Buscar

Resumo Donald Winnicott

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Texto: O ambiente e os processos de maturação. D Winnicott. Cp. 3 e 16. 1960
 Donald Winnicott (1896 - 1971) foi um pediatra e
psicanalista inglês influente no campo das teorias
das relações objetais e do desenvolvimento
psicológico. 
 Como pediatra, Winnicott se deu conta da
inadequação de pensar saúde e doença em
termos organizistas; percebeu ainda que algumas
crianças apresentavam distúrbios emocionais
precoces. O médico procurou e fez supervisão
com Melanie Klein, porém, embora admirasse
muito a psicanalista, sempre teve suas próprias
ideias. 
 Em toda sua teoria ressalta a importância do
ambiente para o desenvolvimento; em sua
opinião, as demais teorias negligenciavam tais
aspectos. 
 Metade da teoria do relacionamento paterno-
infantil se refere ao lactente, e é a teoria da
jornada deste a dependência absoluta, passando
pela dependência relativa, e a independência. E
paralelamente, a jornada do lactente do principio
do prazer ao principio da realidade, e do auto
erotismo às relações objetais. 
 A outra metade da teoria se refere ao cuidado
materno, isto é, das qualidades e mudanças nas
mães que satisfazem as necessidades especificas
e de desenvolvimento do lactente para as quais
ela se orienta. 
 O processo de amadurecimento depende de 2
fatores: a tendência inata de integração e um
ambiente facilitador desse processo. 
 O recém nascido depende do cuidado materno
que se baseia na empatia materna mais do que na
compreensão do que é ou poderia ser
verbalmente expresso. 
 
O lactente
 Alguns momentos após a concepção do feto
ocorre um despertar; o feto experiência
sensações quando começa a se movimentar no
ventre da mãe. Aqui ele já seria capaz de guardar
memórias de movimento. 
 No nascimento o bebê experiência diversas
novas sensações. Para Winnicott, o nascimento
não é por si só traumático - só poderá vir a ser se
houverem complicações que ultrapassem os
limites do que o bebê é capaz de suportar. 
 Ainda nesse momento, Winnicott diz que o bebê
não sente a sua separação da mãe, uma vez que
ele não tem maturidade suficiente para se ligar a
ela. O bebê após o nascimento precisa de um
tempo para se recuperar da descontinuidade de
sua existência. 
 O primeiro período de desenvolvimento é o da
primeira mamada teórica e corresponde as
primeiras experiências da amamentação (até mais
ou menos o 4 mês de vida). Seria correspondente
ao período da posição esquizo paranoide da Melanie.
Para o autor, o que está em jogo aqui é o contato
com a realidade e a qualidade das experiências
com a mãe. 
 
Não há nada no trabalho de Klein que vá
contra a ideia de dependência absoluta, mas
parece não haver nenhuma referência ao
estágio em que o lactente existe tão somente
por causa do cuidado materno, junto do qual
ele forma uma unidade 
O cuidado materno
 Para que o desenvolvimento do bebê possa ser
realizado com sucesso, são necessários cuidados
específicos da mãe. O holding é um deles, e diz
respeito ao sustento e suporte. O holding é uma
forma de amar, e é possivelmente a única forma
em que uma mãe pode demonstrar ao lactente
seu amor.
 A base da satisfação instintiva e das relações
objetais é a manipulação e a condução geral no
cuidado do lactente, que é facilmente tido como
certo quando tudo vai bem. 
 As bases da saúde mental do indivíduo são
lançadas por este cuidado materno. Desse modo,
a esquizofrenia ou a psicose infantil se relacionam
com uma falha da provisão ambiental. 
 Importante ressaltar que o holding também
ocorre no setting terapêutico, já que também é
um modo de conter as angustias do outro. 
 
 Para Winnicott, a mãe suficientemente boa
proporciona cuidados satisfatórios ao seu bebê.
Segundo o autor, uma mãe precisa estar apta,
primeiramente, para fazer com que o bebê se
sinta onipotente; isso significa que ela precisa
suprir as carências da criança, fazendo com que o
bebê acredite que ele mesmo produziu aquilo que
precisava. 
 Depois desse momento inicial da onipotência, é
necessário que a mãe passe a não atender de
imediato as necessidades do bebê, para que
assim, ele aprenda aos poucos o conceito de
tempo e a lidar com frustrações. 
 O que orienta a mãe nesse processo é a sua
capacidade de se identificar com o bebê, e isso
depende mais da sua devoção do que de sua
inteligência. Se gera um estado psicologico de
preocupação materno primaria: situação de
sensibilidade aumentada que surge após o parto.
 Em geral, as mães de um modo ou outro se
identificam com o bebê que está crescendo
dentro delas, e desde modo podem atingir uma
percepção muito sensível do que necessita o
bebê; isso é uma identificação projetiva. Essa
identificação com o bebê dura por algum tempo
após o parto, e então gradualmente perde a
importância. 
 É importante ressaltar que todo o processo,
incluindo o pré natal e os primeiros meses de vida
do bebê são extremamente cansativos para a
mãe, fazendo com que ela muitas vezes alimente
sentimentos de ódio para com seu filho. Esses
sentimentos podem ser expelidos por meio de
canções de ninar assustadores ("boi,boi,boi... leva
essa menina que tem cara de careta.."). 
 Com o cuidado que recebe de sua mãe, cada
lactante é capaz de ter uma existência pessoal, e
assim começa a construir o que pode ser
chamado de continuidade do ser. Na base dessa
continuidade do ser, o potencial herdado se
desenvolve gradualmente no individuo lactante. 
 
 Se o cuidado materno não é suficientemente
bom, então o lactante realmente não vem a existir,
uma vez que não há uma continuidade do ser; ao
invés a personalidade começa a se construir
baseada em reações a irritações do meio. 
 Há ainda o Handling, que diz respeito a um
aspecto especifico do Holding; ele fala sobre o
manuseio que a mãe realiza com as mãos -
experiências necessárias para o bebê sentir que
habita um corpo. As sensações táteis que o bebê
sente facilitarão a inserção da psique no soma.

Outros materiais