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Linfócitos B - Ativação e Respostas. Visão Geral das respostas Imunes Humorais: A ativação do LB resulta em sua proliferação e diferenciação em plasmócitos secretores de anticorpos e células de memória ➔ As RI humorais são iniciadas pelo reconhecimento específico do antígeno pelo LB, em órgãos linfóides secundários ◆ O antígeno se liga a IgM IgD de membrana em LB naive maduras → sinais requeridos para a proliferação e diferenciação em plasmócitos ➔ O anticorpo eventualmente secretado pelo plasmócito tem essencialmente a mesma especificidade que o anticorpo original que serviu de receptor antigênico na superfície da célula B naive. (A ativação de células B é iniciada pelo reconhecimento específico de antígenos pelos receptores Ig de superfície nas células. O antígeno e outros estímulos, incluindo as células T auxiliares, estimulam a proliferação e diferenciação do clone de célula B específica. A progênie do clone pode se diferenciar em plasmócitos produtores de IgM ou outros isotipos de Ig (p. ex.: IgG), pode sofrer maturação de afinidade ou pode persistir como células de memória (que tipicamente também passa pela troca de classe e maturação de afinidade)) As respostas de anticorpo são T-dependentes ou T-independentes, dependendo da natureza do antígeno e do envolvimento de linfócitos T helper. ➔ As respostas aos antígenos protéicos requerem ajuda do LT → esses antígenos são chamados de T-dependentes ◆ Nas respostas T-dependentes alguns LB ativados começam a produzir anticorpos distintos de IgM → Processo chamado de troca (switching) de isotipo (classe) de cadeia pesada. ◆ Maturação de afinidade: Os Lb ativados produzem anticorpos que se ligam aos antígenos com afinidade crescente, e esses LB vão progressivamente dominando a resposta ◆ Além da troca de isótipo e da maturação de afinidade, os LT helper estimulam a produção de plasmócitos de vida longa e geração de LB de memória ➔ Antígenos Multivalentes com determinantes repetitivos, como polissacarídeos, podem ativar os LB sem ajuda dos LT → Esses antígenos são chamados de T-independentes ◆ As respostas T-independentes são rápidas, porém relativamente simples ◆ Consiste principalmente em anticorpos de IgM de baixa afinidade, enquanto as respostas T-dependentes são mais lentas, porém mais potentes e sofisticadas (As respostas de anticorpos T-dependentes a antígenos proteicos envolvem principalmente células B foliculares. As respostas T-independentes a antígenos multivalentes são mediadas principalmente por células B da zona marginal e células B-1 em sítios de mucosa.) As respostas primárias e secundárias de anticorpos a antígenos protéicos diferem qualitativa e quantitativamente. ➔ As respostas primárias resultam da ativação de LB naive não previamente estimuladas, enquanto as respostas secundárias são devidas à estimulação de clones expandidos de LB de memória ➔ A resposta secundária se desenvolve mais rápido do que a resposta primária, e quantidades maiores de anticorpos são produzidas na resposta secundária ➔ Além disso, os LB de memória já passaram pela troca de isotipo e pela maturação da afinidade → há mais IgG e outros isotipos do que IgM → afinidade do anticorpo é maior nas respostas secundárias Subpopulações distintas de LB respondem de modo preferencial a diferentes tipos de antígenos ➔ LB foliculares (órgãos linfóides periféricos) produzem respostas a antígenos protéicos, exige a colaboração dos LT helper ➔ LB da zona marginal (baço e outros tecidos linfóides) reconhecem antígenos multivalentes → montam primariamente respostas T-independentes ◆ Essas preferências não são absolutas Reconhecimento Antigênico e Ativação Antígeno-induzida do LB Captura do Antígeno e Distribuição para os LB O antígeno pode ser distribuído aos LB em órgãos linfóides através de múltiplas vias (Antígenos pequenos são distribuídos às células B nos folículos através dos linfáticos aferentes e via condutos, enquanto os antígenos maiores o são por macrófagos sinusais subcapsulares ou células dendríticas na medula.) Em todos os casos, o antígeno apresentado aos LB geralmente está em sua conformação intacta e nativa, e não está processado pelas células apresentadoras de antígeno (APC) Ativação dos LB por antígenos e outros sinais O complexo receptor antigênico do LB (BCR) é composto por moléculas de Ig de membrana e proteínas Igα e Igβ associadas, exercendo dois papéis essenciais na ativação do LB. ➔ Ligação Antígeno-receptor envia sinais bioquímicos para os LB iniciarem o processo de ativação ➔ 2º: O receptor internaliza o antígeno ligado para dentro de vesículas endossomais e esse antígeno, se for proteico, é processado em peptídeos que podem ser apresentados na superfície dos LB para serem reconhecidos pelos LT helper ➔ Embora o reconhecimento do antígeno possa iniciar respostas do LB, esse processo geralmente é por si só inadequado para estimular a proliferação e diferenciação significativa dos LB, até mesmo para antígenos T-independentes. ◆ Para a indução de respostas completas, outros estímulos cooperam com o engajamento do BCR, incluindo: ● proteínas do complemento; ● receptores de reconhecimento de padrão e; ● no caso dos antígenos protéicos, LT helper A ativação dos LB é facilitada pelo correceptor CR2/CR1 presente nessas células, o qual reconhece fragmentos de complemento ligados de forma covalente ao antígeno ou que sejam parte de imunocomplexos contendo o antígeno ➔ A ativação do complemento ocorre tipicamente em resposta a microrganismos que ativam esse sistema na ausência de anticorpos pelas vias alternativa e da lectina, e na presença de anticorpos pela via clássica ➔ Em todas essas situações são gerados fragmentos do complemento que se ligam aos microrganismos ➔ Um desses fragmentos o C3d é reconhecido pelo CR2/CD21, intensificando a força de sinalização do BCR ◆ então atua como co receptor para os LB A interação de diferentes tipos de antígenos (proteínas ou estruturas multivalentes) com o BCR inicia a proliferação e diferenciação do LB, de modos distintos. Respostas de anticorpos dependentes de LT helper a antígenos protéicos. Sequências de Eventos durante as respostas de Anticorpos dependentes de LT Os antígenos protéicos são reconhecidos de modo independente por LB e LT específicos nos órgãos linfoides periféricos, e esses dois tipos de células ativadas interagem entre si para iniciar as respostas imunes humorais Ativação Inicial e Migração de LB e LT helper A ativação contemporânea de LB e LT específicas por um antígeno protéico induz alterações que as aproximam, de modo a aumentar a probabilidade de os LB e LT antígeno-específicas se localizarem e interagirem entre si ● Os LB e LT são atraídos (As células B e as células T auxiliares antígeno-ativadas se movem na direção uma da outra em resposta aos sinais de quimiocina, e fazem contato nas adjacências dos folículos primários.) ● Os antígenos protéicos são internalizados pelos LB e apresentados em uma forma que pode ser reconhecida pelos LT helper. Isso representa a etapa seguinte no processo de ativação T-dependente dos LB Apresentação do Antígeno por Célula B e o Efeito Hapteno-carreador Os antígenos protéicos reconhecidos por BCRs específicos são endocitados e processados para gerarem peptídeos que se ligam a moléculas de MHC de classe II, e são apresentados às células T CD4+ (Os antígenos proteicos reconhecidos pela Ig de membrana são endocitados e processados, e fragmentos peptídicos são apresentados associados a moléculas de MHC de classe II. As células T auxiliares reconhecem os complexos MHC-peptídeo nas células B e, então, estimulam respostas de célula B. Nas respostas a conjugados hapteno-carreador, o hapteno (epítopo da célula B) é reconhecido por uma célula B específica e endocitado, a proteína carreadora é processada na célula B, e os peptídeos do carreador (os epítopos de célula T) são apresentados para a célula T auxiliar.) ➔ Em uma resposta de LB dependente de LT a um antígeno protéico, pelo menos dois epítopos diferentesda proteína participam no processo: ◆ um epítopo de superfície presente na proteína nativa é reconhecido com alta especificidade por um LB, e um epítopo peptídico linear, que pode estar em qualquer parte da proteína intacta, é subsequentemente liberado por proteólise, liga-se a moléculas de MHC de classe II e é reconhecido por células T auxiliares. ◆ Um único LB específico para um epítopo nativo pode se ligar e endocitar uma proteína e apresentar múltiplos peptídeos diferentes complexados com moléculas do MHC de classe II a diferentes LT helpers, porém a resposta de anticorpos resultantes continua sendo para a proteína nativa. Papel da Interação CD40L:CD40 na ativação T-Dependente dos LB Sob ativação pelo antígeno, os LT helper expressam CD40-ligante (CD40L) que engaja seu receptor, o CD40, em LB antígeno-estimuladas e induzem proliferação e diferenciação dos LB, inicialmente em focos extrafoliculares e, depois, em centros germinativos. ● DC40 é um membro da superfamília do receptor de TNF ○ É expresso de modo constitutivo na superfície das células T auxiliares recentemente ativadas pelo antígeno e por coestimuladores ○ Quando os LT helper entram em contato com o LB presentador de antígeno, o CD40L se liga ao CD40na superfície do LB ○ Isso leva à algumas mudanças que coletivamente estimulam a proliferação do LB; síntese e secreção aumentada de Ig (As células T auxiliares ativadas pelo reconhecimento de antígenos apresentados pelas células B expressam CD40L, que se liga ao CD40 nas células B e estimula a proliferação e diferenciação da célula B. As citocinas produzidas pelas células T auxiliares também contribuem para as respostas da célula B.) ➔ Além do CD40L presente nos LT helper ativadoras de LB, os Lt helper também secretam citocinas que contribuem para as respostas de LB Ativação do LB extrafolicular A ativação do LB no foco extrafolicular fornece uma resposta de anticorpos inicial aos antígenos protéicos e estabelece a subsequente reação de centro germinativo. ● Os focos extrafoliculares de ativação T-dependentes dos LB geram anticorpos de baixa afinidade que podem circular e limitar a disseminação de uma infecção A reação de Centro Germinativo: Os eventos característicos das respostas de anticorpos dependentes de LT helper, incluindo a maturação de afinidade, troca de isotipo e geração de plasmócitos de vida longa e de LB de memória, ocorrem primariamente em estruturas organizadas chamadas centros germinativos, as quais são criadas junto aos folículos linfóides durante as respostas imunes T-dependentes. ● Os centros germinativos se desenvolvem em cerca de 4-7 dias após a iniciação de uma resposta T-dependente de LB. ● O tempo de duplicação de LB em proliferação no centro germinativo é estimado em 6-12h, de modo que um único linfócito pode originar uma progênie de até 5.000 células em 5 dias A indução e as funções dos Linfócitos T helpers foliculares: ● Dentro de 4-7 dias após a exposição antigênica, LB antígeno-específicas induzem algumas LT previamente ativadas a se diferenciarem em células Tfh que expressam altos níveis do receptor de quimiocina CXCR5, são atraídas para dentro dos folículos linfoides por CXCL13 (ligante de CXCR5) e exercem papéis essenciais na formação e função do centro germinativo. ● A diferenciação das células Tfh a partir das LT CD4+ naive requer duas etapas: ativação inicial por células dendríticas apresentadoras de antígeno e subsequente ativação pelos LB ● A citocina definidora produzida pelas células Tfh é a IL-21. ○ Essa citocina é requerida para o desenvolvimento do centro germinativo e contribui para a geração de plasmócitos na reação de centro germinativo. Troca de Isotipo (Classe) de Cadeia Pesada: Nas respostas T-dependentes, uma parte da progênie de LB ativadas que expressam IgM e IgD passam pela troca de isotipo (classe) de cadeia pesada e produzem anticorpos com cadeias pesadas de diferentes classes, como γ, α e ɛ ➔ A capacidade de LB de produzirem diferentes isotipos de anticorpo confere uma notável plasticidade às respostas imunes humorais gerando anticorpos que realizam funções efetoras distintas e estão envolvidos na defesa contra diferentes tipos de agentes infecciosos ➔ O LB mudam os isotipos dos anticorpos que produzem alterando constantemente as regiões constantes das cadeias pesadas, mas a especificidade dos anticorpos (determinada pelas regiões variáveis) permanece inalterada. (As células B ativadas pelos sinais da célula T auxiliar (CD40L, citocinas) sofrem troca para diferentes isotipos de Ig, os quais medeiam funções efetoras distintas. A ilustração mostra exemplos selecionados dos isotipos resultantes da troca. Todos os isotipos são capazes de neutralizar microrganismos e toxinas.) [ ? em camundongos → IFN-γ) A troca de isotipo em resposta a diferentes tipos de microrganismos é regulada por citocinas produzidas pelas LT helper que são ativadas por esses microrganismos. ➔ Os anticorpos IgG também são transferidos através da placenta para conferir proteção aos recém-nascidos, e têm meia-vida maior no soro, em comparação a outros isotipos, por isso a produção de IgG contribui de muitas formas para a capacidade protetora da imunidade humoral ➔ A resposta humoral a muitos parasitas helmínticos é dominada por anticorpos IgE que participam na eliminação dos helmintos mediada por eosinófilos e mastócitos ◆ IgE também medeiam as reações de hipersensibilidade imediata (alérgicas) ➔ Os LB presentes em sítios anatômicos diferentes fazem a troca para isotipos diferentes, em parte por causa das citocinas produzidas nestes locais ➔ Os LB presentes nos tecidos de mucosa fazem troca para IgA, que é a classe de anticorpos mais eficiente transportada ao longo dos epitélios para as secreções mucosas, onde previne a entrada de microrganismos através dos epitélios ◆ A troca para IgA é estimulada pelo fator de transformação do crescimento-β (TGF-β) Os sinais de CD40 atuam em conjunto com as citocinas para induzir a troca de isotipo. ➔ O engajamento de C induz expressão da enzima AID que é essencial tanto para a troca de isotipo como para maturação de afinidade O mecanismo molecular da troca de isotipo é um processo chamado recombinação de troca, em que o DNA da cadeia pesada de Ig nos LB é cortado e recombinado de modo que um éxon VDJ previamente formado, codificador do domínio V, é colocado adjacente a uma região C downstream, e o DNA interveniente é removido A enzima-chave necessária à troca de isotipo (e à hipermutação somática) é a AID. ➔ A expressão de AID é induzida em células B ativadas principalmente por sinais de CD40 oriundos das células Tfh. Maturação de Afinidade: Mutação Somática de Genes de Ig e Seleção de LB de Alta Afinidade A maturação de afinidade é o processo que leva a uma afinidade aumentada de anticorpos por um antígeno particular, à medida que uma resposta humoral T-dependente progride, e é o resultado da mutação somática de genes de Ig seguida da sobrevivência seletiva dos LB produtoras dos anticorpos com as maiores afinidades. ● O processo de maturação de afinidade gera anticorpos com capacidade crescente de se ligar a antígenos e, assim, de neutralizar mais eficazmente eliminar microrganismos e suas toxinas ● LT helper e interações CD40L-CD40 são requeridas para que a mutação somática seja iniciada ● A maturação de afinidade é observada somente nas respostas de anticorpo a antígenos protéicos T-dependentes Os LB que se ligam com alta afinidade a antígenos nos centros germinativos são selecionadas para sobreviver ● Conforme mais anticorpo é produzido, mais do antígeno é eliminado e menos fica disponível nos centros germinativos. ○ Portanto, as LB que serão capazes de se ligar especificamente a esse antígeno e assim serem resgatadas da morte precisam expressar receptores antigênicos com afinidades cada vez maiores pelo antígeno. ● Como resultado, conforme a resposta de anticorpo a um antígeno progride, os LB selecionadas para sobreviver nos centros germinativos produzem Ig de afinidadecrescente pelo antígeno. ● Esse processo de seleção resulta em maturação de afinidade da resposta de anticorpo. Diferenciação do LB em plasmócito secretores de Anticorpos ➔ Os plasmócitos são gerados após a ativação de LB por meio de sinais oriundos do BCR, CD40, TLRs e outros receptores, incluindo receptores de citocinas ➔ Existem dois tipos de plasmócitos: ◆ Plasmócitos de vida curta são gerados durante as respostas T-independentes e no início das respostas T-dependentes em focos de LB extrafoliculares ◆ Plasmócitos de vida longa são gerados em respostas de centro germinativo T-dependentes a antígenos proteicos. Sinais oriundos do receptor antigênico da LB e da IL-21 cooperam na geração de plasmócitos e seus precursores, chamados plasmablastos ● Tipicamente, 2-3 semanas após a imunização com antígeno dependente de LT, a medula óssea se torna um dos principais sítios de produção de anticorpos. ➔ A diferenciação de LB em plasmócitos secretores de anticorpo envolve alterações estruturais relevantes em componentes do retículo endoplasmático e da via secretora, além da produção aumentada de Ig, bem como uma alteração nas cadeias pesadas de Ig da forma de membrana para a forma secretada Geração de Linfócitos B de memória ➔ Os LB de memória são gerados durante a reação centro germinativo e são capazes de produzir respostas rápidas diante da subsequente introdução do antígeno. ➔ Esses LB de memória expressam níveis altos da proteína antiapoptótica Bcl-2, e isso contribui para sua expectativa de vida prolongada ➔ Muitas características das respostas de anticorpo secundárias a antígenos protéicos, bem como suas diferenças em relação às respostas primárias, refletem as diferenças existentes entre as respostas de células de memória e de LB naive Respostas de Anticorpos a Antígenos T-Independentes ➔ Muitos antígenos não proteicos, como os polissacarídeos, lipídeos e ácidos nucleicos, estimulam a produção de anticorpos na ausência de LT helper, e esses antígenos e as respostas que elicitam são denominados “timo-independentes” ou TI. ➔ Os anticorpos produzidos sem ajuda do LT geralmente são de baixa afinidade e consistem principalmente em IgM, com uma troca de isotipo limitada a alguns subtipos de IgG e também a IgA. Subpopulações de LB que respondem a antígenos T-independentes ➔ As subpopulações de LB da zona marginal e B-1 são especialmente importantes para as respostas de anticorpo a antígenos TI. Mecanismos das Respostas de anticorpo T-independentes ➔ Os antígenos T-independentes são capazes de estimular a proliferação e diferenciação de LB sem ajuda do LT. ➔ Os antígenos TI mais importantes são os polissacarídeos, glicolipídeos e ácidos nucleicos ➔ Esses antígenos não podem ser processados e apresentados em associação com as moléculas de MHC, de modo a não poderem ser reconhecidos pelas LT helper CD4+ ➔ A maioria dos antígenos TI são multivalentes, compostos por epítopos antigênicos idênticos repetidos. Proteção mediada por anticorpos T-independentes ➔ O significado prático dos antígenos TI é que muitos polissacarídeos de parede celular bacteriana pertencem a esta categoria, e a imunidade humoral é o principal mecanismo de defesa do hospedeiro contra infecções por esse tipo de bactérias encapsuladas ➔ Os antígenos TI contribuem ainda para a geração de anticorpos naturais, que estão presentes na circulação de indivíduos normais e aparentemente são produzidos sem exposição evidente a patógenos. Diferenciação e Funções dos Linfócitos T CD8+ Efetoras Diferenciação dos LT CD8+ em Linfócitos T citotóxicos ➔ A diferenciação das Células T CD8+ em CTLs efetoras envolve a aquisição da maquinaria para matar as células-alvo ➔ A célula infectada ou tumoral morta pelos CTLs é geralmente chamada célula-alvo ➔ Dentro do citoplasma dos CTLs diferenciados, existem numerosos lisossomos modificados (grânulos) que contêm proteínas, incluindo perforinas e granzimas, cuja função é matar as células alvo ➔ Os CTLs diferenciados são capazes de secretar citocinas, principalmente interferon-γ (IFN-γ), que ativam os fagócitos ➔ A Ativação de Linfócitos T CD8+ naive requer o reconhecimento do antígeno e sinais secundários, e prossegue em passos muito semelhantes àqueles das respostas de LT CD4+ ➔ A ativação de LT CD8+ naive tem 2 características únicas: ◆ Muitas vezes é dependente da via de apresentação cruzada de antígenos por uma subpopulação especializada de DCs e ◆ Também pode requerer a ajuda de LT CD4+ Natureza dos Antígenos e das Células apresentadoras de Antígenos para ativação dos LT CD8+ ➔ A ativação dos LT CD8+ naive, assim como a ativação dos Linfócitos T CD4+ naive, é melhor iniciada por antígenos apresentados por CDs ➔ A apresentação de antígenos para os LT CD8+ via moléculas de MHC de classe I requer que os antígenos protéicos estejam presentes no citosol das células contendo o antígeno, de modo que essas proteínas possam ser degradadas em proteassomos, para, em seguida, entrarem no retículo endoplasmático por meio do transportador TAP ➔ Além da apresentação de antígenos na forma de complexos peptídeo-MHC, as DCs também proporcionam coestimulação via B7 ou outras moléculas Papel dos Linfócitos T helper ➔ A ativação completa de Linfócitos T CD8+ naive e sua diferenciação em CTLs funcionais e células de memória podem requerer a participação de células CD4+ helper ➔ Essa necessidade varia de acordo com a exposição antigênica ➔ Os LT CD4+ helper são necessárias para respostas de Linfócitos TCD8+ contra infecções virais latentes, transplante de órgãos e tumores, as quais tendem a provocar reações relativamente fracas da imunidade inata ➔ O LT helper podem secretar citocinas que estimulam a diferenciação das células T CD8+ (As células T CD4+ auxiliares promovem o desenvolvimento de CTLs CD8+ e células de memória por meio da secreção de citocinas, que atuam diretamente sobre as células CD8+ (A) ou ativando APCs para se tornarem mais eficientes na estimulação da diferenciação das células T CD8+, por exemplo, aumentando a expressão de coestimuladores nas APCs (B).) Papel das Citocinas ➔ Várias citocinas contribuem para a diferenciação dos LT CD8+ e para a manutenção de células efetoras e de memória dessa linhagem ◆ A IL-2 produzida pelas próprias células T CD8+ ou pelas células T CD4+ auxiliares promove a proliferação das células T CD8+ e sua diferenciação em CTLs e células de memória. As células T CD8+ expressam as cadeias β e γ do receptor de IL-2 e podem expressar níveis elevados da cadeia α após a ativação (Capítulo 9). ◆ Tanto a IL-12 quanto IFNs do tipo I são capazes de estimular a diferenciação de células T CD8+ naives em CTLs efetores. Essas citocinas podem ser produzidas por diferentes populações de DCs durante a resposta imune inata a infecções virais e algumas infecções bacterianas. Recorde-se que as mesmas citocinas estão envolvidas na diferenciação de células T CD4+ em células Th1. As citocinas promovem o desenvolvimento dessas duas populações efetoras estimulando a expressão dos fatores de transcrição relacionados T-bet (para as células Th1 e CTLs) e eomesodermina (para CTLs). ◆ A IL-15 é importante para a sobrevivência das células T CD8+ de memória e pode ser produzida por muitos tipos celulares, incluindo as DCs. Camundongos que não expressam IL-15 apresentam uma perda significativa de células T CD8+ de memória. ◆ A IL-21 produzida por células T CD4+ ativadas participa da indução de células T CD8+ efetoras e de memória. Inibição das Respostas de Linfócitos T CD8+: Exaustão dos Linfócitos T ➔ Em algumas infecções virais crônicas, respostas de linfócitos T CD8+ são geradas, porém gradualmente extintas, um fenômeno chamado exaustão ◆ (exaustão → quando a resposta inicia mas é finalizada) ◆ (tolerância → quando os linfócitos falham em se tornar células efetoras) ➔ A exaustão de LT se desenvolve como resultado da exposição persistente ao antígeno Funções Efetoras dos Linfócitos T CD8+ citotóxicos ➔ Os CTLs CD8+ eliminam microrganismos intracelulares principalmentepelo killing de células infectadas ➔ Além da morte indireta, os linfócitos T CD8+ secretam IFN-γ e, em alguns casos, IL-17, e assim contribuem para a ativação clássica dos macrófagos e inflamação na defesa do hospedeiro, e em reações de hipersensibilidade Mecanismos de Citotoxicidade mediada por CTLs ➔ O killing mediado por CTLs envolve o reconhecimento específico de células-alvo e a liberação de proteínas que induzem morte celular ➔ O killing pelos CTLs é altamente antígeno-específico e as células adjacentes, não infectadas e que não expressam o antígeno, não são prejudicadas ➔ Essa especificidade ocorre porque uma região de contato próximo, conhecida como sinapse imunológica, é formada entre a o CTL e a célula-alvo que expressa o antígeno, de modo que as moléculas realmente executam o killing são secretadas na sinapse e não se difundem para as outras células vizinhas ➔ O processo de killing dos alvos mediado por CTLs consiste no reconhecimento do antígeno, ativação dos CTLs, execução do “golpe letal” que mata as células-alvo e liberação do CTLs Reconhecimento de Antígenos e Ativação de CTLS ➔ Os CTLs se ligam e reagem com a célula-alvo por meio de seu receptor antigênico, do correceptor (CD8) e de moléculas de adesão. ➔ A adesão dos CTLs aos alvos e a formação da sinapse imunológica são estabilizadas por um anel de integrinas formado especialmente por LFA-1 (do inglês, leukocyte function associated antigen 1), presente nos CTLs, e seu ligante ICAM 1 (do inglês, intercellular adhesion molecule 1), presente na célula-alvo ➔ Citocinas e coestimuladores fornecidos pelas DCs, necessários para a diferenciação de LT CD8+ naive em CTLs, não são requeridos para desencadear a função efetora dos CTLs (i.e., killing da célula-alvo). Portanto, uma vez que os LT CD8+ específicas para um antígeno tenham se diferenciado em CTLs totalmente funcionais, elas podem matar qualquer célula nucleada que exiba este antígeno. ➔ Além do TCR, os CTLs CD8+ expressam receptores que também são expressos pelas células NK, os quais contribuem para a regulação e ativação dos CTLs. Morte das células-alvo por CTLs ➔ O principal mecanismo de Killing da célula-alvo mediada por CTLs é a liberação de proteínas citotóxicas armazenadas dentro de grânulos citoplasmáticos (também chamados lisossomos secretores) sobre a célula-alvo, desencadeando a apoptose da mesma ➔ Quando o CTL reconhece o antígeno, os sinais originados do TCR causam a reorganização do citoesqueleto. ➔ Nesse processo, o centro organizador dos microtúbulos do CTL se move para a área do citoplasma próxima à área de contato com a célula-alvo. ➔ Os grânulos citoplasmáticos do CTL são transportados ao longo dos microtúbulos e se concentram na região da sinapse, e a membrana dos grânulos se funde à membrana plasmática no domínio secretor ➔ A fusão de membranas resulta na exocitose do conteúdo presente nos grânulos dos CTLs para o espaço confinado no interior do anel sináptico, entre as membranas plasmáticas do CTL e da célula-alvo. (Os CTLs matam as células-alvo por dois mecanismos principais. A, Complexos de perforina e granzimas são liberados do CTL por exocitose dos grânulos e entram nas células-alvo. As granzimas são liberadas no citoplasma das células-alvo por um mecanismo dependente de perforina e induzem a apoptose. B, O FasL é expresso em CTLs ativados, liga-se ao Fas expresso na superfície das células-alvo e induz a apoptose.) ➔ As principais proteínas citotóxicas dos grânulos dos CTLs (e das células NK) são granzimas e perforina. ◆ As granzimas A, B, e C são serina proteases. A granzima B cliva proteínas após os resíduos de aspartato, sendo a única inequivocamente necessária para a citotoxicidade do CTL in vivo, podendo clivar e ativar as caspases que induzem morte celular. ◆ A perforina é uma molécula causadora de perturbação membranar, homóloga a proteína C9 do complemento. ➔ A principal função da perforina é facilitar a entrega das granzimas para dentro do citosol da célula-alvo ➔ Os CTLs também usam um mecanismo de morte independente de grânulos, mediado por interações entre as moléculas da membrana dos CTLs e das células-alvo ◆ Durante sua ativação, os CTLs expressam uma proteína de membrana denominada ligante de Fas (FasL), que se liga ao receptor de morte Fas, expresso em muitos tipos celulares. ◆ Essa interação também resulta na ativação de caspases e indução de apoptose dos alvos expressando Fas ➔ Após a execução do “golpe letal”, o CTL se desacopla da sua célula-alvo, o que geralmente ocorre mesmo antes da morte da célula-alvo. Produção de Citocinas pelas células T CD8+ efetoras ➔ As células T CD8+ produzem IFN-γ, uma citocina ativadora de macrófagos ➔ É provável que tanto células Th1 CD4+ quanto T CD8+ contribuam para a depuração fagocítica de microrganismos ingeridos induzida por IFN-γ. Funções dos CTLs CD8+ na defesa do hospedeiro ➔ Em infecções causadas por microrganismos intracelulares, a atividade de killing dos CTLs é importante para a erradicação do reservatório de infecção ➔ Importante em 2 tipos de situações: ◆ Primeiro, a maioria dos vírus vive e se replica em células que não têm a maquinaria fagossomo/lisossomo para destruição de microrganismos (tais como os vírus da hepatite em hepatócitos). ◆ Segundo, mesmo nos fagócitos, alguns microrganismos escapam das vesículas e vivem no citosol, onde os mecanismos microbicidas são ineficazes, uma vez que são em grande parte restritos a vesículas (para proteger as células do hospedeiro contra danos). ➔ Essas infecções podem ser eliminadas apenas pela destruição das células infectadas, e em respostas imunes adaptativas, os CTLs CD8+ constituem o principal mecanismo para o killing de células infectadas Células Natural Killer ➔ As células NK, muitas vezes consideradas as primeiras ILC conhecidas, são células citotóxicas que exercem papéis importantes nas respostas imunes inatas, principalmente contra vírus e bactérias intracelulares. ➔ As células NK também secretam IFN-γ e às vezes são referidas como um tipo de ILC1. ➔ encontradas nos tecidos periféricos e raramente no sangue e órgãos linfoides ➔ as células NK constituem 5-15% das células mononucleares presentes no sangue e no baço ➔ são mais abundantes em certos órgãos como o fígado e a placenta ➔ As células NK não expressam os receptores antigênicos diversificados e clonalmente distribuídos típicos das células B e T. Em vez disso, usam receptores codificados por DNA de linhagem germinativa para distinguir entre células infectadas por patógeno e células sadias Funções das NK ➔ As funções efetoras das células NK são matar células infectadas e produzir IFN-γ, que ativa macrófagos a destruírem microrganismos fagocitados ◆ O mecanismo da citotoxicidade mediada pela célula NK é essencialmente o mesmo da citotoxicidade mediada pelas CTLs CD8+ ➔ As células NK, assim como as CTLs, têm grânulos contendo proteínas que medeiam o killing de células-alvo. ➔ Quando as células NK são ativadas, a exocitose dos grânulos libera essas proteínas nas adjacências das células-alvo. ➔ Uma das proteínas contidas nos grânulos da célula NK, chamada perforina, facilita a entrada de outras proteínas contidas nos grânulos, as chamadas granzimas, no citosol das células-alvo ◆ As granzimas são enzimas proteolíticas que iniciam uma sequência de eventos de sinalização que causam a morte das células-alvo por apoptose. ➔ Matando as células infectadas por vírus e bactérias intracelulares, as células NK eliminam os reservatórios de infecção. ➔ No início do curso de uma infecção viral, as células NK são expandidas e ativadas pelo reconhecimento de ligantes ativadores presentes nas células infectadas, bem como pelas citocinas IL-12 e IL-15, e então matam as células infectadas antes de as CTLs antígeno-específicas poderem se tornar totalmente ativas, o que em geral demora 5-7 dias ➔ Podem ser importantes mais adiante no curso da infeção viral: ◆ realizando o killing das células infectadas que, reduzindo a expressão de moléculas do complexode histocompatibilidade principal de classe I, escaparam do imunoataque mediado pelas CTLs. ◆ Alguns tumores, especialmente aqueles de origem hematopoiética, são alvos de células NK ➔ O IFN-γ derivado das células NK aumenta a capacidade dos macrófagos de matar bactérias fagocitadas, de modo similar ao IFN-γ produzido pelas células T Receptores de Ativação e de inibição das células Natural Killer ➔ As células NK distinguem as células infectadas e estressadas das células sadias, e sua função é regulada pelo equilíbrio entre os sinais gerados a partir dos receptores de ativação e dos receptores de inibição ➔ Os receptores de ativação estimulam proteínas quinases que fosforilam substratos de sinalização downstream ➔ os receptores de inibição estimulam fosfatases que contrapõem as quinases. ➔ Em geral, os receptores ativadores reconhecem ligantes em células infectadas e lesadas, enquanto os receptores inibidores reconhecem ligantes em células sadias normais ➔ Quando uma célula NK interage com outra célula, o resultado é determinado pela integração de sinais gerados a partir de uma gama de receptores de inibição e de ativação expressos pela célula NK e que interagem com ligantes presentes na outra célula. ➔ O engajamento dos receptores ativadores estimula a atividade de killing das células NK, resultando na destruição das células estressadas ou infectadas. ➔ o engajamento dos receptores inibidores “desliga” a atividade da célula NK e previne a destruição das células sadias ➔ Devido à natureza estocástica de sua expressão, existe uma significativa diversidade no conjunto de receptores de ativação e de inibição expressos por células NK distintas em um mesmo indivíduo. ◆ O resultado disso é que as células NK individuais, mesmo quando em uma mesma pessoa, podem responder a diferentes tipos de microrganismos ou células infectadas. (A, Visão geral da ativação das células NK. B, Receptores de ativação das células NK reconhecem ligantes em células-alvo e ativam proteínas tirosina quinases (PTKs), cujas atividades são inibidas por receptores de inibição que reconhecem moléculas do MHC de classe I e ativam proteínas tirosina fosfatases (PTP). As células NK não matam eficientemente as células sadias que expressam MHC de classe I. C, Se uma infecção viral ou outro estresse inibe a expressão do MHC de classe I em células infectadas e induz a expressão de ligantes ativadores adicionais, o receptor inibidor da célula NK não é engajado e o receptor ativador não encontra oposição para deflagrar as respostas das células NK, incluindo o killing de células-alvo e a secreção de citocinas. Além disso, as células estressadas por infecção ou transformação neoplásica podem expressar quantidades aumentadas de ligantes ativadores, os quais se ligam a receptores ativadores de célula NK e induzem mais fosforilação de tirosina que pode ser removida por fosfatases associadas ao receptor inibidor, resultando no killing das células estressadas (não mostrado)) ➔ Os receptores de ativação nas células NK reconhecem um grupo heterogêneo de ligantes, alguns dos quais podem ser expressos em células normais e outros principalmente em células que sofreram estresse, células infectadas por microrganismos ou células neoplásicas ➔ Muitos receptores ativadores de célula NK são chamados receptores de célula killer do tipo imunoglobulina (Ig) (KIRs) ➔ Os receptores de inibição das células NK reconhecem moléculas do MHC de classe I, as quais são proteínas de superfície celular normalmente expressas em todas as células nucleadas sadias do corpo ◆ as células NK usam tipos de receptores fundamentalmente diferentes daqueles usados pelas células T no reconhecimento de moléculas do MHC de classe I. ◆ Esses receptores NK respondem ao reconhecimento das moléculas de MHC de classe I inibindo a ativação de NK. ◆ Dessa forma, as células NK interpretam a presença de moléculas de MHC de classe I como marcadores do próprio normal e sadio, enquanto sua ausência é uma indicação de infecção ou dano. ➔ Ao mesmo tempo, as células NK tendem a receber sinais de ativação das células infectadas ou danificadas, por meio dos receptores de ativação. ◆ O resultado líquido será a ativação das células NK que então secretam citocinas e matam a célula infectada ou estressada. ◆ Essa habilidade das células NK de se tornarem ativadas pelas células do hospedeiro desprovidas de MHC de classe I foi chamada “reconhecimento do próprio ausente”. ➔ citocinas podem intensificar as respostas funcionais das células NK ◆ As principais citocinas do sistema imune inato que estimulam a função NK são a IL-12, IL-15, IL-18 e os interferons do tipo I
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