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VEE ONE APOSTILA DO CURSO DE CMV METEOROLOGIA 20SET2015

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APOSTILA DO CURSO DE COMISSÁRIO DE VOO 
 
Meteorologia 
 
 
 
1 
 
Meteorologia 
A Meteorologia como Ciência 
Introdução 
Você deseja saber como será o tempo no final de semana? 
E na semana que irá começar, seria de grande utilidade conhecer previamente as condições climáticas para os 
próximos dias de trabalho? 
Que roupa vou vestir? 
O que pode ser mais confortável para trabalhar? 
Devo me prevenir no final da tarde? 
O agricultor e as usinas hidrelétricas tem interesse em saber se vai chover? 
E as grandes confecções de roupas, precisam conhecer as condições climáticas do país, estado ou cidade onde 
estão sediadas? 
Pois bem, se alguma das respostas acima foi positiva, com certeza você depende de alguém que trabalhe em prol 
das famosas previsões meteorológicas. 
Como você, diversas pessoas também possuem essa necessidade. Seja para o lazer, para o trabalho, para uma 
viagem ou para o desenvolvimento de qualquer outra atividade, cada um dentro dos seus interesses, procura saber 
as condições do meio no qual irá trabalhar, se divertir ou viver. 
Para o aeronauta, este meio é o ar. Por vezes calmo, por vezes turbulento, por vezes complexo de se entender, uma 
tripulação que deseja realizar um voo com segurança e conforto, deve obrigatoriamente conhecer as condições do 
tempo na rota que irá percorrer e de seus arredores. 
Mas isso não é assunto somente para pilotos? Com certeza não. 
O comissário, profissional em contato direto com o cliente a bordo, deve conhecer os fenômenos que cercam o seu 
local de trabalho (o ar), e que possam afetar diretamente a aeronave em voo. Seja para prestar uma simples 
informação de como está o tempo no destino, esclarecer a dúvida de um cliente mais curioso, transmitir segurança, 
planejar a execução do serviço de bordo e acima de tudo entender o que acontece em um determinado momento do 
voo, o comissário deve ter o conhecimento prévio dos fenômenos meteorológicos possíveis de se encontrar em uma 
viagem. 
O estudo da meteorologia é complexo e dinâmico. Como disciplina universitária, requer uma grande carga horária de 
estudo e pesquisa, para que o profissional meteorologista possa começar a atuar no ramo. 
A nossa meta neste estudo aqui é outra. Abranger de maneira clara e objetiva, o que será necessário para você, 
aluno comissário, realizar uma boa prova na ANAC. 
O Conceito de Meteorologia 
Meteorologia é a ciência que estuda a atmosfera, seus fenômenos e atividades. É um ramo da Geofísica, ciência 
natural que se ocupa da física do globo terrestre no que diz respeito à sua estrutura sólida (litosfera), líquida 
(hidrosfera) e gasosa (atmosfera). 
Divisão da Meteorologia 
Meteorologia pura: Estudo puro da ciência meteorológica, dos fenômenos e dos porquês destes fenômenos. Estudo 
dirigido para o campo da pesquisa. 
Ex: Meteorologia Sinótica, Dinâmica, Climatologia, etc 
Meteorologia aplicada: Estudo da meteorologia dirigido para os diversos ramos da atividade humana como a 
atividade marítima, industrial, agrícola, aeronáutica entre outras. 
 
2 
 
 
Meteorologia Aplicada à Aeronáutica 
Este estudo está voltado para o campo da meteorologia aplicada, especificamente no ambiente aeronáutico. 
Também chamada de meteorologia aeronáutica, compreende o estudo dos processos físicos que ocorrem na 
atmosfera, tendo em vista a economia e a segurança das atividades aéreas. 
Este tipo de serviço está estruturado para fornecer informações meteorológicas dividindo-se em: 
 Observação: Verificação visual e instrumental dos elementos que representam as condições 
meteorológicas, de um determinado local em um dado momento. 
 Divulgação: Transmissão codificada para fins de difusão no meio aeronáutico, das observações realizadas, 
coletadas e analisadas. 
 Coleta: Recepção dos dados observados de uma determinada região 
 Análise: Estudo e interpretação das observações coletadas, tendo em vista o apoio aeronáutico a ser 
fornecido sob a forma de prognósticos de tempo ou previsão do tempo. 
 Exposição: Entrega dos dados, observados ou previstos, para consulta dos usuários. 
A informação meteorológica apóia a navegação aérea através da seqüência de todas estas fases. 
Basicamente, o serviço de meteorologia é composto de uma rede de estações de superfície, rede de estações de 
radiossondagem, estações rastreadoras de satélites meteorológicos e centros de previsão meteorológica. 
A meteorologia é coordenada internacionalmente para emprego generalizado, pela (OMM) Organização 
Meteorológica Mundial, com sede em Genebra, que é um organismo da (ONU) Organização das Nações Unidas. 
Para emprego específico à navegação aérea é coordenada através da (OACI) Organização da Aviação Civil 
Internacional. No Brasil, esta atividade é de responsabilidade do Comando da Aeronáutica, através do (DECEA) 
Departamento de Controle do Espaço Aéreo, que também responde pelas atividades ligadas ao controle de tráfego 
aéreo e das comunicações aeronáuticas. 
 
A Terra no Espaço 
A Terra e o Sistema Solar 
A Terra pertence ao sistema solar, cujo centro é o Sol, em torno do qual giram pelo espaço os planetas de seu 
sistema, todos iluminados. 
Juntamente com a Terra e os planetas que compõe o sistema solar, vagam pelo espaço inúmeros outros corpos 
celestes, como estrelas, satélites naturais, cometas, meteoros entre outros. Estes astros formam gigantescas 
aglomerações, denominadas galáxias pelos cientistas. Estima-se que no Universo existam mais de 100 milhões de 
galáxias, separadas entre si por imensos espaços. 
A galáxia onde a Terra está localizada é chamada de Via Láctea. 
Quase todos os corpos celestes que podemos ver á noite, a olho nu, fazem parte desta galáxia e, em sua maioria são 
estrelas. 
Movimentos da Terra 
A Terra possui dois movimentos distintos: Rotação e translação ou revolução. 
Rotação: Movimento executado em torno do próprio eixo imaginário, de oeste para leste, a cada 24 horas no sentido 
anti-horário. 
O eixo terrestre é uma linha imaginária que passa pelo centro da Terra, no sentido dos pólos. 
Nas extremidades do eixo encontraremos o Pólo Norte (Hemisfério Norte), e o Pólo Sul (Hemisfério Sul). 
 
3 
 
O movimento de rotação da Terra determina a sucessão dos dias e das noites, como o conseqüente aquecimento 
diurno e resfriamento noturno. 
 
 
 
Movimento de rotação da Terra 
 
Translação ou Revolução: Movimento executado ao redor do Sol em uma órbita elíptica a cada 365 dias e 6 horas, 
1 ano. 
 
Movimento de translação da Terra 
Estações do Ano 
A Terra gira em torno do Sol com uma inclinação de 23º e 27'. 
 
4 
 
Relacionando-se as diferentes posições e distância da Terra em relação ao Sol, ao longo do seu movimento de 
translação, a sua inclinação citada e a forma arredondada, é possível concluir que os raios solares não atingem com 
a mesma intensidade as diversas regiões do planeta. Desta forma, os Hemisférios Norte e Sul, recebem quantidades 
diferentes de luz e calor durante as épocas do ano. 
 
 
Coordenadas Geográficas 
Para que cada ponto da superfície da Terra possa ser localizado num mapa foi criado um sistema de linhas 
imaginárias chamado de "Sistema de Coordenadas Geográficas." A coordenada geográfica de um determinado 
ponto da superfície da Terra é obtida pela interseção de um meridiano e um paralelo 
Latitude – É o afastamento, medido em graus, da linha do Equador a um ponto qualquer da superfície terrestre. Ela 
vai de 0° a 90° e pode ser norte ou sul. 
Longitude– É o afastamento, medido em graus, do meridiano de Greenwich a um ponto qualquer da superfície 
terrestre. Ela vai de 0° a 180° e pode ser leste ou oeste. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Latitudes Terrestre 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No estudo do globo terrestre, os cientistas concluíram que próximo à Linha do Equador, os raios do Sol atingem a 
Terra perpendicularmente, consequentemente com maior intensidade. Partindo em direção aos Polos, os raios do Sol 
atingem a Terra deforma inclinada, consequentemente com menor intensidade, o que faz com que a superfície 
terrestre, apresente temperaturas que variam muito de um polo a outro. 
Esta variação da incidência da luz solar no globo terrestre, de acordo com os fatores já citados acima, é o ponto 
determinante para que existam as estações do ano. 
 
5 
 
 
Diferente incidência dos raios solares no globo terrestre 
Em uma análise mais profunda, é possível observar que certas regiões do globo terrestre apresentam semelhanças 
na incidência dos raios solares. 
Esta característica confere à Terra uma divisão em zonas, chamadas zonas térmicas da Terra, sendo elas: 
• Zona equatorial: Zona situada imediatamente ao redor da Linha do Equador. Devido a já citada incidência 
perpendicular dos raios solares nesta região do globo, as altas temperaturas são características marcantes na zona 
equatorial; 
• Zona tropical: Zona situada entre a região equatorial e o Trópico de Capricórnio no Hemisfério Sul, e a região 
equatorial e o Trópico de Câncer no Hemisfério Norte. Ainda recebendo os raios solares quase que 
perpendicularmente, temperaturas elevadas praticamente o ano todo caracterizam esta região; 
• Zona temperada: Zona situada entre o Trópico de Capricórnio ou o Trópico de Câncer e o Círculo Polar. Na zona 
temperada é possível perceber facilmente a diferença entre as estações do ano, as temperaturas geralmente são 
baixas durante o inverno, agradáveis e amenas durante o outono e a primavera e altas durante o verão.; 
• Zona polar: Zona situada entre os Círculos polares e os respectivos Pólos. As estações do ano não são tão 
distintas quanto nas zonas temperadas, pois as temperaturas são sempre baixas, permanecendo normalmente 
abaixo de 0º. 
 
A atmosfera Terrestre 
O Conceito de Atmosfera Terrestre 
A atmosfera terrestre é uma massa de ar inodora, incolor e insípida, presa a Terra pela ação da gravidade, 
acompanhando-a em seus movimentos. 
A atmosfera terrestre é uma mistura de diversos gases, cada qual com a sua função definida. 
A combinação desses gases é um dos principais fatores que permitem a existência da vida em nosso planeta. 
A proporção dos gases atmosféricos é a seguinte: 
 
6 
 
 
78% de Nitrogênio (N2); 21% de Oxigênio (O2); 1% de outros gases. 
É fundamental citar, que o vapor de água, elemento mais importante para a meteorologia, não faz parte da 
composição do ar atmosférico, usando-o apenas como meio de transporte. 
O vapor de água / umidade do ar, será estudado mais adiante. 
Portanto, os valores da composição atmosférica listados acima são válidos considerando o ar como seco. 
 
Camadas Atmosféricas 
Estima-se que o limite entre a atmosfera (nível médio do mar) e o espaço cósmico, encontra-se a uma altitude que 
varia entre 750 e 1000 quilômetros aproximadamente. 
A união Geodésica Internacional, em 1951, estabeleceu uma divisão deste espaço em diferentes camadas. Tais 
camadas foram chamadas de camadas atmosféricas. 
De acordo com as observações e pesquisas realizadas, foi possível concluir, que cada camada apresenta uma ou 
mais características únicas e importantes. 
Vale destacar que o estudo das camadas atmosféricas é complexo e detalhado, no entanto, vamos conhecer e 
estudar o que é importante para a realização de uma boa prova na ANAC. 
 Troposfera: Camada mais baixa da atmosfera, onde se produzem os principais fenômenos meteorológicos. 
A maioria dos voos nos dias atuais ocorre dentro desta camada. 
A troposfera apresenta como principal característica o decréscimo da temperatura com o aumento da altitude 
(gradiente térmico), na ordem 2ºC para cada 1000 pés ou 0,65ºC para cada 100 metros. 
 Tropopausa: Camada imediatamente acima da troposfera. Possui de 3 a 5 Km de espessura, tendo como 
principal característica a isotermia (temperatura vertical constante). 
 Estratosfera: Camada seguinte à tropopausa, que se estende aproximadamente até 70Km de altitude, onde 
tem início a difusão da luz. Ocorre na estratosfera uma concentração de ozônio que funciona como filtro 
seletivo dos raios ultravioletas. 
 Ionosfera: Camada seguinte à estratosfera onde tem início a filtragem seletiva da radiação solar. Esta 
camada absorve a radiação muito penetrante do sol, composta de raios gama, raios X e raio ultravioleta 
penetrante, tornando-a ionizada (ótima condutora de eletricidade). 
 Exosfera: Camada seguinte à ionosfera. Estende-se verticalmente até aproximadamente 1000 Km de 
altitude. A exosfera é a camada que se confunde gradativamente com o espaço interplanetário. 
 
 
Propriedades da Atmosfera 
 
7 
 
Mobilidade, compressibilidade e capacidade de reter quantidades variáveis de vapor d'água são algumas das 
propriedades da atmosfera terrestre. 
Outra importante função da atmosfera terrestre é funcionar como um filtro seletivo, absorvendo, difundindo e 
refletindo as ondas perigosas à vida emitidas pelo Sol em todos os sentidos. 
A quantidade de energia solar que atinge o limite superior da superfície terrestre é chamada de insolação. 
A filtragem seletiva que a atmosfera exerce sobre a radiação solar, processa-se através de três etapas distintas, 
sendo elas: absorção, difusão e reflexão. 
 Absorção: A absorção mais importante é a que ocorre na ionosfera, onde as formas de energia mais 
penetrantes e perigosas à vida, tais como, raios gama, raios X e raios ultravioleta penetrantes, são 
absorvidas. 
 Difusão: Processo pelo qual a luz emitida pela radiação solar é difundida ou espalhada em todas as 
direções. 
 Reflexão: Uma boa parte da radiação solar de natureza luminosa é refletida de volta para o espaço, 
principalmente pelas nuvens e pela superfície da Terra. Este efeito de reflexão chama-se albedo (razão total 
de energia refletida para o total de emergia incidente), sendo o albedo médio da Terra de 35%. As superfícies 
brancas e lisas são boas refletoras, possuindo um albedo elevado. 
Pressão Atmosférica 
Assim como todos os líquidos, o ar tem um peso. Desta forma, o ar exerce uma força em todas as direções e sobre 
todos os objetos e seres vivos que se encontram mergulhados nele. 
O peso que a atmosfera exerce sobre uma área qualquer da superfície terrestre denomina-se pressão atmosférica. 
Em meteorologia aeronáutica, a unidade de pressão mais utilizada é o hectopascal (hPa). É possível citar ainda, pelo 
menos mais duas unidades de medida de pressão, o milímetro de mercúrio (mmHG) e a polegada de mercúrio 
(PolHG). 
O instrumento medidor de pressão é o barômetro, e o instrumento registrador é o barógrafo. 
Variação da pressão atmosférica com a densidade 
Um conceito importante que deve ser compreendido, e que influe 
 
ncia diretamente na pressão atmosférica, é a densidade do ar. 
Densidade é a razão entre massa e volume, (d = m / v). Com esta fórmula, e possível afirmar que quanto mais massa 
de ar existir em um determinado local, mais denso será o ar e conseqüentemente mais pesado também. 
Baseado neste conceito, é correto afirmar que quanto mais denso for o ar, mais pressão ele irá exercer sobre um 
lugar ou corpo qualquer. Ao contrário, quanto menos denso for o ar, menor pressão ele irá exercer. 
No entanto, existem outros importantes fatores que influenciam diretamente na pressão atmosférica e que devem ser 
analisados. 
Variação da pressão atmosférica com a temperatura 
A pressão atmosférica pode variar de acordo com a temperatura do ar. Quando o ar está mais frio, as moléculas dos 
gases agrupam-se, a massa de ar de um determinado lugar aumenta, e conseqüentemente aumenta também a 
densidade do ar. Como já citado, ele passa a ficar mais pesado, exercendo maior pressão sobre o local onde 
repousa. 
Com base nestas informações, é possível afirmar que as pressões atmosféricas mais elevadas do planeta, estão 
localizadas, sobretudo, nas zonas polares e temperadas, onde as temperaturas são mais baixas. 
Ao contrário, quando o ar está mais quente, as moléculas dos gases afastam-se e ele fica mais rarefeito(menos 
denso), leve e com baixa pressão. 
 
8 
 
Desta forma, as pressões atmosféricas mais baixas estão localizadas, em geral, nas zonas equatorial e tropical, onde 
as temperaturas do ar são mais elevadas. 
Variação da pressão atmosférica com a altitude 
A pressão atmosférica diminui com o aumento da altitude na razão de 1hPa para cada 30 pés. 
No nível médio do mar, encontraremos a maior pressão possível do globo terrestre, pois neste nível, sempre existirá 
a maior coluna de ar pressionando a superfície da Terra. 
Quanto mais se sobe, menos quantidade de ar haverá e conseqüentemente menos pressão também. 
A tabela a seguir, conclui de maneira prática, o estudo relacionado à pressão atmosférica. 
A temperatura elevou Menor Pressão Menor Densidade 
A temperatura diminuiu Maior Pressão Maior Densidade 
A altitude aumentou Menor Pressão Menor Densidade 
A altitude diminuiu Maior Pressão Maior Densidade 
A altitude aumentou Menor a temperatura 
A altitude diminuiu Maior a temperatura 
A densidade aumentou Maior Pressão 
A densidade diminuiu Menor Pressão 
 
Atmosfera Padrão (ISA) 
A atmosfera padrão ISA (ICAO Standard Atmosphere), é uma atmosfera de laboratório. Foi criada em 1952 e 
apresentada para conhecimento e emprego internacional em 1954. 
A ISA é uma atmosfera ideal, que surgiu da necessidade de se comparar os valores apresentados em um dado 
momento pela atmosfera real, com os valores conhecidos, estudados e considerados ideais para voo. 
Comparando os valores ISA, com os valores reais da atmosfera, é possível determinar, por exemplo, a performance 
de uma aeronave no transcorrer de um voo. 
As principais características da atmosfera padrão são: 
• Ar: O ar não contém impurezas, sendo considerado seco com 78% de Nitrogênio, 21% de oxigênio e 1% de 
outros gases; 
• Velocidade do som: 340m/s; 
• Temperatura padrão ao nível médio do mar: 15ºC, com um gradiente térmico de 2ºC/1000 pés ou 
0,65ºC/100m até alcançar a tropopausa a cerca de 11000m acima do nível do mar; 
• Pressão padrão: 1013,2 hPa, 760 mmHG ou 29,2 polHG, com um gradiente de pressão de 1hPa/30 pés ou 
9m, podendo ser utilizado somente até 4000 pés. 
 
Calor e Temperatura 
O Conceito de Calor e Temperatura 
O calor é uma forma de energia que indica o estado de agitação das moléculas de um corpo. Temperatura é uma 
medida da velocidade média destas moléculas. 
O instrumento medidor oficial de temperatura é o termômetro. Os termômetros são calibrados tendo em vista dois 
pontos de referência ou padrões. O gelo fundente que proporciona o ponto para a chamada temperatura de 
congelação e a água fervente, (pressão ao nível médio do mar), que proporciona o ponto para chamada temperatura 
de ebulição. 
 
9 
 
Existem pelo menos duas escalas para medir temperatura. Para países de língua inglesa a escala utilizada é o 
Fahrenheit. No entanto, a escala oficialmente aplicada na aviação internacional é a escala Celsius. 
Na escala Celsius, o ponto de congelação da água é de 0ºC e o ponto de ebulição 100ºC. Na escala Fahrenheit, a 
temperatura de congelação da água é 32ºF e a temperatura de ebulição 212ºF. 
A transformação de uma escala para outra poderá ser efetuada através da fórmula ºC / 5 = (ºF - 32) / 9. 
Processo de Transmissão do Calor 
Existem quatro processos principais de transmissão do calor em meteorologia: Radiação condução, convecção e 
advecção. 
• Radiação: É um processo de transmissão de calor a distância, sem contato entre os corpos, sob a forma de ondas. 
Exemplo: A radiação solar. 
 
Transmissão de calor por radiação 
• Condução: É a transmissão do calor de um corpo mais quente a um corpo mais frio por contato. 
Exemplo: O ar permanecendo sobre uma superfície mais quente adquire calor por condução, e aquele que está 
sobre uma superfície mais fria perde calor por condução. 
• Convecção: Transporte de calor no sentido vertical. 
Exemplo: Quando a Terra se aquece, ela própria aquece o ar. Esse ar aquecido sobe, porque se torna menos denso 
e mais leve. O ar mais frio, mais denso e mais pesado, desce para tomar o lugar do ar mais quente que subiu. Desta 
forma uma corrente contínua de ar quente subindo e de ar frio descendo se forma, chamada de corrente convectiva. 
 
Transmissão de calor por convecção 
• Advecção: Transporte de calor no sentido horizontal. 
 
10 
 
Exemplo: O caso mais típico é o vento. 
 
Transmissão de calor por advecção 
O Efeito Estufa 
Como já foi citado, a maior parte da radiação solar que atinge o planeta Terra é absorvida pela sua superfície. 
Esta radiação é transformada em calor, que aquece a atmosfera terrestre. Parte deste calor perde-se para o espaço 
cósmico, e o restante é bloqueado por uma camada protetora de gases e poeira, que o mantém na atmosfera, 
originando o efeito estufa. 
Portanto, o efeito estufa é um fenômeno natural que não permite que a atmosfera da Terra se resfrie de modo 
excessivo. 
Porém, estudos indicam que o efeito estufa tem se acentuado a partir do século XX devido à ação humana, que 
provoca a emissão exagerada de poluentes na atmosfera, sobretudo de gás carbônico. Este gás provém da queima 
de combustíveis de origem fóssil, como a gasolina e o óleo diesel. Também colaboram para o aumento do gás 
carbônico na atmosfera, as grandes queimadas realizadas nas florestas, como ocorre na Amazônia, nas pastagens e 
nas lavouras após as colheitas. 
Com o aumento dos gases e poeira em suspensão na atmosfera, a camada protetora do globo se torna mais 
espessa, conseqüentemente a temperatura média do ar atmosférico se eleva. 
Este fato é perigoso. Estudiosos informam que a temperatura média do globo poderá aumentar ainda cerca de 2ºC 
nas próximas décadas. Esse fenômeno pode acarretar muitas transformações na natureza e, conseqüentemente na 
sociedade humana, tais como: 
• alterações climáticas com regiões frias tendo sua temperatura elevada e regiões úmidas tornando-se 
extremamente secas. Tais alterações podem também fazer com que regiões férteis e atualmente utilizadas 
para lavoura tornem-se verdadeiros desertos; 
• aumento no número de tempestades, furacões e tornados; 
• extinção de animais e plantas de diversos ecossistemas terrestres; 
• derretimento do gelo nas regiões polares podendo causar uma perigosa elevação no nível do mar. 
 
A água na Atmosfera Terrestre 
Os estados Físicos da Água 
 
11 
 
A água existe na atmosfera em três estados físicos: Sólido, líquido e gasoso. No estado sólido toma a forma de neve, 
granizo, granizo pequeno, nuvens e nevoeiro congelante. 
Como líquido toma a forma de chuvisco, chuva, nuvem e nevoeiro. 
No estado gasoso é conhecida como vapor de água. 
Mudanças do Estado Físico da Água 
A água estando no estado sólido necessita de uma certa quantidade de calor para passar para o estado líquido 
(fusão). Caso continue absorvendo calor, ela passará para o estado de vapor (evaporação). 
Perdendo calor, no estado de vapor, a água retorna para o estado líquido (condensação). Perdendo mais calor ela 
voltará a forma sólida (congelação). 
A passagem do sólido para o gasoso como do gasoso para o sólido denomina-se sublimação. 
A tabela a seguir, expõe de maneira prática, o estudo relacionado à mudança dos estados físicos da água. 
 
 
Umidade Atmosférica 
O vapor de água não é um elemento integrante da atmosfera, porém sob o ponto de vista meteorológico torna-se o 
elemento mais importante. 
No item tópico anterior, estudamos que a água pode ser encontrada na atmosfera em três estados, gasoso, líquido e 
sólido. 
 
12 
 
Quando ocorre a evaporação, a água permanece algum tempo na atmosfera no estado gasoso, podendo, entretanto 
condensar ou sublimar sob a forma de gotas d'água ou cristais de gelo, formando nuvens ou nevoeiros e as névoas, 
que serão estudadas mais adiante. 
Esta quantidade de água presente na atmosfera (incluindo a água que retorna a superfície pelas chuvas), confere ao 
ar uma determinada umidade. 
O teor de vapor d'águapresente num dado volume de ar constitui o que é chamado de umidade do ar. 
O ar atmosférico tem uma capacidade limitada de reter vapor de água (sob forma invisível) e essa capacidade é 
diretamente proporcional à temperatura. 
Quando um certo volume de ar contém a capacidade máxima de vapor d'água para uma determinada temperatura, é 
dito que o ar está saturado. 
O conteúdo de vapor de água presente no ar pode ser expresso através de dois elementos, sendo eles; temperatura 
do ponto de orvalho e umidade relativa (UR). 
Temperatura do ponto de orvalho 
Temperatura em que o ar, sob pressão constante, é resfriado até atingir a saturação. 
A temperatura do ponto de orvalho é sempre comparada com a temperatura real do ar, a fim de avaliar seu teor de 
umidade. 
Quanto mais próxima a temperatura real do ar estiver da temperatura do ponto de orvalho, maior será a umidade 
deste ar, e maior será as chances de ocorrerem fenômenos meteorológicos significativos. 
É fato que para a aviação, quanto antes for possível prever a ocorrência destes fenômenos melhor, pois desta forma, 
o piloto ou a companhia aérea pode planejar de maneira mais segura e eficaz os voos de suas aeronaves. 
Obs1: É importante citar, que a temperatura do ponto de orvalho é conhecida através de um processo induzido. 
Obs2: O ar saturado é mais leve que o ar seco, portanto, o ar saturado sempre terá a tendência de subir. 
Umidade relativa (UR) 
É a relação entre a quantidade de vapor de água presente no ar e a quantidade máxima que este ar pode conter de 
vapor de água, nas mesmas condições de pressão e temperatura, expressa em porcentagem. 
VAPOR DE ÁGUA ===========> 0% 1% 2% 3% 4% 
UMIDADE RELATIVA ===========> 0% 25% 50% 75% 100% 
 
O Ciclo Hidrológico 
Um outro fator já citado neste capítulo que favorece o aumento da quantidade de vapor de água de um determinado 
lugar é a chuva. 
A chuva acontece através de um processo chamado de ciclo hidrológico. 
O volume de água existente na Terra é praticamente constante, mas está em contínuo movimento graças à ação do 
calor do Sol e da força da gravidade. 
As águas evaporam com o calor. O vapor (ar mais úmido e menos denso) sobe às alturas, onde por ação das baixas 
temperaturas, condensa ou sublima em finíssimas gotas ou micro cristais de gelo, formando as nuvens. 
Ainda em elevação natural ou levadas pelo vento, as nuvens passam em seu percurso por zonas mais frias. Suas 
finas gotas ou os micros cristais de gelo se unem cada vez mais e vão ganhando peso. 
Para que ocorra a precipitação, é necessário que as gotas ou os cristais de gelo tenham peso suficiente para 
precipitarem. Este peso é atingido pelo aumento de tamanho da gota ou do cristal, quando uma gota ou um cristal 
 
13 
 
começa a se juntar a outro até ganhar um formato tal que não seja mais possível ficar em suspensão. Por fim 
acontece o que chamamos de chuva (precipitação para a meteorologia). Com isso o ciclo recomeça, dando origem 
ao ciclo hidrológico. 
 
 
Nuvens 
O Conceito de Nuvens 
As nuvens são aglomerados de gotículas de água ou de cristais de gelo que se encontram em suspensão na 
atmosfera. 
As nuvens se formam quando o ar atinge o ponto de saturação, ou seja, quando ele está saturado de vapor de água 
e é submetido a baixas temperaturas. 
Devido à ação dos ventos e pelo fato do ar saturado ser mais leve que o ar seco, o mesmo é elevado para altitudes 
maiores, onde se resfria e condensa ou sublima. 
Para uma formação ser considerada como nuvem, a mesma deve ter a sua base formada a partir de 30 metros de 
altura. 
As nuvens com temperaturas entre 0ºC e -10ºC são compostas, em sua maior parte, de gotículas de água 
superesfriadas. Esta condição pode produzir a formação de gelo sobre as aeronaves. 
Quando a temperatura está abaixo de -10ºC, a tendência é que as nuvens sejam compostas em sua maioria por 
cristais de gelo. 
Classificação das Nuvens 
• Quanto ao aspecto físico: 
 Estratiforme: Possui grande desenvolvimento horizontal com pouco desenvolvimento vertical. 
 
Nuvem estratiforme 
- Cumuliforme: Possui grande desenvolvimento vertical com pouco desenvolvimento horizontal. 
 
14 
 
 
Nuvem cumuliforme 
• Quanto a estrutura física: 
 Líquidas: São as nuvens constituídas por gotículas de água formadas através da condensação em baixas 
alturas, onde as temperaturas são positivas; 
 Sólidas: São as nuvens compostas por cristais de gelo, formadas através da sublimação, em alturas 
elevadas, onde as temperaturas são negativas; 
 Mistas: São as nuvens constituídas tanto de gotículas de água como de cristais de gelo, formadas através da 
condensação ou sublimação, em alturas médias, onde as temperaturas estão na faixa de 0ºC. 
• Quanto ao estágio de formação: 
Os estágios são definidos em função das alturas médias das bases em que se formam as nuvens. 
 Baixas: 30m a 2000m; 
 Médias: 2000m a 4000m nas latitudes polares, 2000m a 7000m nas latitudes temperadas e de 2000m a 
8000m nas latitudes tropicais; 
 Altas: Acima das nuvens médias. 
• Quanto ao gênero: 
As nuvens são distribuídas em 10 gêneros exclusivos, isto significa que uma dada nuvem só pode pertencer a um 
único gênero. 
 Baixas: 
o Stratus (St): Precipita o chuvisco; 
o Stratocumulus (Sc): Turbulência apenas dentro da nuvem. 
o Nimbostratus (Ns): Precipitação de chuva ou neve que caem abundantemente. 
 Médias: 
o Altocumulus (Ac): Identificam turbulência nos níveis médios. 
o Altostratus (As): Precipitação na forma de chuva ou neve de caráter continuo. 
 Altas: 
o Cirrus (Ci): Indica geralmente o núcleo da corrente de jato (ventos de altitude de velocidade elevada). 
o Cirrocumulos (Cc): Indica a base da corrente de jato e turbulência em níveis altos; 
o Cirrostratus (Cs): Produz o fenômeno do halo, um anel luminoso ao redor do Sol ou da Lua. 
Obs: As nuvens altas Ci, Cc e Cs nunca precipitam. 
• Nuvens de desenvolvimento vertical: 
- Cumulus (Cu): Precipitação na forma de pancadas de chuva e neve. 
- Cumulonimbus (Cb): É a nuvem de trovoada, sendo densa e pesada com considerável extensão vertical na 
forma de uma montanha ou torre gigantesca. O aspecto sombrio e ameaçador dos Cb's é habitualmente 
aumentado pelos relâmpagos e trovões que deles se originam. 
Pode ainda ser agravado por fortes pancadas de chuva, neve e granizo. 
 
15 
 
 
 
 
Ventos 
O Conceito de Vento 
Vento é o movimento horizontal do ar provocado por uma diferença de pressão entre dois pontos. 
Forças que Atuam sobre o Vento 
Força do gradiente de pressão: A força do gradiente de pressão é aquela formada pela diferença de pressão entre 
dois pontos, em uma mesma superfície. 
Dois pontos à superfície, ambos com a mesma pressão atmosférica de 1016hPa, na mesma densidade e na mesma 
temperatura estarão em equilíbrio. Este equilíbrio entre os dois pontos faz com que não haja nenhum movimento de 
ar entre eles, neste caso, para a meteorologia, o vento é considerado calmo. 
Caso a pressão em um dos pontos aumente, existirá uma diferença de densidade entre os dois pontos. O ar tenderá 
a equilibrar a diferença, fluindo do ponto de maior pressão, para o ponto de menor pressão. 
Quanto maior for a diferença de pressão entre os pontos citados, para uma mesma distância, haverá ventos mais 
fortes. 
Força de Coriolis: Se a Terra não possuísse o movimento de rotação, o ar fluiria diretamente da alta para baixa 
pressão. Isto realmente ocorre no movimento do ar em pequenas distâncias. 
No entanto, quando ele flui sobre grandes distâncias, é desviado em conseqüência deste movimento, o movimento 
de rotação da Terra. 
A força aparente provoca o desvio do vento para a esquerda no HS e para a direita no HN. 
Esta força é chamada de força de Coriolis. Ela é mais forte nos Pólos e decresce até o zero no Equador. 
Força centrífuga: Ventos que descrevem uma trajetória curvilínea, regido por uma diferença de pressão, por 
exemplo, serão sempre forçados para fora do centro de curvatura, por ação da força centrífuga.16 
 
Força de atrito: O vento que flui próximo da superfície da Terra sofre a influência direta desta superfície, modificando 
a sua direção e velocidade. Esta influência é denominada força de atrito. 
O atrito com a superfície é efetivo até 600m, denominado "nível gradiente". A camada atmosférica compreendida 
entre a superfície e o nível gradiente, é chamada "camada de fricção", e a atmosfera total acima dela é denominada 
"atmosfera livre". A camada de fricção por sua vez, divide-se em duas camadas: A camada limite, que se estende da 
superfície até 100m, e a camada de transição, que se estende de 100m a 600m. Os ventos que sopram dentro da 
camada limite são chamados de ventos de superfície e os que fluem na camada de transição são chamados ventos 
superiores ou de altitude. 
 
Desenho esquemático da camada de fricção 
Correntes de Jato 
É uma estreita corrente de ar de grande velocidade ao redor do globo, em forma de ondas. 
Existem duas corrente de jato em cada hemisfério com largura de 400Km, embora chegando as vezes até 500Km. 
Sua espessura ou profundidade varia muito atingindo 7Km em certa condições. 
A velocidade mínima das correntes de jato gira em torno de 50Kt. O seu deslocamento é de Oeste em ambos os 
hemisférios acompanhando o movimento de rotação da Terra. 
O tipo de nuvem comum associada à corrente de jato é o Cirrus que surge na parte central da corrente indicando 
para onde o vento sopra. Na base da corrente surge os Cirrocumulos indicando a turbulência de céu claro (CAT) a 
ela associada. 
Obs: A turbulência de céu claro (CAT), será estudada no capítulo de turbulência. 
Descrição do Vento 
Os ventos são caracterizados por direção, velocidade e caráter. 
Direção: A direção do vento é considerada de onde ele sopra e é dada em relação a rosa dos ventos, no sentido 
horário. 
O vento, para efeito de meteorologia, é sempre dado em relação ao Norte Verdadeiro e em relação ao Norte 
Magnético para efeito de pousos e decolagens pelos órgãos de tráfego aéreo. 
 
17 
 
Velocidade do vento: A velocidade do vento é dada em nós (Kt), que representa a milha náutica (MN) percorrida na 
unidade de tempo (hora). 
Caráter do vento: O caráter do vento é a sua regularidade de fluxo. Ele pode variar ou não em direção e/ou 
velocidade. 
A classificação do caráter do vento está disposta da seguinte forma: 
• Contínuo: Sem variações significativas; 
• Variável: Amplas variações na direção; 
• Rajada: Variações bruscas de velocidade, pelo menos 10 Kt em um período de 20 segundos. 
Instrumentos de Medição da Direção e Velocidade do Vento 
Direção: Anemoscópio e biruta. 
O anemoscópio é o indicador de direção do vento para os órgãos de controle de tráfego aéreo. 
A biruta é o indicador visual da direção do vento para os pilotos. 
Velocidade: Anemômetro. 
O anemômetro é o indicador de velocidade do vento para os órgãos de controle de tráfego aéreo. 
 
Anemômetro (Velocidade), Anemoscópio (Direção) 
 
Biruta (Indicador visual de direção do vento) 
 
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Efeitos do Vento sobre as Aeronaves 
Os pousos e decolagens, a priori, serão efetuados com vento de proa. 
A variação na direção e velocidade do vento prejudica as operações de pousos e decolagens, podendo em alguns 
casos até suspende-las. 
Ainda em relação aos pousos e decolagens, é muito importante para o piloto saber de onde vem o vento, bem como 
a sua velocidade. Com essas informações, fornecidas pelos órgãos de controle de tráfego aéreo dos aeroportos, ele 
pode aplicar as correções necessárias para um pouso ou uma decolagem segura. 
Nos voos em rota, é de extrema importância o conhecimento da direção e velocidade do vento também. Isto para as 
possíveis correções de deriva e melhor aproveitamento e consumo de combustível durante a navegação. 
 
Nevoeiro 
O Conceito de Nevoeiro 
Fenômeno resultante da condensação ou sublimação do vapor de água junto ao solo, representando um grande 
perigo para as aeronaves nas operações de pouso e decolagem pela redução de teto e visibilidade. 
O nevoeiro ocorre com umidade relativa entre 97% e 100%, visibilidade horizontal inferior a 1000 metros e vento 
fraco. 
Quando a visibilidade for de 1000m ou mais e a umidade relativa entre 80% e 100%, ocorre um nevoeiro muito tênue, 
ao qual chamamos de névoa úmida. 
Quando existir na atmosfera núcleos de condensação como sais, poeira e poluição, sem a condensação do vapor de 
água (baixa umidade), ocorre a formação da chamada névoa seca. Neste fenômeno a visibilidade é de 1000m ou 
mais e a umidade relativa abaixo de 80%. 
 
Turbulência 
O conceito de Turbulência 
A turbulência é o movimento irregular do fluxo de ar na direção vertical. Acarreta sobre uma aeronave em voo, 
movimentos ascendentes e descendentes, tornando o voo desagradável e exigindo esforços estruturais. 
As aeronaves respondem de maneira diversa à ação da turbulência, tendo em vista as diferenças de velocidade, 
tamanho, peso, superfícies da asa e altitude do voo. 
Classificação das Turbulências 
Turbulência convectiva ou térmica: Ocorre devido ao processo convectivo provocado pela formação de correntes 
ascendentes e descendentes de ar aquecido. 
A turbulência térmica será tanto mais intensa quanto maior for a variação vertical da temperatura. 
É mais comum e forte no verão e a tarde. 
A turbulência convectiva ou térmica está associada as nuvens do tipo cumulonimbus (Cb), nuvens de forte correntes 
ascendentes e descendentes. 
Turbulência orográfica: É provocada pelo deslocamento do vento pelas montanhas. 
Ventos que fluem contra as encostas de montanhas (barlavento) sobem ao longo das encostas e descem do outro 
lato (sotavento), formando uma onda de ar irregular com correntes ascendentes e descendentes. 
 
19 
 
Quanto maior for o relevo e quanto mais intenso for o vento, maior será a turbulência. 
Turbulência mecânica ou de solo: É a turbulência provocada pelo ar que sopra de maneira perpendicular contra 
um obstáculo ou uma topografia acidentada, como uma edificação, um shopping ou um apanhado de árvores, por 
exemplo. 
Geralmente, os efeitos da turbulência mecânica ou de solo, estão relacionados com a altura dos obstáculos e a 
velocidade de deslocamento do vento, contra tais obstáculos. 
Esteira de turbulência: Quando uma grande aeronave inicia a corrida de decolagem, uma esteira de ar começa a se 
formar por de trás dela. A partir do ponto de decolagem, vórtices de pontas de asa, formam um turbilhão de ar de alta 
velocidade, intenso e perigoso para aeronaves de menor porte, peso e velocidade. 
Devido a este fato, o controle de tráfego aéreo, mantém entre uma aeronave e outra, distâncias seguras, baseadas 
em tempo, entre os pousos e decolagens. 
Esta medida, evita que aeronaves de menor porte sofram os efeitos desta perigosa turbulência, que acontece a baixa 
altura, e proporciona pouco tempo de reação para os pilotos. 
 
 
Turbulência dinâmica: A turbulência dinâmica se subdivide em três, sendo elas: 
 Frontal: Turbulência causada pela ascensão do ar quente na rampa da frente quente ou fria. 
Normalmente esta turbulência é mais intensa nas frentes frias, pois as mesmas são mais rápidas e violentas. 
 Turbulência de céu claro (CAT): Definida como uma turbulência sem nenhuma advertência visual. 
Ocorre devido ao escape de pronunciados ramos ondulantes de ventos encontrados na periferia de uma corrente 
de jato. 
 Windshear (Cortante do vento): Ocorre quando existe uma brusca variação na velocidade do vento ou em 
sua direção dentro de uma curta distância. 
Aparece na maioria das vezes associada às trovoadas, frentes, e ondas orográficas. 
É muito perigosa quando ocorre nas proximidades das cabeceiras de pista, pois, da mesma forma que a esteira 
de turbulência, proporciona pouco tempo de reação para os pilotos. 
 
20 
 
Normalmente, quando a windshear acontece nas cabeceiras de pista, as operações de pousos e decolagens são 
suspensas até que a mesma desaparece por completo. 
 
Intensidade da Turbulência Leve: A velocidade da aeronave pode oscilar de 5 até 15 Kt; 
 Moderada: A velocidade da aeronave pode oscilar de 15 até 25 Kt; 
 Forte: A velocidade da aeronave pode oscilar de 25 até 35 Kt; 
 Severa: A velocidade da aeronave pode oscilar de 35 até 45 Kt. 
Por menos intensa que seja, qualquer tipo de turbulência é desconfortável e pode provocar lesões. 
O RBHA121 (Regulamento Brasileiro de Homologação Aeronáutica), respalda as tripulações, para cessarem 
imediatamente, qualquer atividade, na condição de uma turbulência. 
Apenas atividades relacionadas a segurança, e mesmo assim, somente se possível, serão permitidas de serem 
realizadas por este regulamento. 
Por este motivo, quando você comissário se deparar com uma turbulência, moderada, forte ou severa, procure 
imediatamente um local seguro para sentar e quando possível avise a cabine de comando e faça um anúncio de 
bordo solicitando a todos os passageiros para permanecerem sentados e com os cintos de segurança afivelados. 
Estas medidas podem minimizar e muito, os desagradáveis efeitos de uma turbulência. 
 
Frentes 
O conceito de Massa de Ar 
O ar em repouso sobre uma superfície do globo terrestre, adquire as mesmas características desta superfície. Estas 
características permanecem constantes e homogêneas em toda sua extensão horizontal. 
Este grande volume de ar em repouso será chamado então de massa de ar, pois apresenta propriedades 
regularmente uniformes no sentido horizontal (associada a superfície que se encontra), tais como temperatura, 
pressão e umidade. 
A região onde a massa de ar se formou, é chamada região de origem. 
Classificação de uma Massa de Ar 
Quanto a natureza da superfície onde se formou: Define o teor de umidade da massa. 
 Marítimas: Quando se formam sobre os oceanos, sendo massas de ar mais úmidas; 
 Continentais: Quando se formam sobre o continente, sendo massas de ar mais secas. 
Quanto a região de origem: Local de formação de uma massa de ar. As referências serão as latitudes que favorecem 
a formação de massas de ar. 
 Latitude Polar (P); 
 Latitude Equatorial (E); 
 Latitude Tropical (T); 
 Região Ártica e Antártica (A). 
As latitudes temperadas não permitem a formação de massas de ar, por serem regiões onde as estações do ano são 
bem definidas. 
Quanto a temperatura: Quando a massa de ar se desloca para outras regiões, apresenta contraste de temperatura 
marcante com a nova área. 
Este contraste determina a sua classificação em fria ou quente. 
 
21 
 
 Fria: Quando se desloca sobre superfícies mais quentes, traz o frio; 
 Quente: Quando se desloca sobre superfícies mais frias, traz o calor. 
O Conceito de Frente 
Uma massa de ar na direção de outra massa de ar determina, no seu limite dianteiro, uma faixa de separação entre 
elas denominada frente. 
Portanto frente nada mais é do que a parte dianteira de uma massa de ar que avança. 
A região por onde ela avança sofre a conseqüência direta da frente, que provocará ocorrência de diversos 
fenômenos meteorológicos denominados frontais. 
• Frente fria: A frente é denominada fria quando a massa de ar frio desloca a massa de ar quente, ocupando o seu 
lugar. 
Pelo fato da massa de ar frio ser mais densa que a massa de ar quente, as frentes frias são mais rápidas, instáveis e 
violentas que as demais frentes. 
• Frente quente: A frente é denominada quente quando a massa de ar quente desloca a massa de ar frio, ocupando 
o seu lugar. 
Quando a massa de ar quente avança sobre uma massa mais fria, seu deslocamento será lento, devido a pouca 
densidade do ar quente tornando a frente quente mais lenta e menos violenta. 
• Frente oclusa: É o encontro de duas frentes. Quando uma frente quente permanecer na superfície e o ar mais frio 
subir, será chamado de oclusão quente. As condições meteorológicas são as mesmas de uma frente quente. 
Uma oclusão será fria quando, após ocorrer o encontro das duas frentes, o ar frio permanecer na superfície. As 
condições meteorológicas serão as mesmas de uma frente fria. 
• Frente estacionária: A frente é denominada estacionária, quando perde velocidade e seu deslocamento é 
desprezível. 
Efeitos das Frentes sobre as Aeronaves 
Basicamente, uma aeronave voando de encontro a uma frente, irá encontrar, ar turbulento e instabilidade de tempo. 
A turbulência associada à frente poderá ser leve, moderada, forte ou severa, dependendo do tipo e da intensidade da 
frente. 
 
Trovoada 
O conceito de Trovoada 
Define-se como trovoada o conjunto de fenômenos que se produzem associados a uma nuvem cumulonimbus. 
Este tipo de fenômeno meteorológico constitui-se num dos maiores riscos para a atividade aérea, pois é responsável 
por uma série de fatores capazes de comprometer a segurança de voo. 
Durante uma trovoada, podem ocorrer fenômenos como ventos fortes, granizo, relâmpagos, turbulência, formação de 
gelo e chuva intensa. 
Estágios de uma Trovoada 
O ciclo de vida de uma trovoada passa por três estágios consecutivos sendo eles: Cumulus ou formação, maturidade 
e dissipação. 
• Estágio cumulus ou formação: Embora nem todas as nuvens cumulus cresçam o suficiente para produzir uma 
trovoada, a primeira fase do ciclo de vida de um cumulonimbus denomina-se "cumulus". 
 
22 
 
O estágio cumulus de uma trovoada é caracterizado pela predominância de correntes ascendentes, desde os níveis 
inferiores, passando pelo interior da nuvem e subindo além do seu topo. 
O diâmetro da nuvem neste estágio pode variar de 3Km a 8Km e o topo de 5Km a 8Km. 
• Estágio de maturidade, madureza ou chuva: Com as contínuas correntes ascendentes durante o estágio de 
cumulus, cada vez mais vapor de água se condensa. 
As gotículas e os cristais de gelo dentro da nuvem tornam-se mais numerosos e aumentam de tamanho. 
Quando os tamanhos das gotículas e dos cristais de gelo aumentam a tal ponto que seu peso não possa ser mais 
suportado pelas correntes ascendentes, estes começam a cair da nuvem. 
O começo da precipitação sobre a superfície, indica o início do estágio de maturidade. 
Neste estágio já não existem apenas correntes ascendentes, pois as correntes descendentes foram produzidas pelo 
movimento da queda das gotas de chuva ou de granizo. Neste estágio ocorrem os trovões e a turbulência, 
constituindo o estágio mais perigoso da trovoada. 
O ar das correntes descendentes não vem repousar sobre a superfície da terra de maneira uniforme e regular. A 
força do impacto contra a superfície é tão significativa, que ventos fortíssimos e intensas forças cortantes 
(windshear), são produzidas. 
O diâmetro típico da nuvem neste estágio é de 10Km e o topo atinge alturas que variam de 8Km a 20Km. 
• Estágio de dissipação ou bigorna: A medida que as correntes descendentes se intensificam, devido ao aumento 
gradativo da precipitação, as ascendentes se enfraquecem. 
Como resultado toda nuvem se torna uma grande área de correntes descendentes, caracterizando o estágio de 
dissipação da trovoada. 
 
Gelo 
Formação de Gelo 
Outro fenômeno que traz riscos consideráveis à atividade aérea é a formação de gelo. 
Tal formação afeta a aeronave, tanto nas partes internas quanto externamente. Nas partes internas, o gelo se forma 
no tudo de pitot, nos carburadores e nas tomadas de ar. 
Externamente a acumulação de gelo ocorre nas superfícies expostas do avião, aumentando o seu peso e sua 
resistência ao avanço (arrasto). 
Quando ocorre nas partes móveis, como motor e hélices, afeta o controle da aeronave, diminuindo potência ou até 
mesmo ocasionando a parada dos motores. 
Condições Propícias para Formação de Gelo 
Para que haja formação de gelo é necessário que: 
 a aeronave esteja voando através de água visível na forma de chuva ou gotículas de nuvens; 
 a temperatura do ar e da aeronave deve ser igual ou inferior a 0ºC. 
Tipos de Gelo 
O tamanho e a temperatura das gotículas, são os fatores principais que determinam o tipo de gelo formado na 
aeronave, sendo eles: 
• Gelo claro: Também chamadode cristal ou liso, é o que oferece maior perigo às aeronaves em voo. 
É denso, transparente, desprende-se com dificuldade e altera o perfil aerodinâmico do avião. 
 
23 
 
Além disso, as gotas não se congelam de modo instantâneo, e sua formação mais lenta permite a acomodação do 
corpo líquido antes da solidificação total. A formação acontece com a temperatura entre 0ºC e -10ºC, associada às 
grandes gotas das nuvens cumuliformes (ar instável). 
• Escarcha: Também chamado de opaco, granulado ou amorfo, é um gelo leitoso que se forma na presença de 
gotículas menores, normalmente em temperaturas entre 0ºC a -10ºC em nuvens estratiformes (ar estável) e - 10ºC e 
-20ºC em nuvens cumuliformes (ar instável). 
Forma-se no bordo de ataque que se choca com gotículas pequenas que se congelam quase instantaneamente. 
Altera o perfil do bordo de ataque da asa, ocasionando perda de sustentação. 
• Geada: Este tipo de gelo que se deposita em fina camada, adere aos bordos de ataque, pára-brisas e janelas da 
aeronave em voo. 
Não pesa nem altera os perfis, mas afeta a visibilidade do piloto. Sua formação ocorre mais frequentemente quando 
a aeronave, após passar bastante tempo em área muito fria, em grandes altitudes, cruza regiões com grande teor de 
umidade, ocorrendo a sublimação do vapor.

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