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TCC I CORRETO - JÁ CORRIGIDO AMANDA

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SERVIÇO social
amanda MARIA FERREIRA SANTOS
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I
A INTERVENÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NAS QUESTÕES DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA 
SERRA TALHADA
2020
AMANDA MARIA FERREIRA SANTOS
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I
A INTERVENÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NAS QUESTÕES DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA 
Trabalho de conclusão de Curso apresentado à disciplina de TCC – do Curso de Serviço Social – do Centro de Educação a Distância – Anhanguera, como exigência parcial para a obtenção do título de Bacharel em Serviço Social.
Prof. Valdiceia Nogueira da Silva Gamba
SERRA TALHADA 
2020
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................04
1.2 Breve introdução aos aspectos históricos da violência....................................05
 1.3Formas e consequências da violência contra a mulher...................................07
 1.4 Violência Psicológica..................................................................................07
 1.5 Violência Física..........................................................................................08
 1.6 Violência Sexual........................................................................................08
 1.7 Violência Moral...........................................................................................09
 1.8Violência Patrimonial...................................................................................09
 1.9 O ciclo da violência doméstica...................................................................10
 2. Considerações sobre a Lei Maria da Penha...............................................11
3. DELIMITAÇÃO E FORMULAÇÃO DO PROBLEMA............................................11
4. OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS................................................................12
5.JUSTIFICATIVA......................................................................................................13
6. METODOLOGIA....................................................................................................14
7. MÉTODO................................................................................................................14
8. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................15
9. CRONOGRAMA DA PESQUISA..........................................................................17
10. ORÇAMENTO......................................................................................................17
11. RESULTADOS ESPERADOS.............................................................................18
12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................19
1. INTRODUÇÃO
 O presente estudo é um projeto de pesquisa acadêmico elaborado para atender ao requisito de conclusão do curso de Serviço Social. O estudo tem por objetivo de investigação a Intervenção do Assistente Social nas Questões da Violência Doméstica Contra a Mulher.
 Como resultado de toda experiência acadêmica e em campo de estágio adquiridas nesses anos de graduação, a violência contra as mulheres foi um dos assuntos que mais me fez despertar o interesse em desenvolver um estudo aprofundado.
 A violência contra a mulher é um tema sempre atual que, infelizmente, atinge milhões de mulheres em todas as partes do mundo, relacionando-se com categoria de gênero, classe social, raça, faixa etária e, também, no que diz respeito ao poder. A submissão da mulher sempre esteve presente em todas as fases da história.
A cada ano mais e um milhão de pessoas perdem a vida, e muitas mais sofrem ferimentos não fatais, resultantes de autoagressões, de agressões interpessoais ou de violência coletiva. Em geral, estima-se que a violência seja uma das principais causas de morte de pessoas entre 15 e 44 anos em todo o mundo (DAHLBERG, KRUG, 2007, p. 1164).
 A violência contra mulher vem crescendo muito ao longo do tempo, porém quase sempre esse problema e negligenciado pela própria vitima ou pela sociedade, e ainda, desculpado ou negado pelo agressor. Violência resultante de uma cultura machista e discriminatória, que subjuga as mulheres ao poder de seus companheiros. O problema é bem sério e obviamente não se resolve de imediato, num simples passe de mágica. É nesse cenário que o Assistente Social pode atuar com intervenções que possam enfrentar a questão da violência contra a mulher.
 O trabalho utiliza-se de uma metodologia de análise bibliográfica, traz em seus capítulos uma pesquisa sobre os aspectos históricos e sociais da violência, sobre os tipos de violências contra a mulher, sobre algumas conquistas como a Lei Maria da Penha e de que forma o profissional de Serviço Social pode intervir nessa problemática.
1.2 Breve introdução aos aspectos históricos da violência.
 A submissão da mulher nasce quando a mulher sofria forte pressão do pai, depois de casada a obediência era transferida para o marido que assumia o papel de seu senhor, sendo esse superior com o direito de punir caso a mulher o contrariasse. 
 A família é o primeiro elo social no qual podemos notar a desigualdade no tratamento entre homens e mulheres, onde o ditado é: As tarefas do lar são das meninas, aos homens cabe à manutenção da família. A melhor compreensão de como se desencadeia a violência contra a mulher, podemos observar que dentro da nossa sociedade existe uma divisão entre homem e mulher, onde somos influenciados pela cultura: costumes, tradições e religiões, determinando assim papéis e funções dentro da sociedade em que estamos inseridos.
Nascemos macho e fêmea no sentido biológico, identificamo-nos masculino e feminino no psicológico e nos tornamos homem e mulher no social [...] ele precisa de figuras afetivas que cuidem dele. Ao longo do desenvolvimento da autonomia, a sensação de desamparo diminui graças aos vínculos amorosos e transparência das mensagens [...] os pais dizem aos meninos: “faça um gol no futebol (ou tire 10 no boletim) que eu vou amar você”. A tradução da frase é: amo você desde que faça o que for importante pra mim [...] As meninas ouvem dos pais: “fique bonitinha e limpinha, seja meiga, e boazinha que assim você conseguirá o que quer”. Em outras palavras, ensinam a menina a ser submissa e desenvolver atitudes para seduzir o outro e alcançar seus objetivos (MONTGOMERY, 1997, p.65-66).
 Na Grécia antiga as mulheres não tinham direitos jurídicos, nem educação formal, eram proibidas de aparecer em público sozinhas, enquanto os homens que pertenciam à elite, estes e outros direitos lhes eram atribuídos.
 O homem era polígamo e o soberano inquestionável na sociedade patriarcal, a qual pode ser descrita como o clube masculino mais exclusivista de todos ao tempo. Não apenas gozava de todos os direitos civis e políticos, como também tinha poder sobre a mulher (VRISSIMTZS, 2002, p.38).
 Na última metade do século XIX, começaram a serem editados os primeiros jornais pelas mulheres, que defendiam os direitos femininos. Os textos desses jornais falavam da importância que era a educação para as mulheres, o que isso iria trazer em benefício destas e da sociedade, como também ilustravam claramente a posição inferior da mulher casada no Brasil. Também versavam sobre a ignorância dos poucos direitos a elas conferidos e por fim reivindicavam a emancipação política pelo direito de votarem e serem votadas.
No final do século XIX as mulheres começaram a usufruir os frutos de suas lutas, deixando a trabalho doméstico para trabalharem em indústrias brasileiras (especialmente nas têxteis) embora seus salários fossem muito inferiores aos dos homens que exerciam a mesma tarefa.
Tomando por base estudos feitos sobre a Advogada e Bióloga Bertha Lutz realizadas pelo CNPq (2014), em 1918, foi iniciado um movimento pela classemédia brasileira reivindicando o direito da mulher ao voto. Bertha Lutz foi uma das mais importantes líderes sufragistas, que contribuiu para a aprovação do Código Eleitoral, assegurando à mulher o direito de voto e de se eleger, em 1932.
Em 1936, passados quatro anos da aprovação do Código Eleitoral, Bertha Lutz juntamente com a deputada Carlota Pereira de Queiroz, elaboraram o estatuto da mulher. As conquistas começaram a aparecer a partir de tal fato. Outro marco de extrema importância foi a consagração do princípio de igualdade entre os sexos no ano de 1934 em nossa Constituição.
 Em 1970 foi criado o movimento feminino pela Anistia e em 1975 foi instituído pela ONU o Ano Internacional da Mulher. Já no ano de 1977 houve a promulgação da lei de divórcio  no Brasil, possibilitando assim às mulheres que sofriam algum tipo de violência de seus maridos, ou por outro motivo, não queriam mais viver em comunhão, colocarem fim na sociedade conjugal, assim adquirindo o direito de liberdade para contraírem novas núpcias.
 A Constituição Federal de 1988 veio assegurar direitos às mulheres como cidadãs e trabalhadoras, sendo no mesmo período criado o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher. Como se pode observar, a mulher conquistou no último século uma importante posição social e política por meio de suas lutas pela conquista de direitos os quais eram esquecidos para este gênero. 
 Hoje é comum mulheres exercerem atividades antes só realizadas por homens, ocuparem cargos públicos, e até mesmo terem filhos independentes de casamento, fato que tempos atrás seria considerado uma afronta moral à sociedade.
A Carta Democrática de 1988 e diversas leis posteriores preocupam-se com a violência intra familiar, e demonstram expressamente a necessidade de políticas públicas com o propósito de coibir e erradicar a violência doméstica, em especial aquela contra os integrantes mais fragilizados da estrutura familiar – idosos, mulheres e crianças.
 Mesmo as mulheres tendo conquistado vários direitos com o passar dos anos e continuarem lutando para a conquista de mais direitos, como também na luta pela igualdade de gênero, sabe-se que na cabeça de muitos homens o gênero feminino nunca vai deixar de ser submissa ao gênero masculino, fato este que gera a violência doméstica, seja em sua forma física, psicológica e/ou moral, mas a conquista na legislação, no campo profissional, nas políticas públicas, na segurança pública, na saúde, na educação, na cultura, na economia, no entretenimento, vem aumentando significativamente, mas ainda assim, com certa deficiência na atuação do aparelho estatal. Essas lutas sociais ainda perpetuam ao longo do processo de socialização.
1.3 Formas e consequências da violência contra a mulher
 Existem na literatura diferentes classificações para a violência contra a mulher. Dentre elas podemos citar violência psicológica, violência física, sexual, moral, e violência patrimonial. Segundo a Lei nº. 11.340/2006, intitulada Lei Maria da Penha, a violência é “qualquer ação ou conduta, baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, sem distinção de raça, classe, religião, idade ou qualquer outra condição, tanto no espaço público como no privado” (BRASIL, 2010, p.4). 
 São consideradas violência contra a mulher:
1.4 Violência Psicológica
 É toda ação ou omissão que cause ou visa causar dano à autoestima, à identidade ou ao desenvolvimento dos indivíduos por agressões verbais ou humilhações constantes, como: ameaças de agressão física, impedimento na busca de emprego, de sair de casa, de ter convívio social, entre outros. A violência psicológica não deixa marcas visíveis no corpo, porém as cicatrizes emocionais são carregadas para o resto da vida.
Dentre os sintomas psicológicos encontrados nas vítimas de violência doméstica que podemos mencionar são: insônia, agitações, desatenção, irritabilidade, falta de apetite, e até o aparecimento de sérios problemas mentais como a depressão, ansiedade, síndrome do pânico, estresse pós-traumático, além de comportamentos autodestrutivos como tentativas de suicídio. A mulher desenvolve sentimento de insegurança a sua vida ocorrendo alterações psíquicas que surgem em função do trauma, juntamente ao estado de choque que é imediato após a agressão, sobre tudo a sua autoestima dela.
 Muitas são as causas da não denunciação e a permanência da mulher junto ao agressor dentre eles estão: situação financeira, vergonha dos familiares e pessoas do convívio social, e o medo de reviver o trauma, e o constrangimento.
1.5 Violência Física
 É uma ação ou omissão que cause dano a integridade de uma pessoa, causando lesões ou até mesmo a morte. Isso ocorre entre outras maneiras, por meio de empurrões, arremesso de objetos, espancamento, arma de fogo ou arma branca. Há uma outra forma de violência física que é o sadismo, ou seja, aquele que ocorre quando o indivíduo se excita viciando-se na pessoa com quem realiza ato sexual. Quando há denúncias desse tipo de violência, a vitima é encaminhada a fazer o exame de corpo de delito, o que lhe causa situação de humilhação, vergonha e medo de ser ainda mais maltratada. Esse é mais um motivo pelo qual a vítima, na maioria das vezes não registra boletim de ocorrência (BO), nas delegacias.
1.6 Violência Sexual
 A Violência sexual é o tipo de violência que obriga a pessoa a manter contatos sexuais, físicos ou até a participação em outras relações sexuais com o uso da força, coerção, suborno, ameaça ou qualquer outro meio que venha a omitir a vontade pessoal. É um meio de forçar a pessoa a praticar atos que lhe desagradam como: fazer sexo com outras pessoas, olhar pornografia, entre outros fatores que levam o agressor a não medir seus atos, provocando um desconforto e desgosto à vítima que está submetida a tal tortura. Segundo o código penal em seu artigo 213, “Estupro consiste em constranger a mulher à conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça: Pena - reclusão, de 6 (seis) meses à 10(dez) anos”.
1.7 Violência Moral
 A violência moral ou verbal segundo o artigo 7º da Lei 11340/2006, inciso V, é entendida como qualquer conduta que consiste em caluniar, difamar com injúrias, insultos e ofensas, normalmente se dá ao mesmo tempo à violência psicológica. A lei Maria da Penha inovou na medida em que enquadrou no rol das violências contra a mulher a violência moral e patrimonial. Nada mais justo, quando lembrado da peculiaridade em que se encontra essa relação no que diz respeito à dependência financeira e econômica, além dos comuns insultos e maus tratos verbais a que é submetida a vítima, de forma íntima e pública.
1.8 Violência Patrimonial
 A violência patrimonial é qualquer conduta que configure na retenção, subtração, destruição parcial ou total, de seus objetos, podendo ser eles instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens diversos, valores, direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer as suas necessidades. Esta forma de violência raramente se apresenta separada das demais, servindo quase, como meio para agredir física ou psicologicamente a vítima. 17 A mulher sofre violência por atos destrutivos, quando sua casa é revirada, seus documentos pessoais e seus bens como roupas, fotos, são destruídos ou roubados.
 A consequência da violência doméstica acaba afetando pessoas na sociedade em geral, que por ser doméstica englobam a família, sendo essas também vitimas ou testemunha de uma violência que ocorre com a mãe ou irmãos dentro de casa, afetando também as pessoas que compõe essa família, tornando-as frustradas em suas perspectivas de vida. 
 Para a mulher trabalhadora, a violência doméstica acaba por diminuir o seu rendimento profissional, causando estresse, depressão, e principalmente a vergonha que é exposta, pelos hematomas no corpo e no rosto. 
 Outro agravante são as doenças sexualmente transmissíveis, transmitidaspelos seus parceiros e maridos, doenças estas que abatem moralmente a mulher, trazendo vários distúrbios, o mais grave é a morte nos casos de contaminação pelo HIV.
1.9 O CICLO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
 A violência doméstica funciona com o um sistema circular – o chamado Ciclo da Violência Doméstica – que apresenta, regra geral, três fases:
1. Aumento de tensão: as tensões acumuladas no quotidiano, às injúrias e as ameaças tecidas pelo agressor, criam, na vítima, uma sensação de perigo eminente.
2. Ataque violento: o agressor maltrata física e psicologicamente a vítima; estes maus-tratos tendem a escalar na sua frequência e intensidade.
3. Lua-de-mel: o agressor envolve agora a vítima de carinho e atenções, desculpando-se pelas agressões e prometendo mudar (nunca mais voltará a exercer violência).
 
 
 
2. CONSIDERAÇÕES SOBRE A LEI MARIA DA PENHA
 Em Agosto de 2006 o Presidente da República3 sancionou a Lei 11.340/2006 – Lei Maria da Penha que foi uma das principais vitórias alcançadas pelas mulheres no Brasil.
 A Lei Maria da Penha tem como principal objetivo garantir direitos fundamentais a todas as mulheres tem a meta de prevenir e eliminar todas as formas de violência contra a mulher, com vistas a punir os agressores e dando proteção e assistência as mulheres em situação de violência doméstica. Conforme a Lei:
Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social. (Artigo 2º, Lei Maria da Penha nº 11.340/2006) (Brasil, 2006).
 A Lei Maria da Penha somou as conquistas alcançadas pelas mulheres ao longo do tempo e fez com que a categoria despertasse para lutar por políticas públicas que atendessem suas necessidades básicas, sendo encorajadas a participarem de movimentos que visem ao fim da violência como um todo, garantindo conquistas e efetivação dos seus direitos. Deste modo se observa que:
Com a evidente discriminação e violência contra as mulheres o Estado interveio através da Lei 11.340/06 – Lei “Maria da Penha” para coibir os diversos tipos de violência, fazendo então, com que as mulheres se sentissem mais seguras, resgatando a cidadania e a dignidade dessas cidadãs que, na maioria das vezes, sofrem caladas. (PAULA, 2012, p. 37)
 Vê-se, portanto, que é de grande relevância a existência dessa lei, que através dela se efetivou formas de punição aos agressores, além de criar medidas protetivas a fim de garantir a integridade física e psicológica da vítima.
3. DELIMITAÇÃO E FORMULAÇÃO DO PROBLEMA 
 A violência doméstica atinge milhões de mulheres em todo o mundo e também no Brasil. Apesar de ser um fenômeno muito antigo, atualmente vem sendo problematizado e amplamente discutido por todas as profissões que atuam com essa questão, levantando acirrados debates nas sociedades modernas. 
 O Instituto Patrícia Galvão em pesquisa realizada em 2004 aponta que:
A Violência Doméstica contra mulheres ocorre em todo o mundo e perpassam as classes sociais, as diferentes etnias e independe do grau de escolaridade. Ela recebe o nome de doméstica porque sucede, geralmente dentro de casa e o autor da violência mantém ou já manteve relação íntima com a mulher agredida. São maridos, companheiros, namorados, incluindo ex. (p.25).
 É alarmante o fato que as agressões são praticadas por pessoas ligadas a elas por laços afetivos, ou seja, o agressor em sua maioria são maridos companheiros que desrespeitam e violam os direitos de suas companheiras. O profissional de Serviço Social tem em seu cotidiano constantemente o desafio de intervir e incentivar o encorajamento de mulheres que são vitimas de violência. 
 Desse modo, faz se pensar de quais maneiras o profissional Assistente Social pode intervir nas questões da Violência Domestica Contra a Mulher? 
4. OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS 
4.1 Objetivo geral: 
· Compreender as principais ações de enfrentamento da violência doméstica contra a mulher e a atuação do Assistente Social diante dessa problemática.
4.2 Objetivos específicos:
· Identificar os tipos de violência doméstica contra a mulher; 
· Identificar as consequências dessa violência;
· Analisar os benefícios da Lei Maria da Penha;
· Conhecer as ações de enfrentamento e de que forma o Assistente Social pode intervir. 
5. JUSTIFICATIVA
 Justifica-se este trabalho todo a expressar o quanto a violência domestica contra a mulher pode ser camuflada, e a importância do Assistente Social como agente interventivo. Instituído como um problema preocupante a violência contra a mulher se torna protagonista na discussão dos direitos humanos. Trazendo muitas sequelas, psicológicas e físicas às vítimas. A desigualdade de gênero é um assunto que há muito tempo traz desconforto aos membros da sociedade do sexo feminino.
 Segundo, Freire (2006)
“as desigualdades de gênero entre homens e mulheres advêm de uma construção sociocultural que não encontra respaldo nas diferenças biológicas dadas pela natureza. Um sistema de dominação passa a considerar natural uma desigualdade socialmente construída, campo fértil para atos de discriminação e violência que se “naturalizam” e se incorporam ao cotidiano de milhares de mulheres. As relações e o espaço intrafamiliares foram historicamente interpretados como restritos e privados, proporcionando a complacência e a impunidade”. 
 Esta pesquisa traz em sua razão compreender como agir frente a tal ato que traz tanto sofrimento. A agressão não se concretiza somente no momento em que se deixa marca física no corpo da vítima, mas sim a partir do momento em que se sente privada de sair, se vestir, falar e sofre constantemente por ter ferida sua autoestima já que o agressor insistentemente denigre sua imagem com ofensas e ridicularizações fazendo-a acredita que não é capaz de concretiza qualquer ação a qual se interesse e ainda violando seu direito sexual. Muitas vezes a vítima assume o papel de mártir, pois sente que merece a violência sofrida em resposta de algo que fez de errado ou até mesmo por ter a certeza que sendo o marido/companheiro o maior provedor financeiro do lar ela tem que se curvar e aceitar de forma banal a agressão. 
 É necessário se propagar a discussão acadêmica para melhor entendimento e também debates públicos sobre esta construção sociocultural. Fica claro a importância do Assistente Social como agente interventivo, usando seus instrumentos operativos, e passando seus conhecimentos em situações em que a vitima se sente oprimida, pois nem sempre a mesma se reconhece como ela realmente é, ou seja, a vítima. 
6. METODOLOGIA
 Será realizada uma pesquisa bibliográfica por meio da legislação brasileira, livros, artigos científicos respeitando os dados mais recentes referente ao tema com o objetivo de identificar os tipos de violência doméstica contra a mulher; as consequências dessa violência; os benefícios da Lei Maria da Penha; e Conhecer as ações de enfrentamento e de que forma o Assistente Social pode intervir.
 Segundo Gil (2002, p.44),
A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos.
 A escolha da forma da pesquisa foi devido ao interesse de adquirir conhecimento, e compartilhar informações, visto que hoje atualmente ainda vivemos em uma sociedade machista.
7. MÉTODO
 O Serviço Social atua no combate à violência doméstica inserido nas instituições que prestam atendimento à mulher vítima de violência, após a reconceituação da profissão e a defesa de um projeto ético-político em favor da construção de uma sociedade mais justa, a profissão tem sido reconhecida, valorizadae requisitada, configurando um espaço na divisão sócio técnica do trabalho, merecendo a confiança das outras profissões e entidades diversas, conquistando espaço e demarcando a identidade da assistência social.
 Diante disto nas instituições que prestam atendimento a mulheres vitimas de violência doméstica o Assistente Social orienta, discute estratégias e encaminhamentos onde a vítima possa receber atendimento eficiente e ter os seus direitos garantidos. 
 Alguns métodos podem ser utilizados pelo assistente social para uma melhor avaliação dos casos de violência contra a mulher. Pode-se citar a entrevista, que é feita com a mulher vítima da violência, onde se desenvolve através do processo de escuta e observação, sempre priorizando a atenção aos sentimentos expressos pela mulher. Também a visita domiciliar é utilizada para conhecer a realidade da qual a mulher vive. A reunião com grupos de mulheres que sofrem violência tem contribuído muito para retirá-las do processo de angústia e baixa estima onde elas acabam sendo inseridas depois da violência sofrida. A troca de informações entre elas é fundamental para a fortificação dos sentimentos e encorajamento para levarem adiante as denúncias.
 Os assistentes sociais no seu espaço de trabalho contêm inúmeras informações e conhecimentos sobre os usuários os quais ele atende. Através da pesquisa é possível conhecer e explorar os dados sobre a realidade cotidiana das mulheres que sofrem violência, utilizando-se dessas informações é possível desenvolver um trabalho eficaz em defesa da mulher.
 Os grandes desafios enfrentados pela profissional são de auxiliar a vitima de violência doméstica na questão de abrigá-la em local seguro no primeiro momento da violência ocorrida, logo após garantir que levando em frente o boletim ocorrência não mais sofrerá agressões. Outro desafio é a independência emocional e financeira que a vítima tem com o agressor, fazendo com que a mesma fique acorrentada ao sendo sujeitada a constantes humilhações. Sem este porto seguro a vítima volta para a mesma condição de vida, pois não tem nenhuma garantia de que estará segura ou que possa garantir segurança aos filhos. 
 O assistente Social utiliza de seus instrumentos e técnicas para minimizar os impactos sofridos pela vitima e consequentemente que não seja repassada aos filhos fazendo com que essa vitima seja orientada e respaldada de seus direitos para que consiga assim desaprisionar-se da atual situação vivida.
8. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 Segundo a Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher de 2007: 
O enfrentamento requer a ação conjunta dos diversos setores envolvidos com a questão (saúde, segurança pública, justiça, educação, assistência social, entre outros), no sentido de propor ações que: desconstruam as desigualdades e combatam as discriminações de gênero e a violência contra as mulheres; interfiram nos padrões sexistas/machistas ainda presentes na sociedade brasileira; promovam o empoderamento das mulheres; e garantam um atendimento qualificado e humanizado às mulheres e situação de violência (BRASIL, 2004, p.11).
 Portanto, a noção de enfrentamento não se restringe à questão do combate, mas compreende também as dimensões da prevenção, da assistência e da garantia de direitos das mulheres. 
 A violência doméstica é a espécie de violência contra a mulher que ocorre, predominantemente, no âmbito doméstico e ou familiar e quase sempre é cíclica. Desencadeia-se em todas as classes sociais e categorias profissionais. Como bem afirma CAVALCANTI, (2009). 
 Sendo um problema grave que atinge muitos lares a desigualdade entre gêneros bem como a discriminação está enraizada em uma sociedade ainda machista de forma gritante desde o início da civilização.
 Segundo lição de Costa (1997)
 A identidade feminina fruto de uma longa construção histórica, tem assumido diversas formas e modalidades culturais especificas de acordo com a necessidade do sistema de dominação. 
 Sendo uma construção cultural a identidade feminina sempre foi tratada como um assunto pouco interessante ao longo da história já que ela não era símbolo de força e sim de subordinação de seu sistema dominante (pais, irmãos, maridos, filhos). No qual eram criadas reclusas sem direitos sendo atribuídas aos serviços domésticos os quais segundo a supremacia masculina nasceram para fazer. A desigualdade de gênero não é explicada por si só pelas diferenças biológicas necessitando de uma construção sociocultural para ressignificar a desigualdade. 
 Agora um agente de transformação de sua realidade, ou seja, linha central procura estabelecer uma política pública para a prevenção, assistência, atendimento, reeducação.
Entre os objetos almejados com as políticas afirmativas, está o introduzir a transformação de ordem cultural, pedagógica e psicológica, aptos a subtrair do imaginário coletivo a ideia de supremacia e subordinação de uma raça, em relação à outra (Ministro Joaquim Barbosa Gomes – Supremo Tribunal Federal, 20011). 
 A Lei Maria da Penha altera as relações entre mulheres e seus agressores, fazendo o Brasil a ser 18º país da América Latina a ter um aparato legal específico para casos de violência doméstica.
 Segundo Criveletto (2016), dentre os avanços com a implementação da Lei Maria da Penha pode-se ser destacado, o encerramento da possibilidade da penalização por meio de cestas básicas, e torna-se obrigatório à instauração de Inquéritos policiais para a investigação dos delitos cometidos com base em violência doméstica. Ele ainda destaca um grande avanço no requerimento das medidas protetivas assim que se registram a ocorrência do crime praticado.
9. CRONOGRAMA DA PESQUISA
	ETAPAS
	FEV
	MAR
	ABR
	MAI
	JUN
	Elaboração do projeto
	x
	x
	x
	x
	
	Revisão de literatura
	x
	x
	x
	x
	
	Apresentação do projeto
	
	
	
	x
	
	Correção ortográfica
	
	
	
	x
	
	Entrega
	
	
	
	x
	
10. ORÇAMENTO
	Especificações das despesas 
	Quantidade
	Valor unitário
(em R$)
	Total
(em R$)
	Impressão 
	20
	 0,50
	 10,00
	Livros
	02
	 30,00
	 60,00
	Encadernação
	01
	 5,00
	 5,00
	Papel sulfite
	01pc
	 5,50
	 5,50
	Total
	
	
	 80,50
11. RESULTADOS ESPERADOS
 A violência domestica contra a mulher tem se destacado como um problema critico, com consequência devastadoras, físicos e emocionais. É uma das formas mais comuns de manifestação da violência doméstica e, no entanto, uma das mais invisíveis, sendo uma das violações dos direitos humanos mais praticadas do mundo.
 A maioria dos dados disponíveis em violência contra a mulher é tida não somente como conservadora, mas também não confiável. Estudos de prevalência com amostras populacionais representativas são bastante raros, além de haver grande dificuldade na comparação desses estudos devido à inconsistência na definição da violência doméstica, e com relação aos parâmetros usados, que variam de abuso físico isolado, até abuso físico, sexual e psicológico.
 A violência doméstica aparece no cenário mundial não somente como um problema de saúde pública, mas como um mal que afeta todos os níveis da sociedade, pois é gerada em seu principal alicerce: a família.
 Há necessidade de propostas amplas para dar às mulheres os instrumentos de que precisam para instituir a igualdade de gênero e exercer plenamente seus direitos humanos. Programas que ofereçam assistência às vítimas de violência doméstica deverão se tornar parte essencial das políticas sociais. 
 Espera-se que este projeto venha contribuir para o entendimento sobre a violência doméstica contra a mulher, e fazendo com que elas venham a ter coragem de denunciar seus companheiros que as fazem sofrer tanto. Que o Assistente Social possa atuar auxiliando essas mulheres,para que consigam sair desse quadro de violência e garantir seus direito através da execução da Lei Maria da Penha.
12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COSTA, A.A.A. SADENBERG, C.B. Feminismos, feministas e movimentos sociais. In: BRANDÃO, M. L.; BINGEMER, M.C.; (org). Mulher e relações de gênero. São Paulo: Loyola, 1994.
DIAS, Maria. A lei Maria da Penha na Justiça: A efetividade da Lei 11.340/2006 de combate à violência doméstica e familiar contra a mulher. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007.
BRASIL. Lei nº 11.340/2006. Lei Maria da Penha: a luta fazendo a lei. Brasília, 2007.
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MINISTÉRIO DA SAÚDE. Direitos Humanos e violência intrafamiliar: informações e orientações para agente comunitários de saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2001.
ROCHA, Lourdes de Maria Leitão Nunes. Violência de gênero, violência doméstica e intrafamiliar e direitos das mulheres no Brasil. In: Gonçalves, Cláudia Maria da Costa (coord.). Direitos Humanos: Direitos de quem? Curitiba: Juruá, 2012, p.173-200.
TELES, Maria Amélia de Almeida. MELO, Mônica de. O que é violência contra a mulher. São Paulo: Editora Brasiliense, 2012.
______. POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL aprovada pelo Conselho Nacional de Assistência Social por intermédio da Resolução nº. 145, de 15 de outubro de 2004, e publicada no Diário Oficia da União – DOU do dia 28 de outubro de 2004.
COSTA, Ana Alice Alcântara. O movimento feminista no Brasil: dinâmica de uma intervenção política. In: PISCITELLI, Adriana. Et. Al. Olhares Feministas. Brasília: MEC, UNESCO, 2009.
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