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ED Embrio 4 - Neurulação

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Universidade Federal do Rio de Janeiro
Estudo Dirigido
Disciplina: Embriologia N – BMH 193
Aluna: Vanessa Vieira Carvalho
Professora: Kátia Carneiro
Data de entrega: 04/07/2011
Tema: “Neurulação”
Neurulação
Durante o processo de gastrulação, as células que migram pelo nó e pela fosseta primitivos (anteriormente) formarão uma estrutura denominada processo notocordal, que logo adquire estrutura de um canal. Esse processo notocordal vai crescer cefalicamente até alcançar a placa pré-cordal. A linha primitiva do concepto, então, começa a regredir caudalmente até desaparecer, aumentando o processo notocordal, que dará origem à notocorda após a camada do assoalho do processo notocordal fundida com o endoderma intraembrionário do saco vitelínico for degradada e a placa notocordal se dobrar. A notocorda será a responsável por secretar fatores para a diferenciação do ectoderma intraembrionário em placa neural, entre esses fatores está o Shh, que induz as células do neuroectoderma* a ficarem colunares. A partir da formação da placa neural, o processo de desenvolvimento embrionário é denominado neurulação, que termina com o fechamento do neuróporo caudal posterior.
Por volta do 18º dia, a placa neural começa a invaginar-se ao longo do seu eixo central, formando um sulco com pregas neurais e, posteriormente, o tubo neural. Quando as pregas neurais se fundem (do meio para as extremidades**), células das cristas (células da crista neural – CCN) de cada prega perdem a adesão e ficam “soltas” entre o ectoderma sobrejacente e o tubo neural. Essas CCN, que são pluripotentes, vão migrar dorso-lateralmente ao tubo neural, se espalhando amplamente e podendo originar os gânglios sensoriais dos nervos espinhal e cranial. Estas células migram e, dependendo da altura em que migram, originam diferentes estruturas, como as células de Schwann, além de estruturas musculares.
As células do tubo neural são organizadas de forma pseudoestratificada. Elas se movem e quando entram em contato com a luz do túnel se diferenciam. Na primeira onda de diferenciação, formam os neuroblastos, que originarão os neurônios; na segunda, glioblastos, que darão origem aos astrócitos e aos oligodendrócitos (células da glia) e as células ependimárias.
À medida em que o tubo neural se forma, o mesoderma intraembrionário da placa lateral (em contato direto com o ectoderma e o endoderma) se diferencia em esplancnopleura (aderida à endoderme) e em somatopleura (aderida à ectoderme). Entre essas duas lâminas, se forma ainda um espaço denominado celoma intraembrionário, que originará as cavidades toráxica e abdominal. Começam a se formar, também, os vasos sanguíneos; o sistema cardiovascular é o primeiro a funcionar. A região da placa cardiogênica encontra-se à frente da membrana bucofaríngea e assumirá seu lugar “correto” no corpo do embrião após seu dobramento.
Ao mesmo tempo, estão se formando os somitos, que são compactações do mesoderma paraxial aderidas à notocorda, abaixo do tubo neural. O processo de fechamento do tubo termina no somito 31; os demais se degeneram. Da região do somito em contato com o tubo neural e a notocorda, forma-se o esclerótomo, que se diferenciará em osteoblastos e condroblastos. A diferenciação do esclerótomo também se dá devido à influência de Shh, que atua na porção ventral dos somitos, expressando Pax1. Enquanto isso, da região que não está em contato com o tubo e a notocorda, forma-se o dermomiótomo, que se diferenciará em fibroblastos, células adiposas e mioblastos. Os pedículos lombares e toráxicos dos somitos serão os únicos que permanecerão e formarão órgãos (gônodas, canais deferentes, epidídimo, ureteres, rins, tubas uterinas).
O mesoderma intermediário formará o sistema uro-genital.
Após se fechar o tubo, são formados os neuróporos cefálico e caudal.
O sistema nervoso central (região sensorial) é composto por derivados das CCN. O sistema nervoso periférico é classificado como simpático ou parassimpático. No primeiro, inervações da região toráxica e lombar projetam axônios para músculos lisos em momentos de estresse; no segundo, as inervações originárias das regiões cervical e sacral atingem os mesmos alvos que o simpático, porém em momentos de repouso.
* A diferenciação do ectoderma em epiderme só se dá depois que o tubo neural se forma.
** Esse fechamento do tubo neural pode acarretar em defeitos como a anencefalia ou a espinha bífida, caso ocorra de maneira incorreta.
- Bibliografia consultada:
Keith L. Moore,  Embriologia Básica. 2.ed. Editora Guanabara.

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