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AÇÃO PENAL Utilização do devido processo legal para punição pelo Estado em casos concretos CONDIÇÕES DA AÇÃO: Possibilidade jurídica do pedido – já está dentro das demais, por isso foi retirada do CPC – é uma situação que no processo pena deveria ser analisada no mérito, pois é a possibilidade jurídica do pedido para condenação Legitimidade para agir – Ministério Público, ofendido ou representante legal – vai depender do tipo de ação penal Interesse de agir – presumido Prescrição virtual ou perspectiva não pode ser aplicada. Não se pode rejeitar uma denúncia pensando na pena do acusado Justa causa – materialidade do crime e o indício de autoria – suporte probatório mínimo Fumus comissi delicti Se não está presente alguma das condições da ação antes do início do processo a denúncia não é recebida Se depois de recebida a denúncia observa-se a inexistência de uma das condições, processo é extinto sem resolução do mérito ou uma nulidade Somente a sentença de mérito irá falar em sujeito passivo autor do crime de fato No CPP não tem intervenção processual, chamamento a processo, legitimação de sindicato... – princípio da não transcendência Funcionário público ofendido e instituição pública ofendida – legitimidade concorrente – ação proposta tanto por MP como por ofendido quando se tratar de ofensa à honra do funcionário CONDIÇÕES ESPECÍFICAS Nos crimes contra propriedade imaterial o laudo pericial é condição de AÇÃO – destacado isso, porque nos outros crimes é condição de mérito, para decisão da sentença e condenação Ação pública condicionada – é essencial a representação Ação pública condicionada à requisição do ministro da justiça – requisição dele Arquivamento e desarquivamento – Provas novas Impronúncia – incerteza sobre autoria e consequentemente, condenação. Processo fica parado, pois é muito perigoso colocar jurados do povo para julgar este réu em crimes contra a vida sendo que não se tem certeza – o processo só vai reabrir se surgirem provas novas também Crime cometido por presidente, vice e ministro de estado – para se iniciar ação é preciso ser aprovado por 2/3 da Câmara dos Deputados – é uma prerrogativa processual e condição da ação Induzimento de erro essencial ou ocultação de impedimento de casamento – processo penal nesse crime só pode começar quando o casamento for anulado, ou seja, após trânsito em julgado da sentença que anula o casamento por esse motivo *condição de procedibilidade – necessária para se começar o processo *condição de prosseguibilidade – já existe processo e uma condição surge para que o processo possa dar andamento, prosseguir Lei 9.099, art.91 – fase preliminar para tentativa de conciliação, composição civil dos danos, transação penal. Caso se queira realmente processar, o ofendido ou representante serão intimados para em 30 dias apresentarem a representação (se for condicionado a representação), pois se não fizerem isso, o processo não prossegue, havendo decadência – ou seja, não é uma condição da ação (procedibilidade) mas condição de prosseguibilidade TIPOS DE AÇÃO PENAL Pública Pública incondicionada Crimes contra o Estado (porque geralmente não tem um ofendido em específico, ex: crime contra a fé pública) e crimes praticados contra um particular ferindo bem importantíssimo (ex: Lesão corporal com violência de gênero, crimes contra dignidade sexual) *se não tiver prevista expressamente qual é a ação penal, ela é pública incondicionada *na dúvida é publica incondicionada *ação penal privada ou pública condicionada é exceção *quando mexe com intimidade normalmente é privada ou pública condicionada à representação – mas os ligados a violência de gênero ou quanto à dignidade se transformaram em ações públicas incondicionadas Racismo – crime contra humanidade, atinge toda uma classe – relacionada a raça, etnia, religião e procedência nacional, homofobia também foi adicionada ao rol Pública condicionada à representação Injúria racial/injúria preconceito – atinge pessoa específica, mas para ofendê-la usa critérios de raça, cor, religião, idade, deficiência Crimes contra honra de funcionário público no exercício de suas funções – súmula 714 do STF – legitimação concorrente – pode ser proposta pelo MP ou pelo ofendido Privada Exercida por uma queixa-crime pelo ofendido ou representante que tenha procuração que prevê expressamente poderes para ele realizar uma queixa- crime em seu nome Ação penal privada personalíssima Exceção – só existe um crime cabível aqui *Induzimento a erro essencial ou ocultação de impedimento matrimonial, art. 236 do CP – único crime de ação penal privada personalíssima Só poderá ser exercido diretamente pelo ofendido, não se transmitido em caso de morte dele – ação penal morre com ele – não pode ser iniciada nem prosseguida pelos seus sucessores (CADI) Ação penal exclusivamente privada Regra geral Depende da iniciativa do ofendido Em caso de morte pode ser sucedido pelo CADI – cônjuge, ascendente, descendente ou irmão Ação penal privada subsidiária da pública Previsão penal-processual-constitucional Art. 29 Ação penal é pública, porém MP deixa transcorrer o tempo e não oferece a denúncia. Nessas situações, a vítima pode assumir e tomar o processo com as próprias mãos Cabe ao MP aditar, oferecer denúncia substitutiva, intervir no processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso... – ou seja, MP não perde titularidade e pode retomar a ação a qualquer momento Qual o prazo que MP tem para iniciar a ação penal? Dúvida jurisprudencial Art. 46 do CPP – 5 dias para réu preso e 15 dias para réu solto. Se o MP não apresentar denúncia nesse prazo, o ofendido tem 6 meses PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL Inércia Juíz não pode instaurar processo de ofício Ne bis in idem Se já existe trânsito em julgado, não se pode abrir um processo pelos mesmos fatos Pode recorrer, não processar criminalmente novamente, seja por absolvição ou condenação Mesmo que o processo tenha sido extinto por incompetência Não se pode ser criminalizado duas vezes pelo mesmo fato Intranscedência ou pessoalidade O processo criminal não pode passar da pessoa do acusado Exceção: reparação cível *os princípios anteriores são comuns as 3 ações PRINCÍPIOS ESPECÍFCICOS DA AÇÃO PENAL PÚBLICA Obrigatoriedade ou legalidade processual MP não escolhe denunciar ele é OBRIGADO a denunciar se houver justa causa e condições da ação Relativizações: MP não é obrigado a recorrer ou pedir absolvição/condenação Se MP pede absolvição, juiz pode condenar? O ideal seria que não, pois se nem o MP está acusando, por que o juiz vai condenar? No entanto, CPP entende que o juiz não está vinculado ao pedido do MP e, portanto, pode condenar, ou seja, é possível que juiz condene sim. Mitigações referentes a obrigatoriedade de denúncia pelo MP Transação penal – cumprido os requisitos, não se processa a pessoa desde que ela cumpra algumas requisições realizando um acordo e o “nada consta” vai ficar limpo Colaboração premiada – colaborador que não é o líder faz a denúncia e há a possibilidade de nem ser processado Acordo de Leniência – nos crimes contra a ordem econômica, é feito com representantes de empresa e gestores... é pago um valor e ele não é denunciado Indisponibilidade Depois que MP denunciou, ele não pode desistir da ação penal, art. 42 CPP Pode pedir absolvição Depois de recorrer, também não pode desistir do recurso. A parte pode, MP não Sursis processual – suspende o processo por alguns anos, permitindo condições ao acusado (período de prova). Se ele cumprir, é comose a ação nunca tivesse existido. Oficiosidade Não é preciso solicitações, vai do crivo do MP denunciar se estiverem presentes as condições e a justa causa Autoritariedade Propostas pelo representante do Estado, que no caso é o membro do MP (In) Divisibilidade Depende do tipo de ação para caber renúncia, perdão, denúncia Na ação penal pública NÃO existe divisibilidade – entendimento comum entre STF e STJ Na ação privada pode dividir, denunciar uns antes, outros depois... PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL PRIVADA Oportunidade ou conveniência Ofendido escolhe se oferece queixa- crime ou não, podendo haver decadência ou renúncia Disponibilidade Pode desistir depois de apresentar queixa, através de perdão ou perempção Indivisível Pode escolher PROCESSAR, mas não pode escolher QUEM processar Tem que oferecer queixa-crime contra todos que ofenderam ou contra ninguém Se renunciar ou perdoar UM, os outros também vão ser favorecidos REPRESENTAÇÃO DO OFENDIDO Condição de procedibilidade – Representação do ofendido Delacio criminis postulatório – vítima presta b.o – isso já pode ser considerado como representação Representação dispensa formalismo, inclusive pode ser manifestada oralmente e depois reduzida a termo (colocar por escrito) Tem prazo de 6 meses – contado do conhecimento da autoria Esse prazo é de decadência – não se interrompe, prorroga ou estende Conta o primeiro dia do prazo e exclui o dia final Discricionária – direito/escolha Através de próprio punho ou com representante legal Se os interesses da pessoa colidem com o do representante – é nomeado um curador especial Morte ou ausência do ofendido antes, durante o processo ou antes de apresentar representação ou queixa- crime, esse direito é transmitido para o cadi - cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (nesta ordem) A morte ou ausência devem ser decretadas por sentença judicial A representação deve ser apresentada para o delegado, MP ou juiz (criticado) Muitas vezes a representação é tão bem detalhada que dispensa o inquérito Representação é uma condição de procedibilidade, mas não é uma obrigação de procedibilidade MP não fica obrigado a oferecer a denúncia, é o MP que verá se a representação é realmente cabível Se for feita a representação a um só autor ela será estendida a todos os outros autores envolvidos – princípio da obrigatoriedade Estando presente os indícios de autoria e materialidade, o MP se encontra obrigado a denunciar os demais autores do crime, não tem como escolher denunciar só um Você pode se retratar antes do MP oferecer a denúncia, pois a partir do momento que o MP oferece a denúncia não se pode voltar atrás – princípio da indisponibilidade RETRATAÇÃO – antes do oferecimento da denuncia Regras especiais: crimes relacionados a violência doméstica contra a mulher – pode haver retratação, mas ela só pode fazer isso na frente do juiz em audiência especial para que juiz possa perceber se ela não está coagida a retratar-se Na maioria das vezes a ação é penal pública incondicionada E se for ação penal pública condicionada a representação ela pode se retratar até o RECEBIMENTO da denúncia É possível retratação da retratação? SIM, desde que tudo isso seja feito no prazo decadencial de 6 meses. Quando o ofendido é um menor, cujos representantes não sabem do ocorrido, o prazo de 6 meses só começa a contar depois que a pessoa completar 18 anos Quando o ofendido é menor, cujos representantes sabem do ocorrido e optam por não apresentar a representação, o prazo de 6 meses corre normal Pode ser nomeado um curador especial caso haja conflito de interesses entre menor ofendido e representantes sobre a apresentação de representação Ação condicionada à requisição do ministro da justiça: Crimes contra brasileiro em outro país, ou por brasileiro contra estrangeiro em outro país, contra honra do presidente da república ou contra chefe de Estado estrangeiro Não tem prazo decadencial de 6 meses Ação penal privada – queixa crime apresentada pelo ofendido, representante, curador Se o ofendido morre – CADI *Exceto se for ação penal privada personalíssima – ocultação de impedimento ou induzimento a erro essencial Querelante – apresenta a queixa-crime Querelado – contra quem está se apresentando a queixa-crime Tem que colocar na queixa-crime os dados do querelado, menção do fato criminoso Se for representado, o advogado tem que colocar procuração que permita que ele apresente a queixa-crime dizendo contra quem é ela e porquê Pode ser aditada pelo MP que pode continuar intervindo depois CAUSAS EXTINTIVAS DE PUNIBILIDADE Prescrição – perda do direito que o Estado tem de punir Decadência – perda do direito de o ofendido apresentar queixa ou representação Se o inquérito ainda está acontecendo e tem medo de o prazo decair, oferece logo a queixa-crime, mesmo que incompleta e pede-se que o inquérito seja terminado o mais rápido possível Nos crimes que dependem de laudo pericial, o prazo de decadência começa a contar só a partir da homologação do laudo pelo juiz – depois disso tem 30 dias para oferecer queixa-crime Renuncia Antes da queixa-crime, pré processual - não oferecer queixa – irretratável Unilateral, não precisa de anuência Perdão Já existe o processo, já foi apresentada a queixa-crime Processual, pode ocorrer até o transito em julgado Bilateral, o réu tem que concordar *Renúncia e perdão são indivisíveis quanto a extensão dos efeitos, atinge os demais querelados. *se um dos réus não aceitar esse perdão, a ação correrá somente contra ele Tem que dizer se aceita o perdão em 3 dias, se não disser nada, vai se presumir que aceitou ser perdoado A pessoa pode querer provar sua inocência... Renúncia e perdão podem ser expressas ou tácitas Renuncia expressa tem que ser assinada Simples fato de receber dinheiro não quer dizer renúncia ou perdão Nos juizados especiais pode haver composição dos danos, renúncia do direito – tudo oficializado Perempção Instituto processual que acontece quando: Querelante iniciou o processo e deixou ele 30 dias sem andamento Querelante morreu ou tornou-se incapaz e ninguém buscou representa-lo Deixou de comparecer a ato do processo ou pedir a condenação expressa (porque se o juiz condenar sem pedido expresso, a sentença é considerada extra petita) Pessoa jurídica que é extinta e não deixa sucessor Art.52 – Estudo dirigido Prescrição, decadência e perempção podem ser declaradas em qualquer fase do processo Juiz se reconhecer extinta a punibilidade, deve declará-la de ofício Se o acusado morrer, juiz pega certidão de óbito, ouve MP e declara a extinção de punibilidade DENÚNCIA E QUEIXA CRIME 1) Explicação do fato criminoso Agravante não precisa vir na denúncia, mas as qualificadoras ou causas de aumento precisam ser demonstradas 2) Qualificação do acusado 3) Classificação do crime Juiz vincula aquilo que foi descrito Réu não se defende de número de artigo, mas dos fatos descritos na denúncia. Assim, se um artigo errado foi destacado na denúncia, não importa. Não há que se julgar nulidade pelo erro no artigo, se os fatos condizem com o crime pelo qual ele vai ser penalizado Agora, se fatos novos são expostos, dá-se oportunidade para que ele se defenda 4) Rol de testemunhas Facultativo Pode haver preclusão, pois se tem o momento certo para se apresentar testemunhas. Se não se apresenta, juiz só intima depois se ele achar extremamente necessário Número de testemunhas varia de acordo com o rito AÇÃO CIVIL Além da penalização pelo crime Pedidode reparação cível do dano Mesma ação penal condena à pena e ao ressarcimento do dano Sistema da independência é o oficialmente adotado pelo Brasil: cada uma das ações pode ser proposta de maneira diferente Art. 387 Juiz poderá fixar valor para reparação do dano, porém, ele só pode fazer isso se Ação de execução ex delicto – proposta apenas contra o acusado Ação civil ex delicto – proposta contra o acusado ou responsável *precisa ter transitado em julgado a sentença penal *juiz da ação civil pode suspender a ação civil enquanto se decide o processo criminal Contradição em a pessoa ser absolvida na esfera penal e condenado na esfera cível Reparação do dano da esfera penal é executada no cível QUAIS AÇÕES GERAM COISAS JULGADAS NO CIVIL? 7 motivos para absolvição do réu 1) Inexistência do fato (certeza que o crime não aconteceu) 2) Inexistência de prova da existência (dúvida sobre o fato) 3) Não ser infração 4) Prova de que réu não concorreu para o crime 5) Não fica provado que réu participou 6) Excludentes de ilicitude, culpabilidade... 7) Não tem prova para condenação (in dubio para o réu) Art. 66 Ficou provado que os fatos narrados não aconteceram ou que aconteceram, mas o réu não participou – faz coisa julgada cível Faz coisa julgada no âmbito cível – se réu for absolvido e ficou provada excludente de ilicitude Excludente de culpabilidade – não faz coisa julgada cível Sentença absolutória pelo tribunal do júri – não faz coisa julgada no cível Arquivamento de inquérito policial – não faz coisa julgada no cível Legitimação Ativa – ofendido ou representante legal *quando for pobre, pode requerer que a defensoria pública peça a reparação do dano Passiva – acusado/condenado e responsável civil na ação Ou apenas o condenado na execução CC, art. 932
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