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CRIMINOLOGIA DELEGADO DE POLÍCIA 2018 MG BANCA: FUMARC PROFESSOR: RODRIGO MONTES PERITO CRIMINAL rodrigoperitocriminal@gmail.com https://www.facebook.com/rodrigo.montes.96 •CRIMINOLOGIA ≠ CRIMINALÍSTICA CIÊNCIA QUE CUIDA DA ETIOLOGIA DO COMPORTAMENTO CRIMINOSO, E DE SEUS MEIOS PREVENTIVOS ESTUDO DE TODOS OS VESTÍGIOS EM UMA CENA DE CRIME Criminologia deriva do latim “crimino” (crime) e do grego “logos” (tratado ou estudo) Conceito • Ciência empírica e interdisciplinar que se ocupa do estudo do crime, da pessoa do infrator, da vítima e do controle social do comportamento delitivo e que trata de subministrar uma informação válida, constatada, sobre a gênese, dinâmica e viáveis principais do crime – contemplado este como problema individual e como problema social – assim como sobre programas de prevenção eficaz do mesmo e técnicos de intervenção positiva no homem delinquente e nos diversos modelos ou sistemas de resposta ao delito. INTERDISCIPLINAR ≠ MULTIDISCIPLINAR A criminologia é a ciência que, entre outros aspectos, estuda as causas e as concausas da criminalidade e da periculosidade preparatória da criminalidade. MÉTODO EMPIRISMO INTERDISCIPLINARIDADE OBJETOS DELITO DELINQUENTE VÍTIMA CONTROLE SOCIAL FUNÇÕES EXPLICAR E PREVENIR O CRIME INTERVIR NA PESSOA DO INFRATOR AVALIAR OS DIFERENTES MODELOS DE RESPOSTA AO CRIME CARACTERÍSTICAS MAS SIM PREOCUPA-SE COM A ETIOLOGIA” DO DELITO CIÊNCIA DO “SER” NÃO É CIÊNCIA EXATA NÃO ESGOTA SUA TAREFA NA MERA ACUMULAÇÃO DE DADOS SOBRE O DELITO INFORMAÇÃO, INTERPRETANDO-OS, SISTEMATIZANDO E VALORANDO-OS CONFORMA-SE COM UMA INFORMAÇÃO VÁLIDA, CONFIÁVEL E NÃO REFUTADA • Entretanto, a criminologia não estuda apenas o crime, mas também as circunstâncias sociais, a vítima, o criminoso, o prognóstico delitivo etc. A criminologia é uma ciência do “ser”, empírica, na medida em que seu objeto (crime, criminoso, vítima e controle social) é visível no mundo real e não no mundo dos valores, como ocorre com o direito, que é uma ciência do “dever ser”, portanto, normativa e valorativa. CRIMINOLOGIA CIÊNCIA DO “SER” DIREITO CIÊNCIA DO “DEVER SER” LÓGICO, ABSTRATO E DEDUTIVO FORÇA DOS FATOS PREVALECEM SOBRE ARGUMENTOS SUBJETIVOS INDUTIVA • MÉTODO ABSTRATO • FORMAL • DEDUTIVO CLÁSSICOS POSITIVISTAS • MÉTODO EMPÍRICO • OBSERVAÇÃO • INDUÇÃO • STATUS DE CIÊNCIA • AUTÔNOMA MÉTODOS E TÉCNICAS DE INVESTIGAÇÃO • QUALITATIVAS (OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE E ENTREVISTA EM PROFUNDIDADE) • E QUANTITATIVAS (ESTATÍSTICAS, QUESTIONÁRIO, MÉTODOS DE MEDIÇÃO ETC.) • TRANSVERSAIS (ÚNICA MEDIÇÃO DA VARIÁVEL OU FENÔMENO EXAMINADO). Ex: ESTUDOS ESTATÍSTICOS. • E LONGITUDINAIS (TOMAM VÁRIAS MEDIÇÕES, EM DIFERENTES MOMENTOS TEMPORAIS). Ex: ESTUDOS DE SEGUIMENTO, BIOGRAFIAS CRIMINAIS, OS CASE STUDIES. MÉTODOS CITADOS • 1) Reconhecimentos médicos. • 2) Exploração • 3) Entrevista • 4) Questionário • 5) Observação • 6) Discussão em grupo • 7) Experimento • 8) Testes psicológicos • 9) Métodos de medição • 10) Métodos sociométricos • 11) Métodos longitudinais • 12) De seguimento “follow up” • 13) Estudos paralelos e investigações com grupo de controle • 14) Particular referência ao método estatístico 1. RECONHECIMENTOS MÉDICOS • LABORATÓRIO • NEUROENCÁFALOGRAMAS • FÍSICAS • ETC. 2. EXPLORAÇÃO • CAPTAR DE MANEIRA EXAUSTIVA A PERSONALIDADE. • MÉTODO MAIS ADEQUADO DE INVESTIGAR O ASPECTO PSICOPATOLÓGICO. • LEVA-SE A CABO, GERALMENTE, NA FORMA DE CONVERSAÇÃO ENTRE DUAS PESSOAS. 3. ENTREVISTA • ESTRUTURAS MAIS SIMPLES E MENORES PRETENSÕES QUE A EXPLORAÇÃO. • NÃO NECESSITA DE UMA ESPECIAL QUALIFICAÇÃO. • PODE SER: PROFUNDA, DE RESPOSTAS LIVRES, CENTRADA, DE PERGUNTAS ABERTAS OU FECHADAS, DIRIGIDAS OU NÃO, DIRETAS OU INDIRETAS E ORAL. • PESQUISA PANEL?? SE ENTREVISTA OS MESMOS SETORES DA POPULAÇÃO SOBRE AS MESAS VARIÁVEIS MAS EM ÉPOCAS DIFERENTES, COM O OBJETIVO DE REGISTRAR MUDANÇAS DE OPINIÃO E DE CONDUTA. 4. QUESTIONÁRIO • GRANDES AMOSTRAS E SONDAGENS DE OPINIÃO. • INSTRUMENTO DE MEDIÇÃO QUANTITATIVA, NORMALIZADO, CALIBRADO E DE DUPLO ASPECTO. 5. OBSERVAÇÃO • PODE SER NÃO ESTRUTURADA (PARA ALCANÇAR DADOS, MAS SEM PARTIR DE HIPÓTESES MUITO CONCISAS); OU ESTRUTURADA, NO SENTIDO DAS HIPÓTESES. • METODOLOGIAS QUALITATIVAS, COMO A OBSERVAÇÃO PARTICIPANTES OU A ENTREVISTA EM PRODUNDIDADE, PERMITEM AO INVESTIGADOR COMPREENDER O DRAMA HUMANO DO CRIME E O CONTEXTO SUBJETIVO DO INFRATOR: COMO PERCEBE OS FATOS, QUE VIVÊNCIAS EXPERIMENTA, COMO SE VÊ E AOS DEMAIS. 6. DISCUSSÃO EM GRUPO MARCO DE ESPONTANEIDADE E PARTICIPAÇÃO PARA QUE CADA ATOR EXPERIMENTE COMO OS DEMAIS ENFRENTAM OS MESMOS PROBLEMAS, CONSCIENTIZANDO-O DE SUAS PRÓPRIAS REAÇÕES E CONFRONTANDO-O COM AS DOS OUTROS. 7. EXPERIMENTO • LABORATÓRIO E DE CAMPO. 8. TESTES PSICOLÓGICOS. DIAGNÓSTICO DA PERSONALIDADE E O EXAME DE SUAS FUNÇÕES TESTES DE EFICIÊNCIA (INTELIGÊNCIA, APTIDÕES E NEUROPSICOLÓGICOS) TESTES DE PERSONALIDADE 9. MÉTODOS DE MEDIÇÃO MEDIÇÃO PRESSUPÕE UM INSTRUMENTO: ESCALA CLASSES DE ESCALA: NOMINAIS, ORDINAIS, ETC. NOMINAL – NÃO MARCA DIFERENÇA QUANTITIVA. ORDINAL – MARCA DIFERENÇA QUANTITATIVA. 10. MÉTODOS SOCIOMÉTRICOS • RELAÇÕES VARIANTES DE UM GRUPO MENOR OU COMUNIDADE INVESTIGANDO A FREQUÊNCIA E INTENSIDADE DE DETERMINADAS RELAÇÕES ELEMENTARES: ATRAÇÃO, REPULSA, ETC. • RESULTADO: SOCIOGRAMA. 11. MÉTODOS LONGITUDINAIS CASE STUDIES: TÉCNICAS INDIVIDUALIZADORAS QUE TENTAM DESCOBRIR A HISTÓRIA DO AUTOR E DE SEU FATO SEGUINDO O CURSO DE SUA VIDA E DE SUAS EXPERIÊNCIAS. 12. ESTUDOS DE SEGUIMENTO “FOLLOW UP” • MÉTODOS DINÂMICOS E EVOLUTIVOS – EXAMINAM A EVOLUÇÃO DO INDIVÍDUO DURANTE UM DETERMINADO PERÍODO DE TEMPO OPERANDO COM UMA SÉRIE DE FATORES PSICOLÓGICOS E SOCIOLÓGICOS. 13. ESTUDOS PARALELOS E INVESTIGAÇÕES COM GRUPO DE CONTROLE. • MÉTODOS ESTATÍSTICOS QUE EXAMINAM DELINQUENTES (EXPERIMENTAL) E GRUPOS DE CONTROLE. • EXEMPLO: AVALIAR SE A CARÊNCIA MATERNA DURANTE A INFÂNCIA É UM FATOR CRIMINÓGENO. • EX: ESTUDOS MOSTRAM QUE NOS GÊMEOS MONOZIGÓTICOS DELINQUENTES, SE PAR GÊMEO É TAMBÉM DELINQUENTE EM PROPORÇÃO SIGNIFICATIVAMENTE MAIOR QUE NOS GÊMEOS DIZIGÓTICOS E SEUS PARES. 14. Particular Referência ao Método Estatístico Estatística: • Massa – Totalidade da atividade criminal de uma dada população. • Série – Autenticar ou contradizer ou resultados da anterior. Estatística: • Estáticas • Dinâmicas – Contemplam oscilações durante um determinado período. • *Prognóstico criminológico. • Probabilidade do delinquente reincidir CIFRAS NEGRAS OU ZONA OCULTA • DELITOS NÃO REGISTRADOS – SOCIEDADE FOMENTA ANONIMATO SELF-REPORTER SURVEY (INFORMES DE AUTODENÚNCIA) PESQUISAS DE VITIMIZAÇÃO ESTIMAÇÃO DA CRIMINALIDADE REAL NÃO APRESENTAM BONS RESULTADOS COM ADULTOS E RELACIONADOS A CRIMES DE COLARINHO BRANCO QUESTÕES Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: PC-GO Prova: Delegado de Polícia Substituto 1) A respeito do conceito e das funções da criminologia, assinale a opção correta. • a) A criminologia tem como objetivo estudar os deliquentes, a fim de estabelecer os melhores passos para sua ressocialização. A política criminal, ao contrário, tem funções mais relacionadas à prevenção do crime. • b) A finalidade da criminologia em face do direito penal é de promover a eliminação do crime. • c) A determinação da etimologia do crime é uma das finalidades da criminologia. • d) A criminologia é a ciência que, entre outros aspectos, estuda as causas e as concausas da criminalidade e da periculosidade preparatória da criminalidade. • e) A criminologia é orientada pela política criminal na prevenção especial e direta dos crimes socialmente relevantes, mediante intervenção nas manifestações e nos efeitos graves desses crimes para determinados indivíduos e famílias. Ano: 2015 Banca: VUNESP Órgão: PC-CE Prova: Delegado de Polícia Civil de 1a Classe 2) Os objetos de estudo da moderna criminologia estão divididos em • a) três vertentes: justiça criminal, delinquente e vítima. •b) três vertentes: política criminal, delito e delinquente. • c) três vertentes: política criminal, delinquente e pena. • d) quatro vertentes: delito, delinquente, justiça criminal e pena. • e) quatro vertentes: delito, delinquente, vítima e controle social. Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: PC-SPProva: Atendente de Necrotério Policial 3) Para a aproximação e verificação de seu objeto de estudo, a Criminologia dos dias atuais vale-se de um conceito • a) empírico e interdisciplinar. • b) dedutivo e dogmático. • c) dedutivo e interdisciplinar. • d) dogmático e lógico-abstrato. • e) empírico e lógico-abstrato. Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: PC-SP Prova: Perito Criminal 4) Sobre a Criminologia, é correto afirmar que • a) ela não é considerada uma ciência para a maior parte dos autores. • b) tal conhecimento encontra-se inteiramente subordinado ao Direito Penal. • c) ela ocupa-se do estudo do delito e do delinquente, mas não se ocupa do estudo da vítima e do controle social, uma vez que tal assunto constitui objeto de interesse da Sociologia. • d) ela ocupa-se do estudo do delito e do controle social, mas não se ocupa do estudo do delinquente e da vítima, uma vez que tal assunto constitui objeto de estudo da Psicologia. • e) ela constitui um campo fértil de pesquisas para psiquiatras, psicólogos, sociólogos, antropólogos e juristas. • Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: PC-MA Prova: Delegado de Polícia Civil 5) Afirmar que a criminologia é interdisciplinar e tem o empirismo como método significa dizer que esse ramo da ciência • a) utiliza um método analítico para desenvolver uma análise indutiva. • b) considera os conhecimentos de outras áreas para formar um conhecimento novo, se afirmando, então, como independente. • c) utiliza um método silogístico • d) utiliza um método racional de análise e trabalha o direito penal de forma dogmática. • e) é metafísica e leva em conta os métodos das ciências exatas para o estudo de seu objeto. Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: PC-GO Prova: Delegado de Polícia Substituto 6) Com relação ao objeto, às funções, às características e aos métodos da criminologia, assinale a opção correta. • a) A criminologia caracteriza-se por ser uma ciência normativa e unidisciplinar. • b) O direito penal estabelece condutas vedadas, sob a cominação abstrata de uma pena; a criminologia, por sua vez, busca observar cada conduta de infração da lei penal como fenômeno humano, biopsicossocial. • c) A criminologia é disciplina que alimenta o direito penal, mas dele não depende. • d) Para que a vítima seja considerada como tal pela criminologia, é necessário que ela não tenha qualquer tipo de responsabilidade em relação ao crime. • e) Os objetos da criminologia incluem: o delinquente, a vítima, o Poder Judiciário e o controle social. Cargo: Delegado Ano: 2016 Órgão: Polícia Civil/BA Instituição: INAZ DO PARÁ Nível: Superior 7) Contemporaneamente, a criminologia é conceituada como • (A) uma ciência empírica e social que estuda o criminoso, a pena e o controle social. • (B) uma ciência empírica e multidisciplinar que estuda as formas como os crimes são cometidos. • (C) uma ciência empírica e interdisciplinar que estuda o crime, o criminoso, a vítima e o controle social. • (D) uma ciência jurídica e interdisciplinar que estuda as formas como os crimes são cometidos. • (E) uma ciência jurídica e multidisciplinar que estuda o crime, o criminoso, a pena e a vítima. 8) Assinale a alternativa correta a respeito da Criminologia. (A)Constitui seu objeto a análise apenas do delito e do delinquente, ficando o estudo da vítima sob a alçada da psicologia social. (B) São características fundamentais de seu método o dogmatismo e a intervencionalidade. (C) É uma técnica de investigação policial, que faz parte das Ciências Jurídicas. (D) São suas finalidades a explicação e a prevenção do crime bem como a intervenção na pessoa do infrator e avaliação dos diferentes modelos de resposta ao crime. (E) É uma ciência dogmática e normativista, que se ocupa do estudo do crime e da pena oriunda do comportamento delitivo. • Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: PC-SP Prova: Escrivão de Polícia 9) A criminologia moderna estuda o fenômeno da criminalidade por meio da estatística criminal. Nessa seara, a expressão “cifra dourada” designa. • a) o total de delitos registrados e de conhecimento do poder público que são elucidados. • b) as infrações penais praticadas pela elite, não reveladas ou apuradas; trata-se de um subtipo da “cifra negra”, a exemplo do crime de sonegação fiscal • c) as infrações penais de maior gravidade, como, por exemplo, o homicídio, que, ao ser elucidado, permite ao poder público planejar melhor suas ações e alterar a legislação • d) as infrações penais de menor potencial ofensivo, por enquadrar-se na Lei n.º 9.099/95, a exemplo do delito de perturbação do sossego alheio • e) o percentual de delitos praticados pela sociedade de baixa renda que não chega ao conhecimento do poder público por falta de registro, e, portanto, não são elucidados • Concurso: Polícia Civil - SP (PC/SP) 2014 • Cargo: Médico Legista • Banca: Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista (VUNESP) • Nível: Superior 10) A expressão CIFRA NEGRA em Criminologia, corresponde ao número de • A. erros judiciais (decisões judiciais incompatíveis com a realidade dos fatos). • B. crimes ocorridos e não reportados à autoridade. • C. criminosos reincidentes. • D. prisões efetuadas injustamente. • E. crimes ocorridos em ambientes públicos, mas cuja autoria permanece ignorada. Banca: RM Ano 2018 Cargo: Delegado de Polícia 11) Sobre às grandes diferenças entre as estatísticas reais e registradas, o método indicado no livro do Molina para aproximar os referidos dados é: • A) Automatizar os sistemas de computação para acelerar os trâmites. • B) Aumentar o policiamento nas ruas. • C) Realizar incentivos e propagandas incentivando a denúncia. • D) Através de pesquisas sociais de autodenúncia de infratores e pesquisas de vitimização. DELITO • Caráter fascinante (mídia). • Empírico, real e dinâmico. • Criminologia estuda o comportamento antissocial, e suas causas. • Não apenas problema individual, mas, sobretudo, como problema social e comunitário. • Conceito do delito: relatividade e problematicidade. Direito Penal → ação ou omissão típica, ilícita e culpável censurada pela lei Sociologia criminal → conduta desviada. Criminoso Examinado em suas “interdependências sociais”, como unidade biopsicossocial. • Escola Clássica → Pecador que optou pelo mal (livre arbítrio) • Escola Positivista → Fatores determinantes internos, endógenos (determinismo biológico) ou externos e exógenos (determinismo social) explicam sua conduta inexoravelmente. • Escola Correlacionista → Pena com função terapêutica/pedagógica (necessitava de ajuda) • Marxismo → atribui a responsabilidade a estruturas econômicas: culpável é a sociedade. DEFINIÇÃO PARA MOLINA • Parte da premissa da NORMALIDADE (sentido estatístico e sociológico). • É o homem real e histórico do nosso tempo, que pode acatar as leis ou não cumpri-las por razões nem sempre acessíveis à nossa mente; um ser enigmático, complexo, torpe ou genial, herói ou miserável, porém em todo caso, mais um homem, como qualquer outro. VÍTIMA Pessoa física ou jurídica e ente coletivo prejudicado por ação ou omissão humana que constitua infração penal, ou não, desde que este ato seja uma agressão a um direito seu fundamental. Passou por 3 períodos: • Protagonismo (idade de ouro): Lei de Talião “olho por olho dente por dente” • Neutralização : Reação assumida pelos poderes públicos. • Redescobrimento (vitimologia): Enfoque mais humanista, respeitando integridade física e ressarcindo danos patrimoniais. Surgimento da Vitimologia. VITIMOLOGIA • Pioneiros: Benjamim Mendelsohn e Von Henting. • Objeto o estudo vítima, de sua personalidade, de suas características, de suas relações como delinquente, com o sistema legal, a sociedade, os poderes públicos, a ação política. • Vítima: capaz de influir significamente no próprio fato delitivo, em sua estrutura, dinâmica e prevenção. VITIMIZAÇÃO INDIRETA TERCIÁRIA (ROTULAÇÃO) SECUNDÁRIA (SOBREVITIMIZAÇÃO) PRIMÁRIA VITIMIZAÇÃO: CONSISTE NO ATO OU EFEITO DE ALGUÉM TORNAR-SE VÍTIMA DE SUA PRÓPRIA CONDUTA (AUTOLESÃO, SUICÍDIO), DA CONDUTA DE TERCEIROS (CRIMES DIVERSOS) OU MESMO DE FATO DA NATUREZA (ACIDENTES, CATÁSTROFES). • Vitimização PRIMÁRIA: é aquela que corresponde aos danos à vítima decorrentes do crime. • Vitimização SECUNDÁRIA: ou sobrevitimização; entende-se ser aquela causada pelas instâncias formais de controle social. • Vitimização TERCIÁRIA: falta de amparo dos órgãos públicos às vítimas; nesse contexto, a própria sociedade não acolhe a vítima, e muitas vezes a incentiva a não denunciar o delito às autoridades, ocorrendo o que se chama de cifra negra (quantidade de crimes que não chegam ao conhecimento do Estado). VITIMIZAÇÃO • Molina: não existe, sem dúvida, a vítima nata, mas sim a vítima propícia. • O risco de vitimização é seletivo e diferencial. • Prevenção vitimária: programa, de conscientização, informação e tutela, voltado para indicadores que convertem certas pessoas em candidatos qualificados ou propícios ao status de vítima. Taxa de vitimização versus • - Tamanho do município • - Idade - Taxas mais elevadas de 26 a 35 anos. • - Sexo - Similares • - Nível econômico – Maior renda VÍTIMA NO CÓDIGO PENAL • É inegável o papel da vítima no homicídio privilegiado, por exemplo. Nos crimes sexuais muitas vezes o autor é “seduzido” pela vítima, que não é tão vítima assim. • Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime. • Exemplo de destaque: Lei n. 11.340/2006 (Lei Maria da Penha). TESE DE MOLINA • Reparação dos danos é um dos objetivos principais. • Defende um modelo participativo que movimente ativamente todas as energias sociais que comprometa à própria comunidade (não só aos agentes e instâncias oficiais de controle formal) para assim articular uma resposta serena e solidária ao problema criminal. MÉTODO • Meio pelo qual o raciocínio humano procura desvendar um fato, referente à natureza, à sociedade e ao próprio homem; • Bases Científicas; • Método empírico. Basicamente, segue um processo indutivo. A criminologia utiliza-se da metodologia experimental, naturalística e indutiva para estudar o delinquente; Ex.: Todos os cães que foram observados tinham coração. Logo, todos os cães têm um coração. CONTROLE SOCIAL • Conjunto de instituições, estratégias e sanções sociais que pretendem promover e garantir referido submetimento do indivíduo aos modelos e normas comunitários. • Agentes informais: De caráter social (família, escola, religião, profissão, clubes de serviço etc.) • Agentes formais: De caráter punitivo (Polícia, Ministério Público, Forças Armadas, Justiça, Administração Penitenciária etc.). Sanções estigmatizantes. • Controle social penal: Finalidade de prevenção ou repressão do delito, através de penas ou medidas de segurança e pelo grau de formalização que exige. • A eficaz prevenção do crime não depende tanto da maior efetividade do controle social formal, senão da melhor integração ou sincronização do controle social formal e informal. Finalidade Controle Prevenção Criminal • Indicar um diagnóstico qualificado e conjuntural sobre o crime • Não é ciência exata, mas sim prática Controle razoável do delito Sua total erradicação é utopia FUNÇÕES • CONHECIMENTO CIENTÍFICO OBTIDO COM MÉTODO E TÉCNICAS DE INVESTIGAÇÃO RIGOROSAS, CONFIÁVEIS E NÃO REFUTADAS, QUE TOMAM CORPO EM PROPOSIÇÕES, DEPOIS DE CONTRASTADOS E ELABORADOS OS DADOS EMPÍRICOS INICIAIS. • NÃO PODE SER TÃO SOMENTE UM GIGANTESCO BANCO DE DADOS CENTRALIZADO (CLEARING), SENÃO UMA FONTE DINÂMICA DE INFORMAÇÃO; DO MESMO MODO QUE A TAREFA DO CRIMINÓLOGO É SEMPRE PROVISÓRIA, INACABADA, ABERTA AOS RESULTADOS DAS INVESTIGAÇÕES INTERDISCIPLINARES, NUNCA DEFINITIVA. • RESPOSTA REPRESSIVA DO CONFLITO: ÚNICO CULPÁVEL É O DELINQUENTE POSITIVISTA CRÍTICA • NÃO INTERVENÇÃO PUNITIVA DO ESTADO • CULPÁVEL É A SOCIEDADE PROGRAMAS PREVENCIONISTAS SELETIVIDADE RELEVÂNCIA DE OUTRAS TÉCNICAS DE INTERVENÇÃO NÃO-PENAIS PENA – EFEITO TRAUMÁTICO, CAUSA DESVIAÇÃO SECUNDÁRIA DEVIDO À ESTIGMAZIÇÃO NEGATIVA DO INFRATOR. PREVENÇÃO DO CRIME É UM PROBLEMA DE TODOS E NÃO SÓ DO SISTEMA LEGAL E DE SEUS AGENTES. PREVENIR NÃO SÓ CONTRAMOTIVANDO O INFRATOR POTENCIAL COM A AMEÇA DE CASTIGO. O conhecimento científico (etiológico) do crime, de sua gênese, dinâmica e variáveis mais significativas deve conduzir a uma intervenção mediata e seletiva capaz de se antecipar ao mesmo tempo de preveni-lo, neutralizando-o com programas e estratégias adequadas às suas raízes 3 METAS PARA GARANTIR UMA INTERVENÇÃO REABILITADORA DO DELINQUENTE ESCLARECER O IMPACTO REAL DA PENA EM QUEM A PRODUZ DESENHAR E AVALIAR PROGRAMAS DE REINSERÇÃO FAZER A SOCIEDADE PERCEBER QUE O CRIME NÃO É UM PROBLEMA EXCLUSIVO DO SISTEMA LEGAL, SENÃO DE TODOS. •CRIMINOLOGIA ≠ POLÍTICA CRIMINAL CONVERTE-SE, EM FACE DA POLÍTICA CRIMINAL, EM UMA CIÊNCIA DE REFERÊNCIAS, NA BASE MATERIAL, NO SUBSTRATO TEÓRICO DESSA ESTRATÉGIA ESTRATÉGIAS A ADOTAREM-SE DENTRO DO ESTADO NO QUE CONCERNE À CRIMINALIDADE E A SEU CONTROLE CRIMINOLOGIA X POLÍTICA CRIMINAL X DIREITO PENAL 3 PILARES DO SISTEMA DAS CIÊNCIAS CRIMINAIS, INSEPARÁVEIS E INTERDEPENDENTES. • CRIMINOLOGIA: DEVE-SE INCUMBIR DE FORNECER O SUBSTRATO EMPÍRICO DO SISTEMA, SEU FUNDAMENTO CIENTÍFICO. • POLÍTICA CRIMINAL: DEVE-SE INCUMBIR DE TRANSFORMAR A EXPERIÊNCIA CRIMINOLÓGICA EM OPÇÕES E ESTRATÉGIAS CONCRETAS ASSUMÍVEIS PELO LEGISLADOR E PELOS PODERES PÚBLICOS. • DIREITO PENAL: DEVE SE ENCARREGAR DE CONVERTER EM PROPOSIÇÕES JURÍDICAS, GERAIS E OBRIGATÓRIAS, O SABER CRIMINOLÓGICO ESGRIMIDO PELA POLÍTICA CRIMINAL COM ESTRITO RESPEITO ÀS GARANTIAS INDIVIDUAIS E AOS PRINCÍPIOS JURÍDICOS DE SEGURANÇA E IGUALDADE TÍPICOS DO ESTADO DE DIREITO. 3 MOMENTOS DE RESPOSTA AO CRIME • FUNÇÃO DA CRIMINOLOGIA É REUNIR UM NÚCLEO DE CONHECIMENTOS VERIFICADOS EMPIRICAMENTE SOBRE O PROBLEMA CRIMINAL EXPLICATIVO • CORRESPONDE À POLÍTICA CRIMINAL TRANSFORMAR ESSA INFORMAÇÃO SOBRE A REALIDADE CRIMINAL, DE BASE EMPÍRICA, EM OPÇÕES, ALTERNATIVAS E PROGRAMAS CIENTÍFICOS, A PARTIR DE UMA ÓTICA VALORATIVA. DECISIVO • O DIREITO PENAL CONCRETIZA AS OPÇÕES PREVIAMENTE ADOTADAS EM FORMA DE NORMA OU PROPOSIÇÕES JURÍDICAS GERAIS E OBRIGATÓRIAS OPERATIVO OU INSTRUMENTAL Meios de prevenção e repressão dos delitos QUESTÕES Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: PC-GO Prova: Delegado de Polícia Substituto 1) Considerando que, para a criminologia, o delito é um grave problema social, que deve ser enfrentado por meio de medidas preventivas, assinale a opção correta acerca da prevenção do delito sob o aspecto criminológico. a) A transferência da administração das escolas públicas para organizações sociais sem fins lucrativos, com a finalidade de melhorar o ensino público do Estado, é uma das formas de prevenção terciária do delito. b) O aumento do desemprego no Brasil incrementa o risco das atividades delitivas, uma vez que o trabalho, como prevenção secundária do crime, é um elemento dissuasório, que opera no processo motivacional do infrator. c) A prevenção primária do delito é a menos eficaz no combate à criminalidade, uma vez que opera, etiologicamente, sobre pessoas determinadas por meio de medidas dissuasórias e a curto prazo, dispensando prestações sociais. d) Em caso de a Força Nacional de Segurança Pública apoiar e supervisionar as atividades policiais de investigação de determinado estado, devido ao grande número de homicídiosnão solucionados na capital do referido estado, essa iniciativa consistirá diretamente na prevenção terciária do delito. e) A prevenção terciária do crime consiste no conjunto de ações reabilitadoras e dissuasórias atuantes sobre o apenado encarcerado, na tentativa de se evitar a reincidência. 2) No que tange à prevenção. • (A) A Criminologia moderna não se preocupa com programas de prevenção, haja vista o crime se tratar de algo indissociável à natureza humana. • (B) Prevenção do delito é um conceito aberto que envolve a modificação não só da estrutura pessoal, mas dos espaços urbanos, arquitetônicos, no intuito de dificultar as ações delitivas. • (C) A prevenção do crime deve ser feita através do combate à pessoa do criminoso. • (D) O crime deve ser considerado como um tumor maligno no meio social e as instituições de combate à criminalidade devem preservar a ordem buscando mecanismos eficazes para o desaparecimento total das infrações penais, a qualquer custo. • (E) Nenhum das respostas anteriores Cargo: Delegado Ano: 2016 Órgão: Polícia Civil/BA Instituição: INAZ DO PARÁ Nível: Superior • Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: PC-PE Prova: Delegado de Polícia 3) A criminologia moderna • a) é uma ciência normativa, essencialmente profilática, que visa oferecer estratégias para minimizar os fatores estimulantes da criminalidade e que se preocupa com a repressão social contra o delito por meio de regras coibitivas, cuja transgressão implica sanções. • b) ocupa-se com a pesquisa científica do fenômeno criminal — suas causas, características, sua prevenção e o controle de sua incidência —, sendo uma ciência causal-explicativa do delito como fenômeno social e individual. • c) ocupa-se, como ciência causal-explicativa-normativa, em estudar o homem delinquente em seu aspecto antropológico, estabelece comandos legais de repressão à criminalidade e despreza, na análise empírica, o meio social como fatores criminógenos. • d) é uma ciência empírica e normativa que fundamenta a investigação de um delito, de um delinquente, de uma vítima e do controle social a partir de fatos abstratos apreendidos mediante o método indutivo de observação. • e) possui como objeto de estudo a diversidade patológica e a disfuncionalidade do comportamento criminal do indivíduo delinquente e produz fundamentos epistemológicos e ideológicos como forma segura de definição jurídico-formal do crime e da pena. • Ano: 2016Banca: CESPE Órgão: PC-PE Prova: Delegado de Polícia 4) A criminologia reconhece que não basta reprimir o crime, deve-se atuar de forma imperiosa na prevenção dos fatores criminais. Considerando essa informação, assinale a opção correta acerca de prevenção de infração penal. • a) Para a moderna criminologia, a alteração do cenário do crime não previne o delito: a falta das estruturas físicas sociais não obstaculiza a execução do plano criminal do delinquente. • b) A prevenção terciária do crime implica na implementação efetiva de medidas que evitam o delito, com a instalação, por exemplo, de programas de policiamento ostensivo em locais de maior concentração de criminalidade. • c) No estado democrático de direito, a prevenção secundária do delito atua diretamente na sociedade, de maneira difusa, a fim de implementar a qualidade dos direitos sociais, que são considerados pela criminologia fatores de desenvolvimento sadio da sociedade que mitiga a criminalidade. • d) Trabalho, saúde, lazer, educação, saneamento básico e iluminação pública, quando oferecidos à sociedade de maneira satisfatória, são considerados forma de prevenção primária do delito, capaz de abrandar os fenômenos criminais. • e) A doutrina da criminologia moderna reconhece a eficiência da prevenção primária do delito, uma vez que ela atua diretamente na pessoa do recluso, buscando evitar a reincidência penal e promover meios de ressocialização do apenado. • Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: PC-PE Prova: Delegado de Polícia 5) No que se refere aos métodos de combate à criminalidade, a criminologia analisa os controles formais e informais do fenômeno delitivo e busca descrever e apresentar os meios necessários e eficientes contra o mal causado pelo crime. A esse respeito, assinale a opção correta. • a) A criminologia distingue os paradigmas de respostas conforme a finalidade pretendida, apresentando, entre os modelos de reação ao delito, o modelo dissuasório, o ressocializador e o integrador como formas de enfrentamento à criminalidade. Em determinado nível, admitem-se como conciliáveis esses modelos de enfrentamento ao crime. • b) Como modelo de enfrentamento do crime, a justiça restaurativa é altamente repudiada pela criminologia por ser método benevolente ao infrator, sem cunho ressocializador e pedagógico. • c) O modelo dissuasório de reação ao delito, no qual o infrator é objeto central da análise científica, busca mecanismos e instrumentos necessários à rápida e rigorosa efetivação do castigo ao criminoso, sendo desnecessário o aparelhamento estatal para esse fim. • d) O modelo ressocializador de enfrentamento do crime propõe legitimar a vítima, a comunidade e o infrator na busca de soluções pacíficas, sem que haja a necessidade de lidar com a ira e a humilhação do infrator ou de utilizar o ius puniendi estatal. • e) A doutrina admite pacificamente o modelo integrador na solução de conflitos havidos em razão do crime, independentemente da gravidade ou natureza, uma vez que o controle formal das instâncias não se abdica do poder punitivo estatal. 6) Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, a frase: A Criminologia ; o Direito Penal . • (A) não é considerada uma ciência, por tratar do “dever ser” … é uma ciência empírica e interdisciplinar, fática do “ser” • (B) é uma ciência normativa e multidisciplinar, do “dever ser” … é uma ciência empírica e fática, do “ser” • (C) não é considerada uma ciência, por tratar do “ser” …é uma ciência jurídica, pois encara o delito como um fenômeno real, do “dever ser” • (D) é uma ciência empírica e interdisciplinar, fática do “ser” … é uma ciência jurídica, cultural e normativa, do “dever ser” • (E) é considerada uma ciência jurídica, por tratar o delito como um conceito formal, normativo, do “dever ser” … não é considerado uma ciência, pois encara o delito como um fenômeno social, do “ser” DELEGADO PC-SP 2014 7) A prevenção criminal que está voltada à segurança e qualidade de vida, atuando na área da educação, emprego, saúde e moradia, conhecida universalmente como direitos sociais e que se manifesta a médio e longo prazos, é chamada pela Criminologia de prevenção • (A) primária. • (B) individual. • (C) secundária. • (D) estrutural. • (E) terciária. DELEGADO PC-SP 2014 • Ano: 2017 Banca: FAPEMS Órgão: PC-MS Prova: Delegado de Polícia 8) A atividade policial dentre suas finalidades deve prevenir e reprimir o crime. Em particular, à polícia judiciária cabe investigar, com o fim de esclarecer fatos delitivos que causaram danos a bens jurídicos relevantes tutelados pelo direito penal. A criminologia dada a sua interdisciplinaridade constitui ciência de suma importância na atividade policial por socorrer-se de outras ciências para compreender a prática delitiva, o infrator e a vítima, possuindo métodos de investigação que visam a atender sua finalidade. Diante do exposto, assinale a alternativa correta sobre a criminologia como ciência e seus métodos. • a) Como ciência dedutiva; a criminologia se vale de métodos científicos, humanos e sociais, abstratos, próprios do Direito Penal. • b) A criminologia, ciência lógica e normativa, busca determinar o homem delinquente utilizando para isso métodos físicos, psicológicos e sociológicos. • c) A criminologia é baseada principalmente em métodos físicos, individuais e coletivos, advindos das demais ciências jurídico-penais, caracterizando-a como dogmática. • d) Os métodos experimental e lógico auxiliam a investigação da criminologia, integrando várias áreas, dada sua natureza de ciência disciplinar.• e) Os métodos biológico e sociológico são utilizados pela criminologia, que, por meio do empirismo e da experimentação, estuda a motivação criminosa do sujeito. • INSTÂNCIA CRÍTICA EM FACE DA PRÁTICA PENAL E PENITENCIÁRIA: OBJETIVAVAM SUBSTITUÍ-LA (PRINCÍPIO DA HUMANIDADE, LEGALIDADE E UTILIDADE). • NÃO CONSIDERAVA O DELINQUENTE COMO UM SER DIFERENTE. • DESCARTAVA DETERMINISMO. • DELINQUENTE NÃO ERA DIFERENTE • DELITO ENTENDIDO COMO CONCEITO JURÍDICO. • LIVRE ARBÍTRIO E NÃO DE CAUSAS PATOLÓGICAS. • RESPONSABILIDADE MORAL. • DIREITO PENAL E PENA: NÃO MODIFICAR O DELINQUENTE, MAS CRIAR EFEITO DISSUASIVO (CONTRAMOTIVAÇÃO). • FOCO: DELITO, DIREITO PENAL E PENA. • CESARE BECCARIA, FRANCESCO CARRARA E ROMAGNOSI CLÁSSICOS POSITIVISTAS • CARACTERÍSTICAS BIOPSICOLÓGICAS QUE DIFERENCIAM “CRIMINOSOS” DOS “NORMAIS”. • NEGAÇÃO DO LIVRE ARBÍTRIO • DETERMINISMO • INDIVIDUALIZAR SINAIS ANTROPOLÓGICOS • POSITIVISMO NATURALISTA • OBJETO: HOMEM DELINQUENTE (SER DIFERENTE). • CONCEPÇÃO DA CIÊNCIA COMO ESTUDO DAS CAUSAS. • PARADIGMA ETIOLÓGICO. • PRIMEIRA FASE ENTENDIDA COMO CIÊNCIA AUTÔNOMA. • CESARE LOMBROSO, ENRICO FERRI E RAFAELLE GAROFALO. 8.2 A ESCOLA LIBERAL CLÁSSICA DO DIREITO PENAL E A CRIMINOLOGIA POSITIVISTA 1. A CRIMINOLOGIA POSITIVISTA E A ESCOLA LIBERAL CLÁSSICA DO DIREITO PENAL • Tratado Dei Delitti – Delle pene (1764): política do Iluminismo europeu, baseado no racionalismo, humanismo, contratualismo e liberalismo. • Teoria jurídica do delito e da pena, assim como do processo baseada no princípio utilitarista da maior felicidade para o maior número, e sobre as ideias do contrato social e da divisão de poderes. • A questão que se coloca é a seguinte como preservar a liberdade natural do homem e ao mesmo tempo garantir a segurança e o bem-estar da vida em sociedade? • Segundo Rousseau, isso seria possível através de um contrato social, por meio do qual prevaleceria a soberania da sociedade, a soberania política da vontade coletiva. • Critério da medida da pena é o mínimo sacrifício necessário da liberdade individual que ela implica, enquanto a exclusão da pena de morte é derivada por Beccaria da função mesma do contrato social. • A base da justiça humana para Beccaria é a utilidade comum. 2. DA FILOSOFIA DO DIREITO PENAL A UMA FUNDAMENTAÇÃO FILOSÓFICA DA CIÊNCIA PENAL. CESARE BECCARIA 3. O PENSAMENTO DE GIANDOMENICO ROMAGNOSI. A PENA COMO CONTRAESTÍMULO AO IMPULSO CRIMINOSO • As leis desta ordem social são leis da natureza que o homem pode reconhecer mediante a razão. • Princípio essencial do direito natural-> conservação da espécie humana e a obtenção da máxima utilidade. Daí derivam 3 relações ético-jurídicas: • -)O direito e dever de cada um de conservar a própria existência. • -) O dever recíproco dos homens de não atentar contra sua existência. • -) O direito de cada um de não ser ofendido por outro. • O Fim da pena é a DEFESA SOCIAL. • Pena constitui um contraestímulo que não deve ser superada jamais. • “se depois do primeiro delito existisse uma certeza moral de que não ocorreria nenhum outro, a sociedade não teria direito algum de puni-lo”. • Para Romagnosi, a pena não é o único meio de defesa social; maior esforço deve ser colocado na prevenção do delito, através do melhoramento e desenvolvimento das condições de vida social. 4. O NASCIMENTO DA MODERNA CIÊNCIA DO DIREITO PENAL NA ITÁLIA – O SISTEMA JURÍDICO DE FRANCESCO CARRARA • Princípios iluministas, racionalistas e jusnaturalistas. • Nasce a moderna ciência do direito penal italiano. • “O delito não é um ente de fato, mas um ente jurídico”. “O delito é um ente jurídico porque sua essência deve consistir, indeclinavelmente, na violação de um direito.” • Refere-se a uma lei que é absoluta, porque constituída pela única ordem possível para a humanidade, segundo as previsões e a vontade do criador. • Função da pena é a defesa social. Não é a retribuição nem a emenda, mas a eliminação do perigo social que sobreviria da impunidade do delito. 5. A ESCOLA POSITIVA E A EXPLICAÇÃO PATOLÓGICA DA CRIMINALIDADE. O CRIMINOSO COMO “DIFERENTE”: CESARE LOMBROSO • O delito é, também para a escola positiva, um ente jurídico, mas o direito que qualifica este fato humano não deve isolar a ação do indivíduo da totalidade natural e social. • Totalidade biológica e psicológica do indivíduo e na totalidade social que determina o indivíduo. • Lombroso (L’uomo delinquente) – O delito é um ente natural, um fenômeno necessário, como o nascimento e a morte, determinado por causas biológicas de natureza sobretudo hereditária. Determinismo biológico. • Ferri (Sociologia Criminal) – Ampliava em três classes: Fatores antropológicos, físicos e sociais. Responsabilidade moral substituída pela responsabilidade social. • Explicação da criminalidade na “diversidade” ou anomalia dos autores de comportamentos criminalizados. • Pena como meio de defesa social, não agindo de modo exclusivamente repressivo, mas, também e sobretudo de modo curativo e reeducativo. • Duração da pena: deve ser levado em conta as condições do sujeito tratado. • Criminalidade: podia torna-se objeto de estudo nas suas causas, independentemente do estudo das reações sociais e do direito penal. PERÍODO HUMANITÁRIO • Estado liberal (XVII e XVIII) e Iluminismo. • Repulsa à tortura como meio de obtenção da confissão. • Tempo determinado de encarceramento de criminosos. • Livre arbítrio substitui a arbitrariedade estatal do período da vingança. • Surge a escola CLÁSSICA DO DIREITO PENAL → ETAPA PRÉ-CIENTÍFICA DA CRIMINOLOGIA ESCOLA CLÁSSICA • Limites do poder punitivo do estado em face da liberdade individual. • ILUMINISMO: contra as torturas e desrespeitos aos direitos fundamentais praticados pelo antigo regime absolutista. • PENA: deve ser proporcional ao delito, certa, conhecida e justa. É um meio de reestabelecer a ordem. Caráter de retribuição. • FUNDAMENDA-SE: livre arbítrio e na imputabilidade moral. • Método e raciocínio lógico-dedutivo. • Buscava a prevenção geral negativa. PERÍODO CIENTÍFICO • Inicia-se com o Naturalismo (direitos naturais inatos), séc XVIII e XIX, (Lamarck e Darwin) e com o positivismo de Augusto Comte. Direito Natural é superior ao Estado, ligado a princípios e nasce da própria natureza humana, como por exemplo, o direito à vida, à liberdade, à reprodução e corresponde à ideia de justiça. • Surge a Escola Positiva do direito Penal - etapa científica da criminologia. ESCOLA POSITIVA Essa escola surge fazendo duras críticas à escola clássica, sendo as principais: • Uma vez que a Escola Clássica era um Método abstrato-filosófico, definia o crime como um ente jurídico (violação de um direito); o criminoso possuía livre arbítrio, defendia a liberdade e as garantias individuais. • Já o Positivismo propõe um Método empírico (pois analisa dados reais); o delito é um fato real e histórico; o criminoso é levado a cometer o crime por um determinismo e as liberdades individuais devem ser sacrificadas pela segurança social. Com o livro “O homem delinquente” (Lombroso), que instaurou um período científico de estudos criminológicos, assim, é conhecida ainda como “surgimento da fase científica da criminologia”. ESCOLA POSITIVA • Criminalidade é considerada um fenômeno natural causalmente determinado (determinismo). • A criminologia deve explicar as causas do delito, utilizando-se de método científico, capaz de prever meios de combatê-lo(defesa do corpo social). • possui três fases: antropológica (Lombroso), sociológica (Enrico Ferri) e jurídica (Rafaelle Garofalo); priorizou os interesses sociais aos individuais. • o delito é um fenômeno natural e social (fatores biológicos, físicos e sociais); • método indutivo-experimental; • os objetos de estudo da ciência penal são o crime, o criminoso, a pena e o processo. • FUMARC 2008 PSICOLOGIA/CRIMINOLOGIA 1) De acordo com Alessandro BARATTA, “Criminologia Crítica e a Crítica do Direito Penal” (1999), é CORRETO afirmar:• a) O delito é, para a Escola Clássica, um ente socialmente qualificado, possuidor de uma complexa significação social. • b) A Escola Positiva se detinha principalmente sobre o delito, entendido como conceito jurídico, isto é, como violação do direito e, também, daquele pacto social que estaria na base do Estado e do direito; • c) A Escola Liberal Clássica partia da hipótese de um rígido determinismo e sobre esta base a ciência teria por tarefa realizar uma pesquisa etiológica sobre a criminalidade. • d) LOMBROSO, no seu livro “L’uomo delinqüente” (1876), considerava o delito como um ente natural, “um fenômeno necessário, como o nascimento, a morte, a concepção”, determinado por causas biológicas de natureza, sobretudo hereditária. QUESTÕES Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: PC-PE Prova: Delegado de Polícia 2) Acerca dos modelos teóricos explicativos do crime, oriundos das teorias específicas que, na evolução da história, buscaram entender o comportamento humano propulsor do crime, assinale a opção correta. • a) O modelo positivista analisa os fatores criminológicos sob a concepção do delinquente como indivíduo racional e livre, que opta pelo crime em virtude de decisão baseada em critérios subjetivos. • b) O objeto de estudo da criminologia é a culpabilidade, considerada em sentido amplo; já o direito penal se importa com a periculosidade na pesquisa etiológica do crime. • c) A criminologia clássica atribui o comportamento criminal a fatores biológicos, psicológicos e sociais como determinantes desse comportamento, com paradigma etiológico na análise causal-explicativa do delito. • d) Entre os modelos teóricos explicativos da criminologia, o conceito definitorial de delito afirma que, segundo a teoria do labeling approach, o delito carece de consistência material, sendo um processo de reação social, arbitrário e discriminatório de seleção do comportamento desviado. • e) O modelo teórico de opção racional estuda a conduta criminosa a partir das causas que impulsionaram a decisão delitiva, com ênfase na observância da relevância causal etiológica do delito. Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: PC-PE Prova: Delegado de Polícia 3) Os objetos de investigação da criminologia incluem o delito, o infrator, a vítima e o controle social. Acerca do delito e do delinquente, assinale a opção correta. • a) Para a criminologia positivista, infrator é mera vítima inocente do sistema econômico; culpável é a sociedade capitalista. • b) Para o marxismo, delinquente é o indivíduo pecador que optou pelo mal, embora pudesse escolher pela observância e pelo respeito à lei. • c) Para os correcionalistas, criminoso é um ser inferior, incapaz de dirigir livremente os seus atos: ele necessita ser compreendido e direcionado, por meio de medidas educativas. • d) Para a criminologia clássica, criminoso é um ser atávico, escravo de sua carga hereditária, nascido criminoso e prisioneiro de sua própria patologia. • e) A criminologia e o direito penal utilizam os mesmos elementos para conceituar crime: ação típica, ilícita e culpável. 4) Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: PC-SP Prova: Delegado de Polícia A obra O homem delinquente, publicada em 1876, foi escrita por • a) Cesare Lombroso. • b) Enrico Ferri. • c) Rafael Garófalo. • d) Cesare Bonesana. • e) Adolphe Quetelet. PC -SP– Papiloscopista 2013 5) Pode-se afirmar que estão entre os princípios fundamentais da escola clássica da criminologia: • a) o crime, na escola clássica, é um ente jurídico, não é uma ação, mas sim uma infração; a punibilidade deve ser baseada no livre-arbítrio; adota-se o método e raciocínio lógico-dedutivo. • b) a pena, que é um instrumento de defesa social; a escola clássica, que se utiliza do método indutivo-experimental; os objetos de estudo da ciência penal, que são o crime, o criminoso, a pena e o processo. • c) o crime é visto como um fenômeno social e individual na escola clássica; a pena tem caráter aflitivo, cuja finalidade é a defesa social. • d) o direito penal, que é uma obra humana; a responsabilidade social que decorre do determinismo social; o delito, que é um fenômeno natural e social. • e) a distinção entre imputáveis e inimputáveis existente na escola clássica; a responsabilidade moral baseada no determinismo (quem não tiver a capacidade de se levar pelos motivos deverá receber uma medida de segurança). Auxiliar de Necropsia 2014 PC-SP 6) Assinale a alternativa que corresponde a um dos postulados da Escola Positiva. • (A) O fundamento da punibilidade é o livre-arbítrio. • (B) O método empregado é o lógico-dedutivo. • (C) A pena deve ter caráter retributivo. • (D) O delito é um fenômeno de natureza biológica, física e social. • (E) O crime é um ente jurídico. Investigador de polícia 2014 PC-SP VUNESP 7) Assinale a alternativa correta em relação a Enrico Ferri. • (A) Foi filósofo, sustentou que a criminologia é fruto da disparidade social; portanto, riqueza e pobreza estão ligadas ao crime. • (B) Foi escritor, criou a teoria da escola clássica da criminologia; utilizou o método lógico dedutível. • (C) Publicou o livro O Homem Delinquente em 1876, descrevendo o determinismo biológico como fonte da personalidade criminosa. • (D) Foi jurista, afirmou que o crime estava no homem e que se revelava como degeneração deste. • (E) Foi autor da obra Sociologia Criminal; para ele a criminalidade deriva de fenômenos antropológicos, físicos e sociais • Ano: 2013 • Banca: CESPE • Órgão: DPF • Prova: Delegado • Julgue o item a seguir, relacionados aos modelos teóricos da criminologia. • O positivismo criminológico caracteriza-se, entre outros aspectos, pela negação do livre arbítrio, pela crença no determinismo e pela adoção do método empírico-indutivo, ou indutivo-experimental, também apresentado como indutivo-quantitativo, embasado na observação dos fatos e dos dados, independentemente do conteúdo antropológico, psicológico ou sociológico, como também a neutralidade axiológica da ciência. https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2013-dpf-delegado Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: Polícia Federal Prova: Delegado de Polícia • Ações como controle dos meios de comunicação e ordenação urbana, orientadas a determinados grupos ou subgrupos sociais, estão inseridas no âmbito da chamada prevenção secundária do delito. Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: Polícia Federal Prova: Delegado de Polícia • As modalidades preventivas nas quais se inserem os programas de policiamento orientado à solução de problemas e de policiamento comunitário, assim como outros programas de aproximação entre polícia e comunidade, podem ser incluídas na categoria de prevenção primária. 8.4 A TEORIA ESTRUTURAL – FUNCIONALISTA DO DESVIO E DA ANOMIA. NEGAÇÃO DO PRINCÍPIO DO BEM E DO MAL 1. A VIRADA SOCIOLÓGICA NA CRIMINOLOGIA CONTEMPORÂNEA: EMILE DURKHEIM • Teoria estrutural-funcionalista da anomia: introduzida por Emile Durkheim e desenvolvida por Robert Merton. • Profunda revisão crítica da criminologia de orientação biológica e caracterológica. • Afirmações: • 1) As causas dos desvios não devem ser pesquisadas nem em fatores bioantropológicos e naturais (clima, raça), nem em uma situação patológica de estrutura social. • 2) O desvio é um fenômeno normal de toda estrutura social. • 3) Somente quando são ultrapassados determinados limites, o fenômeno do desvio é negativo para a existência e o desenvolvimento da estrutura social, seguindo-se um estado de desorganização, no qual todo sistema de regras e condutas perde valor, enquanto um novo sistema ainda não se firmou (situação de anomia). • Dentro de seus limites funcionais, o comportamento desviante é um fator necessário e útil para o equilíbrio e o desenvolvimento sócio cultural. Durkheim: “não existe nenhuma sociedade na qual não exista uma criminalidade”. Delinquente é um agente regulador da vida social. O delito faz parte, enquanto elemento funcional, da fisiologia e não da patologia da vida social. Portanto é um fenômeno inevitável, embora repugnante,devido à irredutível maldade humana, mas também uma parte integrante de toda sociedade sã. Normalidade e funcionalidade: O delito provocando e estimulando a reação social, estabiliza e mantém vivo o sentimento coletivo que sustenta, na generalidade dos consócios, a conformidade às normas. O delito pode ser um papel direto no desenvolvimento moral de uma sociedade. O criminoso não só permite a manutenção do sentimento coletivo em uma situação suscetível de mudança, mas antecipa o conteúdo mesmo da futura transformação. De fato, o delito é a antecipação da moral futura. • Desvio como um produto da estrutura social, absolutamente normal como o comportamento conforme às regras. Ou seja, não tem somente um efeito repressivo, mas também, e sobretudo, um efeito estimulante sobre o comportamento individual. • Repele concepções individualistas, as quais a importância que o comportamento desviante tem, no interior dos diversos grupos e estratos sociais, varia em função do número de personalidades patológicas. • Consiste em: reportar o desvio a uma possível contradição entre estrutura social e cultura. A desproporção que pode existir entre os fins culturalmente reconhecidos como válidos e os meios legítimos, à disposição do indivíduo para alcança-los, está na origem dos comportamentos desviantes. • Anomia é “aquela crise de estrutura cultural, que se verifica especialmente quando ocorre uma forte discrepância entre normas e fins culturais, por um lado, e as possibilidades socialmente estruturadas de agir em conformidade com aquelas, por outro lado. 2. ROBERTO MERTON: A SUPERAÇÃO DO DUALISMO INDIVÍDUO – SOCIEDADE. FINS CULTURAIS, ACESSO AOS MEIOS INSTITUCIONAIS E “ANOMIA”. 3. A RELAÇÃO ENTRE FINS CULTURAIS E MEIOS INSTITUCIONAIS: CINCO MODELOS DE “ADEQUAÇÃO INDIVIDUAL”. • Fins culturais x meios institucionais. Conformistas x desviantes. • Cinco modelos: • : resposta positiva quanto aos fins culturais e meios institucionais. Conformidade • : adesão aos fins culturais, sem o respeito aos meios institucionais. Inovação • : respeito somente formal aos meios institucionais, sem a persecução dos fins culturais. Ritualismo • : negação de ambos. Apatia • : não à simples negação de ambos, mas à substituição por fins alternativos, mediante meios alternativos. Rebelião • Comportamento criminoso típico corresponde ao modelo da inovação. • Estratos sociais inferiores estão submetidos, de acordo com análise de uma sociedade norte-americana, à máxima pressão neste sentido. • A cultura coloca aos membros de estratos inferiores, exigências inconciliáveis entre si. 4. MERTON E A CRIMINALIDADE “COLARINHO BRANCO”. • Duas perspectivas criminológicas: Colarinho branco e subculturas criminais. • Colarinho branco: Alta cifra negra para crimes de pessoas ocupantes de posições sociais de prestígio. • Teoria da Associação diferencial – Sutherland: criminalidade se aprende (de fins e técnicas), conforme contatos específicos no seu ambiente social e profissional. • Merton foi constrangido a acentuar a consideração de um elemento subjetivo- individual ( falta de interiorização das normas institucionais), em relação a de um elemento estrutural-objetivo (a limitada possibilidade de acesso aos meios legítimos para a obtenção do fim cultural, o sucesso econômico). • A criminalidade de colarinho branco permanece, substancialmente, um corpo estranho na construção original de Merton. (explica a criminalidade das camadas mais baixas). 8.5 A TEORIA DAS SUBCULTURAS CRIMINAIS. NEGAÇÃO DO PRINCÍPIO DA CULPABILIDADE 1. COMPATIBILIDADE E INTEGRAÇÃO DAS TEORIAS FUNCIONALISTAS E DAS TEORIAS DAS SUBCULTURAS CRIMINAIS • teorias funcionalistas: pretende estudar o vínculo funcional do comportamento desviante com a estrutura social; • teorias das subculturas criminais: se preocupa principalmente em estudar como a subcultura delinquencial se comunica aos jovens delinquentes e, portanto, deixa em aberto o problema estrutural da origem dos modelos subculturais de comportamento que são comunicados. • teoria funcionalista (hipótese mais geral) se apresenta como suscetível de ser integrada com a introdução do conceito de subcultura. • A CONSTITUIÇÃO DAS SUBCULTURAS CRIMINAIS REPRESENTA, PORTANTO, A REAÇÃO DE MINORIAS DESFAVORECIDAS E A TENTATIVA POR PARTE DELAS, DE SE ORIENTAREM DENTRO DA SOCIEDADE, NÃO OBSTANTE AS REDUZIDAS POSSIBILIDADES LEGÍTIMAS DE AGIR, DE QUE DISPÕEM. 2. EDWIN H. SUTHERLAND: CRÍTICA DAS TEORIAS GERAIS SOBRE CRIMINALIDADE; ALBERT COHEN: A ANÁLISE DA SUBCULTURA DOS BANDOS JUVENIS • EDWIN SUTHERLAND → TEORIA DAS ASSOCIAÇÕES DIFERENCIAIS (COLARINHO BRANCO). • CONTRIBUIU PARA A TEORIA DAS SUBCULTURAS PRINCIPALMENTE COM A ANÁLISE DAS FORMAS DE APRENDIZADO DO COMPORTAMENTO CRIMINOSO, E DA DEPENDÊNCIA DESTA APRENDIZAGEM DAS VÁRIAS ASSOCIAÇÕES DIFERENCIAIS QUE O INDIVÍDUO TEM COM OUTROS INDIVÍDUOS OU GRUPOS. • CRITICOU FORTEMENTE: TEORIAIS GERAIS DO COMPORTAMENTO CRIMINOSO BASEADAS SOBRE CONDIÇÕES ECONÔMICAS (A POBREZA), PSICOPATOLÓGICAS OU SOCIOPATOLÓGICAS. • SÃO ERRÔNEAS POR 3 RAZÕES: • 1) BASEIAM SOBRE UMA FALSA AMOSTRA DA CRIMINALIDADE, A OFICIAL E A TRADICIONAL, ONDE A CRIMINALIDADE DE COLARINHO BRANCO É QUASE QUE INTEIRAMENTE DESCUIDADA. • 2) NÃO EXPLICAM CORRETAMENTE A CRIMINALIDADE DE COLARINHO BRANCO • 3)AQUELAS TEORIAS NÃO EXPLICAM NEM MESMO A CRIMINALIDADE DOS ESTRATOS INFERIORES. • -)Importância dos mecanismos de aprendizagem e de diferenciação dos contatos. • -) Relação desta diferenciação com as diferenciações dos grupos sociais. • COHEN – razões de existência de subcultura e do seu conteúdo específico, são individualizadas reportando a atenção às características da estrutura social. Esta última nos induz, nos adolescentes de classe operária, a incapacidade de se adaptar aos standards da cultura oficial, e além disso faz surgir neles problemas de status e de autoconsideração. Daí, deriva uma subcultura caracterizada por: • -) Não utilitarismo • -) malvadeza • -) Negativismo 3. ESTRATIFICAÇÃO E PLURALISMO CULTURAL DOS GRUPOS SOCIAIS. RELATIVIDADE DO SISTEMA DE VALORES PENALMENTE TUTELADOS: NEGAÇÃO DO “PRINCÍPIO DE CULPABILIDADE”. • A TEORIA DAS SUBCULTURAS CRIMINAIS NEGA QUE O DELITO POSSA SER CONSIDERADO COMO EXPRESSÃO DE UMA ATITUDE CONTRÁRIA AOS VALORES E ÀS NORMAS SOCIAIS GERAIS E AFIRMA QUE EXISTEM VALORES E NORMAS ESPECÍFICOS DE DIVERSOS GRUPOS SOCIAIS (SUBCULTURA). • não existe, pois, um sistema de valores em face dos quais o indivíduo é livre de determinar-se, sendo culpável a atitude daqueles que, podendo, não se deixam “determinar pelo valor”, como quer uma concepção antropológica da culpabilidade. • ao contrário, não só a estratificação e o pluralismo dos grupos sociais, mas também as reações típicas de grupos socialmente impedidos de pleno acesso aos meios legítimos para a consecução dos fins institucionais, dão lugar a um pluralismo de subgrupos culturais, alguns dos quais rigidamente fechados em face do sistema institucional de valores e normas, e caracterizados por valores, normas e modelos de comportamento alternativos àquele. • só aparentemente está à disposição do sujeito escolher o sistema de valores ao qual adere. • em realidade, condições sociais, estruturas e mecanismos de comunicação e de aprendizagem determinam a pertença de indivíduos a subgrupos, e a transmissão aos indivíduos de valores, normas, modelos de comportamento e técnicas, mesmo ilegítimos. • a teoria da anomia põe em relevo o caráter normal, não patológico, do desvio, e a sua função em face da estrutura social. • a teoria das subculturas criminais mostra que os mecanismos de aprendizagem e de interiorizaçao de regras e modelos de comportamento, que estão na base da delinquência, e em particular, das carreiras criminosas, não diferem dos mecanismos de socialização através dos quais se explica o comportamento normal. mostra também que diante da influência destes mecanismos de socialização, o peso específico da escolha individual ou da determinaçãoda vontade, como também o dos caracteres (naturais) da personalidade, é muito relativo. • assim, a teoria das subculturas constitui não só uma negação de toda teoria normativa e ética da culpabilidade, mas uma negação do próprio princípio da culpabilidade, ou responsabilidade ética individual, como base do sistema penal. Aplicada em: 2015Banca: VUNESPÓrgão: PC-CEProva: Delegado de Polícia Civil de 1a Classe Sobre a teoria da “anomia”, é correto afirmar: • a é classificada como uma das “teorias de conflito” e teve, como autores, Erving Goffman e Howard Becker. • b foi desenvolvida pelo sociólogo americano Edwin Sutherland e deu origem à expressão white collar crimes. • c surgiu em 1890 com a escola de Chicago e teve o apoio de John Rockefeller. • d iniciou-se com as obras de Émile Durkheim e Robert King Merton, e significa ausência de lei. • e foi desenvolvida por Rudolph Giuliani, também conhecida como “Teoria da Tolerância Zero”. • Concurso: Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão - MG (SEPLAG/MG) 2008 • Cargo: Gestor Governamental - Área Psicologia / Criminologia • Banca: Fundação Mariana Resende Costa (FUMARC) • Nível: Superior • Psicologia Psicologia Jurídica • Alessandro BARATTA analisa, em "Criminologia Crítica e a Crítica do Direito Penal" (1999), as diversas escolas e teorias criminológicas. Qual das escolas e teorias abaixo ele NÃO analisou em seu livro? • A. A teoria das "subculturas criminais". • B. A teoria ecológica da escola de Chicago. • C. O paradigma criminológico do "Labeling Approach". • D.A sociologia do conflito e sua aplicação criminológica. • Questões de Psicologia Psicologia Jurídica Ano: 2008 Banca: FUMARC Concurso: SEPLAG/MG Cargo: Gestor Governamental • A teoria estrutural-funcionalista da anomia e da criminalidade, "Criminologia Crítica e a Crítica do Direito Penal" (1999), afirma que: • A.o desvio é um fenômeno normal de toda estrutura social. • B.o comportamento desviante é inútil para o equilíbrio e o desenvolvimento sociocultural. • C.o fenômeno do desvio é sempre negativo para a existência e o desenvolvimento da estrutura social. • D.as causas do desvio devem ser pesquisadas em fatores bioantropológicos e naturais, bem como em uma situação patológica da estrutura social. https://www.estudegratis.com.br/questoes-de-concurso/materia/psicologia https://www.estudegratis.com.br/questoes-de-concurso/materia/psicologia/assunto/psicologia-juridica https://www.estudegratis.com.br/questoes-de-concurso/materia/psicologia/ano/2008 https://www.estudegratis.com.br/questoes-de-concurso/materia/psicologia/banca/fumarc https://www.estudegratis.com.br/questoes-de-concurso/orgao/seplag-mg Aplicada em: 2014 Banca: VUNESP Órgão: PC-SP Prova: Médico Legista Escola Criminológica que tem como expoente Albert Cohen, e que procura equacionar por meio de respostas não criminais e não punitivas o comportamento geralmente juvenil que desafia os modelos de produção consumista: a Escola da Contracultura Contemporânea. b Teoria da Subcultura Delinquente. c Escola Socialista Cultural. d Teoria do Comunismo Consciente. e Teoria do Socialmente Razoável. • Aplicada em: 2013 Banca: CESPE Órgão: DPF Prova: Delegado • Julgue o item a seguir, relacionados aos modelos teóricos da criminologia. • A teoria funcionalista da anomia e da criminalidade, introduzida por Emile Durkheim no século XIX, contrapunha à ideia da propensão ao crime como patologia a noção da normalidade do desvio como fenômeno social, podendo ser situada no contexto da guinada sociológica da criminologia, em que se origina uma concepção alternativa às teorias de orientação biológica e caracterológica do delinquente. Aplicada em: 2012Banca: FCC Órgão: DPE-PR Prova: Defensor Público Paulo, executivo do mercado financeiro, após um dia estressante de trabalho, foi demitido. O mundo desabara sobre sua cabeça. Pegou seu carro e o que mais queria era chegar em casa. Mas o horário era de rush e o trânsito estava caótico, ainda chovia. No interior de seu carro sentiu o trauma da demissão e só pensava nas dívidas que já estavam para vencer, quando fora acometido de uma sensação terrível: uma mistura de fracasso, com frustração, impotência, medo e etc. Neste instante, sem quê nem porque, apenas querendo chegar em casa, jogou seu carro para o acostamento, onde atropelou um ciclista que por ali trafegava, subiu no passeio onde atropelou um casal que ali se encontrava, andou por mais de 200 metros até bater num poste, desceu do carro meio tonto e não hesitou, agrediu um motoqueiro e subtraiu a motocicleta, evadindo- se em desabalada carreira, rumo à sua casa. Naquele dia, Paulo, um pacato cidadão, pagador de impostos, bom pai de família, representante da classe média-alta daquela metrópole, transformou-se num criminoso perigoso, uma fera que ocupara as notícias dos principais telejornais. Diante do caso narrado, identifique dentre as Teorias abaixo, a que melhor analisa (estuda/explica) o caso. • a Escola de Chicago. • b Teoria da associação diferencial. • c Teoria da anomia. • d Teoria do labeling approach. • e Teoria crítica. • Aplicada em: 2012Banca: PC-SP Órgão: PC-SP Prova: Delegado de Polícia • Assinale a afirmativa correta. • a A Escola de Chicago faz parte da Teoria Crítica. • b 0 delito não é considerado objeto da Criminologia. • c A Criminologia não é uma ciência empírica. • d .A Teoria do Criminoso Nato é de Merton. • e Cesare Lombroso e Raffaelle Garofalo pertencem à Escola Positiva. Polícia Civil - MA 2018 (2ª edição) Cargo: Delegado de Polícia Civil / Questão 96 Banca: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB (CESPE) De acordo com a teoria de Sutherland, os crimes são cometidos • A.em razão do comportamento das vítimas e das condições do ambiente. • B.por pessoas de baixa renda, exatamente em razão de sua condição socioeconômica desprivilegiada. • C.em razão do comportamento delinquente herdado, ou seja, de origem biológica. • D.por pessoas que sofrem de sociopatias ou psicopatias. • E.por pessoas que convivem em grupos que realizam e legitimam ações criminosas. 8.6 O NOVO PARADIGMA CRIMINOLÓGICO: “LABELING APPROACH”, OU ENFOQUE DA REAÇÃO SOCIAL. NEGAÇÃO DO PRINCÍPIO DO FIM OU DA PREVENÇÃO 1. “LABELING APPROACH”: UMA REVOLUÇÃO CIENTÍFICA NO ÂMBITO DA SOCIOLOGIA CRIMINAL • LABELING APPROACH = REAÇÃO SOCIAL. • Não se pode compreender a criminalidade se não se estuda a ação do sistema penal, que a define e reage contra ela, começando pelas normas abstratas até a ação das instâncias oficiais, e que, por isso, o status social de delinquente pressupõe, necessariamente, o efeito da atividade das instâncias oficiais de controle social da delinquência, enquanto não adquire esse status aquele que, apesar de ter realizado o mesmo comportamento punível, não é alcançado, todavia, pela ação daquelas instâncias. Portanto, este não é considerado e tratado pela sociedade como delinquente. Neste sentido, o labeling tem se ocupado principalmente com as reações das instâncias oficiais de controle social, consideradas na sua função constitutiva em face da criminalidade. Sob este ponto de vista, tem estudado o efeito estigmatizante da ativadade da polícia, dos órgãos de acusação pública e dos juízes. • Crime/criminalidade -> considerados como uma realidade social que não se coloca como pré-constituída à experiência cognoscitiva e prática, mas é construída dentro desta experiência, mediante os processos de interação que a caracterizam. Portanto, nesta realidade deve, antes de tudo, ser compreendia criticamente em sua construção. 2. A ORIENTAÇÃO SOCIOLÓGICA EM QUE SE SITUA O “LABELING APPROACH” DOMINADO POR DUAS CORRENTES: INTERACIONISMO SIMBÓLICO • Sociedade, ou seja, a realidade social, é constituída por uma infinidade de interações concretas entre os indivíduos, aos quais um processo de tipificação confere um significado que se afasta das situações concretas e continua a estender-se através da linguagem. ETNOMETODOLOGIA • A sociedade não é uma realidade que sepossa conhecer sobre o plano objetivo, mas o produto de uma “construção social”, obtida graças a um processo de definição e de tipificação por parte de indivíduos e grupos diversos. • Criminólogos tradicionais: Quem são os criminosos?, como se torna desviante? Em quais condições um condenado se torna reincidente? • Labeling approach: Quem é definido como desviante? Que efeito decorre desta definição sobre o indivíduo? Em que condições este indivíduo pode se tornar objeto de uma definição? Segundos essas correntes, estudar a realidade social (exemplo: o desvio) significa, essencialmente, estudar estes processos, partindo dos que são aplicados a simples comportamentos e chegando até as construções mais complexas, como a própria concepção de ordem social. Pesquisa em duas direções: • 1) estudo da formação da identidade desviante, e do que se define como desvio secundário, ou seja, o efeito da aplicação da etiqueta de criminoso. • 2) problema da definição, da constituição do desvio como qualidade atribuída a comportamentos e a indivíduos, no curso da interação e, por isto, conduz também para o problema da distribuição do poder de definição, para o estudo dos que detêm, em maior medida, na sociedade, o poder de definição, ou seja, para o estudo das agências de controle social. 3. O COMPORTAMENTO DESVIANTE COMO COMPORTAMENTO ROTULADO COMO TAL LEMERT E BECKER -> Pesquisa sobre os efeitos da estigmatização na formação do status social de desviante. Consiste em uma mudança da identidade social do indivíduo, logo no momento em que é introduzido no status de desviante. Distinção entre delinquência primária e secundária. • Os desvios sucessivos à reação social (incriminação e a pena) são fundamentalmente determinados pelos efeitos psicológicos que tal reação produz no indivíduo objeto da mesma. • Torna-se um meio de defesa, ataque, ou de adaptação em relação aos problemas manifestos e ocultos criados pela reação social ao primeiro desvio. DESVIO PRIMÁRIO DESVIO SECUNDÁRIO • Contexto de fatores sociais, culturais e psicológicos. • Desorganização da atitude que o indivíduo tem para consigo mesmo, e do seu papel social. • Colocam em dúvida o princípio do fim ou da prevenção e, em particular, a concepção reeducativa da pena: esses resultados mostram que a intervenção do sistema penal, especialmente as penas detentivas, antes de terem um efeito reeducativo sobre o delinquente determinam, na maioria dos casos, uma consolidação da identidade desviante do condenado e o seu ingresso em uma verdadeira e própria carreira criminosa. • Não constitui uma negação, mas pode ser um complemento da investigação etiológica sobre o desvio criminal. • Não deixaram de considerar a estigmatização ocasionada pelo desvio primário também como uma causa, que tem seus efeitos específicos na identidade social e na autodefinição das pessoas objeto de reação social. • 1) QUAIS SÃO AS CONDIÇÕES DE INTERSUBJETIVIDADE DA ATRIBUIÇÃO DE SIGNIFICADOS, EM GERAL, E PARTICULARMENTE DO DESVIO • 2) QUAL É O PODER QUE CONFERE A CERTAS DEFINIÇÕES UMA VALIDADE REAL. ETIOLÓGICO CONTROLE • 1) SISTEMA OBJETIVO E OBJETIVAMENTE RECONHECÍVEL DE NORMAS PRÉ-CONSTITUÍDAS • 2) EXISTÊNCIA DE DUAS CLASSES DISTINTAS DE COMPORTAMENTOS E SUJEITOS: NORMAIS E DESVIANTES. • 3) UTILIZAR A CONCORRÊNCIA DOS FATORES DO DESVIO PARA INTERVIR SOBRE ELES, MODIFICANDO-OS Thomas Kuhn -> define o paradigma etiológico e do controle como dois paradigmas incompatíveis. 4. AS DIREÇÕES TEÓRICAS QUE CONTRIBUÍRAM PARA O DESENVOLVIMENTO DE DUAS DIMENSÕES DO PARADIGMA DA REAÇÃO SOCIAL • Objeção levantada por Keckeisen à teoria de Becker: segundo este último, no processo de labeling, um comportamento transgressor da norma torna- se um comportamento desviante. O comportamento transgressor da norma seria um comportamento já qualificado de modo valorativo e considerado como tendo uma qualidade própria, quase como se fosse já dada, de que o processo do labeling não fosse senão a simples confirmação. • Assim, pode-se aceitar a afirmação de Keckeisen segundo a qual o problema da definição, ou seja, o problema da validade do juízo pelo qual a qualidade de desviante é atribuída a um comportamento ou a um sujeito, é o problema central de uma teoria do desvio e da criminalidade aderente ao labeling approach. 5. OS PROCESSOS DE DEFINIÇÃO DO SENSO COMUM NA ANÁLISE DOS INTERACIONISTAS E DOS FENOMENÓLOGOS • Os processos de definição que se tornam relevantes dentro do modelo teórico em exame não podem limitar àqueles realizados pelas instâncias oficiais de controle social, mas, antes, se identificam, em primeiro lugar, com os processos de definição do senso comum, os quais se produzem em situações não oficiais, antes mesmo que as instâncias oficiais intervenham, ou também de modo inteiramente independente de sua intervenção. • Interpretação é que decide o que é qualificado como desviante e o que não o é, e não o comportamento por si mesmo. • O que é a criminalidade se aprende, de fato, pela observação da reação social diante de um comportamento, no contexto da qual um ato é interpretado (de modo valorativo) como criminoso, e o seu autor tratado consequentemente. • Para que um comportamento desviante seja imputado a um autor, é necessário que desencadeie uma reação social correspondente: o simples desvio objetivo em relação a um modelo, ou a uma norma, não é suficiente. • Peter Mchugh reagrupa em duas categorias: - Convencionalidade: Se pergunta se as circunstâncias teriam podido permitir um comportamento diferente, ou seja, se a vontade e a intenção estão, no caso, envolvidas, ou se, ao contrário, a ação foi fortuita, ou devida a um constrangimento ou a um evento excepcional. - Teoricidade: Se pergunta se o autor tinha consciência do que fazia, se sabia que agia contra as normas. 8.7 DO LABELING APPROACH A UMA CRIMINOLOGIA CRÍTICA 1. O MOVIMENTO DA CRIMINOLOGIA CRÍTICA • Criminologia liberal -> Criminologia crítica • Teoria econômico-política, do desvio, dos comportamentos socialmente negativos e da criminalização, um trabalho que leva em conta instrumentos conceituais e hipóteses elaboradas no âmbito do Marxismo. • Contraposição à velha criminologia positivista, que usava o enfoque biopsicológico. • Opondo ao enfoque biopsicológico o enfoque macrossociológico, a criminologia crítica historiciza a realidade comportamental do desvio e ilumina a relação funcional ou disfuncional das estruturas sociais, com o desenvolvimento das relações de produção e de distribuição. • Superação do paradigma etiológico. VELHA CRIMINOLOGIA POSITIVISTA CRIMINOLOGIA CRÍTICA • Explicação dos comportamentos criminalizados partindo da criminalidade como dado ontológico preconstituído à reação social e ao direito penal. • Pretendia estudar nas suas “causas” tal dado, independentemente do estudo da reação social e do direito penal. CRIMINOLOGIA CRÍTICA • Criminalidade é um status atribuído a determinados indivíduos, mediante dupla seleção: • Criminalidade é um “bem negativo” distribuído desigualmente conforme a hierarquia dos interesses fixada no sistema socioeconômico e conforme a desigualdade social entre os indivíduos. 2. DA CRIMINOLOGIA CRÍTICA À CRÍTICA DO DIREITO PENAL COMO DIREITO IGUAL POR EXCELÊNCIA • O momento crítico se desloca do comportamento desviante para os mecanismos de controle social dele e, em particular, para o processo de criminalização. • O direito penal não é considerado, nesta crítica, somente como sistema estático de normas, mas como sistema dinâmico de funções, no qual se podem distinguir três mecanismos analisáveis separadamente: • 1) Produção das normas (criminalização primária) • 2) Mecanismo da produção das normas, isto é, o processo penal, compreendendo a ação dos órgãos de investigação e culminando com o juízo (criminalização secundária) • 3) Mecanismo da execução da pena ou das medidas de segurança. Estas constituem a negação radical do mito do direito penal como direito igual (bizu), ou seja, do mitoque está na base da ideologia penal da defesa social, hoje dominante. • A) O direito penal não defende todos e somente os bens essenciais, nos quais estão igualmente interessados todos os cidadãos, e quando pune as ofensas aos bens essenciais o faz com intensidade desigual e de modo fragmentário. • B) A lei penal não é igual para todos, o status de criminoso é distribuídos de modo desigual entre os indivíduos. • C) O grau efetivo de tutela e a distribuição de status de criminoso é independente da danosidade social das ações e da gravidade das infrações à lei, no sentido de que estas não constituem a variável principal da reação criminalizante e da sua intensidade. A crítica se dirige, portanto, ao mito do direito penal como o direito igual por excelência. Ela mostra que o direito penal não é menos desigual do que os outros ramos do direito burguês, e que, contrariamente a toda aparência, é o direito desigual por excelência. A introdução da análise do direito desigual burguês se deu por dois pontos de vista: Contrato • Contradição entre igualdade formal dos indivíduos, como sujeitos jurídicos no sistema burguês do direito abstrato, e desigualdade substancial nas posições que ocupam como indivíduos reais na relação social de produção. Distribuição • A desigualdade substancial é vista como o acesso desigual aos meios de satisfação das necessidades. Na sociedade capitalista, o princípio da distribuição deriva, imediatamente, da lei do valor que preside à troca entre força de trabalho e salário. A desigualdade real na distribuição permanece, ainda – esta é a conhecida tese da Crítica do programa de Gotha – na primeira fase da sociedade capitalista. A superação do direito desigual burguês pode ocorrer, portanto, somente em uma fase mais avançada da sociedade capitalista, na qual o sistema de distribuição será regulado não mais pela lei do valor, não mais pela quantidade de trabalho prestado, mas pela necessidade individual. 3. IGUALDADE FORMAL E DESIGUALDADE SUBSTANCIAL NO DIREITO PENAL. • O sistema penal de controle do desvio revela, assim como todo o direito burguês, a contradição fundamental entre igualdade formal dos sujeitos de direito e desigualdade substancial dos indivíduos, que, nesse caso, se manifesta em relação às chances de serem definidos e controlados como desviantes. Em relação a este setor do direito a ideologia jurídica da igualdade é ainda mais radicada na opinião pública, e também na classe operária, do que ocorre com outros setores do direito. • O direito penal tende a privilegiar os interesses das classes dominantes, e a imunizar do processo de criminalização comportamentos socialmente danosos típicos dos indivíduos a ela pertencentes, e ligados fundamentalmente à existência de acumulação capitalista, e tende a dirigir o processo de criminalização, principalmente, para formas de desvio típicas das classes subalternas. As maiores chances de ser selecionado para fazer parte da “população criminosa” aparecem, de fato, concentradas nos níveis mais baixos da escala social (subproletariado e grupos marginais). A posição precária no mercado de trabalho (desocupação, subocupação, falta de qualificação profissional) e defeitos de socialização familiar e escolar, que são características dos indivíduos pertencentes aos níveis mais baixos, e que na criminologia positivista e em boa parte da criminologia liberal contemporânea são indicados como as causas da criminalidade, revelam ser, antes, conotações sobre a base das quais o status de criminoso é atribuído. 4. FUNÇÕES DESENVOLVIDAS PELO SISTEMA PENAL NA CONSERVAÇÃO E REPRODUÇÃO DA REALIDADE SOCIAL. Não só as normas do direito penal se formam e se aplicam seletivamente, refletindo as relações de desigualdade existentes, mas o direito penal exerce, também, uma função ativa, de reprodução e de produção, com respeito às relações de desigualdade. • 1) a aplicação seletiva das sanções penais estigmatizantes, e especialmente o cárcere, é um momento superestrutural essencial para a manutenção da escala vertical da sociedade. Incidindo negativamente sobretudo no status social dos indivíduos pertencentes aos estratos sociais mais baixos, ela age de modo a impedir sua ascensão social. • 2) Esta é uma das funções simbólicas da pena, a punição de certos comportamentos ilegais serve para cobrir um número mais amplo de comportamentos ilegais, que permanecem imunes ao processo de criminalização. Desse modo, a aplicação seletiva do direito penal tem como resultado colateral a cobertura ideológica desta mesma seletividade. • Contudo, ainda mais essencial parece a função realizada pelo cárcere, ao produzir, não só a relação de desigualdade, mas os próprios sujeitos passivos desta relação. Isto parece claro se se considera a relação capitalista de desigualdade, também e sobretudo como relação de subordinação, ligada estruturalmente à separação entre propriedade de força de trabalho e dos meios de produção e, por outro lado, à disciplina, ao controle total do indivíduo, requerido pelo regime de trabalho na fábrica e, mais em geral, pela estrutura de poder em uma sociedade que assumiu o modelo da fábrica. • O cárcere representa, em suma, a ponta do iceberg que é o sistema penal burguês, o momento culminante de um processo de seleção que começa ainda antes da intervenção do sistema penal, com a discriminação social e escolar, com a intervenção dos institutos do controle de desvio de menores, de assistência social, etc. O cárcere representa, geralmente, a consolidação definitiva de uma carreira criminosa. 5. A IDEOLOGIA DO TRATAMENTO CARCERÁRIO E SUA RECEPÇÃO EM RECENTES LEIS DE REFORMA PENITENCIÁRIA ITALIANA E ALEMÃ • A nova lei penitenciária italiana de 1976 prevê que “em relação aos condenados e internados deve ser realizado um tratamento reeducativo que tenda, também através de contatos com o ambiente externo, à reinserção social dos mesmos”. • A nova lei penitenciária alemã de 1976 assinalada à execução da pena detentiva e das medidas de segurança privativas de liberdade, o fim de tornar o detido capaz “de conduzir no futuro, com responsabilidade social, uma vida sem delitos”. • O cárcere vem a fazer parte de um continuum que compreende família, escola, assistência social, organização cultural do tempo livre, preparação profissional, universidade e instrução dos adultos. O tratamento penitenciário e a assistência pós-penitenciária prevista pelas novas legislações são um setor altamente especializado deste continuum, dirigido a recuperar atrasos de socialização que prejudicam indivíduos marginalizados, assim como as escolas especiais tendem a recuperar os menores que se revelaram inadaptados à escola normal. 6. O SISTEMA PENAL COMO ELEMENTO DE SOCIALIZAÇÃO • Função de atribuir a cada um os modelos de comportamento e os conhecimentos relativos aos diversos status sociais e, com isto, de distribuir os status mesmos. • O direito penal tende, assim, a ser reabsorvido neste processo difuso de controle social, que poupa o corpo para agir diretamente sobre a alma, melhor que “cria” a alma, como mostrou Foucault. • O que descrevemos até agora, é naturalmente, o esquema ideológico, não o esquema real do processo de transformação do sistema punitivo. Ou seja, representa o modo como este tende a ser concebido da parte dos indivíduos a quem cabe a tarefa de prepará-lo, administrá-lo, controla-lo e dele transmitir uma imagem útil ao seu funcionamento. Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: PC-MA Prova: Delegado de Polícia Civil O paradigma da reação social • a) surgiu na Europa a partir do enfoque do interacionismo simbólico. • b) afirma que os grupos sociais criam o desvio, o qual é uma qualidade do ato infracional cometido pela pessoa. • c) indica que é mais apropriado falar em criminalização e criminalizado que falar em criminalidade e criminoso. • d) afirma que a criminalidade tem natureza ontológica. • e) pode ser chamado, também, de labbeling approach, etiquetamento ou paradigma etiológico. QUESTÕES •
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