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Anatomia radiológica e segmento torácico

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1 MABEL MORAIS – 7º SEMESTRE – IMAGEM – 22/02 
{Anatomia radiológica – segmento torácico} 
1. ETMOLOGIA: 
- ANATOMIA: ramo da biologia no qual se estudam a estrutura e organização dos seres vivos, tanto externa 
quanto internamente. 
- RADIOLOGIA: parte da ciência que estuda órgãos e/ou estruturas através da utilização de diversos 
diagnósticos por imagem. 
- ANATOMIA RADIOLÓGICA: estudo morfológico e seccional dos diversos sistemas que compõe o corpo 
humano, nos diferentes métodos de diagnóstico por imagem, incluindo RX, TC, RM, USG e medicina nuclear. 
OBS: 
 AXIAL é a mesma coisa de TRANSVERSAL. É um corte de cima. 
 CORONAL é a imagem de frente. 
 SAGITAL é a imagem vista de lado. 
O estudo do RX de tórax é sempre feito em 2 incidências, porque isso facilita 
a visualização e minimiza a limitação (sobreposição de estrutura e 
densidade). 
Para tórax: 
 Na pratica clínica o RX é o método de investigação inicial para tórax. 
 A TC é o exame padrão ouro (só é usado se o RX não conseguir definir). 
 O USG tem indicações especificas para tórax. Não é um método bom para avaliar alterações do 
parênquima pulmonar. Na pratica clínica é utilizado para avaliar: derrames pleurais. 
No fast ultrassom pneumotórax e também derrame pleural. 
Indicações especificas do USG: avaliar a característica do derrame pleural (purulento, sanguinolento), 
pesquisa de derrames pleurais muito pequenos. 
 A RM não vê bem o parênquima pulmonar. Usada como método de exceção quando existe contra-
indicação para fazer TC. 
OBS: contra indicações para TC: grávida, alergia ao contraste iodado. 
 
2. ANATOMIA RADIOLÓGICA TORÁCICA: 
Metodologia para estudar o tórax → A,B,C,D,E – vai 
ser utilizado para avaliar todos os RXs de tórax: 
A – Vai avaliar as VIAS AÉREAS → traquéia (vê se 
ela está centralizada), brônquios fonte direito e 
esquerdo. 
B – Vai avaliar os CAMPOS PULMONARES (pulmão 
direito e esquerdo) → se os pulmões estão 
simétricos, volume normal, reduzido ou aumentado. 
 Se tiver uma redução do volume vai ter 
elevação da cúpula frênica e as estruturas do 
 
2 MABEL MORAIS – 7º SEMESTRE – IMAGEM – 22/02 
mediastino vão ser puxadas para o lado que está com volume reduzido. Volume reduzido seria uma 
atelectasia. 
 O volume aumentado seria devido a um enfisema, DPOC – pulmão hiper-expandido. A cúpula frênica vai 
ficar retificada. 
Vai olhar nos pulmões também a transparência (redução, aumento). Vai avaliar também as estruturas 
vasculares do parênquima pulmonar. 
C – CIRCULAÇÃO → Avalia os vasos do mediastino, aorta, tamanho do coração (área cardíaca aumentada ou 
reduzida). 
D – DIAFRAGMA → se está normal, elevado, abaixado. 
E – Qualquer coisa a mais → ARCABOUÇO ÓSSEO: clavícula direita e esquerda, escápula, úmero, costelas, 
partes moles. 
OBS: Revisão de como o RX é formado: primeiro ele ultrapassa o paciente e impressiona o filme. O local onde 
menos passou o RX é onde fica mais branco (osso/costela). O parênquima pulmonar é onde passa mais RX e fica 
mais preto. 
3. ANATOMIA RADIOLÓGICA DO SEGMENTO TORÁCICO - RADIOGRAFIA: 
 
a. Avaliação quanto a EXPOSIÇÃO: 
A primeira coisa diante de um RX de tórax é avaliar se o Raio X tem qualidade técnica. 
3 critérios: (são critérios de qualidade técnica do RX): 
 Exposição: ver o quanto o paciente foi exposto ao 
RX (tem que dar a quantidade de RX de acordo com 
o biotipo – tem que conseguir atravessar toda a 
estrutura do paciente até chegar no filme); 
 Posicionamento; 
 Inspiração. 
Vai ver através dos critérios se o RX tem como dar o diagnóstico. 
 
 
Nesse RX da pra ver os corpos vertebrais, área do parênquima 
pulmonar retrocardíaco, vasos pulmonares → então, esse é um RX 
com penetração adequeada. 
 
 
 
 
 
 
Parênqui
ma 
pulmona
r 
retrocar
diaco 
Corpos vertebrais 
Vasos pulmonares 
 
3 MABEL MORAIS – 7º SEMESTRE – IMAGEM – 22/02 
Depois de avaliar se o RX está adequado, vai tentar dar o diagnóstico seguindo o A,B,C,D,E: 
 
A – VIAS AÉREAS → da pra ver que a traquéia está centrada e da pra ver o brônquio fonte direito e esquerdo. 
B – CAMPOS PULMONARES → existe simetria entre o campo direito e esquerdo, volume está normal e a 
transparência está homogênea. 
C- CIRCULAÇÃO → grandes vasos e coração. É importante olhar se os contornos não estão aumentados. 
 
 
A direita tem 2 contornos mediastinicos: VCS e AD. 
A esquerda tem 3 contornos mediastinicos: a 
crosta aórtica, tronco da artéria pulmonar e VE. 
 
 
 
 
D – DIAFRAGMA → Normalmente a direita é um pouco mais elevada que a esquerda, porque o fígado é maior 
que o baço e empurra. Em relação ao formato tem que ser meio côncavo, se tem uma retificação pode ser 
hiperinsuflação. 
E – DEMAIS ESTRUTURAS → vai avaliar o arcabouço ósseo (corpos vertebrais, clavículas, costelas, escápulas, 
úmero), vai avaliar também a parte de 
musculatura e subcutâneo. 
b. Avaliação quanto a INSPIRAÇÃO: 
 
Inspiração é o grau de insuflação pulmonar. 
 
 
DIAFRAGMA 
 
4 MABEL MORAIS – 7º SEMESTRE – IMAGEM – 22/02 
Na inspiração inadequada o paciente não enche bem o peito, com isso, o mediastino fica mais alargado, o 
coração fica mais deitado (parece que está maior), os vasos pulmonares ficam mais calibrosos. 
Se o paciente enche bem o peito e o pulmão se expande mais – o pulmão comprime o ar dentro dos alvéolos, os 
vasos ficam menos calibrosos, o mediastino fica mais afilado, o coração fica mais verticalizado. 
# Como ver se a inspiração está adequada? 
- CONTANDO AS COSTELAS. 
- Uma inspiração adequada ocorre quando o campo pulmonar está entre a 7º e 9º costelas anteriores ou 9º e 
11º costelas posteriores. 
- As costelas anteriores tem um formato mais oblíquo e elas não são vistas claramente. 
- As costelas posteriores são vistas de uma forma mais clara. Tem um formato mais horizontalizado. 
 
c. Avaliação quanto ao POSICIONAMENTO: 
Se o paciente está rodado ou não, se o paciente colocou as 
escápulas fora do campo pulmonar, etc. 
Como saber se o paciente está rodado? Vê a linha que passa 
entre os processos espinhosos dos corpos vertebrais. 
Processos espinhosos são as bolinhas no meio dos corpos 
vertebrais. Passa uma linha vertical no meio dessas 
bolinhas e vê o contorno medial da costela. 
A distância verde que é entre o contorno medial da 
clavícula direita até a linha que passa pelos processos 
espinhosos – tem que ser igual a distância amarela. Se NÃO 
for igual o paciente está RODADO 9não está centralizado. 
Tem que ver se as escápulas estão fora do campo – elas tem que está fora do campo. 
d. Avaliação quanto as INCIDÊNCIAS: 
3 principais incidências: 
 AP (Antero-posterior); 
 PA (pôstero-anterior); 
 Perfil. 
Deve sempre fazer o RX em 2 incidências para evitar a sobreposição de densidades. 
ANTERIORES POSTERIORES 
 
5 MABEL MORAIS – 7º SEMESTRE – IMAGEM – 22/02 
As incidências básicas para RX de tórax são: PA e perfil. 
- PA: feixe de RX entra pelas costas e sai pela frente. O filme fica encostado na parte anterior do paciente. Então 
o RX atravessa das costas para frente e impressiona o filme. 
PA É a MELHOR incidência para avaliar o tórax. Porque o coração é anterior, então quanto mais próximo uma 
estrutura fica do filme, menos ela é distorcida. Então em PA o coração fica menor, com uma imagem melhor 
para avaliar. 
- AP: o RX entra pela frente e sai por trás. O filme fica colado nas costas do paciente. 
O AP distorce mais os grandes vasos e o coração, porque eles são mais anteriores – então essas estruturas ficam 
mais longes do filme e com isso mais distorcidas. 
Vai fazer o AP quando o paciente tiver acamado e não tiver condições de ficar em pé (ortostase). 
Então AP é uma incidência de exceção. 
 
4. ESTRUTURAS AVALIADAS EM UM RX DE TÓRAX: 
 
OBS: 12 é a bolha de ar gástrica – quando vê a bolha de ar com nível hidroaéreo, significa que o paciente estava 
em pé (ortostase).6 MABEL MORAIS – 7º SEMESTRE – IMAGEM – 22/02 
5. PULMÕES: 
Tem vários segmentos e lobos. 
O pulmão direito tem 
 3 lobos: superior, médio e inferior. 
 2 cissuras separando os 3 lobos: horizontal e oblíqua. 
O pulmão esquerdo tem: 
 2 lobos: superior e inferior. 
 1 cissura separando os 2 lobos: oblíqua. 
Os volumes são similares, o que tem em um tem no outro. EXCETO a cissura horizontal. 
A cissura horizontal separa o lobo superior do lobo médio. 
Não tem lobo médio do lado esquerdo, tem a LINGULA – que faz parte do lobo superior. 
Do lado direito a cissura oblíqua separa o lobo superior e médio do inferior. Do lado esquerdo a cissura oblíqua 
separa o lobo superior do inferior. 
6. LOBOS PULMONARES: 
 
No perfil: o lobo médio é anterior e o lobo inferior é posterior. 
A cisura MENOR separa o lobo superior do médio. A cisura MAIOR ou oblíqua separa o lobo superior e médio 
do inferior (a direita) e o superior e inferior (a esquerda). 
LEMBRAR: do lado esquerdo NÃO tem a cisura MENOR. O local onde a direita é lobo médio, a esquerda é lingula 
e faz parte do lobo superior. 
O lobo superior direito (LSD) a a parte mais alta vai de anterior até 
posterior, só na parte mais baixa que entra o lobo inferior. 
 
 
 
7 MABEL MORAIS – 7º SEMESTRE – IMAGEM – 22/02 
O lobo médio fica abaixo da cisura menor e fica anterior (projetado) 
sob a sombra cardíaca (porque ele está no mesmo plano do coração – 
ao 2 estão anteriores). 
O sinal da silhueta permite dizer se a estrutura está anterior ou 
posterior (sem precisar do perfil). 
 
OBS: SINAL DA SILHUETA → é a ausência do contorno. Acontece quando estruturas adjacentes estão 
preenchidas por uma mesma densidade. É o sinal da ausência do contorno. Serve para localizar se o processo 
patológico está mais anterior ou posterior no RX de tórax. 
- Se for a perda do contorno do coração – é um processo patológico anterior (lobo médio - lingula). 
- Se for um processo patológico posterior (lobo inferior), pode apagar o contorno do diafragma. 
OBS: Só consegue ver contorno em RX ou TC se tiver densidade diferente (perto/branco). 
7. CORAÇÃO E VASOS DA BASE: 
Os contornos do mediastino são anteriores. 
Se apagar esses contornos anteriores tem o sinal da silhueta, demonstrando mesmo em RX em PA que o 
processo é no lobo superior ou no lobo médio. 
Os processos patológicos do lobo inferior NÃO APAGAM O CONTORNO DO MEDIASTINO. Podem apagar o 
contorno do diafragma.

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