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O Serviço social no combate à Violência doméstica contra a mulher: Desafios e conquistas.

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
POLO PINHEIRO – MARANHÃO 
CURSO DE BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL 
 
 
 
Lavígnia das Graças Marinho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Serviço social no combate à Violência doméstica contra a 
mulher: Desafios e conquistas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pinheiro 
2021 
 
 
Lavígnia das Graças Marinho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Serviço social no combate à Violência doméstica contra a 
mulher: Desafios e conquistas. 
 
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao 
Universidade Estácio de Sá, como parte dos 
requisitos necessários à obtenção do título de 
Bacharel em Serviço Social. 
Orientador (a): Prof.ª Flávia Abade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pinheiro 
2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este momento, primeiramente a Deus, que me deu forças para chegar até aqui 
e me guiou pelo caminho certo, à minha família, que esteve sempre ao meu lado e torceu para 
o meu sucesso, em especial à minha mãe, Dona Lucélia, que nunca desistiu de mim, que sai 
todos os dias de casa para trabalhar no interior para me dar um futuro mais bonito e sempre me 
incentivou a estudar, a ser uma pessoa melhor a cada dia e nunca desistir, á minha orientadora, 
que sempre esteve presente (mesmo que virtualmente) quando tive dúvidas e me auxiliou a 
construir um trabalho lindo e com uma temática muito necessária. 
Resumo 
 
O presente estudo teve por objetivo compreender o histórico da violência doméstica 
contra a mulher e como o serviço social atua frente a esse fenômeno. Analisou o processo 
que levou a mulher a se tornar a maior vítima. A autora produzir o trabalho por meio de 
estudos bibliográficos, com apoio de livros, artigos e dissertações sobre a temática e pesquisa em 
web sites especializados. A violência doméstica está presente desde os primórdios do mundo, 
principalmente na Era Colonial, porém, só foi identificada como questão social entre os anos 
50 e 80. As mulheres vêm lutando por seus direitos durante muitos anos, o que lhes rendeu 
várias vitórias, no entanto, algumas delas ainda estão sujeitas a violência. O serviço social, como 
profissão que luta por direitos e proteção de todos, está diretamente ligado aos casos, sendo 
responsável pelos primeiros atendimentos às vítimas. Muitas leis foram criadas para amparar a 
mulher, sendo responsáveis por levar à justiça e punir os criminosos que cometem atos covardes 
às figuras femininas. No Brasil e no mundo vários adeptos à causa feminina, se reúnem em 
movimentos sociais para alcançar mudanças na vida das mulheres. Portanto, o trabalho mostra 
que o serviço social mete a colher em briga de marido mulher, de modo a orientar, salvar e 
garantir que a vida das vítimas continue. 
Palavras-chave: Violência doméstica, Serviço Social, Mulher, Luta. 
Abstract 
 
 
The present study had the objective understand history of domestic violence against 
women and how social service acts in the face of this phenomenon. He analyzed the process 
that led to the woman becoming the biggest victim. The author produced the work by means of 
bibliographical studies, with the support of books, articles and dissertations on the theme and 
research on specialized web sites. Domestic violence has been present since the dawn of world, 
especially in the Colonial Era, but was only identified as a social issue between the 1950s and 
the 1980s. Women have been fighting for their rights for many years, this has won them several 
victories, but some of them are still subject to violence. The Social service, as a profession that 
fights for rights and protection for all, is directly connected to the cases, being responsible for the 
first assistance to the victims. Many laws have been created to protect women, being responsible 
for bringing to justice and punishing criminals who commit cowardly acts against female figures. 
In Brazil and in the world there are many supporters of the women’s cause, come together in 
social movements to achieve changes in the lives of women. Therefore, the work shows that the 
social servicee puts the cutlery in a husband and wife fight, in order to guide, save, and ensure 
that the victims’ lives continue. 
Keywords: Domestic violence, Social service, Women, Fight. 
Sumário 
 
 
 
1 Introdução ............................................................................................................. 6 
1.1 Justificativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 
1.2 Problematização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 
1.3 Objetivo Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 
1.4 Objetivos específicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 
1.5 Metodologia ........................................................................................................... 8 
1.6 Hipótese ................................................................................................................. 8 
2 O histórico da violência doméstica ...................................................................... 9 
3 Mulher: O sexo mais “frágil” da violência doméstica ..................................... 11 
4 Serviço social e violência doméstica .................................................................. 13 
4.1 Métodos de intervenção ...................................................................................... 13 
4.2 Identificando sinais ............................................................................................. 14 
4.3 Condutas éticas e profissionais para com a vítima .......................................... 15 
5 O amparo da lei na vida da vítima .................................................................... 16 
6 Movimentos sociais que lutam pela causa feminina ........................................ 19 
7 Considerações Finais .......................................................................................... 21 
Referências .......................................................................................................... 22 
6 
 
 
1 Introdução 
 
O Serviço Social atua na garantia dos direitos sociais, pratica estudos sociais para o 
acesso às políticas, bens e serviços, como a saúde, assistência social, educação e previdência 
social. É o serviço prestado ao público, de forma individual ou coletiva, buscando compreender 
as questões sociais que existem na sociedade. 
Anteriormente, o foco principal era a prática de bem-estar e caridade, mas à medida 
que as questões sociais se tornaram cada vez mais complexas, o Serviço Social precisou se 
adaptar a essas necessidades. Hoje o trabalho dos Assistentes Sociais visa garantir os direitos e 
a assistência aos desamparados ou em situação de risco, através de políticas sociais que visem 
salvaguardar, defender e ampliar os direitos humanos e a justiça social. 
A partir de seus projetos-ético-políticos, a profissão constrói soluções, estratégias e 
alternativas para resolver os problemas sociais que são objeto de estudo e intervenção do Serviço 
Social. As chamadas questões sociais são entendidas como uma série de manifestações da 
desigualdade social e os assistentes sociais atuam em diversos campos com as mais diversas 
manifestações. Uma de suas áreas de atuação é o atendimento às vítimas de violência doméstica, 
foco de estudo deste trabalho, atuando em diversos setores e políticas públicas sociais de 
atendimento às vítimas e no combate a esse fenômeno. 
O artigo 5º da Lei Maria da Penha, explica a violência doméstica ou familiar como 
qualquer comportamento ou negligência a mulher, com base no gênero, que resulte em sua 
morte, lesão, dor física, sexual ou psicológica e danos mentais ou de propriedade. Este fenômeno 
atinge mulheres no mundo todo e no Brasil e independe de classes sociais, cor, etnia e grau de 
escolaridade e recebe a esta nomenclatura, pois ocorre no âmbito domiciliar, ou seja,dentro 
de casa, onde os praticantes de tal ato são conjugues, parentes ou aqueles que um dia já foram 
companheiros das vítimas. 
A mulher geralmente é a maior vítima, devido as diversas situações históricas e contem- 
porâneas. Para se ter uma noção, no ano de 2019, o programa Ligue 180 do Ministério da Mulher, 
da família e dos Direitos Humanos, registrou um total de 6,5% de denúncias de violação contar a 
mulher e em 2020, quando a Pandemia do Novo Coronavírus obrigou todos a permanecerem 
isolados em casa, este número teve um crescimento mediano de 14,1% no número de denúncias, 
em relação ao ano anterior. 
Logo, percebe-se que a temática da violência doméstica contra a mulher se torna muito 
necessária, desde o momento em que esse tema se torna uma problemática pública, já que muitas 
vezes as vítimas não têm tempo de denunciarem, se salvarem e o feminicídio vem a acontecer, 
acabando não só com a vida daquela mulher, mas do agressor, que dai em diante terá que pagar 
pelo crime na prisão e caso consiga cumprir a pena e voltar para a sociedade, perderá a confiança 
de todos ao seu redor, dos filhos (caso este casal os tenha), que ficarão sem o amparo dos pais e 
da família, em geral, que ficará marcada para sempre com a tragédia. 
Inicia-se este trabalho abordando o histórico da violência doméstica desde a era colonial 
Capítulo 1. Introdução 7 
 
 
até os dias atuais, continuando com a mulher sendo a maior vítima da violência doméstica e 
entendendo o porquê desta situação, em seguida mostrando a atuação do serviço social frente ao 
enfrentamento da violência doméstica e quais os meios que o profissional utiliza nos atendimentos 
às vítimas, logo após a análise do papel da lei durante o processo de acolhimento a vítima e 
detenção do agressor, partindo para os movimentos sociais que olham pela causa da mulheres e 
concluindo com as observações finais acerca da pesquisa realizada. 
 
1.1 Justificativa 
 
O presente trabalho se justifica com base na pandemia da violência doméstica, que tem 
sua origem numa cultura machista, onde o homem é o dominador e a mulher é a dominada, 
tornando-se a maior vítima desses atos, se submetendo a eles, muitas vezes por seus filhos, pela 
família, por medo da separação e principalmente da morte. 
 
1.2 Problematização 
 
Por meio desta pesquisa, a autora busca entender como o assistente social se torna 
importante para a vítima no processo de compreensão e enfrentamento à violência doméstica, 
analisando quais os principais encaminhamentos que o profissional pode conceder a esta mulher 
e quais meios, além das visitas e entrevistas, o Serviço social pode utilizar para orientar e prevenir 
outras mulheres contra esses atos. 
 
1.3 Objetivo Geral 
 
Compreender o contexto histórico da violência doméstica contra a mulher e analisar o 
papel do Assistente social no enfrentamento deste fenômeno. 
 
1.4 Objetivos específicos 
 
Conhecer o histórico da violência doméstica para compreender como essas situações 
acontecem. 
Analisar violência doméstica de gênero, para entender por que é tão difícil para a mulher 
lidar com essa situação. 
Conhecer o papel do Serviço Social no atendimento a violência doméstica, seguindo o 
código de ética do Assistente social, conhecendo os métodos de intervenção, condutas ético- 
profissionais e o respeito para com as decisões da vítima. 
Entender como a lei age durante o processo de assistência à vítima e garantia dos seus 
direitos. 
Capítulo 1. Introdução 8 
 
 
Por último, conhecer movimentos sociais que ajudam a combater a violência domés- 
tica contra a mulher, não só no âmbito do serviço social, mais no âmbito geral, mostrando a 
participação de outros profissionais. 
 
1.5 Metodologia 
 
Nesta pesquisa foi realizado o estudo de cunho bibliográfico, com a leitura e análise dos 
artigos específicos da temática, dissertações de mestres e doutores em Serviço social, contribuição 
do livro Violência contra a mulher dos autores Dulcielly Nóbrega de Almeida, Giovanna Dal 
Bianco Perlin, Luiz Henrique Vogel e Alessandra Nardoni Watanabe e a lei Maria da Penha, 
vídeos e lives do YouTube com Assistentes sociais e matérias em site de notícias como: GShow, 
Terra, O Globo, APAV, entre outros. 
 
1.6 Hipótese 
 
O assistente social é responsável pelos primeiros atendimentos à vítima, para orienta-lá 
na resolução do caso, seguindo a lei e pondo em prática o exercício profissional, cumprindo as 
regras do código de ética e respeitando a tomada de decisões desta mulher em questão. 
9 
 
 
2 O histórico da violência doméstica 
 
A violência contra a mulher é um fenômeno que acontece desde os primórdios do mundo, 
porém, faz pouco tempo que ela tem sido compreendida como uma questão social, questão de 
saúde da mulher e saúde pública. O tema só foi denunciado por volta dos anos 60 e 70 com os 
movimentos feministas e só ganhou força nos anos 90, onde a luta por direitos humanos chegou 
em seu momento mais importante, mas a prática desses atos já acontecia a muitos anos. Segundo 
(RODRIGUES, 2018): 
A violência de gênero, a qual, historicamente vitima mulheres de distintas classes 
sociais, raças e etnias, emergiu em meio às relações de poder que balizam a materiali- 
zação do poder econômico, político e ideológico por meio de situações de dominação 
e violação. 
A era colonial foi marcada pela chegada dos colonizadores ao Brasil, trazendo consigo 
costumes e ideais do seu país de origem, assim como princípios advindos do catolicismo, 
muito predominante na época, pela escravidão, tanto de negros como de índios, pela grande 
comercialização de produtos entre os países, mas também pelos casamentos arranjados entre 
famílias ricas ou na mesma família, a fim de que o dinheiro permanecesse no seio familiar, por 
mulheres forçadas a casarem muito jovens com homens aos quais elas não conheciam e pela 
dominação do homem sobre a vida daquela mulher. A centralidade familiar fazia-se presente na 
figura masculina, restando à mulher o papel de genitora, mãe e esposa. (RODRIGUES, 2018) 
A violência dessa época era marcada pelas relações de dominação masculina, do senhor 
sobre seus escravos e do marido sobre sua esposa. A relação entre marido e mulher era mantida 
de tal forma, pois, assim com os escravos e terras, as esposas eram tidas como propriedade do 
homem, tendo que obedece-lo, sendo fiel, submissa, cuidando dos filhos e da casa e limitando 
seu espaço de socialização, ao lar, conforme os princípios e costumes da época. 
Historicamente, a violência impingida contra as mulheres foi justificada a partir dos 
princípios morais conservadores e preconceituosos socialmente vigentes. A imagem 
da inferioridade feminina, e até mesmo de sua “demonização” sinalizada pela igreja 
católica, conformaram alguns dos argumentos utilizados para respaldar os atos de 
violência perpetuados contra as mulheres. (RODRIGUES, 2018) 
Sendo assim, a mulher (esposa), era submetida a vários tipos de violência doméstica, 
sendo os principais: violência psicológica, quando é a sujeitada a aceitar traições, insultos e 
humilhações públicas dos seus maridos; violência sexual, quando eram forçadas a manter relações 
sexuais, independentemente de sua disposição ou saúde; e violência física, quando chegavam a ser 
ousadas o suficiente para protestar em relação a algo, quando o marido a encontrava em adultério 
ou quando desobedeciam uma ordem e a mulher (escrava) era submetida, principalmente a 
violência sexual, sendo obrigada a “se entregar” ao seu senhor e os capatazes, e a violência física, 
muitas vezes ficando sem comida e bebida, sendo levadas ao tronco ou sendo mortas. 
A violência doméstica começou a ser denunciada como crime, somente nos anos 50, 
com as manifestações dos movimentos feministas e com a criação da Comissão de Status da 
Capítulo 2. O histórico da violência doméstica 10 
 
 
 
 
Mulher1, pela Organização das Nações Unidas (ONU), mas essa problemáticasó tomou maiores 
proporções nos anos 80, quando as primeiras Delegacias de Atendimento à Mulher foram 
implantadas. A implantação das Delegacias proporcionou uma maior visibilidade da violência 
contra a mulher, no aumento das denúncias, assim como, seus limites. (GROSSI; TAVARES; 
OLIVEIRA, 2008) 
No ano de 2006, houve outro grande marco na luta à proteção às mulheres, a criação da 
lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006, mas conhecida como a Lei Maria da Penha, intitulada desta 
forma em homenagem a Maria da Penha Maia Fernandes, mulher que lutou pela vida duas vezes, 
que ficou com sequelas para sempre e que desde então dedica sua vida a luta para combater a 
violência contra a mulher. 
Esta lei explica os tipos de violência, mostra que todo e qualquer tipo de violência 
doméstica contra a mulher é caracterizado como crime, busca instruir a mulher a evitar a 
agressão, enfrentar e punir o agressor e também indica que cada órgão público tem como 
responsabilidade auxiliar a mulher vítima destes atos, a lei também garante que esta vítima seja 
inclusa em programas de assistência advindos do governo, programas que promovam saúde, 
capacitação, geração de renda, emprego e trabalho, entre outras atribuições. 
Portanto, é notório que desde o Brasil colônia, a mulher é vista como ser mais frágil 
e indefeso, incapaz de se defender e o homem é o ser dominante, mas com passar dos anos, 
as mulheres foram se tornando mais fortes e começaram a lutar pelos seus direitos e por sua 
vida, tratando de denunciar a violência que sofrem dentro de suas próprias casas, levando os 
responsáveis a justiça, para que estes cumpram suas sentenças. Mas ainda é preciso entender 
como a mulher se tornou o maior alvo dessas ações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 A CSW – Comissão Sobre Status da Mulher – é uma instância da ONU (Organização das Nações Unidas) criada 
pelo ECOSOC (Conselho Econômico e Social da ONU) em 1946 com as seguintes funções: preparar relatórios 
e recomendações ao ECOSOC sobre a promoção dos direitos das mulheres nas áreas política, econômica, civil, 
social e educacional. 
11 
 
 
3 Mulher: O sexo mais “frágil” da violência doméstica 
 
A trajetória da mulher é marcada pela dominação do homem sobre sua vida. Nas décadas 
mais antigas, poderia ser comparada a um objeto, que primeiro pertencia ao seu pai e depois ao 
marido, por meio do casamento, onde era restrita ao ambiente doméstico, proibida de trabalhar, 
pelas leis regidas nessa época, sem permissão para interagir com certas pessoas, ou seja, era 
destinada a viver sozinha, submissa e isolada da sociedade, sendo “liberada” apenas para 
compromissos sociais acompanhada do marido. 
Algumas décadas mais tarde, elas inciaram o processo de luta por direitos iguais e que as 
salvaguardassem de situações as quais eram vulneráveis. Esta luta começou em 1971, durante a 
Revolução Francesa, após as denúncias feitas por Marie Gouze2 e a partir desse momento as 
mulheres começaram a árdua luta pelo direito de sufrágio3, educação, por posse de seus bens e 
direito ao divórcio. 
No Brasil esta luta começou a partir da Proclamação da República, como movimento que 
indicava o direito de sufrágio, porém, em 1891, a esperança que elas alimentavam de terem os 
direitos políticos garantidos, foi barrada na Assembleia Constituinte Republicana, que rejeitou o 
pedido de direito de sufrágio feminino. 
Após esse episódio, muitas foram as tentativas e manifestações femininas em protesto 
por seus direitos e uma delas aconteceu em Nova Iorque, no ano de 1857 e foi marcada por 
uma tragédia que acabou com a vida de várias mulheres e que tempos depois, contribuiu com 
muitos outros eventos para darem origem a uma data muito importante para a luta feminina, o 
Dia Internacional da Mulher, comemorado no dia 8 de março, desde 1975, ano em que a data foi 
oficializada pela Organização das Nações Unidas. 
Enfrentando péssimas condições de trabalho e sem direitos politicos e sociais, em 08 de 
Março de 1857, trabalhadoras de uma indústria têxtil de Nova Iorque fizeram uma greve 
reivindicando a redução da carga horaria de trabalho para 10 horas, equiparação de 
salários com os homens e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho. Essas tra- 
balhadoras ficaram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada; aproximadamente 
130 mulheres morreram carbonizadas. (COSTA, 2018) 
A luta e persistência enfim valeram a pena, com as manifestações e protestos incessantes 
espalhados pelo mundo, as mulheres se tornaram vitoriosas quando atingiram seus objetivos 
e acumularam um belo histórico de conquistas em sua trajetória. Em 1827, as meninas são 
autorizadas a frequentar a escola, em 1852 o primeiro jornal feminino surgiu, no ano de 1979 as 
mulheres conseguem o direito de acesso à faculdade, em 1932 conseguem o direito ao voto, em 
1977 é aprovada a lei do divórcio, quase 30 anos depois, em 2006 a Lei nº 11.340/2002, a Lei 
Maria da Penha foi sancionada para combater a violência doméstica, em 2015 foi aprovada a Lei 
do feminicídio e em 2018 a importunação sexual feminina passou a ser considerada crime no 
2 Marie Gouze, defensora da emancipação das mulheres, instituição do divórcio e fim da escravidão em Paris, nos 
anos de 1789 à 1793. Por questinoar “valores repúblicanos”, foi levada a guilhotina no dia 3 de novembro de 
1793. 
3 Processo de escolha através do qual os indivíduos selecionados terão o direito ao voto; processo de seleção feito 
através de uma votação ; eleição. 
Capítulo 3. Mulher: O sexo mais “frágil” da violência doméstica 12 
 
 
 
 
Brasil. 
Entretanto, essas lutas não foram capazes de acabar com tudo que oprime as mulheres. 
Segundo dados do IPEC (Inteligência em Pesquisa e Consultoria), somente na pandemia de 
COVID - 19, cerca de 15 % das mulheres brasileiras relataram ter sofrido algum tipo de violência 
doméstica, ou seja, a cada minuto do ano de 2020, 25 mulheres foram violentadas física, sexual 
ou psicologicamente. 
Considerando esses dados, surge o questionamento: o que leva a mulher a vivenciar essa 
situação em que na maioria das vezes ela não consegue sair? Maridos, pais, padrastos, tios, 
avós e amigos da família têm sido apontados como os principais autores da violência doméstica. 
(DINIZ; ANGELIM, 2018). Sendo assim, é notório perceber que a vítima convive diretamente 
com seu agressor e muitas vezes ela não consegue se livrar por medo do julgamento da sociedade, 
por temer desestruturar a família e principalmente por medo de morrer. 
Existem também situações em há dependência financeira, isto é, a mulher acredita que 
se deixar seu agressor, que neste caso a mantém financeiramente, ela não conseguirá provê seu 
próprio sustento e outras situações em que a mulher é natural de uma família desestruturada, 
onde ela tem medo, nunca se sente protegida e cuidada e na primeira oportunidade de fugir desse 
ambiente, ela se entrega, casa-se muito jovem e quanto mais tempo passa, mais ela se dedica a 
cuidar do lar, construir uma vida nova e uma família melhor e isso dificulta a quebra do ciclo de 
violência4, visto que ela não quer que seus filhos tenham um lar desfeito, assim como um dia ela 
já teve. 
Sendo assim, observa-se que as mulheres percorreram um longo caminho, passaram por 
muitas lutas, opressão e perdas, tiveram muitas conquistas no decorrer de sua trajetória a fim 
transmitir o verdadeiro significado do feminino, no entanto, algumas ainda vivem sobre o regime 
do patriarcado5, sujeitas a viverem submissas, humilhadas e sofrendo sem novas perspectivas de 
vida e não conseguindo gritar por socorro, às vezes sem saber por onde começar a buscar ajuda, 
mas o Serviço Social pode trazer uma nova visão de mundo a essa mulher. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 Disponível em: < https://www.institutomariadapenha.org.br/violencia-domestica/ciclo-da-violencia.html > 
5 O patriarcado é um sistema social baseado em uma cultura, estruturas e relaçõesque favorecem os homens, em 
especial o homem branco, cisgênero e heteressexual. 
13 
 
 
4 Serviço social e violência doméstica 
 
O Serviço Social surgiu por meio da igreja católica e outros grupos que dominavam no 
início do capitalismo, seu objetivo era manter a ordem sobre as reivindicações do proletariado. 
Anos mais tarde, os objetivos mudam e de acordo com que as demandas sociais aumentam, o 
Serviço Social comer a lutar e buscar os direitos da população, a igualdade de gênero e outras 
formas de resolução das mazelas do povo. 
Dentro da luta por igualdade de gênero, temos a batalha para o combate à violência 
doméstica contra a mulher, que assola a vida de milhares de mães, filhas, namoradas e esposas no 
mundo todo. Situações que são advindas de uma cultura patriarcal, onde os papéis familiares são 
distribuídos em trabalhos fora de casa, para os homens, chefes da família e tarefas domésticas 
para as mulheres, tornando-as vítimas de um sistema de preconceito de gênero, submissão 
feminina e sendo submetidos a situação de violência. 
Há séculos os homens estão apreendendo e internalizando essa construção cultural, e 
em função desse fato, cometem violência doméstica contra as mulheres nos espaços 
privados como “detentores” do comando da família, usam da força física como forma 
absoluta de resolver conflitos domésticos. (CZAPSKI, 2012) 
A violência doméstica passa a ser considerada questão social na década de 80 e desde 
então a temática vem ganhando cada vez mais força, principalmente quando o termo feminicídio 
é mencionado, revisitando o extermínio de mulheres pelo simples fato de serem mulheres, e 
em muitos desses casos, essa tragédia começa dentro de casa, com o famoso ciclo da violência 
doméstica, que começa quando o agressor fica com raiva por coisas irrelevantes, chegando a 
ofender e humilhar a vítima, em seguida iniciam as agressões físicas e também sexuais, quando 
a mulher não quer manter relações, mas o homem a obriga e por último, o arrependimento 
e comportamento carinhoso. Segundo o Instituto Maria da Penha (2018), com o tempo, os 
intervalos entre uma fase e outra ficam menores, e as agressões passam a acontecer sem obedecer 
à ordem das fases, chegando à morte da vítima. 
O atendimento à vítima é feito em um ambiente que o trabalho é realizado com uma 
equipe de profissionais especializados nesses casos e o assistente social está inserido nesse meio. 
Realizar o diagnóstico de violência doméstica não é fácil, exige muito profissionalismo, ética e 
sigilo dos profissionais responsáveis e muita força de vontade da vítima, haja vista que para ela é 
traumatizante, apavorante e vergonhoso falar sobre. 
 
4.1 Métodos de intervenção 
 
A compreensão do caso se inicia antes mesmo do contato com a vítima, na preparação 
teórica, que é o estudo do caso, leitura das leis e a fins que amparam a vítima, os possíveis 
caminhos de intervenção, para a prática e a teoria trabalharem juntas. Neste momento o código 
de ética profissional se torna muito mais importante, pois, será a base para que o atendimento 
siga as normas profissionais e éticas e que a vítima não se sinta desconfortável ou coagida em 
Capítulo 4. Serviço social e violência doméstica 14 
 
 
momento algum. 
O atendimento direto dos assistentes social com a usuária vítima de violência doméstica, 
inicia na observação, atentando-se ao modo de falar ao comportamento, a maneira de se expressar, 
o físico, o modo de se vestir, a interação com outras pessoas e outras características específicas, 
o segundo momento é a entrevista, nela o profissional irá conversar com a usuária, de modo a 
colher informações pessoais, compreender sua situação familiar, financeira e social, e a partir 
dos dados adquiridos, chega ao momento da visita domiciliar, para conhecer o ambiente em que 
a usuária reside, observar se há uma estrutura adequada e conhecer a rotina. 
Organizar uma reunião com um grupo de mulheres que sofrem o mesmo tipo de violência 
se torna interessante, já que auxilia as vítimas a saírem da angústia e trabalhar em sua autoestima, 
visto que a socialização faz com que elas compreendam que não estão sozinhas, irão se sentir 
mais seguras e terão forças para levar adiante o desejo de serem livres e de fazer valer a justiça. 
Realizar reuniões com os demais profissionais responsáveis pelos casos, haja vista 
que são decisivas para os devidos procedimentos das situações de violência doméstica. É 
importante salientar que todos esses momentos precisam ser registrados tanto no diário de campo, 
que é o documento de anotações pessoais do profissional, como em livros de registro, para 
análise posteriormente e é necessário providenciar o parecer social sobre o caso, com todas as 
observações e possíveis métodos de intervenção. 
Planejar e construir programas e indicadores que auxiliam as vítimas a saírem de suas 
situações de violência e a articulação em rede, isto é, a união das redes de atendimento às vítimas, 
que deve ser realizada em conjunto com trocas de informações e resultados. Uma intervenção 
em rede pode ampliar autonomia dos sujeitos envolvidos, extrapolando a ação individual do 
profissional para com as usuárias, criando possibilidades de aumentar a participação dos sujeitos. 
(LISBOA; PINHEIRO, 2005) 
 
4.2 Identificando sinais 
 
Ao realizar seu atendimento, o assistente social se depara com as mais diversas situações 
e ele precisa saber interpretar e compreender cada uma delas. Ao encontrar a situação de uma 
mulher claramente vítima de violência doméstica e que por certos motivos não acredita (ou não 
quer acreditar) que seu companheiro ou parente próximo a submete a essa situação, o assistente 
social precisa auxiliar essa mulher nessa compreensão. 
O primeiro passo é identificar qual ou quais categorias de violência essa usuária sofre 
dentro de casa. A violência física é um ato agressivo usando força bruta contra a mulher , 
causando dor e lesões físicas, a violência sexual, é o ato de forçar a mulher a manter o sexo 
ativo, independentemente da condição física ou mental dela e a violência psicológica, que é o 
comportamento que mexe com a vulnerabilidade, auto estima, insegurança e caráter da mulher, o 
agressor usa de xingamentos, manipulação, intimidação, degradação e controle da vítima. 
Após a identificação, o acompanhamento da vítima se dar por meio de conversas e visitas, 
Capítulo 4. Serviço social e violência doméstica 15 
 
 
sempre respeitando as decisões da vítima perante a sua situação, e necessidade de intervenção de 
outros profissionais, elaborar os encaminhamentos necessários, observar sempre atentamente a 
vítima e seus comportamentos e em caso de denúncia, auxiliar a vítima da forma correta seguindo 
o código de ética e as leis que as resguarda. 
 
4.3 Condutas éticas e profissionais para com a vítima 
 
A profissão e a assistente social é regida por um código de ética profissional, que norteia 
suas ações no dia a dia de sua atuação mostrando seus direitos e deveres e os procedimentos que 
podem ou não serem realizados nos atendimentos, com risco de penalidades que podem levar a 
cassação do exercício profissional. Segundo o Código de ética profissional, capítulo I: 
Art. 5º São deveres do/a assistente social nas suas relações com os/as usuários/as: 
b- garantir a plena informação e discussão sobre as possibilidades e consequências das 
situações apresentadas, respeitando democraticamente as decisões dos/as usuários/as, 
mesmo que sejam contrárias aos valores e às crenças individuais dos/as profissionais, 
resguardados os princípios deste Código; 
Nos atendimentos as vítimas de violência doméstica, o profissional tem o dever de orienta- 
las de forma clara e objetiva, sem interferir em sua tomada de decisões e preservando sempre 
seus interesses, por meio do sigilo profissional, que salvaguarda as informações referentes a 
todos os casos. O sigilo protegerá o/a usuário/a em tudo aquilode que o/a assistente social tome 
conhecimento, como decorrência do exercício da atividade profissional, de acordo com o Código 
de ética profissional, capítulo V, art. 16. 
Portanto, é necessário que o assistente social entenda sobre as leis que amparam as 
vítimas de violência doméstica, para que o atendimento seja preciso que as informações colhidas 
sejam utilizadas corretamente e que as vítimas assistidas consigam resolver sua situação com 
autonomia e que beneficie sua saúde mental, física e sua vida desse momento em diante. 
16 
 
 
5 O amparo da lei na vida da vítima 
 
Muitas mulheres sofrem caladas por medo de que a agressão alcance níveis irreversíveis 
e sua vida seja arruinada para sempre ou acabe ali mesmo, essa história se repete todos os dias, 
em todo lugar e durante muitos anos, porém, diferente de épocas anteriores, hoje essas e outras 
mulheres têm amparo da justiça, devido à muitas leis que foram criadas por mulheres guerreiras 
e corajosas que tiveram a audácia de denunciar e lutar por aquilo que elas mais precisavam: 
proteção. 
Numa madrugada do ano de 1983, uma dona de casa, mãe e esposa, que já enfrentava 
dura realidade da violência cotidiana, sofreu um atentado enquanto dormia, levou um tiro nas 
costas que resultou em uma paraplegia6, após o episódio, foi mantida em cárcere privado por 15 
dias e sofreu outro atentado, o marido tentou eletrocutá-la durante o banho. Maria da Penha Maia 
Fernandes, após sofrer todas essas agressões, abre um novo capítulo em sua vida, o da militância 
por milhares de mulheres que sofrem violência doméstica todos os dias por seus parceiros. 
Devido às lutas de Maria da Penha e sua grande repercussão, abriu-se um debate entre os 
poderes legislativo, executivo e a sociedade geral que resultou no projeto de lei da Câmara dos 
deputados e foi até o Senado federal, onde foi aprovado unanimemente. A Lei 11.340, que foi 
sancionada no dia 7/08/2006, protege não só as mulheres (gênero), mas de todos aqueles que se 
identificam com o sexo feminino (homossexuais e transexuais). 
Quando tinha 9 anos, a nadadora Joanna Maranhão sofreu abuso sexual do seu treinador, 
mas só denunciou o agressor quando estava adulta, pois, enquanto criança não entendia o que 
estava acontecendo e com o passar dos anos, sua vida pessoal e profissional foi afetada por esse 
episódio, com isso o estado percebeu a necessidade de aumentar o prazo prescricional. Segundo 
a Lei 12.650 de 17 de maio de 2012: 
Art. 1º O art. 111 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, 
passa a vigorar acrescido do seguinte inciso V: 
Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr: 
(. . . ) 
V - nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes, previstos neste 
Código ou em legislação especial, da data em que a vítima completar 18 (dezoito) 
anos, salvo se a esse tempo já houver sido proposta a ação penal.(PRESIDÊNCIA DA 
REPÚBLICA, 2012b) 
Com isso, as vítimas ganharam mais tempo para denunciarem seus agressores e isso 
permitiu que durante esse tempo a criança ou adolescente amadurecesse e conseguisse ter o 
devido discernimento para a compreensão da violência que sofreu e consiga realizar denúncia 
com mais sabedoria e certeza, tendo em vista seus direitos e deveres e conseguindo respeitar a 
ordem natural do processo. 
6 A paraplegia é o termo médico utilizado quando o paciente não consegue movimentar ou sentir as pernas, uma 
situação que podem ser permanente e que geralmente é causada por uma lesão na medula espinhal. Disponivel 
em: < https://www.tuasaude.com/paraplegia/ > 
Capítulo 5. O amparo da lei na vida da vítima 17 
 
 
A atriz Carolina Dieckman foi vítima de um crime em maio de 2011, quando teve 
seu computador pessoal invadido por um cracker7, que teve acesso a 36 fotos íntimas suas, o 
criminoso exigiu cerca de R$ 10.000 (Dez mil reais) para preservar as fotos, mas como a atriz 
não cedeu, acabou tendo suas fotos divulgadas, o que gerou uma grande onda de indignação e 
discussão sobre a criminalização desse tipo de ato. 
Desta maneira, no dia 29 de novembro de 2011 o projeto de lei foi apresentado e foi 
sancionado um ano depois, em 02 de dezembro de 2012, pela então presidente Dilma Rousseff. 
A lei é uma alteração no Código Penal Brasileiro, direcionada a crimes virtuais e violação 
informática, essa lei tem por objetivo proporcionar a segurança no ambiente virtual, julgar e 
punir os responsáveis. 
Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de com- 
putadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de 
obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita 
do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita: 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. 
Art. 266 - Interromper ou perturbar serviço telegráfico, radiotelegráfico ou telefônico, 
impedir ou dificultar-lhe o restabelecimento: 
(. . . ) 
2º. Aplicam-se as penas em dobro se o crime é cometido por ocasião de calamidade 
pública. (PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, 2012a) 
A lei do Minuto Seguinte ou Lei 12.845 de 01 de agosto de 2013, garante o atendimento 
completo, gratuito e imediato á vítimas de agressões sexuais em postos de saúde e hospitais do 
Sistema Único de Saúde (SUS), garantindo não somente o atendimento médico, mas de toda a 
equipe multidisciplinar e acesso a medicamentos necessários para prevenir doenças e gravidez 
indesejada. 
Art. 1º. Os hospitais devem oferecer às vítimas de violência sexual atendimento 
emergencial, integral e multidisciplinar, visando ao controle e ao tratamento dos 
agravos físicos e psíquicos decorrentes de violência sexual, e encaminhamento, se for 
o caso, aos serviços de assistência social. 
(. . . ) 
Art. 3º. O atendimento imediato, obrigatório em todos os hospitais integrantes da rede 
do SUS, compreende os seguintes serviços: 
I - diagnóstico e tratamento das lesões físicas no aparelho genital e nas demais áreas 
afetadas; 
II - amparo médico, psicológico e social imediatos; 
III - facilitação do registro da ocorrência e encaminhamento ao órgão de medicina legal 
e às delegacias especializadas com informações que possam ser úteis à identificação 
do agressor e à comprovação da violência sexual; 
IV - profilaxia da gravidez; 
V - profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis - DST; 
VI - coleta de material para realização do exame de HIV para posterior acompanha- 
mento e terapia; 
7 Utilizam o conhecimento em informática, computação e demais tecnologias para invadir ilegalmente sistemas, 
sites, servidores, bancos de dados etc. Em alguns casos, o objetivo é apenas testar a vulnerabilidade dos serviços, 
mas, em outros, é obter algum ganho financeiro ou pessoal. 
Capítulo 5. O amparo da lei na vida da vítima 18 
 
 
VII - fornecimento de informações às vítimas sobre os direitos legais e sobre todos os 
serviços sanitários disponíveis. (PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, 2013) 
O atendimento deve ser prioritário viu tendo em vista que as agressões podem ser fatais e 
pela lei, assim que a vítima passar pelos atendimentos iniciais, o serviço social e psicologia devem 
ser contatados para realizar com acolhimento juntamente com o médico, porém, sabe-se que a 
realidade brasileira é bem diferente e na maioria dos casos a vítima não tem acompanhamento 
necessário dentro e fora do ambiente hospitalar. 
O feminicídio é um crime de assassinato de mulheres por violência doméstica ou por 
discriminação de gênero, ou seja, mulheres são mortas simplesmente por serem mulheres ou 
LGBTs sofrem atentados simplesmente por serem quem são. A lei 13104 foi sancionada no dia 
9/03/2015, sendo uma alteração no artigo 121 do Decreto-Lei nº 248, de 07 de dezembro de 
1940 - Código Penal e art, 1º da lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990. Esta Lei prevê: 
Art. 121. Matar alguem: 
(. . . ) 
Feminicídio(. . . ) 
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino; 
(. . . ) 
2º - A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime 
envolve: 
I - violência doméstica e familiar; 
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. 
(. . . ) 
Aumento de pena 
(. . . ) 
7º. A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for 
praticado: 
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; 
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com 
deficiência; 
III - na presença de descendente ou de ascendente da vítima. (PRESIDÊNCIA DA 
REPÚBLICA, 2015) 
A lei somente é aplicada em 2 casos: a violência doméstica e familiar, quando o crime 
é oriundo da violência dentro do âmbito familiar ou aplicado junto a ela, isto é, quando o 
assassino mantém ou já manteve algum tipo de relação afetiva com a vítima, e o menosprezo ou 
discriminação contra a mulher, quando o crime é resultado da discriminação de gênero, muitas 
vezes incentivado pela misoginia, que é o ódio e repulsa a figura feminina. 
Logo, as leis descritas acima foram criadas com o objetivo de amparar e promover a 
segurança das mulheres vítimas de violência, sendo ela praticada em âmbito familiar ou em outras 
circunstâncias, porém, somente as leis não sustentam a luta dessas mulheres e a reconstrução 
de suas vidas, faz se necessário promover políticas públicas e apoio a movimentos sociais que 
visam o combate à da violência de gênero. 
19 
 
 
6 Movimentos sociais que lutam pela causa feminina 
 
O serviço social carrega em seu currículo um longo histórico de lutas em movimentos 
que buscavam a garantia dos direitos da sociedade e resolução da questão social. Como resultado 
disso, o serviço social é considerado a profissão que estimula a mobilização e presença de 
usuários, seja na gestão e execução de serviços ou em toda a sociedade. Uma das principais 
possibilidades de trabalho de assistentes sociais junto a movimentos sociais se dá por meio do 
incentivo à participação dos usuários no movimento como forma de fortalecer sua autonomia e 
sua participação política. (CARISSIMI, 16 a 20 de setembro de 2013) 
Tendo isso em vista, o serviço social atua com os movimentos em combate à violência 
doméstica, que visam a liberdade das vítimas de seus cárceres e buscam um políticas públicas 
que estejam ao lado das mulheres que sofrem seu cotidiano com ofensas, chega menos, abusos 
sexuais e correndo risco de vida, mas que por medo ou falta de recursos, não consegue se livrar 
dessa situação. 
O Movimento Feminista surge da opressão às mulheres, oriunda de uma carga histórica 
marcada pela dominação patriarcal, visa a participação delas na sociedade e a igualdade de 
direitos políticos e sociais. Devido ao florescer desse movimento, hoje as mulheres conseguem 
votar, trabalhar, decidir se tem ou não filhos, tem o direito ao divórcio, não são obrigadas a casar 
contra a sua vontade, podem estudar e serem donas da própria vida. 
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)8, iniciou a luta pelos direitos 
das mulheres no ano de 1995 e um ano depois, surgiu a primeira cartilha produzida pelo Coletivo 
Nacional de Mulheres, que retratava a questão da mulher no MST em que foi o gatilho para os 
discussões sobre a violência contra as mulheres no campo. 
A Marcha Mundial das Mulheres é um movimento que nasceu devido a uma manifestação 
realizada no ano de 1995 em Quebec, no Canadá, que reuniu 850 mulheres que marcharam, 
pedindo, como símbolo, “Pão e Rosas, e devido a esse movimento, várias conquistas foram 
alcançadas, como o aumento do salário mínimo. A primeira ação mundial aconteceu no ano de 
2000, denominada 2000 razões para marchar contra a pobreza e a violência sexista, a convocatória 
para a campanha teve um alcance tão grande que deu origem a construção da Marcha Mundial 
das Mulheres e que todos os anos reúne milhares de mulheres em prol de uma temática específica. 
Durante a pandemia do covid-19, a Natura e a Avon se uniram para realizarem o movi- 
mento #IsoladasSimSozinhasNão9, que visa promover a mensagem de proteção e enfrentamento 
da violência doméstica contra meninas e mulheres em tempos de isolamento social. Foram 
utilizados os mecanismos digitais para promover uma série de conteúdos produzidos com o 
intuito de trazer dicas sobre como cuidar da saúde mental durante o confinamento, auxiliar na 
identificação de sinais de relações abusivas e mostrar que a mulher não está sozinha e que pode e 
deve pedir ajuda. 
8 Disponivel em: < https://mst.org.br/ > 
9 Disponível em: < https://ciclovivo.com.br/covid19/movimento-isoladassimsozinhasnao-enfrenta-a-violencia-do 
mestica/ > 
Capítulo 6. Movimentos sociais que lutam pela causa feminina 20 
 
 
 
 
O Instituto Maria da Penha foi fundado em 2009, em Fortaleza – CE, e seu surgimento se 
deu pela história de maria da Penha, que se tornou o maior símbolo na luta contra a violência 
doméstica. E o papel do Instituto Maria da Penha é incentivar e contribuir para a aplicação 
integral da lei, realizar o monitoramento, a implementação e o desenvolvimento das práticas 
mais eficazes e políticas públicas para o seu cumprimento, promovendo a construção de uma 
sociedade sem violência doméstica e familiar contra a mulher. 
Esses são alguns dos muitos movimentos que buscam a promoção de informações e 
acesso à políticas públicas para a garantia de direitos e proteção das mulheres que sofrem todos os 
dias com a discriminação, violência, assédio e atentados à vida e que lutam por reconhecimento 
e justiça e que muitas vezes não tem a chance de pedir ajuda. 
21 
 
 
7 Considerações Finais 
 
O serviço social, como a profissão que garante a assistência em busca dos direitos, tem 
papel fundamental no combate à violência doméstica contra a mulher, Visto que é responsável 
pelos primeiros atendimentos à vítima, garantindo seu bem-estar, sigilo quanto às suas conversas 
e proporcionando momentos de socialização com outras vítimas, para que a ajuda seja mútua, 
orientando-as para melhor tomada de decisões e atuando junto aos movimentos sociais, não só 
pela causa da violência doméstica, mas pela causa geral feminina. 
É notório que, apesar das mulheres terem conquistados muitas vitórias ao longo dos anos, 
os crimes ainda acontecem e os agressores muitas vezes não são impunes e a consequência disso 
vem a ser o feminicídio, que mata não só as vítimas, mas a família, os filhos e o próprio agressor, 
já que a partir daquele momento, sua vida não será mais a mesma, tanto pela culpa (caso ele a 
cultive), quanto pela dívida com a justiça. 
A violência doméstica ainda é uma triste realidade de muitas donas de casa e acontece 
com mais frequência do que é mencionado nos noticiários e mídias sociais, essas mulheres são 
avós, mães, filhas, namoradas e ex-parceiras, que em muitas ocasiões tentam gritar por socorro, 
mas tem sua voz calada, não só pelo agressor, mas pelos órgãos responsáveis, que não prestam o 
devido atendimento, pelos governantes, que não promovem politicas públicas para salvar a vida 
dessas mulheres. 
Ainda que existam muitas leis criadas para proteger a mulher diversas situações violentas, 
o índice de casos ainda é muito elevado e em muitos casos, ainda que o agressor seja condenado, 
em pouco tempo ele ganha a sua liberdade e a vida da vítima (caso ele não a tenha tirado 
anteriormente), corre risco, haja vista que alguns deles buscam a vingança. 
Com isso, muitas mulheres e a débitos da causa se reúnem movimentos que têm um olhar 
mais atento sobre a mulher, seus direitos e proteção, suas conquistas, que ainda hoje não são 
respeitadas e marcham em prol de mulheres guerreiras, que batalham todos os dias, mas que 
podem não chegar ao dia seguinte, por conta da covardia de algumas pessoas. 
Portanto, uma das mais eficazes maneiras de se livrar desse sofrimento é a denúncia, quepode ser feita pelo canal Disque 180, a central de atendimento à mulher, criado exclusivamente 
para atender mulheres vítimas de violência. É necessário entender que em algumas brigas de 
marido e mulher, se mete a colher sim, pois, essas mulheres vivem num mundo de vidro, que vai 
quebrando, mas que por muitos motivos, como filhos, condição financeira insuficiente para o 
próprio sustento, vergonha e medo, elas vão juntando os cacos, mesmo que causem feridas e 
nem sempre conseguem se salvar quando esse vidro quebra. 
22 
 
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