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Abdome agudo vascular

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1 MABEL MORAIS – 7º SEMESTRE – IMAGEM – 03/05 
Abdome agudo vascular 
 
1. DEFINIÇÃO DE ABDOME AGUDO: 
Síndrome clínica caracterizada por DOR na região abdominal, NÃO TRAUMÁTICA, SÚBITA e de intensidade 
variável, associada ou não há outros sintomas, e que necessita de diagnóstico e conduta terapêutica imediatos, 
cirúrgica ou não. 
INFLAMATÓRIO Dor insidiosa e com piora progressiva, febre, peritonite localizada ou difusa. 
 
OBSTRUTIVO Distensão, parada de eliminação de gases e fezes, náuseas, vômitos. 
 
VASCULAR Dor intensa súbita, tipo cólica, desproporcional ao exame físico. 
 
HEMORRÁGICO Dor súbita e sinais de choque hipovolêmico. 
 
 
PERFURATIVO Dor com piora súbita, intensa, aguda e persistente, peritonite, palidez, sudorese, 
evoluindo para choque séptico se não tratado. 
 
2. ABDOME AGUDO VASCULAR: 
Causado por condições que REDUZEM O FLUXO SANGUÍNEO PARA O INTESTINO, determinando um quadro 
de ISQUEMIA MESENTÉRICA AGUDA. 
É incomum. 
Elevada taxa de mortalidade. 
O prognóstico é tempo dependente → quanto mais rápido o diagnóstico e a conduta, melhor vai ser o prognóstico. 
 
ISQUEMIA MESENTÉRICA: 
 
 
 
 
 
 
 
3. IRRIGAÇÃO DO TRATO GASTROINTESTINAL: 
Vem da AORTA ABDOMINAL e se dá por 3 ramos da aorta abdominal: 
1. Tronco celíaco (TC); 
2. Artéria mesentérica superior (MAS); Responsáveis pela irrigação das alças intestinais. 
3. Artéria mesentérica inferior (AMI). 
AGUDA (95%)
Oclusão arterial (60 
a 85%)
Oclusão venosa (5 a 
15%)
Isquemia não 
oclusiva (15 a 30%)
CRÔNICA (5%)
Aterosclerose
 
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A aorta abdominal se inicia quando a aorta passa no hiato diafragmático. 
A aorta abdominal é dividida nos segmentos: suprarrenal e segmento infrarrenal 
 
 
 
 
 
TRONCO CELÍACO ARTÉRIA MESENTÉRICA 
SUPERIOR 
ARTÉRIA MESENTÉRICA 
INFERIOR 
É o primeiro ramo da aorta abdominal. 
Irriga: 
 Estômago 
 Duodeno proximal 
 Fígado 
 Pâncreas 
 Baço 
3 ramos arteriais: 
 Gástrica esquerda 
 Esplênica 
 Hepática comum – se divide em: 
▪ Hepática própria (vai para 
o fígado) 
▪ Gastroduodenal – se divide 
em: 
→ Pancreatoduodenal 
superior 
→ Gastroepipóica 
direita. 
 
Irriga: 
 Duodeno distal 
 Mesentério 
 Cólon ascendente 
Ramos: 
 Pancreatoduodenal 
inferior 
 Jejunal 
 Ileal 
 Ileocólica 
 Cólica direita 
 Cólica média 
 
Irriga: 
 Colon transverso 
 Flexura esplênica 
 Cólon descendente 
 Sigmóide 
 Reto superior 
Ramos: 
 Cólica esquerda 
 Ramos sigmóides 
 Ramos terminais 
 
 
4. CIRCULAÇÃO VENOSA: 
- Veia mesentérica superior 
- Veia mesentérica inferior 
 
OBS: Comunicações entre o tronco celíaco e a artéria mesentérica superior: 
A circulação da artéria mesentérica superior se comunica com ramos do tronco celíaco e ramos da artéria 
mesentérica inferior através de ARCADAS: 
 
- Arcada marginal de Drummond: 
 Anastomose entre os ramos terminais da 
artéria mesentérica superior e a artéria 
mesentérica inferior. 
 
- Arcada de Rioloan: 
 Anastomose entre as artérias cólicas média e 
esquerda. 
 
 
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5. ISQUEMIA MESENTÉRICA AGUDA X CRÔNICA (DADOS CLÍNICOS): 
 
AGUDA CRÔNICA 
Doença de pacientes idosos e com outras 
comorbidades. 
 
Média de idade de 70 anos. 
 
O paciente tipicamente apresenta com dor de forte 
intensidade, desproporcional aos achados de exame 
físico. 
 
Náuseas, vômitos, diarréia. 
 
Exames laboratoriais inespecíficos. 
 
DIAGNÓSTICO: 
 
- Desafiador, porque os sinais clínicos e exames 
laboratoriais são inespecíficos. 
 
- Faz-se necessário um elevado grau de suspeição 
clínica e radiológica para que se estabeleça o 
diagnóstico em tempo hábil. 
 
Cólicas pós prandiais que duram 1 a 2 horas. 
 
Aversão a comida. 
 
Perda de peso. 
 
Náuseas. 
 
Vômitos. 
 
Diarréia. 
 
6. DIAGNÓSTICO POR IMAGEM: 
- Raio X → não serve porque NÃO avalia vaso. 
- USG → não vai ver alterações de espessamento de alça. 
- TC (angio-TC) → Padrão-ouro porque é mais RÁPIDO. 
- RNM (angio-RM) 
 
ANGIO-TC ANGIO-RM 
- Mais rápido 
 
- Avalia vasos e estruturas 
extra-vasculares 
 
- Avalia lúmen e parede 
 
- Visibiliza cálcio 
 
- Avalia estruturas extra-
vasculares 
 
- Maior resolução espacial 
 
- Luminograma 
 
- Mais demorado 
 
- Limitação relacionada à 
implantes e dispositivos 
metálicos e marca-passos 
 
 
 
 
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OBS: Parâmetros técnicos da ANGIO-TC: 
- Equipamentos de múltiplos detectores. 
- Varredura bifásica: fases arterial e venosa: 
▪ A fase venosa permite o diagnóstico de oclusão venosa e também do realce anômalo no segmento alça 
intestinal isquêmico. 
- Infusão de 1,5ml/Kg em bomba, com velocidade 4 a 5 ml/s, seguida de infusão de soro fisiológico. 
- Administração de contraste oral NÃO é realizada. 
 
7. VANTAGENS DA ANGIO-TC: 
 
• Avaliação da luz e da parede dos vasos; 
• Calcificações parietais; 
• Aquisição rápida; 
• Resolução espacial elevada; 
• Elevadas sensibilidade e especificidade: 
→ Sensibilidade – 93,3% 
→ Especificidade – 95,9% 
OBS: Metodologia de interpretação das imagens: 
• Avaliação do lúmen intestinal; 
• Alças intestinais distendidas por líquido; 
• Parede intestinal; 
• Espessamento da parede da alça intestinal por edema (outros sinais: realce anômalo, pneumatose intestinal 
com ou sem gás na veia porta); 
• Mesentério e cavidade peritoneal; 
• Edema no mesentério: líquido na vacidade peritoneal e pneumoperitôneo (quando já tem rotura de alça); 
• Vasos; 
• Vísceras abdominopélvicas. 
 
Trombose da artéria mesentérica superior 
- Angio-TC no corte axial com contraste 
- Na seta azul – tem a veia cava inferior 
- Na seta vermelha – aorta 
 
 
Dissecção da artéria mesentérica superior 
- Metade da aorta está com fluxo sanguíneo 
1. Fígado 
2. Rim direito 
3. Baço 
4. Alça intestinal 
5. Coluna 
 
 
5 MABEL MORAIS – 7º SEMESTRE – IMAGEM – 03/05 
Trombose da artéria mesentérica superior 
 
 
 
 
 
 
Embolia da artéria mesentérica superior 
 Está no plano coronal 
 
 
 
 
Obstrução da artéria mesentérica superior 
 
 
 
 
 
 
Obstrução da artéria mesentérica superior 
Azul – veia porta 
Vermelho – veia mesentérica superior 
Amarelo – veia esplênica (passa posteriormente em relação ao 
fígado). 
 
 
 
 
Trombose das veias mesentérica superior e porta 
Tem um espessamento de parede de alça. 
Tem líquido livre ao redor do fígado. 
 
 
 
 
6 MABEL MORAIS – 7º SEMESTRE – IMAGEM – 03/05 
Trombose da veia mesentérica superior 
Plano coronal 
Azul – trombose da VMS que se estende para a veia porta 
Tem alça com parede espessada 
 
 
 
Trombose da veia mesentérica inferior 
 
 
 
 
 
Espessamento de parede de alças intestinais 
 
 
 
 
 
Espessamento de parede de alças intestinais 
 
 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS: 
- AngioTC é um método rápido e não invasivo para detecção de emergências vasculares. 
- Mesmos incomuns devem ser consideradas. 
- Quanto menor o tempo entre a sintomatologia, diagnóstico adequado e intervenção apropriada, menor a 
mortalidade nestas situações. 
- Um dos mais importantes e específicos achados de imagem na isquemia mesentérica aguda oclusiva é o 
envolvimento de segmentos de alça correspondentes a distribuição vascular. 
 
OBS: O método é TC. A técnica é ANGIO-TC.

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