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PROJETO: SÃO TANTAS EMOÇÕES PROFESSORAS: GILMARA E MÔNICA TURMA: CRECHE III A O projeto “São tantas Emoções” foi realizado com os 25 alunos da Creche III A do Centro Municipal de Educação Infantil Ciranda do Saber pelas professoras Maria Gilmara de Oliveira e Mônica Aparecida de Oliveira, entre os meses de fevereiro a novembro de 2012. O projeto foi elaborado a partir de observações realizadas pelas professoras da turma, onde identificaram a necessidade de contribuírem para a formação da identidade e a socialização da criança no grupo, pois é o primeiro ano que freqüentam um CMEI e devido ao fato de estarem vivendo uma nova emoção todo dia... Umas não várias emoções, o que os fizeram entrar em conflito com uma “explosão” de sentimentos, nunca antes vivenciados. O projeto contribui para o desenvolvimento emocional dos envolvidos, possibilitando o reconhecimento de diversos sentimentos. O papel das emoções nas aprendizagens e nos relacionamentos dentro da escola exige que se pense em “educar” as emoções e em fazer com que os alunos também se tornem aptos a lidar com as suas frustrações, que aprendam a negociar com os outros, a reconhecer as próprias angústias e medos. Segundo Daniel Goleman, “emoções são sentimentos que se expressam por impulsos e numa vasta gama de intensidade, gerando idéias, condutas, ações e reações. Quando trabalhados, equilibrados e bem conduzidos transformam-se em sentimentos elevados, sublimados, tornando-se, aí sim, virtudes.” As crianças podem gradativamente desenvolver uma percepção integrada do próprio corpo por meio de seu uso na realização de determinadas ações pertinentes ao cotidiano. É importante que elas possam perceber seu corpo como um todo integrado que envolve tanto os diversos órgãos e funções como as sensações, as emoções, os sentimentos e o pensamento. (RCNs. Pag. 179). Desta forma resolvemos seguir “Pestalozzi” que apresenta uma concepção de homem que transcende o ser social, para ele, o ser humano também possui um aspecto moral e espiritual. Para realizar plenamente, não basta cumprir deveres e ver seus direitos respeitados. Precisa amar e ser amado, ter alguma crença na divindade, criar uma consciência moral autônoma, que se manifeste em solidariedade e humanismo autênticos. Por isso, sempre foram dosadas as atividades, pois se enfatizar apenas o cidadão só se fala de regras, limites, negociações e se adotar a dimensão moral/espiritual/social, será falado sobre estímulos, afetividade, doação, diálogo. Os dois se completam. Além dos direitos e deveres, a crianças precisa sentir valores como justiça e solidariedade. Sentimentos não se impõem, despertam-se num processo lento, porém mais eficaz. Para despertar fraternidade e formar uma consciência autônoma em vez de impor regras e condicionar o comportamento, criou-se uma atmosfera de afetividade, exemplos e diálogos, através de diversas histórias e contato com os pais para troca de informações sobre as crianças. Professores e responsáveis pelas crianças procuraram agir com doação e renúncia, compreensão e afeto, acima do desejo de impor limites e estabelecer regras. A criança amada, feliz, estimulada para o bem e respeitada será o bom cidadão de amanhã. Ao criar, manipular materiais concretos, expressar sentimentos e tomar contato com manifestações artísticas, as crianças descobrem um universo amplo, de muitas possibilidades e experiências. Além disso, ampliam sua percepção do mundo, desenvolvem os sentidos e as relações que mantêm entre si, além de exercitar as habilidades motoras. Pode-se afirmar que não é fácil decifrar os sentimentos que são “sentidos” pelas outras pessoas e, também, usar os conceitos adequados para simbolizar o percebido tanto nos outros quanto em nós mesmos. Temos emoções durante o dia todo. Algumas dessas emoções podem ser percebidas por outras pessoas, outras não. Nem sempre, mas com freqüência, nós fornecemos pistas para mostrar as emoções sentidas, indicando que estamos dominados por algumas delas e não por outras. Isso tem grande importância para nossas relações interpessoais. As crianças aprendem acerca dos seus sentimentos e das emoções experimentadas subjetivamente, em grande parte, através das informações e ou respostas dadas pelas pessoas que convivem com elas, principalmente pelos adultos, que, além de reagirem às emoções das crianças, as classificam, isto é, dão nomes a cada uma delas. Essa conduta, em resposta às expressões emocionais e aos sentimentos exibidos explícita ou implicitamente pela criança - comentários ou condutas abertas da pessoa que se encontra próximo - fornece informações de seus processos corporais. Wallon foi o primeiro a levar não só o corpo da criança, mas também suas emoções para dentro da sala de aula. Fundamentou suas idéias em quatro elementos básicos que se comunicam o tempo todo: a afetividade, o movimento, a inteligência e a formação do eu como pessoa. As emoções, para Wallon, têm papel preponderante no desenvolvimento da pessoa. É por meio delas que o aluno exterioriza seus desejos e suas vontades. Em geral são manifestações que expressam um universo importante e perceptível, mas pouco estimulado pelos modelos tradicionais de ensino. O projeto teve início com o espaço “Você tem medo de quê?”, onde os alunos em uma roda de conversa contaram seus medos e anseios. Para montagem do espaço confeccionamos tapetes pedagógicos com gravuras de objetos, animais e coisas que os assustam, também foram usadas diversas técnicas de pinturas para confecção de móbiles e brinquedos do espaço. Durante o projeto foram realizadas diversas atividades em frente ao espelho, explorando seus sentimentos diários e dramatizações nas brincadeiras, tanto livres quanto dirigidas, tinham a oportunidade de se admirarem e admirarem seus colegas no espelho. E como foi divertido e legal fazer massinha, desenvolveram o trabalho em equipe e o respeito pelo colega esperando sua vez de amassar, puderam dividir sua satisfação com os familiares levando um pedaço da massinha depois de pronta para brincarem e mostrarem o resultado do trabalho em equipe. Com o primeiro passeio de trenzinho demonstraram diversas emoções, ficaram ansiosos, assustados, nervosos, felizes e alguns puderam até superar o medo do desconhecido, pois nunca haviam visto de perto o trenzinho da alegria. Demonstraram muita autonomia no painel “Hoje eu estou...”, chegavam e já mostravam como estavam se sentindo naquele dia, conversando e comentando com os colegas e professoras o porquê estavam sentindo-se assim. Puderam expressar toda sua raiva, arremessando contra a parede uma tampinha cheia com tinta, ao final dessa atividade apreciaram a pintura feita no painel anexado na parede. Não se pode falar em emoção e alegria sem lembrar o amigo da criançada, o palhaço, essa figura tão divertida e alegre foi trabalhada em sala com histórias, dramatizações das emoções contidas nas mesmas, com diversas músicas e, sobretudo pinturas no rosto, onde as crianças se maquiaram e incorporaram o personagem. Se no primeiro passeio de trenzinho demonstraram diversas emoções imagine no primeiro passeio de ônibus, quantas emoções... Alegria e entusiasmo não faltaram no passeio, medo nem pensar. Fomos até a Casa da Cultura, apreciar a Exposição de Artes da artista Camila Vieira, que tinha como título “SERES SUPRA-SENSÍVEIS”. Ficaram admirados com a beleza e ao mesmo tempo curiosos com os quadros e obras tão diferentes e estranhas. Na volta fizeram muita Arte, misturando, descobrindo e colorindo com tinta. Como haviam ficado admirados com os “monstrinhos” da exposição, resolvemos fazer seus próprios monstrinhos com uma atividade de pintura gêmea. Chamaram “Os seres supra-sensíveis” “de” “monstrinhos”. Cada criança usou a criatividade e coloriu com bastante entusiasmo. Além de se divertirem realizandoa atividade, aprenderam as cores primárias e misturaram as cores descobrindo as secundárias. As histórias infantis despertam diversos sentimentos e emoções, através delas as crianças viajam no mundo fantástico da imaginação, nelas são princesas, príncipes, bruxas e lobos malvados sem medo de ousar e usar a criatividade nas brincadeiras e dramatizações. Descobriram que não são apenas as pessoas que sentem medo, os animais também sentem e nada melhor que a história dos “Três porquinhos” para observarem essas atitudes e valores dos animais. A almofada BRAVA também fez parte dessa dramatização. Trabalhamos o medo do escuro, fechando as cortinas e portas da sala num dia chuvoso com o objetivo de contar histórias com personagens que amedrontam no escuro. Assim puderam perceber que os personagens não são reais, isso depende da imaginação de cada um, e quando acendemos a luz tudo está no mesmo lugar. As crianças adoraram desenhar somente com a iluminação de uma lanterna, apesar de enxergarem pouco, devido ao escuro, divertiram-se muito, conversavam e comentavam seus desenhos uns com os outros. A tinta mexe com a imaginação de todo ser humano quem dirá das crianças, no decorrer do projeto foram realizadas diversas atividades com tinta. Diversão, concentração, medo e até raiva fizeram parte das atividades, realmente pintaram o sete! Quantas emoções nessa Festa participaram da primeira Festa Junina do Cmei Ciranda do Saber. Momentos de alegria, diversão e amizade fizeram da festa ainda mais animada. Foram nesses momentos que as crianças demonstravam todo seu amor, carinho e respeito pelos colegas, cuidando, brincando e interagindo com todos. Fizeram a Festa! Cada brincadeira uma emoção... Diversas brincadeiras foram realizadas para trabalhar regras e limites, tais como: dança da laranja, brincadeiras com bola, pegando a bala na bacia, bolinha de sabão, brincadeiras com bexiga, com música e pega-pega. Para deixar o espaço “Quebrando a cabeça” ainda mais divertido e atraente, os alunos confeccionaram jogos pedagógicos. Nesse espaço desenvolveram seu raciocínio lógico matemático, montando quebra-cabeças, jogando o boliche, jogo da memória, brincando e separando tampinhas, além de explorarem o espaço usando a imaginação nas brincadeiras. Trabalhamos com três ritmos de músicas calma, batucada e agitada. Foram realizadas atividades de grafismo, desenhando ao som desses ritmos. Cada ritmo, emoções, desenhos e movimentos diferentes. Foi através da música que exploramos o corpo, a linguagem, o movimento, a noção espacial e a lateralidade. Os alunos tiveram a oportunidade de superar o medo de altura, no pátio externo do Cmei fomos até as manilhas, subiram e pularam das mesmas. Alguns ficaram felizes ao pular, outros sentiram medo e não se arriscaram. Passeando pelo Cmei, os alunos encontraram um besouro, alguns superaram o medo e tentaram segurá-lo. E sem contar a curiosidade ao ver as máquinas envolvidas nas reformas do bairro. Confeccionamos um dado das emoções, onde os alunos imitaram a fisionomia sorteada no dado, dramatizaram as situações correspondentes, além de brincarem e se divertirem muito com o novo brinquedo da turma. Com o decorrer do projeto mandamos para casa dos alunos “A maleta dos sonhos” (uma contendo livros de histórias, DVD’s e CD’s com músicas infantis), onde tiveram a oportunidade de passar momentos emocionantes em família. Dentro da maleta havia um caderno de registros para que os pais pudessem relatar como foi a chegada da maleta em casa, qual reação a criança teve e se foi prazeroso recebê-la em casa. Para trabalhar o medo dos animais desenvolvemos atividades com a história “O patinho medroso”, os alunos ouviram a história com atenção e dramatizaram as situações vividas pelo patinho. Foi confeccionado um painel com a história para anexar no espaço “Você tem medo de quê? ’, depois de pronto o painel os aluno ficavam apreciando, contando e recontando a história. Os alunos ficaram felizes em ajudar a fazer os brigadeiros, esperaram sua vez sem reclamar e ainda prestaram atenção na professora para não fazer feio, e ainda conseguiram controlar a vontade de dar uma mordida naquele delicioso brigadeiro, mas como era pra saborear no dia da televisão, um policiava o outro e ninguém comeu o brigadeiro antes da hora. Depois de pronto todos ficaram ansiosos para comer e assistir o filme do “Amigo Urso”. Foram vários os momentos de alegria, amizade e companheirismo, assistindo diversos DVD’s onde foram destacados valores como: amizade, respeito, paciência e trabalho em equipe. No espaço “Sorrindo à toa” os alunos tiveram a oportunidade de cantar, dançar e aprender algumas letras nos móbiles do espaço. Nesse espaço podiam pegar os livrinhos do castelinho e viajar no mundo das histórias infantis, sem contar dos cartazes confeccionados por eles nas paredes do espaço. Nas brincadeiras livres também viveram diversas emoções, momentos de alegria, amizade e diversão no parquinho, o lugar predileto doas crianças. Quantos sorrisos, conversas, brincadeiras e até choros devido aos desentendimentos, mas sempre resolvidos e esquecidos, afinal ser criança é viver num mundo de brincadeiras. Confeccionamos um “Túnel do grito”, onde cada vez que os alunos sentiam raiva ou algum sentimento de braveza, iam até o túnel e gritando bem alto, para extravasar sua raiva. Esse túnel foi bastante disputado no espaço “Você tem medo de quê?”. A música do Cravo e a Rosa fez o maior sucesso com a turma, os alunos puderam perceber e observar os sentimentos existentes na música. Adoraram dramatizar a música e foi a mais solicitada pelos alunos nas rodas de conversa. Os alunos ficaram ansiosos para conhecer o cinema, pois esse lugar para muitos era até então desconhecido, alguns ficaram curiosos e outros sentiram medo, mas no final todos se divertiram. Desenvolvemos na sala o momento do carinho, onde parávamos tudo que estávamos fazendo para distribuir abraços. Esse momento deu tão certo que saímos nas outras turmas distribuindo abraços e carinho para todos. Quantas emoções durante todo o projeto, outro momento inesquecível foi o passeio na Prainha e o Piquenique no Morro do Cristo onde viveram várias emoções, carinho, alegria cuidado com o colega e o amor que esteve presente em todos os momentos juntos. Trabalhamos o medo que alguns alunos tinham de dentista, convidando a dentista Débora e sua equipe para desenvolver atividades destacando a importância da higiene bucal e desse profissional para tratar dos dentes e do sorriso de todo mundo. Confeccionamos as almofadas amigas que ficavam no espaço “Sorrindo à toa” para as crianças dramatizarem, brincarem e até descansarem com as amigas almofadas. Cada criança se identificava com uma almofada se tornando sua preferida nas brincadeiras. Para finalizar nosso projeto organizamos a FESTA DA AMIZADE no Cmei. Convidamos todas as turmas e chamamos os palhaços Alegria e Sorriso para divertir a criançada. A festa teve várias emoções e pra finalizar os alunos foram distribuir pirulitos nas outras turmas. Os alunos apresentaram confiança nas professoras, nos colegas e no Cmei, respeitando e demonstrando carinho pelos colegas, uma reciprocidade de gestos e palavras de carinho. Também uma confiança muito grande para contar seus medos e anseios de casa e do Cmei. No início tinham dificuldade em demonstrar seu carinho e sentimentos pelos colegas e professores. Atualmente conversam e interagem com respeito uns pelos outros, quando acontece alguma divergência eles próprios procuram conversar e se desculpar. Com o passar do tempo, os alunos antes nervosos e agitados conseguiram e fizeram nós percebermos que quando falamos, conversamos com a família e com os próprios alunos sobre seus medos, alegrias, tristezas e o porque choram, brigam ou ficam bravos, isso faz-sepossível um ambiente mais cooperativo, tranqüilo e com muito amor. Foi gratificante vê-los chegando na sala alegres e receptivos, como cada gesto, palavra de carinho com os colegas e professoras, fez valer a pena todo o trabalho desenvolvido. E como diz a música “se choramos ou se sorrimos, o importante é que emoções viveram...” REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GOLEMAN, Daniel. Inteligência emocional: a teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente. Rio de janeiro: Objetiva, 1995. RCN’s, Referencial curricular nacional para a educação infantil. Volume3: Conhecimento de mundo. Brasília, 1998. NAVARRO, Adriana de Almeida. Estimulação precoce: Inteligência Emocional e Cognitiva. Ed. ALVARENGA, Galeno. O poder das emoções. 2010. Site: educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/henri-wallon- Projeto para Educação Infantil TEMA:Sentimentos TÍTULO: Sentimentos,os nossos maiores segredos!!! PERÍODO DE DURAÇÃO: 10 dias INÍCIO:06/05/2013 TÉRMINO:17/05/2013 JUSTIFICATIVA: Os sentimentos têm uma importância vital para o desenvolvimento de qualquer ser humano, principalmente na infância. Ao longo da sua vida, a criança vai experimentando sentimentos relativos às pessoas com quem se relaciona e às situações em que se encontra mais ou menos integrada, que a poderão marcar profundamente. No seu desenvolvimento emocional, as crianças adquirem consciência dos seus próprios sentimentos e dos sentimentos das outras pessoas. Um dos aspectos mais importantes passa pelo controle dos sentimentos negativos, pois as crianças aprendem a controlar estas emoções pela observação e imitação do comportamento e das atitudes dos outros. O afeto constitui-se no elemento básico da afetividade humana, que é um “conjunto de fenômenos psíquicos que se manifestam na forma de emoções, sentimentos e paixões, acompanhados sempre de impressão de dor ou prazer, de satisfação ou insatisfação, de agrado ou desagrado, de alegria ou de tristeza” (CODO & GAZZOTTI). Com este projeto pretendo fazer com que meus alunos aprendam um pouquinhomais sobre os sentimentos que nos cercam; quais os sentimentos são bons, altruístas e que devemos cultivar e, quais são os sentimentos ruins que devemos deixar de lado para termos uma vida melhor, mais leve, mais saudável e mais feliz. Trabalhar com os sentimentos, envolve delicadeza e percepção por parte do educador. Não adianta falarmos se não colocarmos em prática aquilo que tanto pregamos. O professor é o espelho das crianças, que buscam imitar sua postura e gestos.É preciso estar atento para ver o que precisa ser trabalhado, com que emoções estamos lidando e, como fazer com que a criança reconheça seus sentimentos – sendo necessárias atenção e paciência redobradas para perceber os sentimentos de cada um-. OBJETIVO GERAL:Oportunizar vivências lúdicas que sirvam para troca de experiências, exposição dos sentimentos de cada um; despertando o cultivo dos sentimentos bons que nos rodeia diariamente. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Recrear-se com as histórias ouvidas. Ampliar gradativamente suas possibilidades de comunicação e expressão. Reconhcer seu nome escrito sabendo identificá-lo nas diversas situações do cotidiano. Participar de situações de intercâmbio social nas quais as crianças possam contar suas vivências, ouvir as dos outros, elaborar e responder perguntas. Desenvolver o gosto, o cuidado e o respeito pelo processo de produção e criação. Explorar as possibilidades de ritmos corporais e dinâmicasde movimento. Conhecer os limites e potencialidades de seu corpo. Desenvolver o equilíbrio. Expressar desejos e sentimentos na realização das atividades. Compreender a importância de manter a sala de aula limpa e organizada. Trabalhar em grupo de forma cooperativa. Reconhecer a amizade como fator importante para o convívio. Valorizar a vida como criação do Transcendente. HABILIDADES: Adequar Adivinhar Adotar Ampliar Analisar Associar Ampliar Brincar Comparar Compreender Conhecer Construir Cooperar Demonstrar Desenvolver Dialogar Elaborar Explorar Expressar Identificar Interagir Interpretar Localizar Localizar-se Mover-se Observar Oportunizar Orientar-se Ouvir Participar Perceber Pesquisar Posicionar-se Praticar Produzir Promover Provocar Qualificar Realizar Reconhecer Recrear-se Relacionar Respeitar Saber Situar-se Trabalhar Utilizar Valorizar Vivenciar Atividade desencadeadora: O conto “segredo” de Ivan Zigg,contado com o auxílio de fichas. ATIVIDADES PREVISTAS: COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Contos: “ O encantamento do vale dos sentimentos”- Conversação Compreensão e interpretação de histórias Trabalho com os crachás dos nomes da turma Trabalho com as letras do nome Produção de textos coletivos Desvendando os sentimentos Declarando seu amor Construção de painéis: Vou te contar um segredo escondido. Lá no fundinho do coração... Declarando seu amor Exploração de cartazes: Rotina Calendário Chamada Cartaz do tempo Ajudante do dia Nossas regrinhas Comportamento do dia PSICOMOTRICIDADE Alongamento Aquecimento Amarelinha Jogo do abraço Dança da cadeira coletiva Pracinha Autorretrato A cara metade Escondidos no vale dos sentimentos Passando um segredo Caça ao tesouro Circuito do pirata Declarando seu amor Corrida sentimental Corrida do coração Brincando de detetive Dinâmica da sensibilidade Ensaio LÓGICO MATEMÁTICO Contagem dos corações (relação número X quantidade) Exploração do calendário (tempo, mês, ano, semana, dia). Seriação e classificação Noção de antecessor e sucessor Trabalho com números e quantidades Gráficos:Como estou hoje? Letra inicial do nome das mães. Bingo do sentimento A história dos piratas Sacola mágica LINGUAGEM MUSICAL Canções no momento da rotina Canções folclóricas Música da Adriana Calcanhoto: Sou eu assim sem você. Músicas da Xuxa: dança da cadeira Palavrinhas mágicas Estátuas “Xô” preguiça!!! Cantigas de roda: se essa rua fosse minha Ciranda cirandinha Borboletinha Casinha LINGUAGEM PLÁSTICA Confecção de painel Desenho com giz molhado Desenho livre Construção com sucata Dobradura Confecção de cartão Técnica do desbotado Técnica do bombril Pintura com tinta Contorno do formato do rosto NATUREZA E SOCIEDADE Cartaz do tempo Álbum de fotos da família Higiene Pracinha Lanche Ajudante do dia Pesquisa: Plantas que tem na minha casa Construção de painéis: Coisas que me deixam feliz/Coisas que me deixam triste Posso/ não posso fazer na minha escola ENSINO RELIGIOSO Caixa da criação Partilha do lanche Regras de convivência Correio elegante Valorizando a vida Jogo do abraço Dinâmica do amor Móbile dos sentimentos Costrução de painéis: Lá no fundinho do coração Declarando seu amor O que me deixa feliz/ oque me deixa triste ATIVIDADES DE CULMINÂNCIA: Será realizada uma distribuição de cartazes sobre os sentimentos e uma distribuição de Smiles para as pessoas. AVALIAÇÃO: Através do acompanhamento de todas as atividades desenvolvidas neste período, considerando habilidades, valores e conhecimentos. EDUCAÇÃO INFANTIL - projeto sentimentos Projeto: SENTIMENTOS(amizade e medo) Duração: Maio Objetivos: · Cultivar sentimento de carinho, respeito e amor com outras pessoas e consigo mesmo; · Compreender os próprios sentimentos; · Estimular a fala de seus sentimentos em roda de conversa; · Reconhecer que são capazes de cooperar uns com os outros e dispor- se a fazê-lo com alegria; · Proporcionar conversas sobre raiva, medo, ciúmes e amizade; · Estimular a prática de bons sentimentos que proporcionam o bem a si mesmo e as outras pessoas; · Trabalhar a cooperação; · Desenvolver a imaginação, criatividade e coordenação; · Identificar semelhanças e diferença entre os sentimentos (ciúme/amizade) Estratégia: Promoveremos em sala de aula, atividades nas quais as crianças cooperarão com seus amiguinhos e com a professora, proporcionando um ambiente onde possam expressar seus sentimentos e posteriormente em conversas ou relatos saber reconhecê-los. Através da utilização de fantoches, as crianças criarão e dramatizarão situações ou pequenas histórias que expressem os sentimentos trabalhados. Realizaremos atividades de cruzadinha, caça-palavras, ditado recorte e colagem de figuras que expressam sentimentos, desenhos (medo, melhor amigo), pinturas, cartazes. Confeccionaremos após esses trabalhos uma lista com itens serão definidos após as conversas entre cada classe, e serão seguidos durante o ano. Em um outro momento realizaremos um amigo secreto entre os alunos da classe, onde o presente será um cartão confeccionado pela própria criança. Avaliação: Avaliaremos a participação das crianças tanto nas atividades como nas conversas. Fecharemos o projeto com a apresentação da lista de como tratar os amigos. Projeto Cuidados e Sentimentos ESCOLA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL DOCE INFÂNCIA Rua Pedro Theobaldo Breidenbach, n° 2332 Conventos - Lajeado Telefone: 3982 1194 LINGUAGEM DOS CUIDADOS E SENTIMENTOS “Oba! Legal! Ai! Fui! Nossa! Aprendendo a lidar com os meus sentimentos”! PROFESSORA: Andréia Sauthier ANO: 2012 TURMA “E” 2012 1. Embasamento Teórico: CUIDADOS E SENTIMENTOS “Sentimentos de forma genérica, são informações que seres biológicos são capazes de sentir nas situações que vivenciam”. Acreditamos que a linguagem dos sentimentos é essencial para o desenvolvimento de cada indivíduo, pois é através das ações que o aluno expressa os sentimentos: os seus desejos, os seus anseios, as suas vontades, suas angústias e suas emoções. Segundo Celso Antunes (p: 17 e 18), até pouco tempo atrás acreditava-se que todo sentimento era espontâneo e que os alunos nasciam moduladas para guiarem-se pela vida da forma como seu genoma as havia esculpido. Hoje sabemos que estas ideias eram tolas e que, ainda que se aceite expressiva influência da biologia, os sentimentos são educáveis que é possível ajudar um aluno a construir bons ou maus sentimentos. Ensinar os alunos os bons sentimentos é ensinar-lhes ética, essa mesma moral de que o aluno precisara por toda a vida, em qualquer tempo onde quer que seja. Ao considerarmos o processo de desenvolvimento do aluno, devemos considerar ainda, os aspectos mais básicos da formação da personalidade, como os sentimentos que se produzem a sua volta, sejam eles afeições, simpatias, antipatias, medos, alegrias, bem estar. O desenvolvimento do aluno se dará, normalmente, na direção aquela em que possa ela ser conduzida pelo meio em que viva, seja estritamente familiar ou social de um modo geral. A questão do desenvolvimento afetivo se encontra intimamente relacionado ao desenvolvimento cognitivo, uma vez que e o aluno está bem afetivamente ela aprende, ela faz. A questão do afeto diz respeito aos sentimentos, aos interesses, desejos, valores e emoções nas suas variadas dimensões. Sentimentos subjetivos como amor e raiva, aspectos expressivos como sorrisos e lágrima devem ser considerados no desenvolvimento afetivo, pois tem a ver com motivação para o aprender. (- ninguém dá um passo se não tem motivos). O desenvolvimento afetivo tem profunda influência no desenvolvimento intelectual acelerando, diminuindo, estagnando, direcionando as atividades intelectuais. Arribas em seu livro Educação Infantil, desenvolvimento, currículo e organização escolar (p: 47) coloca o seguinte: “No processo educativo, uma das meta a alcançar é a do equilíbrio e controle emocional. As experiências relativas à vida emocional do aluno nas primeiras etapas de sua existência têm uma importância fundamental para ela. Um clima sereno, tranquilo, com afeto sentido e manifestado de maneira adequada, constitui o marco apropriado para o desenvolvimento de uma personalidade saudável e equilibrada. O clima afetivo da escola de educação infantil deve reunir também essas características”. Para Maria Augusta Sanches Rossini (2001) a pedagogia afetiva é a teoria de enternecimento das relações escola-família-sociedade transformando e formando os alunos em indivíduos sensíveis, conscientes, solidários, enfim, indivíduos preocupados com o social e bem estruturados emocionalmente, pois receberam da família e da escola tanto cultura quanto afetividade; atenção e respeito, fundamentos básicos para a mudança basilar da sociedade. O ser humano é o único ser que ao nascer depende totalmente de cuidados para sobreviver, até estar completamente apto a independência, autonomia. O indivíduo mesmo encontrando-se apto, necessita relacionar-se, criar vínculo e através disso interioriza valores e regras, produzindo auto-estima, fatores estes que ocorrerão através do cuidar e do sentir. Neste sentido, as escolas de Educação Infantil assumem papel importante dentro da perspectiva de cuidar os alunos de 0 a 5 anos. A modernidade trouxe novas visões de cuidar, mulher, criança, família e escola. Um dos fatores mais importantes foi o da mudança do papel da mulher, o trabalhar fora de casa, realizar-se profissionalmente, autonomia salarial e colaborar com os demais familiares. Atualmente, muitas famílias ao buscar uma escola de educação infantil, esperam da mesma que os filhos sejam bem acolhidos em sua individualidade, bem como atendidos em suas necessidades básicas. Por outro lado há um progressivo entendimento por parte dos profissionais de que cuidar do aluno em qualquer situação tem um sentido educativo, um olhar que estabelece uma troca de confiança, de sentimentos, uma manifestação de carinho e de compreensão (a forma de dar de mamar na mamadeira comunica as emoções do adulto e despertam emoções no aluno, proporcionando o desenvolvimento integral e harmonioso do aluno). Nas escolas não há um conteúdo desvinculado nos gestos de cuidar. Não há um ensino, seja como conhecimento ou hábito que utiliza uma via diferente de atenção a não ser afetuosa, alegre, disponível e promotora da progressiva autonomia do aluno. Nesta organização de situação: cuidado - conhecimento é percebido claramente que as oportunidades de educar e ensinar às crianças, são concepções indissociáveis. O processo de desenvolvimento infantil se realiza nas interações, que objetivam não só a satisfação das necessidades básicas, como também a construção de novas relações sociais, com o predomínio da emoção sobre as demais atividades. As interações emocionais devem se pautar pela qualidade, a fim de ampliar o horizonte do aluno e levá-la a transcender sua subjetividade e inserir-se no social. Na concepção walloniana, tanto a emoção quanto a inteligência são importantes no processo de desenvolvimento do aluno, de forma que o professor deve aprender a lidar com o estado emotivo do aluno para melhor poder estimular seu crescimento individual. No âmbito da educação infantil, a inter-relação da professora com ogrupo de alunos e com cada um em particular é constante dá-se o tempo todo: na sala, no pátio ou nos passeios, e é em função dessa proximidade afetiva que se dá a interação com os objetos e a construção de um conhecimento altamente envolvente. Como afirma Saltini (1997, p. 89), “essa inter-relação é o fio condutor, o suporte afetivo do conhecimento”. Estela Mora coloca sobre o papel do professor/educador na questão da construção dos sentimentos/afetividade. “A tarefa do educador é uma tarefa excepcional. Adequar os métodos pedagógicos à afetividade especifica de cada aluno é a tarefa mais delicada que todo adulto, pai, educador ou professor deve ter sempre em mente. Para isso é preciso levar em consideração à própria visão do mundo infantil que o adulto forma. É fácil se deixar levar por preconceitos educativos caducos e inúteis, incorrer a preconceitos morais e sucumbir a doutrinas religiosas, ou mesmo políticas, que em nada refletem o futuro afetivo do aluno. O aluno esta imersa em um mundo de relações objetais tão fantásticas quanto intensas, e é importante a relação das vivências infantis. É importante que o adulto possa conectar-se com suas próprias vivências da infância, para assim poder brincar com o aluno. Nessas brincadeiras vão se construindo os aprendizados”. Refletindo sobre isso, Celso Antunes afirma que não há valor algum na “boa intenção” se ela não se transforma em um gesto. Mas se, por um lado, a ação é essencial para caracterizar o sentimento, por outro, ela não surge espontaneamente se não mostrarmos em todas as oportunidades possíveis o “certo” e o “errado”, o “bom” e o “belo”. AUTONOMIA E COOPERAÇÃO A autonomia e a cooperação são “hábitos” indispensáveis a serem construídos no cotidiano escolar, visto que os alunos possuem uma dependência intelectual em relação ao adulto nas tomadas de decisões, auxiliando-as a se organizarem em estruturas sociais. Sendo assim, devemos fazer com que a educação seja um processo pelo quais os nossos corpos vão ficando iguais às palavras que nos ensinam, ou seja, “somos o intervalo entre o meu desejo e aquilo que os desejos dos outros fizeram de mim” (Fernando Pessoa). Portanto os alunos precisam ser instigados à experimentação e a formulação de hipóteses para ter as suas próprias respostas. Definimos como uma situação de cooperação aquela em que os objetivos dos indivíduos, numa determinada situação, são de tal natureza que, para que o objetivo de um possa ser alcançado, todos os demais deverão igualmente atingir seus respectivos objetivos. A cooperação está centrada na união e não no “uns contra os outros”. Busca a participação de todos, sem que alguém fique excluído. Por exemplo: o jogo cooperativo tem o objetivo centrado em metas coletivas e não em metas individuais. Ele tem várias características libertadoras. Todos participem para poder alcançar uma meta comum. Ele busca a integração de todos. Ele inclui e não exclui. Criar é construir e, para construir, a colaboração de todos é fundamental. Segundo Piaget (1963) quando as relações infantis ocorrem entre iguais, a cooperação torna-se uma possibilidade real. Embora o comportamento parcialmente socializado seja evidente desde o início da linguagem falada, ele afirma que é em torno dos sete ou oito anos e com o fim do egocentrismo que ocorre o progresso sistemático da cooperação. Os alunos têm um potencial para interagir socialmente com os outros enquanto iguais. Com os adultos elas interagem como se fossem inferiores. Os conflitos entre os alunos são superados através da autêntica cooperação. Piaget (1963) afirma que são os alunos que medeiam a cooperação entre eles. Criam um senso comum de solidariedade social. Ela está baseada na compreensão mútua que resulta na troca de ideias. Aquelas pessoas que são aceitas pelos outros, em um ambiente social, também se sentem seguras para explorar, com mais liberdade, os problemas que surgem. Assumem riscos, examinam as possibilidades. Se enxergarmos o mundo como um ambiente de exclusão, onde não tem o bastante para todos e todos querem o bastante para si mesmos, há uma boa probabilidade de agir individualmente e em oposição aos outros. De outro modo, se minha percepção da situação é de um contexto de inclusão onda há o suficiente para todos, desde que cada um compartilhe o que tem provavelmente as ações serão de parceria e confiança. Podemos vivenciar a cooperação como uma prática re-educativa capaz de transformar nosso condicionamento competitivo em alternativas cooperativas para realizar desafios, solucionar problemas e harmonizar os conflitos. Conforme afirma Kamii, seguidora de Piaget, “autonomia significa ser capaz de considerar os fatores relevantes para decidir qual deve ser o melhor caminho da ação”. Para ela, a autonomia significa o individuo ser governado por si próprio. Com a crescente maturação física do aluno, vem o desmame, a possibilidade de se locomover sem auxilio e a capacidade de aprender a controlar os intestinos e a bexiga. De certa forma, a crescente maturação física vai libertando o aluno de sua mãe. Todos esses progressos dão ao aluno um sentimento de independência, de autonomia. Ela sente grande necessidade de auto direção, isto é, deseja fazer sozinha várias atividades: lavar-se, calçar os sapatos, desembrulhar doces... Há também um grande desejo de explorar o ambiente: pegar objetos, abrir gavetas, acender e apagar a luz... Há adultos que permitem ao aluno explorar livremente o ambiente, concedendo-lhes a oportunidade de fazer sozinha alguma atividade, sem depois censurá-la por ter errado. Desse modo, tais adultos estão atendendo à necessidade de independência do aluno e alimentando seu crescente sentimento de autonomia. Piaget 1977 trata do desenvolvimento moral e mostra que o aluno passa por duas fases, a anomia e a heteronomia; que são superadas conforme vão ficando mais velhas e evoluindo em suas relações, até conquistar a autonomia. A anomia caracteriza os alunos de até um ano e meio, que fortemente egocêntricas não conhecem o que é certo e o que é errado, são incapazes de seguir normas. Neste momento, o tipo mais forte de relação que estabelece é o de afeto. A heteronomia é característica do momento que surge o respeito a regras que são impostas por pessoas mais velhas, que são exteriores ao aluno e ditadas de forma coerciva. Por isso se desenvolve um respeito unilateral em relação ao adulto, baseado em dois sentimentos: o afeto e o medo. O aluno heterônomo julga segundo o realismo moral, isto é, seguem as regras ao pé da letra. Ela despreza as intenções dos atos e se apega a suas consequências, considerando como boa toda o aluno que segue fielmente às regras dos adultos. Nesta fase as regras são obedecidas, mas não compreendidas pela sua ação social. Portanto, os alunos são incapazes de julgar com coerência por não entenderem os critérios utilizados na formulação das normas. Existem alunos de bom comportamento que se rebelam contra a autoridade dos pais e professores. Continuam heterônomas, negam uma ordem, mas não criam a sua, à qual deveriam obedecer conforme suas próprias regras morais. Formar um sujeito autônomo é possível quando a autoridade adulta é diminuída e se desenvolve respeito mútuo entre adulto e o aluno, criança e criança, possibilitando a construção dos valores morais a partir de discussões e de ações que considerem a opinião e respeitem o grupo a que ele pertence. A pessoa autônoma não é aquela que faz tudo o que deseja, que se governa sem se importar com as pessoas a sua volta. Pelo contrário, o sujeito autônomo sabe coordenar as regras, ideias, decisões e preferências de seu grupo social, agindo de forma harmônica. Autonomia é auto-regulação. Piaget (1981), capacidade está, adquirida realmente por volta dos sete a oito anos. Até entãoos alunos percebem e aceitam regras como proveniente de alguma autoridade (pais, professores) chamado por Piaget de respeito unilateral. Elas não raciocinam sobre o que é certo ou errado. Para elas, o que é certo ou errado está predeterminado (pela autoridade) e não sujeito as suas próprias avaliações (de maneira autônoma). Daí a importância do adulto para auxiliá-la na organização afetiva. Colocar a autonomia como objetivo da educação poderia conduzir o aluno para transformações amplas que ultrapassariam o aprendizado de conteúdos sem significado para a vida. Haveria preocupações com a formação de um ser humano que vive, sente, ama e precisa ser amado, pois: Desde o nascimento, os alunos lutam para dar sentido às suas experiências, a fim de assimilarem o mundo à sua volta e de serem autônomas em suas construções de conhecimento cognitivo e afetivo. Portanto, a autonomia pode ser entendida com um hábito que os alunos podem começar a desenvolver muito cedo. (Wadswuth, pág. 120, 1960). As relações sociais estabelecem influência no desenvolvimento da autonomia do aluno. O tipo de relação estabelecida com o adulto e com seus colegas pode reforçar ou libertá-la da heteronomia natural, tanto moral como intelectual. Os adultos super protetores criarão com o aluno vínculos de dependência, inibindo suas atitudes e tornando-a incapaz de tomar decisões, sozinha. Para a educação moral que considere a autonomia dos sujeitos como fim, é necessário que conheça a moralidade como o resultado de um processo, onde o indivíduo constrói e reconstrói sua moralidade em suas relações sociais atuando ativamente. A educação deve se dar num ambiente solidário, onde ocorra o respeito mútuo entre todos os integrantes e quando necessário a aplicação de sanções, que estas sejam por reciprocidade, fazendo com que o infrator reflita sobre sua ação. Acreditamos que através de uma relação de respeito mútuo entre professor e aluno, a cooperação entre iguais e respeitando o aluno como sujeito construtor do seu conhecimento, podemos contribuir para a formação de indivíduos autônomos. As construções de conhecimento devem ser feitas de forma cooperativa, em grupo, com a interferência provocativa do professor, assim tanto professor como aluno, assumem a postura de pesquisador. O professor tem papel fundamental no desenvolvimento do aluno, pois ele deve acompanhar todas as etapas do projeto de cado aluno, levantando questionamentos, mas nunca dando respostas certas, dando sugestões mas nunca assumindo postura autoritária, como se ele fosse o “detentor do saber”. O papel do professor é o de estabelecer questionamentos, permitir o debate entre as opiniões, estimular a participação organizar a discussão, manifestar as diversas hipóteses que irão surgir. Este processo de investigação resulta na construção de conhecimentos que devem ser organizados e registrados como produtos concretos dessa aprendizagem. E importante que o educador infantil busque com os alunos os procedimentos necessários para se elaborar a leitura de imagens. As potencialidades do individuo devem ser levadas em conta durante o processo de ensino-aprendizagem. Isto porque, a partir do contato com uma pessoa mais experiente e com o quadro histórico cultural, as potencialidades do aprendiz são transformadas em situações que ativam nele esquemas processuais cognitivos ou comportamentais, ou de que este convívio produza no indivíduo novas potencialidades, num processo dialético contínuo. Como para ele a aprendizagem impulsiona o desenvolvimento, a escola tem um papel essencial na construção desse ser; ela deveria dirigir o ensino não para etapas intelectuais já alcançadas, mas sim, para etapas ainda não alcançadas pelos alunos, funcionado como incentivadora de novas conquistas, do desenvolvimento potencial do aluno. (Vygotsky 1989) As regras a serem criadas com a participação efetiva dos alunos são fáceis de ser respeitadas, além de o fazerem com consciência. Do ponto de vista moral, a cooperação leva não mais à simples obediência às regras impostas, sejam elas quais forem, mas a uma ética da solidariedade e da reciprocidade. Essa moral caracteriza-se, quando à forma, pelo desabrochar do sentimento de um bem interior independe dos deveres externos, ou seja, por uma progressiva autonomia da consciência, prevalecendo sobre a heteronomia dos deveres primitivos (PIAGET: p.l 18). Vivendo nesta esfera de reciprocidade, respeito mútuo e estímulo ao desenvolvimento intelectual os alunos atingirão o auto-governo. MORDIDAS “O primeiro contato do aluno com o mundo é pela boca e morder faz parte disso.” (MELLO, Ana Maria e VITORIA, Telma, pág. 165, 2001). Observando a reação dos alunos diante das diferentes situações do cotidiano, consideramos ser de fundamental importância aprofundar o conhecimento referente às mordidas, pois a educação infantil faz parte de um meio social e afetivo em que o aluno está inserido. Esta questão deve-se trabalhar desde cedo, auxiliando assim os alunos no seu desenvolvimento emocional. Mordidas costumam causar inquietações nas escolas, pois nenhum pai ou professor gosta de ver o aluno ser mordido. Os pais das vítimas sentem-se culpados por deixarem o filho em um ambiente que “corra risco”, enquanto os pais do mordedor ficam envergonhados, pois se sentem impotentes frente à situação. É nos primeiros anos de vida que o aluno aprende a conviver com outros alunos e adultos, bem como conhece o mundo e seu funcionamento. Nesse sentido, pais e educadores devem conhecer cada vez mais as etapas do desenvolvimento infantil, conhecendo dessa forma, os comportamentos emocionais, afetivos e cognitivos característicos de cada fase. Conhecendo um pouco melhor o aluno com qual estamos lidando, torna-se mais fácil criarmos situações voltadas a auxiliar no comportamento de cada uma. Observa-se que necessitamos criar várias situações a fim de instigarmos a afetividade dos nossos alunos e deste modo, estimulá-las a descobrir diferentes formas de se comunicar com o outro, expressando claramente seus desejos, necessidades e angústias. “Os educadores concordam que umo aluno se desenvolve através de brincadeiras e jogos que estão relacionados, encaminhando-se de estágios mais primitivos para outros mais elaborados. Se os adultos que cercam umo aluno a impedirem de vivenciar, compreender e dominar cada etapa do seu desenvolvimento, ao invés de ajudarem, correm o risco de tardar a conquista da maturidade e da compreensão de mundo do aluno.” (Isabel Parolin - 2003) O primeiro contato que o aluno estabelece com o mundo é pela boca, onde explora e experimenta os diferentes objetos, aumentando cada vez mais o seu conhecimento sobre o mundo. Descobre diferenças de peso, formas, texturas e tamanhos, sendo que a cada bocada, conhece um pouco mais o mundo à sua volta. Nos seus primeiros meses o bebê utiliza a sua boca para comunicar-se com as pessoas próximas, expressando-se através do choro, do sorriso e de balbucios. Na medida em que cresce e amadurece, também passa a se comunicar com o mundo através da mordida, onde utiliza a mesma para se defender de uma situação, disputar um brinquedo, ou chamar a atenção da professora ou dos pais. Esta passa a ser uma forma de comunicação enquanto a linguagem verbal não está estabelecida. Dessa forma, a mordida faz parte do desenvolvimento do aluno até em torno dos 3 anos de idade. Recurso este que desaparece quando a linguagem estiver mais desenvolvida. Quando o aluno morde está tentando expressar alguma coisa a qual ainda não conseguiu fazer de outra forma, para livrar-se de um incomodo, para chamar a atenção da mãe ou da professora, para pegar um brinquedo do colega ou para simplesmente morder e observar a reação do outro. Seja qual for o motivo da mordida devemos cuidar para não rotular o aluno como mordedor, pois quando se rotulaalguém de algo, todos passam a esperar que ele volte a fazer, a ter novamente a mesma reação. Mesmo que esta expectativa seja de forma sutil o aluno percebe, consequentemente gera uma ansiedade que pode levá-la a dar novas mordidas. Se mordida acontecer reforça-se a ideia de que ela é mordedora. Assim aumenta-se a expectativa e a ansiedade e ela morde mais uma vez, criando assim um ciclo sem fim. Os professores e os pais devem agir com calma, sem dramas ou escândalos diante das mordidas. É importante esclarecer para o aluno, a dor que se sente, bem como a ajudar a encontrar outras formas de se comunicar. Mostrar possibilidades de expressar suas emoções, através da fala e dos gestos. 2. Objetivos: Proporcionar um ambiente rico em estímulos, com o intuito de trabalhar os sentimentos a partir do desenvolvimento de cada aluno frente a situação de aprendizagem. Propiciar diferentes situações de modo a estimular a construção dos variados sentimentos, como o respeito pelo próximo e o compartilhar dos mesmos brinquedos e espaços. Estimular a expressão dos sentimentos e emoções através das diferentes situações de aprendizagem, a fim de conhecer o seu eu. Apresentar sensibilidade às dificuldades do outro e buscar ajuda-los, reconhecendo as diferenças individuais. Desenvolver o auto conhecimento, reconhecendo os seus sentimentos e suas emoções. Desenvolver práticas de assistência, cuidados e proteção, pois são necessárias para o desenvolvimento infantil e indispensável à sobrevivência saudável de qualquer ser humano; Proporcionar um ambiente rico em estímulos, a fim de que o aluno possa desenvolver a sua autonomia; Iniciar o processo de construção do hábito de cooperação, centrado na união, em um senso comum de solidariedade social, baseada na compreensão mútuo aluno – aluno e ou professor – aluno; Oportunizar momentos de troca de carinho e afeto, para que o aluno tenha a possibilidade de expressar-se de diferentes formas com os colegas; Perceber que o aluno descobre o mundo em sua volta através da boca e que a mordida passa a fazer parte deste processo de descoberta; Conscientizar os professores da importância em buscar conhecimento sobre as fases de desenvolvimento afetivo infantil, a fim de que eles possam lidar com maior segurança diante de situações vividas com os alunos; 3. SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM POSSÍVEIS DE SEREM REALIZADAS · Massagens de relaxamento a fim de trabalhar o toque, a expressão corporal, sentimentos e atenção; · Pintura em cima da cartolina. Os alunos irão dançar em cima da cartolina, descalços, ao som de uma música, a fim de desenvolver a percepção tátil, o toque, a expressão corporal, atenção e coordenação motora ampla; · Dançar ao som de músicas diversas, e quando a música para, abraçar o colega a fim de explorar o contato entre o grupo, afetividade, expressão corporal e atenção; · Confecção de bonecos. Os pais irão confeccionar bonecos, onde cada aluno irá cuidar do seu, a fim de desenvolver a partição de todos, os sentimentos e emoção frente ao objeto. · Estrada das sensações e expressões. A estrada será montada na escola com auxílio de alguns tijolos, onde os alunos irão caminhar em cima, descalços, para sentirem sensações diferentes, expressões diferentes e o toque das emoções. · Incentivar os alunos a alcançarem objetos aos colegas, a fim de trabalhar a atenção, percepção visual e emoções. · Brincadeira livre na praça, a fim de trabalhar o faz de conta, a imaginação, angústias e suas emoções. · Dança em pares, a fim de trabalhar a atenção, os sentimentos e afetividade. · Realizar conversas com intenção de valorizar o respeito para com os animais e natureza, a fim de trabalhar a afetividade, sentimentos e emoções. · Brincando de matar monstros e lutar imitando seus super-heróis, expressando assim seus sentimentos e emoções. · Teatro, mímica e reprodução, expressando assim seus sentimentos, emoções, afetividade e imaginação. · Dado dos sentimentos, faremos um dado e em cada face colocaremos uma imagem com algum sentimento e conforme a idade imitarão e ou desenharam o que representou para o aluno este sentimento. · Técnicas com diferentes materiais, ou seja, argila, massa de modelar, balões, gesso, para que seja trabalhado o movimento das mãos, o toque, as emoções e sentimentos. · Trabalhar com os pais a noção de compartilhar, a fim de trabalhar a partição, a afetividade e a importância de dividir as coisas. · Brincadeira do ursinho de pelúcia: em um círculo passar um ursinho para que o aluno faça um gesto de carinho nele e posteriormente fazer no colega os mesmos gestos para trabalhar a afetividade, sentimentos e emoções · Dança da cadeira: brinca-se da mesma forma convencional, porém, ao invés de o aluno sair da brincadeira quando faltar uma cadeira, ela sentará no colo de um colega onde se observará o sentimento que estes deixaram transparecer frente ao colega. · Integração com outras turmas, e num momento determinado farão uma situação de aprendizagem juntos. · Brincar de esconder com um pano, afim de instigar a curiosidade, após, mostra-se a face; · Ler e contar a mensagem “Talento das Cores”, estimulando a afetividade entre os alunos: se abraçarem, apertarem as mãos, darem beijos. · Corrida de obstáculos: haverá um caminho cheio de obstáculos para os alunos pularem, passarem abaixados, caminhando na ponta dos pés. Todos os obstáculos serão percorridos por duplas (de mãos dadas), tendo como finalidade o trabalho em equipe. · Técnica dos palitos de picolé: os alunos receberão um palito de picolé e forçarão para quebrá-lo até conseguir, após receberão vários palitos que serão presos por uma ligueta, os quais os alunos também serão estimuladas para tentar quebrá-los. Os alunos perceberão que não vão conseguir quebrar os palitos quando estão juntos. Através disto, será feita uma conversação com os alunos, explicando a força que têm quando estão unidas, assim como os palitos, que não conseguiram ser quebrados. · Contar diferentes histórias que aflorem os mais variados sentimentos, a fim de que os alunos aprendam a lidar e ou vivenciar os mais diferentes sentimentos e emoções. 4. BIBLIOGRAFIA ANTUNES, Celso. A linguagem do afeto: como ensinar virtudes e transmitir valores. Papirus, 3ª edição, 2005. ARRIBAS, Teresa Lleixà. Educação Infantil. Desenvolvimento, currículo e organização escolar. Porto Alegre, Artmed, 5ªedição, 2004. http://www.mariaaugustarossini.com.br/artigos/Maria_Augusta_Educacao_Infan til.doc http://www.abpp.com.br/abppprnorte/pdf/a15Silva03.pdf MORA, Estela. Psicopedagogia. Infanto-Adolescente A Infância. Ed. Grupo Cultural. ROSSINI, Maria Augusta Sanches. Pedagogia Afetiva. Petrópolis, Ed. Vozes, 3ª edição, 2001. VYGOTSKY, L.S. Pensamento e linguagem. 2 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1989. WADSWORTH, Barry J. Inteligência e afetividade do aluno, na teoria de Piaget, SP: Afiliada, 1996. ZABALZA. Miguel. Como educar em valores na escola. Pátio – Revista Pedagógica. Porto Alegre: ARTMED, ano 4, n. 13, p. 21-24, maio/jul. 2000. http://www.mariaaugustarossini.com.br/artigos/Maria_Augusta_Educacao_Infantil.doc http://www.mariaaugustarossini.com.br/artigos/Maria_Augusta_Educacao_Infantil.doc http://www.abpp.com.br/abppprnorte/pdf/a15Silva03.pdf Projeto para Educação Infantil EDUCAÇÃO INFANTIL - projeto sentimentos Projeto Cuidados e Sentimentos Telefone: 3982 1194
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