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INTRODUÇÃO AO DIREITO AMBIENTAL - HG2

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DIREITO AMBIENTAL – HG2 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 
 
DIREITO AMBIENTAL - Princípios do Direito Ambiental. A Constituição Federal e o meio ambiente. O Código Flo-
restal brasileiro (Leis nº 12.651/2012). A legislação brasileira de unidades de conservação (Lei nº 9.985/2000). 
Poder de Polícia Ambiental. Crimes e infrações administrativas contra o meio ambiente (Lei nº 9.605/98). Licenci-
amento ambiental. Responsabilidade ambiental: conceito de dano e reparação ambiental. 
 
Artigo 3º, I, da Lei 6.938/81, “o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e 
biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”. 
 
MODALIDADES: natural, cultural, artificial e do trabalho. 
 
Ramo do direito composto por princípios e regras que regulam as condutas humanas que afetem, potencial ou 
efetivamente, direta ou indiretamente, o meio-ambiente, quer o natural, o cultural, o do trabalho ou o artificial. 
 
COMPETÊNCIAS MATERIAIS AMBIENTAIS 
 
COMUNS 
 
“Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: 
 
[...] 
III – proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as 
paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; 
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, 
artístico e cultural; 
[...] 
VI – proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; 
VII – preservar as florestas, a fauna e a flora; 
[...] 
XI – registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e 
minerais em seus territórios”. 
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. 
 
LEI COMPLEMENTAR 140/2011 
 
 
 
 
 
 
 
COMPETÊNCIAS MATERIAIS AMBIENTAIS 
EXCLUSIVAS DA UNIÃO 
 
“Art. 21. Compete à União: 
 
[...] 
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico 
e social; 
[...] 
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de 
seu uso; 
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes ur-
banos; 
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a 
pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e 
seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições: 
 
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do 
Congresso Nacional; 
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos para a pesquisa e 
usos médicos, agrícolas e industriais; 
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização de radioisótopos de meia-
vida igual ou inferior a duas horas; 
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa;” 
 
COMPETÊNCIAS MATERIAIS AMBIENTAIS 
MUNICÍPIOS 
 
Art. 30. Compete aos Municípios: 
 
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do 
parcelamento e da ocupação do solo urbano; 
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora fede-
ral e estadual. 
 
COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS AMBIENTAIS 
CONCORRENTES 
 
“Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: 
 
VI – florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do 
meio ambiente e controle da poluição; 
VII – proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico; 
VIII – responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, 
histórico, turístico e paisagístico”. 
 
§ 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. 
§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Esta-
dos. 
§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para 
atender a suas peculiaridades. 
§ 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for con-
trário. 
 
STF = “o espaço de possibilidade de regramento pela legislação estadual, em casos de competência concorrente 
abre-se: (1) toda vez que não haja legislação federal, quando então, mesmo sobre princípios gerais, poderá a 
legislação estadual dispor; e (2) quando, existente legislação federal que fixe os princípios gerais, caiba comple-
mentação ou suplementação para o preenchimento de lacunas, para aquilo que não corresponda à generalidade; 
ou ainda, para a definição de peculiaridades regionais”. ADI/MC 2.396, de 26.09.2001. 
 
 
Para o STF, o meio ambiente do trabalho está fora da competência legislativa concorrente: “o gênero ‘meio ambi-
ente’, em relação ao qual é viável a competência em concurso da União, dos Estados e do Distrito Federal, a teor 
do disposto no artigo 24, inciso VI, da Constituição Federal, não abrange o ambiente de trabalho, muito menos a 
ponto de chegar-se à fiscalização do local por autoridade estadual, com imposição de multa. Suspensão da eficá-
cia da Lei 2.702, de 1997, do Estado do Rio de Janeiro”. 
 
ADI/MC 1.893, de 18.12.1998. 
 
Art. 30. Compete aos Municípios: 
 
I - legislar sobre assuntos de interesse local; II - suplementar a 
legislação federal e a estadual no que couber; 
 
STJ - “a teor dos disposto nos arts. 24 e 30 da Constituição Federal, aos Municípios, no âmbito do exercício da 
competência legislativa, cumpre a observância das normas editadas pela União e pelos Estados, como as referen-
tes à proteção das paisagens naturais notáveis e ao meio ambiente, não podendo contrariá-las, mas tão somente 
legislar em circunstâncias remanescentes” (AR 756, 1ª Seção, de 27/02/2008). 
 
Segunda-feira, 15 de dezembro de 2014 
 
Ministro reafirma competência de municípios para legislar sobre proteção ao meio ambiente 
 
O decano do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Celso de Mello, deu provimento a Recurso Extraordinário 
(RE 673681) para declarar a constitucionalidade de lei municipal de Mogi-Mirim (SP) que dispõe sobre preserva-
ção e defesa da integridade do meio ambiente, e determina a regulamentação da norma pelo Executivo local. 
 
Para o ministro, os municípios têm competência para formular políticas públicas destinadas a viabilizar a proteção 
local do meio ambiente. 
 
Em sua decisão, o ministro citou parecer do Ministério Público Federal e precedentes da Corte para afirmar que ao 
município é garantida competência constitucional para formular regras e legislar sobre proteção e defesa ambi-
ental, “encargo irrenunciável que incide sobre todos e cada um dos entes que integram o Estado Federal brasilei-
ro”. 
 
COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS 
PRIVATIVAS DA UNIÃO 
 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
 
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão; 
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia; 
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza; 
 
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das maté-
rias relacionadas neste artigo. 
 
STF: “Energia nuclear. Competência legislativa da União. Artigo 22, XXVI, da Constituição Federal. É inconstituc i-
onal norma estadual que dispõe sobre atividades relacionadas ao setor nuclear no âmbito regional, por violação 
da competência da União paralegislar sobre atividades nucleares, na qual se inclui a competência para fiscalizar 
a execução dessas atividades e legislar sobre a referida fiscalização. Ação direta julgada procedente.” ADI 1.575, 
de 07.04.2010. 
 
INEXISTÊNCIA DO DIREITO ADQUIRIDO DE POLUIDOR/NÃO INCIDÊNCIA DA TEORIA DO FATO CONSU-
MADO AO MEIO AMBIENTE/POSIÇÃO DO STJ E STF. 
 
STJ: “inexiste direito adquirido a poluir ou degradar o meio ambiente. O tempo é incapaz de curar ilegalidades 
ambientais de natureza permanente, pois parte dos sujeitos tutelados – as gerações futuras – carece de voz e de 
representantes que falem ou se omitam em seu nome”. Passagem do REsp 948.921, de 23.10.2007. 
 
 
 
 
 
 
 
Ainda de acordo com a Corte Superior “em tema de direito ambiental, não se cogita em direito adquirido à devas-
tação, nem se admite a incidência da teoria do fato consumado” (REsp 1394025, de 08/10/2013). STF, julgamento 
do RE 609.748 AgR/RJ, de 23.08.2011: 
“Agravo regimental no Recurso Extraordinário. Direito ambiental. Mandado de segurança. Ausência de licença 
ambiental. Matéria infraconstitucional. Reexame de fatos e provas. Inaplicabilidade da teoria do fato consumado. 
3. A teoria do fato consumado não pode ser invocada para conceder direito inexistente sob a alegação de consoli-
dação da situação fática pelo decurso do tempo. Esse é o entendimento consolidado por ambas as turmas desta 
Suprema Corte 
 
STJ: “as normas ambientais devem atender aos fins sociais a que se destinam, ou seja, necessária a interpreta-
ção e a integração de acordo com o princípio hermenêutico in dubio pro natura” (REsp 1.367.923, de 27/08/2013). 
 
PRINCÍPIOS AMBIENTAIS 
 
Lei 11.428/2006, que regula o Bioma Mata Atlântica: função socioambiental da propriedade, da equidade interge-
racional, da prevenção, da precaução, do usuário-pagador, da transparência das informações e atos, da gestão 
democrática, da celeridade procedimental, da gratuidade dos serviços administrativos prestados ao pequeno pro-
dutor rural e às populações tradicionais e do respeito ao direito de propriedade. 
 
Uma série de princípios ambientais vem listada no artigo 3.º, da Lei 12.187/2009, que aprovou a Política Nacional 
sobre Mudança do Clima: princípios da precaução, da prevenção, da participação cidadã, do desenvolvimento 
sustentável e das responsabilidades comuns, porém diferenciadas, este último, no âmbito internacional. 
 
Posteriormente, o artigo 6.º, da Lei 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, previu os 
seguintes princípios ambientais: prevenção, precaução, poluidor-pagador, protetor-recebedor, a visão sistêmica 
(na gestão dos resíduos sólidos, que considere as variáveis ambiental, social, cultural, econômica, tecnológica e 
de saúde pública), desenvolvimento sustentável, ecoeficiência (mediante a compatibilização entre o fornecimento, 
a preços competitivos, de bens e serviços qualificados que satisfaçam as necessidades humanas e tragam quali-
dade de vida e a redução do impacto ambiental e do consumo de recursos naturais a um nível, no mínimo, equiva-
lente à capacidade de sustentação estimada do planeta), entre outros. 
 
PREVENÇÃO (risco certo, conhecido – certeza científica) 
PRECAUÇÃO (risco incerto – dúvida científica – in dubio pro natura ou 
salute); É previsto na Declaração do Rio (ECO/1992), no Princípio 15, litteris: 
 
“De modo a proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deve ser amplamente observado pelos Estados, 
de acordo com suas capacidades. 
 
Quando houver ameaça de danos sérios ou irreversíveis, a ausência de absoluta certeza científica não deve ser 
utilizada como razão para postergar medidas eficazes e economicamente viáveis para precaver a degradação 
ambiental”. 
 
Medidas da precaução: 
PROPORCIONALIDADE; 
COERÊNCIA; 
PRECARIEDADE. 
 
De grande felicidade é a afirmação de JEAN-MARC LAVIEILLE, brilhantemente citado por PAULO AFFONSO 
LEME MACHADO (2009, p. 78), para quem “o princípio da precaução consiste em dizer que não somente somos 
responsáveis sobre o que nós sabemos, sobre o que nós deveríamos ter sabido, mas, também, sobre o de que 
nós deveríamos duvidar”. 
 
É com base no princípio da precaução que parte da doutrina sustenta a possibilidade de inversão do ônus da pro-
va nas demandas ambientais, carreando ao réu (suposto poluidor) a obrigação de provar que a sua atividade não 
é perigosa nem poluidora, em que pese inexistir regra expressa nesse sentido, ao contrário do que acontece no 
Direito do Consumidor. 
 
Inclusive, esta tese foi recepcionada pelo STJ no segundo semestre de 2009 (REsp 972.902-RS, Rel. Min. Eliana 
Calmon, j. 25.08.2009). 
 
 
 
STF- “A Corte registrou que o conteúdo jurídico do princípio da precaução remontaria originalmente à “Carta Mun-
dial da Natureza”, de 1982, cujo princípio n. 11, “b”, estabelecera a necessidade de os Estados controlarem as 
atividades potencialmente danosas ao meio ambiente, ainda que seus efeitos não fossem completamente conhe-
cidos. Esse princípio fora posteriormente incluído na Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desen-
volvimento (Eco-92). Além desses documentos, o princípio da precaução estaria contido na Constituição. 
 
Decorre referido princípio da constatação de que a evolução científica poderia trazer riscos, muitas vezes imprevi-
síveis ou imensuráveis, a exigir uma reformulação das práticas e procedimentos tradicionalmente adotados na 
respectiva área da ciência. Apontou que o princípio da precaução não prescindiria de outros elementos considera-
dos essenciais para uma adequada decisão estatal, a serem observados sempre que estiver envolvida a gestão 
de riscos: 
 
a) a proporcionalidade entre as medidas adotadas e o nível de proteção escolhido; b) a não discriminação na apli-
cação das medidas; e, c) a coerência das medidas que se pretende tomar com as já adotadas em situações simi-
lares ou que utilizem abordagens similares. Portanto, na aplicação do princípio da precaução a existência de ris-
cos decorrentes de incertezas científicas não deveria produzir uma paralisia estatal ou da sociedade. 
 
Por outro lado, a aplicação do princípio não poderia gerar como resultados temores infundados. Assim, em face de 
relevantes elementos de convicção sobre os riscos, o Estado deveria agir de forma proporcional. Por sua vez, o 
eventual controle pelo Poder Judiciário quanto à legalidade e à legitimidade na aplicação desse princípio haveria 
de ser realizado com prudência, com um controle mínimo, diante das incertezas que reinam no campo científico”. 
Informativo 829: RE 627189/SP, rel. Min. Dias Toffoli, 8.6.2016. 
 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL; 
 
Em 1987, o Relatório Brundtland (Nosso Futuro Comum), elaborado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente 
e Desenvolvimento, delimitou o desenvolvimento sustentável como “o desenvolvimento que satisfaz as necessi-
dades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”. 
 
Princípio 04 da Declaração do Rio: “Para se alcançar um desenvolvimento sustentável, a proteção ambiental deve 
constituir parte integrante do processo de desenvolvimento e não pode ser considerada separadamente” 
 
Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza, em Cuidando do Planeta Terra: uma estratégia 
para o futuro da vida, são princípios da vida sustentável: 
 
“1) Respeitar e cuidar da comunidade dos seres vivos; 
2) Melhorar a qualidade da vida humana; 
3) Conservar a vitalidade e a diversidade do planeta; 
4) Minimizar o esgotamento de recursos não renováveis; 
5) Permanecer nos limites da capacidade de suporte do planeta Terra; 
6) Modificar atitudes e práticas pessoais; 
7) Permitir que as comunidades cuidem de seu próprio meio ambiente; 
8) Gerar uma estrutura nacional para a integração de desenvolvimento e conservação; 
9) Construir uma aliança global”. 
 
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim asse-
gurara todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: VI - 
defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos 
e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 
19.12.2003) o Princípio do Desenvolvimento Sustentável não possui apenas uma vertente econômico-ambiental, 
mas também tem uma acepção social, consistente na justa repartição das riquezas do mundo, pois inexiste qual-
quer razoabilidade em se determinar a alguém que preserve os recursos naturais sem previamente disponibilizar 
as mínimas condições de dignidade humana. 
 
Um instrumento de implantação que ao poucos vem sendo utilizado mundialmente para se atingir o ideal da sus-
tentabilidade é o pagamento pelos serviços ambientais, pois imprescindíveis à manutenção da vida na Terra. 
 
LEI 8.666/1993 - Art. 3ºA licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a 
seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável 
e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=627189&classe=RE&origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=M
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm
da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convoca-
tório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010) DECRE-
TO Nº 7.746, DE 5 DE JUNHO DE 2012 
POLUIDOR-PAGADOR OU RESPONSABILIDADE; 
 
Inclusive, o mesmo consta na Declaração do Rio de 1992, no Princípio 16: “Tendo em vista que o poluidor deve, 
em princípio, arcar com o custo decorrente da poluição, as autoridades nacionais devem procurar promover a 
internalização dos custos ambientais e o uso de instrumentos econômicos, levando na devida conta o interesse 
público, sem distorcer o comércio e os investimentos internacionais”. 
 
“Pacífica a jurisprudência do STJ de que, nos termos do art. 14, § 1.°, da Lei 6.938/1981, o degradador, em decor-
rência do princípio do poluidor-pagador, previsto no art. 4.°, VII (primeira parte), do mesmo estatuto, é obrigado, 
independentemente da existência de culpa, a reparar – por óbvio que às suas expensas – todos os danos que 
cause ao meio ambiente e a terceiros afetados por sua atividade, sendo prescindível perquirir acerca do elemento 
subjetivo, o que, consequentemente, torna irrelevante eventual boa ou má-fé para fins de acertamento da nature-
za, conteúdo e extensão dos deveres de restauração do status quo ante ecológico e de indenização” (passagem 
do REsp 769.753, de 08.09.2009). 
 
- INCIDÊNCIA PRÉVIA OU POSTERIOR AO DANO AMBIENTAL 
- NÃO PODE SER INTERPRETADO COMO ABERTURA ILIMITADA À POLUIÇÃO MEDIANTE 
PAGAMENTO USUÁRIO-PAGADOR; 
 
Saliente-se que é um dos objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente “a imposição, ao poluidor e ao preda-
dor, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de 
recursos ambientais com fins econômicos”, nos moldes do inciso VII, do artigo 4.º, da Lei 6.938/1981. 
 
PROTETOR-RECEBEDOR; 
 
Em concretização ao Princípio do Protetor-recebedor, o artigo 41 do novo Código Florestal brasileiro previu o pro-
grama de apoio e incentivo à preservação e recuperação do meio ambiente, com a possibilidade de pagamento ou 
incentivo a serviços ambientais como retribuição, monetária ou não, às atividades de conservação e melhoria dos 
ecossistemas e que gerem serviços ambientais, tais como, isolada ou cumulativamente: 
 
“a) o sequestro, a conservação, a manutenção e o aumento do estoque e a diminuição do fluxo de carbono; 
b) a conservação da beleza cênica natural; 
c) a conservação da biodiversidade; 
d) a conservação das águas e dos serviços hídricos; 
e) a regulação do clima; 
f) a valorização cultural e do conhecimento tradicional ecossistêmico; 
g) a conservação e o melhoramento do solo; 
h) a manutenção de Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal e de uso restrito.” 
 
Por meio da edição do Decreto 45.113/2009, o Estado de Minas Gerais criou o Programa Bolsa-Verde, em que o 
Poder Público estadual paga um incentivo financeiro aos proprietários que prestam serviços ambientais, consis-
tente em uma bolsa que variará entre R$ 110,00 e R$ 300,00 por hectare preservado de reserva legal ou área de 
preservação permanente, sendo um emblemático caso de incidência do Princípio do Protetor-Recebedor. 
 
Outro excelente exemplo de aplicabilidade do Princípio do Protetor-recebedor vem do Estado do Amazonas, com 
a criação do Programa Bolsa Floresta, pela Lei Estadual 3.135/2007, que instituiu a Política Estadual sobre Mu-
danças dos Climas. 
 
COOPERAÇÃO ENTRE OS POVOS; 
SOLIDARIEDADE INTERGERACIONAL OU EQUIDADE; 
NATUREZA PÚBLICA DA PROTEÇÃO AMBIENTAL; 
PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA, CIDADÃ OU PRINCÍPIO DEMOCRÁTICO; 
A Declaração do Rio de 1992 seguiu essa tendência ao cristalizá-lo no Princípio 10: 
 
“A melhor maneira de tratar questões ambientais é assegurar a participação, no nível apropriado, de todos os 
cidadãos interessados. 
 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12349.htm
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%207.746-2012?OpenDocument
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%207.746-2012?OpenDocument
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%207.746-2012?OpenDocument
 
No nível nacional, cada indivíduo deve ter acesso adequado a informações relativas ao meio ambiente de que 
disponham autoridades públicas, inclusive informações sobre materiais e atividades perigosas em suas comuni-
dades, bem como a oportunidade de participar em processos de tomada de decisões. 
 
Os Estados devem facilitar e estimular a conscientização e a participação pública, colocando a informação à dis-
posição de todos. Deve ser propiciado acesso efetivo a mecanismos judiciais e administrativos, inclusive no que 
diz respeito à compensação e reparação de danos”. 
 
FUNÇÃO SOCIOAMBIENTAL DA PROPRIEDADE (ecologização da propriedade); 
 
Para o STJ, “inexiste direito ilimitado ou absoluto de utilização das potencialidades econômicas de imóvel, pois 
antes até ‘da promulgação da Constituição vigente, o legislador já cuidava de impor algumas restrições ao uso da 
propriedade com o escopo de preservar o meio ambiente’ (EREsp 628.588/SP, Rel. Min. Eliana Calmon, Primeira 
Seção, DJe 9.2.2009), tarefa essa que, no regime constitucional de 1988, fundamenta-se na função ecológica do 
domínio e posse (REsp 1.240.122, de 28/06/2011). 
 
artigo 1.228, § 1.º, do Código Civil 
 
“o direito de propriedade deve ser exercitado em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo 
que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o 
equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas” 
 
STF: “O acesso à terra, a solução dos conflitos sociais, o aproveitamento racional e adequado do imóvel rural, a 
utilização apropriada dos recursos naturais disponíveis e a preservação do meio ambiente constituem elementos 
de realização da função social da propriedade. A desapropriação, nesse contexto – enquanto sanção constitucio-
nal imponível ao descumprimento da função social da propriedade – reflete importante instrumento destinado a 
dar consequência aos compromissos assumidos pelo Estado na ordem econômica e social. 
 
. Incumbe, ao proprietário da terra, o dever jurídico-social de cultivá-la e de explorá-la adequadamente,sob pena 
de incidir nas disposições constitucionais e legais que sancionam os senhores de imóveis ociosos, não cultivados 
e/ou improdutivos, pois só se tem por atendida a função social que condiciona o exercício do direito de proprieda-
de, quando o titular do domínio cumprir a obrigação (1) de favorecer o bem-estar dos que na terra labutam; 
(2) de manter níveis satisfatórios de produtividade; (3) de assegurar a conservação dos recursos naturais; e (4) de 
observar as disposições legais que regulam as justas relações de trabalho entre os que possuem o domínio e 
aqueles que cultivam a propriedade” (ADI 2.213-MC, Rel. Min. Celso de Mello, j. 04.04.2002, DJ de 23.04.2004). 
 
Ainda de acordo com o STF, “a própria Constituição da República, ao impor ao Poder Público dever de fazer res-
peitar a integridade do patrimônio ambiental, não o inibe, quando necessária a intervenção estatal na esfera domi-
nial privada, de promover a desapropriação de imóveis rurais para fins de reforma agrária, especialmente porque 
um dos instrumentos de realização da função social da propriedade consiste, precisamente, na submissão do 
domínio à necessidade de o seu titular utilizar adequadamente os recursos naturais disponíveis e de fazer preser-
var o equilíbrio do meio ambiente”. [MS 22.164, rel. min. Celso de Mello, j. 30-10-1995, P, DJ de 17-11-1995.] 
INFORMAÇÃO; 
 
“qualquer indivíduo, independentemente da comprovação de interesse específico, terá acesso às informações de 
que trata esta Lei, mediante requerimento escrito, no qual assumirá a obrigação de não utilizar as informações 
colhidas para fins comerciais, sob as penas da lei civil, penal, de direito autoral e de propriedade industrial, assim 
como de citar as fontes, caso, por qualquer meio, venha a divulgar os aludidos dados”. 
 
Artigo 2.º, § 1.º, da Lei 10.650/2003. 
 
LIMITE OU CONTROLE - Cuida-se do dever estatal de editar e efetivar normas jurídicas que instituam padrões 
máximos de poluição, a fim de mantê-la dentro de bons níveis para não afetar o equilíbrio ambiental e a saúde 
pública. 
 
RESPONSABILIDADE COMUM, MAS DIFERENCIADA (INTERNACIONAL); 
 
Protocolo de Kyoto (artigo 4.º, item 1) e no artigo 3.º, da Lei 12.187/2009, que aprovou a Política Nacional de Mu-
dança do Clima. 
 
 
 
 
 
 
DO DIREITO AO MEIO AMBIENTE ECOLOGICAMENTE EQUILIBRADO; 
DIREITO À SADIA QUALIDADE DE VIDA; 
 
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essenci-
al à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo 
para as presentes e futuras gerações 
 
PROIBIÇÃO DO RETROCESSO ECOLÓGICO; 
 
recurso especial 302.906, de 26.08.2010 
 
“[...] O exercício do ius variandi, para flexibilizar restrições urbanístico-ambientais contratuais, haverá de respeitar 
o ato jurídico perfeito e o licenciamento do empreendimento, pressuposto geral que, no Direito Urbanístico, como 
no Direito Ambiental, é decorrência da crescente escassez de espaços verdes e dilapidação da qualidade de vida 
nas cidades. 
 
Por isso mesmo, submete-se ao princípio da não regressão (ou, por outra terminologia, princípio da proibição de 
retrocesso), garantia de que os avanços urbanístico-ambientais conquistados no passado não serão diluídos, des-
truídos ou negados pela geração atual ou pelas seguintes [...]”. 
 
MÍNIMO EXISTENCIAL ECOLÓGICO - Postula que, por trás da garantia constitucional do mínimo existencial, 
subjaz a ideia de que a dignidade da pessoa humana está intrinsecamente relacionada à qualidade ambiental. Ao 
conferir dimensão ecológica ao núcleo normativo, assenta a premissa de que não existe patamar mínimo de bem- 
estar sem respeito ao direito fundamental do meio ambiente sadio. Disponível em: 
<http://www.stj.jus.br/portal_stj/publicacao/engine.wsp?tmp.area=398&tmp.texto=97483>. Acesso em: 31.05.2010. 
 
Princípio da Ubiquidade - “o objeto de proteção do meio ambiente, localizado no epicentro dos direitos humanos, 
deve ser levado em consideração toda vez que uma política, atuação, legislação sobre qualquer tema, atividade, 
obra etc. tiver que ser criada e desenvolvida”. CELSO ANTONIO PACHECO FIORILLO 
 
Art 6º - Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, bem 
como as fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, 
constituirão o Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, assim estruturado: 
 
I - órgão superior: o Conselho de Governo, com a função de assessorar o Presidente da República na formulação 
da política nacional e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais; 
II - órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), com a finalidade de as-
sessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente 
e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, 
sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia quali-
dade de vida; 
III - órgão central: a “Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República”, com a finalidade de planejar, 
coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a política nacional e as diretrizes governamentais fixa-
das para o meio ambiente; 
IV - órgãos executores: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA e o 
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - Instituto Chico Mendes, com a finalidade de executar 
e fazer executar a política e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente, de acordo com as respec-
tivas competências; (Redação dada pela Lei nº 12.856, de 2013) 
V - Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de programas, projetos e 
pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental; 
VI - Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e fiscalização dessas ativida-
des, nas suas respectivas jurisdições; 
 
COMPETÊNCIAS DO CONAMA – ART. 8 º 
 
Art. 8º Compete ao CONAMA: 
 
I - estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critérios para o licenciamento de atividades efetiva ou 
potencialmente poluídoras, a ser concedido pelos Estados e supervisionado pelo IBAMA; 
 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12856.htm
 
II - determinar, quando julgar necessário, a realização de estudos das alternativas e das possíveis conseqüências 
ambientais de projetos públicos ou privados, requisitando aos órgãos federais, estaduais e municipais, bem assim 
a entidades privadas, as informações indispensáveis para apreciação dos estudos de impacto ambiental, e res-
pectivos relatórios, 
no caso de obras ou atividades de significativa degradação ambiental, especialmente nas áreas consideradas 
patrimônio nacional. 
III- Revogado (Lei 11941/09); 
IV - homologar acordos visando à transformação de penalidades pecuniárias na obrigação de executar medidas 
de interesse para a proteção ambiental; 
V - determinar, mediante representação do IBAMA, a perda ou restrição de benefícios fiscais concedidos pelo 
Poder Público, em caráter geral ou condicional, e a perda ou suspensão de participação em linhas de fianancia-
mento em estabelecimentos oficiais de crédito; 
VI - estabelecer, privativamente, normas e padrões nacionais de controle da poluição por veículos automotores, 
aeronaves e embarcações, mediante audiência dos Ministérios competentes; 
VII - estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente 
com vistas ao uso racional dos recursos ambientais, principalmente os hídricos. 
 
STF, ADPF 101 - “O Tribunal, por maioria, julgou parcialmente procedente pedido formulado em arguicao de des-
cumprimento de preceito fundamental, ajuizada pelo Presidente da Republica,e declarou inconstitucionais, com 
efeitos ex tunc, as interpretacoes, incluidas as judicialmente acolhidas, que permitiram ou permitem a importacao 
de pneus usados de qualquer especie, ai insertos os remoldados. Ficaram ressalvados os provimentos judiciais 
transitados em julgado, com teor ja executado e objeto completamente exaurido – v. 
Informativo 538. 
 
Entendeu-se, em sintese, que, apesar da complexidade dos interesses e dos direitos envolvidos, a ponderacao 
dos principios constitucionais revelaria que as 
decisoes que autorizaram a importacao de pneus usados ou remoldados teriam afrontado 
ospreceitos constitucionais Da saude e do meio ambiente ecologicamente equilibrado 
e, especificamente, os principios que se expressam nos artigos 170, I e VI, e seu paragrafo 
unico, 196 e 225, todos da CF. ADPF 101/DF, rel. Min. Carmen Lucia, 24.06.2009 
 
Parágrafo único. O Secretário do Meio Ambiente é, sem prejuízo de suas funções, o Presidente do Conama. 
 
LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
LICENÇA AMBIENTAL 
 
“Ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente estabelece as condições, restrições e medidas de 
controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, insta-
lar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais consideradas efetiva ou 
potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental” (artigo 1º, 
inciso II, da Resolução CONAMA 237/97). 
 
LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
 
“Procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação 
e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou po-
tencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, consideran-
do as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso” (artigo 1º, inciso I, da Resolu-
ção CONAMA 237/97). 
 
LC 140/2011 
 
Art. 2 º Para os fins desta Lei Complementar, consideram-se: 
 
I - licenciamento ambiental: o procedimento administrativo destinado a licenciar atividades ou empreendimentos 
utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de 
causar degradação ambiental; 
 
 
 
 
 
 
 
 
LICENCIAMENTO E PODER DE POLÍCIA AMBIENTAL 
 
Art. 17. Compete ao órgão responsável pelo licenciamento ou autorização, conforme o caso, de um empreendi-
mento ou atividade, lavrar auto de infração ambiental e instaurar processo administrativo para a apuração de in-
frações à legislação ambiental cometidas pelo empreendimento ou atividade licenciada ou autorizada. 
 
§ 1º Qualquer pessoa legalmente identificada, ao constatar infração ambiental decorrente de empreendimento ou 
atividade utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores, pode dirigir representação ao 
órgão a que se refere o caput, para efeito do exercício de seu poder de polícia. 
§ 2º Nos casos de iminência ou ocorrência de degradação da qualidade ambiental, o ente federativo que tiver 
conhecimento do fato deverá determinar medidas para evitá-la, fazer cessá-la ou mitigá-la, comunicando imedia-
tamente ao órgão competente para as providências cabíveis. 
§ 3º O disposto no caput deste artigo não impede o exercício pelos entes federativos da atribuição comum de fis-
calização da conformidade de empreendimentos e atividades efetiva ou potencialmente poluidores ou utilizadores 
de recursos naturais com a legislação ambiental em vigor, prevalecendo o auto de infração ambiental lavrado por 
órgão que detenha a atribuição de licenciamento ou autorização a que se refere o caput. 
 
STJ - 3. O pacto federativo atribuiu competência aos quatro entes da federação para proteger o meio ambiente 
através da fiscalização. 
 
4. A competência constitucional para fiscalizar é comum aos órgãos do meio ambiente das diversas esferas da 
federação, inclusive o artigo 76 da Lei Federal n. 9.605/1998 prevê a possibilidade de atuação concomitante dos 
integrantes do SISNAMA. 
5. Atividade desenvolvida com risco de dano ambiental a bem da União pode ser fiscalizada pelo IBAMA, ainda 
que a competência para licenciar seja de outro ente federado. Agravo regimental provido” (AgRg no REsp 
711. 405/PR, de 28.04.2009). 
. 2. O domínio da área em que o dano ou o risco de dano se manifesta é apenas um dos critérios definidores da 
legitimidade para agir do parquet federal. Ademais, o poder-dever de fiscalização dos outros entes deve ser exer-
cido quando a atividade esteja, sem o devido acompanhamento do órgão competente, causando danos ao meio 
ambiente. 
3. A atividade fiscalizatória das atividades nocivas ao meio ambiente concede ao IBAMA interesse jurídico sufici-
ente para exercer seu poder de polícia administrativa, ainda que o bem esteja situado em área cuja competência 
para o licenciamento seja do município ou do estado. STJ, AgRg no REsp 1373302, de 11/06/2013 
TCFA – Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – Lei 6.938/81, artigo 17-B. 
 
Art. 17-B. Fica instituída a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – TCFA, cujo fato gerador é o exercício 
regular do poder de polícia conferido ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renová-
veis – IBAMA para controle e fiscalização das atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos 
naturais 
 
ESPÉCIES DE LICENÇA AMBIENTAL 
 
Art. 8º - O Poder Público, no exercício de sua competência de controle, expedirá as seguintes licenças: 
 
I - Licença Prévia (LP) - concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade aprovan-
do sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condi-
cionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação; 
II - Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especifi-
cações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e 
demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante; 
III - Licença de Operação (LO) - autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efeti-
vo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes 
determinados para a operação. 
 
Art. 19 – O órgão ambiental competente, mediante decisão motivada, poderá modificar os condicionantes e as 
medidas de controle e adequação, suspender ou cancelar uma licença expedida, quando ocorrer: 
 
I - Violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas legais. 
II - Omissão ou falsa descrição de informações relevantes que subsidiaram a expedição da licença. 
III - superveniência de graves riscos ambientais e de saúde. 
 
 
 
 
 
A LP tem prazo de validade de até cinco anos, não podendo ter lapso de tempo inferior ao necessário para a ela-
boração dos programas técnicos, ao passo que a LI não poderá ter validade superior a seis anos. 
 
Já os prazos da LO variarão entre quatro e dez anos, a critério do órgão ambiental, sendo que a sua renovação 
deverá ser requerida com a antecedência mínima de cento e vinte dias do seu vencimento, ficando automatica-
mente renovada até a manifestação do ente licenciante. 
 
Lei 6938/81- 
 
Art. 10. A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de 
recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, 
de causar degradação ambiental dependerão de prévio licenciamento ambiental. (Redação dada pela Lei Com-
plementar nº 140, de 2011) 
 
DISPENSA DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL – NOVO C. FLORESTAL: 
 
APP/ART. 8º 
 
§ 3 º É dispensada a autorização do órgão ambiental competente para a execução, 
em caráter de urgência, de atividades de segurança nacional e obras de interesseda defesa civil destinadas à 
prevenção e mitigação de acidentes em áreas urbanas. 
 
LICENCIAMENTO MÚLTIPLO: vedado pelo artigo 7º, da Resolução CONAMA 237/97 e pelo artigo 13, da LC 
140/2011. 
 
Art. 7º - Os empreendimentos e atividades serão licenciados em um único nível de competência, conforme esta-
belecido nos artigos anteriores. 
 
LC 140/2011 
 
Art. 13. Os empreendimentos e atividades são licenciados ou autorizados, ambientalmente, por um único ente 
federativo, em conformidade com as atribuições estabelecidas nos termos desta Lei Complementar. 
 
§ 1º Os demais entes federativos interessados podem manifestar-se ao órgão responsável pela licença ou autori-
zação, de maneira não vinculante, respeitados os prazos e procedimentos do licenciamento ambiental. 
 
ARTIGO 14, LC 140/2011: 
 
§ 4º A renovação de licenças ambientais deve ser requerida com antecedência mínima de 120 (cento e vinte) dias 
da expiração de seu prazo de validade, fixado na respectiva licença, ficando este automaticamente prorrogado até 
a manifestação definitiva do órgão ambiental competente. 
 
Art. 15. Os entes federativos devem atuar em caráter supletivo nas ações administrativas de licenciamento e na 
autorização ambiental, nas seguintes hipóteses: 
 
I - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Estado ou no Distrito Federal, a Uni-
ão deve desempenhar as ações administrativas estaduais ou distritais até a sua criação; 
II - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Município, o Estado deve desempe-
nhar as ações administrativas municipais até a sua criação; e 
III - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Estado e no Município, a União 
deve desempenhar as ações administrativas até a sua criação em um daqueles entes federativos. 
 
Art. 16. A ação administrativa subsidiária dos entes federativos dar-se-á por meio de apoio técnico, científico, 
administrativo ou financeiro, sem prejuízo de outras formas de cooperação. 
 
Parágrafo único. A ação subsidiária deve ser solicitada pelo ente originariamente detentor da atribuição nos ter- 
mos desta Lei Complementar. 
Competências licenciatórias federais 
 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp140.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp140.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp140.htm
 
“Art. 7º São ações administrativas da União: 
 
(...) 
XIV – promover o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades: 
a) localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país limítrofe; 
b) localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na plataforma continental ou na zona econômica exclusiva; 
c) localizados ou desenvolvidos em terras indígenas; 
d) localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pela União, exceto em Áreas de Prote-
ção Ambiental – APAs; 
e) localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou mais Estados; 
f) de caráter militar, excetuando-se do licenciamento ambiental, nos termos de ato do Poder Executivo, aqueles 
previstos no preparo e emprego das Forças Armadas, conforme disposto na Lei Complementar nº 97, de 9 de 
junho de 1999; 
g) destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e dispor material radioativo, em 
qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em qualquer de suas formas e aplicações, mediante parecer da 
Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN; ou 
h) que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição da Comissão Tripartite 
Nacional, assegurada a participação de um membro do Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA, e con-
siderados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade ou empreendimento”; DECRETO 
8.437/2015. 
 
“Art. 9º São ações administrativas dos Municípios: 
 
XIV – observadas as atribuições dos demais entes federativos previstas nesta Lei Complementar, promover o 
licenciamento ambiental das atividades ou empreendimentos: 
a) que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, conforme tipologia definida pelos respecti-
vos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente, considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da 
atividade; ou 
b) localizados em unidades de conservação instituídas pelo Município, exceto em Áreas de Proteção Ambiental – 
APAs”; 
 
“Art. 8º São ações administrativas dos Estados: 
 
(...) 
 
XIV – promover o licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, 
efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, ressalva-
do o disposto nos arts. 7º e 9º”; 
 
Art. 10. São ações administrativas do Distrito Federal as previstas nos arts. 8º e 9º. 
 
APA’S - Art. 12. Para fins de licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos 
ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambien-
tal, e para autorização de supressão e manejo de vegetação, o critério do ente federativo instituidor da unidade de 
conservação não será aplicado às Áreas de Proteção Ambiental (APAs). 
Parágrafo único. A definição do ente federativo responsável pelo licenciamento e autorização a que se refere o 
caput, no caso das APAs, seguirá os critérios previstos nas alíneas “a”, “b”, “e”, “f” e “h” do inciso XIV do art. 7º, no 
inciso XIV do art. 8º e na alínea “a” do inciso XIV do art. 9º Poder judiciário e mérito do licenciamento 
 
 
5. Se não é possível considerar o projeto como inviável do ponto de vista ambiental, ausente nesta fase processu-
al qualquer violação de norma constitucional ou legal, potente para o deferimento da cautela pretendida, a opção 
por esse projeto escapa inteiramente do âmbito desta Suprema Corte. 
 
Dizer sim ou não à transposição não compete ao Juiz, que se limita a examinar os aspectos normativos, no caso, 
para proteger o meio ambiente. 6. Agravos regimentais desprovidos” (ACO-MC-AgR 876, de 19.12.2007). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE PROTEGIDOS PELO PODER 
PÚBLICO ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE PROTEGIDOS 
 
ARTIGO 225, §1º, III, DA CF: 
 
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente 
protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que 
comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção 
 
EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA. MEIO AMBIENTE. DEFESA. ATRIBUIÇÃO CONFERIDA AO PODER 
PÚBLICO. ARTIGO 225, § 1º, III, CB/88. DELIMITAÇÃO DOS ESPAÇOS TERRITORIAIS PROTEGIDOS. VALI-
DADE DO DECRETO. SEGURANÇA DENEGADA. 
 
1. A Constituição do Brasil atribui ao Poder Público e à coletividade o dever de defender um meio ambiente ecolo-
gicamente equilibrado. [CB/88, art. 225, §1º, III]. 
2. A delimitação dos espaços territoriais protegidos pode ser feita por decreto ou por lei, sendo esta imprescindível 
apenas quando se trate de alteração ou supressão desses espaços. Precedentes. Segurança denegada para 
manter os efeitos do decreto do Presidente da República, de 23 de março de 2006 (STF, MS 26.064, Plenário, de 
17/6/2010). 
 
Novo Código Florestal – Lei 12.651/12, publicada em 28/05/2012. Alterações pela Lei 12.727/2012 (conversão da 
MP 571). 
 
O artigo 2º, do novo CFlo, reproduziu literalmente a redação do artigo 1º, do Código revogado, ao prever que “as 
florestas existentes no território nacional e as demais formas de vegetação, reconhecidas de utilidade às terras 
que revestem, são bens de interesse comum a todos os habitantes do País, exercendo-se os direitos de proprie-
dade,com as limitações que a legislação em geral e especialmente esta Lei estabelecem”, o que reflete a titulari-
dade difusa do direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo 
brasileiro. 
 
Conteúdo do novo CFlo 
 
Art.1º - A. Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação, áreas de Preservação Permanente 
e as áreas de Reserva Legal; a exploração florestal, o suprimento de matéria-prima florestal, o controle da origem 
dos produtos florestais e o controle e prevenção dos incêndios florestais, e prevê instrumentos econômicos e fi-
nanceiros para o alcance de seus objetivos 
 
PRINCÍPIOS 
 
Parágrafo único. Tendo como objetivo o desenvolvimento sustentável, esta Lei atenderá aos seguintes princí- 
pios: 
 
I - afirmação do compromisso soberano do Brasil com a preservação das suas florestas e demais formas de vege-
tação nativa, bem como da biodiversidade, do solo, dos recursos hídricos e da integridade do sistema climático, 
para o bem estar das gerações presentes e futuras; 
II - reafirmação da importância da função estratégica da atividade agropecuária e do papel das florestas e demais 
formas de vegetação nativa na sustentabilidade, no crescimento econômico, na melhoria da qualidade de vida da 
população brasileira e na presença do País nos mercados nacional e internacional de alimentos e bioenergia; 
III - ação governamental de proteção e uso sustentável de florestas, consagrando o compromisso do País com a 
compatibilização e harmonização entre o uso produtivo da terra e a preservação da água, do solo e da vegetação; 
IV - responsabilidade comum da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em colaboração com a sociedade 
civil, na criação de políticas para a preservação e restauração da vegetação nativa e de suas funções ecológicas 
e sociais nas áreas urbanas e rurais; 
V - fomento à pesquisa científica e tecnológica na busca da inovação para o uso sustentável do solo e da água, a 
recuperação e a preservação das florestas e demais formas de vegetação nativa; 
VI - criação e mobilização de incentivos econômicos para fomentar a preservação e a recuperação da vegetação 
nativa e para promover o desenvolvimento de atividades produtivas sustentáveis 
 
Em muitas passagens o novo CFlo adota dois regimes jurídicos: um de tolerância para as condutas lesivas ao 
ambiente perpetradas até o dia 22 de julho de 2008 e outro rígido para os atos praticados a partir dessa data. 
 
 
 
 
 
Isso porque, no dia 23 de julho de 2008, foi publicado o Decreto 6.514, que dispõe sobre as infrações e sanções 
administrativas ao meio ambiente, que instituiu uma série de novos tipos administrativos para punir os infratores 
da legislação ambiental. 
 
De sua vez, insta salientar também que o novo CFlo traz várias disposições mais flexíveis em favor do pequeno 
proprietário ou possuidor rural (prédio rústico de até 04 módulos fiscais), especialmente no que concerne às áreas 
de preservação permanente e reserva legal. 
 
Em positivação da jurisprudência consolidada do STJ, previu o novo CFlo que “as obrigações previstas nesta Lei 
têm natureza real e são transmitidas ao sucessor, de qualquer natureza, no caso de transferência de domínio ou 
posse do imóvel rural”. ARTIGO 2º, §2º. 
 
Outra inovação do novo CFlo foi a previsão de criação do CAR – Cadastro Ambiental Rural, no âmbito do Sistema 
Nacional de Informação sobre Meio Ambiente, registro público eletrônico de âmbito nacional, obrigatório para to-
dos os imóveis rurais, com a finalidade de integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais, 
compondo base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao 
desmatamento, devendo ser feito, preferencialmente, no órgão ambiental municipal ou estadual. ARTIGO 29 
Também foi prevista a instituição, pelas entidades políticas, no prazo de 01 ano após a publicação do novo Código 
Florestal, prorrogável uma vez por igual período, dos Programas de Regularização Ambiental – PRA’s, que objeti-
vam regularizar os imóveis rurais no que concerne às situações consolidadas até 22 de julho de 2008 nas áreas 
de reserva legal e de preservação permanente, cuja assinatura do termo de compromisso repercutirá na esfera 
administrativa e criminal com a extinção da punibilidade, além da civil. ARTIGO 59 
 
Outros três programas ambientais ainda foram previstos no novo CFlo: 
 
A) Programa de Apoio e Incentivo à Conservação do Meio Ambiente (artigo 41) – a ser instituído pelo Poder Exe-
cutivo federal, para adoção de tecnologias e boas práticas que conciliem a produtividade agropecuária e florestal, 
com redução dos impactos ambientais, como forma de promoção do desenvolvimento ecologicamente sustentá-
vel, observados sempre os critérios de progressividade; 
B) Programa para Conversão da Multa prevista no art. 50 do Decreto nº 6.514, de 22 de julho de 2008 (artigo 42) - 
a ser instituído pelo Poder Executivo federal, destinado aos imóveis rurais, referente a autuações vinculadas a 
desmatamentos em áreas onde não era vedada a supressão, que foram promovidos sem autorização ou licença, 
em data anterior a 22 de julho de 2008; 
C) Programa de Apoio Técnico e Incentivos Financeiros (artigo 58) – a ser instituído pelo Poder Público, para 
atendimento prioritário dos pequenos proprietários e possuidores rurais, podendo incluir medidas indutoras e li-
nhas de financiamento. 
 
Recentemente, esta Turma, por relatoria do Ministro Herman Benjamin, firmou o entendimento de que "o novo 
Código Florestal não pode retroagir para atingir o ato jurídico perfeito, direitos ambientais adquiridos e a coisa 
julgada, tampouco para reduzir de tal modo e sem as necessárias compensações ambientais o patamar de prote-
ção de ecossistemas frágeis ou espécies ameaçadas de extinção, a ponto de transgredir o limite constitucional 
intocável e intransponível da 'incumbência' do Estado de garantir a preservação e restauração dos processos eco-
lógicos essenciais (art. 225, § 1º, I)." Agravo regimental improvido” (STJ, 2ª Turma, AgRg no AREsp 327.687, de 
15/08/2013). 
 
Vale registrar que vários dispositivos da Lei 12.651/2012 foram questionados no STF pelo Procurador-Geral da 
República em 21 de janeiro de 2013 através das ADI’s 4.901, 4.902 e 4.903, ainda não julgadas. 
 
ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE 
 
De acordo com o artigo 3.º, II, do novo Código Florestal, Área de Preservação Permanente (APP) 
é a “área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídri-
cos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o 
solo e assegurar o bem-estar das populações humanas. 
 
APP’S DO ARTIGO 4º - INCIDÊNCIA EX LEGE 
APP’S DO ARTIGO 6º - PRECISAM SER DECLARADAS POR ATO DO PODER EXECUTIVO PARA EXISTIREM 
HIPÓTESES DO ARTIGO 4º - 
 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Decreto/D6514.htm
 
I) Mata ciliar – 
São consideradas áreas de preservação permanente as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene 
e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de: 
 
A sua linha inicial de demarcação foi alterada, o que, via transversa, acabou diminuindo o seu tamanho. 
É que o antigo CFlo previa a sua fixação desde o seu nível mais alto em faixa marginal (nível alcançado por oca-
sião da cheia sazonal do curso d’água perene ou intermitente), ao passo que o novo CFlo pontifica que será des-
de a borda da calha do leito regular, assim considerada a calha por onde correm regularmente as águas do curso 
d’água durante o ano. 
 
Fonte: http://www.ajbonito.com.br/index.php?idcanal=258 
 
II) Entorno de lagos e lagoas naturais 
 
Atualmente, consideram-se áreas de preservação permanente as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, 
em faixa com largura mínima de: 
 
a) 100 metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d’água com até 20 hectares de superfície, cuja faixa marginal 
será de 50 metros; 
b) 30 metros, em zonas urbanas. 
 
http://bonito-ms.net/lagoa-misteriosa-em-jardim-ms-completa-1-ano-de-atividade/ 
Por outro lado, nos termos do artigo 4º, §4º, do novo CFlo,fica dispensado o estabelecimento das faixas de Área 
de Preservação Permanente no entorno das acumulações naturais ou artificiais de água com superfície inferior a 
01 hectare, vedada nova supressão de áreas de vegetação nativa, salvo autorização do órgão ambiental compe-
tente do Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama. 
 
III) Entorno de reservatórios d’água artificiais, decorrentes de barramento ou represamento de cursos d’água natu-
rais, na faixa definida na licença ambiental do empreendimento 
 
A faixa da APP no entorno do reservatório d’água artificial será definida pela licença ambiental, razão pela qual o 
artigo 4º, inciso III, do novo CFlo, não possui aplicabilidade imediata total, pois depende da licença ambiental para 
delimitar a APP. 
 
§ 1º Não será exigida Área de Preservação Permanente no entorno de reservatórios artificiais de água que não 
decorram de barramento ou represamento de cursos d’água naturais 
§ 4º Nas acumulações naturais ou artificiais de água com superfície inferior a 1 (um) hectare, fica dispensada a 
reserva da faixa de proteção prevista nos incisos II e III do caput, vedada nova supressão de áreas de vegetação 
nativa, salvo autorização do órgão ambiental competente do Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama 
 
Art. 5º Na implantação de reservatório d’água artificial destinado a geração de energia ou abastecimento público, 
é obrigatória a aquisição, desapropriação ou instituição de servidão administrativa pelo empreendedor das Áreas 
de Preservação Permanente criadas em seu entorno, conforme estabelecido no licenciamento ambiental, obser-
vando-se a faixa mínima de 30 (trinta) metros e máxima de 100 (cem) metros em área rural, e a faixa mínima de 
15 (quinze) metros e máxima de 30 (trinta) metros em área urbana 
 
§ 1º Na implantação de reservatórios d’água artificiais de que trata o caput, o empreendedor, no âmbito do licenci-
amento ambiental, elaborará Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno do Reservatório, em conformi-
dade com termo de referência expedido pelo órgão competente do Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisna-
ma, não podendo o uso exceder a 10% (dez por cento) do total da Área de Preservação Permanente. 
 
IV) Entorno de nascentes e olhos d’água 
 
Considera-se APP as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja a sua situa-
ção topográfica, no raio mínimo de 50 metros. 
 
A nascente é o afloramento natural do lençol freático que apresenta perenidade e dá início a um curso d’água, ao 
passo que o olho d’água é o afloramento natural do lençol freático, mesmo que intermitente. 
 
 
 
 
 
 
http://www.ajbonito.com.br/index.php?idcanal=258
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12651.htm
Fonte: http://redesulbahia.com.br/informacoes/197-catolicos-promovem-romaria-ecologica-em-itacare-dia-10-de-
junho 
 
V) Encostas ou partes destas com declividade acima de 45º, equivalente a 100% na linha de maior 
declive VI) As restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues 
 
A restinga é o depósito arenoso paralelo à linha da costa, de forma geralmente alongada, produzido por processos 
de sedimentação, onde se encontram diferentes comunidades que recebem influência marinha, com cobertura 
vegetal em mosaico, encontrada em praias, cordões arenosos, dunas e depressões, apresentando, de acordo 
com o estágio sucessional, estrato herbáceo, arbustivo e arbóreo, este último mais interiorizado. 
 
Fonte: http://meioambiente.culturamix.com/natureza/fotos-da-restinga 
 
VII) Os manguezais, em toda a sua extensão 
 
O manguezal é o ecossistema litorâneo que ocorre em terrenos baixos, sujeitos à ação das marés, formado por 
vasas lodosas recentes ou arenosas, às quais se associa, predominantemente, a vegetação natural conhecida 
como mangue, com influência fluviomarinha, típica de solos limosos de regiões es-tuarinas e com dispersão des-
contínua ao longo da costa brasileira, entre os Estados do Amapá e de Santa Catarina. 
 
Fonte: http://www.oktiva.net/oktiva.net/1364/nota/54403 
 
VIII) Bordas de tabuleiros ou chapadas 
 
Assim como seu verificou na legislação anterior, o novo CFlo considera como APP as bordas dos tabuleiros ou 
chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 metros em projeções horizontais. 
 
Tabuleiro ou chapada é a paisagem de topografia plana, com declividade média inferior a dez por cento, aproxi-
madamente seis graus e superfície superior a dez hectares, terminada de forma abrupta em escarpa, caracteri-
zando-se a chapada por grandes superfícies a mais de seiscentos metros de altitude. 
 
IX) Topo de morros, montes, montanhas e serras 
 
Apenas a vegetação natural localizada no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 
metros e inclinação média maior que 25°, as áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 da 
altura mínima da elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo plano horizontal determinado por 
planície ou espelho d’água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da ele-
vação, estará situada em APP. 
 
X) Áreas em altitude acima de 1.800m 
 
Consideram-se como APP’s as áreas em altitude superior a 1.800 metros, qualquer que seja a vegetação, com o 
objetivo principal de preservar essa fauna e flora tão diferenciada no Brasil por habitar em elevadas altitudes. 
 
XI) Veredas 
 
Faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de 50 metros, a partir do limite do espaço brejoso e 
encharcado. 
 
Vereda é a fitofisionomia de savana, encontrada em solos hidromórficos, usualmente com a palmeira arbórea 
Mauritia flexuosa - buriti emergente, sem formar dossel, em meio a agrupamentos de espécies arbustivo-
herbáceas 
 
Fonte: http://www.panoramio.com/photo/29162211 
 
APP’S DO ARTIGO 6º, DO NOVO CFLO 
 
Art. 6º Consideram-se, ainda, de preservação permanente, quando declaradas de interesse social por ato do Che-
fe do Poder Executivo, as áreas cobertas com florestas ou outras formas de vegetação destinadas a uma ou mais 
das seguintes finalidades: 
 
 
 
http://redesulbahia.com.br/informacoes/197-catolicos-promovem-romaria-ecologica-em-itacare-dia-10-de-junho
http://redesulbahia.com.br/informacoes/197-catolicos-promovem-romaria-ecologica-em-itacare-dia-10-de-junho
http://redesulbahia.com.br/informacoes/197-catolicos-promovem-romaria-ecologica-em-itacare-dia-10-de-junho
http://meioambiente.culturamix.com/natureza/fotos-da-restinga
http://www.oktiva.net/oktiva.net/1364/nota/54403
 
I - conter a erosão do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha; 
II - proteger as restingas ou 
veredas; III - proteger várzeas; 
IV - abrigar exemplares da fauna ou da flora ameaçados de extinção; 
V - proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico, cultural ou 
histórico; VI - formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias; 
VII - assegurar condições de bem-estar público; 
VIII - auxiliar a defesa do território nacional, a critério das autoridades militares. IX 
– proteger áreas úmidas, especialmente as de importância internacional. 
 
Seção II 
Do Regime de Proteção das Áreas de Preservação Permanente 
 
Art. 7º A vegetação situada em Área de Preservação Permanente deverá ser mantida pelo proprietário da área, 
possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado. 
 
§ 1º Tendo ocorrido supressão de vegetação situada em Área de Preservação Permanente, o proprietário da área, 
possuidor ou ocupante a qualquer título é obrigado a promover a recomposição da vegetação, ressalvados os 
usos autorizados previstos nesta Lei. 
§ 2º A obrigação prevista no § 1º tem natureza real e é transmitida ao sucessor no caso de transferência de domí-
nio ou posse do imóvel rural. 
§ 3º No caso de supressão não autorizada de vegetação realizada após 22 de julho de 2008, é vedada a conces-
são denovas autorizações de supressão de vegetação enquanto não cumpridas as obrigações previstas no § 1º. 
 
Art. 8º A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de Preservação Permanente somente ocorrerá 
nas hipóteses de utilidade pública, de interesse social ou de baixo impacto ambiental previstas nesta Lei. 
 
§ 1º A supressão de vegetação nativa protetora de nascentes, dunas e restingas somente poderá ser autorizada 
em caso de utilidade pública. 
§ 2º A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de Preservação Permanente de que tratam os 
incisos VI e VII do caput do art. 4º poderá ser autorizada, excepcionalmente, em locais onde a função ecológica do 
manguezal esteja comprometida, para execução de obras habitacionais e de urbanização, inseridas em projetos 
de regularização fundiária de interesse social, em áreas urbanas consolidadas ocupadas por população de baixa 
renda. 
§ 3º É dispensada a autorização do órgão ambiental competente para a execução, em caráter de urgência, de 
atividades de segurança nacional e obras de interesse da defesa civil destinadas à prevenção e mitigação de aci-
dentes em áreas urbanas. 
§ 4º Não haverá, em qualquer hipótese, direito à regularização de futuras intervenções ou supressões de vegeta-
ção nativa, além das previstas nesta Lei. 
 
Art. 9 º É permitido o acesso de pessoas e animais às Áreas de Preservação Permanente para obtenção de água 
e para realização de atividades de baixo impacto ambiental. 
 
São hipóteses de utilidade pública: 
 
a) as atividades de segurança nacional e proteção sanitária; 
b) as obras de infraestrutura destinadas às concessões e aos serviços públicos de transporte, sistema viário, in-
clusive aquele necessário aos parcelamentos de solo urbano aprovados pelos Municípios, saneamento, gestão de 
resíduos, 
energia, telecomunicações, radiodifusão, instalações necessárias à realização de competições esportivas estadu-
ais, nacionais ou internacionais, bem como mineração, exceto, neste último caso, a extração de areia, argila, sai-
bro e cascalho; 
c) atividades e obras de defesa civil; 
d) atividades que comprovadamente proporcionem melhorias na proteção das funções ambientais nas APP’s; 
e) outras atividades similares devidamente caracterizadas e motivadas em procedimento administrativo próprio, 
quando inexistir alternativa técnica e locacional ao empreen-dimento proposto, definidas em ato do Chefe do Po-
der Executivo federal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
São casos de interesse social: 
 
a) as atividades imprescindíveis à proteção da integridade da vegetação nativa, tais como prevenção, combate e 
controle do fogo, controle da erosão, erradicação de invasoras e proteção de plantios com espécies nativas; 
b) a exploração agroflorestal sustentável praticada na pequena propriedade ou posse rural familiar ou por povos e 
comunidades tradicionais, desde que não descaracterize a cobertura vegetal existente e não prejudique a função 
ambiental da área; 
c) a implantação de infraestrutura pública destinada a esportes, lazer e atividades educacionais e culturais ao ar 
livre em áreas urbanas e rurais consolidadas, observadas as condições estabelecidas no CFlo; 
d) a regularização fundiária de assentamentos humanos ocupados predominantemente por população de baixa 
renda em áreas urbanas consolidadas, observadas as condições estabelecidas na Lei nº 11.977, de 7 de julho de 
2009 (Programa Minha Casa, Minha Vida); 
e) implantação de instalações necessárias à captação e condução de água e de efluentes tratados para projetos 
cujos recursos hídricos são partes integrantes e essenciais da ati-vidade; 
f) as atividades de pesquisa e extração de areia, argila, saibro e cascalho, outorgadas pela autoridade competen-
te; 
g) outras atividades similares devidamente caracterizadas e motivadas em procedimento administrativo próprio, 
quando inexistir alternativa técnica e locacional à atividade proposta, definidas em ato do Chefe do Poder Executi-
vo federal; 
 
Atividades eventuais ou de baixo impacto ambiental: 
 
a) abertura de pequenas vias de acesso interno e suas pontes e pontilhões, quando necessárias à travessia de 
um curso d’água, 
ao acesso de pessoas e animais para a obtenção de água ou à retirada de produtos oriundos das atividades de 
manejo agroflorestal sustentável; 
b) implantação de instalações necessárias à captação e condução de água e efluentes tratados, desde que com-
provada a outorga do direito de uso da água, quando couber; 
c) implantação de trilhas para o desenvolvimento do ecoturismo; 
d) construção de rampa de lançamento de barcos e pequeno ancoradouro; 
e) construção de moradia de agricultores familiares, remanescentes de comunidades quilombolas e outras popu-
lações extrativistas e tradicionais em áreas rurais, onde o abastecimento de água se dê pelo esforço próprio dos 
moradores; 
f) construção e manutenção de cercas na propriedade; 
g) pesquisa científica relativa a recursos ambientais, respeitados outros requisitos previstos na legislação aplicá-
vel; 
h) coleta de produtos não madeireiros para fins de subsistência e produção de mudas, como sementes, castanhas 
e frutos, respeitada a legislação específica de acesso a recursos genéticos; 
i) plantio de espécies nativas produtoras de frutos, sementes, castanhas e outros produtos vegetais, desde que 
não implique supressão da vegetação existente nem prejudique a função ambiental da área; 
j) exploração agroflorestal e manejo florestal sustentável, comunitário e familiar, incluindo a extração de produtos 
florestais não madeireiros, desde que não descaracteri-zem a cobertura vegetal nativa existente nem prejudiquem 
a função ambiental da área; 
k) outras ações ou atividades similares, reconhecidas como eventuais e de baixo impacto ambiental em ato do 
Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA ou dos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente. 
 
Ainda é admitido pelo artigo 4º, §5º, do novo CFlo, nas pequenas propriedades ou posses rurais familiares, o plan-
tio de culturas temporárias e sazonais de vazante de ciclo curto na faixa de terra que fica exposta no período de 
vazante dos rios ou lagos, desde que não implique supressão de novas áreas de vegetação nativa, seja conser-
vada a qualidade da água e do solo e seja protegida a fauna silvestre. 
 
Artigo 4º, §6º 
 
Nas matas ciliares e nas APP’s no entorno de lagos e lagoas naturais, o novo Código Florestal permite o desen-
volvimento da aquicultura e infraestrutura física diretamente a ela associada nos imóveis com até 15 módulos 
fiscais, desde que: 
 
I – sejam adotadas práticas sustentáveis de manejo de solo e água e de recursos hídricos, garantindo sua quali-
dade e quantidade, de acordo com norma dos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente; 
II – esteja de acordo com os respectivos planos de bacia ou planos de gestão de recursos hídricos; 
 
 
 
 
 
III – seja realizado o licenciamento pelo órgão ambiental competente; IV 
– o imóvel esteja inscrito no Cadastro Ambiental Rural – CAR; 
V - não implique novas supressões de vegetação nativa. 
 
Áreas consolidadas em APP’s reguladas pelo novo Código Florestal 
 
Art. 59. A União, os Estados e o Distrito Federal deverão, no prazo de 1 (um) ano, contado a partir da data da 
publicação desta Lei, prorrogável por uma única vez, por igual período, por ato do Chefe do Poder Executivo, im-
plantar Programas de Regularização Ambiental - PRAs de posses e propriedades rurais, com o objetivo de ade-
quá-las aos termos deste Capítulo. 
 
§ 1º Na regulamentação dos PRAs, a União estabelecerá, em até 180 (cento e oitenta) dias a partir da data da 
publicação desta Lei, sem prejuízo do prazo definido no caput, normas de caráter geral, incumbindo-se aos Esta-
dos e ao Distrito Federal o detalhamento por meio da edição de normas de caráter específico, em razão de suas 
peculiaridades territoriais, climáticas, históricas, culturais, econômicas e sociais, conforme preceitua o art. 24 da 
Constituição Federal. 
§ 2º A inscrição do imóvel rural no CAR é condição obrigatória para a adesão ao PRA, devendo essa adesão ser 
requerida no prazo estipulado no § 3º do art. 29 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.335, de 2016) 
31/12/2017 
§ 3º Com base no requerimento de adesão ao PRA, o órgão competente integrante do Sisnama convocará o pro-
prietário ou possuidor para assinar o termo de compromisso, que constituirá título executivo extrajudicial. 
§ 4º No período entre a publicação desta Lei e a implantação do PRA em cada Estado e no Distrito Federal, bem 
como após a adesão do interessado ao PRA e enquanto estiver sendo cumprido o termo de compromisso, o pro-
prietário ou possuidor não poderá ser autuado por infrações cometidas antes de 22 de julho de 2008, relativas à 
supressão irregular de vegetação em Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal e de uso restrito. 
§ 5º A partir da assinatura do termo de compromisso, serão suspensas as sanções decorrentes das infrações 
mencionadas no § 4º deste artigo e, cumpridas as obrigações estabelecidas no PRA ou no termo de compromisso 
para a regularização ambiental das exigências desta Lei, nos prazos e condições neles estabelecidos, as multas 
referidas neste artigo serão consideradas como convertidas em serviços de preservação, melhoria e recuperação 
da qualidade do meio ambiente, regularizando o uso de áreas rurais consolidadas conforme definido no PRA. 
 
O tema é tratado no Capítulo XIII, Seção II, do novo Código Florestal, nos artigos 61-A usque 65, tendo sido to-
mado como marco legal divisor do regime jurídico o dia 23 de julho de 2008. 
 
Art. 61-A. Nas Áreas de Preservação Permanente, é autorizada, exclusivamente, a continuidade das atividades 
agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo rural em áreas rurais consolidadas até 22 de julho de 2008. 
 
Assegurou-se que, a partir da data da publicação do novo CFlo (28.05.2012) e até o término do prazo de adesão 
ao Programa de Regularização Ambiental (um ano após a criação do referido cadastro), é autorizada a continui-
dade das referidas atividades desenvolvidas nas APP’s, as quais deverão ser informadas no Cadastro Ambiental 
Rural, para fins de monitoramento, sendo exigida a adoção de medidas de conservação do solo e da água. 
 
Em caso de desapropriação de imóvel por utilidade pública ou interesse social, entende-se que a melhor posição 
é a que exclui da indenização a cobertura florestal em APP, justamente porque a regra é a impossibilidade de 
supressão vegetal. 
 
Nesse sentido, o STJ: 
 
“O valor atribuído à cobertura florística, destacado do valor do terreno, deve ser excluído da indenização quando 
tal cobertura for insusceptível de exploração econômica, como na hipótese dos autos, uma vez que a área já havia 
sido declarada como de preservação permanente em data anterior à criação do parque nacional que fundamentou 
o pedido indenizatório” (STJ, REsp 935.888/2008). 
 
Todavia, registre-se que o STF tem inúmeros julgados que decidiram pela indenizabilidade da vegetação em APP 
na desapropriação, sob o frágil argumento de que a limitação legal não elimina o valor econômico das matas pro-
tegidas. 
 
AI 677647, de 20.05.2008; RE 189779, de 05.04.2005; AI 369469, de 31.08.2004; RE 267817, de 25.02.2003. 
 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12651.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13335.htm
 
RESERVA LEGAL 
 
Artigo 3.º, inciso III, do novo CFlo (Lei 12.651/2012): “área localizada no interior de uma propriedade ou posse 
rural, delimitada nos termos do art. 12, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos 
recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a 
conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa”. 
 
80%, nas áreas de floresta situadas na Amazônia Legal; 
35%, nas áreas de cerrado situadas na Amazônia Legal; 
20% nas áreas de floresta ou vegetação nativa em outras regiões do Brasil. 
 
De acordo com o STJ, “pressupostos internos do direito de propriedade no Brasil, as Áreas de Preservação Per-
manente e a Reserva Legal visam a assegurar o mínimo ecológico do imóvel, sob o manto da inafastável garanti-
aconstitucional dos ‘processos ecológicos essenciais’ e da ‘diversidade biológica’. 
 
Componentes genéticos e inafastáveis, por se fundirem com o texto da Constituição, exteriorizam-se na forma de 
limitação administrativa, técnica jurídica de intervenção estatal, em favor do interesse público, nas atividades hu-
manas, na propriedade e na ordem econômica, com o intuito de discipliná-las, organizá-las, circunscrevê-las, ade-
quá-las, condicioná-las, controlá-las e fiscalizá-las. Sem configurar desapossamento ou desapropriação indireta, a 
limitação administrativa opera por meio da imposição de obrigações de não fazer (non facere), de fazer (facere) e 
de suportar (pati), e caracteriza-se, normalmente, pela generalidade da previsão primária, interesse público, impe-
ratividade, unilateralidade e gratuidade” (REsp 1.240.122, de 28/06/2011). 
 
O proprietário ou possuidor de imóvel com Reserva Legal conservada e inscrita no Cadastro Ambiental Rural, cuja 
área ultrapasse ao mínimo exigido pelo novo CFlo (80%, 35% ou 20%, a depender), poderá utilizar a área exce-
dente para fins de constituição de servidão ambiental e Cota de Reserva Ambiental. 
 
A CRA – Cota de Reserva Ambiental, inovação do novo CFlo, é um título nominativo representativo de área com 
vegetação nativa, existente ou em processo de recuperação. 
 
Art. 44. É instituída a Cota de Reserva Ambiental - CRA, título nominativo representativo de área com vegetação 
nativa, existente ou em processo de recuperação: 
 
I - sob regime de servidão ambiental, instituída na forma do art. 9º -A da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981; 
II. Correspondente à área de Reserva Legal instituída voluntariamente sobre a vegetação que exceder os percen-
tuais mínimos exigidos; 
III. Protegida na forma de Reserva Particular do Patrimônio Natural (espécie de unidade de conservação a ser 
estudada); 
IV. Existente em propriedade rural localizada no interior de Unidade de Conservação de domínio público que 
ainda não tenha sido desapropriada. 
Art. 46. Cada CRA corresponderá a 1 (um) hectare: 
I - de área com vegetação nativa primária ou com vegetação secundária em qualquer estágio de regeneração ou 
recomposição; 
II - de áreas de recomposição mediante reflorestamento com espécies nativas. 
 
Art. 47. É obrigatório o registro da CRA pelo órgão emitente, no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data da sua 
emissão, em bolsas de mercadorias de âmbito nacional ou em sistemas de registro e de liquidação financeira de 
ativos autorizados pelo Banco Central do Brasil. 
 
Art. 48. A CRA pode ser transferida, onerosa ou gratuitamente, a pessoa física ou a pessoa jurídica de direito 
público ou privado, mediante termo assinado pelo titular da CRA e pelo adquirente. 
 
A pequena propriedade ou posse rural familiar terá um tratamento diferenciado. Isso porque a CRA poderá ser 
expedida em razão da vegetação da reserva legal, mesmo que esta não supere aos limites mínimos legais. 
 
O titular da CRA terá o direito de utilizá-la para compensar Reserva Legal de imóvel rural situado no mesmo bioma 
da área à qual o título está vinculado, na hipótese de não atingir os percentuais mínimos legais, devendo ser 
averbada na matrícula do imóvel no qual se situa a área vinculada ao título e na do imóvel beneficiário da com-
pensação. 
 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6938.htm
 
Redução da RL 
 
- Nos casos de imóveis rurais localizados na Amazônia Legal, em áreas de floresta, o Poder Público poderá redu-
zir a reserva legal de 80% para até 50%, para fins de recomposição, quando

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