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LUDICIDADE AFRICANA E AFROBRASILEIRA - MODULO 2

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Módulo 2
 Visão geral e objetivo
O segundo módulo tem como propósito apresentar um vasto repertório e cantigas, canções infantis africanas e afrobrasileiras e como as mesmas podem ser usadas como recurso de aprendizagem determos de línguas nativas africanas, para a musicoterapia para primeira infância ou, num carácter mais simbólico, como elo de reconexão com a ancestralidade e com a infância que se encontra presente em todos nós.
As canções e outras formas de saber dentro da lógica africana são transmitidas de geração em geração através da oralidade. Segundo Hampate Ba (1977):
'quando falamos de tradição oral em relação à história africana, referimo-nos à tradição oral e nenhuma tentativa de penetrar na história e no espírito dos povos africanos terá validade se não (amenos que) se apoiar nessa herança de conhecimento de toda espécie, pacientemente transmitidos de boca a ouvido, de mestre ao discípulo ao longo dos séculos. Essa herança ainda não se perdeu e reside na memória da última geração de grandes depositários, de quem se pode dizer são a memória viva da África.'
Ao final do módulo terá uma atividade para avaliação da compreensão do conteúdo abordado. A mesma visa garantir e sinalizar o grau de apreensão do assunto e propor reflexões sobre o mesmo.
O fórum aberto na página do curso é um espaço importante para que você possa socializar suas reflexões em torno da leitura, compartilhar experiências, e é claro, expor suas dúvidas e sugestões.
A avaliação é requisito obrigatório para a conclusão do curso e emissão do certificado.
BOM CURSO!
Introdução
Sabemos que há muito a se aprender sobre o continente africano e os processos de recriação de suas culturas, presentes em todos os lugares do mundo para os quais as diferentes etnias africanas foram dispersas, seja por processos comerciais, seja pela imigração espontânea, seja pelo movimento violento do tráfico negreiro. No Brasil, são incontáveis os estudos que afirmam essa presença de elementos culturais africanos recriados em nosso contexto histórico, social e cultural. É também notório como tal movimento intercontinental, intercultural e interétnico permeia a vida, os modos de ser, os conhecimentos, as tecnologias, os costumes, a musicalidade e a corporeidade dos outros grupos étnico-raciais que conformam a nossa população. Por mais que esse processo seja uma realidade, também é fato que ele convive, no Brasil, com uma prática e um imaginário racistas. Esse racismo ambíguo se faz presente em nossa estrutura de desigualdade, em nossas ações cotidianas e na produção do conhecimento. Vários de nós, professores e professoras, temos histórias para contar sobre o silenciamento a respeito da África e sobre a questão afro-brasileira em nossos cursos deformação inicial. Carregamos marcas do tempo da educação básica, quando docentes, e colegas manifestavam preconceitos e realizavam práticas discriminatórias em relação aos negros. Convivemos e conhecemos literaturas, materiais didáticos e de apoio pedagógico eivados de estereótipos raciais, sem a devida mediação pedagógica do professor e sem a necessária revisão e atualização da seditoras. Em outros momentos, nós mesmos podemos ter sido sujeitos realizadores ou destinatários de tais práticas.
Cantos da Escravidão
Os escravos vieram cantando para o Brasil. Fontes históricas do século XVIII indicam que, nos navios negreiros, os capitães encorajavam a dança e a música entre a tripulação de cativos. Era uma forma de reduzir o risco de depressão e morte durante a viagem - ou seja, uma forma de evitar o prejuízo dos mercadores. Ao desembarcar, os africanos continuaram cantando.
Despojados de praticamente todos os pertences, foi na dimensão imaterial dos sons que os escravos puderam buscar algum sentimento de familiaridade e refúgio, numa realidade nova e geralmente hostil. E enquanto puderam cantar, podemos dizer que houve pelo menos a possibilidade de resistência. Pois quando cantamos algo profundamente auto-afirmativo ocorre. Cantar demanda um esforço consciente de concentração e foco, de organização dos sons em padrões consistentes de melodia. É preciso fazer vibrar o corpo inteiro e projetar essas vibrações para além de si, em um espaço acústico em contínua expansão. Tal processo nos posiciona no mundo, no tempo e no espaço- nos realiza de um modo único. Como escreveu Zé Miguel Wisnik, 'o cantor apega-se à força do canto, e o cantar faz nascer uma outra voz dentro da voz'. O canto potencia o que há de presença na linguagem; não propriamente seus conteúdos simbólicos, abstratos, mas a substância viva do som, a força do corpo que respira. Ele nos revela e afirma como seres vivos habitando o mundo concreto, enraizados em nosso ser biológico, mas nos estendendo para além dele. É por isso que o canto foi, desde sempre, um meio de arregimentar forças. No caso dos cativos africanos, forças de resistência, que traziam um sentido de ordem, pertencimento e prazer à dilacerante experiência da escravidão. Que refundavam o princípio de unidade e soberania sobre um corpo que não mais pertence ao seu portador.
Sempre que escravos eram impelidos a realizar tarefas repetitivas e tediosas, preferiam fazê-lo ao som de canções, do mesmo modo como faziam seus pais e avós. Foi assim que trouxeram para o Brasil a exuberância musical do continente africano - um continente culturalmente marcado por uma profunda simbiose entre música e vida. 'Uma aldeia que não possui música organizada, ou negligencia práticas de canto, percussão, ou dança comunitária, é dita uma aldeia morta', escreveu o pesquisador John Miller Chernoff. Na África, raras são as ocasiões em que a música não está presente. Um complexo ritual de vida se realiza pela invocação contínua de cantos e danças. Na República do Benin existem canções específicas para quando a criança perde seu primeiro dente de leite. Entre os Hausas da Nigéria, jovens chegam a pagar músicos profissionais para que componham canções que ajudem a cortejar suas amantes ou insultar os seus rivais. Crianças ashanti cantam músicas especiais para não fazer xixi na cama. Remadores hútus, em Ruanda e no Burundi, irão cantar uma canção diferente conforme remam a favor ou contra a correnteza.
Com a vinda dos escravos africanos para o Novo Mundo, a música chegou integrada no próprio corpo. Trouxeram para as Américas uma nova vitalidade rítmica, um transbordamento musical. E os sons preencheram a paisagem com uma presença humana diferente. Espalharam 'por nossas vastas solidões uma grande suavidade', insuflando no país 'sua alma infantil, suas tristezas sem pesar, suas lágrimas sem amargor', 'suas alegrias sem causa, sua felicidade sem dia seguinte.'.(Joaquim Nabuco) Na lavoura da cana e nos cafezais, nas plantações de tabaco, colhendo algodão, cozinhando e realizando afazeres domésticos, ninando menino pequeno ou no trabalho de estiva nos portos, festejando os santos ou celebrando os mortos, os escravos cantavam. Na alegria ou na tristeza, de esperança ou de dor, o canto era sempre de júbilo. O júbilo de estar vivo, de possuir uma voz, e de poder cantar.
Fonte: https://piaui.folha.uol.com.br/cantos-da-escravidao/
Catingas Infantis Africanas
Nelson Mandela, certa vez, afirmou: 'A beleza da música africana é que ela eleva, mesmo que conte uma história triste. Você pode ser pobre, pode ter apenas uma casa em ruínas, pode ter perdido o emprego, mas essa música lhe dá esperança .'
1. Kokoleoko
País: Ghana
Kokoleoko
Mama koleoko.
Kokoleoko
Mama koleoko.
Kokoleoko
Mama koleoko.
Abe mama abe
Abe mama koleoko.
Abe mama abe
Abe mama koleoko.
Ver vídeo: KOKOLEOKO | AFRICA | Canções para crianças
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=oEO8dG_v3X8. Acesso em 13/11/2021.
Tradução 
O galo canta, mamãe,
O galo canta. 2x
Devemos levantarmos, mamãe.
Mamãe, o galo canta 2x
2. Thula Thula
País: Africa do Sul
Língua: Zulu
Thula Mtwana [em zulu]
thula, thula, thula mtwana
thula, thula, thula mtwana
ungakhai
umama akekho
umama uzobuya
Ver vídeo: Thula Thula
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=HftB1rSt7-Q.Acesso em 13/11/2021.
Não tem tradução literal disponível em português. É um acalanto que a mãe canta, dizendo para a criança se acalmar que o pai voltará ao amanhecer.
3. Tulo Tulo
País: Uganda
Língua: Luganda
Tulo tulo kwata amwana, bwoto mukwate nga olimulogo, ssebo wulila Njagala ngendeko kumazina
nzine kundongo, nkyuse kubulamu obulamu wikulika
Ver vídeo: African Lullaby for Kids -- Tulo Tulo -- All Around This World
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=6iAx19YJqdY. Acesso em 13/11/2021.
Tradução
Muito baixo muito baixo vá dormir meu lindo sonho de bebê doce mente pela noite muito baixo muito baixo vá dormir minha linda bebê sonhe docemente durante a noite seus sonhos, sua dança, boa noite em seus sonhos você voará através do céu estrela do muito baixo muito baixo vá dormir meu lindo sonho de bebê doce mente pela noite você diz que é negro muito baixo muito baixo vá dormir meu lindo sonho de bebê doce mente pela noite muito baixo muito baixo vá dormir minha linda bebê sonhe docemente durante a noite em seus sonhos você está dançando ao lua rem seus sonhos você voará através do céu estrela do muito baixo muito baixo vá dormir minha linda bebê sonha docemente durante a noite muito baixo muito baixo vá dormir minha linda bebê sonha docemente a noite de baixo para baixo.
4. Senzenina
País: Africa do Sul
Língua: Zulu e Xhosha
Senzeni na? Sono sethu, ubumnyama?
Sono sethu yinyaniso? Sibulawayo Mayibuye i Africa
Ver vídeo: Senzenina
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=VS1H4si1igI. Acesso em 13/11/2021.
Tradução
O que nós fizemos? Nosso pecado é sermos negros? Nosso pecado é a verdade. Eles estão nos matando. Deixe a África retornar.
5. Awa Yombei
Pais: Gâmbia
Língua: Mandinka
Awa yombei, yombei yo!, Awa yombei, yombei yo!
Walk around now
Awa Yombei, yombei yo! Awa yombei, yombei yo!
Ver vídeo: Africa for Kids -- Awa Yombei Live in the Studio -- All Around This Wo.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=CFbUoyPPbMk. Acesso em 13/11/2021.
Tradução
Caminhe. Caminhe. Ande por aí agora Para baixo e para cima,  Para baixo e para cima, Caminhe (um caminho especial).
6. Bale Ile
País: Nigéria
Língua: Yoruba
Bale ile yi eweso o
Iyale ile yi eweso o
Ver vídeo: Bale Ile
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=2HHKr2IqzSQ. Acesso em 13/11/2021.
Tradução
Há uma flor e ela mora na sua casa Eu vou colher a flor se você deixar ela ser minha.
7. Diarra Loro Lora
País: Burkina Faso
Língua: Dioula
Diarra loro lora, diantissera diarrala
Diarra loro lora, diantissera diarrala
Ver vídeo: Diarra Loro Lora
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=n8XAOF-BbmM. Acesso em 13/11/2021.
Tradução
Acabei de chegar falando sobre o leão ele rosna e todo mundo seja um leão.
8. Kipenzi Changu
País: Kenya
Língua: Kiswahili
Kipenzi changu uchangamke, sasa mimi wako
Nikakupenda, na kukutunza mpaka kufu kwangu
Ver vídeo: Africa for Kids -- Kipenzi Changu -- All Around This World
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=3_-15pghB0g. Acesso em 13/11/2021.
Tradução
Uma canção de casamento durante a qual o noivo consola uma noiva chorosa prometendo ser fiel para sempre e sustentá-la por toda a vida, oferecendo uma vida sem dificuldades.
9. Thinantsha
País: South Africa
Língua: Zulu
Thina salulutsha, thina salulutsha, thina salulutsha, thina salulutsha,
Sisebatsha, sisebatsha,sisebatsha, sisebatsha
Ver vídeo: Thinantsha
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=afPmXDex10g. Acesso em 13/11/2021.
Tradução
Thina faça uma saudação que diga que está tudo bem e que tudo é bom.
Módulo 2
 Rezas e Cantigas: Protegendo os pequenos
Quando eu era criança
Minha mãe cantava pra mim
Uma canção em yorubá
Cantava pra eu dormir
Uma canção muito linda
Que o seu pai te ensinou
Trazida da escravidão
E cantada por seu avô
Essa canção muito antiga
Do tempo da escravidão
Os negros em sofrimento
Cantavam e alegravam o seu coração
Presos naquelas senzalas
Dançando ijexá
Aquela canção muito linda
Com os versos em yorubá
Era assimOro mi má ro mi maió
Oro mi maióYabado oyeyeo
Oro mi máOro mi maió
Oro mi maió Yabado oyeyeo (Afoxé para Oxum, Bantos de Iguape)
E Deus é o mar Deus é o maior
Deus é o maior Me ajudou a vencer
E Deus é o mar Deus é o maior
Deus é o maior
Me ajudou a vencer
Para ouvir:
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=huLn5iWRSsQ. Acesso em 13/11/2021.
Os 'meúdos', como eram chamadas as crianças pequenas no passado, eram embalados por acalanto sem redes, em xales enrolados nas costas das mães de origem africana, ou em raros bercinhos de madeira. Eram formas rudimentares de canto, sobre melodia simples e feitas, muitas vezes, com letras onomatopaicas a fim de favorecer a monotonia necessária para adormecer a criança.
Embalar, cantando, a criança que dorme ou chora, sublinha a importância de certos gestos e atitudes face à primeira infância. São diversas as canções populares trabalhadas na Educação Infantil. Muitas delas tradicionais e com fortes representações negativas e/ou violentas, reforçadoras da dominação, que depreciam a imagem do negro e outros. Cabe aos educadores fazer essa reflexão quando da escolha das músicas para cantar com as crianças.
Musicalidade
Quando escuto o mestre, é de arrepiar.
Quando visto a roupa, pego o tambor e começo a tocar.
Eu quero ver o gonguê repicar!
Eu quero ver o caixa rufar!
Eu quero ver o bombo zoar!
(Loa de Maracatu, Estrela Brilhante de Igarassú, PE)
Nas culturas de matriz africana, não se pode considerar a música apenas na concepção da sonoridade. Samba, capoeira, maracatu, jongo, como muitas outras manifestações não se limitam a fenômenos acústicos. Estão numa dimensão muito maior, que para algumas pessoas e principalmente nas comunidades tradicionais, representam um estilo de vida. É um modo de vida, pois estão vinculados a movimento, religião e religiosidade, dança, língua, memória, história.
Quando um tambor toca, o corpo reverbera não só ao som, mas às muitas histórias que são contadas através dele. A música brasileira tem os dois pés aterrados no Continente Negro, e o corpo que dança e vibra essa musicalidade reafirma a potencialidade e a musicalidade como um valor (BRANDÃO, 2006).
Na África tradicional, tambor é um vínculo a unir os homens entre si e estes às divindades. Ponto focal das comunidades e suas forças, arauto de soberanos e orixás, ele próprio é de essência divina. Tambor junta a força vital dos três reinos da natureza: a do animal que lhe dá o couro com a do vegetal que lhe fornece a madeira com as dos minerais metálicos que fixa, tudo no lugar: um ser de energia plena (DIAS, 2001).
Instrumentos
A variedade de instrumentos musicais da África é tão grande quanto a cultura em que estão inclusos. Em uma cultura tão vasta e tão rica, é claro que iríamos nos deparar com uma diversidade de instrumentos! Por mais desconhecidos que eles sejam para nós, eles foram de extrema importância para a formação cultural do nosso país.
O continente africano se destaca pela grande variedade étnica cultural que carrega consigo. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), estima-se que existem mais de 3.000 grupos étnicos diferentes entre os 54 países que constituem o continente.
Os homens, mulheres e crianças que vieram da África trouxeram consigo suas culturas, costumes, culinária e muito mais. É por isso que, até hoje, sentimos os impactos da miscigenação no Brasil, principalmente quando se trata de música!
Como os instrumentos musicais da África Influenciaram na Cultura Brasileira?
Certamente, os instrumentos musicais africanos são uma das muitas características especiais da cultura africana. Assim, a musicalidade do continente somada às suas danças compostas por diversos ritmos e instrumentos é o que marca quando se fala de música.
É possível notar a sua influência na cultura brasileira se manifestando em diferentes formas: de um lado, temos a capoeira, que além de luta, também simboliza a música e a dança; do outro lado, temos o samba, ritmo que se originou dos batuques associados a elementos religiosos.Por isso, incorporamos diversos instrumentos musicais que vieram da África, mas que estamos tão acostumados a tê-los em nosso dia a dia que, quase sempre, nos esquecemos de suas origens, como é o caso do pandeiro, por exemplo. Pensando nisso, separamos 5 instrumentos musicais africanos para você conhecer!
Conheça 5 Instrumentos musicais africanos
1. AGOGÔ
Agogô
O agogô é um instrumento de percussão, composto de duas a quatro campânulas de tamanhos diferentes, ligadas entre si pelos vértices. O seu som é feito quando se usa uma baqueta de madeira que bate em cada uma dessas campânulas, com a finalidade de criar um ritmo com seus tons.
2. BERIMBAU
Berimbau
O berimbau é um instrumento reconhecido por ser utilizado na capoeira, dando ritmo a dança. Ele consiste em um arco feito de uma vara de madeira (verga), com o comprimento aproximado de 1,50m a1,70m, e um fio de aço (arame), preso nas extremidades da vara. Em uma das extremidades, uma cabaça é fixada ao arco, funcionando como caixa de ressonância. O tocador de berimbau utiliza uma pedra e uma vareta.
3. CUÍCA
Cuíca
A cuíca já é famosa entre a gente! Presente em muitas rodas de samba e baterias de escolas de samba, a cuíca é um tambor com uma haste de madeira presa no centro da membrana de couro, pelo lado interno. Ao friccionar a haste com um pedaço de tecido molhado enquanto pressiona a parte externado instrumento com os dedos, ela produz um som característico, que varia entre graves e agudos.
4. KORA / CORÁ
Kora
A Kora é um instrumento de cordas que tem uma caixa de ressonância feita de cabaça e cordas que, originalmente, eram feitas de pele de antílope. Ela é tocada utilizando apenas o polegar e o indicador de ambas a mãos para dedilhar suas cordas, enquanto os outros dedos seguram o instrumento. É uma harpa-alaúde de 21-cordas amplamente utilizada por povos na África ocidental.
5. TAMBOR FALANTE
Tambor falante
O tambor falante é um instrumento em forma de ampulheta: suas duas extremidades são cobertas com couro e amarradas entre si por tiras tensionadas. Dessa forma, seus sons podem ser regulados, fato que faz o instrumento ser conhecido também por 'tambor de comunicação'. O tocador coloca o tambor embaixo do braço e levanta ou abaixa o tom do tambor falante, ao apertar ou liberar as cordas.
Em conclusão, a música e seus vários instrumentos musicais são os responsáveis por criar esse mundo tão completo e diverso. A música existe como forma de expressão de inúmeras culturas, religiões e sociedades. Um mundo sem música seria incompleto, com toda a certeza!
PARA SABER MAIS:
1. Na dissertação de Jussara Alves ela descreve várias músicas (com tradução) e brincadeiras.
2. Neste material do Ministério da Educação / Secretaria da Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. Orientações e Ações para Educação das Relações Étnico-Raciais você encontrará ótimas sugestões de atividades, para educação infantil e. Fud. I e II, Ensino Médio e EJA.
Conclusão
O papel dos professores no processo de inclusão da diversidade é importantíssimo. A esses profissionais cabe a realização de práticas pedagógicas que objetivem ampliar o universo sociocultural das crianças e introduzi-las em um contexto no qual o educar e o cuidar não omitam a diversidade. Desde muito cedo, podemos ser educados a reconhecer a diferença como um trunfo e a diversidade como algo fascinante em nossa aventura humana. Desde muito cedo, podemos aprender e conhecer diferentes realidades e compreender que a experiência social do mundo é muito maior do que a nossa experiência local, e que esse mesmo mundo é constituído e formado por civilizações, histórias, grupos sociais e etnias ou raças diversas. É também bem cedo em sua formação que as crianças podem ser reeducadas a lidar com os preconceitos aprendidos no ambiente familiar e nas relações sociais mais amplas. Essas mesmas crianças têm o direito de ser e se sentir acolhidas e respeitadas nas suas diferenças, como sujeitos de direitos. Sua corporeidade, estética, religião, gênero, raça/etnia ou deficiência deverão ser respeitadas, não por um apelo moral, assistencialista ou religioso, mas sim porque essa é a postura esperada da sociedade e da escola democrática que zelam pela sua infância. Por isso, as ações e o currículo da educação infantil deverão se indagar sobre qual tem sido o trato pedagógico dado às crianças negras, brancas e de outros grupos étnico-raciais, bem como a suas famílias e histórias.
Não se trata de uma postura individual, mas de uma prática coletiva. Sendo assim, as instituições que ofertam a educação infantil deverão analisar criticamente, sob a perspectiva da diversidade, o material didático selecionado, os brinquedos, a ornamentação das salas, as brincadeiras, as cantigas, a relação entre os professores e as crianças, e entre as próprias crianças, e indagar: as crianças têm sido pedagogicamente tratadas de forma digna? A presença negra - componente importante da nossa formação social e histórica - se faz presente na educação das crianças? Como? E se não, o quefazer para mudar?
Referências Bibliográficas
Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão. História e cultura africana e afro-brasileira na educação infantil / Ministério da Educação. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão. - Brasília : MEC/SECADI, UFSCar, 2014. 144 p.; il.
BRANDÃO, Ana Paula. Saberes e fazeres: modos de interagir. Rio de Janeiro: Fundação Roberto Marinho, 2006.
DIAS, Paulo. A Outra Festa Negra. In: Festa: Cultura e Sociedade na América Portuguesa, volume II. István Jancssó, Iris Kantor (orgs.). São Paulo: Hucitec: Editora da Universidade de São Paulo: Fapesp: Imprensa Oficial, 2001.
Música na educação infantil: uma grande aliada. Escolas Exponenciais 2021. Disponível em: https://escolasexponenciais.com.br/tendencias-e-metricas/musica-na-educacao-infantil-uma-grande-aliada/  Acesso em: 08/10/2021.
A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL. Faculdade Campos Elise os Informa. Disponívelem: https://fce.edu.br/blog/a-importancia-da-musica-na-educacao-infantil/  Acesso em 08/10/2021.
Finalização do Módulo
Parabéns, você acaba de concluir o estudo do conteúdo on-line do módulo 2 do Ludicidade Africana e Afro-brasileira
A avaliação estará disponível em 12/11, a partir das 12h (meio-dia). Se estiver disponível:
Clique no botão 'avaliação' acima, que está em laranja e responda as 8 questões de múltipla escolha e a questão 9, dissertativa, que conta como sua participação no fórum. Após finalizar, sua avaliação segue para aprovação dos tutores. Você receberá um e-mail, assim que aprovada ou reprovada, informando do conceito (satisfatório ou não satisfatório) de aproveitamento do módulo.
· Caso não satisfatório, você terá UMA chance de realizar novamente a avaliação.
· 
· Caso satisfatório, você terá concluído o Módulo 2 e basta aguardar a liberação do Módulo 3, a partir de 12h do dia 18/11.
· 
· Para ver quantas questões acertou, clique em seu nome no canto superior e, em seguida, em 'meus cursos', você voltará para a tela inicial. Clique em 'programação' e no item 'avaliação', ao passar o cursor sobre o círculo com o símbolo de conclusão, você poderá ver quantas questões alternativas acertou.
· 
Se o botão avaliação não apareceu:
· Verifique se está no prazo de liberação. A avaliação do módulo 2 estará disponível das 12h do dia 12/11 até às 23h59 do dia 16/11.
· 
· Se estiver no prazo de liberação, volte para tela inicial 'Meus Cursos' e clique em 'programação' para ver se faltou a leitura de algum conteúdo ou vídeo. Estará com um 'x' o conteúdo ainda não acessado.
· 
· A avaliação só aparece após navegar em todas as páginas de conteúdo do EAD.
· 
· Se você já respondeu a avaliação, o botão também não aparece mais.
· 
Importante! O curso EAD é distribuído em módulos e só poderá dar continuidade ao curso se concluir cada um deles no prazo determinado, conforme cronograma.
Atenciosamente,
APROFEM
Avaliação
Ludicidade Africanae Afro-brasileira – AV2
Ludicidade Africana e Afro-brasileira – AV2
	QUESTAO 01
	Há uma palavra muito importante ''ubuntu'', que expressa:
a) Somos todos unidos.
b) Nossa cultura nos une.
c) Juntos somos resistência.
d) Eu não preciso de ninguém para ser feliz.
e) Eu só sou feliz quando todos somos felizes.
	QUESTAO 02
	Os escravos vieram cantando para o Brasil. Nos navios negreiros, os capitães encorajavam a dança e a música entre a tripulação de cativos, porque:
a) Alegravam a tribulação.
b) Os capitães gostavam das melodias.
c) Acreditavam que as músicas também eram rezas que espantavam os monstros marinhos.
d) Era uma forma de reduzir o risco de depressão e morte durante a viagem ? ou seja, uma forma de evitar o prejuízo dos mercadores.
e) Os escravos não cantavam. Eram obrigados a ficar em silêncio.
	QUESTAO 03
	A frase ''A beleza da música africana é que ela eleva, mesmo que conte uma história triste. Você pode ser pobre, pode ter apenas uma casa em ruínas, pode ter perdido o emprego, mas essa música lhe dá esperança'' é de:
a) Solano Trindade.
b) Mia Couto.
c) Nelson Mandela.
d) Luís Gama.
e) Carlos Marighela.
	QUESTAO 04
	A música que expressa resistência contra o racismo e a opressão contra o povo negro e que é bastante cantada em protestos:
a) Thula thula.
b) Senzenina.
c) Yle Aye.
d) Afoxé.
e) Awa Yombei.
	QUESTAO 05
	Na África tradicional, qual instrumento é um vínculo a unir os homens entre si e estes à divindades.
a) Tambor.
b) Agogô.
c) Berimbau.
d) Cuíca.
e) Corá.
	QUESTAO 06
	Kokoleoko é uma música de qual país?
a) Ghana.
b) África do Sul.
c) Egito.
d) Angola.
e) Moçambique.
	QUESTAO 07
	As canções africanas são transmitidas de geração em geração através:
a) da imitação.
b) da oralidade.
c) dos registros gráficos.
d) dos estudos acadêmicos.
e) não são transmitidas.
	QUESTAO 08
	Um dos objetivos de se inserir as cantigas africanas na educação é:
a) Promover a diversidade, reduzir preconceitos
b) Tornar as crianças poliglotas
c) Mostrar que África é melhor que outros continentes.
d) Todas respostas anteriores corretas.
	QUESTAO 09
	Acreditam que a exposição das crianças a novos idiomas e sonoridades, explicação do seu contexto possa contribuir para redução gradual de estereótipos?
	
.
a

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