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1 MABEL MORAIS – 7º SEMESTRE – IMAGEM – 26/04 Abdome agudo inflamatório 1. DEFINIÇÃO: O abdome agudo inflamatório pode ser definido como um quadro de dor abdominal, decorrente de um processo inflamatório e/ou infeccioso localizado na cavidade abdominal, ou em órgãos e estruturas adjacentes. É o tipo de abdome agudo MAIS COMUM. CASO CLÍNICO: Paciente chegou ao serviço de urgência e emergência relatando dor abdominal há 10 dias. Há 11 dias ingeriu 5L de vinho evoluindo no dia seguinte com dor abdominal em cólica localizada na fossa ilíaca esquerda que irradiava para o hipogástrio e fossa ilíaca esquerda contínua e de intensidade 10/10. Refere ter apresentado febre. Não sabe especificar por quantos dias. Apresentou também vômitos pós alimentares evoluindo com hiporexia e fezes amolecidas, escurecidas e em pouca quantidade. Foi ao serviço de emergência onde realizou USG de abdome com suspeita de apendicite, fez uso de dipirona e tramal, mantendo quadro álgico. Há 3 dias a dor migrou, estando localizada em região epigástrica, sendo intermitente e de intensidade 6-7/10. Foi transferido para Salvador no HUPES realizando TC de abdome. IS: Geral: vide HMA; Pele e fâneros: nega lesões em pele ou alterações em fâneros; Cabeça e pescoço: nega linfonodomegalia; AR: nega dispneia, hemoptise, tosse; ACV: nega palpitações, nega dispneia paroxística noturna e dor torácica; TGI: vide HMA; AGU: nega disúria, urina escura, urgência, incontinência; Osteoarticular: relata deformidade congênita em quinto quirodáctilo de ambas as mãos. Nega dores ou edemas articulares. AM: nega comorbidades, uso de medicações, internamentos prévios, cirurgias, hemotransfusão, alergias. AF: relata extensa história familiar com acometimento renal, porém não sabe especificar etiologia. HV: etilista intenso. Nega tabagismo. O que fazer para investigar? No caso de abdome agudo inflamatório, a investigação inicial se da através da USG. Porque os órgãos sólidos da cavidade abdominal apresentam todas as densidades semelhantes ao RX, então, não tem como dimensionar um processo inflamatório através do RX. Fazer o exame físico para ver se tem sinais de irritação peritoneal. Fazer exame laboratorial para ver como tá o hematócrito, leucograma. Se for mulher fazer o BHCG. 2 MABEL MORAIS – 7º SEMESTRE – IMAGEM – 26/04 1- Fígado; 2- Pulmão direito; 3- Veia cava inferior; 4- Ventrículo esquerdo; 5- Ventrículo direito; 6- Pulmão colabado (atelectasiado); 7- Derrame pleural; 8- Aorta. A gordura tem que ser homogênea – laranja Azul – baço Vermelho – pulmão atelectasiado. 1- Fígado; 2- Baço; 3- Aorta; 4- Gordura. Verde – gordura infiltrada por líquido. Adensamento da gordura = aumento da densidade da gordura. É um achado tomográfico muito importante e prevalente no abdome agudo inflamatório. Tem um derrame pleural a esquerda. Esquerda – sem contraste. Direita – com contraste. Verde – estômago. Laranja – coleção de líquido adjacente a parede do estômago. Vermelho – veias hepáticas (direita/média/esquerda) que estão confluindo para o segmento intra-hepático da veia cava inferior. 3 MABEL MORAIS – 7º SEMESTRE – IMAGEM – 26/04 Azul – gordura perigástrica infiltrada por líquido. Vermelho – coleção liquida (adjacente a parede do estômago). Vermelho – coleção de líquido; Azul – infiltração da gordura. 1- Fígado 2- Aorta 3- Baço 4- Estômago 5- Cauda do pâncreas 4 MABEL MORAIS – 7º SEMESTRE – IMAGEM – 26/04 Tem bolha de ar Laranja – coleção líquida peripancreática. OBS: o contraste é imprescindível na avaliação da pancreatite aguda. 1- Rim esquerdo 2- Baço 3- Pâncreas 4- Estômago 5- Fígado Vermelho - Pâncreas está aumentado de tamanho, apresentando limites imprecisos com adensamento da gordura e coleções peripancreáticas – típico de pancreatite aguda. Seta vermelha – veia porta Verde – bolha de ar Setas amarelas – coleção líquida Seta branca e preta – flexura esplênica do cólon. Branco – pâncreas Seta branca – líquido peripancreático OBS: O processo inflamatório cursa com aumento do órgão acometido e infiltração da gordura adjacente. Toda essa área está infiltrada de líquido por conta da pancreatite aguda 1- Fígado 2- Vesícula 3- Estômago 4- pâncreas 5- Rim direito 6- Rim esquerdo 5 MABEL MORAIS – 7º SEMESTRE – IMAGEM – 26/04 Vermelho – pedaço da cabeça do pâncreas Azul – coleção liquida infiltrando todo o abdômen Laranja – estômago Roxo – vesícula biliar Seta roxa – veia esplênica (fica posterior ao pâncreas). Vermelho – pedaço da cabeça do pâncreas Azul – coleção liquida Laranja – vesícula biliar Amarelo – pedaço da alça intestinal delgada Seta vermelha – desaguamento da veia renal esquerda (que passa anteriormente a aorta e desagua na veia cava inferior). Vermelho - Tem um adensamento significativo de toda a gordura peritoneal e retroperitoneal. Com uma coleção mais localizada em topografia anterior ao rim esquerdo Laranja – vesícula biliar Azul – aorta Lilás – veia cava inferior. Vermelho – alça de intestino delgado Azul – alça de intestino grosso. Traço vermelho – alça de intestino delgado Azul – pedaço do polo inferior do fígado Amarelo – rim direito Verde – rim esquerdo Preto – aorta Lilás – veia cava inferior Bola vermelha – musculo psoas Azul perto da vértebra – quadrado lombar 6 MABEL MORAIS – 7º SEMESTRE – IMAGEM – 26/04 Vermelho – psoas esquerdo e direito Laranja – aorta Azul – veia cava inferior Adensamento de gordura a esquerda quando comparado ao lado direito. Vermelho – músculo psoas AICD – artéria ilíaca comum direita AICE – artéria ilíaca comum esquerda VICD – veia ilíaca comum direita VICE – veia ilíaca comum esquerda OBS: de alteração continua tendo o adensamento da gordura a esquerda. Lado direito normal. Lado esquerdo adensado 1-Músculo psoas direito 2-Músculo psoa esquerdo. 7 MABEL MORAIS – 7º SEMESTRE – IMAGEM – 26/04 Vermelho – psoas direito e esquerdo Seta vermelha – vasos ilíacos Seta azul – alças intestinais Azul – vasos ilíacos a direita Laranja – vasos ilíacos a esquerda 2. PAPEL DOS MÉTODOS DE IMAGEM NA AVALIAÇÃO DO ABD AGUDO INFLAMATÓRIO: RAIO-X ABDOMINAL: - É útil no achado de calcificações pancreáticas, colelitíase e de gás nos abscessos pancreáticos. - Poderá traduzir sinais secundários da pancreatite aguda, como distensão abdominal (40% dos casos), presença de alça sentinela do delgado e distensão de segmentos do cólon (cólon cut-off sign). - Muito útil para o diagnóstico diferencial com outras patologias, como rotura de víscera oca (através da visualização de pneumoperitônio), oclusão intestinal e isquemia mesentérica. TOMOGRAFIA: - É o padrão-ouro para pacncreatite aguda. - Método de escolha para abdômen agudo inflamatório. 8 MABEL MORAIS – 7º SEMESTRE – IMAGEM – 26/04 - Sensibilidade de 92% e especificidade de 100% para a detecção de pancreatite aguda. - Melhor modalidade para avaliação de complicações da pancreatite aguda (necrose, coleções líquidas agudas, abcessos e pseudocistos) e câncer de pâncreas. - Fornece imagens de toda a glândula e de sua relação com outras estruturas. - Vantagens: Obtenção de imagens sem superposição; Capacidade de capturar diferenças mínimas de densidade tissular; Método não invasivo; Torna possível procedimentos invasivos; Disponível. - Desvantagens: Emprego de radiação ionizante; Custo elevado comparado ao raio-X e USG; Necessidade deutilização do meio de contraste organoiodado (nesse caso muito útil para detecção de necrose) para a maioria dos estudos; A infusão endovenosa de contraste é imprescindível na pancreatite aguda para informar sobre necrose pancreática. PANCREATITE CRÔNICA: - Ducto de Wirsung (principal) dilatado, pâncreas reduzido e alguns casos de calcificações em todo o pâncreas. - Alcoolismo é a sua principal causa. Tomografia sem contraste endovenoso mostrando calcificações. Tem um pseudocisto pancreático. RX mostrando calcificações na topografia do pâncreas.
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