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Introdução Toda sala de aula possui estudantes únicos(as) que compõem uma turma diversificada e heterogênea em interesses, sonhos, bagagens culturais, habilidades e também nas necessidades de aprendizagem. Há muitos anos a Geekie é pioneira em trazer soluções que empoderam e desenvolvem o potencial de cada pessoa das escolas parceiras. No contexto atual, reforçamos nosso propósito de empoderar comunidades escolares para oferecerem aos alunos e às alunas uma formação coerente com as necessidades do presente e do futuro para que todos e todas possam brilhar juntos e juntas. A pandemia trouxe diversos novos desafios, e agora nos deparamos com salas ainda mais heterogêneas. As pesquisas apontam que a suspensão das aulas presenciais gera lacunas e perdas de aprendizado em diferentes graus, dependendo da qualidade do acesso e da oferta do ensino remoto, apoio da família, motivação dos(as) estudantes e outras variáveis sociais e emocionais (OCDE, 2020; Parecer CNE/CP Nº 11/2020). Neste contexto, a Geekie entende a necessidade de dar passos ainda maiores, reforçando seu comprometimento com a aprendizagem e com um olhar individualizado para cada estudante. Nos últimos meses, conversamos com diversas escolas, famílias e estudantes, aprendemos muito e agora temos a certeza de que olhamos para o futuro da educação de outra perspectiva. Estamos apoiando nossas escolas em uma nova era da educação com uma aprendizagem mais conectada, visível, personalizada e ativa que resulta na formação integral dos(as) estudantes. As aprendizagens irão ocorrer mais frequentemente em uma relação entre presencial e remoto, e, com o uso do Geekie One, as escolas têm mais dados para o acompanhamento da evolução dos(as) alunos(as). Essas informações geram insumos para práticas pedagógicas mais personalizadas, que reforçam ainda mais a necessidade de colocar estudantes no centro do processo para o desenvolvimento de habilidades e competências. Na nova era da educação, o ensino híbrido estará muito presente, mas sabemos que somente ter tecnologias à disposição não é suficiente. Precisamos repensar as estratégias de ensino e aprendizagem e desenvolver ainda mais professores(as) mediadores(as) e estudantes autônomos(as). Este material foca no ensino híbrido e traz os principais referenciais teóricos para fundamentar o trabalho pedagógico com esta abordagem, bem como as possibilidades de aula com modelos que mesclam as aulas presenciais e remotas, com momentos síncronos e assíncronos, utilizando o Geekie One. Esperamos, assim, apoiar nossas escolas parceiras nos novos desafios neste começo de uma nova era da educação. Atenciosamente, Equipe Geekie 2 Sumário 1. Introdução pág.02 2. Sumário pág.03 3. O que é ensino híbrido? pág.04 3.1 Definições 3.2 Como fica o ensino híbrido nas aulas remotas e presenciais? 3.3 Ensino híbrido e o potencial da personalização na aprendizagem 3.4 Quais características observamos quando o ensino híbrido está acontecendo? 4. Geekie One e aprendizagem híbrida pág.09 4.1 Modelo 1 — Sala de aula invertida 4.1.1 Como preparar bons materiais 4.2 Modelo 2 — Rotação por estações 4.2.1 Como separar bons grupos 4.2.2 As estações 4.2.3 Customize conforme o necessário 5. Considerações finais pág.19 6. Referências bibliográficas pág.20 3 O que é ensino híbrido? Definições Comumente vemos o uso da palavra ‘híbrida’ na educação quando algo é composto por elementos distintos. O Geekie One, por exemplo, estimula uma aprendizagem híbrida por utilizar material digital, sem abrir mão do uso de livros paradidáticos, a escrita no caderno e outros suportes físicos. De forma semelhante, a volta gradual às aulas presenciais também será híbrida, pois mescla momentos presenciais e remotos. Queremos distinguir esses usos da definição de ensino híbrido, ou blended learning, que extrapola o simples acesso e uso de tecnologias digitais e requer repensar o papel de professores(as) e estudantes, as práticas pedagógicas e dar ênfase à personalização. O ensino híbrido propõe a inserção das tecnologias digitais na educação como forma de estimular novas estratégias de ensino e aprendizagem que tenham como resultado uma personalização que realmente atenda às necessidades do(a) estudante. A concepção de ensino híbrido está vinculada à educação híbrida, que entende que existem diferentes formas de aprender e que a aprendizagem é um processo contínuo que mistura tempos e espaços, metodologias e atividades, teorias e práticas (Moran, 2015). Na literatura, encontram-se definições distintas para o ensino híbrido na educação de acordo com os(as) autores(as), mas podemos observar uma convergência no que se refere aos elementos básicos para podermos definir um ensino como híbrido. De acordo com Lilian Bacich: “Numa definição abrangente esse [o ensino híbrido] se caracteriza pela integração de dois modelos de aprendizagem: presencial, que ocorre no espaço da sala de aula, e on-line, que ocorre com o suporte das tecnologias digitais” (Bacich, Tanzi Neto & Trevisani, 2015; p. 52). A mesma definição é seguida pelos autores Horn & Staker (2014). Para estes, o ensino híbrido precisa de 3 elementos principais: 1. Um(a) estudante que aprende, em parte, por um ensino on-line, com algum controle sobre o tempo, lugar, caminho e/ou ritmo. Isso porque estudantes precisam de conteúdos em níveis diferentes e progridem neles com velocidades distintas. 2. O(a) estudante também deve aprender, em parte, em um local presencial, supervisionado, fora de casa. 3. Por fim, as duas modalidades anteriores precisam estar relacionadas e conectadas para uma experiência de aprendizagem integrada. Essa integração é facilitada quando se utilizam dados para acompanhar o progresso de cada estudante. Observe que, para estes autores, não basta apenas termos momentos de aprendizagem presencial e on-line para definirmos um ensino como híbrido, é necessária uma verdadeira 4 https://www.geekie.com.br/blog/infografico-multiplas-inteligencias-gardner/ https://www.geekie.com.br/blog/infografico-multiplas-inteligencias-gardner/ integração e conexão entre as experiências. O(A) estudante deve estudar autonomamente um conteúdorelacionado e conectado ao que será abordado em sala de aula por meio de diferentes práticas, não se trata de uma repetição. De forma semelhante, não podemos confundir o ensino híbrido com o ensino enriquecido por tecnologias, já realizado por muitas escolas. A inserção de tecnologias como o projetor, computador, simulador de realidade virtual e aumentada, lousa interativa, entre outros, não garante que estamos aplicando um ensino híbrido, pois o uso dessas tecnologias deveria fornecer dados para atualizar os planos de aprendizagem dos(as) estudantes. O ensino híbrido exige uma combinação metodológica que permite, nas palavras de Lilian Bacich, obter o “melhor dos dois mundos”, o presencial/físico e o digital/virtual. Como fica o ensino híbrido nas aulas remotas e presenciais? Como apresentamos na introdução deste documento, o contexto da pandemia trouxe novos desafios para a área da educação e entre eles está a necessidade de pensarmos na flexibilização na aplicação do ensino híbrido. Algumas escolas voltaram parcialmente às aulas presenciais, conjugado ainda com momentos a distância, enquanto outras voltarão somente no ano que vem, mantendo, assim, as atividades remotas. E como fica o ensino híbrido nestes casos? Observamos que, para realizar as atividades não presenciais, as escolas têm intercalado os momentos síncronos - nos quais docentes e estudantes estão conectados(as) ao mesmo tempo - e assíncronos - naqueles em que eles e elas não estão conectados, porém a aprendizagem continua acontecendo por meio de atividades, trabalhos, estudos orientados, entre outros. Pensando em uma melhor integração das atividades síncronas e assíncronas, podemos adaptar os modelos de ensino híbrido para esse novo contexto, com o uso de práticas pedagógicas que promovam uma aprendizagem mais integrada e ativa. Ensino híbrido e o potencial da personalização na aprendizagem O último ponto que vamos abordar para concluir a definição de ensino híbrido é a importância da coleta de evidências de aprendizagem, para que seja possível identificar as dificuldades e facilidades de cada estudante e dar ênfase à personalização dos estudos. Alguns autores (Bacich, Tanzi Neto & Trevisani, 2015; Bacich, Moran, 2017) indicam que, pela personalização, os(as) professores(as) podem oferecer diferentes experiências de aprendizagem aos(às) estudantes, dando suporte para aqueles(as) que precisam trabalhar 5 dificuldades, mas também oferecendo outras experiências para desenvolverem ainda mais suas facilidades. Para Bacich, precisamos ainda diferenciar a personalização das chamadas individualização e diferenciação do ensino. A personalização é centrada no aprendiz e nas suas necessidades, enquanto as demais terão como foco o papel do docente na construção de estratégias de ensino mais individualizadas. Com a personalização, o foco está no processo de aprendizagem de cada estudante e nos seus interesses. Sobre isso, José Moran traz uma importante contribuição ao afirmar que: “[...] o conhecimento acontece quando algo faz sentido, quando é experimentado, quando pode ser aplicado de alguma forma ou em algum momento” (Moran, 2012; p. 23). A personalização pode apoiar o(a) estudante a descobrir caminhos para experimentar, reforçar e aplicar conhecimentos, além de desenvolver diferentes competências, como a autonomia e o autoconhecimento. Entre outros benefícios da personalização, podemos destacar também a motivação, o respeito ao ritmo de cada um e a maximização do aprendizado, dado que o(a) estudante terá momentos individuais, coletivos e mediados pelo(a) professor(a) a partir de diferentes experiências pedagógicas que atendam suas necessidades. Apesar das várias características do ensino híbrido, é preciso ressaltar que existem muitas formas de aplicação, metodologias, e que a escola pode escolher por onde começar e qual o nível de mudança que quer implementar. É possível começar com pequenas modificações nas práticas pedagógicas que a escola já realiza, e o Geekie One tem a flexibilidade necessária para apoiar nestas escolhas. Quais características observamos quando o ensino híbrido está acontecendo? Vimos que as práticas de ensino híbrido requerem usar tecnologias digitais, dados como ferramenta para ajustar e personalizar a instrução e que os(as) estudantes precisam estar empoderados(as) de seu processo de aprendizagem, enquanto professores(as) promovem um ambiente de aprendizagem híbrida. Segundo Tucker e colaboradores (2016), caso estes requisitos estejam bem implementados, será possível observar algumas características no processo de ensino e aprendizagem: ● Personalização: docentes pensam caminhos diferentes para grupos ou para um(a) estudante. ● Autonomia: estudantes participam de decisões sobre sua experiência de aprendizagem. ● Conectividade: a aprendizagem ocorre em colaboração com pares e experts. ● Criatividade: estudantes têm oportunidades para construir compreensões importantes enquanto desenvolvem habilidades. 6 Chegar nestes resultados é um processo, mas podemos começar aos poucos. Com o tempo, introduzimos práticas que, ao serem vivenciadas várias vezes por professores(as) e estudantes, se tornam mais familiares e vão sendo aperfeiçoadas. Porém, um ponto fundamental que precisamos desenvolver desde o início é o entendimento de que estudantes são capazes de construir novos saberes e precisam de professores(as) mais mediadores(as). Isso requer uma mudança de perspectiva sobre o processo de ensino e aprendizagem. Na Geekie, estimulamos a mentalidade de crescimento (Dweck, 2006), uma forma de pensar na qual situações desafiadoras são encaradas como oportunidades de aprendermos algo novo, estimulando a curiosidade, com o entendimento de que não precisamos ser competentes em algo para tentarmos fazê-lo, isso desenvolvemos com o tempo. Com esta mentalidade, incentivamos que as escolas possam experimentar, errando e aprendendo, de forma progressiva o ensino híbrido, desenvolvendo as práticas pedagógicas que melhor cabem a cada realidade. Assista: veja a fala de Carol S. Dweck no TEDx “O poder de acreditar que você é capaz” (em inglês, com legendas em português): http://bit.ly/36e3sxc. Leia: coluna da designer pedagógica da Geekie Claire Arcenas, “Growth mindset: como a mentalidade de crescimento pode ajudar na Educação”. 7 http://bit.ly/36e3sxc http://bit.ly/36e3sxc https://site.geekie.com.br/blog/growth-mindset-educacao/ https://site.geekie.com.br/blog/growth-mindset-educacao/ Estudantes capazes de construirseus conhecimentos Como visto, o ensino híbrido precisa de uma parte em que estudantes usem tecnologias digitais para aprenderem sozinhos(as). Neste momento, são ativos(as) na construção de novos saberes e estão desenvolvendo autonomia, autogestão, criatividade, resiliência, entre tantas outras competências. Para que isso se concretize, precisamos fortalecer a visão de que estudantes têm capacidade de aprenderem sozinhos(as) e que precisam desta prática para desenvolver diversas competências. As experiências nos últimos meses de aulas remotas podem desafiar essa perspectiva, visto que diversos estudantes têm demonstrado dificuldade no acompanhamento e engajamento das aulas - uma situação também comum no contexto anterior, de aulas presenciais. No entanto, devemos lembrar que este arranjo aconteceu em uma situação emergencial e, apesar de trazer diversos aprendizados importantes, não se caracteriza como ensino híbrido. Neste período, utilizamos ferramentas digitais, testamos modelos de aula, desenvolvemos novas habilidades e abrimos novas perspectivas de ensino e aprendizagem usando tecnologias. Agora, estudantes podem dizer o que funcionou melhor, e a escola pode replanejar e estruturar as experiências de aprendizagem. Em casa, estudantes ainda utilizarão ferramentas digitais, mas, com o ensino híbrido, será uma aprendizagem integrada, mais estruturada, com instruções claras para o estudo individual. Os(As) alunos(as) também vão precisar ser provocados(as) a ter uma mentalidade de crescimento e se reconhecerem como agentes ativos da construção de novos conhecimentos, pois serão incentivados a terem algum controle e responsabilidade sob seu processo de aprendizagem. Professores(as) mediadores(as) do processo de ensino e aprendizagem: uma mudança de papel necessária O segundo passo necessário para pensarmos no ensino híbrido nas escolas é a mudança do papel dos(as) docentes. Pensando nas mudanças que a educação está passando, precisamos que os(as) docentes também repensem suas práticas pedagógicas para 8 https://site.geekie.com.br/blog/growth-mindset-educacao/ deixarem de ser focadas apenas no ato de ensino para pensar na aprendizagem dos(as) estudantes. Segundo José Pacheco, “nossa deficiência não é de aprendizagem, e sim de ensinagem” (Bacich, Tanzi Neto & Trevisani, 2015; p. 92). Dessa forma, modificar o papel docente de transmissor de conteúdos para mediador e facilitador é fundamental para o sucesso do ensino híbrido na escola. Sabemos que isso não ocorre instantaneamente e precisamos apoiar a formação continuada dos docentes para não apenas inserirmos as novas tecnologias na sala de aula, mas buscarmos a intencionalidade necessária no seu uso. Isso garante a conexão das tecnologias escolhidas com os objetivos pedagógicos que se pretende alcançar com os(as) estudantes. Entre os benefícios do ensino híbrido para os(as) professores(as), podemos destacar: a possibilidade de personalizar e individualizar mais o ensino a partir do uso dos dados; a exploração de novos espaços (físicos/digitais) e de diferentes formas de aprendizagem; o aumento do papel de autoria do(a) docente na escolha dos materiais, metodologias e nas abordagens utilizadas em sala de aula; o(a) professor(a) assumir cada vez mais um papel de designer de percursos educacionais, desenhando diferentes caminhos para o desenvolvimento de cada estudante. Geekie One e aprendizagem híbrida: modelos para a volta às aulas presenciais Diversas são as possibilidades para compor modelos de ensino híbrido, mas nas pesquisas de Horn & Starker (2015) são sugeridos 4 modelos principais: flex, virtual enriquecido, à la carte e de rotação. Vamos conhecê-los brevemente agora. 9 Modelos de ensino híbrido. Adaptado de Horn & Staker, 2015. 1. Modelo de rotação: os(as) estudantes realizam atividades diversificadas sob a orientação ou não do(a) docente, utilizando as tecnologias e os meios digitais em pelo menos um dos momentos de aprendizagem. Os modelos de rotação estimulam a aprendizagem individual e colaborativa. São 4 exemplos de modelos de rotação: a rotação por estações, o laboratório rotacional, a sala de aula invertida e a rotação individual. Vamos aprofundar sobre dois deles na próxima seção. 2. Modelo flex: o ritmo de cada estudante é personalizado com ênfase no ensino on-line, e o(a) professor(a) fica à disposição para esclarecer dúvidas e direcionar para atividades, na maioria das vezes presenciais. A partir das necessidades do(a) estudante, o(a) professor(a) oferece apoio presencial ao longo de atividades, ensino em pequenos grupos e tutoria individual. 3. Modelo à la carte: o(a) estudante é responsável pela organização de seus estudos, de acordo com os objetivos gerais a serem alcançados no curso ou disciplina específica que é inteira on-line. A aprendizagem poderá ocorrer no momento e local mais adequados para o(a) estudante, inclusive utilizando espaços da escola. Para estes estudos, o contato com o docente será apenas pelo ambiente on-line. Ao mesmo tempo em que o(a) estudante realiza esse curso ou disciplina on-line, também fará outras disciplinas presenciais. 4. Modelo virtual enriquecido: os(as) alunos(as) têm que comparecer presencialmente à escola apenas poucas vezes na semana, tendo sessões de aprendizagem 10 obrigatórias com o(a) professor(a) e ficam completamente livres para realizar o restante do trabalho on-line, de onde preferirem, da escola ou de casa. Vamos explorar com mais ênfase os modelos de rotação, pois são menos disruptivos e podem ser realizados sem muitas mudanças da sala de aula. Consideramos estes modelos um bom primeiro passo para as escolas experimentarem o ensino híbrido na prática! 11 Modelo 1 — Sala de aula invertida Na sala de aula invertida, os(as) alunos(as) estudam os conteúdos previamente de forma assíncrona, a distância, por meio de materiais diversos: videoaulas, textos, podcasts, artigos, links etc. Esses materiais servem como introdução aos temas que, mais adiante, serão aprofundados com professores(as) e colegas por meio de atividades, debates e discussões. Neste sentido, inverte-se a visão mais tradicional de educaçã,o em que o momento da sala de aula deve ser destinado à transmissão do conteúdo pelo(a) professor(a), e o momento de casa, à realização das atividades e tarefas. Construímos um passo a passo sobre como aplicar a sala de aula invertida com o apoio do Geekie One: A) 1º passo: Compartilhamento deconteúdos e materiais pelo(a) docente Inicialmente, o(a) estudante entra em contato com o conteúdo por diferentes materiais e recursos. Nessa metodologia, é importante explorar a multimodalidade por meio de textos, vídeos, imagens, entre outros. Dessa forma, permitimos que o(a) estudante busque a melhor forma de desenvolver seu entendimento sobre o assunto conectando as diferentes linguagens e mídias, fortalecendo, assim, a personalização do aprendizado. Para essa primeira parte, os(as) professores(as) podem utilizar o Geekie One de várias maneiras: ➔ Indicando conteúdos e/ou as videoaulas dos capítulos Geekie One para o estudo individual. ➔ Utilizando a aba de Materiais para compartilhar arquivos do Drive e links que direcionam a páginas da internet com artigos, notícias, vídeos e até mesmo simuladores e sites de realidade virtual e aumentada. ➔ Outra possibilidade é o envio desses materiais pelo Mural da turma. Lembrando também que, pelo Geekie One, o(a) docente consegue acompanhar quais alunos(as) acessaram os materiais enviados e quais não acessaram. ➔ Enviando Atividades para acompanhar o entendimento da turma sobre o assunto e definir estratégias para o momento presencial/síncrono com os(as) estudantes. 12 Compartilhamento de materiais por meio de um capítulo Geekie One. Como preparar bons materiais e orientações de uso: Ao preparar materiais para a aplicação da sala de aula invertida, tenha em mente que eles precisam ser didáticos o suficiente para que os(as) estudantes consigam consumi-los de forma autônoma. Por isso, é preciso orientá-los(as), dar suporte e feedback para que saibam exatamente o que é esperado deles(as) com relação ao consumo de cada material. Alguns(as) estudantes se sentem na obrigação de ler tudo o que o(a) professor(a) envia. Para evitar sobrecarga, deixe claro o objetivo de cada material e que o(a) estudante pode escolher se debruçar naqueles em que mais tem interesse ou que parecem ajudar mais no processo de aprendizado. Dar escolhas para os(as) estudantes é um passo importante para o desenvolvimento da autonomia. Ao compartilhar os materiais para momentos assíncronos, além dos direcionamentos do que é esperado, o(a) professor(a) não pode se esquecer de estabelecer um prazo para uso dos materiais. B) 2º passo: Registro das anotações e dúvidas pelos(as) estudantes É muito importante que o(a) estudante faça registros ao se debruçar sobre os conteúdos e materiais enviados pelo(a) professor(a). Fazer anotações dos pontos mais importantes, registrar dúvidas e ideias que surgirem ao longo da leitura e construir formas de resumo e sistematização podem contribuir para o sucesso dessa metodologia. Esse é o momento de o(a) estudante desenvolver a sua autonomia, encontrando os melhores caminhos para o seu aprendizado. De acordo com Horn e Staker (2015): “Mudar o fornecimento do conteúdo-base para um formato on-line dá aos estudantes a oportunidade de retroceder ou avançar de acordo com a sua velocidade de compreensão. 13 Eles decidem o que e quando assistir, e isso lhes dá maior autonomia em sua aprendizagem”. Dessa forma, contribuímos para que o(a) estudante tenha controle sobre o tempo, lugar, caminho e/ou ritmo. C) 3º passo: Atividades práticas no momento da aula Na sala de aula, seja presencial ou nos momentos síncronos nas aulas remotas, os(as) alunos(as) tiram as dúvidas que surgiram no momento do estudo individual, e o(a) professor(a) propõe e orienta atividades, debates e projetos acerca dos conteúdos previamente estudados. Esse momento se torna propício para o desenvolvimento de habilidades e competências cognitivas e socioemocionais, levando os(as) estudantes a promoverem a aplicação e transferência dos conceitos e saberes em diferentes situações de aprendizagem. Assim, estamos contribuindo para a compreensão e atribuição de sentido pelos(as) estudantes sobre o assunto trabalhado e promovendo a sua formação integral. Para esse momento, o Geekie One oferece alguns possíveis caminhos: ➔ Utilização das seções de Práticas Ativas dos capítulos Geekie One (Investigando, Expressando ideias, Pontos de vista, Roda de conversa, Mão na massa). Essas seções apresentam propostas de atividades práticas, investigações científicas, experimentos e debates. ➔ Realização das Rotinas de Pensamento propostas muitas vezes nas introduções dos capítulos Geekie One (veja mais na próxima seção “Rotação por estações”). ➔ Retomada dos pontos de maior dúvida e dificuldade das Atividades enviadas por meio da leitura dos relatórios de participação e desempenho da turma. 14 Modelo 2 — Rotação por estações Este modelo de rotação pode ser realizado em uma sala, em diferentes espaços ou até flexibilizada para combinar momentos e espaços presenciais e remotos. Aqui a turma segue um cronograma predefinido pelo(a) professor(a) e é dividido em grupos que se alternam em 3 estações: diretiva, individual e colaborativa. Como separar bons grupos? Na preparação das estações, o agrupamento dos(as) estudantes deve ser feito usando dados diagnósticos sobre as dificuldades e facilidades de cada um. Assim, na estação diretiva será possível preparar instruções personalizadas para atender às necessidades comuns a cada grupo de estudantes, sejam elas de uma explicação, exemplificação, revisão ou até de desafio. Essa é uma boa oportunidade para fortalecer a relação entre professor(a) e estudantes e conhecer de perto as necessidades de cada um. O Geekie One foi pensado para tornar a aprendizagem visível e, por isso, possui funcionalidades que facilitam e centralizam dados diagnósticos dos(as) estudantes. Com as Atividades, é possível montar listas de exercícios com questões dissertativas e alternativas que podem ser corrigidas na própria plataforma. Os dados de participação e desempenho são disponibilizados nos relatórios em tempo real para professores(as) e estudantes. 15 As estações A) Estação diretiva Um grupo fica com o(a) professor(a) para receber instruções adicionais ou tirar dúvidas para desenvolver ainda mais a compreensão. Tendo em mente as necessidades de cada grupo, o(a) docente pode preparar uma instrução e utilizar os diversos recursos dos capítulos Geekie One, como vídeos, imagens e animações. Para deixar a aprendizagem visível, pode ainda escolher rotinas de pensamento (Ritchhart et al., 2011) com as quais já esteja familiarizado(a) ou as do próprio capítulo, comumente encontradasnas seções de abertura Para começar e refletir e Olhar de cientista. B) Estação individual Este grupo de estudantes se dedica ao estudo dirigido individual on-line, utilizando conteúdos selecionados pelo(a) professor(a). Para este estudo dirigido, docentes selecionam diferentes recursos que estejam relacionados e complementem as atividades das outras estações, mas sem perder de vista que estudantes precisam fazer novas conexões, refletir sobre seus conhecimentos e construir novos entendimentos. Estes direcionamentos podem ser compostos no Geekie One de várias maneiras: ➔ Com instruções e indicações nos Materiais e Mural (veja a seção “Sala de aula invertida”). ➔ Enviando Atividades personalizadas para grupos ou um(a) estudante, segundo necessidades de aprendizagem identificadas em dados dos relatórios ou em outras evidências de aprendizagem. ➔ Indicando o uso do Plano de estudos personalizado do Geekie One. Este plano de estudos retoma os conteúdos vistos com o(a) professor(a) na semana anterior, levando em conta as interações com o material: páginas de 16 capítulos, videoaulas e exercícios. Com estas informações, a própria plataforma sugere uma trilha personalizada de estudos para que cada estudante possa aprofundar nos conhecimentos que ainda precisam ser reforçados ou ir além e ser desafiado(a). Todas essas possibilidades permitem que estudantes passem por uma estação individual, personalizada e com controle do tempo, ritmo e caminho para construir seu aprendizado. C) Estação colaborativa Os(as) estudantes desenvolvem atividades ou projetos em pequenos grupos. Existem várias possibilidades para compor o trabalho em pequenos grupos com construções conjuntas, jogos ou até mesmo desafios elaborados e experimentados pelos(as) próprios(as) estudantes. Nos capítulos do Geekie One, também existem sugestões de práticas ativas de mão na massa, pesquisa, construção de materiais, entre outros, que podem ser utilizados na estação colaborativa. No contexto da pandemia, enquanto medidas de distanciamento entre pessoas forem necessárias, podemos adaptar atividades do Geekie One aproveitando muito de ferramentas digitais para a construção conjunta. O Kahoot e Mentimeter são bons para fazer perguntas de múltipla escolha, quiz ou perguntas de respostas abertas. Nesta opção, os(as) estudantes podem criar quizzes para desafiarem uns aos outros, aprofundando conhecimentos para poderem compor boas perguntas e aprendendo ou revisando ao responder para seus pares. Para criações colaborativas com imagens, desenhos, textos, gifs e hiperlinks, boas opções são o Padlet e o Jamboard. Com estas ferramentas, estudantes podem fazer uma construção colaborativa ao mesmo tempo, tornando o pensamento de todos(as) visível e fazendo conexões com as ideias de seus(suas) colegas. Assista: conheça um passo a passo para utilizar essas 4 ferramentas digitais em suas aulas e veja exemplos de criações colaborativas que professores(as) já fizeram com seus estudantes. Leia também: Como usar o Padlet para criar experiências de aprendizagem incríveis Customize conforme o necessário Sem deixar as características do ensino híbrido para trás, é possível adaptar a rotação nas estações para aulas presenciais e remotas para as nossas necessidades atuais. Considere, por exemplo: ● Para montar as estações, além de usar diferentes espaços da escola como quadras, pátios, salas e laboratórios, uma das estações pode ser feita em casa. ● O tempo dedicado entre cada estação é definido pelo(a) professor(a). Por que não fazer uma estação com duração de uma aula inteira? A cada aula, estudantes 17 https://youtu.be/wxJE0NIm1tI?t=1 https://youtu.be/wxJE0NIm1tI?t=1 https://youtu.be/HfpMuA2Mqvc?t=1 https://youtu.be/HfpMuA2Mqvc?t=1 https://www.geekie.com.br/blog/padlet-como-criar-murais-para-suas-aulas/ trabalham em uma estação diferente, e o(a) professor(a) pode direcionar sua atenção na estação diretiva enquanto um(a) monitor(a) faz a assistência a estudantes na estação colaborativa. Se pensarmos nos desafios de mesclar a rotação por estações em um ensino presencial, como podemos adaptar ainda mais para adequar ao contexto de volta às aulas presenciais quando teremos grupos de estudantes que frequentam a escola presencialmente e outro grupo remoto? Exemplo 1: uma turma permanece somente a distância, enquanto outra frequenta a escola. A troca das estações ocorre por aula. Considere uma mesma turma dividida em dois grupos de estudantes: o primeiro frequenta a escola algumas vezes por semana, enquanto o segundo faz atividades apenas remotas. Em um exemplo, no primeiro horário da aula de Ciências, o(a) professor(a) deixa o grupo 1, presencial, em trabalhos colaborativos. Enquanto isso, pode se dedicar ao grupo 2, que está em casa, na estação diretiva. Na segunda aula de Ciências, essas estações se invertem, e o(a) professor(a) agora fará a instrução com a turma presencial, enquanto estudantes em casa utilizam ferramentas digitais para uma atividade colaborativa. Por fim, em um terceiro horário, o(a) professor(a) pode dedicar a aula para estudos individuais que estudantes podem fazer em casa. Neste momento, o(a) docente pode ainda disponibilizar uma videochamada para tirar dúvidas pontuais de estudantes ou utilizar esse tempo para planejamento de atividades. Mesmo que um grupo esteja sempre remoto, ainda assim podem ser desenvolvidos elementos essenciais do ensino híbrido: a autonomia nos estudos, a colaboração entre pares e a personalização na instrução docente. Após um retorno às aulas presenciais, estes 18 elementos poderão ser transferidos mais facilmente para a sala de aula porque estudantes já terão experimentado o modelo. Exemplo 2: uma mesma turma retornou primeiro às aulas e foi dividida em estações por dia da semana. É possível mesclar momentos presenciais e a distância. Considere um cenário em que uma mesma turma frequenta a escola na mesma semana. A turma é dividida em três grupos que se alternam nas estações por dia da semana. Se quisermos manter o distanciamento entre as pessoas, podemos utilizar os diferentes espaços físicos disponíveis na escola e ainda propor que a estação individual seja feita em casa. Se for este o caso, podemos seguir uma sugestão semelhante à do exemplo anterior, em que a estação individual remota pode ser complementada com a disponibilidade de uma videochamada com um(a) monitor(a) para tirar dúvidas dos(as) estudantes. Dessa maneira, em uma mesma semana, todos os grupos conseguem passar portodas as estações, e, a cada dia da semana, o(a) professor(a) se dedica a fazer instruções diferenciadas para cada grupo na estação diretiva. Após o término dessas estações, em uma quarta aula, seria possível criar uma videochamada com todos(as) os(as) estudantes remotos para o fechamento dos estudos das estações e/ou fazer uma pequena avaliação para acompanhar as aprendizagens. 19 Considerações finais Os modelos de ensino híbrido podem se somar às práticas que sua escola já realiza. Diferentes professores(as) já experimentaram práticas ativas e trabalhos colaborativos e já vivenciaram aulas on-line. Agora, temos a oportunidade de rever esses aprendizados e propor uma dinâmica melhor e mais estruturada nos momentos presenciais e remotos para os(as) estudantes. Este caminho precisa de uma mentalidade de crescimento, pois requer experimentar, errar e aprender, mas se tivermos em mente nosso objetivo de proporcionar aos(às) estudantes mais autonomia e oportunidades de desenvolverem novas habilidades, temos certeza que valerá a pena. Neste processo, professores(as) também ressignificam seu papel como mediadores(as) e se capacitam para usar novas tecnologias e dados para personalização com o Geekie One. Apresentamos aqui apenas algumas das possibilidades do ensino híbrido usando modelos como guia, mas é possível mudá-los segundo as necessidades de cada escola. Por isso, a dica é não se prender a eles e experimentar! A nova era da educação precisa de novas formas de ensinar e aprender que sejma mais conectadas, visíveis, personalizadas e ativas. Essa será uma exigência constante das famílias de estudantes, que estão cada vez mais atentas ao processo de ensino e aprendizagem após a vivência da escola dentro de suas casas. Ademais, o modelo híbrido como tendência da nova era da educação é também a aceleração de um processo de atualização das escolas para uma forma de ensinar e aprender coerente com o século XXI e os desafios que traz consigo para escolas, famílias e a sociedade. Vamos juntos(as)? 20 Referências Bibliográficas BACICH, Lilian. A sala de aula “híbrida”. São Paulo, 3 ago. 2020. Disponível em: <https://lilianbacich.com/> Acesso em: 20 ago. 2020. BACICH, Lilian; TANZI NETO, Adolfo e TREVISANI, Fernando. Ensino Híbrido: personalização e tecnologia na educação. Porto Alegre: Penso, 2015. BACICH, Lilian; MORAN, José M. Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2017. DWECK, Carol S. Mindset: a nova psicologia do sucesso (2006). Rio de Janeiro: Objetiva, 2019. HORN, Michael B.; STAKER, Heather. Blended: Using Disruptive Innovation to Improve Schools. San Francisco, CA :Jossey-Bass, 2015. MORAN, J. M. A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá. Campinas: Papirus, 2012. OCDE. A framework to guide an education response to the Covid-19 Pandemic of 2020. Disponível em: <https://www.hm.ee/sites/default/files/framework_guide_v1_002_harward.pdf>. Acesso em: 10 ago. 2020. Ritchhart, Ron; Church, Mark; Morrison, Karin. Making Thinking Visible. Hoboken, NJ: Jossey-Bass, 2011. Tucker, Catlin R.; Wycoff, Tiffany; Green, Jason T. Blended learning in action. A practical guide toward sustainable change. Corwin Press, 2016. Documentação pública Parecer CNE/CP Nº 11/2020. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=148391-pc p011-20&category_slug=julho-2020-pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 18 ago. 2020. 21 https://lilianbacich.com/ https://www.hm.ee/sites/default/files/framework_guide_v1_002_harward.pdf http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=148391-pcp011-20&category_slug=julho-2020-pdf&Itemid=30192 http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=148391-pcp011-20&category_slug=julho-2020-pdf&Itemid=30192 Quem fez este e-book Christie Sototuka Bacharel e licenciada em Ciências Biológicas pela USP e Universidade de Stirling, Christie é educadora há 8 anos de crianças e jovens no Movimento Escoteiro e tem artigo publicado em periódico de educação ambiental. Na Geekie, foi Coordenadora editorial e atualmente trabalha como Designer Pedagógica. Paulo Raphael Siqueira Bittencourt Professor de História há mais de 12 anos trabalhando com pré-vestibular, ensino médio e fundamental II. Formado em História na UFRJ com Mestrado em Educação na mesma instituição. Pesquisas na área do ensino de História e História da Educação. Artigos publicados em periódicos do campo. Trabalha atualmente na Geekie como Designer Pedagógico. 22 Conheça o Geekie One O Geekie One é uma plataforma de educação personalizada que alia tecnologia de ponta a conteúdo hiperatualizado e consultoria pedagógica parceira na jornada de inovação de cada escola. Ele é a melhor plataforma para atender as demandas da Nova Era da Educação por proporcionar uma aprendizagem mais visível, conectada, ativa e personalizada. Tudo isso resulta em uma formação integral dos(as) estudantes, focada no desenvolvimento de competências e habilidades cognitivas e socioemocionais. Com o Geekie One, sua escola se diferencia da concorrência e atende as expectativas das famílias que buscam o desenvolvimento de seus filhos e suas filhas para encarar os desafios de um mundo em constante transformação, sem deixar de lado a preparação para o Enem e vestibulares. Quer conhecer mais sobre o Geekie One? Então peça uma demonstração para entender como podemos concretizar essa parceria para levar sua escola a um novo patamar em 2021! 23 https://materiais.geekie.com.br/demonstracao-geekie-one 24