Buscar

Resumo Direito Ambiental

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

OA
B 
N
A 
M
ED
ID
A 
| D
IR
EI
TO
 A
M
BI
EN
TA
L 
| R
ES
U
M
O 
PA
RA
 A
 P
RO
VA
 D
A 
OA
B/
FG
V
DIREITO AMBIENTAL - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV 
11
1. PRINCÍPIOS DE DIREITO AMBIENTAL
PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO: adoção de medidas 
prévias para inibir a ocorrência de danos ambientais 
já cientificamente conhecidos e, consequentemente, 
preservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado 
para a presente e futuras gerações. 
PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO: adoção de medidas 
prévias para inibir a ocorrência de danos que 
possivelmente possam ocorrer, embora ainda não haja 
certeza cientifica. Na precaução, portanto, não há certeza 
sobre a ocorrência do dano, mas há elementos científicos 
suficientes para indicar a probabilidade de sua ocorrência. 
PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: 
o desenvolvimento econômico e social não pode ser visto
isoladamente, mas sim em harmonia com a preservação
do meio ambiente.
PRINCÍPIO DO POLUIDOR-PAGADOR: determina 
a necessidade de se responsabilizar financeiramente 
o poluidor pela degradação ambiental, seja de forma
preventiva ou reparatória. Assim, aqueles que
desenvolverem atividades potencialmente nocivas
são obrigados a arcar com o custo necessário para se
evitar o dano ambiental (caráter preventivo) e, havendo
a utilização indevida dos recursos naturais, o poluidor
deverá arcar financeiramente com o seu ato (caráter
reparatório).
PRINCÍPIO DO USUÁRIO PAGADOR: determina que 
aquele que utilizar recursos naturais com fins econômicos 
deve pagar ao Estado pela sua utilização, já que o recurso 
natural não pertence ao particular e sim à coletividade. 
PRINCÍPIO DA INFORMAÇÃO: preceitua a 
necessidade de se dar conhecimento à população acerca 
das questões envolvendo o meio ambiente, por meio 
de informações claras e precisas sobre as atividades, 
eventos e decisões que possam ter reflexo ambiental. 
A Lei de Acesso à Informação Ambiental, por exemplo, 
garante a qualquer interessado o acesso público aos 
dados e informações existentes nos órgãos e entidades 
integrantes do SISNAMA. 
PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE OU EQUIDADE 
INTERGERACIONAL: a preservação do meio ambiente 
é um dever imposto a todos para garantir à presente e 
às futuras gerações o direito de usufruir dos recursos 
ambientais. O art. 225 da CF/88 consagra o princípio da 
solidariedade. 
PRINCÍPIO PROTETOR RECEBEDOR: com previsão 
expressa no art. 6º, II, da Lei n. 12.305/10, dispõe que 
aquele que proteger o meio ambiente poderá receber 
uma vantagem econômica em virtude de sua conduta 
diligente, como forma de se estimular a preservação 
ambiental. Os incentivos financeiros poderão assumir 
vários aspectos, citando-se como exemplo a possibilidade 
de isenção do imposto Territorial Rural- ITR, para os 
proprietários de terras que as transformem em RPPNs - 
Reservas Particulares de Patrimônio Natural.
2. MEIO AMBIENTE
O meio ambiente pode ser classificado em meio 
ambiente natural, cultural, artificial e do trabalho. 
MEIO AMBIENTE NATURAL: também conhecido 
como patrimônio físico, corresponde à natureza, 
compreendendo a atmosfera, águas (subterrâneas e 
superficiais, mar territorial), solo, subsolo, fauna e flora. 
O principal fundamento de proteção ao meio 
ambiente natural possui previsão no art. 225 da CF/88, 
cujo conhecimento é muito importante para a prova da 
OAB/FGV: 
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do 
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se 
ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-
lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito,
incumbe ao Poder Público:
I - Preservar e restaurar os processos ecológicos 
essenciais e prover o manejo ecológico das espécies 
e ecossistemas; 
II - Preservar a diversidade e a integridade do patrimônio 
genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à 
pesquisa e manipulação de material genético; 
II - Definir, em todas as unidades da Federação, 
espaços territoriais e seus componentes a serem 
especialmente protegidos, sendo a alteração e a 
supressão permitidas somente através de lei, vedada 
qualquer utilização que comprometa a integridade dos 
atributos que justifiquem sua proteção; (Regulamento)
IV - Exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou 
atividade potencialmente causadora de significativa 
degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto 
ambiental, a que se dará publicidade; (Regulamento)
V - Controlar a produção, a comercialização e o 
emprego de técnicas, métodos e substâncias que 
comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o 
meio ambiente; (Regulamento)
VI - Promover a educação ambiental em todos os 
níveis de ensino e a conscientização pública para a 
preservação do meio ambiente;
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma 
da lei, as práticas que coloquem em risco sua função 
ecológica, provoquem a extinção de espécies ou 
submetam os animais a crueldade. (Regulamento)
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica
obrigado a recuperar o meio ambiente degradado,
de acordo com solução técnica exigida pelo órgão
público competente, na forma da lei.
§ 3º As condutas e atividades consideradas
lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores,
pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e
administrativas, independentemente da obrigação de
reparar os danos causados.
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, 
a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona
Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização
far-se-á, na forma da lei, dentro de condições
que assegurem a preservação do meio ambiente,
inclusive quanto ao uso dos recursos naturais
OA
B 
N
A 
M
ED
ID
A 
| D
IR
EI
TO
 A
M
BI
EN
TA
L 
| R
ES
U
M
O 
PA
RA
 A
 P
RO
VA
 D
A 
OA
B/
FG
V
DIREITO AMBIENTAL - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV 
22
§ 5º São indisponíveis as terras devolutas
ou arrecadadas pelos Estados, por ações
discriminatórias, necessárias à proteção dos
ecossistemas naturais.
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear
deverão ter sua localização definida em lei federal,
sem o que não poderão ser instaladas.
§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII
do § 1º deste artigo, não se consideram cruéis as
práticas desportivas que utilizem animais, desde que
sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do
art. 215 desta Constituição Federal, registradas como
bem de natureza imaterial integrante do patrimônio
cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por
lei específica que assegure o bem-estar dos animais
envolvidos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
96, de 2017.
MEIO AMBIENTE ARTIFICIAL: representa o espaço 
urbano construído, ou seja, o conjunto de edificações (espaço 
urbano fechado), e pelos equipamentos públicos (espaço 
urbano aberto), como ruas, praças, áreas verdes, etc.
O art. 182 da CF/88 é o principal fundamento de 
tutela do meio ambiente artificial, sendo o responsável 
pela política de desenvolvimento urbano, conforme 
regulamento pela Lei n. 10.257/2001, conhecida como 
Estatuto da Cidade.
Conforme previsto no § 1º do art. 182 da CF/88, 
o plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal,
obrigatório para cidades com mais de 20.000 (vinte
mil) habitantes, é o instrumento básico da política de
desenvolvimento e de expansão urbana.
Nesse aspecto, apenas a propriedade que obedecer 
ao estabelecido no plano diretor é que estará cumprindo 
com sua função social (§ 2º do art. 182), sendo que o 
Poder Público municipal, mediante lei específica para 
área incluída no plano diretor, poderá exigir, nos termos 
da lei federal, do proprietário do solo urbano não 
edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu 
adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, 
de: I - parcelamento ou edificação compulsórios; II 
- imposto sobre a propriedade predial e territorial
urbana progressivo no tempo; III - desapropriação com
pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão
previamenteaprovada pelo Senado Federal, com prazo
de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e
sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os
juros legais (§ 4º do art. 182.
MEIO AMBIENTE CULTURAL: compreende o 
patrimônio artístico, paisagístico, arqueológico, histórico 
e turístico. Representa o espaço criado pelo homem 
com valor agregado especial, relacionado à identidade, 
costumes, memórias e à cultura da sociedade. 
MEIO AMBIENTE DO TRABALHO: local onde os 
trabalhadores prestam suas atividades, sendo direito 
de todo trabalhador a redução dos riscos inerentes 
ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene 
e segurança, conforme previsto no art. 7º, XXII, da 
CF/88. O art. 200, VIII, da CF/88, por sua vez, se refere 
expressamente ao meio ambiente de trabalho ao dispor 
que cabe ao sistema único de saúde, entre outras 
atribuições, colaborar na proteção do meio ambiente, 
nele compreendido o do trabalho.
3. DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS
SOBRE DIREITO AMBIENTAL
COMPETÊNCIA MATERIAL 
As competências materiais subdividem-se em 
exclusivas (art. 21 da CF/88) e comuns (art. 23 da 
CF/88), sendo que, enquanto as primeiras não podem ser 
delegadas, porque se referem a assuntos de interesse 
exclusivo da União, como soberania e segurança do 
Estado, nas competências comuns a atuação de um ente 
federado não exclui a atuação dos demais, incluindo os 
Municípios, devendo lei complementar fixar normas para 
a cooperação entre os entes, o que foi feito, em material 
ambiental, pela Lei Complementar n. 140/2011. 
Sintetizamos as competências constitucionais 
materiais no quadro abaixo. 
COMPETÊNCIA 
MATERIAL EXCLUSIVA 
COMPETÊNCIA 
MATERIAL COMUM 
Instituir sistema nacional 
de gerenciamento de 
recursos hídricos e definir 
critérios de outorga de 
direitos de seu uso (art. 
21, XIX);
Explorar os serviços e 
instalações nucleares 
de qualquer natureza 
e exercer monopólio 
estatal sobre a pesquisa, 
a lavra, o enriquecimento 
e reprocessamento, 
a industrialização e o 
comércio de minérios 
nucleares e seus 
derivados, atendidos os 
seguintes princípios e 
condições (art. 21, XXIII);
Estabelecer as áreas 
e as condições para o 
exercício da atividade de 
garimpagem, em forma 
associativa (art. 21, XXV).
Proteger os documentos, 
as obras e outros bens de 
valor histórico, artístico e 
cultural, os monumentos, 
as paisagens naturais 
notáveis e os sítios 
arqueológicos (art. 23, III);
Impedir a evasão, 
a destruição e a 
descaracterização de 
obras de arte e de outros 
bens de valor histórico, 
artístico ou cultural (art. 
23, IV);
Proteger o meio ambiente 
e combater a poluição em 
qualquer de suas formas 
(art. 23, VI);
Preservar as florestas, a 
fauna e a flora (art. 23, VII);
Registrar, acompanhar e 
fiscalizar as concessões 
de direitos de pesquisa e 
exploração de recursos 
hídricos e minerais em 
seus territórios art. 23, XI).
Destaca-se ainda que, em matéria ambiental, o art. 
30 da CF/88, incisos VIII e IX, atribui aos Municípios a 
competência para promover, no que couber, adequado 
ordenamento territorial, mediante planejamento e 
controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo 
urbano, bem como promover a proteção do patrimônio 
histórico-cultural local, observada a legislação e a ação 
fiscalizadora federal e estadual
OA
B 
N
A 
M
ED
ID
A 
| D
IR
EI
TO
 A
M
BI
EN
TA
L 
| R
ES
U
M
O 
PA
RA
 A
 P
RO
VA
 D
A 
OA
B/
FG
V
DIREITO AMBIENTAL - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV 
33
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA 
COMPETÊNCIA 
LEGISLATIVA DA UNIÃO
COMPETÊNCIA 
LEGISLATIVA DOS 
ESTADOS E DO DF
Competência Privativa 
(art. 22): águas, 
energia, informática, 
telecomunicações e 
radiodifusão (inciso IV); 
jazidas, minas, outros 
recursos minerais e 
metalurgia (inciso XII) 
e atividades nucleares 
(inciso XXVI); Lei 
complementar poderá 
autorizar os Estados a 
legislar sobre questões 
específicas das matérias 
ora citadas. 
Competência Concorrente 
(art. 24): Normas gerais 
sobre, florestas, caça, 
pesca, fauna, conservação 
da natureza, defesa 
do solo e dos recursos 
naturais, proteção do 
meio ambiente e controle 
da poluição (inciso VI); 
proteção ao patrimônio 
histórico, cultural, 
artístico, turístico e 
paisagístico (inciso VII), 
responsabilidade por 
dano ao meio ambiente, 
ao consumidor, a bens e 
direitos de valor artístico, 
estético, histórico, 
turístico e paisagístico 
Inciso VIII). 
Questões específicas 
sobre as matérias de 
competência privativa 
da União, desde que 
haja lei complementar 
autorizando.
Matérias não vedadas 
pela CF/88.
Competência Suplementar 
dos Estados para os 
temas de competência 
concorrente, mas, não 
havendo normas geral 
da União, os Estados e o 
Distrito Federal poderão 
exercer a competência 
legislativa plena. Nesse 
caso, se posteriormente 
a União resolver legislar 
sobre norma geral, a norma 
geral que o Estado (ou DF) 
havia elaborado terá a sua 
eficácia suspensa no que 
lhe for contrário. 
INCENTIVOS FISCAIS 
Os Estados Membros podem instituir incentivos 
fiscais aos municípios que atingirem as metas ambientais 
estipuladas em lei estadual, por meio de distribuição de parte 
do ICMS arrecadado (1/4 do produto dos 25% da arrecadação), 
o denominado “ICMS verde” ou “ICMS ecológico”, conforme
art. 158, IV e parágrafo único, II, da CF/88
TERRAS INDÍGENAS 
Embora as terras indígenas sejam bens da União, 
a própria Constituição Federal de 1988 assegura às 
comunidades indígenas a posse permanente das terras 
que tradicionalmente ocupam, além do usufruto exclusivo 
das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes 
(§ 2º do art. 231 da CF/88).
O Estatuto do Índio, por sua vez, garante aos índios
a exploração exclusiva das riquezas do solo, nas áreas 
indígenas, cabendo-lhes com exclusividade o exercício da 
garimpagem, faiscação e cata das áreas referidas (art. 44)
Já em relação ao corte de madeira nas florestas 
indígenas, consideradas em regime de preservação 
permanente, ele está condicionado à existência de 
programas ou projetos para o aproveitamento das terras 
respectivas na exploração agropecuária, na indústria ou 
no reflorestamento (art. 46).
4. POLÍTICA NACIONAL E SISTEMA
NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
A Lei n. 6.938/1981 instituiu o a Política Nacional 
do Meio Ambiente (PNMA), que tem como objetivo geral 
a preservação, melhoria e recuperação da qualidade 
ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, 
condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos 
interesses da segurança nacional e à proteção da 
dignidade da vida humana (art. 2º). 
Do conceito acima transcrito, é possível visualizar 
que objetivo do PNMA está relacionado principalmente 
a três verbos: preservar (manter o meio ambiente sem 
intervenção humana), melhorar (aprimorar as condições 
ambientais) e recuperar (retornar ao estado inicial) a 
qualidade do meio ambiente. Embora não citado pela lei, 
não podemos esquecer também da necessidade de se 
conservar o meio ambiente, ou seja, compatibilizar os 
impactos da atividade humana com a proteção ambiental. 
A lei n. 6.938/81 estabeleceu diversos instrumentos 
para a efetivação dos objetivos da Política Nacional do 
Meio ambiente (art. 9º), dentre os quais destacamos os 
mais importantes para a prova da OAB/FGV: 
• Padrões de qualidade ambiental – estabelece
padrões para o lançamento de gases, resíduos,
e outros elementos, para a manutenção da
qualidade do meio ambiente. Os padrões são
estabelecidos pelas Resoluções do CONAMA.
• Zoneamento Ambiental – refere-se ao
dimensionamento do solo, definindo áreas para
o desenvolvimento econômico (áreas de uso
estritamente industrial, de uso diversificado, por 
exemplo) e definindo áreas de preservação e 
conservação ambiental. 
• Avaliação de Impacto ambiental (AIA) – os
empreendimentos e atividades econômicas
devem avaliar os riscos ambientais, por meio
de procedimentos de controle preventivo, o que
é feito por meio de estudos ambientais, cuja
principal espécie é o estudo prévio de impacto
ambiental, previstono art. 225, § 1º, IV, da CF/88.
• Licenciamento e a revisão de atividades efetiva
ou potencialmente poluidoras: o licenciamento
ambiental é regulamentado pelo art. 10 da Lei n.
6.938/81 e pela Resolução 237/97 do CONAMA
e somente é concedido após a análise do estudo
prévio de impacto ambiental (EPIA).
• Sistema Nacional de informações sobre o meio
ambiente – sistematizar e gerenciar os dados e as 
informações dos órgãos ambientais.
• Cadastro Técnico Federal de atividades
potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras
dos recursos ambientais - inscrição no cadastro
objetiva fazer um mapeamento das atividades
poluidoras e que se valem de recursos ambientais.
• Prestação de informações relativas ao Meio
Ambiente - o poder público tem o dever de prestar 
OA
B 
N
A 
M
ED
ID
A 
| D
IR
EI
TO
 A
M
BI
EN
TA
L 
| R
ES
U
M
O 
PA
RA
 A
 P
RO
VA
 D
A 
OA
B/
FG
V
DIREITO AMBIENTAL - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV 
44
as informações sobre o meio ambiente e, se não 
as possuir, deverá produzi-las. 
• Instrumentos econômicos, como concessão florestal,
servidão ambiental, seguro ambiental e outros.
CONCESSÃO 
FLORESTAL
SERVIDÃO 
AMBIENTAL
SEGURO 
AMBIENTAL
O poder público, 
por meio de 
licitação, poderá 
delegar de 
forma onerosa 
a exploração 
econômica 
de florestas 
públicas, como 
no caso de 
comercialização 
de madeira e 
de construção 
hoteleira.
Representa a 
possibilidade 
de o particular 
renunciar 
total ou 
parcialmente 
a utilização 
dos recursos 
naturais 
de sua 
propriedade, o 
que pode ser 
feito de forma 
temporária ou 
permanente. 
A servidão 
não pode ser 
constituída 
sobre área 
de reserva 
legal florestal 
nem área de 
preservação 
permanente.
Ainda pendente de 
regulamentação.
A lei n. 6.938/81, em seu artigo 6º, cria ainda o 
Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, que 
reúne os órgãos e instituições ambientais da União, 
dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, 
responsáveis pela proteção e melhoria ambiental, sendo 
que qualquer interessado poderá ter acesso a suas 
informações, conforme previsto no art. 2º, §1º, da Lei nº 
10.650/03.
Na estrutura do SISNAMA, destaca-se o CONAMA, 
órgão consultivo e deliberativo, com a finalidade de 
assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, 
diretrizes de políticas governamentais para o meio 
ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito 
de sua competência, sobre normas e padrões compatíveis 
com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e 
essencial à sadia qualidade de vida. 
Já que em relação aos órgãos executores do 
SISNAMA temos o IBAMA e o Instituto Chico Mendes.
IBAMA INSTITUTO CHICO 
MENDES
Autarquia Federal 
Entre as atribuições 
destacam-se o 
licenciamento ambiental 
de atividades e obras 
com impacto ambiental 
regional ou nacional, bem 
como o poder de polícia. 
Autarquia Federal 
Responsável pelo Sistema 
Nacional de Unidades 
Conservação (SNUC).
5. LICENCIAMENTO AMBIENTAL
Licenciamento ambiental: Decorre do poder de 
polícia ambiental e é um dos instrumentos previstos 
na Lei de Política Nacional do Meio Ambiente (art. 10 
da Lei n. 6.938/81), tendo por objetivo condicionar a 
construção, instalação, ampliação e funcionamento de 
estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos 
ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou 
capazes, sob qualquer forma, de causar degradação 
ambiental, ao cumprimento prévio de exigências 
ambientais. 
O licenciamento ambiental é um procedimento 
administrativo composto por três atos administrativos 
principais: licença prévia, licença de instalação e licença 
de operação.
LICENÇA 
PRÉVIA (LP)
LICENÇA DE 
INSTALAÇÃO 
(LI)
LICENÇA DE 
OPERAÇÃO 
(LO)
Concedida 
na fase 
preliminar do 
planejamento do 
empreendimento 
ou atividade 
aprovando sua 
localização 
e concepção, 
atestando a 
viabilidade 
ambiental e 
estabelecendo 
os requisitos 
básicos e 
condicionantes a 
serem atendidos 
nas próximas 
fases de sua 
implementação 
(art. 8º, I, da 
Resolução n. 237 
do CONAMA)
Prazo Máximo: 
5 anos
Autoriza a 
instalação 
(construção) do 
empreendimento 
ou atividade de 
acordo com as 
especificações 
constantes 
dos planos, 
programas 
e projetos 
aprovados, 
incluindo 
as medidas 
de controle 
ambiental 
e demais 
condicionantes, 
da qual 
constituem 
motivo 
determinante 
(art. 8º, II, da 
Resolução n. 237 
do CONAMA)
Prazo Máximo: 
6 anos
Autoriza a 
operação da 
atividade ou 
empreendimento, 
após a verificação 
do efetivo 
cumprimento 
do que consta 
das licenças 
anteriores, com 
as medidas 
de controle 
ambiental e 
condicionantes 
determinados 
para a operação, 
conforme art. 8º, 
III, da Resolução 
n. 237 do CONAMA 
Prazo mínimo de 
4 anos e máximo 
de 10 anos
Ressalta-se que as licenças ambientais são 
temporárias e não geram direito adquirido. Nesse sentido, 
o art. 19 da Resolução nº 237/97 do CONAMA dispõe que o
órgão ambiental competente, mediante decisão motivada, 
poderá modificar as condicionantes e as medidas de
controle e adequação, suspender ou cancelar uma licença 
expedida, quando ocorrer: I - violação ou inadequação de
quaisquer condicionantes ou normas legais; II - omissão
ou falsa descrição de informações relevantes que
subsidiaram a expedição da licença; III - superveniência
de graves riscos ambientais e de saúde.
Destaca-se ainda que, conforme mencionado no item 
sobre competência material ambiental, todos os entes 
federativos possuem competência para proteger o meio 
ambiente e combater a poluição em qualquer de suas 
formas (art. 23, VI, da CF88). 
Entretanto, para garantir segurança e evitar 
OA
B 
N
A 
M
ED
ID
A 
| D
IR
EI
TO
 A
M
BI
EN
TA
L 
| R
ES
U
M
O 
PA
RA
 A
 P
RO
VA
 D
A 
OA
B/
FG
V
DIREITO AMBIENTAL - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV 
55
conflitos entre os licenciamentos, a Lei Complementar 
n. 140/2011 delimitou a competência de cada uma das
esferas administrativas.
LICENCIAMEN-
TO PELA UNIÃO 
(IBAMA)
LICENCIA-
MENTO PELOS 
ESTADOS E DF
LICENCIA-
MENTO 
PELOS MUNI-
CÍPIOS E DF
Principais 
hipóteses: 
Empreendimen-
tos e atividades 
localizados ou 
desenvolvidos 
conjuntamente 
no Brasil e em 
país limítrofe; 
em 2 (dois) ou 
mais Esta-
dos, no mar 
territorial, na 
plataforma con-
tinental ou na 
zona econômica 
exclusiva; em 
terras indígenas; 
em unidades 
de conservação 
instituídas pela 
União, exceto 
em Áreas de 
Proteção Am-
biental (APAs), 
destinados 
a pesquisar, 
lavrar, produ-
zir, beneficiar, 
transportar, 
armazenar e 
dispor material 
radioativo ou 
energia nuclear.
Principais 
hipóteses: 
Atividades ou 
empreendimen-
tos não incluídos 
na competência 
da União e dos 
Municípios e os 
empreendimen-
tos localizados 
ou desenvolvi-
dos em unidades 
de conservação 
instituídas pelo 
Estado, exceto 
em Áreas de 
Proteção Am-
biental (APAs).
Principais 
hipóteses: 
Obras, 
atividades e 
empreendi-
mentos de 
impacto local, 
conforme 
definido pelos 
Conselhos 
Estaduais de 
Meio Ambien-
te, bem como 
os localizados 
em unidades 
de conserva-
ção instituídas 
pelo Muni-
cípio, exceto 
em Áreas 
de Proteção 
Ambiental 
(APAs); 
A Lei Complementar n. 140/2011 traz também os 
conceitos de atuação supletiva e subsidiária. 
• Atuação supletiva: ocorre quando a competência
originária é de um ente Federativo, mas outro ente 
o substitui para fazer o licenciamento. Assim, se a
competência para o licenciamento for do Município, mas
este não contar com órgão ambiental capacitado ou
Conselho de Meio Ambiente, o licenciamento será feito
pelo Estado. Se o Estado, por sua vez, também não contar 
com órgão ambiental capacitado ou Conselho de Meio
Ambiente, o licenciamento será feito pela União.
• Atuação subsidiária: um ente Federativo que detém
a competência originária solicita apoio a outro ente para 
realizar o licenciamento. O apoio pode ser econômico, 
técnico, administrativo ou funcional. 
Importante destacar ainda que cabe ao órgão 
responsável pelo licenciamento a fiscalização da 
atividade ou do empreendimento licenciado, conformeprevisto no art. 17, caput, da LC n. 140/2011: “Compete 
ao órgão responsável pelo licenciamento ou autorização, 
conforme o caso, de um empreendimento ou atividade, 
lavrar auto de infração ambiental e instaurar processo 
administrativo para a apuração de infrações à legislação 
ambiental cometidas pelo empreendimento ou atividade 
licenciada ou autorizada”.
Contudo, levando-se em consideração que a 
fiscalização se trata de competência comum (art. 23 
da CF/88), qualquer outro ente poderá fiscalizar o 
empreendimento e lavrar auto de infração sendo que, 
nos casos de iminência ou ocorrência de degradação 
da qualidade ambiental, o ente federativo que tiver 
conhecimento do fato deverá determinar medidas 
para evitá-la, fazer cessá-la ou mitigá-la, comunicando 
imediatamente ao órgão competente para as providências 
cabíveis (§ 2º do art. 17).
Ressalta-se ainda que, na hipótese de lavratura de 
mais de um auto de infração, deverá prevalecer o auto 
lavrado pelo órgão de competência originária para o 
licenciamento, conforme § 3º do art. 17.
6. ESTUDOS AMBIENTAIS
ESTUDO PRÉVIO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA/
RIMA): entre os estudos que integram a avaliação de 
impactos ambientais, o mais importante para a prova da 
OAB/FGV é o Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA/
RIMA), que possui previsão expressa no art. 225, § 1º, IV, 
da CF/88, e representa o documento de avalição prévia de 
empreendimento, obra ou atividade que tenha potencial 
de causar significativa degradação ambiental, devendo 
ser elaborada por equipe técnica multidisciplinar 
escolhida pelo empreendedor e às suas expensas. O 
estudo será obrigatório sempre que o empreendimento 
puder gerar significativa degradação ambiental (artigo 
225, § 1º, IV, da CF/88). 
ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA: será 
obrigatório nas atividades privadas ou públicas em área 
urbana (APENAS EM ÁREA URBANA) definidas em Lei 
Municipal e a sua elaboração não substitui a elaboração 
e a aprovação do estudo prévio de impacto ambiental 
(EIA). Além disso, os documentos do EIV devem ficar 
à disposição no órgão competente municipal para a 
consulta de qualquer interessado (arts. 35, 36 e 37 da Lei 
n. 10.257/2001).
7. SISTEMA NACIONAL DE 
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO 
(SNUC)
Conceito: a Constituição Federal de 1988, em seu art. 
225, §1º, III, destaca os espaços especialmente protegidos, 
dentre os quais se destacam as unidades de conservação, 
regulamentadas pela Lei n. 9.985/2000, que instituiu o 
Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Há dois 
grupos de unidades de conservação: 1) Unidades de 
Proteção Integral (UPI) e 2) Unidades de Uso Sustentável.
UNIDADES DE PROTEÇÃO INTEGRAL (UPI): 
objetivam a preservação e permitem somente o uso 
indireto de seus recursos naturais. Pertencem ao grupo 
das Unidades de Proteção Integral: 1) Estação Ecológica, 
2) Reserva Biológica, 3) Parque Nacional, 4) Monumento
Natural e 5) Refúgio de Vida Silvestre.
OA
B 
N
A 
M
ED
ID
A 
| D
IR
EI
TO
 A
M
BI
EN
TA
L 
| R
ES
U
M
O 
PA
RA
 A
 P
RO
VA
 D
A 
OA
B/
FG
V
DIREITO AMBIENTAL - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV 
66
ESTAÇÃO 
ECOLÓGICA 
Objetiva a preservação da natureza 
e a realização de pesquisas 
científicas, mas essas pesquisas 
tem o limite de 3% da área e não 
podem ultrapassar 1.500 hectares. 
Posse e domínio público, sendo 
que as áreas particulares serão 
desapropriadas, com indenização 
prévia e em dinheiro.
RESERVA 
BIOLÓGICA
Objetiva a preservação integral 
da biota (fauna e flora) e 
demais atributos inseridos nos 
seus limites, permitindo-se a 
intervenção humana apenas para 
proteger o ecossistema. 
Posse e domínio público, sendo 
que as áreas particulares serão 
desapropriadas.
PARQUE 
NACIONAL
Objetiva a preservação de 
ecossistemas naturais de grande 
relevância ecológica e beleza 
cênica, possibilitando a realização 
de pesquisas científicas e o 
desenvolvimento de atividades 
de educação e interpretação 
ambiental, de recreação em contato 
com a natureza e de turismo 
ecológico. (Ex: Parque do Iguaçu). 
Posse e domínio público, sendo 
que as áreas particulares serão 
desapropriadas.
MONUMENTO 
NATURAL
Objetiva preservar sítios naturais 
raros, singulares ou de grande 
beleza cênica.
Pode ser constituído por 
áreas particulares. Havendo 
incompatibilidade entre os 
objetivos da área e as atividades 
privadas ou não havendo 
concordância do proprietário, a 
área deve ser desapropriada.
REFÚGIO DE VIDA 
SILVESTRE
Objetiva proteger ambientes 
naturais onde se asseguram 
condições para a existência 
ou reprodução de espécies ou 
comunidades da flora local e da 
fauna residente ou migratória.
Pode ser constituído por áreas 
particulares, mas havendo 
incompatibilidade ou não 
concordância do proprietário, a 
área deve ser desapropriada.
Compensação ambiental: de acordo com o art. 36, 
da Lei 9.985/2000, nos casos de licenciamento ambiental 
de empreendimentos de significativo impacto ambiental, 
assim considerado pelo órgão ambiental competente, com 
fundamento em estudo de impacto ambiental e respectivo 
relatório – EIA/RIMA, o empreendedor é obrigado a apoiar 
a implantação e manutenção de unidade de conservação 
do Grupo de Proteção Integral. Cabe ao órgão ambiental 
licenciador definir as unidades de conservação a serem 
beneficiadas, considerando as propostas apresentadas 
no EIA/RIMA e ouvido o empreendedor, podendo 
inclusive ser contemplada a criação de novas unidades 
de conservação. O órgão competente deve fixar um valor 
proporcional ao grau de impacto ambiental para a sua 
concretização, sem a existência de um percentual mínimo 
legal a ser pago pelo empreendedor. 
Lei nº 13.668/2018 - a Lei nº 13.668/2018 
acrescentou o § 4º ao art. 36 Lei 9.985/2000, que passou 
a dispor que a obrigação de compensação ambiental 
poderá, em virtude do interesse público, ser cumprida 
também em unidades de conservação de posse e domínio 
públicos do grupo de Uso Sustentável, especialmente as 
localizadas na Amazônia Legal.
UNIDADES DE USO SUSTENTÁVEL: objetivam a 
conservação da natureza e admitem o uso de parcela 
de seus recursos naturais, ou seja, permite-se o 
desenvolvimento de atividade econômica dentro do seu 
espaço. São espécies de Unidades de Uso Sustentável: 1) 
Área de proteção ambiental (APA) 2) Área de Relevante 
Interessante ecológico, 3) Floresta Nacional, 4) Reserva 
Extrativista, 5) Reserva de Fauna, 6) Reserva de 
Desenvolvimento Sustentável e 7) Reserva Particular do 
Patrimônio Natural. 
ÁREA DE 
PROTEÇÃO 
AMBIENTAL – 
APA
Área em geral extensa, pública 
ou privada, com um certo 
grau de ocupação humana, 
dotada de atributos abióticos, 
bióticos, estéticos ou culturais 
especialmente importantes para 
a qualidade de vida e o bem-estar 
das populações humanas, e tem 
como objetivos básicos proteger a 
diversidade biológica, disciplinar o 
processo de ocupação e assegurar 
a sustentabilidade do uso dos 
recursos naturais.
Constituída por terras públicas ou 
privadas.
ÁREA DE 
RELEVANTE 
INTERESSANTE 
ECOLÓGICO
Área, pública ou privada, em 
geral de pequena extensão, com 
pouca ou nenhuma ocupação 
humana, com características 
naturais extraordinárias ou que 
abriga exemplares raros da biota 
regional, e tem como objetivo 
manter os ecossistemas naturais 
de importância regional ou local 
e regular o uso admissível dessas 
áreas, de modo a compatibilizá-lo 
com os objetivos de conservação 
da natureza.
Constituída por terras públicas ou 
privadas.
OA
B 
N
A 
M
ED
ID
A 
| D
IR
EI
TO
 A
M
BI
EN
TA
L 
| R
ES
U
M
O 
PA
RA
 A
 P
RO
VA
 D
A 
OA
B/
FG
V
DIREITO AMBIENTAL - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV 
77
FLORESTA 
NACIONAL
Área com cobertura florestal de 
espécies predominantemente 
nativas e tem como objetivo básico 
o uso múltiplo sustentável dos
recursos florestais e a pesquisa
científica, com ênfase em métodos
para exploração sustentável
de florestas nativas. A lei n.
11.284/2006 trata da exploração
das Florestas Nacionais.
Posse e domínio público, sendo 
que as áreas particularesserão 
desapropriadas.
RESERVA 
EXTRATIVISTA
Área utilizada por populações 
extrativistas tradicionais, cuja 
subsistência baseia-se no 
extrativismo e, complementarmente, 
na agricultura de subsistência e 
na criação de animais de pequeno 
porte, e tem como objetivos 
básicos proteger os meios de vida 
e a cultura dessas populações, e 
assegurar o uso sustentável dos 
recursos naturais da unidade.
Domínio Público, com uso concedido 
às populações extrativistas, sendo 
que as áreas particulares serão 
desapropriadas. 
RESERVA DE 
FAUNA
Área natural com populações 
animais de espécies nativas, 
terrestres ou aquáticas, residentes 
ou migratórias, adequadas para 
estudos técnico-científicos sobre o 
manejo econômico sustentável de 
recursos faunísticos.
Posse e domínio público, sendo 
que as áreas particulares serão 
desapropriadas.
RESERVA DE 
DESENVOLVI-
MENTO 
SUSTENTÁVEL
Área natural que abriga 
populações tradicionais, cuja 
existência baseia-se em sistemas 
sustentáveis de exploração dos 
recursos naturais, desenvolvidos 
ao longo de gerações e adaptados 
às condições ecológicas locais 
e que desempenham um papel 
fundamental na proteção da 
natureza e na manutenção da 
diversidade biológica.
Domínio público, sendo que 
as áreas particulares serão 
desapropriadas.
RESERVA 
PARTICULAR 
DO PATRIMÔNIO 
NATURAL
A Reserva Particular do 
Patrimônio Natural é uma área de 
posse e domínio privados, gravada 
com perpetuidade, e deverá 
ser averbada, por intermédio 
de Termo de Compromisso, no 
Registro Público de Imóveis 
com o objetivo de conservar a 
diversidade biológica, permitindo-
se apenas a pesquisa cientifica e a 
visitação com objetivos turísticos, 
recreativos e educacionais.
Criação e Transformação de Unidade de Conservação: 
as Unidades de Conservação podem ser criadas pelo 
Poder público Federal, Estadual ou Municipal, por lei 
ou por decreto, mas dependem da realização prévia de 
estudos técnicos e de consulta pública, com exceção da 
Estação Ecológica e Reserva Biológica, cuja criação não 
exige consulta pública. Decreto ou lei poderão ainda 
ampliar os limites da Unidade de Conservação ou alterá-
la para categoria mais restritiva, isto é, modificar uma 
unidade de uso sustentável para unidade de proteção 
integral. Entretanto, para revogar, reduzir os limites 
territoriais ou alterar a unidade de conservação para 
uma categoria mais branda, ou seja, transformar unidade 
de proteção integral em uso sustentável, exige-se 
obrigatoriamente lei (não se admite decreto), conforme 
art. 22 da Lei n. 9.985/200.
Toda unidade de conservação deve dispor de um 
plano de manejo (art. 27) e de zoneamento (art. 2º, XVI). 
Plano de manejo: documento técnico que vai 
disciplinar a zona de conservação, as normas sobre uso 
e o manejo dos recursos naturais, os limites territoriais, 
a zona de amortecimento (área do entorno da unidade 
de conservação, onde se pode instituir limitações 
administrativas, estabelecendo restrições para a 
utilização humana), corredores ecológicos, e todas as 
demais questões sobre a unidade de conservação, 
inclusive sobre o plantio de organismos geneticamente 
modificados nas zonas de amortecimento ou na APA. O 
Plano de manejo deve ser elaborado no prazo de até 5 
anos após a criação da unidade de conservação. Na Área 
de Proteção Ambiental (APA) e na Reserva Particular do 
Patrimônio Natural não há obrigatoriedade de zona de 
amortecimento. 
Zoneamento: definição de setores ou zonas em 
uma unidade de conservação com objetivos de manejo 
e normas específicas, com o propósito de proporcionar 
os meios e as condições para que todos os objetivos da 
unidade possam ser alcançados de forma harmônica 
e eficaz. O zoneamento deve levar em consideração a 
vulnerabilidade das áreas ambientais, determinando mais 
restrições à atividade humana nas áreas mais sensíveis. 
Desapropriação: conforme mencionado acima, 
muitas vezes as áreas particulares que abrangem 
unidades de conservação devem ser desapropriadas. No 
entanto, caso haja restrição do direito de propriedade do 
imóvel pela Administração Pública sem a formalização 
da desapropriação, diz-se que ocorreu a denominada 
“desapropriação indireta”, cabendo ao proprietário o 
ajuizamento de ação para efetivação da medida com o 
pagamento da respectiva indenização.
8. NOVO CÓDIGO FLORESTAL
ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE (APP): de 
acordo com o art. 3º, II, da Lei n. 12.651/12, entende-
se por Área de Preservação Permanente (APP) a área 
protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a 
função ambiental de preservar os recursos hídricos, a 
paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, 
facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo 
e assegurar o bem-estar das populações humanas. Pode 
ser urbana ou rural.
Obrigação Propter Rem: o proprietário, o possuidor 
OA
B 
N
A 
M
ED
ID
A 
| D
IR
EI
TO
 A
M
BI
EN
TA
L 
| R
ES
U
M
O 
PA
RA
 A
 P
RO
VA
 D
A 
OA
B/
FG
V
DIREITO AMBIENTAL - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV 
88
ou ocupante a qualquer título é obrigado a recompor a 
área degradada de preservação permanente (art. 7º, §1º, 
da Lei nº 12.651/2012), sendo que essa obrigação possui 
natureza real e é transmitida ao sucessor no caso de 
transferência de domínio ou posse do imóvel rural (art. 
7º, §2º, da Lei nº 12.651/2012).
RESERVA LEGAL: o art. 3º, III, da Lei n. 12.651/12, 
estabelece que se trata de área localizada no interior de 
uma propriedade ou posse rural, delimitada nos termos 
do art. 12, com a função de assegurar o uso econômico de 
modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, 
auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos 
ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, 
bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da 
flora nativa. Apenas em propriedade rural. 
CADASTRO NACIONAL RURAL: com o Novo Código 
Florestal, todos os imóveis rurais do Brasil devem estar 
inscritos no Cadastro Ambiental Rural - CAR, registro 
público eletrônico de âmbito nacional, com a finalidade 
de integrar as informações ambientais das propriedades 
e posses rurais, compondo base de dados para controle, 
monitoramento, planejamento ambiental e econômico e 
combate ao desmatamento. A Área de Reserva Legal deve 
estar delimitada no Cadastro Ambiental Rural, alterando 
o sistema anterior, em que a Área de Reserva Legal vinha
delimitada e averbada à margem da matrícula do imóvel.
O CAR é obrigatório para todos os imóveis rurais do Brasil, 
não sendo considerado título para fins de reconhecimento
do direito de propriedade ou posse (art. 29, caput e § 2º,
da Lei nº 12.651/2012).
9. MATA ATLÂNTICA
A Lei n. 11.428/06 classifica a vegetação da Mata 
Atlântica em duas áreas principais: vegetação primária 
e vegetação secundária. A vegetação primária á aquela 
intocada, sem atividades humana, ao passo que a 
vegetação secundária é aquela que já foi objeto da 
intervenção do homem, como no caso do desmatamento, 
podendo ser dividida em 3 (três) estágios: a) estágio 
inicial de regeneração, b) estágio médio de regeneração e 
c) estágio avançado de regeneração.
As regras para corte, supressão e exploração da
vegetação do Bioma Mata Atlântica de acordo com a área 
(rural ou urbana) e com estágio de proteção (vegetação 
primária e secundária). 
ÁREA RURAL 
VEGETAÇÃO 
PRIMÁRIA 
Permite-se o corte/supressão desde 
que observadas as seguintes regras: 
a) hipóteses de utilidade pública 
(atividades imprescindíveis para
proteção sanitária ou segurança
nacional, bem como para obras de
infraestrutura de serviços públicos
essenciais de transporte, saneamento e 
energia), b) práticas preservacionistas 
e c) pesquisas científicas.
VEGETAÇÃO 
SECUNDÁRIA 
Estágio avançado de regeneração: 
mesmas regras da vegetação primária
Estágio médio: Quando houver 
hipóteses de utilidade pública, 
interesse social (atividades 
imprescindíveis para a proteção da 
vegetação nativa, como prevenção 
do fogo, erosão, proteção espécies 
invasoras, etc., e manejo florestal 
sustentável,desde que não prejudique 
a função ambiental da área), práticas 
preservacionistas, pesquisa cientifica 
e autorização para o pequeno 
proprietário, posseiro ou populações 
tradicionais, exceto no caso se áreas 
de proteção permanente).
Estágio inicial de regeneração: Nos 
estados com menos de 5% da área 
original de Mata atlântica aplicam-
se as mesmas regras da vegetação 
secundária de estágio médio de 
regeneração. Já nos Estados com 
mais de 5% área original de Mata 
atlântica, o corte, a supressão 
e a exploração dependerão de 
licenciamento/autorização do órgão 
estadual de proteção. 
ÁREA URBANA 
VEGETAÇÃO 
PRIMÁRIA 
NÃO SE PERMITE O CORTE, 
SUPRESSÃO OU A EXPLORAÇÃO 
DO BIOMA MATA ATLÂNTICA 
NA VEGETAÇÃO PRIMÁRIA 
LOCALIZADA NA ÁREA URBANA
VEGETAÇÃO 
SECUNDÁRIA 
Estágio avançado de regeneração: 
Se o perímetro urbano foi 
aprovado antes da vigência da Lei 
(22/12/2006), permite-se o corte, 
supressão e exploração, desde que 
preservado 50% do Bioma Mata 
Atlântica. Se o perímetro urbano 
foi aprovado depois da vigência da 
Lei, é vedado o corte, supressão ou 
exploração do Bioma Mata Atlântica.
Estágio médio de regeneração: se 
o perímetro urbano foi aprovado
antes da vigência da Lei, permite-se 
a supressão, o corte ou a exploração 
desde que mantido 30% do Bioma
Mata Atlântica. Se o perímetro
for aprovado posteriormente
à vigência da Lei, permite-se a
supressão, o corte ou a exploração
desde que mantido 30% do Bioma
Mata Atlântica.
Estágio inicial de regeneração: 
possui uma liberdade maior de 
acordo com o decidido pelo órgão 
ambiental competente. 
Entretanto, conforme previsto no art. 11 da Lei n. 
11.428/2006, há situações em que o corte e a supressão 
OA
B 
N
A 
M
ED
ID
A 
| D
IR
EI
TO
 A
M
BI
EN
TA
L 
| R
ES
U
M
O 
PA
RA
 A
 P
RO
VA
 D
A 
OA
B/
FG
V
DIREITO AMBIENTAL - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV 
99
de vegetação primária ou nos estágios avançado e médio 
de regeneração do Bioma Mata Atlântica ficam vedados: 
I – Quando a vegetação: a) abrigar espécies da flora e da 
fauna silvestres ameaçadas de extinção, em território 
nacional ou em âmbito estadual, assim declaradas 
pela União ou pelos Estados, e a intervenção ou o 
parcelamento puserem em risco a sobrevivência dessas 
espécies, b) exercer a função de proteção de mananciais 
ou de prevenção e controle de erosão, c) formar 
corredores entre remanescentes de vegetação primária 
ou secundária em estágio avançado de regeneração, d) 
proteger o entorno das unidades de conservação, ou e) 
possuir excepcional valor paisagístico, reconhecido pelos 
órgãos executivos competentes do Sistema Nacional do 
Meio Ambiente - SISNAMA; II - Quando o proprietário 
ou posseiro não cumprir os dispositivos da legislação 
ambiental, em especial as exigências da Lei nº 4.771, de 
15 de setembro de 1965, no que respeita às Áreas de 
Preservação Permanente e à Reserva Legal.
10. GESTÃO DE FLORESTAS PÚBLICAS
Florestas Públicas: conforme previsto no art. 3º da 
Lei n. 11.284/06, consideram-se florestas públicas as 
florestas, naturais ou plantadas, localizadas nos diversos 
biomas brasileiros, em bens sob o domínio da União, 
dos Estados, dos Municípios, do Distrito Federal ou das 
entidades da administração indireta.
A gestão das florestas públicas pode ocorrer sob as 
seguintes formas: 
Gestão direta – a própria Administração Pública faz 
a gestão da floresta pública, sendo-lhe facultado, para 
execução de atividades subsidiárias, firmar convênios, 
termos de parceria, contratos ou instrumentos similares 
com terceiros, observados os procedimentos licitatórios 
e demais exigências legais pertinentes. A duração 
dos contratos e instrumentos similares fica limitada 
a 120 (cento e vinte) meses e, nas licitações para as 
contratações, além do preço, poderá ser considerado o 
critério da melhor técnica previsto no inciso II do caput 
do art. 26 da Lei n. 11.284/06.
Destinação às Comunidades Locais - antes da 
realização das concessões florestais, as florestas 
públicas ocupadas ou utilizadas por comunidades locais 
serão identificadas e destinadas, de forma não onerosa, 
para o uso dessas comunidades por meio de criação de 
reservas extrativistas, de reservas de desenvolvimento 
sustentável, concessão de uso, ou outra forma prevista 
em lei.
Concessão Florestal – trata-se de delegação onerosa, 
feita pelo Poder Público, do direito de praticar manejo 
florestal sustentável em uma floresta pública, para 
exploração de produtos (produtos madeireiros e/ou não 
madeireiros, como sementes, resinas, cascas e raízes) e 
serviços florestais (atividades de ecoturismo, recreação 
em contato com a natureza, educação ambiental, etc.), 
mediante licitação na modalidade concorrência, apenas 
à pessoa jurídica, em consórcio ou não, que atenda às 
exigências do respectivo edital de licitação e demonstre 
capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco 
e por prazo determinado (quando for produto florestal, 
o prazo mínimo será um ciclo e o prazo máximo será 40
anos. Quando se tratar de serviço, o prazo mínimo será de 
5 anos e o prazo máximo 20 anos).
11. RESPONSABILIDADE PELO DANO
AMBIENTAL
RESPONSABILIDADE CIVIL
Responsabilidade objetiva: a responsabilidade civil em 
matéria ambiental é objetiva, ou seja, independentemente 
da existência de culpa, conforme previsto expressamente 
no art. 14, § 1º Lei n. 6.938/81. Além disso, prevalece o 
entendimento que se aplica a teoria do risco integral, ou 
seja, o causador do dano ambiental não poderá alegar 
excludentes de responsabilidade, como caso fortuito ou 
força maior, para afastar o dever de reparar o dano.
Exceção: a única exceção à responsabilidade 
objetiva é quando se tratar da omissão do poder público 
no exercício do poder de polícia, hipótese em que a 
responsabilidade será subjetiva, conforme jurisprudência 
majoritária do STJ.
Solidariedade: a responsabilidade civil ambiental é 
ainda solidária (art. 942 do CC), de modo que todos que 
participaram, direta ou indiretamente, para a ocorrência 
do dano serão solidariamente responsáveis pela sua 
reparação.
Desconsideração da Personalidade Jurídica: em 
matéria ambiental, permite-se a desconsideração da 
pessoa jurídica sempre que esta seja obstáculo ao 
ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio 
ambiente (art. 4º da Lei n. 9.605/98). Trata-se da adoção 
da teoria menor.
Jurisprudência: a) o STF e o STJ vêm reconhecendo 
a possibilidade de aplicação do princípio da insignificância 
ou bagatela para os crimes ambientais, quando verificada 
a baixa lesividade da conduta; b) por outro lado, de acordo 
com a Súmula n. 613 do STJ, “não se admite a aplicação da 
teoria do fato consumado em tema de Direito Ambiental”.
RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA AMBIENTAL 
Fiscalização: levando-se em consideração que a 
fiscalização se trata de competência comum (art. 23 da 
CF/88), qualquer ente pode fiscalizar os empreendimentos 
e lavrar auto de infração. No entanto, na hipótese 
de lavratura de mais de um auto de infração, deverá 
prevalecer o auto lavrado pelo órgão de competência 
originária para o licenciamento.
Auto de Infração: as autoridades do SISNAMA (IBAMA 
no âmbito federal, por exemplo) e os agentes da Capitania 
dos Portos é que possuem competência para lavrar auto 
de infração e instaurar processo administrativo ambiental.
Processo Administrativo: após a lavratura do auto de 
infração, o infrator tem 20 dias para apresentar defesa ou 
impugnação ao auto de infração. A autoridade, por sua 
vez, terá o prazo de 30 dias, também contado da lavratura 
do auto, para julgar. Após a decisão, o infrator poderá 
recorrer no prazo de 20 dias. Após a decisão do recurso, 
se este não for procedente, o recorrente terá 5 dias para 
pagar a multa.
Súmula n. 467 do STJ: “Prescreve em cinco anos, 
contados do término do processo administrativo, a 
pretensão da Administração Pública de promover a 
execução da multa por infração ambiental”.
OA
B 
N
A 
M
ED
ID
A 
| D
IR
EI
TO
 A
M
BI
EN
TA
L 
| R
ES
U
MO 
PA
RA
 A
 P
RO
VA
 D
A 
OA
B/
FG
V
DIREITO AMBIENTAL - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV 
1010
RESPONSABILIDADE PENAL AMBIENTAL 
Conceito: De acordo com o art. 2º da Lei de Crimes 
Ambientais (Lei n. 9.605/98), “quem, de qualquer forma, 
concorre para a prática dos crimes previstos nesta Lei, 
incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua 
culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, 
o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o
gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica,
que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de
impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-la”.
Assim, todos aqueles que concorreram como 
autores, coautores ou partícipes, responderão pelo 
mesmo crime ambiental, mas a pena será dosada na 
medida da culpabilidade de cada um. Além disso, a 
segunda parte do artigo 2º determina que o diretor, o 
administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, 
o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa
jurídica também respondem por omissão, quando sabiam
da existência do crime e, podendo evita-lo, não o fizeram.
A omissão dessas pessoas físicas é considerada crime
desde que: a) as pessoas tenham ciência do crime; b) não
tomaram a conduta adequada para evitar o crime.
Pessoa Jurídica: O § 3º do art. 225 da CF/88 inovou 
ao prever expressamente a responsabilidade penal das 
pessoas jurídicas. O art. 3º da Lei dos Crimes Ambientais, 
por sua vez, dispõe que “as pessoas jurídicas serão 
responsabilizadas administrativa, civil e penalmente, 
nos casos em que a infração seja cometida por decisão 
de seu representante legal ou contratual, ou de seu 
órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua 
entidade. Além disso, prevê em seu parágrafo único que 
“a responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a 
das pessoas físicas, autoras, coautoras ou partícipes do 
mesmo fato”.
Como a pena restritiva de liberdade não pode ser e 
aplicada à pessoa jurídica, as sanções penais compatíveis 
são: multa, pena restritivas de direito e prestação de 
serviços à comunidade.
MULTA Pode ser fixada entre 10 e 360 dias-
multa, sendo o valor do dia - multa 
superior a 1/30 e inferior a 5 vezes 
o valor do salário mínimo. Se o juiz
considerar que o valor da multa
será ineficaz poderá multiplica-la
em até 3 vezes.
RESTRITIVAS 
DE DIREITO 
(ART. 22 DA LEI 
N. 9.605/1998)
I - Suspensão parcial ou total 
de atividades, quando estas 
não estiverem obedecendo 
às disposições legais ou 
regulamentares, relativas à 
proteção do meio ambiente.
II - Interdição temporária de 
estabelecimento, obra ou atividade; 
quando estiver funcionando 
sem a devida autorização, ou em 
desacordo com a concedida, ou 
com violação de disposição legal ou 
regulamentar.
III - proibição de contratar com o 
Poder Público, bem como dele obter 
subsídios, subvenções ou doações, 
não podendo exceder o prazo de 10 
(dez) anos.
SERVIÇOS À 
COMUNIDADE 
(ART. 23 DA LEI 
N. 9.605/1998)
I - Custeio de programas e de 
projetos ambientais;
II - Execução de obras de 
recuperação de áreas degradadas;
III - manutenção de espaços 
públicos;
IV - Contribuições a entidades 
ambientais ou culturais públicas
Principais Características dos Crimes Ambientais: 
a) são de ação penal pública incondicionada, b) os tipos
penais ambientais, em regra, descrevem crimes de
perigo abstrato, que se consumam com a própria criação
do risco, efetivo ou presumido, independentemente de
qualquer resultado danoso, c) Não há norma específica
estabelecendo qual a justiça competente para julgar
crimes ambientais.
No entanto, prevalece o entendimento de que se o 
crime atingir interesse direto e específico da União, ou de 
suas autarquias e empresas públicas, a competência é da 
Justiça federal, e nos demais casos a competência será 
da Justiça Comum, e d) Tratando-se de crime de menor 
potencial ofensivo (pena máxima em abstrato de até 2 
anos) ou de contravenção penal é possível transação 
penal. No entanto, diferentemente da Lei n. 9099/95, em 
que não se exige a composição civil para a transação 
penal, na lei ambiental a transação penal somente é 
cabível se houver a prévia composição civil dos danos 
ambientais (art. 27 da Lei n. 9.605/88). 
12. POLÍTICA NACIONAL DOS
RESÍDUOS SÓLIDOS
Conceito: Conforme previsto no inciso XVI do art. 
3º da Lei n. 12.305/2010, considera-se resíduo sólido 
todo material, substância, objeto ou bem descartado 
resultante de atividades humanas em sociedade, bem 
como gases contidos em recipientes e líquidos cujas 
particularidades tornem inviável o seu lançamento na 
rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam 
para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis 
em face da melhor tecnologia disponível.
Concepção: A concepção da Lei de Política Nacional 
de Resíduos Sólidos é que não haja a geração de resíduos 
sólidos. Caso isso não seja possível, deve-se reduzir, 
reutilizar, reciclar ou tratar os resíduos sólidos. Se 
essas medidas não forem possíveis, haverá ao menos a 
destinação final ambientalmente adequada dos rejeitos. 
Princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos: 
a) prevenção e a precaução; b) poluidor-pagador e o
protetor-recebedor; c) visão sistêmica, na gestão dos
resíduos sólidos, que considere as variáveis ambiental,
social, cultural, econômica, tecnológica e de saúde
pública; d) desenvolvimento sustentável; e) ecoeficiência,
mediante a compatibilização entre o fornecimento, a
preços competitivos, de bens e serviços qualificados que
satisfaçam as necessidades humanas e tragam qualidade
de vida e a redução do impacto ambiental e do consumo
de recursos naturais a um nível, no mínimo, equivalente
à capacidade de sustentação estimada do planeta; f)
cooperação entre as diferentes esferas do poder público,
OA
B 
N
A 
M
ED
ID
A 
| D
IR
EI
TO
 A
M
BI
EN
TA
L 
| R
ES
U
M
O 
PA
RA
 A
 P
RO
VA
 D
A 
OA
B/
FG
V
DIREITO AMBIENTAL - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV 
1111
o setor empresarial e demais segmentos da sociedade;
g) responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida
dos produtos; h) reconhecimento do resíduo sólido
reutilizável e reciclável como um bem econômico e de
valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de
cidadania; i) respeito às diversidades locais e regionais; j)
direito da sociedade à informação e ao controle social e k) 
razoabilidade e a proporcionalidade.
Dentre os instrumentos da Política Nacional de 
Resíduos Sólidos, o mais importante para a prova da 
OAB é o plano de resíduo sólido, documento que deve ser 
elaborado pelas Pessoas jurídicas que geram resíduos 
sólidos, bem como pelo Poder Público, no âmbito da 
União, dos Estados e dos Municípios. O plano de resíduo 
sólido é classificado em: 
Plano Nacional de Resíduos Sólidos – Elaborado 
pela União com a colaboração do Ministério do Meio 
Ambiente, tem como conteúdo o levantamento da 
situação dos resíduos sólidos no país, com a estipulação 
de metas e proposição de cenários (incluindo tendências 
internacionais e macroeconômicas), especificando ainda 
programas, projetos e ações para o atendimento das 
metas previstas. O Plano Nacional de Resíduos Sólidos tem 
vigência por prazo indeterminado e horizonte de 20 (vinte) 
anos, devendo ser atualizado a cada 4 (quatro) anos
Planos Estaduais de Resíduos Sólidos – Devem 
abranger todo o território do Estado e sua elaboração 
é condição para que os Estados tenham acesso a 
recursos da União, ou por ela controlados, destinados 
a empreendimentos e serviços relacionados à gestão 
de resíduos sólidos, ou para serem beneficiados por 
incentivos ou financiamentos de entidades federais de 
crédito ou fomento para tal finalidade. O plano estadual 
de resíduos sólidos será elaborado para vigência por 
prazo indeterminado, abrangendo todo o território do 
Estado, com horizonte de atuação de 20 (vinte) anos e 
revisões a cada 4 (quatro) ano
Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos 
Sólidos - A elaboração de plano municipal de gestão 
integrada de resíduos sólidos é condiçãopara o Distrito 
Federal e os Municípios tenham acesso a recursos da União, 
ou por ela controlados, destinados a empreendimentos 
e serviços relacionados à limpeza urbana e ao manejo 
de resíduos sólidos, ou para serem beneficiados por 
incentivos ou financiamentos de entidades federais de 
crédito ou fomento para tal finalidade (art. 18 da Lei nº 
12.305/2010). 
Para Municípios com menos de 20.000 (vinte mil) 
habitantes, o plano municipal de gestão integrada de 
resíduos sólidos terá conteúdo simplificado, na forma 
do regulamento, salvo se o Municípios: I – for integrante 
de áreas de especial interesse turístico; II – for inserido 
na área de influência de empreendimentos ou atividades 
com significativo impacto ambiental de âmbito regional 
ou nacional; III – tiver território que abranja, total ou 
parcialmente, Unidades de Conservação. 
Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – O 
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos deve ser 
elaborado pelos geradores de resíduos dos serviços 
públicos de saneamento básico, de resíduos industriais, 
de resíduos de serviços de saúde, de resíduos de 
mineração, pelos estabelecimentos comerciais e de 
prestação de serviços que gerem resíduos perigosos ou 
resíduos que, mesmo caracterizados como não perigosos, 
por sua natureza, composição ou volume, não sejam 
equiparados aos resíduos domiciliares pelo poder público 
municipal; pelas empresas de construção civil, pelos 
responsáveis pelos terminais e outras instalações que 
geram resíduos de serviços de transportes, bem como 
pelos responsáveis por atividades agrossilvopastoris, se 
exigido pelo órgão competente do SISNAMA, do SNVS ou 
do SUASA. 
O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos deve 
integrar o licenciamento ambiental, ou seja, o órgão 
responsável pelo licenciamento ambiental também será 
responsável pela aprovação do Plano de Gerenciamento. 
Se a obra ou atividade desenvolvida não exigir 
licenciamento ambiental, o Plano de Gerenciamento de 
Resíduos Sólidos será aprovado pelo Município.
Logística Reversa: A logística reversa é um outro 
instrumento importante da PNRS caracterizado 
por um conjunto de ações, procedimentos e meios 
destinados a viabilizar a coleta e a restituição 
dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para 
reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos 
produtivos, ou outra destinação final ambientalmente 
adequada (art. 3º, XII). Os produtos que estão 
sujeitos à logística reversa são os resíduos e 
embalagens de agrotóxicos, pilhas e baterias, pneus, 
óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; 
lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e 
mercúrio e de luz mista; produtos eletroeletrônicos 
e seus componentes (art. 33). A inobservância da 
logística reserva pode ensejar a responsabilidade do 
fabricante, importador, distribuidor e do comerciante. 
13. SANEAMENTO BÁSICO
Compreende um conjunto de procedimentos 
adotados com o objetivo de garantir higiene e um 
ambiente saudável para os habitantes de determinada 
região, envolvendo: abastecimento de água potável, 
coleta e tratamento de esgoto sanitário, limpeza urbana 
e manejo de resíduos sólidos, bem como a drenagem e 
manejo das águas pluviais. 
Recursos Hídricos: como expressamente dispõe o 
art. 4º da Lei n. 11.455/2007, os recursos hídricos não 
integram os serviços públicos de saneamento básico, 
tendo regramento específico pela Lei n. 9.433/97. 
Princípios fundamentais dos serviços públicos de 
saneamento básico: a) universalização do acesso, b) 
integralidade, c) adoção de métodos, técnicas e processos 
que considerem as peculiaridades locais e regionais, d) 
articulação com as políticas de desenvolvimento urbano 
e regional, de habitação, de combate à pobreza e de sua 
erradicação, de proteção ambiental, de promoção da 
saúde e outras de relevante interesse social voltadas 
para a melhoria da qualidade de vida, para as quais o 
saneamento básico seja fator determinante, e) eficiência 
e sustentabilidade econômica. 
A prestação dos serviços públicos de saneamento 
básico pode prestada diretamente pelo Poder Público, 
ou por particulares, mediante delegação, por meio de 
contrato administrativo, precedido de licitação. 
OA
B 
N
A 
M
ED
ID
A 
| D
IR
EI
TO
 A
M
BI
EN
TA
L 
| R
ES
U
M
O 
PA
RA
 A
 P
RO
VA
 D
A 
OA
B/
FG
V
DIREITO AMBIENTAL - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV 
1212
O art. 10 da Lei n. 11.107/2005, alterado pela Lei n. 
14.026/20, dispõe que a prestação dos serviços públicos 
de saneamento básico por entidade que não integre 
a administração do titular depende da celebração de 
contrato de concessão, mediante prévia licitação, nos 
termos do art. 175 da Constituição Federal, vedada a sua 
disciplina mediante contrato de programa, convênio, 
termo de parceria ou outros instrumentos de natureza 
precária.
Sustentabilidade econômico-financeira: deve ser 
assegurada, sempre que possível, mediante remuneração 
pela cobrança dos seguintes serviços públicos: I - 
abastecimento de água e esgotamento sanitário, II - de 
limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos urbanos, e 
III - de manejo de águas pluviais urbanas.
Subsídio: poderão ser adotados subsídios tarifários 
e não tarifários para os usuários e localidades que não 
tenham capacidade de pagamento ou escala econômica 
suficiente para cobrir o custo integral dos serviços 
(conforme § 2º do art. 29 da Lei n. 11.107/2005)
14. POLÍTICA NACIONAL DOS
RECURSOS HÍDRICOS
FUNDAMENTOS (art. 1º da Lei n. 9.433/97: a) A 
água é considerada um bem de domínio público (e não 
privado), sendo que, em situações de escassez, o seu 
uso prioritário é o consumo humano e a dessedentação 
de animais, b) a água é um recurso natural limitado, 
dotado de valor econômico, c) A gestão dos recursos 
hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo 
das águas, como, por exemplo, para navegação, para 
o consumo humano, para geração de energia, etc., d)
De acordo com a Lei n. 9.4333/97, a bacia hidrografia,
área onde há o escoamento e a drenagem de um rio
principal e de seus afluentes, é considerada a unidade
territorial para implementação da Política Nacional de
Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de
Gerenciamento de Recursos Hídricos e e) Já a gestão dos
recursos hídricos deve ser ainda descentralizada, isto é,
deve ter participação do poder público, dos usuários e
das comunidades (gestão tripartite).
OBJETIVOS (art. 2º da Lei n. 9.44/97): São objetivos 
da Política Nacional de Recursos Hídricos: I - assegurar à 
atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade 
de água, em padrões de qualidade adequados aos 
respectivos usos; II - a utilização racional e integrada dos 
recursos hídricos, incluindo o transporte aquaviário, com 
vistas ao desenvolvimento sustentável; III - a prevenção 
e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem 
natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos 
naturais e IV - incentivar e promover a captação, a 
preservação e o aproveitamento de águas pluviais. 
INSTRUMENTOS: para a concretização da PNRH, os dois 
instrumentos mais importantes são a outorga e a cobrança. 
Outorga: A outorga pode ser concedida pelo poder 
Público Federal, Estadual ou Municipal, pelo prazo 
máximo, renovável, de 35 anos, e possui como objetivo 
garantir o controle quantitativo e qualitativo do uso da 
água e o efetivo exercício dos direitos de acesso à água. A 
outorga permite apenas o uso das águas, não implicando, 
portanto, sua alienação, nem parcial nem total, uma vez 
que as águas são inalienáveis (art. 18).
Dependem de Outorga (art. 12 da Lei n. 9.44/97): 
I - derivação ou captação de parcela da água existente 
em um corpo de água para consumo final, inclusive 
abastecimento público, ou insumo de processo produtivo; 
II - extração de água de aquífero subterrâneo para 
consumo final ou insumo de processo produtivo; III - 
lançamento em corpo de água de esgotos e demais 
resíduos líquidos ou gasosos, tratados ou não, com o 
fim de sua diluição, transporte ou disposição final; IV -aproveitamento dos potenciais hidrelétricos; V - outros 
usos que alterem o regime, a quantidade ou a qualidade 
da água existente em um corpo de água.
Quem concede a outorga? Se a água for bem da 
União, a outorga caberá à Agência Nacional de Águas 
(ANA), podendo ser delegada aos Estados ou Distrito 
Federal. No entanto, se a água for estadual ou municipal, 
caberá a referidos entes a realização da outorga. 
Não dependem de outorga: I - o uso de recursos 
hídricos para a satisfação das necessidades de pequenos 
núcleos populacionais, distribuídos no meio rural; II - 
as derivações, captações e lançamentos considerados 
insignificantes; III - as acumulações de volumes de água 
consideradas insignificantes.
Cobrança: Em relação ao instrumento da cobrança 
dos recursos hídricos, parte-se do pressuposto de que 
a água é bem escasso e dotado de valor econômico, de 
modo que a sua cobrança objetiva, conforme 19 da Lei 
n. 9.433/97, I - reconhecer a água como bem econômico
e dar ao usuário uma indicação de seu real valor; II -
incentivar a racionalização do uso da água e III - obter
recursos financeiros para o financiamento dos programas
e intervenções contemplados nos planos de recursos
hídricos.
É importante destacar ainda que, de acordo com o 
art. 21 da Lei n. 9.433/97, para a fixação dos valores a 
serem cobrados pelo uso dos recursos hídricos devem ser 
observados, dentre outros: I - nas derivações, captações 
e extrações de água, o volume retirado e seu regime 
de variação; II - nos lançamentos de esgotos e demais 
resíduos líquidos ou gasosos, o volume lançado e seu 
regime de variação e as características físico-químicas, 
biológicas e de toxidade do afluente.
15. POLÍTICA NACIONAL SOBRE
MUDANÇAS DO CLIMA
A Lei n. 12.187/2009 criou a Política Nacional sobre 
Mudança do Clima (PNMC), tendo como principal diretriz 
o protocolo de Quioto, para mitigação e adaptação à
mudança do clima.
Objetivos da PNMC (art. 4º da Lei n. 12.187/2009): 
I - à compatibilização do desenvolvimento econômico-
social com a proteção do sistema climático; II - à redução 
das emissões antrópicas de gases de efeito estufa em 
relação às suas diferentes fontes; IV - ao fortalecimento 
das remoções antrópicas por sumidouros de gases de 
efeito estufa no território nacional; V - à implementação de 
medidas para promover a adaptação à mudança do clima 
pelas 3 (três) esferas da Federação, com a participação 
e a colaboração dos agentes econômicos e sociais 
interessados ou beneficiários, em particular aqueles 
OA
B 
N
A 
M
ED
ID
A 
| D
IR
EI
TO
 A
M
BI
EN
TA
L 
| R
ES
U
M
O 
PA
RA
 A
 P
RO
VA
 D
A 
OA
B/
FG
V
DIREITO AMBIENTAL - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV 
1313
especialmente vulneráveis aos seus efeitos adversos; 
VI - à preservação, à conservação e à recuperação dos 
recursos ambientais, com particular atenção aos grandes 
biomas naturais tidos como Patrimônio Nacional; VII 
- à consolidação e à expansão das áreas legalmente
protegidas e ao incentivo aos reflorestamentos e à
recomposição da cobertura vegetal em áreas degradadas; 
VIII - ao estímulo ao desenvolvimento do Mercado
Brasileiro de Redução de Emissões - MBRE.
Mercado Brasileiro de Redução de Emissões - De 
acordo com o art. 9º da Lei n. 12.187/2009, o Mercado 
Brasileiro de Redução de Emissões - MBRE será 
operacionalizado em bolsas de mercadorias e futuros, 
bolsas de valores e entidades de balcão organizado, 
autorizadas pela Comissão de Valores Mobiliários - 
CVM, onde se dará a negociação de títulos mobiliários 
representativos de emissões de gases de efeito estufa 
evitadas certificadas.

Outros materiais