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ESPELHO_CORRECAO_S1 - CONSTITUCIONAL

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INFORMAÇÃO INTERNA – INTERNAL INFORMATION 
 
Seção 1 
ESPELHO DE CORREÇÃO 
DIREITO 
CONSTITUCIONAL 
 
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INFORMAÇÃO INTERNA – INTERNAL INFORMATION 
 
 
 
 
 
 
 
O objeto da ação é o pedido de obrigação de fazer cumulado com repetição de indébitos e 
indenização por danos materiais e morais experimentados pelas práticas lesivas ao consumidor e 
discriminatória em razão da idade de Maria. 
O polo passivo será composto pela empresa Zumbi Telefonia, enquanto o polo ativo em 
litisconsórcio, por Ana e Maria. 
Você, no papel do advogado Josué, tomou todas as medidas judiciais cabíveis para atender 
às necessidades de suas clientes, elaborando as petições e os recursos cabíveis para que os danos 
sejam indenizados na exata medida. 
Vamos conferir o espelho da peça elaborada? 
 
 
 
 
AO JUÍZO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE TAUBATÉ/SP 
PRIORIDADE IDOSO1 
 
1 Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências. 
 
Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos processos e procedimentos e na execução dos atos e 
diligências judiciais em que figure como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou superior a 60 
(sessenta) anos, em qualquer instância. 
§1º O interessado na obtenção da prioridade a que alude este artigo, fazendo prova de sua idade, requererá o 
benefício à autoridade judiciária competente para decidir o feito, que determinará as providências a serem 
cumpridas, anotando-se essa circunstância em local visível nos autos do processo. 
 
 
Seção 1 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Na prática! 
Questão de ordem! 
 
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INFORMAÇÃO INTERNA – INTERNAL INFORMATION 
[5 linhas] 
 
 
MARIA, idosa, tradutora (documentos anexos), com endereço XXX, e sua filha, ANA, 
professora do ensino fundamental (documentos anexos), ambas representadas por seu advogado 
inscrito na OAB nº XXX, consoante procuração anexa, vêm respeitosamente à presença de Vossa 
Excelência propor a presente: 
 
AÇÃO INDENIZATÓRIA DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO E DE OBRIGAÇÃO DE FAZER 
 COM PEDIDO LIMINAR INAUDITA ALTERA PARS2 
 
Em face da ZUMBI TELEFONIA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº XXX, 
com sede jurídica no endereço XXX, conforme fatos e fundamentos que passam a expor: 
 
DOS FATOS 
A autora da presente ação, Maria, de 76 anos, compareceu a uma loja da empresa Zumbi 
Telefonia, uma concessionária de telefonia fixa, telefonia móvel, internet banda larga e TV por 
assinatura, a única com esses serviços disponíveis em sua região, situada na cidade e comarca de 
Taubaté/SP, para adquirir um pacote de serviços de internet banda larga e televisão por assinatura. 
Após serem apresentados os produtos, o vendedor informou que somente poderiam ser 
contratados os serviços se fossem adquiridos, de forma conjunta, um aparelho celular pós-pago, no 
valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais), e uma linha telefônica fixa, ambos com mensalidade de R$ 
200,00 (duzentos reais), com vigência pelo prazo mínimo de 12 meses. 
 
§2º A prioridade não cessará com a morte do beneficiado, estendendo-se em favor do cônjuge supérstite, 
companheiro ou companheira, com união estável, maior de 60 (sessenta) anos. 
§3º A prioridade se estende aos processos e procedimentos na Administração Pública, empresas prestadoras 
de serviços públicos e instituições financeiras, ao atendimento preferencial junto à Defensoria Pública da União, 
dos Estados e do Distrito Federal em relação aos Serviços de Assistência Judiciária. 
§4º Para o atendimento prioritário será garantido ao idoso o fácil acesso aos assentos e caixas, identificados 
com a destinação a idosos em local visível e caracteres legíveis. 
§5º Dentre os processos de idosos, dar-se-á prioridade especial aos maiores de oitenta anos. (Incluído pela 
Lei nº 13.466, de 2017). (BRASIL, 2003, [s. p.]) 
 
2 Sem a prévia manifestação da parte contrária. 
 
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Além disso, foi exigido que a sua filha, Ana, professora do ensino fundamental, que a 
acompanhava, assinasse o contrato em nome dela, pois foi dito que, em razão de sua idade 
avançada, haveria maior risco de morte durante o contrato, inclusive por ser grupo de risco da Covid-
19, o que poderia trazer prejuízos à empresa. Assim, apesar de o serviço ser prestado em sua 
residência e Maria ser a responsável pelo pagamento, somente a sua filha pode constar como 
contratante. Tendo em vista a extrema necessidade da internet para que pudesse prestar seus 
serviços de tradutora, Maria aceitou as exigências da empresa. 
Após a formalização do contrato, a empresa Zumbi Telefonia informou haver o prazo de sete 
dias para instalação e que não poderia indicar uma data e um horário corretos, devendo a contratante 
aguardar em horário comercial a chegada de um funcionário credenciado. 
Somente após 11 dias, quatro a mais do que a data aprazada, os funcionários compareceram 
na residência de Maria. Após quebrarem duas paredes e estragarem o piso de sua sala, instalaram 
a internet e o telefone fixo, deixando de instalar a televisão a cabo por alegarem falta de estrutura. 
 Contudo, foi informado a ela que tanto o atraso na instalação como esses prejuízos não 
seriam indenizados, em razão de haver no contrato uma cláusula retirando da empresa Zumbi 
Telefonia qualquer responsabilidade, e que essa exclusão constante do contrato de adesão havia 
sido devidamente assinada pela filha contratante, Ana. 
Dois meses após a contratação, o serviço de instalação ainda não foi concluído, mas as 
mensalidades dos serviços, no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais), foram cobradas, bem como o 
valor de R$ 1.000,00 (mil reais) pelo serviço de instalação, debitado de sua conta de forma 
equivocada, pois, no contrato, constava como sendo absolutamente gratuito. 
Maria e Ana procuraram o escritório de advocacia de Josué, para tomarem as providências 
necessárias, uma vez que passaram por momentos difíceis, acarretando, inclusive, um quadro de 
depressão em Maria, em razão do tratamento preconceituoso conferido pela empresa a respeito de 
sua idade. 
Além dessa grave lesão à sua esfera íntima, Maria perdeu o prazo de entrega de dois 
trabalhos de tradução já contratados, no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais), devido à demora da 
instalação da internet em sua residência, assim como teve que despender o valor de R$ 1.000,00 
(mil reais) para consertar as paredes avariadas pelo funcionário instalador da empresa Zumbi 
Telefonia. 
 
DO FORO COMPETENTE 
 
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INFORMAÇÃO INTERNA – INTERNAL INFORMATION 
Este Juizado Especial Cível é o foro competente para a propositura desta ação, em vista de 
que a parte autora é consumidora dos serviços da empresa ré, sendo nesta comarca domiciliada e 
diminuta a complexidade e o valor que envolve a causa. 
Tratando-se de relação de consumo, o foro deve ser aquele do domicílio do autor consumidor: 
Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e serviços, 
sem prejuízo do disposto nos Capítulos I e II deste título, serão observadas as 
seguintes normas: 
 
I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor; (BRASIL, 1990, [s. p.]) 
 
DO CABIMENTO E DA INVERSÃO DO ÔNUS PROBATÓRIO 
É cabível a presente ação de obrigação de fazer combinada com repetição de indébito e 
indenização pelo fato de ter havido diversas ilegalidades e abusividades na forma pela qual o contrato 
firmado entre as autoras e a empresa ré foi parcialmente cumprido. 
Mister a aplicação do Código de Defesa do Consumidor, inclusive no que tange à inversão do 
ônus da prova em razão de haver patente disparidade entre o conhecimento técnico do qual dispõe 
a empresa ré em face da hipossuficiência das autoras. 
 
DA LEGITIMIDADE ATIVA 
As partes – MARIA e ANA – são maiores e capazes e tiveram seus direitos materiais e morais 
lesados (documentos anexos) pelos atos ilícitos abusivos aos direitos do consumidor e aodireito do 
idoso praticados pela empresa ré, concessionária de serviços públicos de telefonia, dados e televisão 
a cabo. 
 
DA LEGITIMIDADE PASSIVA 
A empresa ZUMBI TELEFONIA, pessoa jurídica de direito privado, concessionária de serviços 
públicos, prestou os serviços contratados de forma parcial e adotou postura discriminatória e ilegal 
em razão da idade da autora Maria. Além disso, adotou práticas contratuais abusivas, que geraram 
evidentes prejuízos às partes, devendo ser responsabilizada civilmente por eles, de forma objetiva e 
com a inversão de ônus probatórios. 
 
DO DIREITO 
 
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INFORMAÇÃO INTERNA – INTERNAL INFORMATION 
 
Da obrigação discriminatória em razão da idade, a vedação para contratar com a autora 
em razão de sua idade e por ser grupo de risco da Covid-19 
Consta dos presentes autos que a autora Maria foi proibida de firmar o contrato de prestação 
de serviços em seu nome em razão de sua idade, bem como por compor o grupo de maior risco de 
complicações da Covid-19. Informaram a ela que outra pessoa deveria ser a responsável pelo 
contrato, pois, caso ocorresse o seu falecimento, haveria prejuízo a ser suportado pela empresa 
Zumbi Telefonia. 
Assim, apesar de todos os serviços e instalações serem realizados na residência de Maria, 
apenas Ana consta do contrato firmado, por exigência única e exclusiva da empresa ré, com o dolo 
direto de impedir que pessoa idosa, de apenas 76 anos, deixasse de realizar um simples ato da vida 
civil: a contratação de um serviço de utilidade pública. 
Lembremo-nos de que ela somente concordou com essa verdadeira fraude em razão de sua 
extrema necessidade de utilizar a internet, para que pudesse prestar seus serviços de tradutora, se 
sustentar e sobreviver. 
Indiscutível que tal prática é de patente ilegalidade e desborda a simples ilicitude civil, pois, 
em razão de sua tamanha reprovabilidade social, esse ignóbil tratamento discriminatório foi tipificado 
como crime pelo legislador no Estatuto do Idoso. 
 
Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a operações 
bancárias, aos meios de transporte, ao direito de contratar ou por qualquer outro 
meio ou instrumento necessário ao exercício da cidadania, por motivo de idade: 
 
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. (BRASIL, 2003, [s. p.], grifo 
nosso) 
 
Ao exigir que a filha, Ana, assinasse o contrato em nome dela em razão de sua idade 
avançada, a empresa ré feriu de forma cabal a sua dignidade, relegando-a a uma 
incapacidade civil da qual ela não goza, e causou-lhe imenso sofrimento de ordem moral. 
Ao agir de forma criminosa, em tese, a empresa ré causou evidente dano moral decorrente 
do abalo psíquico e moral em Maria, causando-lhe sofrimento e ataque à sua honra e 
dignidade, levando-a, inclusive, a um quadro depressivo, o qual está sendo tratado (doc.). 
Em razão disso, a fim de compensar financeiramente a autora e coibir novas práticas 
discriminatórias por parte da empresa ré, requer-se de Vossa Excelência que a condene ao 
pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil 
reais). 
 
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INFORMAÇÃO INTERNA – INTERNAL INFORMATION 
Da compra casada 
Consta dos presentes autos que, após serem apresentados os produtos, o vendedor informou 
que somente poderiam ser contratados os serviços se fossem adquiridos, de forma conjunta, um 
aparelho celular pós-pago, no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais), e uma linha telefônica fixa, tendo 
que despender uma mensalidade de R$ 200,00 (duzentos reais), pelo prazo mínimo de 12 meses. 
Houve patente ocorrência dessa prática abusiva, que está prevista no inciso I do art. 39 do 
CDC, e consiste no condicionamento da compra de um produto ou serviço à aquisição de outro, sem 
que seja tecnicamente necessária ou que haja um efetivo benefício para o consumidor. 
De fato, mesmo sem querer e sem precisar, a autora Maria viu-se obrigada a comprar um 
telefone celular pós-pago e uma linha telefônica fixa, ao custo de R$ 200,00. 
Apesar de o aparelho adquirido ter ingressado no patrimônio da autora, o fato é que ainda se 
vê obrigada a pagar as mensalidades de um serviço do qual não quer e não precisa. Portanto, diante 
da abusividade da cláusula imposta, é mister a devolução dos valores pagos a título de mensalidade, 
bem como a anulação da cláusula abusiva que vincula a parte à permanência da obrigação pelo 
prazo de 12 meses. 
São devidos, portanto, a devolução do valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais) da compra do 
telefone e dos dois meses de pagamento das mensalidades, no valor total de R$ 400,00 
(quatrocentos reais). 
 
Dos danos materiais, dos lucros cessantes sofridos e a cláusula abusiva de não 
responsabilidade 
Durante a malsucedida tentativa de instalação dos serviços na residência da autora Maria, os 
funcionários da empresa ré causaram danos em duas paredes e nos pisos de sua residência, os 
quais, conforme os documentos e a nota fiscal anexos, foram reparados pela autora sob o custo de 
R$ 1.000,00 (mil reais). Comprovam os documentos que os serviços realizados foram os de menor 
custo, conforme os orçamentos ora juntados. 
Além disso, em decorrência do atraso de mais de quatro dias na instalação do serviço de 
internet, a autora Maria viu-se impedida de trabalhar, não podendo finalizar traduções já contratadas, 
no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais), que tiveram que ser devolvidos aos seus clientes (doc.). 
Em reclamação junto à empresa ré (doc.) a respeito dos prejuízos suportados, foi informado 
que nada poderia fazer, em razão de haver uma cláusula expressa no contrato assinado por Ana, 
afastando a responsabilidade civil por quaisquer danos praticados. 
 
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INFORMAÇÃO INTERNA – INTERNAL INFORMATION 
É evidente a abusividade de cláusulas contratuais que ofendem princípios fundamentais das 
relações de consumo, em especial, quando retiram do fornecedor a sua responsabilidade. 
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao 
fornecimento de produtos e serviços que: 
 
I – impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios 
de qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição 
de direitos. (BRASIL, 1990, [s. p.]) 
 
 Diante de tal quadro, deve ser a parte Maria indenizada no valor de R$ 1.000,00 (mil reais) a 
título de danos materiais, R$ 2.000,00 (dois mil reais) a título de lucros cessantes e afastada a 
cláusula abusiva de não responsabilidade da empresa ré, por sua patente e plena nulidade. 
 
DO PEDIDO LIMINAR 
Diante de todo o exposto, faz-se necessária a concessão de tutela de urgência, garantindo a 
efetividade e utilidade da medida, no sentido de obrigar a empresa ré a instalar os serviços de 
televisão por assinatura na residência da autora Maria, sob pena de multa diária de R$ 500,00 
(quinhentos reais). 
É patente a necessidade de concessão de tutela de urgência prevista, nos moldes do art. 300 
do CPC, pela presença da fumus boni juris (ocorrência do evento danoso e responsabilidade objetiva 
da empresa ré), bem como do periculum in mora consubstanciado no fato de a autora já pagar há 
meses o serviço a que tem direito e não poder usufruir deste por culpa exclusiva da empresa ré. 
 Assim, com base nos fundamentos acima expostos, deve ser deferido o pedido liminar, a fim 
de que sejam providenciadas medidas processuais astreintes, para que haja rápida satisfação do 
provimento jurisdicional. 
 
DOS PEDIDOS 
Diante do exposto e fundamentado, requerem as autoras: 
 
 
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INFORMAÇÃO INTERNA – INTERNAL INFORMATION 
a) A citação da empresa Zumbi para que apresente sua contestação no prazo de 15 dias úteis3 
4. 
b) A concessão do pedido liminar para que seja instalado o serviço de televisão por assinatura 
na residência da autora Maria, sob pena de multa diária. 
c) A anulação de pleno direito das cláusulas abusivas de nãoresponsabilização da empresa ré, 
bem como a venda casada como exigência para realização do contrato. 
d) A condenação da empresa ré ao pagamento de indenização de danos morais, em razão da 
discriminação de idade da autora Maria, a ser arbitrada por Vossa Excelência, em valor não 
inferior a R$ 20.000,00 (vinte mil reais). 
e) A condenação da empresa ré ao pagamento de indenização de danos materiais no valor de 
R$ 1.000,00 (mil reais), além de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a título de lucros cessantes. 
f) A condenação da empresa ré à repetição do indébito de R$ 2.000,00 (2x R$1.000,00 pela 
taxa de instalação, que constava como gratuita no contrato), em razão da aplicação do 
parágrafo único do art. 42 do CDC. 
g) A condenação da empresa ré à repetição do indébito de R$ 4.000,00 (2x R$ 2.000,00 pela 
compra casada de um telefone móvel pós-pago), bem como de R$ 800,00 (2x R$ 400,00), 
em razão das mensalidades cobradas indevidamente dos serviços de telefonia móvel e fixo, 
contratados de forma “casada” e nulos de pleno direito pelo CDC. 
h) Que seja julgada procedente a presente ação, tornando definitiva a liminar concedida, 
condenando a ré ao pagamento de indenização pelos danos morais e patrimoniais causados, 
bem como outros a serem arbitrados por Vossa Excelência. 
i) A condenação ao pagamento de custas e honorários advocatícios. 
 
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, especialmente 
pelos documentos que instruem esta exordial, oitiva de testemunhas, bem como todos os 
demais instrumentos eventualmente necessários. 
 
Atribui-se à causa para fins fiscais o valor de R$ 29.800,00 (vinte e nove mil e oitocentos 
reais). 
 
3 A Lei nº 13.728, de 31 de outubro de 2018, alterou a lei dos Juizados Especiais, a Lei nº 9.099, de 26 de 
setembro de 1995, para estabelecer que, na contagem de prazo para a prática de qualquer ato processual, 
inclusive para a interposição de recursos, serão computados somente os dias úteis. “Art. 1º - A Lei nº 9.099, 
de 26 de setembro de 1995, passa a vigorar acrescida do seguinte art. 12-A: ‘Art. 12-A. Na contagem de prazo 
em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, para a prática de qualquer ato processual, inclusive para a 
interposição de recursos, computar-se-ão somente os dias úteis’.” (BRASIL, 2018, [s. p.]). 
 
4 O Enunciado nº 10 do FONAJE prevê que a contestação poderá ser apresentada até a audiência de instrução 
e julgamento e ainda há entendimento de que o prazo de quinze dias será contado da audiência de conciliação 
que tenha restado infrutífera (BRASIL, [s. d.], [s. p.]). 
 
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INFORMAÇÃO INTERNA – INTERNAL INFORMATION 
Nestes termos, pede deferimento. 
Local, data. 
 
 
____________________________________ 
JOSUÉ 
Número de inscrição na OAB 
 
 
 
 
Quais são os principais princípios constitucionais de proteção ao consumidor previstos no 
CDC? 
Os princípios da dignidade da pessoa humana, da igualdade material, da vulnerabilidade, da 
proteção, da confiança, da precaução, da transparência ou informação, da boa-fé objetiva, do 
equilíbrio contratual e da solidariedade da cadeia de fornecedores. 
Há outros sujeitos vulneráveis especialmente protegidos na Constituição? 
Sim, a igualdade entre homens e mulheres; a igualdade entre irmãos na relação familiar; as crianças, 
os adolescentes e os jovens; os idosos; os trabalhadores; em maneira ainda mais acentuada, as 
pessoas com deficiência, pois, para esses, além dos dispositivos constitucionais, há tratados 
internacionais com força de norma constitucional que os protegem de forma especial. 
O que são normas de ordem pública? 
Normas de ordem pública são aquelas que visam a uma proteção especial de um grupo de pessoas 
ou da sociedade e que afastam a possibilidade do exercício da autonomia da vontade nas relações 
jurídicas, prevalecendo a vontade da lei em detrimento da vontade das partes. O CDC 
expressamente considera suas próprias regras como de ordem pública. 
Qual são os limites da jurisdição dos Juizados Especiais Cíveis? 
O art. 3º da Lei nº 9.099/95 aponta essa competência para conciliação, processo e julgamento das 
causas cíveis de menor complexidade, assim consideradas: as causas cujo valor não exceda 40 
Resolução comentada 
 
 11 
INFORMAÇÃO INTERNA – INTERNAL INFORMATION 
vezes o salário-mínimo; as enumeradas no inciso II do art. 275 do Código de Processo Civil de 1973; 
a ação de despejo para uso próprio; as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não 
excedente ao fixado no inciso I deste artigo. 
Portanto, a competência dos JECs é fixada em razão da matéria, é absoluta e, assim, não pode ser 
afastada pela vontade das partes, não apenas em relação ao valor. A matéria se refere à 
complexidade da causa, isto é, se ela pode ser solucionada sem a necessidade da realização de 
perícias, como ocorre, por exemplo, em ações falimentares e indenizatórias complexas. 
 
 
Referências 
 
BRASIL. Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990. Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá 
outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, [2021]. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078compilado.htm. Acesso em: 4 jun. 2021. 
 
BRASIL. Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003. Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras 
providências. Brasília, DF: Presidência da República, [2021]. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm. Acesso em: 4 jun. 2021. 
 
BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Brasília, DF: Presidência 
da República, [2021]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2015/lei/l13105.htm. Acesso em: 1º jun. 2021. 
 
BRASIL. Lei nº 13.728, de 31 de outubro de 2018. Altera a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 
1995, para estabelecer que, na contagem de prazo para a prática de qualquer ato processual, 
inclusive para a interposição de recursos, serão computados somente os dias úteis. Brasília, DF: 
Presidência da República, [2021]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2018/lei/L13728.htm. Acesso em: 6 jun. 2021. 
 
BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Enunciados Cíveis. Brasília, DF: CNJ, [s. d.]. Disponível 
em: https://www.cnj.jus.br/corregedoria-nacional-de-justica/redescobrindo-os-juizados-
especiais/enunciados-fonaje/enunciados-civeis/. Acesso em: 6 jun. 2021.

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