo e o islamismo. 
TEMA 4 – GRÉCIA ANTIGA 
Da desintegração das comunidades agrícolas do período pré-histórico 
originaram-se sociedades submetidas a um sistema de servidão coletiva imposto 
por estados centralizados que se estabeleceram principalmente na região 
oriental do Mediterrâneo, como vimos. Mas surgiram também outras sociedades 
cuja principal característica era o predomínio das relações escravistas de 
produção, tal como existiram na Grécia e em Roma; ali, a produção se baseava 
no trabalho escravo sob o domínio de uma elite de grandes proprietários de 
terras e escravos. Inicialmente, a escravidão era limitada aos prisioneiros de 
guerra, e com o tempo desenvolveu-se, também, a escravidão por dívida. 
 
 
8 
Nas sociedades surgidas na Grécia e em Roma, a divisão em classes 
envolvia, de um lado, os homens livres (grandes proprietários e pequenos 
produtores), e, de outro, os escravos. Paralelamente, a expansão escravista 
impulsionou o crescimento do comércio, que levou ao surgimento de uma classe 
intermediária formada por grandes comerciantes, artesãos e armadores. 
O território que hoje chamamos de Grécia já foi o centro de uma rica 
civilização na Antiguidade. Era conhecido por Hélade, pois foi habitado pelos 
helenos (povos indo-europeus provenientes da Ásia: aqueus, jônios, eólios e 
dórios). O nome Grécia originou-se da palavra graeci, um dos povos que 
habitaram primitivamente a região. 
A ocupação humana no território grego aconteceu por volta de 2.000 a. 
C., dando origem a uma das mais importantes civilizações da Antiguidade, pois 
legou boa parte de sua cultura para a formação das civilizações ocidentais. 
 
Crédito: Astudio / Shutterstock. 
A Grécia Antiga não se constituiu em um Estado único, com apenas um 
governo; era, na verdade, um conjunto de cidades-Estado independentes (pólis) 
e rivais, das quais se destacaram, principalmente, Atenas e Esparta. O mar e as 
montanhas dão ao território grego um aspecto fragmentado geograficamente, o 
que, provavelmente, foi o que facilitou a fragmentação também política. Apesar 
da independência, as cidades-Estado gregas mantinham características 
culturais únicas (língua e religião), que identificavam essa civilização. 
 
 
9 
A pobreza do solo influenciou decisivamente a história da Grécia Antiga. 
A baixa produtividade forçou os gregos a buscarem alimentos em outras regiões. 
E como a presença do mar era uma constante, o litoral extremamente recortado 
e a proximidade das ilhas contribuíram para o desenvolvimento da navegação, 
oferecendo amplas possibilidades de conquista de outras regiões mais 
produtivas, cujos habitantes podiam ser subjugados à condição de escravos, 
utilizados principalmente na agricultura, mas também nas minas e nas oficinas 
de artesãos das cidades onde comerciantes enriqueciam à custa dos escravos 
como mercadoria. 
As origens da civilização grega estão profundamente ligadas ao povo que 
viveu na Ilha de Creta. Anteriores aos gregos, os cretenses se fixaram ali por 
volta de 3600 a.C., de onde iniciaram ligações com o Egito, a Ásia Menor e a 
própria Grécia, dominando o comércio. Sua cultura era brilhante e acabou se 
fundindo a uma outra civilização, dos chamados aqueus, dando início à 
civilização creto-micênica, pois a principal cidade dos aqueus era Micenas. 
Inicialmente, a população grega organizou-se em pequenas comunidades 
agropastoris, chamadas genos (comunidades gentílicas). Eram grandes famílias, 
lideradas por um patriarca. Com o crescimento da população, a produção 
coletiva se tornou insuficiente, e os chefes de família e seus descendentes 
diretos passaram a se apropriar das melhores terras, formando-se uma 
aristocracia rural. 
Os indo-europeus chegaram em sucessivas levas. Primeiro foram os 
aqueus, depois vieram os jônios (que fundaram a cidade de Atenas), os eólios 
(que fundaram a cidade de Tebas) e, por fim, os dórios (que fundaram a cidade 
de Esparta). 
Com o decorrer dos séculos, os gregos expandiram seus domínios e 
fundaram muitas colônias, ocupando vastas regiões que se estendiam pelo sul 
da França, sul da Itália (denominada Magna Grécia) e norte da África, o que 
acabou levando a choques de interesses com outros povos, como os persas nas 
chamadas Guerras Médicas, e, até mesmo, entre as próprias cidades gregas, 
como entre Atenas e Esparta na denominada Guerra do Peloponeso. Após 
muitas guerras, as cidades-Estado gregas acabaram sendo invadidas, 
inicialmente, pelo exército da Macedônia, comandado por Felipe II, pai de 
Alexandre Magno e, mais tarde, por aquele que viria a se tornar o maior império 
da época, Roma. 
 
 
10 
Dentre as pólis gregas, Atenas, por suas contribuições para nossos 
tempos atuais, tem um destaque especial na História. Foram os atenienses que 
nos deixaram como legados a democracia e o conceito de participação do 
indivíduo nos assuntos da cidade, a chamada cidadania. Em 506 a.C., Clístenes, 
denominado o “pai da democracia”, assumiu o governo, baseando-se em 
princípios de igualdade política e de participação de todos nas decisões do 
governo (o princípio da isonomia). Porém, foi durante o governo de Péricles (461 
a 429 a.C.) que a democracia ateniense atingiu a plenitude. As decisões 
governamentais eram tomadas em uma assembleia popular, a Eclésia, realizada 
ao ar livre, na qual todos os cidadãos do sexo masculino e com mais de 18 anos 
podiam participar. 
 
Crédito: Sven Hansche / Shutterstock. 
É importante ressaltar que, apesar de todos os que eram cidadãos 
poderem participar, a cidadania não era estendida à totalidade dos elementos da 
sociedade. Ficavam de fora de direitos políticos mulheres, estrangeiros e 
escravos, o que fazia da democracia ateniense um sistema patriarcal, elitista eescravista. 
Outra importante contribuição foi a filosofia. Até por volta do século VII 
a.C., os gregos explicavam sua origem e a realidade em que viviam por meio da 
mitologia, que, repleta de elementos simbólicos e sobrenaturais, buscava 
explicar as ações humanas mediante a interferência dos deuses. A passagem 
do mito à razão na cultura grega foi lenta e gradual. A princípio, essas duas 
formas de entender e explicar o mundo coexistiram e interagiram; porém, a 
crença na razão humana para interpretar e compreender o desconhecido levou 
os gregos à investigação intelectual do mundo e suas coisas. 
 
 
11 
No século VI a.C., surgiram os sofistas, que buscavam explicações mais 
realistas para a existência humana; eles foram, de certa forma, os precursores 
dos grandes filósofos gregos, que despontaram no século IV a.C. A filosofia 
grega exerceu grande influência no pensamento racionalista ocidental. Podemos 
destacar entre os principais nomes: Sócrates, que foi um grande questionador 
(acusado de renegar os deuses, foi condenado à morte); Platão, que fundou a 
Academia de Atenas e escreveu, entre outras obras, A República; e Aristóteles, 
considerado o “pai da lógica”. 
TEMA 5 – ROMA ANTIGA 
Não existem documentos escritos sobre a fundação de Roma. Pesquisas 
indicam que ela pode estar ligada às tribos italiotas dos sabinos e latinos que se 
instalaram na região do Lácio, fundando várias aldeias. Entretanto, de acordo 
com a tradição lendária, relatada pelo poeta romano Virgílio, Roma teria sido 
fundada em 753 a.C. por dois gêmeos, Rômulo e Remo, netos do Rei Numitor, 
de Alba Longa, e descendentes de Enéias, herói de Troia. Depois de fundar a 
cidade, os dois irmãos disputaram o poder de reiná-la. Rômulo acabou matando 
Remo e tornou-se o primeiro rei de Roma. 
 
Crédito: Croato / Shutterstock. 
Como vimos, a Grécia permaneceu ligada à concepção de fragmentação 
política por meio de pólis independentes. Já Roma partiu para a construção de 
um grande império unificado. A base de sua economia também era a mão de 
obra escrava, e para manter e ampliar o sistema escravista teve que desenvolver 
 
 
12 
uma política expansionista que trouxesse mais terras e escravos para a 
agricultura. Em cada região conquistada, parte das terras era transformada em 
terra pública, o ager publicus, que ficava nas mãos da aristocracia escravista. 
Os diferentes grupos sociais na Roma Antiga estavam divididos conforme 
podemos ver no Quadro 1. 
Quadro 1 – Grupos sociais na Roma Antiga 
Patrícios Latifundiários que compunham a nobreza local; eram os cidadãos 
romanos. 
Plebeus Comerciantes, artesãos e agricultores livres; eram a maioria da 
população, a base do exército e não gozavam de direitos políticos. 
Clientes Homens livres associados aos patrícios. Prestavam-lhes serviços. 
Escravos Prisioneiros de guerra; eram considerados propriedade. 
Da mesma maneira que na Grécia, em Roma o escravo realizava 
inúmeros trabalhos, nos mais diversos setores: agricultura, artesanato, 
comércio, minas, pedreiras e serviços especializados como o de músico e 
professor. Ocorreram várias revoltas de escravos, inconformados com sua 
situação e com a exploração a que eram submetidos. 
A história de Roma pode ser dividida em três períodos, de acordo com a 
sua organização política: Monarquia ou Realeza (753-509 a.C.); República (509-
27 a.C.); e Império (27 a.C.-476 d.C.). Vamos abordar brevemente cada um 
deles. 
5.1 Monarquia 
As informações sobre Roma no período da Monarquia ainda estão ligadas 
às lendas. Apenas sabemos que os quatro primeiros reis eram italiotas, e os três 
últimos, etruscos. No ano de 509 a.C., descontentes com as medidas adotadas, 
que beneficiavam os plebeus, os patrícios depuseram o rei etrusco Tarquínio, 
implantando um governo republicano. O Senado, composto somente por 
patrícios, tornou-se o órgão de maior poder na política romana. 
5.2 República 
Os patrícios passaram a controlar os altos cargos do governo. Dois 
cônsules, com mandato de um ano, eram eleitos para o comando do exército e 
 
 
13 
a administração da cidade. Em caso de graves crises políticas, nomeava-se o 
ditador, um magistrado que governava com plenos poderes por, no máximo, seis 
meses. 
Como os plebeus não gozavam de direitos políticos, o Senado, após a 
pressão exercida por esse grupo, criou o cargo de tribuno da plebe, cujo mandato 
era de um ano. Os primeiros foram os irmãos Graco – Tibério e Caio. Tibério foi 
eleito tribuno da plebe em 133 a.C., tentou melhorar as condições da população, 
propondo uma espécie de reforma agrária, mas foi combatido pelos patrícios e 
assassinado. Caio foi eleito tribuno da plebe dez anos depois e propôs uma série 
de reformas: por intermédio da Lei Frumentária, o trigo deveria ser vendido 
abaixo do preço aos plebeus e as terras deveriam ser redistribuídas. Novamente, 
a oposição dos patrícios foi violenta, Caio entrou em luta com a aristocracia e, 
cercado, pediu que um escravo o assassinasse. 
A resistência às reformas dos irmãos Graco como tribunos da plebe não 
conseguiu impedir que algumas leis surgissem em favor da população; porém, a 
crise econômica por que passava a maioria da população romana, comparada 
aos privilégios dos patrícios, estabelecia um clima de tensão social. A 
superpopulação empobrecida de Roma criava uma situação insustentável, e 
para tentar controlar o problema, o governo instituiu a chamada política do pão 
e circo: distribuição gratuita de trigo aos plebeus e ingressos gratuitos nos 
espetáculos de circo. Era uma forma de manter o povo ocupado, evitando 
rebeliões. 
Contudo, o antagonismo entre patrícios e plebeus não chegou a prejudicar 
a ascensão da República romana, que expandiu, extraordinariamente, seu 
território por intermédio de conquistas militares. 
Entre 400 a.C. e 270 a.C., os romanos conquistaram toda a Península 
Itálica. Em seguida, o expansionismo voltou-se para o Mediterrâneo Ocidental, 
rica área dominada por Cartago, ex-colônia fenícia fundada no norte da África. 
O conflito entre romanos e cartagineses, provocado pela disputa do controle do 
comércio no Mediterrâneo, denominou-se Guerras Púnicas (entre 264 e 146 
a.C.), pois os romanos chamavam os cartagineses de puni. Foram três grandes 
conflitos, e ao final da guerra os romanos derrotaram os cartagineses, tomaram 
seus domínios e destruíram completamente sua cidade. 
 
 
14 
Após vencer Cartago, os romanos dirigiram seu imperialismo sobre 
Grécia, Macedônia, Egito e regiões da Ásia Menor. Por fim, o Mar Mediterrâneo 
foi inteiramente controlado e chamado de mare nostrum (nosso mar). 
À medida que a expansão territorial prosseguia, alguns generais 
conquistadores começaram a tentar estabelecer o controle sobre Roma, o que, 
por fim, acabou levando ao estabelecimento do Império. 
5.3 Império 
O primeiro imperador romano foi Otávio Augusto, sobrinho do grande 
general e ditador Júlio César, assassinado por uma conspiração do Senado. 
Esse período pode ser dividido em dois momentos diferentes: 
• Alto Império – corresponde ao momento de apogeu de Roma e de maior 
expansão territorial; 
• Baixo Império – corresponde ao momento de declínio e queda de Roma. 
 
Crédito: Peter Hermes Furian / Shutterstock. 
Apesar da prosperidade e da paz no primeiro período do Império, a vida 
política com os sucessores de Otávio Augusto foi bastante agitada. Vários 
imperadores controversos, como Calígula e Nero, contribuíram para o 
enfraquecimento de Roma. 
Com o tempo, o gigantismo do Império acabou por dificultar a 
administração. As fronteiras se tornavam vulneráveis à invasão de bárbaros, 
povos vindos do norte e do leste europeus que começaram a ocupar, 
 
 
15 
gradativamente, os territórios conquistados pelos romanos. Some-se a isso uma 
crise econômica causada pela retração do comércio, a ineficiência de uma 
sequência de imperadores e o advento do cristianismo,que contribuiu para minar 
importantes bases de sustentação do Império. 
Nessa segunda metade da história do Império, merecem destaque alguns 
imperadores: Diocleciano, criador da Tetrarquia, que dividiu a administração 
entre quatro generais com a finalidade de obter estabilidade interna, mas sem 
sucesso; Constantino, que transferiu a capital de Roma para Bizâncio 
(Constantinopla), antiga colônia grega; e, por fim, Teodósio, que em 395 dividiu 
o Império em duas partes: o Império Romano do Ocidente, com capital em Roma, 
e o Império Romano do Oriente, com capital em Constantinopla (hoje Istambul, 
na Turquia). 
 
Crédito: Sidhe / Shutterstock. 
O Império do Ocidente chegou ao fim no ano de 476, quando a tribo 
bárbara dos germânicos hérulos, chefiada por Odoacro, derrubou o Imperador 
Rômulo Augusto. Apenas o Império do Oriente sobreviveu e durou por mais mil 
anos, durante toda a Idade Média (até 1453), quando a cidade de Constantinopla 
caiu nas mãos dos turcos-otomanos. 
Entretanto, não apenas o Império Romano do Ocidente chegou a seu 
término em 476, mas também a Antiguidade. Um novo período da História 
começava a partir de então, a Idade Média. 
 
 
16 
NA PRÁTICA 
Considerado o “pai da História”, o viajante grego Heródoto teve uma vida 
invejável: observando e colhendo informações sobre as grandes civilizações de 
sua época, percorreu os lugares mais interessantes da Antiguidade e viu de perto 
monumentos, costumes, nações e cidades, das quais só ouvimos falar graças a 
relatos como os que ele deixou. 
Heródoto descreveu a população egípcia trabalhando em 550 a.C. da 
seguinte forma: 
“Eles extraem os frutos da terra com menor labor do que qualquer outro povo... 
porque estão livres do trabalho de desatar a terra com arado, ou com enxada, 
ou qualquer outro processo que o homem empregue para obter colheitas de 
cereais; quando o rio entende de irrigar os campos e depois retira as águas, cada 
homem semeia seu lote e lança os porcos; depois que as sementes estão bem 
enterradas pelo patinhar dos porcos, eles os retiram e esperam o tempo da 
colheita...”. 
Considerando o texto de Heródoto, faça as seguintes interpretações: 
1) Por que extraem frutos da terra com menor labor do que qualquer outro povo? 
2) Qual a melhor condição para que o egípcio comece a semear a terra? 
FINALIZANDO 
Vimos, nesta aula, que a partir das comunidades agrícolas que se 
estabeleceram no período da pré-história, grandes civilizações começaram a se 
formar nas proximidades de grandes rios, aproveitando-se do regime de suas 
águas para a prática da agricultura em grandes extensões de terras férteis. 
Assim os vales dos rios Nilo, Eufrates e Tigre foram primordiais na região 
denominada de Crescente Fértil, que compreende o Egito e a Mesopotâmia. 
Mas também vimos que outras civilizações se estabeleceram em outras 
regiões não tão favorecidas, como foi o caso dos hebreus, e outras sociedades 
cuja principal característica era o predomínio das relações escravistas de 
produção. Isso ocorreu na Grécia e em Roma, onde a produção se baseava no 
trabalho escravo sob o domínio de uma elite de grandes proprietários de terras 
e escravos. 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
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Brasiliense, 1974. 
AYMARD, A.; AULOYER, J. O Oriente e a Grécia Antiga: as civilizações 
imperiais. In: CROUZET, M. História Geral das Civilizações. Rio de Janeiro: 
Bertrand Brasil, 1998. 
______. Roma e seu Império: as civilizações da unidade romana. São Paulo: 
Difel, 1988. 
COULANGES, F. A Cidade Antiga. São Paulo: Hemus, 1975. 
FUNARI, P. P. Antiguidade clássica: a história e a cultura através dos 
documentos. São Paulo: Unicamp, 1995. 
GRIMAL, N. História do Egito Antigo. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 
2012. 
PEREIRA, M. H. R. Estudos de História da Cultura Clássica: cultura grega. 
Lisboa: Gulbenkian, [s.d.]. 
PINSKI, J. 100 textos de História Antiga: textos e Documentos. São Paulo: 
Contexto, 1991. 
ROSTOVTZEFF, M. História de Roma. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
1983.

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