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ESTUDO DIRIGIDO PSICOPATOLOGIA II 1. Qual o objetivo de um manual diagnóstico como a CID-10/11 e o Manual de Diagnóstico e Estatístico da Associação Psiquiátrica Americana, o DSM? Categorizar e organizar as síndromes e transtornos mentais, clinicamente descritas e sistematizadas. Assim como, estabelecer diretrizes para diagnósticos que podem informar tratamentos e decisões de manejo. Os grupos encarregados da revisão dos sistemas do DSM e da CID compartilharam o objetivo mais amplo de harmonizar as duas classificações o máximo possível, pois: A existência de duas classificações principais de transtornos mentais dificulta a coleta e o uso de estatísticas nacionais de saúde, o delineamento de ensaios clínicos destinados ao desenvolvimento de novos tratamentos e a consideração de aplicabilidade global dos resultados por agências de regulação internacional; Em um espectro mais abrangente, a existência de duas classificações complica as tentativas de replicar resultados científicos entre países; Mesmo quando a intenção era a de identificar populações idênticas de pacientes, nem sempre os diagnósticos do DSM-IV e da CID-10 concordavam. Logo no início do curso das revisões, tornou-se evidente que uma estrutura organizacional compartilhada ajudaria a harmonizar as classificações. Na realidade, o uso de uma estrutura de trabalho compartilhada ajudou a integrar as tarefas dos grupos de trabalho do DSM e da CID e a colocar em foco as questões científicas. 2. Diferencie Normal e Patológico, citando quais os principais critérios de normalidade utilizados na psicopatologia diagnóstica (ex: ideal, estatística, etc). O conceito de normalidade em psicopatologia também implica a própria definição do que é saúde e doença/transtorno mental. Vale citar os critérios mais conhecidos em psicopatologia: Normalidade como Ausência de doença: nesse prisma, a saúde é vista como “ausência de sintomas, sinais ou doenças”. Assim, o indivíduo normal é aquele não portador de transtorno mental definido. Pelo olhar crítico, esse critério é significativamente falho e redundante, em que define a saúde não pelo que ela é, mas sim pelo que ela não é, pelo que lhe falta (Almeida Filho; Jucá, 2002); Normalidade ideal: nesse ramo, a normalidade é vista de forma utópica. Assim, estabelece-se a norma ideal, o suspostamente “sadio” e “mais evoluído” a partir de critérios socioculturais e ideológicos arbitrários, e, em algumas ocasiões, dogmáticos e doutrinários; Normalidade estatística: o conceito de normalidade é visto como aquilo que se observa com mais frequência na população geral. Logo, ele se aplica a fenômenos quantitativos. Os indivíduos nos extremos das curvas de distribuição passam a ser considerados anormais ou doentes. Esse critério também é bastante falho, já que nem sempre fenômenos muito frequentes são um sinal de normalidade ou os extremos são, anormal. Pode-se citar como exemplo: cáries dentárias, uso abusivo de álcool, presbiopia, sintomas ansiosos e depressivos leves, entre outros; Normalidade como bem-estar: a OMS definiu a saúde como “completo bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente como ausência de doença. Esse conceito também, infelizmente, é criticável, já que é difícil defini-lo de forma objetiva, por ser muito vasto e impreciso. Além disso, pode-se cair na categoria de utopia, na qual poucas pessoas estariam realmente “saudáveis”; Normalidade funcional: esse critério baseia-se na funcionalidade do ser, em que o fenômeno patológico é disfuncional a ponto de produzir sofrimento à própria pessoa ou ao seu grupo social; Normalidade como processo: nesse sentido, a normalidade é vista de forma dinâmica, e não estática. Assim, há de se considerar os aspectos dinâmicos do desenvolvimento psicossocial, das estruturações e reestruturações ao longo do tempo, de crises e mudanças próprias do ciclo de vida da pessoa. Vale salientar que este conceito é muito aplicado na psiquiatria infantil, do adolescente e do idoso; Normalidade Subjetiva: esse critério utiliza a perspectiva subjetiva do sujeito como a principal categórica na determinação do estado de saúde do mesmo. Esse quesito falha, infelizmente, nas pessoas em fase maníaca, em que se sentem “muito bem e saudáveis”, mas, na verdade, possuem um transtorno mental grave; Normalidade como liberdade: vale citar que alguns estudiosos do ramo fenomenológico e existencial, como Henri Ey, creditam à doença mental como perda da liberdade existencial, como um constrangimento do ser, fechamento e fossilização das possibilidades existenciais; Normalidade operacional: esse é um critério assumidamente arbitrário, com fins pragmáticos evidentes. Nesse contexto, as definições de normal e patológico são decididas a priori e, após, busca-se trabalhar com esses critérios, ciente das possíveis consequências deste ato. 3. O que são os fatores predisponentes de um adoecimento mental? São a carga genética, experiências emocionais na infância e adolescência, condições pregressas de vida, tendências e traços. Os fatores predisponentes estão ao lado dos fatores genéticos, gestacionais e perinatais, que precedem o início propriamente dito da vida de relações de um sujeito. Assim, antes de nascer, as pessoas carregam consigo a vulnerabilidade constitucional (hereditariedade, constituição) para os distintos transtornos. Os chamados fatores predisponentes (predisposing events) são aqueles que se configuram com a articulação da vulnerabilidade constitucional e as primeiras experiências, no início da vida, que ocorrem na primeira e na segunda infância (0- 6 anos). Esses fatores predisponentes sensibilizam o indivíduo para as diversas situações que a vida lhe colocará e tornam as pessoas mais ou menos vulneráveis para os fatores precipitantes (precipitating ou life- events), eventos que ocorrem em proximidade temporal ao surgimento propriamente dito dos sintomas e transtornos mentais (Rahe, 1990). Assim, os fatores predisponentes podem incluir, além da genética, eventos ocorridos nos primeiros anos de vida, como a morte de um dos pais, abuso sexual, violência ou negligência física ou emocional, entre outros. 4. Sobre terminologias específicas da psicopatologia, conceitue e diferencie os seguintes: Surto, reação vivencial, fases, crises e ataque. Surtos (há alterações cognitivas, afetivas e de personalidade após o episódio agudo) - é uma ocorrência aguda, que se instala de forma mais ou menos repentina, fazendo eclodir uma doença de base endógena, não compreensível psicologicamente. A característica do surto é que ele produz sequelas irreversíveis, danos à personalidade e/ou à esfera cognitiva e/ou afetiva do indivíduo. Assim como após o primeiro surto de esclerose múltipla, o paciente “sai”, geralmente, com alguma sequela sensitiva ou motora após o primeiro surto de esquizofrenia (com alucinações, delírios, percepção delirante, etc.), que pode durar de 3 a 4 meses; por exemplo, o indivíduo “sai diferente”, seu contato com os amigos torna-se mais distanciado, o afeto modula menos, e ele tem dificuldades na vida social, as quais não consegue explicar ou entender. Isso decorre de “déficit pós-esquizofrênico”, devido àquilo que Eugen Bleuler (1960, p. 268) afirmava: “Do ponto de vista científico, na esquizofrenia não há restitutio ad integrum (recuperação completa), ou pelo menos ao status quo ante (estado anterior à doença)”. Tem-se, portanto, como possibilidades, um surto esquizofrênico agudo, um surto catatônico, entre outros tipos; Reações vivenciais – a reação vivencial anormal caracteriza-se como um fenômeno psicologicamente compreensível, desencadeado por eventos vitais significativos para o indivíduo que os experimenta. É designada reação anormal por causa da intensidade muito marcantee duração prolongada dos sintomas. Ocorre geralmente em personalidades vulneráveis, predispostas a reagir de forma anormal a certas ocorrências da vida. Após a morte de uma pessoa próxima, a perda do emprego ou a separação conjugal, o indivíduo reage, por exemplo, apresentando um conjunto de sintomas depressivos ou ansiosos, sintomas fóbicos ou mesmo paranoides. A reação vivencial pode durar semanas ou meses, eventualmente alguns anos. Passada a reação vivencial, o indivíduo retorna ao que era antes, sua personalidade não sofre ruptura; pode empobrecer-se ou enriquecer-se, mas não se modifica radicalmente; Fases - refere-se particularmente aos períodos de depressão e de mania dos transtornos afetivos (transtorno bipolar e transtorno depressivo recorrente). Passada a fase, o indivíduo retorna ao que era antes dela, sem alterações duradouras na personalidade, ou seja, não há sequelas na personalidade. A fase é, em sua gênese, incompreensível psicologicamente e tem um caráter endógeno. Uma fase pode durar semanas ou meses, menos frequentemente anos, e há sempre (ou quase sempre) restitutio ad integrum (ou seja, recuperação total). Fala-se, então, em fase depressiva, fase maníaca e período interfásico assintomático, eutímico; Crises ou ataques - surgimento e término abruptos, com duração de segundos ou minutos, raramente horas. Ex: crises epilépticas, crises ou ataques de pânico, crises dissociativas, crises de agitação psicomotora, entre outros. 5. O que seria uma reação vivencial anormal? A reação vivencial anormal caracteriza-se como um fenômeno psicologicamente compreensível, desencadeado por eventos vitais significativos para o indivíduo que os experimenta. É designada reação anormal por causa da intensidade muito marcante e duração prolongada dos sintomas. Ocorre geralmente em personalidades vulneráveis, predispostas a reagir de forma anormal a certas ocorrências da vida. Após a morte de uma pessoa próxima, a perda do emprego ou a separação conjugal, o indivíduo reage, por exemplo, apresentando um conjunto de sintomas depressivos ou ansiosos, sintomas fóbicos ou mesmo paranoides. A reação vivencial pode durar semanas ou meses, eventualmente alguns anos. Passada a reação vivencial, o indivíduo retorna ao que era antes, sua personalidade não sofre ruptura; pode empobrecer-se ou enriquecer-se, mas não se modifica radicalmente 6. Quais os indicadores de gravidade de uma ideia delirante, segundo Dalgalarrondo? Delírios/idéias delirantes (Alterações do pensamento): Falsa crença, não condizente com a realidade. Os delírios podem ter várias apresentações, tais como: persecutórios, de prejuízo, de preconceito, de referência, de influência, de negação (niilista), de ruína, melancólicos, de controle, de grandeza, eróticos, entre outros Kendler e colaboradores (1983) propuseram uma série de dimensões ou vetores da atividade delirante, que, além de serem dimensões do delírio, servem como indicadores de sua gravidade. A seguir, são apresentadas as dimensões do delírio: 1. Grau de convicção. Esse grau determina até que ponto o paciente está convencido da realidade de suas ideias delirantes. A convicção do delírio é, de modo geral, mais marcante na esquizofrenia e menos intensa, por exemplo, nas psicoses reativas breves e nos transtornos do humor com sintomas psicóticos. 2. Extensão. Trata-se da extensão com que as ideias delirantes envolvem diferentes áreas da vida do paciente. 3. Bizarrice ou implausibilidade. Trata-se do grau em que as crenças delirantes se distanciam das convicções culturalmente compartilhadas pelo grupo social de origem do paciente, ou seja, do quanto seu delírio se distancia da realidade consensual, do quão implausível e impossível é o delírio. Delírios que envolvem a perda do controle da mente ou do corpo por forças ou entidades externas são considerados, pelo Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM-5), como bizarros. Segundo o DSM-5, os delírios bizarros, implausíveis no contexto sociocultural do paciente, têm valor diagnóstico mais importante para se identificar a esquizofrenia do que os delírios não bizarros. 4. Desorganização. Aqui se verifica até que ponto as ideias delirantes são consistentes internamente, têm lógica própria e em que grau são sistematizadas, com ordem interna. Os delírios mais organizados são observados nos transtornos delirantes e em pacientes psicóticos, que, de modo geral, têm inteligência mais privilegiada. Indivíduos com deficiência intelectual e/ou demência geralmente apresentam delírios mais desorganizados. 5. Pressão ou preocupação. Têm a ver como o quanto o paciente está preocupado e envolvido com suas crenças delirantes, o quanto ele se sente pressionado pelo delírio. 6. Resposta afetiva ou afeto negativo. Trata-se do quanto as crenças delirantes abalam ou tocam afetivamente o paciente, do quanto ele fica assustado, ansioso, triste ou irritado em consequência do delírio. 7. Comportamento em função do delírio. Aqui se verifica o quanto o paciente age em função de seu delírio e em que medida ele pratica atos estranhos, perigosos ou inconvenientes a partir de suas ideias delirantes. Comportamentos perigosos, violentos, foram relacionados aos seguintes fatores do delírio: afirmar que está sendo espionado ou seguido, que conspiram contra ele, estar sob o controle de uma pessoa ou de uma força, inserção de pensamentos e crer que tem poderes especiais. O afeto “sentir raiva” (angry) é um elemento importante nessa relação de delírio com violência (Ullrich et al., 2014). 7. Segundo Dalgalarrondo, quais as principais características da Atenção e como ela se correlaciona com outras funções psíquicas, como a Memória? Atenção é reação consciente e seletiva (só prestamos atenção naquilo que nos interessa) pela qual o psiquismo examina tanto o mundo interno quanto o mundo externo. Processo cognitivo pelo qual o intelecto focaliza e seleciona estímulos, estabelecendo relação entre eles. A todo instante recebemos estímulos, provinientes das mais diversas fontes, porém só atendemos a alguns deles, pois não seria possível e necessário responder a todos. Ou seja, atenção é a concentração da atividade psíquica sobre os estímulos que a solicitam. Tomando-se em consideração a natureza da atenção, pode-se discernir dois tipos básicos de atenção: a voluntária, que exprime a concentração ativa e intencional da consciência sobre um objeto, e a espontânea, que é aquele tipo de atenção suscitado pelo interesse momentâneo, incidental, que desperta este ou aquele objeto. Esta última geralmente está aumentada nos estados mentais em que o indivíduo tem pouco controle voluntário sobre sua atividade mental. DIVISÃO: Quanto ao objeto: – Externa ou periférica: o estímulo provém do meio exterior. Projetada para fora do mundo subjetivo do sujeito, voltada para o mundo exterior ou para o corpo, geralmente de natureza mais sensorial, utilizando os órgãos dos sentidos. Ex.: volto-me porque escutei um ruído. – Interna ou central: o estímulo provém do meio interior. Voltada para os processos mentais do próprio indivíduo. É uma atenção mais reflexiva, introspectiva e meditativa. Ex.: penso no que vou dizer. Quanto ao tipo: – Concentrada ou focal: todo o fluxo de energia canaliza-se para um objeto. Se mantém concentrada sobre um campo determinado e relativamente delimitado e restrito da consciência. Ex.: cientistas pesquisando, arqueólogos frente a uma rocha, intelectual lendo. – Difusa ou dispersa: voltada para vários objetos, nas mulheres é mais saliente. Não se concentra em um campo determinado, espalhando-se de modo menos delimitado. Quanto à origem: – Passiva: independe do interesse ou da vontade. Ex.: prestar atenção a um estímulo novo. – Espontânea:determinada pelo interesse. Ex.: uma pessoa interessada num determinado produto. – Esforçada: é a aplicação refletida. Ex.: dedicar-se ao estudo para uma prova. Foi o psiquiatra suíço Eugen Bleuler (1857- 1939) que sugeriu, no início do século XX, que a atenção tinha duas qualidades fundamentais: tenacidade e vigilância. A tenacidade consiste na capacidade do indivíduo de fixar e manter sua atenção sobre determinado estímulo, em um tema da conversa ou em um campo de atenção. Na tenacidade, a atenção se prende a certo estímulo, fixando-se sobre ele. A vigilância (nessa conceitualização de Bleuler) é definida como o aspecto da atenção relacionado a mudança de foco, de um objeto para outro. Tais qualidades são com frequência antagônicas; por exemplo, nos estados maníacos, os pacientes costumam apresentar hipotenacidade (redução da capacidade de fixar a atenção) e hipervigilância (uma atenção que salta rapidamente de um estímulo para outro). SUBTIPOS DE ATENÇÃO: 1. Capacidade e foco de atenção referem-se à focalização da atenção e estão intimamente associados à experiência subjetiva de concentração. A capacidade de atenção concentrada sobre um estímulo ou um campo atencional se verifica quando o indivíduo consegue aplicar e focar toda sua atenção em tal campo ou estímulo. Ela não é constante com o passar do tempo, flutuando em função de fatores extrínsecos (valor dos estímulos para o indivíduo, demandas de respostas predominantes) e de fatores intrínsecos, fatores energéticos, como estado afetivo e grau de motivação, e fatores estruturais, como velocidade de processamento e capacidade de memória. A capacidade de focalizar a atenção concentrando-se relaciona-se diretamente com o número de operações mentais que precisam ser realizadas ao mesmo tempo e com a dificuldade das tarefas. 2. Atenção seletiva diz respeito aos processos que permitem ou facilitam a seleção de estímulos e informações relevantes para o sujeito e seu processamento cognitivo. Ela resume a qualidade mais importante dos processos atencionais: a seletividade. A atenção seletiva diz respeito, portanto, à manutenção da atenção apesar da presença de estímulos distratores e/ou concorrentes. Todo o tempo, o sujeito é inundado por um número quase infinito de sinais vindos do exterior ou do interior; a atenção seletiva limita as informações que chegam aos sistemas cerebrais neurocognitivos. Além disso, aumenta a capacidade de processar e dar conta dos estímulos e das informações mais relevantes, mais essenciais, para o sujeito, fundamentais para o desempenho cognitivo e o comportamental global. Quando a atenção elege certos estímulos, a capacidade de responder a outros diminui proporcionalmente. Um indivíduo que lê um livro em um ônibus lotado de pessoas, com mil ruídos no ambiente, está exercendo exitosamente sua capacidade de atenção seletiva. Há certa sobreposição entre os conceitos de atenção seletiva e atenção concentrada. Tem sido proposto que há um filtro que seleciona os estímulos que serão utilizados pelo cérebro, sobretudo via controle top-down (estruturas neurais corticais sobre estruturas subcorticais). O sistema de atenção seletiva inclui dois processos que competem entre si: bottom-up e top-down. O processo bottom-up (de baixo para cima) ocorre quando o cérebro automaticamente capta os estímulos sensoriais notáveis do ambiente. Já o sistema top-down (de cima para baixo) implica esforço consciente para controlar a atenção em direção a um alvo determinado, o que inclui também a possibilidade de mudar o alvo (shift) conforme o interesse e a vontade da pessoa. O sistema bottom-up é dependente das áreas parietais posteriores, enquanto o top-down depende do córtex pré-frontal e de suas conexões (Awh; Belopolsky; Theeuwes, 2012.). 3. Atenção dividida. Os processos atencionais não se limitam a um único alvo ou foco da atenção (abordado no item anterior, como atenção seletiva); com frequência, ocorre o processamento simultâneo e paralelo de dois ou mais estímulos captados pela atenção ao mesmo tempo. A atenção dividida é, portanto, acionada quando duas ou mais tarefas ou estímulos concorrentes se apresentam ao sistema atencional. Ocorre aqui uma demanda adicional para mais de um item no campo atencional, o que irá requerer um tipo de controle top-down específico para tarefas paralelas. Para testar a atenção dividida, utiliza-se geralmente um paradigma de duas tarefas, no qual primeiramente se oferece um estímulo único e, depois, dois ao mesmo tempo, comparando-se a eficiência do processo atencional nessas duas tarefas distintas. Quando estamos dirigindo um carro e ouvindo música ao mesmo tempo, estamos utilizando a atenção dividida. 4. Atenção alternada diz respeito à capacidade de mudança do foco de atenção (set-shifting), alternando voluntariamente o foco atencional de um estímulo a outro durante a execução de tarefas. Quando estamos assistindo a uma série na televisão e recebemos uma chamada telefônica, atendemos o telefone e respondemos a algumas perguntas rápidas do interlocutor, depois voltamos ao enredo da série, estamos exercendo nossa capacidade para a atenção alternada. Trata-se de uma capacidade atencional, em certa medida, sobreposta conceitualmente à atenção dividida. A atenção alternada se relaciona intimamente às funções executivas frontais. A integridade do córtex orbito-frontal, do córtex pré-frontal medial e do córtex do cíngulo anterior é fundamental para essa capacidade (Bissonette; Powell; Roesch, 2013). 5. Atenção sustentada (sustained attention) diz respeito à capacidade de manter a atenção ao longo do tempo, geralmente durante uma atividade contínua e repetitiva. Quando um estudante consegue manter sua atenção em uma aula por uma ou duas horas, seguindo o raciocínio e a exposição do professor, sem se distrair com outros estímulos do ambiente, está utilizando sua atenção sustentada. Tal capacidade varia (geralmente diminui) com o passar do tempo. Como função psíquica, a atenção é mais variável ao longo do tempo que a percepção e a memória. Todas as pessoas apresentam limites na capacidade de manter a atenção por longo tempo; tal desempenho depende da relação entre os estímulos-alvo (sinal) e os estímulos distrativos (ruído), do nível de consciência (vigilância), da motivação (incluindo aqui a excitação com a tarefa e seu oposto, o tédio) e da fadiga. Os paradigmas de teste da atenção sustentada exigem que o indivíduo detecte mudanças em estímulos ao longo de um período de tempo, como ocorre nos Continuous Performance Tests. 6. Seleção de resposta e controle seletivo são de extrema relevância, pois o ato de prestar atenção está, quase sempre, associado a uma ação planejada, voltada a certos objetivos. Assim, a atenção está sempre envolvida na seleção não apenas dos estímulos e das informações, mas também das respostas e do controle destas. ATENÇÃO E FUNÇÕES EXECUTIVAS FRONTAIS: A atenção vincula-se a processos cognitivos complexos que envolvem a intenção, o planejamento e a tomada de decisões. Esses processos estão na base da ação volitiva (dos atos de vontade), são denominados funções executivas e dependem intensamente de sistemas cerebrais pré-frontais, sobretudo em circuitos subcorticais. O controle executivo possibilita que se mude com eficácia de uma resposta possível para outra conforme as demandas cambiantes do ambiente. As funções executivas, processadas nos lobos frontais (áreas pré-frontais), são um conjunto de habilidades cognitivas relacionadas à capacidade do indivíduo de planejar, executar e monitorar de forma flexível comportamentos com objetivos (Lezak; Howieson; Bigler, 2012). Os déficits em funções executivas impedem o indivíduo de iniciar, parar ou mudar seus comportamentos, conforme as exigências ambientais.As funções executivas incluem processos cognitivos relacionados à ação apropriada sobre o ambiente, ou seja, processos relacionados ao agir, como planejamento da ação, início da atividade, geração de hipóteses, flexibilidade cognitiva, tomada de decisões, regulação do comportamento, julgamento, utilização de feedback e autopercepção (Yuana; Raza, 2014). As funções executivas são divididas em “quentes” e “frias”. As quentes incluem os aspectos emocionais e volicionais como parte central de tais funções, enquanto as “frias” se referem a atividades cognitivas sem envolvimento de fatores emocionais, como, por exemplo, realizar cálculos matemáticos mentalmente ou decorar números. Em neuropsicologia, a atenção é vista por alguns autores como uma função básica de apoio às funções executivas e, por outros, como parte das funções executivas. De qualquer forma, como modelo da interação entre a atenção e as funções executivas (incluindo o controle executivo), quatro componentes têm sido sugeridos: memória de trabalho, seleção competitiva (competição entre diferentes estímulos), controle sensorial top-down (do córtex pré-frontal para os processos sensoriais e de vigília) e filtros de saliência (seleção dos estímulos mais salientes). No processo bottom-up, as informações sensoriais que chegam ao cérebro são filtradas a partir de sua importância para o sujeito, sendo filtrados os estímulos mais relevantes do ponto de vista de sobrevivência, assim como os mais infrequentes. Os estímulos são, então, codificados e sofrem uma seleção competitiva baseada na força relativa do sinal, no sentido de poder acessar o sistema de memória de trabalho. Sendo um dos elementos principais das funções executivas, a memória de trabalho usa a informação fornecida pelo processo atencional para dirigir e gerenciar os comportamentos subsequentes, assim como faz dirigir a atenção por meio de um mecanismo top-down mediado pelo córtex pré-frontal. ATENÇÃO E MEMÓRIA DE TRABALHO As relações entre a atenção e a memória de trabalho são complexas. A memória de trabalho tem um papel central em toda a cognição. Ela corresponde à habilidade de manter itens, percepções e tarefas ativos na mente (on-line), sem se apoiar em mais estímulos do mundo externo. A memória de trabalho age como um núcleo gerenciador de trabalho, no qual percepções e pensamentos, constantemente atualizados, são processados, transformados e manipulados. As áreas cerebrais envolvidas no controle da atenção se sobrepõem às áreas requeridas pela memória de trabalho, em particular as redes frontoparietais. Para a memória de trabalho funcionar adequadamente, é necessária uma central executiva que controle e manipule os conteúdos da memória de trabalho; essa central executiva seria a atenção. Nesse sentido, a atenção filtra o que entra no sistema da memória de trabalho, além de contribuir para a manutenção de tais itens em tal sistema. A velocidade de processamento é um aspecto geral de quase toda cognição humana; ela corresponde ao tempo que um indivíduo leva para realizar uma tarefa mental, da fase inicial de perceber a tarefa até sua realização completa. Na avaliação da atenção, alguns testes medem a tarefa cronometrando o tempo que o indivíduo utiliza para realizá-la, estimando, assim, a velocidade de processamento. 8. Sobre os Transtornos da Ansiedade, diferencie o Transtorno de Ansiedade Social do Transtorno de Ansiedade Generalizada. Transtorno de Ansiedade Social (Fobia Social/TAS) está associada a medo ou constrangimento em situações sociais, enquanto que Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) envolve a preocupação ou ansiedade excessivas com tudo, “nervos à flor da pele”, sensação de estar “no limite”. T A G Preocupações sociais são comuns no transtorno de ansiedade generalizada, mas o foco é mais na natureza das relações existentes do que no medo de avaliação negativa. Os indivíduos com transtorno de ansiedade generalizada, particularmente crianças, podem ter preocupações excessivas acerca da qualidade do seu desempenho social, mas essas preocupações também são pertinentes ao desempenho não social e a quando o indivíduo não está sendo avaliado pelos outros. No transtorno de ansiedade social, as preocupações focam no desempenho social e na avaliação dos demais. F O B IA S O C IA L Os indivíduos com transtorno de ansiedade social frequentemente têm ansiedade antecipatória que está focada nas próximas situações sociais em que devem apresentar um desempenho ou ser avaliados por outros, enquanto aqueles com transtorno de ansiedade generalizada se preocupam independentemente de estarem ou não sendo avaliados. 9. Cite os critérios diagnósticos do TAS e do TAG. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS TAG A. Ansiedade e preocupação excessivas (expectativa apreensiva), ocorrendo na maioria dos dias por pelo menos seis meses, com diversos eventos ou atividades (tais como desempenho escolar ou profissional). B. O indivíduo considera difícil controlar a preocupação. C. A ansiedade e a preocupação estão associadas com três (ou mais) dos seguintes seis sintomas (com pelo menos alguns deles presentes na maioria dos dias nos últimos seis meses). Nota: Apenas um item é exigido para crianças. 1. Inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele. 2. Fatigabilidade. 3. Dificuldade em concentrar-se ou sensações de “branco” na mente. 4. Irritabilidade. 5. Tensão muscular. 6. Perturbação do sono (dificuldade em conciliar ou manter o sono, ou sono insatisfatório e inquieto). D. A ansiedade, a preocupação ou os sintomas físicos causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. E. A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica (p. ex., hipertireoidismo). F. A perturbação não é mais bem explicada por outro transtorno mental (p. ex., ansiedade ou preocupação quanto a ter ataques de pânico no transtorno de pânico, avaliação negativa no transtorno de ansiedade social [fobia social], contaminação ou outras obsessões no transtorno obsessivo-compulsivo, separação das figuras de apego no transtorno de ansiedade de separação, lembranças de eventos traumáticos no transtorno de estresse pós-traumático, ganho de peso na anorexia nervosa, queixas físicas no transtorno de sintomas somáticos, percepção de problemas na aparência no transtorno dismórfico corporal, ter uma doença séria no transtorno de ansiedade de doença ou o conteúdo de crenças delirantes na esquizofrenia ou transtorno delirante). CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS TAS A. Medo ou ansiedade acentuados acerca de uma ou mais situações sociais em que o indivíduo é exposto a possível avaliação por outras pessoas. Exemplos incluem interações sociais (p. ex., manter uma conversa, encontrar pessoas que não são familiares), ser observado (p. ex., comendo ou bebendo) e situações de desempenho diante de outros (p. ex., proferir palestras). Nota: Em crianças, a ansiedade deve ocorrer em contextos que envolvem seus pares, e não apenas em interações com adultos. B. O indivíduo teme agir de forma a demonstrar sintomas de ansiedade que serão avaliados negativamente (i.e., será humilhante ou constrangedor; provocará a rejeição ou ofenderá a outros). C. As situações sociais quase sempre provocam medo ou ansiedade. Nota: Em crianças, o medo ou ansiedade pode ser expresso chorando, com ataques de raiva, imobilidade, comportamento de agarrar-se, encolhendo-se ou fracassando em falar em situações sociais. D. As situações sociais são evitadas ou suportadas com intenso medo ou ansiedade. E. O medo ou ansiedade é desproporcional à ameaça real apresentada pelasituação social e o contexto sociocultural. F. O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente durando mais de seis meses. G. O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. H. O medo, ansiedade ou esquiva não é consequência dos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou de outra condição médica. I. O medo, ansiedade ou esquiva não é mais bem explicado pelos sintomas de outro transtorno mental, como transtorno de pânico, transtorno dismórfico corporal ou transtorno do espectro autista. J. Se outra condição médica (p. ex., doença de Parkinson, obesidade, desfiguração por queimaduras ou ferimentos) está presente, o medo, ansiedade ou esquiva é claramente não relacionado ou é excessivo. Especificar se: Somente desempenho - Se o medo está restrito à fala ou ao desempenhar em público. 10. Sobre o curso do desenvolvimento, qual transtorno da ansiedade geralmente se desenvolve na adolescência? A maior prevalência é em qual idade? O Transtorno de Ansiedade Social (Fobia Social/TAS) tem início médio aos 13 anos, é mais raro em adultos, ademais adultos jovens expressam ansiedade para situações mais específicas. A estimativa de prevalência de 12 meses do transtorno varia entre 7% a 2,3%, sendo que as taxas de prevalência em crianças e adolescentes são comparáveis às dos adultos e descressem com a idade. 11. Qual a diferença entre um ataque de pânico e o Transtorno do Pânico? O Transtorno de Pânico acontece de forma súbita, recorrente, sem motivo aparente e está associado a medo de novos episódios. Um ataque de pânico é um surto abrupto de medo ou desconforto intenso que alcança um pico em minutos e durante o qual ocorrem quatro ou mais de uma lista de 13 sintomas físicos e cognitivos. Os sintomas são apresentados com o propósito de identificação de um ataque de pânico; no entanto, o ataque de pânico não é um transtorno mental e não pode ser codificado. Os ataques de pânico podem ocorrer no contexto de um transtorno de ansiedade, além de outros transtornos mentais (p. ex., transtornos depressivos, transtorno de estresse pós-traumático, transtornos por uso de substâncias) e algumas condições médicas (p. ex., cardíaca, respiratória, vestibular, gastrintestinal). Quando a presença de um ataque de pânico é identificada, ela deve ser anotada como um especificador (p. ex., “transtorno de estresse pós- traumático com ataques de pânico”). Para transtorno de pânico, a presença de ataques de pânico está inclusa nos critérios diagnósticos, e o ataque de pânico não é usado como especificador. 12. Uma das comorbidades dos Transtornos da Ansiedade é o Jogo Patológico, comente sobre os grupos de apoio anônimos como o “Jogadores Anônimos”. Por que são recomendados? Jogo patológico. É a compulsão por se envolver em jogos de azar, fazer apostas, especular com dinheiro, apesar de prejuízos financeiros e sociais percebidos pelo sujeito (Abreu et al., 2008). Hoje em dia, tornou-se relativamente frequente a compulsão por games na internet. O comportamento de um indivíduo em relação à comida, ao jogo e ao objeto sexual pode possuir os mesmos aspectos observados nos quadros de dependência química em relação à droga: avidez (ânsia por comida, pelo jogo ou pelo parceiro sexual), pensamentos recorrentes (quanto aos mesmos), negação da dependência, sintomas de abstinência e a ocorrência de prejuízos psicossociais significativos. Grupos de autoajuda como Jogadores Anônimos se desenvolveram a partir do modelo dos Alcoólicos Anônimos, incluindo a adoção e adaptação do modelo dos “12 passos” para suas compulsões especificas. Por meio da disseminação dos grupos, as compulsões foram adequadas a terminologias “politicamente corretas” para designar os diferentes excessos. JA pode ser definido como um agrupamento de pessoas que recorrem a valores como solidariedade para propagar dietas de governo da vida em um mundo que cobra cada vez mais deles a capacidade de desenvolver autocontrole. Nessas comunidades, os participantes devem aprender a controlar seus desejos excessivos, ao mesmo tempo em que ouvem e compartilham histórias relacionadas à temática. 13. Sobre a Depressão Maior, comente as diferenças entre um episódio único ou recorrente, nível de gravidade (leve, moderado ou grave) e remissão de sintomas (total ou parcial). ÚNICO VS. RECORRENTE Único: quando os critérios sintomáticos são satisfeitos dentro de um período de 2 (dois) meses. Recorrente: intervalo de pelo menos 2 (dois) meses consecutivos entre episódios separados em que não são satisfeitos os critérios. NÍVEL DE GRAVIDADE Leve (2 sintomas): Caso ocorram, são poucos os sintomas presentes além daqueles necessários para fazer o diagnóstico, a intensidade dos sintomas causa sofrimento, mas é manejável, e os sintomas resultam em pouco prejuízo no funcionamento social ou profissional. Moderada (3 sintomas): O número de sintomas, sua intensidade e/ou o prejuízo funcional estão entre aqueles especificados para “leve” e “grave”. Grave (4 ou 5 sintomas e com agitação motora): O número de sintomas está substancialmente além do requerido para fazer o diagnóstico, sua intensidade causa grave sofrimento e não é manejável, e os sintomas interferem acentuadamente no funcionamento social e profissional. REMISSÃO Total ou completa: Durante os últimos dois meses, nenhum sinal ou sintoma significativo da perturbação esteve presente. Parcial: Presença de sintomas do episódio depressivo maior imediatamente anterior, mas não são satisfeitos todos os critérios ou existe um período de menos de dois meses sem sintomas significativos de um episódio depressivo maior após o término desse episódio. 14. Quais os critérios Diagnósticos do Transtorno Depressivo Recorrente (Distimia)? Este transtorno representa uma consolidação do transtorno depressivo maior crônico e do transtorno distímico definidos no DSM-IV. A. Humor deprimido na maior parte do dia, na maioria dos dias, indicado por relato subjetivo ou por observação feita por outras pessoas, pelo período mínimo de dois anos. Nota: Em crianças e adolescentes, o humor pode ser irritável, com duração mínima de um ano. B. Presença, enquanto deprimido, de duas (ou mais) das seguintes características: 1. Apetite diminuído ou alimentação em excesso. 2. Insônia ou hipersonia. 3. Baixa energia ou fadiga. 4. Baixa autoestima. 5. Concentração pobre ou dificuldade em tomar decisões. 6. Sentimentos de desesperança. C. Durante o período de dois anos (um ano para crianças ou adolescentes) de perturbação, o indivíduo jamais esteve sem os sintomas dos Critérios A e B por mais de dois meses. D. Os critérios para um transtorno depressivo maior podem estar continuamente presentes por dois anos. E. Jamais houve um episódio maníaco ou um episódio hipomaníaco e jamais foram satisfeitos os critérios para transtorno ciclotímico. F. A perturbação não é mais bem explicada por um transtorno esquizoafetivo persistente, esquizofrenia, transtorno delirante, outro transtorno do espectro da esquizofrenia e outro transtorno psicótico especificado ou transtorno do espectro da esquizofrenia e outro transtorno psicótico não especificado. G. Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica (p. ex., hipotireoidismo). H. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. Nota: Como os critérios para um episódio depressivo maior incluem quatro sintomas que estão ausentes da lista de sintomas para transtorno depressivopersistente (distimia), um número muito limitado de indivíduos terá sintomas depressivos que persistiram por mais de dois anos, mas não irá satisfazer os critérios para transtorno depressivo persistente. Caso tenham sido satisfeitos todos os critérios para um episódio depressivo maior em algum momento durante o episódio atual da doença, tais indivíduos devem receber diagnóstico de transtorno depressivo maior. De forma alternativa, um diagnóstico de outro transtorno depressivo especificado ou transtorno depressivo não especificado é justificado.
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