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Estudo dirigido de psicopatologia

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ESTUDO DIRIGIDO PSICOPATOLOGIA II 
 
 
1. Qual o objetivo de um manual diagnóstico 
como a CID-10/11 e o Manual de Diagnóstico e 
Estatístico da Associação Psiquiátrica Americana, 
o DSM? 
Categorizar e organizar as síndromes e 
transtornos mentais, clinicamente descritas e 
sistematizadas. Assim como, estabelecer diretrizes para 
diagnósticos que podem informar tratamentos e 
decisões de manejo. 
Os grupos encarregados da revisão dos sistemas 
do DSM e da CID compartilharam o objetivo mais 
amplo de harmonizar as duas classificações o máximo 
possível, pois: 
 A existência de duas classificações 
principais de transtornos mentais dificulta a 
coleta e o uso de estatísticas nacionais de saúde, 
o delineamento de ensaios clínicos destinados 
ao desenvolvimento de novos tratamentos e a 
consideração de aplicabilidade global dos 
resultados por agências de regulação 
internacional; 
 Em um espectro mais abrangente, a 
existência de duas classificações complica as 
tentativas de replicar resultados científicos 
entre países; 
 Mesmo quando a intenção era a de 
identificar populações idênticas de pacientes, 
nem sempre os diagnósticos do DSM-IV e da 
CID-10 concordavam. 
 
Logo no início do curso das revisões, tornou-se 
evidente que uma estrutura organizacional 
compartilhada ajudaria a harmonizar as classificações. 
Na realidade, o uso de uma estrutura de trabalho 
compartilhada ajudou a integrar as tarefas dos grupos de 
trabalho do DSM e da CID e a colocar em foco as 
questões científicas. 
 
2. Diferencie Normal e Patológico, citando quais 
os principais critérios de normalidade utilizados 
na psicopatologia diagnóstica (ex: ideal, 
estatística, etc). 
O conceito de normalidade em psicopatologia 
também implica a própria definição do que é saúde e 
doença/transtorno mental. Vale citar os critérios mais 
conhecidos em psicopatologia: 
Normalidade como Ausência de doença: nesse 
prisma, a saúde é vista como “ausência de sintomas, 
sinais ou doenças”. Assim, o indivíduo normal é aquele 
não portador de transtorno mental definido. Pelo olhar 
crítico, esse critério é significativamente falho e 
redundante, em que define a saúde não pelo que ela é, 
mas sim pelo que ela não é, pelo que lhe falta (Almeida 
Filho; Jucá, 2002); 
Normalidade ideal: nesse ramo, a normalidade 
é vista de forma utópica. Assim, estabelece-se a norma 
ideal, o suspostamente “sadio” e “mais evoluído” a 
partir de critérios socioculturais e ideológicos 
arbitrários, e, em algumas ocasiões, dogmáticos e 
doutrinários; 
Normalidade estatística: o conceito de 
normalidade é visto como aquilo que se observa com 
mais frequência na população geral. Logo, ele se aplica 
a fenômenos quantitativos. Os indivíduos nos extremos 
das curvas de distribuição passam a ser considerados 
anormais ou doentes. Esse critério também é bastante 
falho, já que nem sempre fenômenos muito frequentes 
são um sinal de normalidade ou os extremos são, 
anormal. Pode-se citar como exemplo: cáries dentárias, 
uso abusivo de álcool, presbiopia, sintomas ansiosos e 
depressivos leves, entre outros; 
Normalidade como bem-estar: a OMS definiu a 
saúde como “completo bem-estar físico, mental e social, 
e não simplesmente como ausência de doença. Esse 
conceito também, infelizmente, é criticável, já que é 
difícil defini-lo de forma objetiva, por ser muito vasto e 
impreciso. Além disso, pode-se cair na categoria de 
utopia, na qual poucas pessoas estariam realmente 
“saudáveis”; 
Normalidade funcional: esse critério baseia-se 
na funcionalidade do ser, em que o fenômeno 
patológico é disfuncional a ponto de produzir 
sofrimento à própria pessoa ou ao seu grupo social; 
Normalidade como processo: nesse sentido, a 
normalidade é vista de forma dinâmica, e não estática. 
Assim, há de se considerar os aspectos dinâmicos do 
desenvolvimento psicossocial, das estruturações e 
reestruturações ao longo do tempo, de crises e 
mudanças próprias do ciclo de vida da pessoa. Vale 
salientar que este conceito é muito aplicado na 
psiquiatria infantil, do adolescente e do idoso; 
Normalidade Subjetiva: esse critério utiliza a 
perspectiva subjetiva do sujeito como a principal 
categórica na determinação do estado de saúde do 
mesmo. Esse quesito falha, infelizmente, nas pessoas 
em fase maníaca, em que se sentem “muito bem e 
saudáveis”, mas, na verdade, possuem um transtorno 
mental grave; 
Normalidade como liberdade: vale citar que 
alguns estudiosos do ramo fenomenológico e 
existencial, como Henri Ey, creditam à doença mental 
como perda da liberdade existencial, como um 
constrangimento do ser, fechamento e fossilização das 
possibilidades existenciais; 
Normalidade operacional: esse é um critério 
assumidamente arbitrário, com fins pragmáticos 
evidentes. Nesse contexto, as definições de normal e 
patológico são decididas a priori e, após, busca-se 
trabalhar com esses critérios, ciente das possíveis 
consequências deste ato. 
 
3. O que são os fatores predisponentes de um 
adoecimento mental? 
São a carga genética, experiências emocionais 
na infância e adolescência, condições pregressas de 
vida, tendências e traços. Os fatores predisponentes 
estão ao lado dos fatores genéticos, gestacionais e 
perinatais, que precedem o início propriamente dito da 
vida de relações de um sujeito. Assim, antes de nascer, 
as pessoas carregam consigo a vulnerabilidade 
constitucional (hereditariedade, constituição) para os 
distintos transtornos. Os chamados fatores 
predisponentes (predisposing events) são aqueles que se 
configuram com a articulação da vulnerabilidade 
constitucional e as primeiras experiências, no início da 
vida, que ocorrem na primeira e na segunda infância (0-
6 anos). 
Esses fatores predisponentes sensibilizam o 
indivíduo para as diversas situações que a vida lhe 
colocará e tornam as pessoas mais ou menos vulneráveis 
para os fatores precipitantes (precipitating ou life-
events), eventos que ocorrem em proximidade temporal 
ao surgimento propriamente dito dos sintomas e 
transtornos mentais (Rahe, 1990). Assim, os fatores 
predisponentes podem incluir, além da genética, 
eventos ocorridos nos primeiros anos de vida, como a 
morte de um dos pais, abuso sexual, violência ou 
negligência física ou emocional, entre outros. 
 
4. Sobre terminologias específicas da 
psicopatologia, conceitue e diferencie os 
seguintes: Surto, reação vivencial, fases, crises e 
ataque. 
Surtos (há alterações cognitivas, afetivas e de 
personalidade após o episódio agudo) - é uma 
ocorrência aguda, que se instala de forma mais ou 
menos repentina, fazendo eclodir uma doença de base 
endógena, não compreensível psicologicamente. A 
característica do surto é que ele produz sequelas 
irreversíveis, danos à personalidade e/ou à esfera 
cognitiva e/ou afetiva do indivíduo. 
Assim como após o primeiro surto de esclerose 
múltipla, o paciente “sai”, geralmente, com alguma 
sequela sensitiva ou motora após o primeiro surto de 
esquizofrenia (com alucinações, delírios, percepção 
delirante, etc.), que pode durar de 3 a 4 meses; por 
exemplo, o indivíduo “sai diferente”, seu contato com 
os amigos torna-se mais distanciado, o afeto modula 
menos, e ele tem dificuldades na vida social, as quais 
não consegue explicar ou entender. 
Isso decorre de “déficit pós-esquizofrênico”, 
devido àquilo que Eugen Bleuler (1960, p. 268) 
afirmava: “Do ponto de vista científico, na 
esquizofrenia não há restitutio ad integrum 
(recuperação completa), ou pelo menos ao status quo 
ante (estado anterior à doença)”. Tem-se, portanto, 
como possibilidades, um surto esquizofrênico agudo, 
um surto catatônico, entre outros tipos; 
Reações vivenciais – a reação vivencial 
anormal caracteriza-se como um fenômeno 
psicologicamente compreensível, desencadeado por 
eventos vitais significativos para o indivíduo que os 
experimenta. É designada reação anormal por causa da 
intensidade muito marcantee duração prolongada dos 
sintomas. Ocorre geralmente em personalidades 
vulneráveis, predispostas a reagir de forma anormal a 
certas ocorrências da vida. 
Após a morte de uma pessoa próxima, a perda 
do emprego ou a separação conjugal, o indivíduo reage, 
por exemplo, apresentando um conjunto de sintomas 
depressivos ou ansiosos, sintomas fóbicos ou mesmo 
paranoides. A reação vivencial pode durar semanas ou 
meses, eventualmente alguns anos. Passada a reação 
vivencial, o indivíduo retorna ao que era antes, sua 
personalidade não sofre ruptura; pode empobrecer-se ou 
enriquecer-se, mas não se modifica radicalmente; 
Fases - refere-se particularmente aos períodos 
de depressão e de mania dos transtornos afetivos 
(transtorno bipolar e transtorno depressivo recorrente). 
Passada a fase, o indivíduo retorna ao que era antes dela, 
sem alterações duradouras na personalidade, ou seja, 
não há sequelas na personalidade. A fase é, em sua 
gênese, incompreensível psicologicamente e tem um 
caráter endógeno. Uma fase pode durar semanas ou 
meses, menos frequentemente anos, e há sempre (ou 
quase sempre) restitutio ad integrum (ou seja, 
recuperação total). Fala-se, então, em fase depressiva, 
fase maníaca e período interfásico assintomático, 
eutímico; 
Crises ou ataques - surgimento e término 
abruptos, com duração de segundos ou minutos, 
raramente horas. Ex: crises epilépticas, crises ou 
ataques de pânico, crises dissociativas, crises de 
agitação psicomotora, entre outros. 
 
5. O que seria uma reação vivencial anormal? 
A reação vivencial anormal caracteriza-se como 
um fenômeno psicologicamente compreensível, 
desencadeado por eventos vitais significativos para o 
indivíduo que os experimenta. É designada reação 
anormal por causa da intensidade muito marcante e 
duração prolongada dos sintomas. Ocorre geralmente 
em personalidades vulneráveis, predispostas a reagir de 
forma anormal a certas ocorrências da vida. 
Após a morte de uma pessoa próxima, a perda 
do emprego ou a separação conjugal, o indivíduo reage, 
por exemplo, apresentando um conjunto de sintomas 
depressivos ou ansiosos, sintomas fóbicos ou mesmo 
paranoides. A reação vivencial pode durar semanas ou 
meses, eventualmente alguns anos. Passada a reação 
vivencial, o indivíduo retorna ao que era antes, sua 
personalidade não sofre ruptura; pode empobrecer-se ou 
enriquecer-se, mas não se modifica radicalmente 
 
6. Quais os indicadores de gravidade de uma 
ideia delirante, segundo Dalgalarrondo? 
Delírios/idéias delirantes (Alterações do 
pensamento): Falsa crença, não condizente com a 
realidade. Os delírios podem ter várias apresentações, 
tais como: persecutórios, de prejuízo, de preconceito, de 
referência, de influência, de negação (niilista), de ruína, 
melancólicos, de controle, de grandeza, eróticos, entre 
outros 
Kendler e colaboradores (1983) propuseram 
uma série de dimensões ou vetores da atividade 
delirante, que, além de serem dimensões do delírio, 
servem como indicadores de sua gravidade. A seguir, 
são apresentadas as dimensões do delírio: 
1. Grau de convicção. Esse grau determina até 
que ponto o paciente está convencido da realidade de 
suas ideias delirantes. A convicção do delírio é, de 
modo geral, mais marcante na esquizofrenia e menos 
intensa, por exemplo, nas psicoses reativas breves e nos 
transtornos do humor com sintomas psicóticos. 
2. Extensão. Trata-se da extensão com que as 
ideias delirantes envolvem diferentes áreas da vida do 
paciente. 
3. Bizarrice ou implausibilidade. Trata-se do 
grau em que as crenças delirantes se distanciam das 
convicções culturalmente compartilhadas pelo grupo 
social de origem do paciente, ou seja, do quanto seu 
delírio se distancia da realidade consensual, do quão 
implausível e impossível é o delírio. Delírios que 
envolvem a perda do controle da mente ou do corpo por 
forças ou entidades externas são considerados, pelo 
Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais 
(DSM-5), como bizarros. 
Segundo o DSM-5, os delírios bizarros, 
implausíveis no contexto sociocultural do paciente, têm 
valor diagnóstico mais importante para se identificar a 
esquizofrenia do que os delírios não bizarros. 
4. Desorganização. Aqui se verifica até que 
ponto as ideias delirantes são consistentes internamente, 
têm lógica própria e em que grau são sistematizadas, 
com ordem interna. Os delírios mais organizados são 
observados nos transtornos delirantes e em pacientes 
psicóticos, que, de modo geral, têm inteligência mais 
privilegiada. Indivíduos com deficiência intelectual 
e/ou demência geralmente apresentam delírios mais 
desorganizados. 
5. Pressão ou preocupação. Têm a ver como o 
quanto o paciente está preocupado e envolvido com suas 
crenças delirantes, o quanto ele se sente pressionado 
pelo delírio. 
6. Resposta afetiva ou afeto negativo. Trata-se 
do quanto as crenças delirantes abalam ou tocam 
afetivamente o paciente, do quanto ele fica assustado, 
ansioso, triste ou irritado em consequência do delírio. 
7. Comportamento em função do delírio. Aqui 
se verifica o quanto o paciente age em função de seu 
delírio e em que medida ele pratica atos estranhos, 
perigosos ou inconvenientes a partir de suas ideias 
delirantes. 
Comportamentos perigosos, violentos, foram 
relacionados aos seguintes fatores do delírio: afirmar 
que está sendo espionado ou seguido, que conspiram 
contra ele, estar sob o controle de uma pessoa ou de uma 
força, inserção de pensamentos e crer que tem poderes 
especiais. O afeto “sentir raiva” (angry) é um elemento 
importante nessa relação de delírio com violência 
(Ullrich et al., 2014). 
 
7. Segundo Dalgalarrondo, quais as principais 
características da Atenção e como ela se 
correlaciona com outras funções psíquicas, como 
a Memória? 
Atenção é reação consciente e seletiva (só 
prestamos atenção naquilo que nos interessa) pela qual 
o psiquismo examina tanto o mundo interno quanto o 
mundo externo. 
Processo cognitivo pelo qual o intelecto 
focaliza e seleciona estímulos, estabelecendo relação 
entre eles. 
A todo instante recebemos estímulos, 
provinientes das mais diversas fontes, porém só 
atendemos a alguns deles, pois não seria possível e 
necessário responder a todos. Ou seja, atenção é a 
concentração da atividade psíquica sobre os estímulos 
que a solicitam. 
Tomando-se em consideração a natureza da 
atenção, pode-se discernir dois tipos básicos de atenção: 
a voluntária, que exprime a concentração ativa e 
intencional da consciência sobre um objeto, e a 
espontânea, que é aquele tipo de atenção suscitado pelo 
interesse momentâneo, incidental, que desperta este ou 
aquele objeto. Esta última geralmente está aumentada 
nos estados mentais em que o indivíduo tem pouco 
controle voluntário sobre sua atividade mental. 
 
DIVISÃO: 
Quanto ao objeto: 
– Externa ou periférica: o estímulo provém do 
meio exterior. Projetada para fora do mundo 
subjetivo do sujeito, voltada para o mundo 
exterior ou para o corpo, geralmente de natureza 
mais sensorial, utilizando os órgãos dos 
sentidos. Ex.: volto-me porque escutei um 
ruído. 
– Interna ou central: o estímulo provém do 
meio interior. Voltada para os processos 
mentais do próprio indivíduo. É uma atenção 
mais reflexiva, introspectiva e meditativa. Ex.: 
penso no que vou dizer. 
 
Quanto ao tipo: 
– Concentrada ou focal: todo o fluxo de energia 
canaliza-se para um objeto. Se mantém 
concentrada sobre um campo determinado e 
relativamente delimitado e restrito da 
consciência. Ex.: cientistas pesquisando, 
arqueólogos frente a uma rocha, intelectual 
lendo. 
– Difusa ou dispersa: voltada para vários 
objetos, nas mulheres é mais saliente. Não se 
concentra em um campo determinado, 
espalhando-se de modo menos delimitado. 
 
Quanto à origem: 
– Passiva: independe do interesse ou da 
vontade. Ex.: prestar atenção a um estímulo 
novo. 
– Espontânea:determinada pelo interesse. Ex.: 
uma pessoa interessada num determinado 
produto. 
– Esforçada: é a aplicação refletida. Ex.: 
dedicar-se ao estudo para uma prova. 
 
Foi o psiquiatra suíço Eugen Bleuler (1857-
1939) que sugeriu, no início do século XX, que a 
atenção tinha duas qualidades fundamentais: tenacidade 
e vigilância. A tenacidade consiste na capacidade do 
indivíduo de fixar e manter sua atenção sobre 
determinado estímulo, em um tema da conversa ou em 
um campo de atenção. Na tenacidade, a atenção se 
prende a certo estímulo, fixando-se sobre ele. A 
vigilância (nessa conceitualização de Bleuler) é definida 
como o aspecto da atenção relacionado a mudança de 
foco, de um objeto para outro. Tais qualidades são com 
frequência antagônicas; por exemplo, nos estados 
maníacos, os pacientes costumam apresentar 
hipotenacidade (redução da capacidade de fixar a 
atenção) e hipervigilância (uma atenção que salta 
rapidamente de um estímulo para outro). 
 
SUBTIPOS DE ATENÇÃO: 
1. Capacidade e foco de atenção referem-se à 
focalização da atenção e estão intimamente associados 
à experiência subjetiva de concentração. A capacidade 
de atenção concentrada sobre um estímulo ou um campo 
atencional se verifica quando o indivíduo consegue 
aplicar e focar toda sua atenção em tal campo ou 
estímulo. 
Ela não é constante com o passar do tempo, 
flutuando em função de fatores extrínsecos (valor dos 
estímulos para o indivíduo, demandas de respostas 
predominantes) e de fatores intrínsecos, fatores 
energéticos, como estado afetivo e grau de motivação, e 
fatores estruturais, como velocidade de processamento 
e capacidade de memória. 
A capacidade de focalizar a atenção 
concentrando-se relaciona-se diretamente com o 
número de operações mentais que precisam ser 
realizadas ao mesmo tempo e com a dificuldade das 
tarefas. 
2. Atenção seletiva diz respeito aos processos 
que permitem ou facilitam a seleção de estímulos e 
informações relevantes para o sujeito e seu 
processamento cognitivo. Ela resume a qualidade mais 
importante dos processos atencionais: a seletividade. A 
atenção seletiva diz respeito, portanto, à manutenção da 
atenção apesar da presença de estímulos distratores e/ou 
concorrentes. 
Todo o tempo, o sujeito é inundado por um 
número quase infinito de sinais vindos do exterior ou do 
interior; a atenção seletiva limita as informações que 
chegam aos sistemas cerebrais neurocognitivos. Além 
disso, aumenta a capacidade de processar e dar conta 
dos estímulos e das informações mais relevantes, mais 
essenciais, para o sujeito, fundamentais para o 
desempenho cognitivo e o comportamental global. 
Quando a atenção elege certos estímulos, a 
capacidade de responder a outros diminui 
proporcionalmente. Um indivíduo que lê um livro em 
um ônibus lotado de pessoas, com mil ruídos no 
ambiente, está exercendo exitosamente sua capacidade 
de atenção seletiva. Há certa sobreposição entre os 
conceitos de atenção seletiva e atenção concentrada. 
Tem sido proposto que há um filtro que 
seleciona os estímulos que serão utilizados pelo cérebro, 
sobretudo via controle top-down (estruturas neurais 
corticais sobre estruturas subcorticais). O sistema de 
atenção seletiva inclui dois processos que competem 
entre si: bottom-up e top-down. O processo bottom-up 
(de baixo para cima) ocorre quando o cérebro 
automaticamente capta os estímulos sensoriais notáveis 
do ambiente. Já o sistema top-down (de cima para 
baixo) implica esforço consciente para controlar a 
atenção em direção a um alvo determinado, o que inclui 
também a possibilidade de mudar o alvo (shift) 
conforme o interesse e a vontade da pessoa. O sistema 
bottom-up é dependente das áreas parietais posteriores, 
enquanto o top-down depende do córtex pré-frontal e de 
suas conexões (Awh; Belopolsky; Theeuwes, 2012.). 
3. Atenção dividida. Os processos atencionais 
não se limitam a um único alvo ou foco da atenção 
(abordado no item anterior, como atenção seletiva); com 
frequência, ocorre o processamento simultâneo e 
paralelo de dois ou mais estímulos captados pela 
atenção ao mesmo tempo. A atenção dividida é, 
portanto, acionada quando duas ou mais tarefas ou 
estímulos concorrentes se apresentam ao sistema 
atencional. Ocorre aqui uma demanda adicional para 
mais de um item no campo atencional, o que irá requerer 
um tipo de controle top-down específico para tarefas 
paralelas. 
Para testar a atenção dividida, utiliza-se 
geralmente um paradigma de duas tarefas, no qual 
primeiramente se oferece um estímulo único e, depois, 
dois ao mesmo tempo, comparando-se a eficiência do 
processo atencional nessas duas tarefas distintas. 
Quando estamos dirigindo um carro e ouvindo música 
ao mesmo tempo, estamos utilizando a atenção dividida. 
4. Atenção alternada diz respeito à capacidade 
de mudança do foco de atenção (set-shifting), 
alternando voluntariamente o foco atencional de um 
estímulo a outro durante a execução de tarefas. Quando 
estamos assistindo a uma série na televisão e recebemos 
uma chamada telefônica, atendemos o telefone e 
respondemos a algumas perguntas rápidas do 
interlocutor, depois voltamos ao enredo da série, 
estamos exercendo nossa capacidade para a atenção 
alternada. 
Trata-se de uma capacidade atencional, em 
certa medida, sobreposta conceitualmente à atenção 
dividida. A atenção alternada se relaciona intimamente 
às funções executivas frontais. A integridade do córtex 
orbito-frontal, do córtex pré-frontal medial e do córtex 
do cíngulo anterior é fundamental para essa capacidade 
(Bissonette; Powell; Roesch, 2013). 
5. Atenção sustentada (sustained attention) diz 
respeito à capacidade de manter a atenção ao longo do 
tempo, geralmente durante uma atividade contínua e 
repetitiva. Quando um estudante consegue manter sua 
atenção em uma aula por uma ou duas horas, seguindo 
o raciocínio e a exposição do professor, sem se distrair 
com outros estímulos do ambiente, está utilizando sua 
atenção sustentada. 
Tal capacidade varia (geralmente diminui) com 
o passar do tempo. Como função psíquica, a atenção é 
mais variável ao longo do tempo que a percepção e a 
memória. Todas as pessoas apresentam limites na 
capacidade de manter a atenção por longo tempo; tal 
desempenho depende da relação entre os estímulos-alvo 
(sinal) e os estímulos distrativos (ruído), do nível de 
consciência (vigilância), da motivação (incluindo aqui a 
excitação com a tarefa e seu oposto, o tédio) e da fadiga. 
Os paradigmas de teste da atenção sustentada exigem 
que o indivíduo detecte mudanças em estímulos ao 
longo de um período de tempo, como ocorre nos 
Continuous Performance Tests. 
6. Seleção de resposta e controle seletivo são de 
extrema relevância, pois o ato de prestar atenção está, 
quase sempre, associado a uma ação planejada, voltada 
a certos objetivos. Assim, a atenção está sempre 
envolvida na seleção não apenas dos estímulos e das 
informações, mas também das respostas e do controle 
destas. 
 
ATENÇÃO E FUNÇÕES EXECUTIVAS 
FRONTAIS: 
A atenção vincula-se a processos cognitivos 
complexos que envolvem a intenção, o planejamento e 
a tomada de decisões. Esses processos estão na base da 
ação volitiva (dos atos de vontade), são denominados 
funções executivas e dependem intensamente de 
sistemas cerebrais pré-frontais, sobretudo em circuitos 
subcorticais. O controle executivo possibilita que se 
mude com eficácia de uma resposta possível para outra 
conforme as demandas cambiantes do ambiente. 
As funções executivas, processadas nos lobos 
frontais (áreas pré-frontais), são um conjunto de 
habilidades cognitivas relacionadas à capacidade do 
indivíduo de planejar, executar e monitorar de forma 
flexível comportamentos com objetivos (Lezak; 
Howieson; Bigler, 2012). Os déficits em funções 
executivas impedem o indivíduo de iniciar, parar ou 
mudar seus comportamentos, conforme as exigências 
ambientais.As funções executivas incluem processos 
cognitivos relacionados à ação apropriada sobre o 
ambiente, ou seja, processos relacionados ao agir, como 
planejamento da ação, início da atividade, geração de 
hipóteses, flexibilidade cognitiva, tomada de decisões, 
regulação do comportamento, julgamento, utilização de 
feedback e autopercepção (Yuana; Raza, 2014). 
As funções executivas são divididas em 
“quentes” e “frias”. As quentes incluem os aspectos 
emocionais e volicionais como parte central de tais 
funções, enquanto as “frias” se referem a atividades 
cognitivas sem envolvimento de fatores emocionais, 
como, por exemplo, realizar cálculos matemáticos 
mentalmente ou decorar números. Em neuropsicologia, 
a atenção é vista por alguns autores como uma função 
básica de apoio às funções executivas e, por outros, 
como parte das funções executivas. 
 De qualquer forma, como modelo da interação 
entre a atenção e as funções executivas (incluindo o 
controle executivo), quatro componentes têm sido 
sugeridos: memória de trabalho, seleção competitiva 
(competição entre diferentes estímulos), controle 
sensorial top-down (do córtex pré-frontal para os 
processos sensoriais e de vigília) e filtros de saliência 
(seleção dos estímulos mais salientes). 
No processo bottom-up, as informações 
sensoriais que chegam ao cérebro são filtradas a partir 
de sua importância para o sujeito, sendo filtrados os 
estímulos mais relevantes do ponto de vista de 
sobrevivência, assim como os mais infrequentes. Os 
estímulos são, então, codificados e sofrem uma seleção 
competitiva baseada na força relativa do sinal, no 
sentido de poder acessar o sistema de memória de 
trabalho. 
 Sendo um dos elementos principais das 
funções executivas, a memória de trabalho usa a 
informação fornecida pelo processo atencional para 
dirigir e gerenciar os comportamentos subsequentes, 
assim como faz dirigir a atenção por meio de um 
mecanismo top-down mediado pelo córtex pré-frontal. 
 
ATENÇÃO E MEMÓRIA DE TRABALHO 
As relações entre a atenção e a memória de 
trabalho são complexas. A memória de trabalho tem um 
papel central em toda a cognição. Ela corresponde à 
habilidade de manter itens, percepções e tarefas ativos 
na mente (on-line), sem se apoiar em mais estímulos do 
mundo externo. A memória de trabalho age como um 
núcleo gerenciador de trabalho, no qual percepções e 
pensamentos, constantemente atualizados, são 
processados, transformados e manipulados. 
As áreas cerebrais envolvidas no controle da 
atenção se sobrepõem às áreas requeridas pela memória 
de trabalho, em particular as redes frontoparietais. Para 
a memória de trabalho funcionar adequadamente, é 
necessária uma central executiva que controle e 
manipule os conteúdos da memória de trabalho; essa 
central executiva seria a atenção. Nesse sentido, a 
atenção filtra o que entra no sistema da memória de 
trabalho, além de contribuir para a manutenção de tais 
itens em tal sistema. 
 A velocidade de processamento é um aspecto 
geral de quase toda cognição humana; ela corresponde 
ao tempo que um indivíduo leva para realizar uma tarefa 
mental, da fase inicial de perceber a tarefa até sua 
realização completa. Na avaliação da atenção, alguns 
testes medem a tarefa cronometrando o tempo que o 
indivíduo utiliza para realizá-la, estimando, assim, a 
velocidade de processamento. 
 
 8. Sobre os Transtornos da Ansiedade, diferencie 
o Transtorno de Ansiedade Social do Transtorno 
de Ansiedade Generalizada. 
Transtorno de Ansiedade Social (Fobia 
Social/TAS) está associada a medo ou constrangimento 
em situações sociais, enquanto que Transtorno de 
Ansiedade Generalizada (TAG) envolve a preocupação 
ou ansiedade excessivas com tudo, “nervos à flor da 
pele”, sensação de estar “no limite”. 
 
T
A
G
 
Preocupações sociais são comuns no 
transtorno de ansiedade generalizada, mas o 
foco é mais na natureza das relações 
existentes do que no medo de avaliação 
negativa. Os indivíduos com transtorno de 
ansiedade generalizada, particularmente 
crianças, podem ter preocupações excessivas 
acerca da qualidade do seu desempenho 
social, mas essas preocupações também são 
pertinentes ao desempenho não social e a 
quando o indivíduo não está sendo avaliado 
pelos outros. No transtorno de ansiedade 
social, as preocupações focam no 
desempenho social e na avaliação dos 
demais. 
F
O
B
IA
 S
O
C
IA
L
 
Os indivíduos com transtorno de ansiedade 
social frequentemente têm ansiedade 
antecipatória que está focada nas próximas 
situações sociais em que devem apresentar 
um desempenho ou ser avaliados por outros, 
enquanto aqueles com transtorno de 
ansiedade generalizada se preocupam 
independentemente de estarem ou não sendo 
avaliados. 
 
 9. Cite os critérios diagnósticos do TAS e do 
TAG. 
 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS TAG 
A. Ansiedade e preocupação excessivas 
(expectativa apreensiva), ocorrendo na maioria dos dias 
por pelo menos seis meses, com diversos eventos ou 
atividades (tais como desempenho escolar ou 
profissional). 
B. O indivíduo considera difícil controlar a 
preocupação. 
C. A ansiedade e a preocupação estão 
associadas com três (ou mais) dos seguintes seis 
sintomas (com pelo menos alguns deles presentes na 
maioria dos dias nos últimos seis meses). 
Nota: Apenas um item é exigido para crianças. 
 1. Inquietação ou sensação de estar com os 
nervos à flor da pele. 
 2. Fatigabilidade. 
 3. Dificuldade em concentrar-se ou sensações 
de “branco” na mente. 
 4. Irritabilidade. 
 5. Tensão muscular. 
 6. Perturbação do sono (dificuldade em 
conciliar ou manter o sono, ou sono 
insatisfatório e inquieto). 
D. A ansiedade, a preocupação ou os sintomas 
físicos causam sofrimento clinicamente significativo ou 
prejuízo no funcionamento social, profissional ou em 
outras áreas importantes da vida do indivíduo. 
E. A perturbação não se deve aos efeitos 
fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, 
medicamento) ou a outra condição médica (p. ex., 
hipertireoidismo). 
F. A perturbação não é mais bem explicada por 
outro transtorno mental (p. ex., ansiedade ou 
preocupação quanto a ter ataques de pânico no 
transtorno de pânico, avaliação negativa no transtorno 
de ansiedade social [fobia social], contaminação ou 
outras obsessões no transtorno obsessivo-compulsivo, 
separação das figuras de apego no transtorno de 
ansiedade de separação, lembranças de eventos 
traumáticos no transtorno de estresse pós-traumático, 
ganho de peso na anorexia nervosa, queixas físicas no 
transtorno de sintomas somáticos, percepção de 
problemas na aparência no transtorno dismórfico 
corporal, ter uma doença séria no transtorno de 
ansiedade de doença ou o conteúdo de crenças 
delirantes na esquizofrenia ou transtorno delirante). 
 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS TAS 
A. Medo ou ansiedade acentuados acerca de 
uma ou mais situações sociais em que o indivíduo é 
exposto a possível avaliação por outras pessoas. 
Exemplos incluem interações sociais (p. ex., manter 
uma conversa, encontrar pessoas que não são 
familiares), ser observado (p. ex., comendo ou bebendo) 
e situações de desempenho diante de outros (p. ex., 
proferir palestras). 
Nota: Em crianças, a ansiedade deve ocorrer em 
contextos que envolvem seus pares, e não apenas em 
interações com adultos. 
B. O indivíduo teme agir de forma a demonstrar 
sintomas de ansiedade que serão avaliados 
negativamente (i.e., será humilhante ou constrangedor; 
provocará a rejeição ou ofenderá a outros). 
C. As situações sociais quase sempre provocam 
medo ou ansiedade. 
Nota: Em crianças, o medo ou ansiedade pode ser 
expresso chorando, com ataques de raiva, 
imobilidade, comportamento de agarrar-se, 
encolhendo-se ou fracassando em falar em situações 
sociais. 
D. As situações sociais são evitadas ou 
suportadas com intenso medo ou ansiedade. 
E. O medo ou ansiedade é desproporcional à 
ameaça real apresentada pelasituação social e o 
contexto sociocultural. 
F. O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, 
geralmente durando mais de seis meses. 
G. O medo, ansiedade ou esquiva causa 
sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no 
funcionamento social, profissional ou em outras áreas 
importantes da vida do indivíduo. 
H. O medo, ansiedade ou esquiva não é 
consequência dos efeitos fisiológicos de uma substância 
(p. ex., droga de abuso, medicamento) ou de outra 
condição médica. 
I. O medo, ansiedade ou esquiva não é mais 
bem explicado pelos sintomas de outro transtorno 
mental, como transtorno de pânico, transtorno 
dismórfico corporal ou transtorno do espectro autista. 
J. Se outra condição médica (p. ex., doença de 
Parkinson, obesidade, desfiguração por queimaduras ou 
ferimentos) está presente, o medo, ansiedade ou esquiva 
é claramente não relacionado ou é excessivo. 
Especificar se: Somente desempenho - Se o medo 
está restrito à fala ou ao desempenhar em público. 
 
10. Sobre o curso do desenvolvimento, qual 
transtorno da ansiedade geralmente se 
desenvolve na adolescência? A maior prevalência 
é em qual idade? 
O Transtorno de Ansiedade Social (Fobia 
Social/TAS) tem início médio aos 13 anos, é mais raro 
em adultos, ademais adultos jovens expressam 
ansiedade para situações mais específicas. 
A estimativa de prevalência de 12 meses do 
transtorno varia entre 7% a 2,3%, sendo que as taxas de 
prevalência em crianças e adolescentes são comparáveis 
às dos adultos e descressem com a idade. 
 
11. Qual a diferença entre um ataque de pânico e 
o Transtorno do Pânico? 
O Transtorno de Pânico acontece de forma 
súbita, recorrente, sem motivo aparente e está associado 
a medo de novos episódios. 
Um ataque de pânico é um surto abrupto de 
medo ou desconforto intenso que alcança um pico em 
minutos e durante o qual ocorrem quatro ou mais de 
uma lista de 13 sintomas físicos e cognitivos. 
Os sintomas são apresentados com o propósito 
de identificação de um ataque de pânico; no entanto, o 
ataque de pânico não é um transtorno mental e não pode 
ser codificado. Os ataques de pânico podem ocorrer no 
contexto de um transtorno de ansiedade, além de outros 
transtornos mentais (p. ex., transtornos depressivos, 
transtorno de estresse pós-traumático, transtornos por 
uso de substâncias) e algumas condições médicas (p. 
ex., cardíaca, respiratória, vestibular, gastrintestinal). 
Quando a presença de um ataque de pânico é 
identificada, ela deve ser anotada como um 
especificador (p. ex., “transtorno de estresse pós-
traumático com ataques de pânico”). Para transtorno de 
pânico, a presença de ataques de pânico está inclusa nos 
critérios diagnósticos, e o ataque de pânico não é usado 
como especificador. 
 
12. Uma das comorbidades dos Transtornos da 
Ansiedade é o Jogo Patológico, comente sobre os 
grupos de apoio anônimos como o “Jogadores 
Anônimos”. Por que são recomendados? 
Jogo patológico. É a compulsão por se envolver 
em jogos de azar, fazer apostas, especular com dinheiro, 
apesar de prejuízos financeiros e sociais percebidos pelo 
sujeito (Abreu et al., 2008). Hoje em dia, tornou-se 
relativamente frequente a compulsão por games na 
internet. 
O comportamento de um indivíduo em relação 
à comida, ao jogo e ao objeto sexual pode possuir os 
mesmos aspectos observados nos quadros de 
dependência química em relação à droga: avidez (ânsia 
por comida, pelo jogo ou pelo parceiro sexual), 
pensamentos recorrentes (quanto aos mesmos), negação 
da dependência, sintomas de abstinência e a ocorrência 
de prejuízos psicossociais significativos. 
Grupos de autoajuda como Jogadores 
Anônimos se desenvolveram a partir do modelo dos 
Alcoólicos Anônimos, incluindo a adoção e adaptação 
do modelo dos “12 passos” para suas compulsões 
especificas. Por meio da disseminação dos grupos, as 
compulsões foram adequadas a terminologias 
“politicamente corretas” para designar os diferentes 
excessos. 
JA pode ser definido como um agrupamento de 
pessoas que recorrem a valores como solidariedade para 
propagar dietas de governo da vida em um mundo que 
cobra cada vez mais deles a capacidade de desenvolver 
autocontrole. Nessas comunidades, os participantes 
devem aprender a controlar seus desejos excessivos, ao 
mesmo tempo em que ouvem e compartilham histórias 
relacionadas à temática. 
 
13. Sobre a Depressão Maior, comente as 
diferenças entre um episódio único ou recorrente, 
nível de gravidade (leve, moderado ou grave) e 
remissão de sintomas (total ou parcial). 
 
ÚNICO VS. RECORRENTE 
Único: quando os critérios sintomáticos são 
satisfeitos dentro de um período de 2 (dois) meses. 
Recorrente: intervalo de pelo menos 2 (dois) 
meses consecutivos entre episódios separados em que 
não são satisfeitos os critérios. 
 
NÍVEL DE GRAVIDADE 
Leve (2 sintomas): Caso ocorram, são poucos 
os sintomas presentes além daqueles necessários para 
fazer o diagnóstico, a intensidade dos sintomas causa 
sofrimento, mas é manejável, e os sintomas resultam em 
pouco prejuízo no funcionamento social ou profissional. 
Moderada (3 sintomas): O número de sintomas, 
sua intensidade e/ou o prejuízo funcional estão entre 
aqueles especificados para “leve” e “grave”. 
Grave (4 ou 5 sintomas e com agitação motora): 
O número de sintomas está substancialmente além do 
requerido para fazer o diagnóstico, sua intensidade 
causa grave sofrimento e não é manejável, e os sintomas 
interferem acentuadamente no funcionamento social e 
profissional. 
 
REMISSÃO 
Total ou completa: Durante os últimos dois 
meses, nenhum sinal ou sintoma significativo da 
perturbação esteve presente. 
Parcial: Presença de sintomas do episódio 
depressivo maior imediatamente anterior, mas não são 
satisfeitos todos os critérios ou existe um período de 
menos de dois meses sem sintomas significativos de um 
episódio depressivo maior após o término desse 
episódio. 
 
 
14. Quais os critérios Diagnósticos do Transtorno 
Depressivo Recorrente (Distimia)? 
Este transtorno representa uma consolidação do 
transtorno depressivo maior crônico e do transtorno 
distímico definidos no DSM-IV. 
A. Humor deprimido na maior parte do dia, na 
maioria dos dias, indicado por relato subjetivo ou por 
observação feita por outras pessoas, pelo período 
mínimo de dois anos. 
Nota: Em crianças e adolescentes, o humor pode ser 
irritável, com duração mínima de um ano. 
B. Presença, enquanto deprimido, de duas (ou 
mais) das seguintes características: 
1. Apetite diminuído ou alimentação em 
excesso. 
2. Insônia ou hipersonia. 
3. Baixa energia ou fadiga. 
4. Baixa autoestima. 
5. Concentração pobre ou dificuldade em tomar 
decisões. 
6. Sentimentos de desesperança. 
C. Durante o período de dois anos (um ano para 
crianças ou adolescentes) de perturbação, o indivíduo 
jamais esteve sem os sintomas dos Critérios A e B por 
mais de dois meses. 
D. Os critérios para um transtorno depressivo 
maior podem estar continuamente presentes por dois 
anos. 
E. Jamais houve um episódio maníaco ou um 
episódio hipomaníaco e jamais foram satisfeitos os 
critérios para transtorno ciclotímico. 
F. A perturbação não é mais bem explicada por 
um transtorno esquizoafetivo persistente, esquizofrenia, 
transtorno delirante, outro transtorno do espectro da 
esquizofrenia e outro transtorno psicótico especificado 
ou transtorno do espectro da esquizofrenia e outro 
transtorno psicótico não especificado. 
G. Os sintomas não se devem aos efeitos 
fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, 
medicamento) ou a outra condição médica (p. ex., 
hipotireoidismo). 
H. Os sintomas causam sofrimento 
clinicamente significativo ou prejuízo no 
funcionamento social, profissional ou em outras áreas 
importantes da vida do indivíduo. 
Nota: Como os critérios para um episódio 
depressivo maior incluem quatro sintomas que estão 
ausentes da lista de sintomas para transtorno 
depressivopersistente (distimia), um número muito 
limitado de indivíduos terá sintomas depressivos que 
persistiram por mais de dois anos, mas não irá 
satisfazer os critérios para transtorno depressivo 
persistente. Caso tenham sido satisfeitos todos os 
critérios para um episódio depressivo maior em 
algum momento durante o episódio atual da doença, 
tais indivíduos devem receber diagnóstico de 
transtorno depressivo maior. De forma alternativa, 
um diagnóstico de outro transtorno depressivo 
especificado ou transtorno depressivo não 
especificado é justificado.

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