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O Sensacionalismo no Jornalismo

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O Sensacionalismo no Jornalismo
Anthony Lucas Nascimento Mendonça
Érika Moreira Holanda
Resumo
Este trabalho tem como função analisar a romantização e exposição do caso Eloá Cristina e Lindemberg Alves, se refere ao mais longo sequestro em cárcere privado já registrado pela polícia do estado brasileiro de São Paulo, que teve repercussão nacional e internacional. Nessa lógica, tendo como referências vídeos e reportagens sobre o assunto, este estudo propõe-se analisar a exposição midiática do caso, buscando compreender o porquê a mídia romantizou o mesmo.
Palavras Chave
Eloá, Lindemberg, Jornalismo, Sensacionalismo, Comunicação.
Introdução
Aqui iremos abordar as causas e efeitos do chamado jornalismo sensacionalista na conjuntura atual da comunicação brasileira, tal qual ocorreu no ano de 2008 com a abordagem da mídia tradicional a respeito do caso Eloá. Que teve muitas críticas, visto a maneira que tal evento foi noticiada pelos veículos de comunicação. Então se faz o questionamento, até onde essa maneira de se noticiar pode ser prejudicial tanto para quem é como para quem recebe a notícia.
Justificativa
A presente pesquisa se justifica no cenário de que é importantíssimo nos atentarmos a qualidade do jornalismo que hoje e já há alguns anos é praticado no país. Em tempos de redes sociais e o fácil acesso à informação por meios alternativos, a mídia vêm sendo muito questionada a respeito de seus métodos na hora de se noticiar eventos principalmente policiais, sejam eles de repercussão local, regional ou nacional. 
Em 2008, época do sequestro seguido do assassinato da jovem Eloá Cristina, não dispúnhamos de smartphones ou meios acessíveis para se ter acesso a internet ou informação rápida de forma tão difundida como temos nos dias atuais. Assim sendo, não houve tanto questionamento da população para com a grande mídia pela forma como a qual cobriram o sequestro.
Tratavam o assunto de maneira absolutamente sensacionalista, tentando se envolver no trabalho da polícia de forma a ganhar números no ibope e faziam daquilo uma espécie de reality show. Como visto na icônica entrevista exclusiva do sequestrador Lindemberg Alves para o programa de Sônia Abrão, onde ficou claro naquele instante que o interesse midiático superou a ética humana e profissional.
Afinal, os jornalistas possuem uma enorme responsabilidade, que é a de bem informar as pessoas de maneira justa e imparcial, jamais os interesses individuais ou dos grandes veículos de comunicação devem estar à frente do chamado bom jornalismo. Uma vez que o dever e ética do comunicador profissional são universais e independem de marcas ou bandeiras. Algo que a jornalista supracitada não deve ter levado em conta quando para aumentar a audiência, conseguiu o número do rapaz e fez uma entrevista ao vivo.
Uma coisa que direta ou indiretamente teve efeitos no desfecho do ocorrido e corroborou com o alto índice de sensacionalismo encontrado não apenas ali, mas em várias outras emissoras e programas que se utilizam da dor de famílias inteiras em prol de sair na frente dos concorrentes e alçar mais e mais números na escala da audiência, algo que acontece diariamente e acreditamos ser normal.
Portanto, nesta pesquisa, queremos demonstrar como um jornalismo despreparado e sensacionalista pode ser prejudicial para todos, seja para quem é notícia e para quem recebe a notícia, e assim, o Caso Eloá pode ilustrar perfeitamente os efeitos de tais atitudes.
Objetivos Gerais
Analisar a cobertura midiática do caso Eloá, buscando compreender o porquê que a mídia usou o caso para ganhar expectadores, esquecendo da ética e prejudicando o trabalho da Polícia na resolução do mesmo.
Problema de Pesquisa
Podemos notar toda a problemática que há por trás de programas e apresentadores de programas de notícias com cunho sensacionalista. É sabido que nas mãos dos jornalistas está o poder de informar e até de gerar mudanças em toda uma sociedade, pois muitas pessoas mesmo hoje, depositam muita confiança e credibilidade nos profissionais da comunicação sem fazer um prévio filtro de competência e capacidades profissionais. Visto isso, como uma ação sensacionalista e até irresponsável pode influenciar em casos como o de Eloá e Lindemberg?
O exemplo de Sônia Abrão no programa ‘A Tarde é Sua’, encaixa-se bem nessa questão. Pois sem dúvida alguma, a apresentadora não mediu as consequências daquilo que estava fazendo e priorizou o número de expectadores acima da integridade física e mental daqueles que estavam envolvidos no sequestro. Muito além de ter havido uma cobertura pela imprensa com ares de fim de novela, pode-se dizer que o ápice foi a entrevista de Lindemberg.
Pois o jovem estava em negociações com a polícia e até bem encaminhadas para um “final feliz”, no entanto, as falas da apresentadora na entrevista num momento de tensão e com claro despreparo para negociar com um sequestrador contribuíram para o fim trágico, uma vez que Sônia Abrão cita os familiares e diz coisas condenáveis por especialistas nesse tipo de negociação. Afinal de contas, um preceito básico do jornalismo é não fazer divulgações de caráter mórbido ou coisas que possam vir a ser prejudicais para a vítima, isso está muito além da liberdade de imprensa.
Pensando apenas no quanto poderia beneficiar a si mesma e a empresa para qual trabalha, a jornalista pôs em risco as vítimas e pressionou ainda mais Lindemberg de maneira errante além de manter o telefone do mesmo ocupado e consequentemente interferindo de maneira direta nas negociações da polícia com o sequestrador. Naquele dia a apresentadora além de jornalista quis fazer o trabalho de policial e teve sério impacto no que veio a se seguir.
Algo que não apenas ela, mas vários apresentadores Brasil a fora fazem todos os dias, muitas vezes se utilizando da dor de familiares para praticar um falso jornalismo, como foi o que ocorreu no caso da jovem Eloá. Diante desse quadro, é importante que as universidades demonstrem casos de irresponsabilidade jornalística como esse para mostrar aos estudantes práticas que não devem ser adotadas enquanto comunicadores. 
É papel da imprensa ser livre sim e noticiar os fatos como eles são, mas sem nunca abrir mão da ética e do respeito para com aqueles que consomem as notícias vindas do profissionais de qualquer veículo que seja. É válido ressaltar como o jornalismo sensacionalista pode influenciar na comunicação com o público de maneira prejudicial, trazendo às pessoas informações exageradas para mais ou para menos, pregando a cultura do medo, manchando e desmerecendo a imagem do bom jornalismo e na pior das hipóteses, uma maior propagação de fake news.
Hipótese 
É válido afirmar que o despreparo e a maneira sensacionalista de conduzir a notícia por parte da apresentadora Sônia Abrão, contribuíram muito para o final trágico da vítima Eloá Cristina, pois se a jornalista tivesse usado de bom senso naquele instante, certamente não haveria cometido o erro de ligar para Lindemberg pressionando-o ainda mais num momento de tamanha tensão e desgaste emocional elevado. Visto que haviam grandes possibilidade de a polícia conduzir tal situação de maneira muito mais correta e lógica, Sônia Abrão agiu de maneira imprudente e irresponsável ao pôr os interesses de sua emissora e os seus próprios acima da ética jornalística e da integridade física das vítimas do sequestro.
Referencial Teórico
Nessa perspectiva, a contribuição dos autores José Glaydson (2009), Liliane Ingrid (2010) e Fernando Campos (2014) tornam se fundamentais, pois abrem caminho para debates de como a mídia se comportou de maneira errada, assim atrapalhando o trabalho da polícia e dificultando as negociações com o sequestrador, vulgo Lindemberg.
 A partir desta afirmação, pretende-se analisar como a ganancia da mídia prejudicou o desfecho do caso. Assim atrapalhando o trabalho da polícia, tais como a negociação que estava em constante andamento, causando um final infeliz para Eloá e Nayara.
 José Glaydson em seu trabalho afirma que Lindemberg foi tratadopela mídia como “O jovem apaixonado, inconformado com o fim do namoro, num ato de desespero, invade o apartamento da amada e a faz refém junto com seus colegas da escola”. Assim que se inicia o sequestro, “A mídia inicia uma cobertura intensiva, 24 horas, em frente ao cativeiro, constituindo um verdadeiro Big Brother. Além disso, dá-se início a uma investigação do “quem é quem”, ou seja, o perfil de todos os personagens da trama.” A partir deste momento, o sensacionalismo em cima do caso começa, Jornais televisivos como Programa Hoje em Dia, Rede Record; Programa Brasil Urgente, Band; Programa A Tarde é Sua, Rede TV começam a acompanhar o sequestro 24 horas por dia, com uma enorme quantidade de câmeras e até helicóptero para filmar todos os ângulos e possíveis movimentações no cativeiro. No terceiro dia do sequestro, 15/10/08, emissoras começam a divulgar entrevistas com uma pessoa que se identifica como Lindemberg Fernandes Alves. Em uma das supostas entrevistas, o rapaz afirma não querer reatar o namoro com a adolescente, Eloá, mas apenas ter uma “conversa de sinceridade”.
Esta suposta conversa que o mesmo afirmava querer ter com Eloá na verdade era um inconformismo com o fim do relacionamento, pois ele não aceitava o fim da relação amorosa. Lindemberg ainda afirma que tentou conversar com a jovem antes do sequestro, mas que a mesma se recusava e não abria exceções para futuras conversas. Assim, levando ao sequestrador cometer tal ato.
José Glaydson argumenta dizendo que “O grande problema das novas tecnologias da informação e comunicação não está nos seus dispositivos desenvolvidos e sim na forma como são usadas. Não podemos deixar que o fascínio exercido pela praticidade e conforto advindos desses mecanismos implante uma forma de vida sem ética, sem responsabilidade e com perda de privacidade.” O grande problema neste caso especifico foi a mídia dada ao mesmo, a falta de profissionalismo e ética dos jornalistas que pareciam urubus em cima de carcaça, tudo para conseguir audiência e assim aumentar seus “pontos”.
Liliane Ingrid em seu trabalho analisa a atuação policial no caso, o que também foi muito criticado, pois existe uma sequência de erros que cominaram no desfecho triste do caso. A autora, Liliane, afirma que “O caso Eloá mostra que a imprensa brasileira ainda continua refém do sensacionalismo, explorando a tragédia humana com o intuito de marcar alguns pontos de audiência e manipular a opinião das pessoas.” 
Para Vanderson Freizer (2008), no artigo uma sequência de erros, a maioria das reportagens do sequestro de Eloá produzidas por jornalistas tinha claramente interesses comerciais, tirando proveito de uma situação de dor e desespero. As emissoras que mantiveram suas programações quase que inteiramente voltada ao caso contavam com altos índices de audiência, a intuito de informar sem "segundas intenções" foram praticados por poucos. Tal exemplo disso temos o programa “A tarde é sua” que tem como apresentadora Sonia Abrão. 
Sonia Abrão sempre foi conhecida na mídia brasileira pela exploração do sensacionalismo na televisão. A produção do seu programa conseguiu o telefone de Lindemberg, o sequestrador, e o colocou ao vivo no ‘A tarde é sua’. Sônia Abrão entrevistou o rapaz no meio de um sequestro e expôs tudo para o Brasil inteiro. Tal atitude já fere um artigo do código de ética do jornalismo. Quando se entrevista um sequestrador e uma vítima ao vivo, em um momento de pressão e tensão, fica claro que não existe nenhuma preocupação com o que essa atitude pode gerar na cabeça dos envolvidos.
Metodologia
Além da pesquisa online, onde foi usado trabalhos acadêmicos e reportagens, foi utilizado documentários e vídeos de variadas plataformas nos quais analisam, investigam e apontam os erros cometidos pela mídia e pela polícia. A pesquisa feita em colaboração com essas plataformas enriqueceu significativamente para a realização deste trabalho.
Além da importante ajuda de pessoas que souberam de maneira precisa relatar com riqueza de detalhes os ocorridos e se prontificaram a auxiliar na realização da coleta de dados para este estudo, de maneira a enriquecê-lo. É valido ressaltar que a metodologia utilizada na execução do trabalho foi qualitativa e buscou trazer características e definições de como foram os andamentos dos fatos aqui exemplificados.
Assim como buscou qualificar o jornalismo praticado por aqueles que estiveram cobrindo o caso de Eloá e Lindemberg com o objetivo de definir suas ações como sendo deliberadas e sensacionalistas em busca de audiência, interferindo assim no curso final dos eventos aqui relatados.
Cronograma
	Mês
Ativ.
	Agosto
	Setembro
	Elaboração
Do
Projeto
	Dia
01/10
	
	Revisão
Teórica
	Dia
06/10
	
	Preparação
Para a
Coleta de dados
	Dia
29/10
	
	Coleta de dados
	Dia
10/11
	
	Discussão de resultados
	
	Dia
11/11
	Produção final do texto
	
	Dia
15/11
	Revisão do trabalho
	
	Dia
17/11
	Entrega final
	
	18/11
Referências Bibliográficas
SOUZA, Liliane Ingrid de.
Repositório UFMG, (2010)
SOUZA, José Glaydson Pereira de 
Bocc, (2009)
Vanderson Freizer, J.R. Reicinaer e Steve Von Sher
Observatório da Imprensa, (2008)
 
7

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