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LICENCIATURA EM MATEMÁTICA Governo Federal República Federativa do Brasil Ministério da Educação República de Moçambique Ministério de Educação MATEMÁTICA ESCOLAR República de Moçambique Ministério de Educação Referências Bibliográfi cas e catalogação na fonte, de acordo com as normas da ABNT. UNIVERSIDADE PEDAGÓGICA ELABORA ÇÃO DE CONTEÚDO Elísio Tivane FUNDAÇÃO CECIERJ/CONSÓRCIO CEDERJ COORDENAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO INSTRUCIONAL Cristine Costa Barreto SUPERVISÃO DE DESENVOLVIMENTO INSTRUCIONAL Paulo Vasques de Miranda DESENVOLVIMENTO INSTRUCIONAL Juliana Silva Bezerra REVISÃO LINGUÍSTICA Th elenayce Ribeiro COORDENAÇÃO EDITORIAL Fábio Rapello Alencar PROGRA MAÇÃO VISUAL Bianca Lima ILUSTRA ÇÃO Equipe CECIERJ UNIVERSIDADE FEDERA L DE GOIÁS DESIGN GR ÁFICO − PROJETO EDITORIAL Cleomar de Souza Rocha Yannick Aimé Ferreira Taillebois Copyright © 2011, Fundação CECIERJ / Universidade Pedagógica Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização. T623m Tivane, Elísio. Matemática escolar / Elísio Tivane. - Brasília: Ministério da Educação; Moçambique: Ministério da Educação: Universidade Pedagógica; Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2010. 176p.; 18 x 24,5 cm. ISBN: 978-85-7648-719-7 1. Matemática. I. Título. CDD: 510 ÍNDICE LIÇÃO 1− INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE FUNÇÕES .............9 LIÇÃO 2 − FUNÇÕES COMPOSTAS E INVERSA ..................... 35 LIÇÃO 3 − FUNÇÃO DO 1º GRAU ..............................................59 LIÇÃO 4 − FUNÇÃO QUADRÁTICA .......................................... 79 LIÇÃO 5 − FUNÇÃO MODULAR ...............................................101 LIÇÃO 6 − FUNÇÃO EXPONENCIAL ......................................115 LIÇÃO 7 − FUNÇÃO LOGARITMO .......................................... 131 LIÇÃO 8 − TRIGONOMETRIA ....................................................155 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................175 ACERCA DOS ÍCONES Ao longo deste Módulo, você irá encontrar uma série de ícones nas margens das folhas. Estes ícones servem para identifi car diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específi ca do texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc. Os ícones usados neste Módulo são símbolos africanos, conhecidos por adrinka. Estes símbolos têm origem no povo Ashante de África Ocidental, datam do século 17 e ainda se usam hoje em dia. Você pode ver o conjunto completo de ícones a seguir, cada um com uma descrição do seu signifi cado e da forma como nós interpretamos esse signifi cado para representar as várias actividades ao longo deste Módulo. Comprometimento/ perseverança Actividade Vigilância/preocupação Tome Nota! Resistência, perseverança Autoavaliação “Aprender através da experiência” Exemplo/ Estudo de caso “Pronto a enfr entar as vicissitudes da vida” Refl exão “Eu mudo ou transformo a minha vida” “Nó da sabedoria” Terminologia Apoio/encorajamento [Ajuda-me] deixa-me ajudar-te Objectivos Dica Leitura “Qualidade do trabalho” (excelência/autenticidade) Avaliação/teste Paz/harmonia Debate Unidade/relações humanas Actividade de grupo 1 LIÇÃO: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE FUNÇÕES Elísio Tivane Objectivos No fi nal desta aula você será capaz de: reconhecer as correspondências existentes entre conjuntos: relação e 1. função; defi nir domínio, contradomínio e esboçar gráfi cos de funções.2. 1. Introdução Nesta disciplina, Matemática Básica, iremos rever conceitos do En- sino Fundamental e Médio com uma abordagem diferenciada, pois além de relembrar esses conceitos, de maneira efetiva, construiremos uma atitude matemática profi ssional. Nesse novo ponto de vista, a Matemática deixa de ser um conjunto de regras e convenções e passa a ser um conjunto de conhe- cimentos que se relacionam e se sustentam. Esperamos que ao fi nal deste curso você tenha sucesso e se sinta bas- tante confi ante para enfrentar os futuros desafi os. Bom estudo! 10 Matemática escolar 2. PRODUTO CARTESIANO Fonte: Grafi co de pizza: http://www.sxc.hu/photo/889385, foto de: Jan KratÃ��na Os gráfi cos estão presentes em nosso dia a dia. Eles aparecem fre- guentemente em jornais, revistas, programas jornalísticos, internet, enfi m, estão por todos os lados. Para interpretarmos esses gráfi cos, precisamos en- tender o conceito de plano cartesiano. Dados dois conjuntos não vazios A e B, o produto cartesiano de A por B é o conjunto formado pelos pares ordenados, nos quais o primeiro elemento pertence a A e o segundo elemento pertence a B. “Matematica- mente” falando, temos que: A x B = {(x, y)|x ∈ A e y ∈ B} Se o conjunto A é formado por dois números e o conjunto B por três letras, por exemplo, se { }2,1=A e { }cbaB ,,= , então o produto cartesiano de A por B é A x B = {(1,a); (1,b); (1,c); (2,a); (2,c)} e o produto cartesiano de B por A é B x A = {(a,1);(a,2);(b,1);(b,2);(c,1);(c,2)} Introdução ao estudo de funções 11 Como sabemos os números reais po- dem ser representados numa recta graduada, também podem ser representados no sistema cartesiano ortogonal, onde temos na recta horizontal os elementos do eixo das abcissas (eixo ox) e na recta vertical os elementos do eixo das ordenadas (eixo oy). Veja que na fi - gura 1 abaixo os pontos P e Q estão repre- sentados no sistema de coordenadas cartesia- nas, onde os seus elementos do eixo ox e eixo oy defi nem o par ordenado. ( )yxP ,= e ⎟ ⎠ ⎞⎜ ⎝ ⎛ −−= 2 1,1Q Tome Nota! De um modo geral se 1. A tem m elementos e B tem n elementos, então AxB e BxA tem mxn pares ordenados. Assim para o exemplo dado A x B = 6 = B x A, onde 6 é o número de pares ordenados do produto cartesiano. Se 2. A=Ø ou B=Ø, por defi nição AxB = Ø, isto é, A x Ø=Ø ou ØxB=Ø. Se 3. A=B podemos escrever o produto cartesiano A x A como A2, isto é A x A = A2 O produtos cartesiano de conjuntos de números reais nos fornece: 4. R2 = {(x,y)|x ∈ R e y ∈ R} Fonte: http://www.sxc.hu/photo/965820, foto de: Billy Alexander 12 Matemática escolar Figura 1: Representação dos pontos P e Q no plano cartesiano 3. RELAÇÕES Fonte: http://www.sxc.hu/photo/911615, foto de: Richard Dudley Agora que você já entendeu como é feito o produto cartesiano entre dois conjuntos não vazios e como os números reais são representados no sistema cartesiano ortogonal, podemos avançar e descobrir como os con- juntos de relacionam e como podem ser representados. Dados dois conjuntos A e B , uma relação R sobre A e B (ou de A em B ) é uma relação que associa elementos de Ax ∈ a elementos de Ay ∈ , mediante uma lei previamente determinada lei da associação ou de relação. Introdução ao estudo de funções 13 Como você verá agora, através de exemplos, toda a relação de A em B determina um subconjunto de BA× . Exemplo: A = {-1, 0, 1, 3} e B = {0, 1, 9, 0} Determine a) ( ){ BAyxR ×∈= ,1 }2xy = Solução: Para a resolução deste exercício verifi camos que os elementos de x estão representados no conjunto A e os de y no conjunto B . Dai que para encontrar os elementos de 1R obedecemos a lei 2xy = , fazendo as seguintes substituições: A = {-1, 0, 1, 3} Para 1−=x teremos 1=y Para 0=x teremos 0=y Para 1=x teremos 1=y Para 3=x teremos 9=y Assim teremos que a relação R1 é formada pelos pares ordenados construídos através da lei 2xy = , resultando em ( ){ 1,11 −=R , ( )0,0 , ( )1,1 , ( )}9,3 b) ( ){ BAyxR ×∈= ,1 }yx = Para este caso se obedece a lei yx = , sendo assim; Para 0=y teremos 0=x Para 1=y teremos 1=x 14 Matemática escolar Para 9=y teremos 3=x Para y = 10 teremos x = 10 Assim teremos que a relação R2 é formada pelos pares ordenados construídos através da lei yx = , resultando em ( ){ 0,02 =R , ( )1,1 , ( )9,3 , (, )10 10 } 3.1. Domínio e imagem ou Contradomínio Dada uma relação R de A em B , chama-se domínio de R ao con- junto D de todos os elementos de A que aparecem como primeiros ele- mentos nos pares ordenados de R . ByyDx ∈∃⇔∈ , ( ) Ryx ∈, Denominamos imagem da relação R (ou contradomínio) ao con- junto Im de todos os elementos de B que aparecem como segundos ele- mentos nos pares ordenados de R . Im , | ( , )y x x A x y R∈ ⇔ ∃ ∈ ∈ Exemplo: sejam dados os conjuntos {0=A , 1, }2 e { 1−=B , 1, 2, 2− , }6 e ( ){ 1,0 −=R , ( )1,0 , ( )2,2 , ( )}2,2 − Então D={(1,2) e Im = {-1, 1, 2, -2} Introdução ao estudo de funções 15 3.2. Representação gráfi ca e diagramas de uma relação Para o último exemplo dado podemos associar o gráfi co e o diagrama: Figura 2: Representações de uma relação. 4. FUNÇÃO Função é uma relação com propriedades especiais. Uma relação R do conjunto A no conjunto B é uma função se: I) o domínio da relação R , ( ) ARD = ; II) para cada elemento ( )RDx ∈ existe um único By ∈ tal que ( ) Ryx ∈, III) a imagem da relação R , Im(R) ⊂ B. Uma relação R de A e B que é uma função, geralmente é represen- tada pela letra f do seguinte modo BAf →: , onde, ( )xfyx =→ . Isto signifi ca que, dados os conjuntos A e B , a função tem a lei de corres- pondência ( )xfy = . 16 Matemática escolar Exemplo: sejam dados os conjuntos {0=A , 1, }2 e {0=B , 1, 2 , 3 , 4 , }5 ; vamos considerar a função BAf →: defi nida por 1+= xy , ou seja, ( ) 1+= xxf . Para encontrar as imagens dos objectos que são elementos do con- junto A , faz-se a substituição dos elementos do conjunto A na função ( ) 1+= xxf , sendo assim: Para ( ) 11000 =+=⇒= fx Para ( ) 21111 =+=⇒= fx Para ( ) 31222 =+=⇒= fx Figura 3: Representação da função ( ) 1+= xx((f Desse exemplo acabamos por concluir que: o conjunto A é o domínio da função. o conjunto {1 , 2 , }3 , que é um subconjunto de B , é denominado conjunto imagem da função, que indicamos por Im. No exemplo acima, Im = {1, 2, 3} Introdução ao estudo de funções 17 Dica Você conhece a história das funções? Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1219898, foto de: Zsuzsanna Kilian A noção de função foi sendo construída e aperfeiçoada ao longo do tempo. É possível detectar sinais de que os babilónios teriam já uma ideia, ainda que vaga, de função. Os pitagóricos também estabeleceram relações entre grandezas físicas. Os astrónomos na época alexandrina construíram tabelas para os comprimentos de cordas de um círculo, conhecido o seu raio. O registro de algumas dessas tabelas estão na obra “Almageste” do matemático célebre – Ptolomeu, publicada entre os anos 125 e 150 d. C. Nicolas Oresme (1323-1382), bispo francês, utilizou segmentos de reta para representar “tudo o que varia”. No entanto, a utilização de eixos cartesianos para a representação de uma função surgiu no séc XVII com o matemático e fi lósofo René Descartes. Essa invenção feita em 1637 permitiu estabelecer a correspondência entre pontos do plano e pa- res de números, assim como representar grafi camente as relações entre duas variáveis. Porém, esse foi apenas um ponto de partida, pois a partir desse momento da história muitas outras contribuições surgiram. Quer saber como continua essa história? Ficou curioso? Então, não deixe de ler a Moderna Enciclopédia Universal. Círculo de Leitores. Matemática 10º ano. Porto Editora. 18 Matemática escolar 4.1 Representação de funções por diagramas Um diagrama de setas representando uma relação de um conjunto A em um conjunto B é uma função se: De cada elemento da A parte exactamente uma única seta. Nenhuma seta termina em mais de um elemento de B Figura 4: Representações de funções em forma de diagramas 4.2. Representação gráfi ca Dados subconjuntos A e B de números reais e uma função BAf →: , podemos representar a função grafi camente como pontos do plano. No eixo horizontal representamos o domínio e no eixo vertical, o contradomínio. Introdução ao estudo de funções 19 Exemplo: seja o conjunto A formado por três números, A = {-1, 0, 2} e o con- junto B formado por seis, B = {-1, 0, 1, 2, 3, 4} e ( ) 1+= xxf , vem que substituindo os elementos do conjunto A em x na função ( ) 1+= xxf , te- mos que: para ( ) 01111 =+−=−⇒−= fx para ( ) 11000 =+=⇒= fx para ( ) 31222 =+=⇒= fx Figura 5: Representação da função ( ) 1+= xx((f Os pares ordenados formados a partir da substituição dos ele- mentos do conjunto A na função ( ) 1+= xxf são ( ){ 0,1−=f , ( )1,0 , ( )}3,2 . Tais pontos assinalados formam um gráfi co da função, como mostra a fi gura 5. Refl exão Sabemos que um dos requisitos ao qual uma relação deve satisfazer para ser uma função, ( )xfyx =→ , é que a cada x deve corresponder um único y. Esta propriedade tem a seguinte interpretação: traçando recta paralelas ao eixo oy, elas intersectam no gráfi co em um só ponto. 20 Matemática escolar Exemplos de representações gráfi cas: (a) A relação f de A em R , ( ) 2xxf = com { }21 ≤≤−∈= xRxA , representada na figura 6 é função, pois todas as rectas paralelas ao eixo oy, passando por pontos de abcissa Ax ∈ , cortam o gráfico em um só ponto. Figura 6: Representação da função ( ) 2xx((f = (b) O gráfi co da relação R de A em R representada na fi gura 7 por 122 =+ yx , onde { }11 ≤≤−∈= xRxA , não é função, pois há rectas verti- cais (paralelas ao eixo oy) que cortam o gráfi co em mais de um ponto. Figura 7: Gráfi co da relação 122 =+ yx Introdução ao estudo de funções 21 4.3 Esboço do gráfi co de uma função Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1205341, foto de: Amy Burton Nessa subseção vamos apresentar uma sequência de passos que po- dem ser seguidos e que, no seu conjunto, nos permitem elaborar o gráfi co de uma função com uma certa segurança. Para esboçarmos o gráfi co cartesiano de uma função f, primeiramente atribuímos valores convenientes a x no domínio da função e, em um segundo momento, determinamos os corres- pondentes valores de ( )xfy = . Finalmente, o gráfi co, então, é constituído pelos pontos representativos dos pares ( )yx, . Exemplo: (a) Se a função BAf →: , é tal que xyx 2=→ , onde A = {0, 1, 2, 3} e B = {-1, 2, 4, 6}. É possível calcular todos os pontos do gráfi co cartesiano de f, substituindo os elementos do conjunto A na função ( ) xxf 2= . Veja a tabela de valores a seguir . 63.23 42.22 21.21 00.20 ==⇒= ==⇒= ==⇒= ==⇒= yx yx yx yx x 0 1 2 3 y 1 2 4 6 22 Matemática escolar Nesta situação, representamos, ponto a ponto, a função. Figura 8: Representação da função ( ) xx((f 2= , onde BAf →: (b) Seja RRf →: xyx 2= . Para esta função é impossível cons- truir uma tabela indicando explicitamente todos os pontos do gráfi co. No entanto podemos, com alguns pontos auxiliares, deduzir a forma do gráfi co f. Usando os valores já calculados na tabela do exemplo (a), esboçamos o gráfi co. Figura 9: Representação da função ( ) xx((f 2= , onde RRf →: Introdução ao estudo de funções 23 Actividade 1 Descobrindo o ( )xf 1. Seja a função RRf →: xxyx −=→ 2 a) Calcular ( )6f , ⎟ ⎠ ⎞⎜ ⎝ ⎛ 2 1f , ( )2f , ( )23 −f b) Determinar os elementos de D(f) cuja imagem pela f vale 2. Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1067574, foto de : ilker. Resposta Comentada a) Para calcularmos a imagem de 6 pela f, basta substituir x por 6 na expressão ( ) xxx((f −= 2 f (6) = 62 - 6 = 36 - 6 = 30 Do mesmo modo, para calcularmos a imagem de 1 2 pela f, basta substituir x por 1 2 na expressão ( ) xxx((f −= 2 . Logo, teremos 2 1 1 1 12 2 4 2 4 f ⎛ ⎞ ⎛ ⎞ 2 21 112 2 − = − = −⎜ ⎟ ⎜ ⎟ ⎛ ⎞ ⎛ ⎞⎛ ⎞ ⎛ ⎞1 1111= ⎛ ⎞⎛ ⎞ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠2 22⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟2 2222 . 24 Matemática escolar O cálculo de ((( )2f e de ((( )23 −f é análogo aos demais. Sendo assim, temos: ((( ) ( ) ((( ) ( ) ( ) 2)) 2)) 2 2 2 2 2) ( ) 3 2 3 2 3 2) ( ) ( 3 4 3 4 3 23 4 3 4 9 5 3 f f 2 2 22 2 2((( ) 2 3 2 32 3 2 3) ((( ) ((( = 3 4 3 4 34 3 4 3 = 9 b) Para determinar os elementos de D(f) cuja imagem pela f vale 2, fazemos primeiro( ) 2=x((f e resolvemos a equação que resulta ( ) 12 2 31 2 811 2 4 0222 2 22 −=∨= ±=+±=−±−= =−−⇔=−⇔= xx a acbbx xxxxx((f São os dois valores da solução Actividade 2 E quando f:[0,+∞)→R? Seja a função f:[0,+∞)→R dado por ( ) 1 12 + +−= x xxxf . Calcule ( )0f , ⎟ ⎠ ⎞⎜ ⎝ ⎛ 2 1f e ( )12 −f Fonte: http://www.sxc.hu/photo/861917, foto de: sundeip arora Introdução ao estudo de funções 25 Resposta comentada Para calcularmos a imagem de 0 pela f (x), basta substituir em x por 0 na expressão ( ) 1 12 + +−= x xxx((f . Logo, temos que ( ) 20 0 120 1) 0 0 1 0 1 f 000 . As demais imagens são calculadas de maneira análoga. Logo, a imagem de 1 2 em ( ) 1 12 + +−= x xxx((f é 2 12 1 1 1 2 4 31 1 3 2 112 4 2 4 4 1 3 3 3 4 3 21 3 3 31 2 2 2 2 f ⎛ ⎞ 21 2 22− + − +⎜ ⎟ ⎛ ⎞⎛ ⎞1 ⎛ ⎞1 ⎝ ⎠2⎜ ⎟⎜ ⎟= = = = = × =4 2 4 441 3 3 3 ⎝ ⎠⎝ ⎠ ⎜ ⎟ ⎛ ⎞⎛ ⎞1 ⎝ ⎠2⎜ ⎟⎜ ⎟2 + e a imagem de 2 1 em ( ) 1 12 + +−= x xxx((f é ((( ) ((( ) ( )(( ) ( ) 2))2 1 2 1 1) ( ) 2 2 2 1 2 1 1 5 3 22 1 2 1 1 22 1 1) 5 3 2 . 2(( )) 5 2 3 2. 2 5 2 6 2 22. 2 f 1 2 11 2 1) (( ) 2 2 1 2 1 1 52 2 1 2 1 1 5= = =)1 1111) 3 2 2 5 23 2 2 5 2= = = Actividade 3 Atividade 3 Verdadeiro ou falso? Sendo ( ) 2xxf = , RRf →: , assinale ( )V para verdadeiro ou ( )F para falso, justifi cando sua resposta. 26 Matemática escolar Resposta Comentada Para justifi car sua resposta, basta calcular a imagem de 2 e 2− pela ( ) 2xx((f = na questão (a), substituindo x por 2 e -2 e assim por diante. Por exemplo, na questão (b), é necessário substituir x por 1 e 0. a) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )22(( 422 422(( 2)) 2 −((=⇒ ⎩⎪⎪ ⎨)) ⎪⎪⎪⎪⎪⎪ ⎪⎪⎧⎪⎪⎪⎪⎪⎪ =−((=−(( == ff f f V(( b) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )0((1(( 000(( 111(( 2 2 ff f f V(( >⇒ ⎩⎪⎪ ⎨)) ⎪⎪⎪⎪⎪⎪ ⎪⎪⎧⎪⎪⎪⎪⎪⎪ == == c) d) 2 2 2 ( 2 3) ( 2 3) 2 2 2. 3 3 5 2 6 ( ) ( 2) ( 3) 5 ( 2) ( 3) 5 2 3 5 0 ( 2 3) ( 2) ( 3) 5 f V f f f f f ⎧ + = + = + + = +⎪ ⎨ + − = + − = + − =⎪⎩ ⇒ + ≠ + − 2 2 2 2 ( 2. 3) ( 2. 3) ( 6) 6 ( ) ( 2). ( 3) ( 2) .( 3) 2.3 6 ( 2. 3) ( 2). ( 3) f V f f f f f ⎧ = = =⎪ ⎨ = = =⎪⎩ ⇒ ≠ Introdução ao estudo de funções 27 4.4 Determinação de Domínio de Funções Numéricas Em geral quando se defi ne uma função f através de uma fórmula (ex.: ( ) 2xxf = , ( ) 1 2 + = x xxf , etc.), subentende-se que o domínio de defi nição de f, D(f), é o maior subconjunto de R, no qual a defi nição faz sentido (ou onde a função pode operar). Exemplos: Defi na os domínios das funções: a) ( ) 2 3 − += x xxf Se formos anotar, a expressão acima admite qualquer valor real de x no numerador, mas no denominador tem que se ter o cuidado de verifi car que este nunca poderá ser zero (0), pois não existe divisão por zero na Ma- temática, dai que 202 ≠⇔≠− xx , Portanto, ( ) { } { }2\2 RxRxfD =≠∈= b) ( ) 62 −= xxf Neste caso, analisando o radical, sabemos que este, se tiver índice par, em R , não pode ser negativo. Portanto, 362062 ≥⇔≥⇔≥− xxx Portanto, ( ) { 3} (3, )D f x= ≥ = +∞ . c) ( ) 3 12 −= xxf Sabe-se que o radicando de uma raiz de índice ímpar pode ser negati- vo ou nulo ou positivo, ou seja, 12 −x pode assumir todos os valores reais. Portanto, ( ) RfD = . d) ( ) 12 34 2 + −= x xxf 28 Matemática escolar como as raízes envolvidas são de índice par, os radicandos devem ser não negativos, mas veja que o numerador pode ser zero, mas o denominador não. Assim, Veja as representações gráfi cas: Figura 10: Representação da função ( ) 12 34 2 + −= x xxf Portanto a intersecção destes conjuntos determina o domínio. Ou seja ( ) ⎥⎦ ⎤⎜ ⎝ ⎛∈= ⎭ ⎬ ⎫ ⎩ ⎨ ⎧ ≤<∈= 3; 2 13 2 1: xxRxfD Convidamos você a fazer uma sequência de exercícios que poderão auxiliar no uso de suas habilidades e de conhecimentos acerca de funções e relações entre conjuntos. Preparado? Então, mãos à obra. Exercícios 1. Sejam { }22: ≤≤−∈= xZxA , { }66: ≤≤−∈= xZxB e a re- lação ( ){ }2:, yyxBAyxR +=×∈= a) Enumere os pares ordenados em R . b) Indicar os conjuntos domínio e imagem. 2. Defi na os máximos subconjuntos de números reais que são domí- nios das funções abaixo a) ( ) 2 32 − −= x xxf b) ( ) 2 5 + = x xf Introdução ao estudo de funções 29 3. Considere as relações MJHG ,,, do conjunto A no conjunto B conforme os gráfi cos abaixo. Identifi que as funções. 4. Seja Z o conjunto dos números inteiros e sejam os conjuntos { }21: ≤<−∈= xZxA e { }5,4,3=B . Se ( ) ( ){ }4:, +≤×∈= xyBAyxD . Então: a) BAD ×= b) D tem 2 elementos 30 Matemática escolar c) D tem 1 elemento d) D tem 8 elementos e) D tem 4 elementos 5. 32 14 − −= x xy defi ne uma relação RRH ×⊂ , onde R são os nú- meros reais. Determine o número real x, tal que ( ) Hx ∈1, . a) 0=x b) 1=x c) 1−=x d) 5=x e) 5−=x 6. Determinado se os pares ( )yx, de números reais que satisfazem às condições ⎩ ⎨ ⎧ = ≤+ xy yx 122 , temos: a) 2 pares b) nenhum par c) 3 pares d) infi nitos pares e) 1 par 7. Estabelecer se cada um dos esquemas abaixo defi ne ou não uma função de { }2,1,0,1−=A em { }3,2,1,0,1,2 −−=B . Justifi car. Introdução ao estudo de funções 31 8. (UFF-93 1ª fase) Considere a relação f de M em N, representada no diagrama abaixo: Para que f seja uma função de M em N, basta: a) apagar a seta (1) e retirar o elemento s b) apagar as setas (1) e (4) e retirar o elemento k c) retirar os elementos k e s d) apagar a seta (4) e retirar o elemento k 32 Matemática escolar e) apagar a seta (2) e retirar o elemento k. 9. (PUC-95) Dentre os 4 desenhos a seguir: a) Somente I pode ser gráfi co de função da forma ( )xfy = . b) I, III e IV podem ser gráfi cos de funções da forma ( )xfy = . c) Nenhum deles pode ser gráfi co de funções na forma ( )xfy = . d) II e IV não podem ser gráfi cos de funções da forma ( )xfy = . e) Nenhuma das respostas acima. Introdução ao estudo de funções 33 10. (UFF-94-1ª fase) O gráfi co que melhor representa a função poli- nomial ( ) ( ) ( ) ⎟ ⎠ ⎞⎜ ⎝ ⎛ +−−= 9 441 2 xxxxp é: Soluções 1. a) ( ) ( ) ( ) ( ){ }1,2,0,0,1,0,2,2 −−=R b) ( ) { }2,0=RD , Im R = {-2, -1, 0, 1} 2. a) D(f) = {x ∈R: x ≠2} = (- ∞,2) )∪(2,+∞) b) D(f) = {x ∈R: x >−2} = (-2,+∞) 3. apenas G é função 4. d) 5. c) 6. d) 7. a) não b) não c) sim d) sim 8. d) 9. b) 10 d) Auto-avaliação Antes de passar a parte seguinte, você deve resolver todos os exercícios. 34 Matemática escolar SUMÁRIO Os números reais podem ser representados numa recta graduada e também no sistema cartesiano ortogonal, onde temos na recta horizontal os elementos do eixo das abscissas (eixo ox) e na recta vertical os elementos do eixo das ordenadas (eixo oy). Dada uma relação • R de A em B, chama-se domínio de B ao con- junto D de todos os elementos de A que aparecem como primeiros elementos nos pares ordenados de R e denominamos imagem da relação R (ou contradomínio) ao conjunto Im de todos os elemen- tos de B que aparecem como segundos elementos nos pares orde- nados de R Função é uma relação com propriedades especiais. Uma relação • R do conjunto A no conjunto B é uma função se o domínio da relação R, ( ) ARD = ; Se para cada elemento • ( )RDx ∈ , existe um único By ∈ , tal que ( ) Ryx ∈, e, fi nalmente, se a imagem da relação R, Im (R)⊂ B . Um dos requisitos ao qual uma relação deve satisfazer para ser uma • função, ( )xfyx =→ , é que a cada x deve corresponder um único y . Para esboçarmos o gráfi co cartesiano de uma função f, é necessário atribuir valores convenientes a x no domínio da função, determinar os cor- respondentes valores de y=f(x) e contruir o gráfi co a partir dos pares (x ,y) constituídos. INFORMAÇÕES SOBRE A PRÓXIMA LIÇÃO Na próxima aula vamos estudar função composta e função inversa. Além disso, vamos distinguir os conceitos de função sobrejectiva, injectiva e de bijectiva 2 LIÇÃO: FUNÇÕES COMPOSTASE INVERSA Elísio Tivane Objectivos Esta aula tem como objectivos, possibilitá-lo á: defi nir o conceito de função composta.1. decidir quando uma função possui ou não inversa.2. defi nir os conceitos de função sobrejectiva, injectiva e bijectiva e de 3. função inversa. resolver problemas envolvendo funções inversas, representando grafi -4. camente as soluções. 1. Introdução Toda vez que temos dois conjuntos e algum tipo de associação entre eles que faça corresponder a todo elemento do primeiro conjunto um único elemento do segundo, ocorre uma função. A função é um modo especial de relacionar grandezas. Mas isso você já aprendeu na aula passada. Vamos agora conhecer funções específi cas: a função composta e a inversa. . 36 Matemática escolar 2. FUNÇÃO COMPOSTA Considere f uma função do conjunto A no conjunto B e g uma fun- ção do conjunto B no conjunto C . Então a função h de A em C , h que é a função composta de f e g , pode ser defi nida por: ( ) ( )( )xfgxh = Refl exão Se g é a função inversa de f, então a função composta g o f é a identidade no domínio de f, ou seja, g o f(x) = x para todo x no domínio de f. Se g é a função inversa de f, então a função composta f o g é a identidade no contradomínio de f, ou seja, f o g(y) = y para todo y no contradomínio de g. No caso descrito na aula, a notação: gofh = No diagrama a seguir, está representada a composição de f em g . gof gf CBA ⎯→⎯⎯→⎯ Exemplos: (i) Se Funções compostas e inversa 37 Então gofh = é tal que: (ii) Suponha Z o conjunto dos números inteiros, ZZf →: , ( ) 2−= xxf ZZg →: , ( ) 3xxg = , então a função composta ZZh →: pode ser calculada por: ( ) ( )( ) ( ) ( ) ( ) ( )22 2 −= −= = xxh xgxh xfgxh Actividade 1 Na pista da função composta Sejam dadas as funções RRf →: e RRg →: defi nidas por ( ) 12 −= xxf e ( ) 3+= xxg a) obter a função composta gofh = e fogm = b) calcular ( )2h e ( )3−m c) existem valores Rx ∈ tais que ( ) ?0=xh 38 Matemática escolar Resposta Comentada a) gofh = é o mesmo que ( ) ( )( )))x((f((gx((h = , então teremos: ( ) ( )( ))) ( ) ( ) 2 311 2 22 += +−=−== xx((h xx((gx((f((gx((h fogm = é o mesmo que ( ) ( )( )))x((g((fx((m = , então teremos: ( ) ( )( ))) ( ) ( ) ( ) 86196 133 22 2)) ++=−++= −+=+== xxxxx((m x((x((fx((g((fx((m b) para acharmos o ( )2((h é na função ( ) 22 += xx((h , no lugar de x substituirmos por 2, isto é: ( ) 624222(( 2 =+=+=h para acharmos o ( )3−((m é na função ( ) 862 ++= xxx((m , no lugar de x subs- tituirmos por -3, isto é: ( ) ( ) ( ) 83.633 2)) +−((+−((=−((m m(-3)=9-18+8=9-10=-1 c) ( ) 020 2 =+⇔= xx((h (esta equação não tem solução em R). Resposta: Não. Funções compostas e inversa 39 Actividade 2 Onde está a imagem de g? Sejam RRf →: e RRg →: . Sabendo-se que ( ) 25 xxf += e que a imagem da função fog é o intervalo real [ ]3,55 ++ , a alter- nativa que representa a imagem da função g é: a) [ ]3,55 ++ b) [ ]2,2 +− c) [ ]5,2 +− d) [ ]2,5 +− e) [ ]5,5 +− Resposta Comentada 40 Matemática escolar ( ) ( )( ))) ( )x((gx((g((fx((fog 25 +== , logo: ( ) ( ) ( ) ( ) 405955 955355 22 22 ≤≤⇒−≤≤−⇒ ≤+≤⇒≤+≤ x((gx((g x((gx((g Depois resolve-se o sistema: ( ) 40 2 ≤≤ x((g ( ) ( ) [ ]⎩⎨⎩⎩ ⎧ ⎨⎨ −[[∈ ∈ ⇔ ⎩⎪⎪ ⎨ ⎪⎪⎪⎪⎪⎪ ⎪⎪⎧⎪⎪⎪⎪⎪⎪ ≤ ≥ 2,24 0 2 2 x Rx x((g x((g , a intersecção destes dois conjuntos dá x ∈ [-2, 2] Logo, Im g(x) = [-2,2]. Reposta b) Actividade 3 Em busca de hfog = Sejam as funções RRf →: e RRg →: defi nidas por ( ) ( ) 3 0 02 −= ⎪⎩ ⎪ ⎨ ⎧ < ≥ = xxg xsex xsex xf Encontre a expressão que defi ne hfog = se se Funções compostas e inversa 41 Resposta Comentada ( ) ( )( ))) ( )3−== x((fx((g((fx((h Em virtude da defi nição de f precisamos saber quando 03 ≥−x e quando 03 <−x Ora 303 ≥⇔≥− xx e 303 <⇔<− xx Logo: Actividade 4 Partindo de ( )( )xfog e chegando a f. Sejam as funções reais ( ) 23 += xxg e ( )( ) 12 +−= xxxfog . Deter- mine a expressão f. 2( 3) 3 ( ) 3 3 x se x h x x se x ⎧ − ≥ = ⎨ − <⎩ 42 Matemática escolar Resposta Comentada ( )()) ) ( )( ))) ( ) 123(( 2 +−=+== xxxfx((g((fx((fog(( Façamos agora 3 223 −=⇒=+ yxyx Logo, ( ) ( ) ( ) ( )[ ]92344 9 1 1 3 2 9 44 1 3 2 3 2 2 2 2 +−−+−= +−−+−= +−−⎟ ⎠ ⎟⎟⎞ 2 ⎟⎟⎜ ⎝ ⎜⎜⎛⎜⎜ −= y((yy[[y((f yyyy((f yyy((f 3. FUNÇÕES SOBREJECTIVA, INJECTIVA E BIJECTIVA Uma função BAf →: é sobrejectiva se Im (f)=B. Isto é, para todo elemento By ∈ existe Ax ∈ tal que ( ) yxf = . 21 7 19) 9 f y y y( ) ( 7) ( 721 9 ( 77( 2 Funções compostas e inversa 43 Figura 1: Função sobrejectiva Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Surjection.svg Uma função BAg →: é injectiva se elementos diferentes 1x e 2x do domínio A dão como imagens elementos ( )1xg e ( )2xg também dife- rentes. Isto é, vale a propriedade: ( ) ( ) ( ) ( ) ( )21212121 Im,,, xgxgegxgxgxxAxx ≠∈⇒≠∈ Im Figura 2: Função injectiva Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Funcao_venn.png Uma função BAf →: que tem ambas as propriedades injectiva e sobrejectiva, é dita uma função bijectiva. Figura 3:Função bijectiva 44 Matemática escolar Exemplo: Sejam { }2,1,0=A , { }3,2,1=B e f BAg →: como nos diagramas a seguir Figura 4: A função f não é injectiva, nem sobrejectiva. A função g é bijectiva. 3.1 Identifi cação a partir do gráfi co se uma função é sobrejectiva, injectiva ou bijectiva Seja ( )xfy = uma função. Considere seu gráfi co, representado a se- guir abaixo. Se as rectas paralelas a Ox e passando pelo contradomínio de f encontram o gráfi co de f em pelo menos um ponto, f é sobrejectiva. Figura 5: f é sobrejectiva. Funções compostas e inversa 45 Se as rectas paralelas a Ox encontram o gráfi co de f no máximo em um ponto, f é injectiva. Figura 6: f é injectiva Se as rectas paralelas a Ox e passando pelo contradomínio de f en- contram o gráfi co de f em exactamente um só ponto, f é bijectiva. Figura 7: f é bijectiva 4. FUNÇÃO INVERSA Uma função BAf →: é uma relação entre os conjuntos A e B com propriedades especiais. f como relação é um subconjunto de BA× . Os pares ordenados ( )yx, deste subconjunto são tais que ( )xfy = . 46 Matemática escolar Por exemplo, se { }2,1,1−=A , { }4,1,0,1−=B e ( ) 2xxf = . Enquanto relação, f se escreve como ( ) ( ) ( ){ }4,2,1,1,1,1−=f . Suponha que as coorde- nadas são trocadas para obter uma nova relação g : ( ) ( ) ( ){ }2,4,1,1,1,1 −=g Em que condições podemos garantir que, após a inversão, g é ainda uma função (e não meramente uma relação?). Fonte: http://www.sxc.hu/photo/592411, foto de: Brian Lary Tome Nota! Nos casos afi rmativos g é chamada função inversa de f e geralmente denotada por 1−f . Se você pensar um pouquinho vai chegar à conclusão de que g é uma nova função apenas no caso em que a função f for bijectiva. Entre outras pa- lavras, somente as funções bijectivas f possuem inversa 1−f .Entendeu? Vamos tentar te convencer da validade desta resposta através de diagramas. Funções compostas e inversa 47 Caso (I): se f não é injectiva então não existe inversa. Veja um exem- plo, representado no diagrama a seguir, onde { }cbaA ,,= e { }2,1=B A função inversa não pode ser defi nida para o elemento 1, pois ( ) ( ) 1== bfaf Figura 8: ( ) ( ) 1== b((fa((f Caso (II): se f não é sobrejectiva então não existe inversa. Veja um exemplo, representado no diagrama abaixo, onde { }cbaA ,,= e { }4,3,2,1=B Figura 9: A função inversa não pode ser defi nida em 4 ∈ B. 48 Matemática escolar Portanto, uma função BAf →: , possui a função inversa 1−f se e somente se f é bijectiva. Seja BAf →: uma função bijectiva. Então a função inversa ABf →− :1 tem as seguintes propriedades: (i) 1−f é uma função bijectiva de B em A . (ii) ( ) ( ) BffD ==− Im1 (iii) ( ) ( ) AfDf ==−1Im . Fonte: http://www.sxc.hu/photo/935155, foto: Andrew C A relação entre os pares ordenados de f e 1−f pode ser expressa simbolicamente por ( ) ( ) 1,, −∈⇔∈ fxyfyx ou ( )( )yfxxfy 1−=⇔= Agora que você já sabe quais são as características de uma função inversa, vamos avançar em nosso estudo para descobrir de que forma pode- mos determinar uma função inversa. Para isso, veja a sequência de exemplos a seguir. Exemplos. (i) Qual a função inversa da função bijectiva RRf →: defi nida por ( ) ?23 += xxf Im Im Funções compostas e inversa 49 (ii) Qual é a função inversa da função bijectiva em RRf →: de- fi nida por ( ) ?3xxf = Solução: ( ) 3xxfy == , então 333 yxyxxy =⇒=⇒= Portanto ( ) 31 yxyf ==− ou seja ( ) 31 xxf =− . (iii) Um exemplo importante é o da função identidade. RRI →: , ( ) xxI = . Isto é, se escrevermos ( )xIy = , temos que xy = . A representação gráfi ca desta função resulta na bissectriz do primeiro quadrante. Veja a fi gu- ra 10 a seguir . Tome Nota! Como a variável pode indiferentemente ser trocada também podemos escrever ( ) 3 21 −=− xxf Solução: se ( )xfy = então ( ) xyf =−1 . Partindo de ( )xfy = , 23 += xy , procuramos isolar x para encon- tra ( )yfx 1−= 3 2232323 −=⇒−=⇒=+⇒+= yxyxyxxy Logo, ( ) 3 21 −==− yxyf 50 Matemática escolar Observações importantes Um exame do gráfi co a seguir nos leva à conclusão que os pontos (x,y) e (y,x) do plano, abaixo representados, são simétricos com relação a recta y = x. Figura 10: Função identidade É claro que I-1 = I. Isto é, a função identidade e sua inversa coincidem. Dica Você já pensou em estudar funções inversa com o uso de um programa de compu- tador? No link http://portal- doprofessor.mec.gov.br/fi cha- Tecnica.html?id=22100 você encontrará um programa que permite estudar os gráfi cos de funções inversas entre si e notar que os mesmos são simétricos em relação à bissetriz dos quadran- tes ímpares. Esse objeto educacional apresenta três funções f(x), g(x) e h(x), bem como seus domínios e suas respectivas inversas. Escolhendo- se uma das funções, pode-se verifi car o comportamento de seu gráfi co e o de sua inversa. Divirta-se! Fonte: http://www.sxc.hu/ photo/1237883, foto: Ante Vekic Funções compostas e inversa 51 Lembrando a relação ( ) ( ) 1,, −∈⇔∈ fxyfyx Podemos concluir que, no plano, os pontos que representam uma função e sua inversa são simétricos em relação à recta xy = . Isto é os grá- fi cos que representam f e 1−f são simétricos em relação a recta bissectriz do 1º e 4º quadrante. (ii) Sejam BAf →: e a função inversa ABf →:1 . Então BBfof →− :1 e AAoff →− :1 são funções identidade. De facto ( ) ( )yfxxfy 1−=⇔= Implica que ( ) ( ) yxfyfof ==−1 E então f -1of = Id. Também ( ) ( ) xyfxoff == −− 11 E então f -1fo = Id. f -1fo f -1fo 52 Matemática escolar Exemplo: Seja a função f em R defi nida por ( ) 32 −= xxf , construir num mesmo plano cartesiano os gráfi cos de f e 1−f . Solução: Agora que você já sabe a diferença entre as funções composta e in- versa, preparamos uma sequência de exercícios que possívelmente vão te ajudar na verifi cação do seu conhecimento. Funções compostas e inversa 53 Actividades 1. Dados ( ) 12 += xxf , ( ) xxg 2= . Determine: a) ( )xfog b) ( )xfof c) ( )xgof d) ( )xgog 2. (UFF 96 – 2ª fase) Sendo f a função real defi nida por ( ) 862 +−= xxxf , para todos os valores 3>x . Determine o valor de ( )31−f . 3. (UNI-RIO 97 – 1ª¯ fase) A função inversa da função bijectiva { } { }24\: RRf →− defi nida por ( ) 4 32 + −= x xxf é: a) ( ) 32 41 + +=− x xxf b) ( ) 32 41 − −=− x xxf c) ( ) x xxf − +=− 2 341 d) ( ) 2 341 − +=− x xxf e) ( ) 2 341 + +=− x xxf 54 Matemática escolar 4. (UFF 2001) Dada a função real de variável real f , defi nida por ( ) 1 1 − += x xxf , 1≠x . a) determine ( )( )xfof b) escreva uma expressão para ( )xf 1− . 5. (UFRS - 81) Se ( ) xxxxP 23 23 +−= , então ( ){ }0: >∈ xPRx é: a) ( )1,0 b) ( )2,1 c) ( ) ( )∞∪∞− ,22, d) ( ) ( )∞∪ ,21,0 e) ( ) ( )2,10, ∪∞− 6. se ( ) 3xxf = , então ( ) ( )xfxf −+1 é: a) 3 b) ( )xf c) ( )xf2 d) ( )xf3 e) ( )xf4 Funções compostas e inversa 55 7. (FUVEST SP) Se RRf →: é da forma ( ) baxxf += e ve- rifi ca ( )[ ] 1+= xxff , para todo real, então a e b valem, respecti- vamente: a) 1 e 2 1 b) 1− e 2 1 c) 1 e 2 d) 1 e 2− e) 1 e 1 8. (FATEC SP) Seja a função f tal que { }( ) RRf →− 2\: , onde ( ) 2 2 + −= x xxf . O número real x que satisfaz ( )( ) 1−=xff é: a) 4− b) 2− c) 2 d) 4 e) n.d.a 9. determine o domínio de cada função: a) ( ) xxf = b) ( ) 42 −= xxf c) ( ) x xf 1= d) ( ) x xxf = ax 56 Matemática escolar 10. Nos gráfi cos a seguir, determine ( )fD e Im( )f 11. Se ( ) 12 531 + +=+ x xxf ⎟ ⎠ ⎞⎜ ⎝ ⎛ −≠ 2 1x , o domínio de ( )xf é o con- junto dos números reais x tais que: a) 2 1≠x b) 2 1−≠x c) 3 5−≠x d) 3 5≠x e) 5 3−≠x Funções compostas e inversa 57 Auto-avaliação Antes de passar à aula seguinte, você deve resolver todos os exercícios do grupo A. Respostas ( ) ( ) ( ) ( ) ( )( ) ( ) { } ( ) [ ] ( ) [ ] ( ) [ ] ( ) [ ] ).112,1Im,3,0)12,0Im,1,5).10)) 22:),).9).8).7).6).5 1 1)).4 ).35.24)22)2)14) 1 2242 affDbffDaRdRc xxRxbRacacd x xxfbxxfofa cxxgogdxxgofcxxxfofbxxfoga −===−= ≥∧−≤∈ − +== =−=−=−= ∗ + ∗ − SUMÁRIO A função composta de f e g , por exemplo,pode ser defi nida por: ( ) ( )( )xfgxh = , sendo f uma função do conjunto A no conjunto B e g uma função do conjunto B no conjunto C . Para identifi car a partir de um gráfi co se uma função é sobrejectiva, injectiva ou bijectiva, basta verifi car que: se as rectas paralelas a Ox e passando pelo contradomínio de f encon- tram o gráfi co de f em pelo menos um ponto, f é sobrejectiva se as rectas paralelas a Ox encontram o gráfi co de f no máximo em um ponto, f é injectiva se as rectas paralelas a Ox e passando pelo contradomínio de f encon- tram o gráfi co de f em exactamente um só ponto, f é bijectiva. Somente as funções bijectivas f possuem inversa f -1 . Im Im10 [0,12] 11.a) 58 Matemática escolar INFORMAÇÕES SOBRE A PRÓXIMA LIÇÃO Na próxima aula vamos estudar função de primero grau. Vamos aprender a representar uma função afi m grafi camente no plano e a reconhe- cer suas principais características. 3 LIÇÃO: FUNÇÃO DO 1º GRAU Elísio Tivane Objectivos Após estudar esta aula, você saberá: reconhecer uma função linear afi m;1. identifi car o coefi ciente angular de uma função afi m2. representar uma função afi m grafi camente no plano.3. identifi car se a função linear afi m é crescente ou decrescente e4. descrever os pontos do domínio onde a função afi m é positiva ou 5. negativa. 1. Introdução Em uma certa cidade, os taxistas cobram 4,50 meticais a bandeirada mais 1,50 meticais por quilô- metro rodado. Se você fosse o passageiro como calcu- laria o valor da corrida? Nesse problema é fácil verifi car que o valor da corrida depende do número de quilômetros roda- dos. Para resolvê-lo é necessário determinar, a partir dos dados apresentados, a relação existente entre o preço (P) e o número x de quilômetros rodados, que Fonte: http://www.sxc.hu/photo/574032, foto de: Alan O’Neill 60 Matemática escolar são as variáveis do problema. É justamente para resolver problemas desse tipo que entendemos a importância da função afi m. Nessa aula vamos co- nhecer suas propriedades e representações. Função do 1º Grau 61 2. FUNÇÃO AFIM Uma função RRf →: dada por ( ) baxxf += , onde a e b são nú- meros reais e 0≠a é chamada de função polinomial do 1º grau (ou função linear afi m). O número a é chamado coefi ciente angular e b coefi ciente li- near da função. 3. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE UMA FUNÇÃO AFIM Seja ( ) baxxfy +== . Então 0 0 =→−= =→= y a bx byx e os pontos ( )b,0 e ⎟ ⎠ ⎞⎜ ⎝ ⎛− 0, a b defi nem uma recta no plano. Esta recta é o gráfi co de f. Suponha para a representação abaixo que 0>a e 0>b . Figura 1: representação gráfi ca de uma função afi m Observe na fi gura 1 os triângulos recta AOb ângulos AOb e bPQ , ambos com ângulo agudo θ. Nós ainda não revemos trigonometria, mas provavelmentevocê sabe que podemos calcular a tangente do ângulo θ usando os triângulos. ax ax 62 Matemática escolar Assim a Ob QPtg e tg OA bP θ θ= = . Isto é , Ob y btg a e tgb x a θ θ − = = = Juntando as equações vem que baxy x bya +=⇒−= Nota: (i) Segundo o gráfi co da função linear ( ) baxxf += , o coefi ciente linear b da recta que representa o gráfi co de f é o valor da ordenada do ponto de intersecção da recta com o eixo Oy. (ii) O valor de a dá origem à equação a = tgθ, onde θ é a inclinação do gráfi co de f. temos dois casos: a) 00900 >>⇒<< aetgo θθ logo f é uma função cres- cente b) 0018090 <<⇒<< aetgoo θθ logo f é uma função de- crescente Figura 2: Função crescente à direita e decrescente à esquerda. Veja como você pode representar grafi camente uma função afi m e como é possível descrever a função afi m através da tangente de θ( tgθ ), com dois exercícios resolvidos mostrados na subseção seguir. ax ax 90 tg 90 tg Função do 1º Grau 63 3.1 Exercícios resolvidos (i) Construa o gráfi co da função linear ( ) 3+−= xxf . Solução: Precisamos determinar apenas dois pontos ( )yx, do gráfi co ( ) 03 30 3 =⇒= =⇒= +−== yx yx xxfy Então ( )3,0 e ( )0,3 são pontos do gráfi co. Figura 3: Gráfi co da função linear ( ) 3+−= xxf . 2(ii) Determine a equação da recta y = ax + b cujo gráfi co está a seguir abaixo. 64 Matemática escolar Figura 4: Gráfi co da recta y = ax + b Solução: Como 3 330 =otg este é o valor de a. Logo, ( ) bxxfy +== 3 3 Para achar b, usamos que ( )3,0 − é ponto do gráfi co. Então 30 3 33 −=⇒+×=− bb . Logo ( ) 3 3 3 −= xxf . 4.ESTUDO DO SINAL DE UMA FUNÇÃO AFIM Estudar o sinal de uma função consiste em determinar os interva- los nos quais a função tem imagem negativa e os intervalos nos quais a função tem imagem positiva. Queremos estudar a variação do sinal de ( ) baxxfy +== quando x varia. Para isso vamos dividir nosso estudo em dois casos, pois como se trata de uma função afi m, o estudo de sinal é bas- tante simples, já que esse tipo de função apresenta uma única raiz e portan- to muda de sinal uma única vez. tg 30 ax Função do 1º Grau 65 Caso A: 0>a . a bxbaxy a bxbaxy a bxbaxy −<⇔<+= −>⇔>+= −=⇔=+= 0 0 0 O gráfi co mostra que para a bx −> o valor ( )xfy = é positivo e para a bx −< , ( )xfy = é negativo. Figura 5: Gráfi co da função y ax baxax , considerando 0>a . Caso B: 0<a a bxbaxy a bxbaxy a bxbaxy −>⇔<+= −<⇔>+= −=⇔=+= 0 0 0 ax ax ax ax ax ax 66 Matemática escolar O gráfi co de ( ) baxxfy +== , mostra que para a bx −< o valor ( )xfy = é positivo para a bx −> o valor ( )xfy = é negativo Figura 6: Gráfi co da função axax , considerando 0<a . Para fazer o estudo do sinal de uma função afi m de forma adequada é necessário entender o conceito de inequações de 10 grau. Para isso veja os exemplos mostrados na próxima subseção. Terminologia Inequação é toda sentença matemática aberta por uma desigualdade. 4.1 Exercícios resolvidos Resolva as inequações a seguir: a) 023 <−x ax Função do 1º Grau 67 b) 01 >+− x c) ( )( ) 08263 >+−+ xx d) 2 12 3 ≤ + + x x Solução: (a) 3 223023 <⇔<⇔<− xxx O conjunto solução ⎟ ⎠ ⎞⎜ ⎝ ⎛ ∞−= ⎭ ⎬ ⎫ ⎩ ⎨ ⎧ <∈= 3 2, 3 2: xRxS (b) 1101 <⇔−>−⇔>+− xxx O conjunto solução é { } ( )1,1: ∞−=<∈= xRxS Dica Seis professores da educação básica postaram no site do portal do pro- fessor uma maneira diferente de ensinar inequações de 10 grau. Veja a dica que eles deram “Antes de construir o conceito de Inequações do 1º grau com uma incógnita é aconselhável propor uma discussão, por exemplo, de situa- ções que buscam desenvolver a competência Ler, selecionar, analisar e interpretar informações, bem como Representar matematicamente uma situação dada. A abordagem inicial de inequações deve estar vinculada a situações- problema das quais elas serão traduções. Segundo Silva (2001, p. 191) “a construção do pensamento algébrico e de sua linguagem exige ativida- des ricas em signifi cados, que permitam ao aluno pensar genericamente, perceber regularidades e estabelecer relações entre grandezas, além de expressar matematicamente essas idéias”. 68 Matemática escolar (c) A inequação é um produto e para resolvê-la é efi ciente fazer uma tabela. Primeiro encontramos as raízes de: 448208282 226306363 =→=⇔−=−⇔=+−⇒+−= −=→−=⇔−=⇔=+⇒+= xraizxxxxy xraizxxxxy A situação escolhida é de Giovanni & Giovanni Jr. (1990, p. 24-25) e trata da “venda de um carro” e permite explorar o tema com os alunos. A metodologia de trabalho consiste na leitura do texto com os alunos. Após uma primeira análise da situação anterior, que poderá ser em gru- po, o professor deve solicitar que os alunos exponham suas conclusões. Nesse caso, o recurso utilizado será a aula expositiva interativa. Para favorecer a interação professor-aluno podem ser acrescentadas pergun- tas.” Interessante, não? Quer saber mais? Para saber quais são os próximos passos dessa bela proposta, assim que possível acesse o link http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fi chaTecnica- Aula.html?aula=4997. Função do 1º Grau 69 e construímos a tabela Para construir a tabela, colocamos por cima dela as raízes das fun- ções envolvidas em ordem crescente, na primeira coluna colocamos as fun- ções em separado, neste caso temos 63 +x na primeira linha da primeira coluna, 82 +− x na segunda linha da mesma coluna e por fi m o produto ( )( )8263 +−+ xx . A seguir colamos os sinais nas colunas seguintes, isto é, obedecendo a ordem das raízes, escolhemos um valor menor que -2 que é a primeira raiz e vemos que para 63 +x o valor escolhido torna a expressão negativa e para 82 +− x também é negativa, depois entre -2 e 4 escolhe-se um valor e substitui-se nas duas equações e regista-se o seu sinal, neste caso é positivo para 63 +x e negativo para 82 +− x , faz-se o mesmo para valo- res maiores que 4, para 63 +x é positivo e também o é para 82 +− x . Faz- se por fi m o produto dos sinais, já que se trata de um produto e o resultado fi gura a ultima linha, o resultado será o intervalo para o qual a inequação for positiva, visto estarmos a resolver ( )( ) 08263 >+−+ xx , dai que a solução seja: { } ( ) ( )+∞∪−∞−=>∨−<∈= ,42,42: xxRxS (d) Antes de resolver temos que reduzir o segundo membro a zero: ( ) 0 12 130 12 122302 12 32 12 3 ≤ + +−⇔≤ + +−+⇔≤− + +⇔≤ + + x x x xx x x x x A inequação é um quociente e para resolvê-la é efi ciente fazer uma tabela. +∞ 70 Matemática escolar Primeiro encontramos as raízes de: 2 1 2 11201212 3 1 3 11301313 −=→−=⇔−=⇔=+⇒+= =→=⇔−=−⇔=+−⇒+−= xraizxxxxy xraizxxxxy Esta última inequação é equivalente à inequação proposta inicial- mente e tem forma própria para resolvermos. Vamos construir a tabela e seguimos os passos da alínea anterior, só que neste caso na primeira linha teremos 13 +− x , na segunda 12 +x e na terceira 0 12 13 ≤ + +− x x , a solução será o intervalo em que o quociente é negativo. A solução será: ⎟ ⎠ ⎞ ⎢⎣ ⎡ +∞∪⎟ ⎠ ⎞⎜ ⎝ ⎛ −∞−= ⎭ ⎬ ⎫ ⎩ ⎨ ⎧ ≥∨−<∈= , 3 1 2 1, 3 1 2 1: xxRxS Tome Nota! O valor 2 1−=x anula o denominador. Como o denominador nunca pode ser zero, este valor deve ser excluído do conjunto solução. A seguir, você encontrará uma série de atividades que vão, provavel- mente, te ajudar a concretizar relações entre variáveis e fórmulas e a encon- trar soluções de equações simples. Essas questões podem te auxiliar a en- tender e usar noções de correspondência e de transformação em situações concretas diversas. +∞ Função do 1º Grau 71 Actividades (UFRJ 98) O gráfi co a seguir descreve o crescimento populacional de uma certa cidade desde 1910 até 1990. No eixo das ordenadas, a popu- lação é dada em milhares de habitantes. a) Determine em que década a população atingiu a marca de 5.000 habitantes. b) Observe que a partir de 1960 o crescimento da população em cada década tem se mantido constante. Suponha que esta taxa se mantenha no futuro. Determine em que década a cidadeterá 20.000 habitantes. 2. Determinar o valor de m para que o gráfi co da função ( ) ( )mxxfy +== 2 3 1 passe pelo ponto ( )1,2− . 3. (IBMEC-2001) Na fi gura abaixo, estão representadas as funções reais: ( ) 2+= axxf e ( ) bxxg +−= 3 2ax 72 Matemática escolar Sabendo que AC x 0B = 8AC x 0B = 8 então, a recta que representa a função f passa pelo ponto: a) ( )3,1 b) ( )2,2 −− c) ( )4,1− d) ( )4,2 e) ( )6,3 4.Determine ( )xf cujos gráfi cos são representados a seguir: Função do 1º Grau 73 5. Resolver as inequações do 1º grau: a) 40104 >+x b) 0612 ≥− x c) 1332 <+x d) xx 21 <+ e) xx 2121 −<+ f) ( ) ( )xx −−≥− 13112 6. (UERJ 93) O conjunto solução da inequação 1 23 32 ≥ − − x x é o se- guinte intervalo: a) ( )1,−∞− b) ⎥⎦ ⎤⎜ ⎝ ⎛ ∞− 3 2, c) ⎟ ⎠ ⎞ ⎢⎣ ⎡− 3 2,1 d) [ )∞− ,1 ⎥⎦ ⎤⎜ ⎝ ⎛ 1, 3 2 7. (CESGRANRIO) O conjunto de todos os números reais 1<x que satisfazem a inequação 1 1 2 < −x é: a) { }0 b) ⎭ ⎬ ⎫ ⎩ ⎨ ⎧ 2 1,0 c) { }11: <<−∈ xRx 10 12 13 40 74 Matemática escolar d) { }0: <∈ xRx e) { }1: <∈ xRx 8. (FUVEST-SP) A função que representa o valor a ser pago após um desconto de 3% sobre o valor x de uma mercadoria é: a) ( ) 3−= xxf b) ( ) xxf 97,0= c) ( ) xxf 3,1= d) ( ) xxf 3−= e) ( ) xxf 03,1= 9. (CESGRANRIO) Os valores positivos de x, para os quais ( )( )( ) 03.2.1 >−−− xxx , constituem o intervalo aberto são: a) ( )3,1 b) ( )3,2 c) ( )3,0 d) ( )1,0 e) ( )2,1 10. (UFSC) Seja ( ) baxxf += uma função afi m. Sabe-se que ( ) 41 =−f e ( ) 72 =f . O valor de ( )8f é: a) 0 b) 3 c) 13 d) 23 e) 33 0,97 1,03 ax Função do 1º Grau 75 11. (UFF 93) A soma do coefi ciente angular com o coefi ciente linear da recta repre- sentada no gráfi co acima é: a) -3 b) -3 c) 3 d) 4 e) 9 12. (PUC 91) A raiz da equação 4 1 7 3 −=− xx é: a) -5/3 b) -3/5 c) 5/3 d) 3/5 e) 2/5 13. (UNIFOR/CE) Seja a função f de R em R, defi nida por ( ) 23 −= xxf . A raiz da equação ( )( ) 0=xff é: a) 0≤x b) 3 10 ≤< x c) 1 3 1 ≤< x d) 3 81 << x e) 3 8>x 76 Matemática escolar 14. (PUC-RJ) Uma encomenda, para ser enviada pelo correio, tem um custo C de 10 meticais para um peso P de até 1 kg. Para cada quilo adi- cional o custo aumenta 30 centavos. A função que representa o custo de uma encomenda de peso 1≥P kg é: a) PC 310 += b) 3,010 += PC c) ( )13,010 −+= PC d) PC 39 += e) 710 −= PC 15. (PUC) Em uma certa cidade, os taxímetros marcam, nos percursos sem parada, uma quantia inicial de 4 UT (Unidade Taximétrica) e mais 0,2 UT por quilometro percorrido. Se, ao fi nal de um percurso sem paradas, o taxímetro registava 8,2 UT, o total de quilómetros percorridos foi: a) 15,5 b) 21 c) 25,5 d) 27 e) 32,5 16. Seja a função RRf →: , tal que ( ) baxxf += . Se os pontos ( )3,0 − e ( )0,2 pertencem ao gráfi co de f, então ba + é igual a: a) 9/2 b) 3 c) 2/3 d) -3/2 e) -1 10 10 10 10 ax Função do 1º Grau 77 Respostas 1. a) a década de 40 b) 20502040 << A 2. 7=m 3. b) 4. a) ( ) 3 5 3 −== xyx((f b) 62 +−= xy c) 123 += xy d) 10+−= xy 5.a) { } ( )∞−((=−>∈= ,1010: xRx{{S b) { } ( ]2,2: ∞−((=≤∈= xRx{{y c) { } ( )5,5: ∞−((=<∈ xRx{{ d) { } ( )∞=>∈ ,1((1: xRx{{ e) { } ( )0,0: ∞−((=<∈ xRx{{ f) { } ( ]0,0: ∞−((=≤∈ xRx{{ 6. c) 7. e) 8. b) 9. e) 10. c) 11. e) 12. a) 13. c) 14. c) 15. b) 16. d) 12 10 -10 -10 78 Matemática escolar SUMÁRIO Uma função RRf →: dada por ( ) baxxf += , onde a e b são nú- meros reais e 0≠a é chamada de função polinomial do 1º grau (ou função linear afi m). No gráfi co de função linear ( ) baxxf += , o coefi ciente linear b da recta que representa o gráfi co de f é o valor da ordenada do ponto de inter- secção da recta com o eixo Oy e o valor de a (coefi ciente linear) dá origem à equação a = tg θ, onde θ é a inclinação do gráfi co de f. Estudar o sinal de uma função consiste em determinar os intervalos nos quais a função tem imagem negativa e os intervalos nos quais a função tem imagem positiva. INFORMAÇÕES SOBRE A PRÓXIMA LIÇÃO Na próxima aula vamos estudar função quadrática, determinando suas raízes e representando-a grafi camente em um sistema de coordenadas. Autoavaliação Antes de passar à aula seguinte, você deve resolver todos os exercícios dessa aula. ax ax 4 LIÇÃO: FUNÇÃO QUADRÁTICA Elísio Tivane Objectivos Após estudar esta aula, você saberá: reconhecer uma função quadrática, bem como representar seu gráfi co 1. num sistema de coordenadas. determinar as raízes de uma função quadrática e seus pontos de 2. máximo ou de mínimo. descrever para uma dada função quadrática os intervalos do domínio 3. onde a função é positiva ou é negativa. 1. Introdução Como descrever o movimento de uma bola de futebol chutada por um jogador de futebol? Imagine a seguinte cena: o jogador coloca a bola em jogo com um chute forte. A bola sobe até um ponto máximo e começa a descer descrevendo, assim, uma curva que recebeu o nome de parábola. Galileu Galilei, físico italiano, estudou movimentos como o dessa bola e concluiu que, se não fosse a Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1023252, foto de: não foi informado 80 Matemática escolar resistência do ar, qualquer corpo solto no campo de gravidade da Terra se movimentaria do mesmo modo. Galileu agrupou todos esses elementos em um importante conceito matemático: função quadrática. Toda função na qual a variável x aparece com o expoente máximo igual a 2 é chamada de função quadrática, pois o expoente máximo da variável é o quadrado. Função Quadrática 81 2. FUNÇÃO QUADRÁTICA Dados os números reais a, b e c (com 0≠a ), a função RRf →: , cbxaxyx ++= 2 é chamada função quadrática ou função polino- mial de grau dois. 3. GRÁFICO NO SISTEMA CARTESIANO Toda função quadrática é representada graficamente por uma parábola. Temos duas observações importantes: (i) As parábolas que são gráfi cos de funções quadráticas têm eixo pa- ralelo ao eixo vertical Oy. (ii) Se 0>a a concavidade da parábola está virada para cima. Se 0<a a concavidade da parábola está virada para baixo. A seguir, temos os gráfi cos de ( ) 122 +−= xxxf , ( ) xxxg +−= 2 , respectivamente. Figura 1: Gráfi cos de duas funções quadráticas. ax bx 82 Matemática escolar 3.1 Intersecção com os eixos das coordenados (I) Intersecção com → Ox. Os gráfi cos da seção anterior mostram exemplos de gráfi cos, onde as parábolas interceptam, uma ou duas vezes o eixo → Ox. No caso de apenas um ponto de intersecção a parábola é tangente ao eixo → Ox. Para encontrar genericamente os pontos de intersecção com → Ox faze- mos 02 =++ cbxax . As soluções desta operação são a bx 2 Δ±−= , acb 4 2 −=Δ a) Se 0>Δ , temos duas raízes 1x e 2x distintas, neste caso o gráfi co corta o eixo → Ox nestes pontos. Figura 2: Gráfi cos de duas funções quadráticas, quando 0>Δ b) Se 0=Δ , implica que temos apenas uma raiz x0, neste caso o grá- fi co é tangencial ao eixo → Ox. Figura 3: Gráfi cos de duas funções quadráticas, quando 0=Δ ax bx Função Quadrática 83 c) Se 0<Δ , signifi ca que não existe solução. Neste caso a parábola não corta o eixo → Ox . Figura 4: Gráfi cos de duas funções quadráticas, quando 0<Δ II) Intersecção com o eixo → Oy Fazendo 0=x , temos que cbay ++= 0.0. 2 . Logo cy = . Portanto, ( )c,0 é o ponto de intersecção com o eixo y. Exemplos: Determine o valor de m para que a função quadrática ( ) mxxxf +−= 42 possua apenas uma raiz. Solução: Devemos ter como condição 0=Δ , pois esta é que garante que te- nhamos apenas uma raiz. 042 =−=Δ acb _ 10440.1.442 =⇔=−⇔=− mmm 84 Matemática escolar Dica Você sabia que existem objetos de aprendizagem que nos ajudam a rela- cionar variáveis em uma função, realizar experimentos, alterar valores e verifi car relações de causa e efeito? Eis o objeto recomendado para a atividade usando computadores na escola: Nesse simulador, você pode modifi car a massa e diâmetro dos projéteis, sua velocidade inicial, o ângulo de lançamentoe até mesmo o efeito da resistência do ar. Além disso, é possível brincar de atingir o alvo marcado no chão. É importante tentar estabelecer e anotar as relações percebi- das e, por fi m, associá-las a função quadrática que relaciona a distância do lançamento com o quadrado da variável tempo. Recurso disponível em http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/ recursos/11673/projectile-motion_en.ja r Função Quadrática 85 3.2 Determinação das raízes Considere a função f(x) = ax2 + bx + c, que é um polinômio de 2° grau com coefi cientes a, b, e c e que possui duas raízes. Essas raízes podem ser determinadas pela conhecida fórmula de Baskhara: a bxcbxax 2 ,02 Δ±−==++ Ou seja a bxe a bx 22 21 Δ−−=Δ+−= , são as raízes. (I) Soma e produto das raízes ( )( ) ( ) a cxx a bxx a c a ac a acbb a b a bb a b a bxx a b a b a b a b a bxx =−=+ ==−−=Δ−= =Δ−−Δ+−=Δ−−Δ+−= −=−−=Δ−−+Δ+−=+ 2121 22 22 2 2 221 21 ., 4 4 4 4 4 42 . 2 . 2222 Tome Nota! Se ( ) cbxaxyxf ++== 2 ⎟ ⎠ ⎞⎜ ⎝ ⎛ ++= a cx a bxay 2 Então, chamando de S a soma das raízes e de P o produto das raízes, encontramos ( )PSxxay +−= 2 . ax bx ax bx Sx 86 Matemática escolar (II) Factorização da função quadrática Afi rmamos que ( ) ( )( )212 xxxxacbxaxxfy −−=++== De facto, ( )( ) ( ) ( )[ ] cbxax a cx a bxaxxxxxxa xxxxxxxaxxxxa ++ =⎟ ⎠ ⎞⎜ ⎝ ⎛ ++=++− =+−−=−− 2 2 2121 2 2121 2 21 (III) Pontos de máximo ( )0<a ou de mínimo ( )0>a para uma função quadrática. Vamos denotar por ( )vv yx , as coordenadas do ponto máximo ( )0<a ou ponto mínimo ( )0>a da parábola. (a) Identifi cação da coordenada vx . Devido à simetria da parábola, no caso em que 0≥Δ , o ponto médio vx do segmento cujos extremos são os pontos 1x e 2x (raízes da equação) é onde ocorre o valor mínimo da função. Como 2 21 xxxv += , encontramos que a bxv 2 −= . No caso em que 0<Δ , é possível ainda provar que a bxv −= é ainda o ponto onde ocorre o máximo ou mínimo. Portanto, neste ponto ocorre o valor vy mínimo para y (caso 0>a ) e o valor vy máximo para y (caso 0<a ). Veja a seguir, os gráfi cos das duas situações. ax bx ax bx Função Quadrática 87 Figura 5: Gráfi cos que mostram o valor yv mínimo para y (caso a>0) e o valor yv máximo para y (caso a<0). Tome Nota! Conforme dito, quando 0≥Δ , o valor vx que fornece o mínimo repre- senta a média aritmética das raízes 1x e 2x , a bxxxv 22 21 −=+= (b) Cálculo de yv O ponto ( )vv yxV ,= identifi ca o vértice da parábola, Figura 6: O ponto ( )vv yxV ,= é o vértice da parábola 88 Matemática escolar a y a acb a acbbc a b a b c a bb a bacbxaxy v vvv 4 4 4 4 42 24 22 22222 2 2 Δ−= −−=+−=+− =+⎟ ⎠ ⎞⎜ ⎝ ⎛ −+⎟ ⎠ ⎞⎜ ⎝ ⎛ −=++= c) Domínio e conjunto imagem O domínio ( ) cbxaxxfy ++== 2 é toda a recta real R. O conjunto imagem depende do sinal do coefi ciente a. 1º caso: 0>a Figura 7: O conjunto com coefi ciente 0>a . ( ) ⎭ ⎬ ⎫ ⎩ ⎨ ⎧ Δ−≥∈= a yRyf 4 : ax bx ax bx Im Função Quadrática 89 2º caso: 0<a Figura 8: O conjunto com coefi ciente 0<a ( ) ⎭ ⎬ ⎫ ⎩ ⎨ ⎧ Δ−≤∈= a yRyf 4 : Agora que você já sabe como determinar as raízes de uma função quadrática e como ela pode ser representada grafi camente. Que tal você mesmo esboçar os gráfi cos desse tipo de função? Os exem- plos a seguir mostrarão como é possível esboçar os gráfi cos de diferentes funções quadráticas. 3.3 Esboço dos gráfi cos de u ma função quadrática Exemplos 1. Determinar as raízes da função defi nida pela equação 822 −−= xxy e fazer um esboço do gráfi co. Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1206626 Im 90 Matemática escolar Solução: ( ) ( )( ) ( ) ( ) 2 2 62 1.2 3624 2 62 1.2 362 2 363248.1.42 4 082 21 2 2 2 −=−=−−==+=+−= Δ±−= =+=−−−=Δ −=Δ =−− xex a bx acb xx Gráfi co da Parábola Aspectos a considerar para construir o gráfi co ⇒>= 01a concavidade voltada para cima ⇒>=Δ 036 a parábola intercepta o eixo x em dois pontos. ⇒−= 8c valor onde o gráfi co corta o eixo dos y. Figura 9: Gráfi co da função 822 −−= xxy 2. Determinar as raízes da função defi nida pela equação 42 −+−= xxy e fazer um esboço do gráfi co. ac 32 = 36 36 36 36 Função Quadrática 91 Solução: ( ) ( )( ) 151614.141 04 04 2 2 2 −=−=−−=Δ =+− =−+− xx xx 0<Δ (não tem raízes). Gráfi co da Parábola ⇒<−= 01a concavidade voltada para baixo ⇒<−=Δ 015 não intercepta o eixo dos x Figura 10: Gráfi co da função 42 −+−= xxy 3. Dada a equação 62 −−= xxy , determinar o vértice da parábola e construir o seu gráfi co. Solução: 2 2 51 1.2 251 3 2 51 1.2 251 25241 06 6 2 1 2 2 −=−=−= =+=+= =+=Δ =−− −−= x x xx xxy 16 –15 –1 –15 24 25 25 25 92 Matemática escolar Raízes: 3 e 2− ⎟ ⎠ ⎞⎜ ⎝ ⎛ −=⎟ ⎠ ⎞⎜ ⎝ ⎛ Δ−−= 4 25, 2 1 4 , 2 aa bV Gráfi co da Parábola ⇒>⇒= 01 aa concavidade para cima ⇒>Δ⇒=Δ 026 intersecta o eixo → Ox em dois pontos. Figura 11: Gráfi co da função 62 −−= xxy 4. ESTUDO DO SINAL DA FUNÇÃO QUADRÁTICA Como toda função polinomial tem como domínio todo o conjunto R e é sempre contínua, suas imagens só podem mudar de sinal em suas raízes reais. Inicialmente determinamos as raízes reais (se existirem) do polinômio quadrático. Agora podemos estudar o sinal da função quadrática analisando qual é o comportamento das parábolas quando 0<Δ e quando 0>Δ , con- siderando também a variação do sinal do coefi ciente linear. No estudo do sinal da função cbxaxy ++= 2 , temos 6 casos a con- siderar. Os exemplos a seguir ilustram tais possibilidades. 25 25 ax bx Função Quadrática 93 Caso 1: 0<Δ e 0>a Caso 2: 0<Δ e 0<a Os gráfi cos das parábolas nestes casos não interceptam o eixo → Ox. Então 0>y no caso 1 e 0<y no caso 2. Figura 12: Gráfi cos das parábolas onde 0<Δ , 0>a (esquerda) e 0<a (direita) Caso 3: 0>Δ e 0>a Caso 4: 0>Δ e 0<a Os gráfi cos das parábolas nestes casos interceptam o eixo → Ox em dois pontos (as raízes x1 e x2) Figura 13: Gráfi cos das parábolas onde 0>Δ , 0>a (esquerda) e 0<a (direita) 94 Matemática escolar Caso 5: 0=Δ , 0>a Caso 6: 0=Δ , 0<a Figura 14: Gráfi cos das parábolas onde 0=Δ , 0>a (esquerda) e a<0 (direita) Então y é positivo para todo 1xx ≠ no caso 5 e y é negativo para todo 1xx ≠ no caso 6. 4.1. Regra síntese para questão do sinal (i) Se 0<Δ o sinal de y é o mesmo de a (ii) Se 0=Δ o sinal de y é o mesmo de a (excepto para 21 xxx == quando 0=y ) (iii) Se 0>Δ . O sinal de y nos intervalos ( )1, x∞ , ( )21, xx e ( )∞,2x obedecem ao esquema anterior. Exemplos a seguir mostram como resolver problemas com funções e inequações de segundo grau. Apresentam de que forma calcular as raízes e as coordenadas do vértice da função e a maneira apropriada de representar grafi camente tais expressões. Função Quadrática 95 1. Resolva o inequação 0235 2 >−− xx Solução: ( ) 20 49 4 10 3 2 5 2,1 10 73 2 049 2.5.49 4 21 2 −=Δ−= =−= −==±= Δ±−= >=Δ −−=Δ −=Δ a y a bx xxx a bx acb v v Conjunto solução S ⎭ ⎬ ⎫ ⎩ ⎨ ⎧ −<>∈= 3 21: xouxRxS 2. Encontre o conjunto RS ⊂ onde para todo 0>⇒∈ ySx , onde 442 +−= xxy 4ac 49 10 10 49 20 ou 96 Matemática escolar Solução: ( ) ( )( ) ( ) 2 1.2 4 0 01616 14.44 2 =−−= =Δ =−=Δ −−=Δ x O conjunto solução é: { }2: ≠∈= xRxS O conjunto de exercícios a seguir visa estimular você a resolver ope- rações variadas, produção e análise de gráfi cos e também a fazer o estudo dos sinais de uma função quadrática. Aproveite. Actividades 1. Determinar m, de modo que a parábola defi nida pela função: a) ( ) ( ) 2332 2 −++−= xxmxf tenha concavidade voltada para baixo b) ( ) 1635 2 +−= xmy tenha concavidade voltada para cima 2. Determine a equação quadrática cujo gráfi co é: 16 16 16 Função Quadrática 97 3. Determine em cada caso os sinais de a, b, c e Δ. 4. (UFRJ/92) A fi gura a seguir abaixo é o gráfi co de um trinómio do segundo grau. Determine o trinómio. 5. Resolver as seguintes inequações: a) 0322 >−+ xx b) 06114 2 ≤−+− xx 98 Matemática escolarc) 0169 2 >+− xx d) 052 <−x e) ( ) ( )444 +−>+ xxx f) ( ) xx −≥− 31 2 6. (PUC-90) O número de pontos de intersecção da parábola 134 2 ++−= xxy com a recta 25 −= xy é: a) 0 b) 1 c) 2 d) 3 e) 4 7. (UFF-95) Considere m, n e p números reais e as funções reais f e g de variável real, defi nidas por ( ) pnxmxxf ++= 2 e ( ) pmxxg += . A alternativa que melhor representa os gráfi cos de f e g é: 8. (PUC-RIO/99) O número de pontos de intersecção das duas parábo- las 2xy = e 12 2 −= xy é: a) 0 b) 1 c) 2 d) 3 e) 4 mx mxnx Função Quadrática 99 9. (VEST-RIO/93) O valor mínimo da função real ( ) 12 ++= xxxf é: a) -1 b) 0 c) 1/2 d) 2/3 e) 3/4 10. (UFF) Para que a curva representativa da equação dada por 242 +−= xpxy tangencie o eixo dos x, o valor da constante p deve ser igual a: a) -6 b) -2 c) 0 d) 2 e) 6 11. (UNIFICADO-93) O vértice da parábola xxy += 2 é o ponto: a) ( )0,1− b) ⎟ ⎠ ⎞⎜ ⎝ ⎛ −− 4 1, 2 1 c) ( )0,0 d) ⎟ ⎠ ⎞⎜ ⎝ ⎛ 4 3, 2 1 e) ( )2,1 12. (PUC-91) O mínimo valor da função ( ) 1062 +−= xxxf ocorre quando x vale: a) 6 b) -6 c) 3 d) -3 e) 3 5− px 10 Autoavaliação Antes de passar à aula seguinte, você deve resolver todos os exercícios dessa aula. SUMÁRIO Dados os números reais a, b, e c (com 0≠a ), a função RRf →: , cbxaxyx ++= 2 é chamada função quadrática ou função polino- mial de grau dois. ax bx 100 Matemática escolar Toda função quadrática é representada grafi camente por uma pará- bola. Quando Δ>0, temos duas raízes 1x e 2x distintas, nesse caso o grá- fi co corta o eixo → Ox nestes pontos; quando Δ=0, implica que temos apenas uma raiz 0x e, nesse caso, o gráfi co é tangencial ao eixo → Ox e, quando 0<Δ , signifi ca que não existe solução. Nesse caso a parábola não corta o eixo → Ox. No estudo do sinal da função cbxaxy ++= 2 , temos 6 casos a considerar: caso 1: Δ<0 e a>0; caso 2: Δ<0 e a<0; caso 3: Δ>0 e a>0; caso 4: Δ>0 e a<0; caso 5: Δ=0, a>0; e caso 6: Δ=0, a<0. INFORMAÇÕES SOBRE A PRÓXIMA LIÇÃO Na próxima aula vamos estudar o conceito de módulo e função mo- dular. Vamos aprender a construir gráfi cos de funções modulares e a resol- ver equações e inequações envolvendo módulos. ax bx 5 LIÇÃO: FUNÇÃO MODULAR Elísio Tivane Objectivos O objectivo desta aula é possibilitar que você: defi na o conceito de módulo de um número real e o conceito de fun-1. ção modular. construir gráfi co de funções modulares.2. resolver equações e inequações envolvendo módulos.3. 1. Introdução Possivelmente você tenha uma maior familiaridade com funções mais simples, mas de fato, boa parte das situações não pode ser represen- tada por uma dessas funções. Dependendo das variáveis envolvidas, pode ser necessário o uso de mais de uma função para representar adequadamente uma deter- minada situação. Uma função desse tipo é chamada função defi nida por mais de uma sentença ou função modular. Mas para você qual é o signifi cado de módulo na linguagem matemática? Fonte: http://www.sxc.hu/photo/789994, foto de: Antonio Jiménez Alonso 102 Matemática escolar 2. MÓDULO O módulo de um número real x é defi nido por: ⎪⎩ ⎪ ⎨ ⎧ <− ≥ = 0 0 xsex xsex x O módulo de x também é chamado de valor absoluto de x. Exemplo 33 = |3,15|=3,15 11 −=− 7 1 7 1 −=− 00 = Observação. Para qualquer número real x vale sempre xx =2 . Não é sempre verdade que xx =2 , por exemplo ( ) 1212 2 =− . É claro que 0,2 ≥= xsexx . Refl exão O módulo possui três características fundamentais: o módulo de um número real não negativo é igual ao próprio número;1. o módulo de um número real negativo é igual ao oposto desse número;2. o módulo de um número real qualquer é sempre maior ou igual a zero.3. 3.FUNÇÃO MODULAR Chamamos de função modular qualquer função de variável real x cuja defi nição envolva módulos da variável. Exemplo 2. O exemplo mais simples de uma função envolvendo mó- dulos é o da função RRf →: f : R → R defi nida por: ( ) xxf = . se se se 12 12 Função modular 103 O gráfi co desta função é apresentada na fi gura a seguir. Observe que, Como ( ) ⎪⎩ ⎪ ⎨ ⎧ <− ≥ == 0 0 xsex xsex xxf , então o gráfi co de f é formado pela recta xy = na parte do domínio da função onde 0≥x e xy −= na parte do domínio da função onde 0<x . Figura1: gráfi co de ( ) xxf = 4. CONSTRUÇÃO DE GRÁFICOS Vamos considerar um caso um pouco mais geral, onde f (x) é uma função defi nida por f (x) = |g(x)|. Para construir o gráfi co analisamos para que intervalos de x, vale g(x) ≥ 0 e para que intervalos de x, g(x) < 0. Isto é, fazemos o estudo de sinais da função g (x) sobre a qual actua o módulo. Naturalmente, vale que f (x) = |g(x)| = g(x) se g(x)≥0 e f (x)=|g(x)|=–g(x) se g(x)<0 Vamos a alguns exemplos que mostram como esboçar o gráfi co desse tipo de função. se se 104 Matemática escolar Exemplo 1 Esboce o gráfi co de ( ) 24 xxf −= . Solução: Fazemos o estudo de sinais de 24 x− . Esta é uma função quadrática, com raízes ±2 , cujo gráfi co é uma parábola com concavidade voltada para baixo. O gráfi co de 24 x− é Figura 2: o gráfi co de f(x) coincide com o gráfi co de 42 −x O gráfi co de ( ) 24 xxf −= será Figura 3: o gráfi co de f (x) é o simétrico, em relação ao eixo Ox, do gráfi co de 42 −x , quando 042 <−x . Função modular 105 Tome Nota! Note que para 22 <≤− x temos que 042 ≥−x . Portanto, o gráfi co de f (x) coincide com o gráfi co de 42 −x . No entanto, para os valores 2−<x e 2>x temos que 042 <−x . Logo o gráfi co de f (x) é o simétrico, em relação ao eixo Ox, do gráfi co de 42 −x . Exemplo 2 ( ) 12 ++−= xxxf Solução: Neste caso é necessário separar o domínio em vários intervalos. Temos: ( )⎪⎩ ⎪ ⎨ ⎧ <−=−− ≥− =− 222 22 2 xsexx xsex x e ( )⎪⎩ ⎪ ⎨ ⎧ −<−−=+− −≥+ =+ 111 11 1 xsexx xsex x Intervalos a serem considerados: Figura 4: intervalos que deve ser considerados quando ( ) 12 ++−= xxxf se se se se 106 Matemática escolar portanto, ( ) ( ) ( ) ( ) ⎪ ⎪ ⎪ ⎩ ⎪⎪ ⎪ ⎨ ⎧ ≥−=++− <≤−=++− −<−=−−+− =++−= 21212 21312 12112 12 xsexxx xsexx xsexxx xxxf Cujo gráfi co é: Figura 5: Gráfi co da função ( ) 12 ++−= xxxf 5.EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES MODULARES Uma equação modular é simplesmente uma equação que envolve funções modulares (o mesmo para inequações). A seguir vamos listar algumas propriedades simples, no entanto mui- to úteis, para resolver equações e inequações modulares: 1. 0≥x para todo Rx ∈ . Portanto não existe número real x para o qual 0<x . 2. Se 0>a então axouaxax −==⇔= |. 3. 00 =⇔= xx . se se se ou Função modular 107 4. Se 0>a então axaax <<−⇒< . 5. yxouyxyx −==⇔= . Exemplos a seguir mostram como é simples resolver equações e ine- quações modulares fazendo uso das propriedades mencionadas. 1. Resolva a equação 442 =− xx Solução: (Veja a propriedade 2) 24444 222 2 32404444 444444 22 22 222 =⇒+−⇒−=− ±=±=⇒=−−⇒=− −=−∨=−⇒=− xxxxx xxxxx xxxxxx Portanto a o conjunto solução S da equação é o conjunto: {2 2,2 2,2}S = + − 2. Resolva a equação 432 −=+ xx Solução: (Veja a propriedade 6) ( ) ( ) 3 773432 7432 432432432 −=⇒−=⇒−−=+ −=⇒−=+ −−=+∨−=+⇒−=+ xxxx xxx xxxxxx O conjunto solução S da equação é o conjunto: ⎭ ⎬ ⎫ ⎩ ⎨ ⎧ −−= 3 7,7S 3. Resolva a inequação 412 ≤−x se 108 Matemática escolar Solução: (Veja a propriedade 5) ⎪ ⎪ ⎩ ⎪⎪ ⎨ ⎧ = −= ⇒ ⎩ ⎨ ⎧ ≤ −≥ ⇒ ⎩ ⎨ ⎧ ≤− −≥− ⇒≤−≤−⇒≤− 2 5 2 3 52 32 412 412 4124412 x x x x x x xx O conjunto solução S da inequação e o conjunto: ⎥⎦ ⎤ ⎢⎣ ⎡−= 2 5, 2 3S 4. Resolva a inequação 442 ≥−x Solução: (Veja a propriedade 4) 0044 22228844 444444 22 22 222 =⇒≤⇒−≤− −∨=⇒±=⇒≥⇒≥− −≤−∨≥−⇒≥− xxx xxxx xxx Portanto o conjunto solução S é composto de todos os valores x tais que 0=xou 22−≤x ou 22≥x . Então S={0}∪(–∞, –2 2 ] ∪ [2 2 , ∞). Com os exemplos desmostrados, podemos concluir que uma equa- ção ou inequação é chamada de modular se ela apresentar uma ou mais vari- áveis dentro de módulos. Para se resolver uma equação desse tipo, devemos verifi car a condição de existência do módulo e, caso satisfeita essa condição, aplicar uma propriedade apropriada para a resolução. Certo? Chegou a hora de você colocar em prática o conhecimento adquirido. Para isso acontecer, não deixe de fazer os exercícios a seguir. Função modular 109 Actividades O gráfi co que melhor representa a função ( ) 11 −−+= xxxf é: 2. (Uni-Rio - 99) Sejam as funções RRf →: , xyx =→ e RRg →: , 822 −−→ xxx Faça um esboço do gráfi co da função fog . 3. (UFRJ - 99) Durante o ano de 1997 uma empresa teve seu lucro diário L dado pela função L(x) = 50 (|x – 100| + |x – 200|) onde x = 1,2,...,365 corresponde a cada dia do ano e L é dado em meticais. Determine em que dias (x) do ano o lucro foi de 10.000, 00mt. 4. (FUVEST) Determine as raízes das seguintes equações: a) 532 =−x | b) 012 2 =+− xx 110 Matemática escolar 5. (Osec-SP) O conjunto solução da inequação 31 >+x é o conjunto dos números reais x tais que: a) 42 << x b) 24 >∨−< xx c) 24 >∨−≤ xx d) 24 >∧−< xx e) 2>x 6. (MACKENZIE-SP) A solução da inequação 1−≤x é dada pelo con- junto: a) Ø b) ] [1;1− c) [ [∞− .1 d) [ ]1;1− e) ] ]1,∞− 7. (PUC/CAMPINAS-SP) Na fi gura abaixo tem-se o gráfi co da função f de R em R, defi nida por: a) ( ) 1+= xxf b) ( ) 1−= xxf c) ( ) 1−= xxf d) ( ) 12 −= xxf e) ( ) xxf −= 1 Função modular 111 8. (UECE) Sejam Z o conjunto dos números inteiros, { }23; 2 +−∈= xxZxS e { }31; <−∈= xZxT . O número de ele- mentos do conjunto ST − é: a) 1 b)2 c) 3 d) 4 e) 5 9. (Cesgranrio) A soma das soluções reais de 222 −=+ xx é: a) 3 1 b) 3 2 c) 6 d) 19 3 e) 20 3 10. (CESGRANRIO) Trace o gráfi co da função f de R em R, defi nida por ( ) ( ) 111 22 +−+−= xxxf Respostas 1. c) 2) 112 Matemática escolar 3) 25050 =∨= xx 4) a) 41 =∧−= xx b) 1 2 1 −=∧−= xx 5. b) 6. a) 7. e) 8. c) 9. e) 10) Autoavaliação Antes de passar à aula seguinte, você deve resolver todos os exercícios dessa aula. 50 SUMÁRIO o módulo de • x também é chamado de valor absoluto de x. chamamos de função modular qualquer função de variável real • x cuja defi nição envolva módulos da variável. considerando uma função defi nida por • f (x) = |g (x)|. para cons- truir o gráfi co é necessário fazer o estudo de sinais da função g (x) sobre a qual actua o módulo. uma equação modular é simplesmente uma equação que envol-• ve funções modulares (o mesmo para inequações). Função modular 113 INFORMAÇÕES SOBRE A PRÓXIMA LIÇÃO Na próxima aula vamos estudar as principais características de uma função exponencial. Vamos aprender a construir gráfi cos de funções expo- nenciais e a resolver equações desse tipo. 6 LIÇÃO: FUNÇÃO EXPONENCIAL Elísio Tivane Objectivos Ao fi nal desta aula, você deverá ser capaz de: defi nir o conceito de função exponencial.1. representar grafi camente as funções exponenciais. 2. resolver equações exponenciais.3. 1. Introdução Na familía do casal Cátia e Vando as pes- soas vivem bastante tempo. Vamos calcular quan- tos bisavôs e bisavós têm conjuntamente Cátia e Vando? Para começar, contamos quantos são os ascendentes de Cátia e os de Vando e, em seguida, os somamos: pais = 2 + 2 = 4 = 22 avôs/avós = 4+4 = 8 = 23 bisavôs/bisavós = 8 +8 = 16 = 24 Podemos observar que, a cada passo dado para uma geração anterior, o número de ascendentes dobra. Logo, para cada geração x que se escolha há um número f(x) em função de x é f(x) = 2x, que é um caso particular de função exponencial. http://www.sxc.hu/ photo/400643, foto de: Anissa Thompson http://www.sxc. hu/photo/472011, foto de: Anissa Thompson 116 Matemática escolar FUNÇÃO EXPONENCIAL Uma função exponencial é uma função RRf →: defi nida por ( ) xaxf = , onde a é um número real fi xo, 0>a e 0≠a . Vamos fazer duas observações sobre a defi nição de função exponencial: a) ( ) RfDom = , pois, para todo Rx ∈ , ax é um número real bem defi nido. Sabemos calcular an, se n é um número natural. Neste caso, aaaan ⋅⋅⋅= ... (n vezes). Se n é um número inteiro negativo e a 0≠a então n n a a − ⎟ ⎠ ⎞⎜ ⎝ ⎛= 1 . Para os casos de expoentes racionais, usamos raízes enésimas com- postas com exponenciação. Por exemplo, n mn m aa = . Note que dado um nú- mero racional n m , podemos considerar que 0>n (do contrário multiplica- ríamos numerador e denominador por –1). Então sabemos calcular aq onde q é número racional. Para o cálculo de ax, onde x é real, devemos usar a técnica de apro- ximação por limite. Tomamos uma sequência de números racionais qn con- vergindo para x e então ax é o limite de aqn. No entanto, o assunto limite, nestes termos, é avançado em relação ao nível que estamos trabalhando. b) Im (f) = (0,∞), pois 0>xa , para todo Rx ∈ . Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1013123, foto de: Sergio Roberto Bichara Função Exponencial 117 3. GRÁFICO DE UMA FUNÇÃO EXPONENCIAL Como ( ) 10 0 == af , o gráfi co da função sempre passa pelo ponto ( )1,0 . Para esboçar o gráfi co de uma função exponencial devemos distin- guir 2 casos, de acordo com os valores de a. Se 0>a então a ( ) xaxf = é uma função crescente. Figura 1: Gráfi co de ( ) xaxf = , quando 0>a Se 10 << a então ( ) xaxf = é uma função decrescente. Figura 2: Gráfi co de ( ) xaxf = , quando 10 << a . 118 Matemática escolar O exercício a seguir mostra o esboço de dois gráfi cos de funções ex- poenciais distintas. Esboce os gráfi cos das funções xy 2= e xey 3−= . Solução: O gráfi co da função xy 2= é simples de se esboçar, pois (assim como todos os outros) ele passa pelo ponto (0,1) e como 0>a , então y = 2x é uma função crescente. Para esboçar o gráfi co da função xey 3−= temos que: xx x ee ey ⎟ ⎠ ⎞⎜ ⎝ ⎛=⎟ ⎠ ⎞⎜ ⎝ ⎛== − 3 3 3 11 Como 718.2≅e então 1 10 3 << e , portanto o gráfi co é do tipo Função Exponencial 119 4. EQUAÇÕES EXPONENCIAIS Uma equação exponencial é uma equação envolvendo potenciação, onde a variável pode aparecer na base e necessariamente aparecendo no expoente. Vamos estudar apenas os casos mais simples destas equações: 1º Caso: f(x) e g(x) são funções, a é número real positivo dife- rente de 1 e ( ) ( )xgxf aa = é a equação exponencial. Neste caso o con- junto solução são os valores x para os quais f(x)= g(x) . Então, se 0>a , ( ) ( ) ( ) ( )xgxfaa xgxf =⇔= . 2º Caso: f(x), g(x) e h(x) são funções, onde g(x)>0, h(x)>0, g(x)≠1 e h(x)≠1, para todo x e g(x)f(x) = h(x)f(x). Os valores x que resolvem a equação são aqueles que provocam a igualdade g(x) = h(x). Isto é, ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )xgxfxhxg xfxf =⇔= . Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1040136, foto de: Sergio Roberto Bichara Refl exão As equações exponenciais possuem um método de resolução diferencia- do. Precisamos igualar as bases para aplicarmos a propriedade de igual- dade entre os expoentes. Observe a resolução da seguinte equação: 6x = 1296 (fatorando1296 temos:64) 6x = 64 x = 4 120 Matemática escolar Muitas equações exponenciais podem ser reduzidas a uma das for- mas acima após alguma manipulação algébrica. Vamos a alguns exemplos. 4.1 Exercícios resolvidos 1. Resolva a equação 8193 6222 =⋅ −− xx . Solução: Vamos colocar esta equação na forma ( ) ( )xgxf 33 = 32x–2 . 92x–6= 81 32x–2 . (32)2x-6 = 34 32x–2 . 34x–12 = 34 3(2x–2) + (4x–12) = 34 36x–14 = 34 Então, 6x – 14 = 4 Logo, 3=x . Solução: 3=x . 2. Resolva a equação 04234 =−⋅− xx Solução: Vamos fazer a substituição xy 2= e reduzir a uma equação do 2º grau. 4x – 3 . 2x – 4 = 0 (22)x – 3 . 2x – 4 = 0 (2x)2 – 3 . 2x – 4 = 0 A solução da equação exponencial
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