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caderno de repertório ENEM 2019, prof. kaio bruno dias

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Prévia do material em texto

material complementar de revisão Enem feito com carinho e atenção pelo prof. kaio bruno dias, bons estudos! Pagina 1 de 9 
Professor(a): Kaio Bruno Dias 
CADERNO DE 
REPERTÓRIO ENEM 
 
CADERNO DE REPERTÓRIO 
Antes de mais nada, é imprescindível saber o que é tido 
como repertório sociocultural: 
Repertório sociocultural é o saber sobre várias áreas 
de conhecimento, como história, filosofia, sociologia, 
política, economia, saúde, cultura, dentre outros, além 
daquilo que é adquirido ao longo da vida por meio das 
experiências individuais. 
Ou seja, em outras palavras, repertório é o seu 
conhecimento cultural e empírico sobre o mundo social 
que te cerca. 
 
O MITO DO REPERTÓRIO DECORADO 
É muito comum o aluno, equivocadamente, achar que 
só por decorar um determinado repertório (citação, dado 
estatístico etc.) ele conseguirá uma boa nota no quesito 
“domínio e articulação de repertórios interdisciplinares” 
e “argumentação autoral”, tópicos cobrados nas 
competências 2 e 3 da redação Enem. Observe o 
exemplo a seguir: 
 Apesar de citar Kant, um renomado filosofo, este 
parágrafo de argumentação não cumpriu os quesitos 
mínimos exigidos pela grade de correção do Enem, pois 
apenas citou o filosofo, de forma pouco articulada ao 
recorte temático e à tese defendida na introdução. 
Enfim, argumentar de forma autoral não é apenas 
apresentar um bom repertório, vai além disso, é articulá-
lo de forma inteligente e persuasiva em defesa de sua 
tese e do tema da redação. Observe um exemplo em 
que isso ocorre de maneira totalmente satisfatória: 
Já neste segundo exemplo, fica evidente a boa 
articulação entre o repertório (citação de Kant) e o 
recorte temático. É nessa perspectiva que você deve 
utilizar um repertório sociocultural na redação Enem, de 
forma que ele faça sentido e esteja em consonância 
com a sua tese/argumentação. 
 
O REPERTÓRIO NO ENEM E NOS VESTIBULARES 
É comum que os processos seletivos (Enem e demais 
vestibulares) cobrem a produção de uma redação em 
seus respectivos exames, o intuito disso é avaliar a 
capacidade cognitiva do candidato e a sua proficiência 
em relacionar as várias áreas do conhecimento em uma 
unidade textual. Por isso, é de extrema importância 
estar atento quanto aos conhecimentos que podem ser 
articulados e utilizados para o bom desenvolvimento de 
teses, argumentos, intervenções sociais e narrativas. 
 
PROBLEMÁTICAS SOCIAIS ABORDADAS NO ENEM 
Desde o seu início em 1997, o Exame Nacional do 
Ensino Médio passou por diversos governos e gestões, 
mas uma perspectiva nunca se alterou nesse interim, 
temas que proporcionam discussões acerca de 
problemáticas sociais à nível nacional-internacional, é a 
partir desse contexto que você deve articular os 
repertórios que tem domínio. Resumindo, todo tema de 
redação do Enem exige uma proposta de intervenção 
social, o que pressupõe um problema a ser resolvido ou 
mitigado. Veja alguns dos temas cobrados pelo ENEM 
nos últimos anos: 
2014: Publicidade infantil em questão no Brasil 
2015: A persistência da violência contra a mulher na 
sociedade brasileira 
2016: Caminhos para combater a intolerância religiosa no 
Brasil 
2017: Desafios para a formação educacional de surdos no 
Brasil 
2018: Manipulação do comportamento do usuário pelo 
controle de dados na internet 
2019: ????????????????????????????????? 
Observe que há vários tipos de problemáticas 
abordadas nos temas do Enem, todas eles de cunho 
social, político ou cultural, sempre envolvendo duas 
esferas básicas, o Estado na figura das instituições 
públicas e a sociedade civil (coletividade / indivíduo). 
 
OS PRINCIPAIS DESAFIOS DA NAÇÃO 
Neste tópico vamos evidenciar algumas das principais 
problemáticas existentes em nossa sociedade, a 
intenção de expor essas informações tem como 
principal finalidade contextualizar você sobre as 
mazelas que se mostram como desafios básicos para o 
crescimento econômico e melhoria da qualidade de vida 
dos cidadãos. De forma direta ou indireta, essas 
problemáticas costumam servir de pauta para assunto-
tema das discussões propostas pelo ENEM e 
Vestibulares: 
 
1. Crescimento Econômico 
2. Acesso à Educação Básica 
3. Saúde Pública Universal 
4. Consumo e Sustentabilidade 
5. Envelhecimento da população 
6. Liberdade de expressão e de subjetividade 
7. Respeito às diferenças 
8. Constituição Federal de 1988 
9. Desigualdade Social 
10. Modernização e avanços tecnológicos 
 
Agora que já estamos brevemente contextualizados 
sobre o que é um repertório sociocultural e como 
articulá-lo de forma satisfatória em uma redação Enem, 
segue abaixo alguns repertórios e suas possibilidades 
de articulação de acordo com o eixo temático 
(lembrando que um determinado repertório pode 
transitar entre eixos distintos, tudo fica relativo à 
capacidade articulativa do autor do texto) 
 
 
 
EDUCAÇÃO: 
 
Artigo 205 da Constituição Federal 
de 1988: " A educação, direito de 
todos e dever do Estado e da 
família, será promovida e 
incentivada com a colaboração da 
sociedade, visando ao pleno 
desenvolvimento da pessoa, seu 
preparo para o exercício da 
cidadania e sua qualificação para 
o trabalho". 
 
 
 
 
 
 
PAULO FREIRE (frases) 
 
 
“Se a educação sozinha não 
transforma a sociedade, sem 
ela tampouco a sociedade 
muda.” 
 
“Educação não transforma o 
mundo. Educação muda as 
pessoas. Pessoas transformam o 
mundo.” 
 
 
 
JEAN PIAGET (citação) 
 
 
“O principal objetivo da 
educação é criar pessoas 
capazes de fazer coisas novas 
e não simplesmente repetir o 
que outras gerações fizeram.” 
 
 
 
CULTURA E SOCIEDADE: 
 
 
 
 
 
 
AS RELAÇÕES DE 
PODER NA 
SOCIEDADE 
MODERNA, SEGUNDO 
MICHEL FOUCAULT 
 
Michel Foucault compreende o 
poder, ou melhor, para ele não 
existe o poder, mas sim relações 
de poder, que através de seus 
mecanismos atua como uma força coagindo, 
disciplinando e controlando os indivíduos. Para 
Foucault, na modernidade, à medida em que foram 
mudando as relações sócio políticas e econômicas, 
também foram sendo produzidas novas relações de 
poder, mais adequadas às necessidades do poder 
dominante. Este processo atinge um tal grau de 
eficiência, complexidade/simplicidade que o poder 
parece adquirir vida própria, como se prescindisse dos 
indivíduos. Assim, o poder parece simplesmente 
funcionar independente dos indivíduos. Através do 
aparato ideológico, burocrático e bélico, o poder se 
exerce, coagindo e fazendo com que os indivíduos se 
submetam, pois, apesar de o poder parecer invisível, 
adquire força na medida em que os indivíduos 
transformam-se numa espécie de correia de 
transmissão e de reprodução. De acordo com essa 
concepção, o poder de uma forma rude e grosseira, 
evolui e apresenta-se de forma sofisticada e sutil. 
 
 
 
 
“Rousseau disse que o homem nasce bom, e a 
sociedade o corrompe. Mas essa ideia precisa de 
reparos: para mim, o homem nasce neutro e o sistema 
social educa ou realça seus instintos, liberta seu 
psiquismo ou aprisiona. E normalmente o aprisiona.” 
- Augusto Cury 
 
DESIGUALDADE SOCIAL: 
 
DUAS VISÕES DISTINTAS SOBRE DESIGUALDADE 
SOCIAL 
 
Karl Marx acreditava que a 
miséria é utilizada como um 
instrumento pelas classes 
dominantes. Acreditava 
também que a desigualdade é 
causada pela divisão de 
classes, dentre aqueles que 
tem os meios de 
produção(burguesia) e 
aqueles que contam apenas 
com sua força de trabalho 
para garantir sua 
sobrevivência(proletário). 
 
 
 
Por outro lado, Ludwig von Mise 
defendia que as desigualdades 
de renda e de distribuição de 
ativos começam a aumentar por 
causa da presença dominante do 
Estado sobre à vida dos cidadãos. 
Nesse contexto, os defensores 
e apologistas da justiça 
social se tornam ainda 
mais histéricos em 
seus protestos, sem 
saber (ou sem dizer) que é o próprio Estado — com seu 
sistema monetário monopolista e intervencionista — o 
responsável pela má distribuição de renda e 
desigualdade social. 
 
NATURALIZAÇÃO HISTÓRICA DA DESIGUALDADE 
 
Uma herançada escravidão particularmente sentida até 
os dias atuais seria a naturalização da desigualdade em 
nossa sociedade, explica Ricardo Alexandre Ferreira, 
doutor em História e professor da Universidade 
Estadual Paulista (Unesp – Campus Franca). O Brasil 
do século XIX passou a manejar os novos ideais de 
liberdade e igualdade apregoados no mundo ocidental 
e, ao mesmo tempo, manteve em seus quadros legais 
a escravidão dos africanos. Nascia um país “moderno” 
que afirmava não poder se desvencilhar imediatamente 
do cativeiro. Nascia um país “livre e igual”, composto por 
meios cidadãos (os ex-escravos ou libertos) e não 
cidadãos (os cativos). “Esse legado, não menos 
importante do que os vinculados à arte, à culinária, à 
construção de edificações, à religião, enfim, ao 
desenvolvimento de uma cultura mestiça, acabou por 
nos marcar efetivamente como um povo que tem 
desigualdade enraizada em sua cultura”, pontua 
Ferreira. 
 
A naturalização da 
desigualdade social é tratada 
no livro A Ralé Brasileira, de 
Jessé Souza, professor da 
Universidade Federal de Minas 
Gerais (UFMG), em que o 
autor expõe o drama histórico 
da sociedade brasileira: a 
reprodução de uma sociedade 
que considera normal e 
aceitável ter “gente” de um lado 
e “subgente” de outro; uma 
sociedade discriminatória que 
classifica seres humanos em 
diferentes categorias, de acordo com sua posição 
econômica. 
 
ECONOMIA: 
 
 
 
 
 
SEGURANÇA PÚBLICA: 
 
 
 
Constituição Federal (1988) 
 
 
 
 
 
 
PITÁGORAS (citação) 
 
 
“Educai as crianças 
para que não tenha 
que punir os homens” 
 
 
 
 
POLÍTICA: 
 
ALBERT EINSTEIN (citação) 
 
“O meu ideal político é a 
democracia, para que todo o 
homem seja respeitado como 
indivíduo e nenhum 
venerado.” 
 
 
 
ARISTOTELES (citação) 
 
 
 
 
 
 
 
VYGOTSKY (citação) 
 
 
 
 
“O indivíduo é fortemente 
influenciado pelo meio em que 
está inserido” 
 
“Através dos outros, nos 
tornamos nós mesmos.” 
 
 
 
SUSTENTABILIDADE: 
 
RACHEL CARSON (trecho) 
 
“O homem é parte da natureza e 
sua guerra contra a natureza é 
inevitavelmente uma guerra contra 
si mesmo” 
 
 
 
 
SAÚDE PÚBLICA: 
 
Desde que o SUS foi 
instituído na Constituição 
de 1988, o Brasil passou a 
ser um dos primeiros e poucos 
países fora da Organização 
para a Cooperação e 
Desenvolvimento Econômico (OCDE) a prever, na legislação, 
o acesso universal aos serviços de saúde, reconhecendo a 
saúde como direito do cidadão e dever do Estado. Mas, na 
prática, nenhum governo garantiu o financiamento necessário 
para que fosse cumprido o artigo 196 da Constituição: que 
esse direito universal seja garantido “mediante políticas 
sociais e econômicas que visem à redução do risco de 
doenças e de outros agravos e ao acesso universal e 
igualitário às ações e aos serviços para sua promoção, 
proteção e recuperação”. 
 
REPERTÓRIO POR ALUSÃO LITERÁRIA: 
 GEORGE ORWEL (1984) 
 
No livro “1984” de 
George Orwell, é 
retratado um futuro 
distópico em que um 
Estado totalitário 
controla e manipula toda 
forma de registro 
histórico e 
contemporâneo, a fim de 
moldar a opinião pública 
a favor dos governantes. 
Nesse sentido, a 
narrativa foca na 
trajetória de Winston, 
um funcionário do 
contraditório Ministério 
da Verdade que 
diariamente analisa e 
altera notícias e 
conteúdos midiáticos 
para favorecer a imagem do Partido e formar a população 
através de tal ótica. 
 
“George Orwell, em sua célebre obra “1984”, descreve uma 
distopia na qual os meios de comunicação são controlados e 
manipulados para garantir a alienação da população frente a 
um governo totalitário.” 
 
 
MITO DE SISIFO (MITOLOGIA) 
 
 
 
Na mitologia grega, Sísifo 
foi condenado por Zeus a 
rolar uma enorme pedra 
morro acima eternamente. 
Todos os dias, Sísifo 
atingia o topo do rochedo, 
contudo era vencido pela 
exaustão, assim a pedra 
retornava à base. 
 
 
 
 
CONTROLE PARENTAL: 
O que é? O controlo parental é um mecanismo utilizado pelos 
adultos para controlar o acesso que as crianças podem ter à 
diferentes sites, sistemas operativos ou computadores. 
Através do controle parental podemos monitorar a navegação, 
restringir conteúdos impróprios para menores e bloquear 
páginas ou usuários que possam ser uma ameaça para as 
crianças. 
 
 
 
HOMESCHOOLING (EDUCAÇÃO DOMICILIAR) 
 
O que é educação domiciliar? Educação domiciliar ou ensino 
doméstico consiste em realizar o processo de educação em 
casa, não na escola. Esse modelo de educação se contrapõe 
à noção da educação como uma responsabilidade 
compartilhada entre a família e a escola, na qual caberia a 
essa última proporcionar o conhecimento 
científico/acadêmico, e à família caberia ensinar valores e 
outras questões mais subjetivas. Na educação domiciliar, a 
família assume por inteiro a responsabilidade de educar a 
criança ou jovem, sem a participação de uma instituição de 
ensino. 
 
 
IDOSOS (ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO) 
 
 
 
 
 
ARTIGO 5° DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
 
MOBILIDADE URBANA: 
 
 
 
BULLYING: 
 
 
 
TURMA DA MÔNICA E O BULLYING 
 
 
Criada em 1959 e conhecida historicamente por seus personagens 
carismáticos e politicamente incorretos quando o assunto era a prática 
de bullying, basta observar os chavões “baixinha, gorducha, dentuça” 
do qual era apelidada a personagem Mônica pelos seus colegas de 
bairro (Cebolinha e Cascão). A Turma da Mônica fez parte do 
crescimento de muitas gerações de brasileiros. Entretanto, nos 
últimos anos com a intensificação dos debates e discussões acerca 
dos efeitos negativos do bullying e da violência simbólica entre jovens 
e crianças, principalmente em contexto escolar, houve uma mudança 
de perspectivas em como as histórias da Turma da Mônica são 
contadas atualmente. Veja que por ser um meio de comunicação 
poderoso e que dialoga de forma prática e direta com crianças e 
adolescentes, até mesmo os roteiristas das histórias em quadrinhos 
precisaram rever seus conceitos e estarem atentos a formas mais 
saudáveis de relação entre as pessoas e suas diferenças ideológicas 
e estéticas. 
 
HISTÓRIA DO BRASIL: 
VIOLÊNCIA URBANA: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No livro “1984” de George Orwell, é retratado um futuro distópico em que um 
Estado totalitário controla e manipula toda forma de registro histórico e 
contemporâneo, a fim de moldar a opinião pública a favor dos governantes. Nesse 
sentido, a narrativa foca na trajetória de Winston, um funcionário do contraditório 
Ministério da Verdade que diariamente analisa e altera notícias e conteúdos 
midiáticos para favorecer a imagem do Partido e formar a população através de tal 
ótica. Fora da ficção, é fato que a realidade apresentada por Orwell pode ser 
relacionada ao mundo cibernético do século XXI: gradativamente, os algoritmos e 
sistemas de inteligência artificial corroboram para a restrição de informações 
disponíveis e para a influência comportamental do público, preso em uma grande 
bolha sociocultural. 
 
Em primeiro lugar, é importante destacar que, em função das novas tecnologias, 
internautas são cada vez mais expostos a uma gama limitada de dados e conteúdos 
na internet, consequência do desenvolvimento de mecanismos filtradores de 
informação a partir do uso diário individual. De acordo com o filósofo Zygmund 
Baüman, vive-se atualmente um período de liberdade ilusória, já que o mundo 
digitalizado não só possibilitou novas formas de interação com o conhecimento, mas 
também abriu portas para a manipulação e alienação vistas em “1984”. Assim, os 
usuários são inconscientemente analisados e lhes é apresentado apenas o mais 
atrativo para o consumo pessoal. 
 
Por conseguinte, presencia-se um forte poder de influência desses algoritmos no 
comportamento da coletividade cibernética: ao observar somente o que lhe 
interessa e o que foi escolhido para ele, o indivíduo tende a continuar consumindo 
as mesmas coisas e fechar os olhos para a diversidade de opções disponíveis. Em um 
episódio da série televisiva Black Mirror,por exemplo, um aplicativo pareava 
pessoas para relacionamentos com base em estatísticas e restringia as possibilidades 
para apenas as que a máquina indicava – tornando o usuário passivo na escolha. 
Paralelamente, esse é o objetivo da indústria cultural para os pensadores da Escola 
de Frankfurt: produzir conteúdos a partir do padrão de gosto do público, para 
direcioná-lo, torná-lo homogêneo e, logo, facilmente atingível. 
 
Portanto, é mister que o Estado tome providências para amenizar o quadro atual. 
Para a conscientização da população brasileira a respeito do problema, urge que o 
Ministério de Educação e Cultura (MEC) crie, por meio de verbas governamentais, 
campanhas publicitárias nas redes sociais que detalhem o funcionamento dos 
algoritmos inteligentes nessas ferramentas e advirtam os internautas do perigo da 
alienação, sugerindo ao interlocutor criar o hábito de buscar informações de fontes 
variadas e manter em mente o filtro a que ele é submetido. Somente assim, será 
possível combater a passividade de muitos dos que utilizam a internet no país e, 
ademais, estourar a bolha que, da mesma forma que o Ministério da Verdade 
construiu em Winston de “1984”, as novas tecnologias estão construindo nos 
cidadãos do século XXI. 
Redação padrão Enem 
Tema: Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet 
 
O QUE NÃO PODE FALTAR NA CONCLUSÃO? 
 
Em apenas 1 (um) parágrafo, desta forma 
1ª parte: retomada da TESE, por meio das palavras do recorte temático. 
2ª parte: AGENTE: “Ministério da Educação (MEC)”; AÇÃO: “crie campanhas publicitárias”; 
MODO/MEIO: “por meio de verbas governamentais”; FINALIDADE: Combater a passividade 
de muitos que utilizam a internet. 
3ª parte: Observe que para criar a unidade textual e além disso propor intervenção social, 
referenciar informações apresentadas anteriormente no texto, o autor retoma o repertório 
sociocultural utilizado para introduzir o assunto-tema “estourar a bolha que, da mesma 
forma que o Ministério da Verdade construiu em Winston de “1984” 
 
 
O QUE NÃO PODE FALTAR 
NA INTRODUÇÃO? 
1ª frase: apresentação do assunto por 
meio de repertório sociocultural (neste 
caso, usou-se referência a uma obra 
literária). Poderia ter sido feito por alusão 
histórica, por citação filosófica, citação de 
dados estatísticos etc. 
2ª frase: Neste período é feito a 
progressão textual através de um 
elemento coesivo e da ampliação do 
repertório introduzido no tópico frasal, o 
leitor fica inteiramente contextualizado 
do assunto através da perspectiva da obra 
literária. 
3ª frase: Agora que o leitor está 
contextualizado do assunto, o autor traz a 
discussão para as problemáticas da 
sociedade atual, o que fica evidente em 
sua tese(afirmação) de como o uso de 
algoritmos e dados virtuais corroboram 
com a manipulação do comportamento 
do indivíduo em sociedade 
 
O QUE NÃO PODE FALTAR NO 
DESENVOLVIMENTO? 
02(dois) parágrafos 
D1: o autor problematiza e evidencia os 
aspectos negativos das novas tecnologias 
de comunicação e suas possibilidades de 
interação. Para embasar e deixar a sua 
afirmação mais persuasiva, ele utiliza o 
conceito de liberdade ilusória, preceito 
teorizado pelo filosofo Zygmund Baüman 
REPERTÓRIO SOCIOCULTURAL 
comprobatório do argumento 1, “vive-se 
atualmente um período de liberdade 
ilusória, já que o mundo digitalizado não 
só possibilitou novas formas de interação 
com o conhecimento, mas também abriu 
portas para a manipulação e alienação” 
D2: “De forma comparativa, o autor 
ilustra a atual situação da manipulação do 
comportamento do usuário através de um 
ep da série Black Mirror, e para enfatizar 
ainda mais a sua tese, ele utiliza uma 
citação indireta da escola de Frankfurt 
. REPERTÓRIO SOCIOCULTURAL 
comprobatório do ARGUMENTO 2, 
enredo de um episódio de Black Mirror e 
citação dos preceitos dos teóricos da 
Escola de FrankFurt 
 
 
 
 
 
 
O QUE NÃO PODE FALTAR NA SUA REDAÇÃO ENEM 
 
 
ANÁLISE: O USO DE REPERTÓRIOS NA REDAÇÃO PADRÃO ENEM 
Tema: Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet 
 
“Black Mirror” é uma série americana que retrata a influência da 
tecnologia no cotidiano de uma sociedade futura. Em um de seus 
episódios, é apresentado um dispositivo que atua como uma babá 
eletrônica mais desenvolvida, capaz de selecionar as imagens e sons 
que os indivíduos poderiam vivenciar. Não distante da ficção, nos dias 
atuais, existem algoritmos especiais ligados em filtrar informações de 
acordo com a atividade “online” do cidadão. Por isso, torna-se 
necessário o debate acerca da manipulação comportamental do 
usuário pelo controle de dados na internet. 
 
Primeiramente, é notável que o acesso a esse meio de comunicação 
ocorre de maneira, cada vez mais, precoce. Segundo pesquisa 
divulgada pelo IBGE, no ano de 201, apenas 35% dos entrevistados, 
que apresentavam idade igual ou superior a 10 anos, nunca haviam 
utilizado a internet. Isso acontece porque desde cedo a criança tem 
contato com aparelhos tecnológicos que necessitam da 
disponibilidade de uma rede de navegação, que memoriza cada passo 
que esse jovem indivíduo dá para traçar um perfil de interesse dele e, 
assim, fornecer assuntos e produtos que tendem a agradar ao usuário. 
Dessa forma, o uso da internet torna-se uma imposição viciosa para 
relações socioeconômicas. 
 
Em segundo lugar, o ser humano perde sua capacidade de escolha. 
Conforme o conceito de “Mortificação do Eu”, do sociólogo Erving 
Goffman, é possível entender o que ocorre na internet que induz o 
indivíduo a ter um comportamento alienado. Tal preceito afirma que, 
por influência de fatores coercitivos, o cidadão perde seu pensamento 
individual e junta-se a uma massa coletiva. Dentro do contexto da 
internet, o usuário, sem perceber, é induzido a entrar em determinados 
sites devido a um “bombardeio” de propagandas que aparece em seu 
dispositivo conectado. Evidencia-se, portanto, uma falsa liberdade de 
escolha quanto ao que fazer no mundo virtual. 
 
Com o intuito de amenizar essa problemática, o Congresso Nacional 
deve formular leis que limitem esse assédio comercial realizado por 
empresas privadas, por meio de direitos e punições aos que 
descumprirem, a fim de acabar com essa imposição midiática. As 
escolas, em parceria com as famílias, devem inserir a discussão sobre 
esse tema tanto no ambiente doméstico quanto no estudantil, por 
intermédio de palestrantes, com a participação de psicólogos e 
especialistas, que debatam acerca de como agir “online”, com o 
objetivo de desenvolver, desde a infância, a capacidade de utilizar a 
tecnologia a seu favor. Feito isso, o conflito vivenciado na série não se 
tornará realidade. 
 
 
ANOTAÇÃO 
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
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___________________________________________________________________
___________________________________________________________________ 
 
 
 
REPERTÓRIO 1 
É comum ao se produzir o 
parágrafo de introdução, 
especificamente no momento de 
produção do tópico frasal ou 
assunto, apresentar algum tipo de 
repertório sociocultural. Essa 
estratégia enriquece a redação, 
pois mostra o domínio do aluno em 
articular áreas distintas do 
conhecimento em função da 
contextualização do assunto-
tema-tese exigidos na introdução. 
Neste caso, pode-se observar que 
o autor usa como repertório 
sociocultural um breve resumo do 
enredo de um episódio da série 
Black Mirror. É recorrente o uso de 
repertórios mais lúdicos, literários 
e artísticos na introdução, pois é 
um momento de contextualizaçãodo assunto-tema. 
 
REPERTÓRIO 2 
Diferente da introdução (que abre 
precedentes para repertórios 
lúdicos), nos repertórios utilizados 
nos dois parágrafos de 
argumentação é aconselhável o 
uso de informações e citações que 
sejam persuasivos e mais 
concretos em relação à tese-tema, 
por exemplo, seria um tanto 
quanto menos persuasivo justificar 
os problemas da realidade social 
brasileira apenas tendo como 
ponto de partida enredo de séries 
ou trecho de canções, por 
exemplo. Tendo isso em vista, 
observe que o autor da redação 
utiliza-se de dados do IBGE para 
defender a tese através de sua 
argumentação, o que deixa o 
argumento mais convincente. 
 
REPERTÓRIO 3 
Se utilizados de forma bem 
articulada ao recorte, citações e 
saberes da psicologia, sociologia, 
filosofia etc., podem desempenhar 
grande fator persuasivo ao 
argumento, por exemplo, no 
segundo parágrafo de 
desenvolvimento o autor utiliza um 
conceito do sociólogo Goffman, o 
que além de mostrar um domínio 
interdisciplinar, evidencia a 
capacidade de relacionar áreas 
dos saberes em função da defesa 
da tese (posicionamento do autor 
em relação ao tema) apresentada 
na introdução. 
 
 
 
 
 
 
DA TEORIA À PRÁTICA 
1. Segue abaixo 3 parágrafos de introdução com 
destaque feito em suas respectivas teses. Sua missão: 
construir um parágrafo de argumentação(D1), utilizando 
obrigatoriamente algum dos repertórios disponíveis no 
caderno de repertório das páginas anteriores. 
 
Tema: Os malefícios do Nepotismo para a sociedade 
brasileira 
O nepotismo, prática de favorecer parentes para a 
ocupação de cargos públicos, é uma mazela histórica 
na sociedade brasileira. Uma de suas principais causas 
é a péssima herança política deixada pela monarquia 
durante o período colonial. Nesse contexto, todas as 
escolhas políticas eram feitas de forma arbitrária e 
tinham como principal intenção atender aos interesses 
da corte e não o do povo. Infelizmente, mesmo em uma 
democracia vigente, no Brasil, ainda se constata a 
necessidade de combate a esse mal. Porém, isso só 
será possível através da aplicação de leis mais rígidas 
aos infratores e de formação educacional mais crítica à 
população brasileira. 
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Tema: “Manipulação do comportamento do usuário 
pelo controle de dados na Internet” 
As primeiras duas décadas do século XXI, no Brasil e 
no mundo globalizado, foram marcadas por 
consideráveis avanços científicos, dentre os quais 
destacam-se as tecnologias de informação e 
comunicação (TICs). Nesse sentido, tal panorama 
promoveu a ampliação do acesso ao conhecimento, por 
intermédio das redes sociais e mídias virtuais. Em 
contrapartida, nota-se que essa realidade impôs novos 
desafios às sociedades contemporâneas, como a 
possibilidade de manipulação comportamental via 
dados digitais. Desse modo, torna-se premente analisar 
os principais impactos dessa problemática: a perda da 
autonomia de pensamento e a sabotagem dos 
processos políticos democráticos. 
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Tema: O controle parental e a exposição das 
crianças no mundo digital 
No episódio “Arkangel” da série “Black Mirror” é 
retratada uma realidade futurística em que, por meio de 
um implante feito na criança, os pais têm a capacidade 
de monitorar tudo aquilo que o indivíduo vê e escuta, 
por meio de um aplicativo. Fora da ficção, e em 
oposição ao enredo do episódio, é perceptível, 
atualmente, a ausência dos responsáveis para com 
aquilo que as crianças acessam na internet, o que 
caracteriza um falho controle parental, que reverbera 
em uma perigosa exposição destas no mundo digital. 
Portanto, pode-se afirmar que esse insatisfatório 
monitoramento por parte dos adultos desempenha 
influências negativas na formação socioeducacional de 
crianças e adolescentes, o que suscita mudanças. 
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