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RESUMO - AÇÃO PENAL

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AÇÃO PENAL 
Conceito: é o direito potestativo de acusar, público, 
autônomo, abstrato, porém conexo instrumentalmente 
com o caso penal. 
 PÚBLICO 
 AUTONOMO 
 GENÉRICO 
 SUBJETIVO 
O que é um direito potestativo? É um direito que para 
ser exercido independe de qualquer resistência da outra 
parte (do réu) 
A única diferença desse conceito para o conceito da 
Teoria Geral do Processo é a parte final “conexo 
instrumentalmente com o caso penal” 
A Teoria Geral do Processo fala que é um direito abstrato 
e autônomo, independe do direito material e do caso 
concreto ocorrido, porém em Ação Penal, este conceito 
está dizendo que dada a autonomia e abstração, o direito 
de ação possui alguma conexão instrumental com o caso 
penal. 
O que quer dizer a ação penal ser instrumentalmente 
conexa com o caso penal? 
Essa conexão instrumental está relacionada com a 
necessidade de demonstração da existência de prova da 
materialidade e indícios de autoria no crime para que 
haja ação penal. É necessária a existência de justa causa 
no caso penal para ser proposta a ação penal. Justa causa 
= prova da materialidade + indícios de autoria. 
As exigências no processo penal são maiores do que no 
processo civil. 
A doutrina em geral trabalha o direito de ação de 
acordo com uma dupla perspectiva: 
O prof Jacinto Coutinho usa um termo denominado 
“Direito de dois tempos” para caracterizar essa dupla 
perspectiva da justa causa no direito de ação 
O primeiro tempo/momento diz respeito a própria 
existência do direito de ação, no qual o fundamento do 
direito de ação é o próprio direito fundamental de 
petição, que dá o acesso à justiça (CF/88) Além disso, um 
outro fundamento constitucional desse primeiro tempo 
é o princípio da inafastabilidade da jurisdição. 
Neste primeiro momento diz que o direito de ação 
em relação a existência é incondicionado. 
O segundo tempo diz respeito ao exercício do direito de 
ação, possui fundamento legal infraconstitucional, onde 
a lei exige condições para o seu exercício. 
Portanto, de acordo com a perspectiva de o direito de 
ação ser um Direito de Dois Tempo, ele é incondicionado 
para existir, mas é condicionado para ser exercido! 
O DIREITO DE AÇÃO EXISTE, MAS PARA SER EXERCIDO É 
NECESSÁRIA A PRETENSÃO DO ESTADO PARA TUTELAR O 
DIREITO. 
CONDICOES DA ACAO: condições para o exercício do 
direito de ação 
a) LEGITIMIDADE: existe legitimidade para propor 
a ação penal? Sim 
A legitimidade para propor a ação penal vai ser 
do Ministério Público em caso de ação penal 
pública incondicionada ou vai ser do ofendido 
em caso de ação penal privada 
 
b) INTERESSE: o interesse de agir é aplicável ao 
processo penal? 
O processo penal é o meio necessário, 
adequado e útil para a aplicação de uma pena? 
Sim, devido ao princípio da necessidade do 
processo 
Entao será que no processo penal não seria 
presumível? Sim, pois o processo penal é sempre 
o meio necessário e adequado para a aplicação 
de uma pena. Por isso é que parte da doutrina 
considera que sempre que houver legitimidade 
haverá interesse de agir. 
Obs: existe uma hipótese excepcional na qual o prof 
Gustavo Badaró, entende que o MP, embora seja parte 
legitima, não terá interesse de agir, que é quando houver 
a possibilidade de transação penal (exceção ao princípio 
da necessidade do processo). 
Portanto, sempre haverá transação penal quando faltar 
interesse ao MP ao propor a ação penal, pois a transação 
penal pressupõe necessariamente o MP abrir mão da 
propositura da ação. Então nesse caso o processo penal 
não será necessário, nem adequado, nem útil para a 
aplicação da pena. 
 
c) POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO: 
A possibilidade jurídica do pedido foi uma 
condição criada por um italiano chamado (n 
entendi) 
No processo penal a doutrina que critica 
estabelece outras razoes. Diz que como todo 
crime corresponde a uma pena, não faz sentido 
falar de possibilidade jurídica do pedido, pois só 
será possível pedir uma pena prevista no Código 
Penal. Logo seria uma loucura pedir uma pena 
não prevista ou vedada constitucionalmente. 
 
EXISTEM 5 CONDIÇÕES DA AÇÃO NO PROCESSO PENAL 
(para o exercício do direito) PPLOJ 
 PRÁTICA DE ATO APARENTEMENTE 
CRIMINOSO: fato aparente tipico 
 PUNIBILIDADE CONCRETA: se não estiver 
nenhuma causa excludente de punibilidade 
 LEGITIMIDADE: MP, particular ou 
representante, ministério da justiça e Estado. 1 
divergência doutrinária 
 ORIGINALIDADE: evitar litispendencia 
 JUSTA CAUSA: filtro da fragmentabilidade do 
Direito+provas materialidade do Direito e autoria 
1) LEGITIMIDADE: 
Polo ativo: Ministério Público no caso de ação 
penal pública e ofendido/querelante no caso de 
ação penal privada 
Polo passivo: o réu/imputado 
A maioria da doutrina acredita que no caso de ação penal 
privada há hipótese de legitimidade extraordinária, ou 
seja, o particular ofendido, ao propor uma ação penal 
privada está agindo em nome próprio defendendo um 
direito alheio. 
Que direito alheio é esse? É o direito de punir, que cabe 
ao Estado. 
O acusador tem único e exclusivamente o direito de 
acusar. 
Portanto, é um EQUÍVOCO DA DOUTRINA ISSO, pois 
quando o particular propõe uma ação penal privada, ele 
está agindo em nome próprio defendendo, na verdade, 
um direito próprio, que é o direito de acusar e não o 
direito de punir. 
Sabemos que quem possui o direito de punir é o Estado 
juiz, e não o Estado acusador (MP) ou o particular. 
Há outro argumento para isso, pois essa doutrina não 
menciona que, se concordarmos com o raciocínio de que 
o particular ao propor a ação penal privada possui 
legitimidade extraordinária, nós teríamos que concluir 
que o MP de igual modo, ao propor uma ação penal 
pública estaria diante de uma hipótese de legitimidade 
extraordinária. Afinal de contas, o MP quando propõe 
uma ação penal, estaria agindo em nome próprio, 
defendendo interesse alheio, que é o direito do Estado 
de punir. 
Portanto, é um equívoco dessa doutrina. Na verdade 
essa propositura da ação penal tanto do MP quanto do 
ofendido, ambos agem em nome próprio, defendendo 
direito próprio, que é o direito de acusar, pois o direito 
de punir pertence ao Estado-juiz. 
 
OBS: Ora, isso não significa que não exista legitimidade 
extraordinária no processo penal 
Há sim exemplos de ação penal com legitimidade 
extraordinária. 
Exemplo1: ação penal privada subsidiária da pública = 
quando o ofendido propõe uma ação penal privada 
subsidiária da pública, por conta da inércia do MP, aí sim 
ele está agindo em nome próprio defendendo um direito 
alheio, que é igualmente o direito de acusar, mas que 
originalmente não lhe pertence, mas pertence ao MP. 
É um caso de legitimidade extraordinária sucessiva, pois 
originalmente essa legitimidade do particular de propor 
ação penal privada, segundo a CF e o CPP, 
necessariamente só surge depois do lapso temporal de 5 
ou 15 dias para o MP propor a ação penal, 
respectivamente se o indivíduo estiver preso ou solto. 
O professor Gustavo Badaró diz que para que não haja 
confusão, o que faz crer que ele acredita que essa seja 
sim uma hipótese de legitimidade extraordinária, 
considera esta hipótese como sendo uma legitimidade 
subsidiária, pois o legitimado originário/primário é o MP, 
afinal de contas trata-se de ação penal pública, e que no 
caso de desídia do MP surge a legitimidade subsidiária 
do particular/vítima/ofendido 
 
Exemplo²: Representação = uma pessoa age em nome 
alheio, defendendo interesse alheio, como no caso do 
representante, que propõe ação penal em lugar de um 
menor ou incapaz. 
LEGITIMIDADE SUBSIDIÁRIA DO PARTICULAR 
Subseção processual, quando no caso de ação penal 
privada, o ofendido morre ou quando é declarada a sua 
ausência, então surge a legitimidade sucessiva do 
cônjuge, ascendente, descente ou irmão, nesta ordem. 
 
2) PRÁTICA DE FATO APARENTEMENTE 
CRIMINOSO: 
ARTIGO 41 DO CPP: A denúncia ou queixa conterá a 
exposição do fato criminoso, comtodas as suas 
circunstâncias, a qualificação do acusado ou 
esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a 
classificação do crime e, quando necessário, o rol das 
testemunhas. 
- A denúncia ou a queixa conterá descrição minuciosa do 
fato criminoso 
- É esse dispositivo que a doutrina que considera a 
existência de uma condição para a ação chamada fato 
aparentemente criminoso utiliza para fundamentar, pois 
este dispositivo de que a peça inaugural da ação penal 
(que é a denúncia ou queixa) deve descrever de forma 
minuciosa o fato criminoso praticado 
A grande discussão é: O que devemos entender sobre 
fato criminoso para fins de condição da ação? 
 
Por fato criminoso deve-se compreender fato 
aparentemente típico? E portanto se ficar demonstrado 
na denúncia ou na queixa que houve fato 
aparentemente típico, já seria suficiente para satisfazer 
a condição da ação? Mesmo que haja alguma referência 
ou alguma possibilidade de que o fato típico tenha sido 
praticado, por exemplo, em legítima defesa? Um fato 
aparentemente típico praticado sob a excludente de 
ilicitude satisfaz a condição da ação prática de fato 
aparentemente criminoso? 
Em síntese, fato criminoso para fins de condição da ação 
é fato aparentemente típico ou é fato aparentemente 
típico e antijurídico ou ainda é fato aparentemente 
típico, antijurídico e culpável? 
As excludentes são circunstancias que devem ser 
provadas no curso do processo e que, portanto, não cabe 
ao Ministério Público ou ao particular acusador definir de 
antemão como condição da ação? E se estiver 
demonstrado na investigação que a conduta foi 
praticada em legitima defesa? Isso enseja uma 
denúncia? 
 
Esse é o ponto central: as excludentes fazem parte dessa 
análise que deve ser levada em conta para fins de 
configuração desta condição da ação? 
 Predomina na doutrina que o fato 
aparentemente criminoso deve ser 
compreendido como fato aparentemente típico 
e que excludentes de ilicitude e culpabilidade 
devem ser analisadas no curso do processo, pois 
se havendo dúvida se houve ou não crime, é 
necessário abrir um processo em benefício da 
sociedade. 
 Mas existem diversas decisões, inclusive do STF 
no snetindo de que é suficiente para o 
arquivamento com base em excludente de 
ilicitude e de culpabilidade, que geram também 
coisa julgada material. Recentemente é que o 
STF mudou o posicionamento, dizendo que só se 
houver excludente de tipicidade ou causa 
extintiva de punibilidade é suficiente para que 
se realize o arquivamento. 
 Apesar disso, ainda predomina o entendimento 
de que o fato aparentemente criminoso (art. 41 
do CPP) deve ser compreendido por fato 
aparentemente típico. 
 Mas o professor não concorda com isso. Ele acha 
que fato aparentemente criminoso deveria levar 
em conta todas as excludentes, exceto uma 
excludente de culpabilidade, que mesmo 
quando estiver presente deve haver denuncia e 
processo: a inimputabilidade 
Como existe uma consequência jurídica com a 
absolvição por não configuração do crime, ao 
contrário de todas as outras excludentes, a 
inimputabilidade psicológica gera uma 
consequência jurídica, ainda com problema de 
legitimação, mas existe. A consequência jurídica 
é a medida de segurança, de modo que para 
haver aplicação de medida de segurança é 
necessário que ao fim do processo o juiz tenha 
convicção de que o sujeito realmente foi 
responsável pela prática do fato. Vai haver 
defesa e tudo o que o sujeito tem direito e todas 
as fases do processo. Por isso que a sentença é 
chamada de Sentença Absolutória Imprópria, 
pois o sujeito é condenado, mas não se aplica 
pena, mas sim medida de segurança. 
 
3) PUNIBILIDADE CONCRETA: 
Punibilidade concreta é a concreta ou real possibilidade 
de punição da conduta praticada. 
 Que parâmetros o processo penal brasileiro 
tem para estabelecer a punibilidade concreta 
da conduta? Não é a previsão em abstrato de 
uma pena. 
- Haverá punibilidade concreta quando não 
estiver presente nenhuma causa extintiva de 
punibilidade. 
 
4) JUSTA CAUSA: 
Não existe consenso sobre o conceito de justa causa. 
Mas no geral, Cleopas considera justa causa como a 
causa necessária e suficiente para fazer surgir ou 
desencadear um procedimento persecutório penal que 
restrinja ou possa restringir direitos fundamentais do 
imputado. 
A doutrina no processo penal que analisa esta condição 
da ação prefere fazer esta analise a partir de um duplo 
parâmetro: 
Provar materialidade e indicios de autoria+caráter 
fragmentário do Direito 
 1º: entendem que estará presente a justa causa 
quando houver prova da materialidade e indícios de 
autoria 
 2º: a justa causa estará presente servindo como um 
filtro processual do caráter fragmentário do direito penal 
(expressão do prof Aury Lopes) 
Obs: o que significa caráter fragmentário? É que o direito 
penal deve ser lecionado de forma fragmentária, pontual 
para a proteção dos bens jurídicos. 
Ocorre que muitas vezes mesmo havendo essa seleção, 
alguns bens jurídicos não são afetados de forma 
suficiente pela prática de um crime. Ex: aplicação do 
princípio da insignificância. 
O prof Aury Lopes entende que essa insignificância deve 
ser analisada na justa causa. 
Cleopas discorda disso, pois a insignificância afeta a 
tipicidade do crime, no caso, o crime de conduta 
insignificante vai ser considerado atípico, embora 
formalmente típica, não vai ser materialmente típica e 
não vai existir ofensividade. Ora, se ela exclui a 
tipicidade, nós incluiríamos a justa causa ou o princípio 
da insignificância em qual condição da ação? Na prática 
de fato aparentemente criminoso, pois se é 
insignificante não é aparentemente típico, logo não 
ensejaria uma denúncia. 
 
5) ORIGINALIDADE: 
Esta condição da ação está relacionada a litispendência. 
Uma ação penal só pode ser proposta se ela for original, 
não pode haver a propositura de uma ação penal se já 
houver outra com o mesmo objeto, pessoa... Não se 
trata na verdade de litispendência. É uma evitação da 
litispendência. 
 
Além dessas condições da ação penal, que são chamadas 
de genéricas ou gerais, muitas vezes a legislação exige a 
presença de algumas outras condições que são 
chamadas de condições específicas ou condições 
objetivas de procedibilidade, sem as quais o Ministério 
Público não poderá propor a ação penal, mesmo que as 
condições genéricas estejam presentes. 
 
EXEMPLOS DE CONDIÇÕES ESPECÍFICAS OU OBJETIVAS 
DE PROCEDIBILIDADE: 4 hipóteses 
 
a) Representação do ofendido e a requisição do 
ministro da justiça, nos casos de crime de ação 
penal pública condicionada. 
 
b) Autorização, por dois terços de seus membros 
da câmara dos deputados, a instauração de 
processo contra o Presidente e o Vice-
Presidente da República e os Ministros de 
Estado – Art. 51, I da CF 
Observação antes do próx. exemplo de condição 
específica: 
- princípio da extraterritorialidade da lei penal (art. 7º do 
CP) 
Quando um crime for praticado por estrangeiro mas que 
deve ser aplicada a lei penal brasileira, o sujeito ativo do 
crime vai ser processado no estrangeiro pela lei brasileira 
ou vai ser processado aqui? Onde ele vai ser processado? 
Obviamente ele vai ser processado no Brasil, pois a lei 
penal processual brasileira só pode ser aplicada NO 
BRASIL, ao contrário da lei penal, que é extraterritorial. 
Portanto, uma outra condição objetiva de 
procedibilidade é: 
c) Nos casos de incidência do princípio da 
extraterritorialidade da lei penal brasileira, a 
entrada do sujeito ativo do crime no território 
nacional é fundamental para ele ser 
processado, pois a lei penal processual 
brasileira só pode ser aplicada no Brasil! 
 
d) Art. 236, parág. único do CP: 
 
Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro 
essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe 
impedimento que não seja casamento anterior: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 
 Parágrafo único - A ação penal depende de 
queixa do contraenteenganado e não pode ser 
intentada senão depois de transitar em julgado 
a sentença que, por motivo de erro ou 
impedimento, anule o casamento 
CLASSIFICAÇÃO DA AÇÃO PENAL 
1) A primeira grande classificação da ação 
penal divide a ação penal em duas: 
Ação penal pública e ação penal privada 
 
1.1) Ação penal pública: 
Ação penal pública incondicionada e ação penal pública 
condicionada 
A ação penal pública condicionada também se 
subclassifica: 
 - Ação penal pública condicionada a representação do 
ofendido 
 - Ação penal pública condicionada a requisição do 
Ministro da Justiça. 
 
1.2) Ação penal privada: 
Ação penal privada exclusiva, personalíssima e 
subsidiária da públicaInépcia do MP 
AÇÃO PENAL PÚBLICA: 
Obs 1: De quem é a legitimidade para propor a ação 
penal pública? Ë do Ministério Público (art. 129, I da 
CF/88) 
- PRINCÍPIOS DA ACAO PENAL PÚBLICA: ioi-io 
(in)divisibilidade da ação penal 
Oficialidade 
Intranscedencia 
indisponibilidade 
obrigatoriedade 
a) Princípio da Obrigatoriedade: a ação penal pública é 
obrigatória, desde que o MP forme a sua opinião sobre o 
delito, ou seja, a regra é: se estiverem presentes as 
condições da ação penal, o membro do MP estará 
obrigado a propor a ação penal.. possui 4 exceções. 
Exceções ao princípio da obrigatoriedade: 
1ª exceção: transação penal 
2ª exceção: art. 4º, parág. 4º da Lei 12.850 (organização 
criminosa) – Colaboração premiada: 
 O caput do art. 4º da Lei diz que as consequências 
normais da colaboração premiada são o perdão judicial, 
redução de pena ou substituição da pena privativa de 
liberdade por uma pena restritiva de direitos. Mas na 
hipótese do parágr. 4º, há outro benefício, que é o maior: 
a não propositura da ação, desde que o delator não seja 
líder da organização criminosa e se ele for o primeiro a 
delatar 
3ª exceção: Termo de ajustamento de conduta 
ambiental (TACA). O STF entente que havendo termo de 
ajustamento de conduta, o MP não deverá propor a ação 
penal 
4ª exceção: acordo de leniência ou pacto de leniência ou 
acordo de doçura, ou seja, Acordo de Leniência é o 
acordo celebrado entre a Secretaria de Desenvolvimento 
Econômico (SDE) - que atua em nome da União - e 
pessoas físicas ou jurídicas autoras de infração contra a 
ordem econômica, que permite ao infrator colaborar nas 
investigações, no próprio processo administrativo e 
apresentar provas inéditas e suficientes para a 
condenação dos demais envolvidos na suposta infração. 
Em contrapartida, o agente tem os seguintes benefícios: 
extinção da ação punitiva da administração pública, ou 
redução da penalidade imposta pelo Conselho 
Administrativo de Defesa Econômica (CADE). Pode 
extinguir ou reduzir a penalidade do CADE. 
-colaboração premiada, que pode reduzir ou extinguir a 
pena privativa de liberdade por de Direitos, trazendo a 
possibilidade até da ação não ser proposta, se o delator 
não for o líder e se for o primeiro a delatar. 
- transação penal 
-acordo de leniência, que pode extinguir ou reduzir a 
pena 
- TACAtermo de ajustamento de conduta ambiental 
b) Princípio da indisponibilidade: se há obrigatoriedade 
de o MP propor a acao penal, ele não pode, depois de 
propô-la, dela dispor, desistir. (art. 42 do CPP) 
Art. 42. O Ministério Público não poderá desistir da ação 
penal. 
OBS: A doutrina considera que existe uma exceção ao 
princípio da indisponibilidade, ou seja, mesmo depois de 
o MP propor a ação penal, ele poderia desistir dela, 
fazendo uma nova proposta de transação penal. Caso o 
sujeito aceite, estaria resolvido. 
c) Princípio da intranscedencia: 
Obs: O CP prevê que a pena não passará da pessoa do 
condenado (princípio da instrancedencia da pena). 
Ora, se não há pena sem processo, se a pena não pode 
passar da pessoa do condenado, é óbvio que também não 
pode haver ação penal para a pessoa além do condenado. 
Portanto, o princípio da instrancedencia da ação penal 
quer dizer que a ação penal só pode ser proposta contra 
aquele sobre o qual recai indícios de autoria e 
materialidade do crime praticado. 
 
Aula dia 11./5/2017 
d) Princípio da (in)divisibilidade da ação penal: 
Prevalece o entendimento doutrinário e jurisprudencial 
do STF e STJ que o princípio é da divisibilidade. Portanto, 
o entendimento majoritário é que a ação penal pública é 
divisível. 
Mas quando essa doutrina e jurisprudência tentam 
explicar o motivo, nas explicações percebe-se que eles 
também não acham que seja divisível. 
Eles dizem que se o MP estiver diante de uma 
investigação com pluralidade de agente, mas se não 
houver indícios suficientes de autoria em relação a alguns 
investigados, o MP vai dividir a ação penal e propor 
apenas contra aqueles que tem indícios de autoria mais 
concretos. Depois que se descobrir indícios concretos 
contra outros, o MP faz um aditamento da ação penal 
propondo a denúncia contra eles. 
Mas isso não parece ser óbvio? Ou seja, não parece óbvio 
que para propor a ação penal é necessário indícios de 
autoria? Então quando essa mesma doutrina tenta 
desenvolver o raciocínio dizem: Porém, quando estiver 
diante de indícios em relação a todos, o MP não pode 
deixar de propor a ação penal em relação a alguns deles. 
Ora este é exatamente o argumento da indivisibilidade. 
Se fosse possível o MP dividir a ação penal quando estiver 
diante de indícios de autoria em relação a pluralidade de 
investigados, aí realmente seria o princípio da 
divisibilidade, mas isso não é possível. Pelo contrário, é 
decorrência lógica do princípio da obrigatoriedade: se 
houver indícios de autoria em relação a todos, o MP é 
obrigado a propor a ação penal contra todos. 
Portanto, Cleopas entende que está correta a doutrina 
minoritária que afirma ser indivisível. 
- Existe uma exceção ao princípio da invisibilidade, ou 
seja, existe uma hipótese que diz ser a ação penal 
divisível, que mesmo estando presente todas as 
condições da ação, o MP poderá dividir a propositura da 
ação penal (propor contra umas pessoas e não propor 
contra outras) 
A exceção ao princípio da indivisibilidade é a TRANSACAO 
PENAL 
 
A transação penal é o maior exemplo de justiça dialogal 
ou negocial que temos no processo penal brasileiro. 
Por exemplo, imaginem que há uma pluralidade de 
autores de um crime de menor potencial ofensivo. O MP 
antes de propor a ação penal, vai propor a transação 
penal. Um dos dois autores aceita a transação penal mas 
o outro não aceita. Portanto, em relação aquele que 
aceitou a transação, ele não vai propor a acao penal, mas 
em relação ao outro o MP vai ser obrigado a propor a ação 
penal, em decorrência do princípio da obrigatoriedade. 
Portanto, nesta hipótese há caso de divisibilidade da ação 
penal. 
 
e) Princípio da oficialidade: significa que a ação penal 
pública só pode ser proposta por um órgão oficial, no 
caso é o Ministério Público. 
obs: é semelhante ao inquérito policial 
Exceção: ação penal privada subsidiária da pública –a CF 
e também o CPP preveem a possibilidade de o órgão 
ofendido ou seu representante legal propor a ação penal 
em substituição ao MP quando ele for desidioso. Quando 
o MP deixar de propor a ação penal pública no prazo 
previsto em lei, surge para o particular ofendido a 
legitimidade sucessiva para propor a ação penal privada 
subsidiária ou em substituição a ação penal pública. 
Veja que nesta hipótese a ação penal privada subsidiária 
da pública é originalmente uma ação pública. Só cabe 
ação penal privada subsidiária da pública nas hipóteses 
de crimes de ação penal pública, pois o MP deixou de 
propor a ação penal no prazo legal. Por isso é que ela é 
ontologicamente/sua natureza é pública, mas acaba 
sendo promovida pela particular. 
Portanto esta é a hipótese em que a ação penal pública 
é promovida por um órgão não oficial. 
 
OBS: esses princípios dizem respeito tanto a ação penal 
pública condicionada quando a incondicionada. 
 
ACAO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA: são duas 
condiçõesAção penal pública condicionada a representação do 
ofendido e a requisição do Ministro da Justiça 
 
a) Ação penal pública condicionada a 
representação do ofendido: 
Quando o crime em questão for de ação penal pública 
condicionada a representação, absolutamente nenhuma 
autoridade poderá tomar iniciativa sem que o ofendido 
ou seu representante legal autorize. Foi o Estado que 
conferiu esse poder ao particular ofendido através do 
direito de representação. 
Portanto, o delegado de polícia ou o MP só poderão agir 
se houver representação do ofendido 
Infelizmente há um tratamento muito superficial no CPP 
acerca do instituto da representação. 
Art. 39 do CPP: O direito de representação poderá ser 
exercido, pessoalmente ou por procurador com poderes 
especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao 
juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade 
policial. 
 
Afinal, em que consiste esse direito de representação? 
Quais as formalidades desse direito? Quem pode exerce-
lo? A quem ele é dirigido? Ele pode ser exercido a 
qualquer tempo? 
1º) Quanto à forma: a lei não exige uma forma 
específica, diz apenas que pode ser feita por escrito ou 
oralmente; obviamente quando for oral, será reduzida a 
termo. 
Apesar de não haver nenhuma forma específica exigida 
em lei, o que leva a uma certa informalidade do exercício 
do direito de representação, a doutrina e jurisprudência 
são pacíficas no sentido de exigir pelo menos uma coisa: 
a manifestação inequívoca de vontade do ofendido de 
que o crime praticado seja investigado. 
Um simples registro de ocorrência policial satisfaz essa 
condição da representação? Em outras palavras, o 
delegado, diante do registro de boletim de ocorrência 
feito pelo ofendido sobre o delito praticado contra ele, 
já é suficiente para satisfazer a representação do 
ofendido para que o delegado instaurar o inquérito 
policial? 
Obs: existem muitos casos de registro de boletim de 
ocorrência pelo ofendido, mas ele não quer abrir uma 
ação penal. 
Então, não necessariamente alguém que registra boletim 
de ocorrência quer que o delito praticado contra ele seja 
investigado. 
Porém, sobre o registro de ocorrência substituir a 
representação do ofendido, há um debate, onde 
predomina o entendimento de que o registro da 
ocorrência não substitui a representação do ofendido, 
mas o STF entende que o registro de ocorrência é 
suficiente para substituir a representação. 
Mesmo que a representação do ofendido possa ser 
exercida mediante declaração oral ou escrita feita ao 
juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade 
policial, via de regra o sujeito vai a uma delegacia a 
procura do delegado. Normalmente já existe um 
formulário padrão no computador que é um termo de 
representação; quando o crime é de ação penal pública 
condicionada a representação, o escrivão preenche o 
formulário que mostra interesse do ofendido em abrir 
uma investigação. 
Portanto, temos até aqui duas formas de 
materialização dessa representação: 
1ª forma – Forma escrita: o sujeito faz a representação 
narrando o fato e pedindo providencias, sendo o mais 
comum, feito por um advogado 
2ª forma – Termo de representação: feito na delegacia, 
mediante preenchimento de um formulário 
Existe ainda uma terceira forma também bastante 
comum 
3ª forma – Na própria oitiva, quando a vítima está sendo 
ouvida sobre determinado fato, nessa ocasião (em termo 
de declarações), ela já manifesta desejo de que o caso 
seja investigado. 
ESCRITA PELO ADVOGADO 
TERMO DE REPRESENTAÇÃO FEITO NA DELEGACIA 
SE NA OITIVA MANIFESTAR DESEJO DE SER INVESTIGADX 
PODE SER EXERCIDO PESOALMENTE OU POR 
PROCURADOR COM PODERES ESPECIAIS 
 
Nota-se que o dispositivo do art. 39 do CPP também diz 
que esse direito de representação pode ser exercido 
pessoalmente ou através de procurador, desde que este 
tenha poderes especiais para representa-lo. Portanto, 
não serve aquela procuração de poderes gerais, o 
procurador deve ter poderes específicos. 
OBS: Imaginem que foi exercitado o direito de 
representação, o sujeito disse que gostaria que o crime 
praticado contra ele fosse investigado, mencionando 
apenas o nome de uma pessoa que praticou o crime, ou 
seja, o ofendido achou que o crime tivesse sido praticado 
apenas por um indivíduo. Depois da investigação se 
descobre que na verdade há mais pessoas envolvidas. 
Nesse caso, é necessário que seja feita uma outra 
representação para incluir as outras pessoas? 
Em outras palavras, qual é a eficácia da representação? 
Qual é o âmbito de incidência eficacial da 
representação? 
A representação possui eficácia objetiva e não subjetiva. 
Portanto, uma vez feita a representação, ela surtirá 
eficácia em todos os sujeitos do crime, sendo a 
REPRESENTAÇÃO SUFICIENTE POR SI SÓ. 
 
Aula dia 17/05/2017 
- Titularidade do direito de representação: 
Regra: o titular do direito de representação é o ofendido 
(vítima), que deve ter mais de 18 anos e que não tenha 
nenhuma doença mental (hígido mentalmente), caso 
contrário, será o seu representante legal ou seu curador. 
Pessoa jurídica pode ser titular do direito de 
representação (art. 37 do CPP), nos casos, por exemplo, 
de crimes contra a honra (calúnia e difamação, que 
ofendem a honra objetiva, quando lhe é imputada 
falsamente a prática de crime ambiental, que é o único 
crime que PJ pode cometer), exceto crimes de injúria 
(que ofende honra subjetiva) 
Art. 37. As fundações, associações ou sociedades 
legalmente constituídas poderão exercer a ação penal, 
devendo ser representadas por quem os respectivos 
contratos ou estatutos designarem ou, no silêncio 
destes, pelos seus diretores ou sócios-gerentes. 
Esse dispositivo diz que as PJ através de seus 
representantes legais podem exercer ação penal, ou 
seja, se refere a priori as hipótese de crime de ação penal 
privada, mas igualmente não há qualquer discussão 
doutrinária de que assim como ela pode propor a queixa-
crime nos crimes de acao penal privada, como o 
tratamento da queixa-crime com a representação é mais 
ou menos semelhante, entende-se que as PJ também 
podem exercer o direito de representação quando 
forem vítimas dos crimes de acao penal pública 
condicionada a representação. 
MAIOR DE 18 ANOS E POSSUIR CAPACIDADE (CHECKAR 
NO LIVRO) 
PESSOAS JURÍDICAS CRIMES CONTRA HONRA (EXCETO 
HONRA SUBJETIVA) 
- Prazo para o exercício do direito de representação: 
Art. 38 do CPP: Salvo disposição em contrário, o 
ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito 
de queixa ou de representação, se não o exercer dentro 
do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a 
saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do 
dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da 
denúncia. 
O tratamento dado a queixa e a representação é igual 
Regra: 6 meses (prazo decadencial, ou seja, decairá o 
direito de representação após 6 meses) contados a 
partir da ciência de quem é o autor do crime e da ofensa 
Obs: a natureza jurídica da decadência é a causa extintiva 
da punibilidade (art. 107 do CP) 
Portanto, se o direito de representação não for exercido 
no prazo de 6 meses, a contar da ciência da autoria do 
crime, o sujeito perde o direito de representação e, 
consequentemente, o Estado também perde o direito de 
punir o agente que praticou o crime 
Imaginem que um sujeito tomou o conhecimento da 
autoria do crime e deixou passar 5 meses, não indo 
representar. Acabou morrendo. O que acontece? A 
punibilidade fica extinta? (art. 24, parág. 1º do CPP) 
Nesse caso, o direito de representação passa para o 
conjunge, ascendente, descendente ou irmão (CADI), 
que deve ser exercido dentro do tempo restante do 
direito de representação. 
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida 
por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, 
quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, 
ou de representação do ofendido ou de quem tiver 
qualidade para representá-lo. § 1o No casode morte do 
ofendido ou quando declarado ausente por decisão 
judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, 
ascendente, descendente ou irmão. 
Obs: existe uma discussão para saber se alguém mais 
além mais do cônjuge (casado) ou em união estável pode 
exercer o direito de representação. Mas não pode, pois 
se alargarmos esses conceitos, mais pessoas poderiam 
representar, então seria maléfico para o réu, ou seja, 
haveria a ampliação do poder punitivo estatal. Portanto, 
não é possível o alargamento do conceito de cônjuge, 
pois seria analogia in mallan partem (prejudicial ao réu), 
então se menos pessoas puderem representar, mais fácil 
vai ficar para extinguir a punibilidade do réu. 
Mas qual é o prazo que o CADI vai ter para o direito de 
representação em nome do falecido? Vai ter só um 1 mês 
para representar ou 
Obs: a natureza jurídica do prazo decadencial tem 
natureza penal, como qualquer prazo de causa extintiva 
da punibilidade. Assim sendo, o prazo decadencial não se 
interrompe, não se suspende e não se prorroga. O prazo, 
portanto, que o CADI terão é apenas e exclusivamente o 
prazo restante, pois o prazo de 6 meses é único: se faltar 
1 dia, o CADI terá um dia para representar. 
- Retratação: é voltar atrás do que disse antes, 
“desdizer”. 
Nesse caso fala-se em direito de retratação do direito de 
representação. 
Ou seja, a pessoa representa e depois retira a 
representação. É possível? 
Art. 25. A representação será irretratável, depois de 
oferecida a denúncia 
Logo, a contrario sensu, é possível a retratação da 
representação até antes de oferecida a denúncia. Mas 
depois de oferecida a denúncia, não é possível. 
Retratação da retratação seria uma nova representação. 
É possível o ofendido se arrepender de ter se retratado 
da representação? Há divergências: 
o Para a minoria da doutrina, a primeira 
retratação significa renúncia aos direito de 
representação e gera extinção da punibilidade. 
Portanto para eles não é possível retratação da 
retratação, pois a primeira retratação já 
extinguiria a punibilidade com a denúncia. 
o Para a maior parte da doutrina entende que é 
possível a retratação da retratação, porém, 
desde que seja no prazo decadencial de 6 
meses, pois a retratação da retratação se trata, 
obviamente, de uma nova representação, então 
vai se submeter as mesmas regras da 
representação, especialmente o prazo 
decadencial. 
 
- Renúncia a representação: 
Renunciar o exercício de um direito também faz parte 
desse direito, afinal de contas se um direito não pode ser 
renunciado, então ele é um dever. 
Portanto, a renúncia é o não exercício ao direito de 
representação, que pode ser feita de forma pessoal ou 
mediante procuração com poderes especiais. 
A renúncia ao direito de representação pode ser 
expressa ou tácita: 
o A expressa ocorre normalmente pelo decurso do 
prazo do lapso temporal sem representar, que 
vai levar a extinção da punibilidade do sujeito 
(decadência) 
o A doutrina e a jurisprudência também 
estabelecem que sempre que o titular do direito 
de representação praticar alguma conduta que 
seja incompatível com o desejo de 
representação, implicaria em renúncia tácita. 
Por exemplo: a vítima titular do direito de 
representação se casa com o autor do crime 
A renúncia é unilateral, não depende do aceite do autor. 
AULA DIA 18/052017 
b) Ação penal pública condicionada a requisição 
do Ministro da Justiça: 
Esta requisição do Ministro da Justiça possui uma 
natureza jurídica semelhante a representação, ou seja, é 
uma condição objetiva de procedibilidade.Isso quer dizer 
que o Ministério Público só poderá propor a ação penal 
se houver a requisição do Ministro da Justiça. 
CUIDADO! Da mesma forma que a representação do 
ofendido não condiciona o MP, a representação do 
Ministro da Justiça também não, ou seja, é possível que 
haja requisição do Ministro, e o MP mesmo assim não 
proponha a ação penal, pois não se convenção de que 
houve uma conduta criminosa. 
- Não existe um regramento específico para a requisição 
do ministro da justiça: 
Isso faz com que a doutrina e jurisprudência acabem 
debatendo diversos aspectos da requisição, de modo 
que são pouquíssimos casos de crimes de ação penal 
pública condicionada a requisição do ministro da justiça. 
O exemplo mais citado é o caso dos crimes cometidos 
pelos chefes de Estado (Art. 145, parg. Único do CP que 
faz remissão ao art. 141 do CP) 
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se 
procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 
140, § 2º, da violência resulta lesão corporal. 
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do 
Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 
141 deste Código, e mediante representação do 
ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem 
como no caso do § 3º do art. 140 deste Código. 
Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-
se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido: 
 I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de 
governo estrangeiro. 
Nestas hipóteses o Presidente da República ou chefe do 
governo estrangeiro que foi vítima de crimes contra a 
honra, a acao penal dependerá necessariamente da 
requisição do ministro da justiça. 
Obs: uma diferença entre a representação e a requisição 
é que embora existam semelhanças, inclusive de 
natureza jurídica, uma será feita pelo próprio ofendido e 
a outra não é feita pelo ofendido, ou seja, não é feita pelo 
Presidente ou chefe de governo estrangeiro, mas sim 
pelo Ministro da Justiça, como representante máximo 
destes sujeitos. Obviamente que essas autoridades vão 
manifestar interesse pela abertura da ação penal, mas 
essa manifestação deve ser feita ao Ministro da Justiça, 
que irá formalizar essa requisição e, via de regra, manda 
para a polícia. 
 
- Forma da requisição: 
Existe forma específica para a requisição? Não existe 
regramento nenhum, mas via de regra tem forma de ato 
administrativo, pois é feito por um servidor público, 
mesmo da Administração Publica 
É feita em forma de petição escrita, onde existe a 
narrativa do fato e o pedido para a tomada de 
providencias. 
 
- Prazo para a requisição: 
Existe divergência doutrinaria acerca do prazo para o 
Ministro da Justiça fazer a requisição: 
Como não existe previsão legal, há quem entenda que o 
ministro da justiça não teria prazo para fazer requisição, 
mas o único limite que ele teria seria o prazo de 
prescrição do crime, pois enquanto o crime não 
prescrever, ele pode fazer a requisição. 
Outros, porém, que são a maioria (DOUTRINA 
MAJORITÁRIA) entendem que deve ser aplicado por 
analogia o regramento da representação, ou seja, 6 
meses a partir do conhecimento da autoria do crime, 
pois não é possível uma criar uma causa extintiva de 
punibilidade por analogia. 
 
A pergunta é:Se nós aplicarmos por analogia o prazo 
decadencial de 6 meses para a requisição, é bom ou ruim 
para o réu? Ora, se extingue a punibilidade é melhor para 
o réu que seja em 6 meses do que o prazo prescricional. 
Entao, por mais que não esteja previsto não há nenhum 
obstáculo para que seja aplicado por analogia, afinal de 
cotas trata-se de uma analogia in bonna parte. 
 
- Retratação da requisição: não há previsão legal sobre 
isso, mas predomina o entendimento que sim, é possível 
a retratação da requisição, pelos seguintes motivos: 
o Primeiro pela aplicação analógica 
o Segundo, como a requisição é também um ato 
administrativo, é uma característica inerente a 
administração pública, que pode reconsiderar os 
seus atos, que nada mais é do que uma 
retratação no âmbito administrativo. Mas a 
retratação da requisição só é possível até o 
oferecimento da denúncia. 
 
OBS: É possível a retratação da retratação da 
requisição? 
Há quem diga que sim, mas é um ENTENDIMENTO 
MINORITÁRIO 
A doutrina majoritária entende que por ser um ato 
praticado exclusivamente pelo ministro da justiça, que é 
grande autoridade, o atodeve ser praticado 
cautelosamente, não sendo possível aplicar esse vai e 
volta, portanto, o ato da requisição deve ser pautado nos 
princípios da administração pública, principalmente o da 
impessoalidade. 
Se for possível a retratação da retratação, vai parecer 
que esse retorno é pessoal. Deve prevalecer a 
impessoalidade. 
 
Aula dia 24/05/2017 
 ACAO PENAL PRIVADA 
A titularidade dos crimes de ação penal privada é do 
ofendido ou seu representante legal. 
 
PRINCÍPIOS DA ACAO PENAL PRIVADA: 
a) Princípio da oportunidade IDIO 
INDIVISIBILIDADE  A AÇÃO DEVE SER CONTRA 
TODOS, OU CONTRA NENHUM 
DISPONIBILIDADE TEM A POSSIBILIDADE DE 
PEREMPÇÃO, RENÚNCIA E PERDÃO. A PARTE 
PODE DISPOR DESSE DIREITO. 
INTRANSCEDENCIANÃO PODE ULTRAPASSAR 
DO RÉU 
OPORTUNIDADE A VÍTIMA TEM A 
POSSIBILIDADE DE ENTRAR COM A AÇÃO, MAS 
NÃO É OBRIGADA 
OBS: na ação penal pública há o princípio da 
obrigatoriedade. Aqui na ação penal privada é o 
contrário: há o princípio da oportunidade. 
O titular da ação penal privada (ofendido) não está 
obrigado a propor a ação. O Estado deixou a seu critério 
avaliar a conveniência e oportunidade para propor a 
ação penal. 
CUIDADO! Apesar de caber ao ofendido decidir se vai ou 
não propor a ação penal, ele não pode optar propor a 
ação penal apenas quanto a determinados investigados, 
pois ou ele propõe contra todos ou contra nenhum, 
segundo o princípio da indivisibilidade 
b) Princípio da indivisibilidade 
A ação penal privada é indivisível: ou o querelante 
propõe a ação penal contra todos ou contra nenhum. Se 
ele deixar algum de fora, será interpretado como 
renúncia tácita ao direito de queixa. 
c) Princípio da intranscedencia 
OBS: na ação penal pública foi falado sobre o princípio da 
intranscedencia. 
A ação penal não pode passar da pessoa do réu, contra 
quem recai os indícios de autoria do crime. 
 
d) Princípio da Disponibilidade 
A ação penal privada é disponível pelo querelante, tanto 
antes quanto depois, especialmente depois, pois depois 
que é proposta a ação penal o ofendido pode dela dispor 
através do perdão ou da perempção. A renúncia também 
é um exemplo: o sujeito pode renunciar ao exercício do 
direito de queixa. 
 
PRAZO PARA PROPOSITURA DA ACAO PENAL PRIVADA: 
obs: prazo decadencial (NÃO SUSPENDE NEM 
INTERROMPE) 
Art. 38 do CPP – Salvo disposição em contrário, o 
ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito 
de queixa ou de representação, se não o exercer dentro 
do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a 
saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do 
dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da 
denúncia. 
Regra: O prazo para propor a queixa-crime (ação penal) 
é de 6 meses (prazo decadencial) a contar do 
conhecimento da autoria 
OBS: quando falamos do direito de representação, os 6 
meses é para representar, mas a representação pode ser 
feita inclusive na fase preliminar de investigação. É 
possível que mesmo tendo havido representação, a ação 
penal seja proposta fora do prazo de 6 meses. Ex: foi 
representado no quinto mês, o delegado de polícia 
demorou mais 5 meses para instaurar o inquérito e o 
promotor demorou mais 5 meses para propor a ação 
penal. Então na ação penal pública condicionada a 
representação, o prazo de 6 meses é para ser feita a 
representação, e não para ser proposta a ação penal. 
NO CASO DA AÇÃO PENAL PRIVADA, 6 MESES É O PRAZO 
PARA O PRÓPRIO EXERCÍCIO DA AÇÃO PENAL. 
EXCEÇÕES ao prazo de 6 meses e ao parâmetro 
(conhecimento da autoria) 
1ª exceção: 6 MESES A PARTIR DO TRANSITO EM 
JULGADO DA SENTENÇA QUE ANULOU O CASAMENTO 
 No caso da ação penal personalíssima (art. 236 do CP) o 
prazo para propor a acao penal privada é o mesmo (6 
meses), mas há outro parâmetro, que não é a partir do 
conhecimento da autoria, mas é a partir do transito em 
julgado da sentença. 
Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro 
essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe 
impedimento que não seja casamento anterior: Pena - 
detenção, de seis meses a dois anos. Parágrafo único - A 
ação penal depende de queixa do contraente enganado 
e não pode ser intentada senão depois de transitar em 
julgado a sentença que, por motivo de erro ou 
impedimento, anule o casamento. 
 
2ª exceção: PROPRIEDADE IMATERIAL- 30 DIAS 
Art. 529 do CPP – Nos crimes de ação privativa do 
ofendido, não será admitida queixa com fundamento em 
apreensão e em perícia, se decorrido o prazo de 30 dias, 
após a homologação do laudo. 
Nos crimes contra a propriedade imaterial que sejam de 
ação penal privada o prazo para propor a ação é de 30 
dias contados da homologação do laudo e não do 
conhecimento da autoria do crime. 
ESPÉCIES DE ACAO PENAL PRIVADA: 
PODE SER PERSONALISSIMA OU SUBSIDIÁRIA DA 
PÚBLICA 
a) Ação penal privada personalíssima 
A única hipótese que há de ação penal privada 
personalíssima é a do art. 236 do CP 
É dita personalíssima, pois somente o 
ofendido/enganado poderá propô-la. Por isso, não existe 
a possibilidade de subseção processual, isto é, em caso 
de morte ou de ausência declarada judicialmente, o CADI 
não vai entrar em cena nesta hipótese. 
SOMENTE O OFENDIDO PODE PROPOR, NÃO PODENDO 
SER REPRESENTADO PELO CADI 
Parágrafo único do art. 236 do CP - A ação penal depende 
de queixa do contraente enganado e não pode ser 
intentada senão depois de transitar em julgado a 
sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule 
o casamento. 
 
b) ação penal privada subsidiária da pública 
Art. 5º, LIX da CF/88: será admitida ação privada nos 
crimes de ação pública, se esta não for intentada no 
prazo legal. 
O CPP regulamenta a ação penal privada subsidiária da 
pública no art. 29 caput: 
Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação 
pública, se esta não for intentada no prazo legal, 
cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-
la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os 
termos do processo, fornecer elementos de prova, 
interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência 
do querelante, retomar a ação como parte principal. 
 
o A ação penal privada subsidiária da pública só é 
possível na hipótese de desídia do Ministério 
Público, ou seja, quando ele, tendo razoes para 
propor a ação penal, não o faz no prazo 5 dias se 
estiver preso ou 15 dias se estiver solto. 
O pedido de arquivamento pelo MP não enseja a ação 
penal privada subsidiária da pública, pois neste caso, ele 
está tomando uma atitude processual, o que não é o 
caso, pois aqui estamos nos referindo as hipóteses de 
desídia(DESCUIDO) do MP, ou seja, podendo o MP 
propor a ação penal pública, mas não o faz. 
 
 
 
A ação penal neste caso é originalmente pública, 
inclusive, na ação penal privada subsidiária da pública, 
não terá a incidência das causas extintivas de 
punibilidade (renúncia, perempção e perdão), pois ao 
contrário do que foi dito anteriormente, que essas 
causas servem para todas as outras ações penais 
privadas, na ação penal privada subsidiária da pública 
NÃO EXISTE A DISPONIBILIDADE, OU SEJA, DEPOIS DE 
PROPOSTA A AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA 
PÚBLICA, O QUERELANTE NÃO TERÁ O PODER DE DISPOR 
DELA (PERDOAR, RENUNCIAR E NEM VAI HAVER 
PEREMPÇÃO). 
OBS: quando a legitimidade da ação penal volta a ser do 
MP depois do prazo de 6 meses, o único prazo que o MP 
estará submetido é o da prescrição do crime. 
 
PRINCIPAL CONSEQUÊNCIA DA INDIVISIBILIDADE DA 
ACAO PENAL PRIVADA: 
O ofendido é obrigado a propor a ação penal privada 
contra todos os investigados. Entretanto há divergências 
na doutrina e jurisprudência quanto a isso: 
Caso o querelante deixar algum fato ou investigado de 
fora, é possível o MP, como fiscal dessa indivisibilidade, 
aditar a queixa-crime para incluí-lo? 
Há divergências: 
1º) Parte da doutrina entende que o MP pode aditar a 
queixa-crime tanto para incluir pessoa quanto para 
incluir fato. 
2º) Outra corrente contrária, entende que o MP não 
pode incluir nem pessoanem fato, sob pena de burlar a 
regra da disponibilidade da ação pena privada, pois o 
Estado deixou a cargo do ofendido fazer isso. 
3º) A corrente majoritária, inclusive na jurisprudência, 
entende que o MP só pode aditar a queixa-crime para 
incluir fato, mas não para incluir pessoa. 
Faz bastante sentido, pois se o querelante deixar de 
alguém de fora, isso vai significar renúncia, e uma vez a 
renúncia feita a um, a todos se estenderá. O 
procedimento correto é que o MP deve provocar o juiz, 
identificando o problema (que foi deixado alguém de 
fora), para que o juiz notifique o querelante a fim de que 
este adite a queixa-crime, incluindo as pessoas ou 
fatosrestantes, sob pena de renúncia tácita. 
SE ALGO ESTIVER DE FORA, O MP PROVOCAP JUIZ QUE 
IDENTIFICA E NOTIFICA O QUERELANTE PRA QUE SE 
ADITE. 
CAUSAS EXTINTIVAS DE PUNIBILIDADE NA ACAO PENAL 
PRIVADA: 
a) Renúncia (art. 49 e 50 do CPP): 
Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em 
relação a um dos autores do crime, a todos se estenderá 
o A renúncia (ABRIR MÃO) necessariamente é um 
ato anterior a propositura da ação penal. 
o A renúncia é um ato unilateral, ou seja, não 
depende do aceite da parte contrária para surtir 
efeito. Uma vez feita a renúncia a uma pessoa, a 
todas se estenderá. 
prazo que o MP tem para propor 
a acao penal (5 dias se o 
indivíduo estiver preso e 15 dias 
se estiver solto)
O MP é o legitimado para propor 
a acao penal publica
o MP nao propoe a acao 
penal. Durante 6 meses, 
quem tem legitimidade 
para propor a acao penal é 
o ofendido e o MP
Art. 50. A renúncia expressa constará de declaração 
assinada pelo ofendido, por seu representante legal ou 
procurador com poderes especiais. Parágrafo único. A 
renúncia do representante legal do menor que houver 
completado 18 (dezoito) anos não privará este do direito 
de queixa, nem a renúncia do último excluirá o direito do 
primeiro. 
o A renúncia pode ser expressa ou tácita. 
o Regra: renúncia expressa feita através de um 
documento que é assinado pelo ofendido. Pode 
ser feita também por um procurador com 
poderes especiais. 
o A renúncia tácita, pode ocorrer em diversas 
hipóteses, uma delas é quando o ofendido deixa 
passar o prazo decadencial de 6 meses sem 
propor a ação penal 
o Outra hipótese de renúncia tácita é quando o 
ofendido propõe a queixa-crime para uns e deixa 
outros de fora. 
o A renúncia tácita também ocorre quando o 
querelante pratica qualquer conduta que seja 
incompatível com o desejo de propor a ação 
penal privada (ex: se casa com o ofensor) 
 
Aula dia 25/05/2017 
b) Perdão (arts. 51 a 59 do CPP) 
Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados 
aproveitará a todos, sem que produza, todavia, efeito 
em relação ao que o recusar: 
A primeira grande diferença entre a renúncia e o perdão 
é que este é sempre posterior a ação penal, ou seja, 
pressupõe que a ação penal tenha sido proposta. 
Ao contrário da renúncia, que é unilateral, o PERDÃO É 
BILATERAL, isto é, dependerá do aceite do querelado. 
Obviamente, para que o querelado aceite o perdão, ele 
deve tomar conhecimento através de notificação, tendo 
o prazo de 3 dias para se manifestar se aceita ou não. 
Caso ele não se manifeste, o seu silencio será entendido 
como aceite tácito. Portanto, a recusa do perdão deve 
ser sempre expressa. 
PERDÃO É BILATERAL. O SILÊNCIO PRESUME ACEITE. A 
RECUSA DO PERDÃO DEVE SER SEMPRE EXPRESSA. 
Mas como alguém tem o interesse de não aceitar o 
perdão? Pois o perdão do ofendido ao réu não impede a 
propositura de uma ação civil. O réu pode ter interesse 
de continuar sendo processado para que ao final seja 
considerado inocente, pois esta decisão penal faz coisa 
julgada no cível. Se ele é inocente na esfera penal, o que 
é muito mais difícil, no cível igualmente ele também seria 
considerado assim. 
 
Art. 52 – revogado 
 
Art. 53. Se o querelado for mentalmente enfermo ou 
retardado mental e não tiver representante legal, ou 
colidirem os interesses deste com os do querelado, a 
aceitação do PERDÃO caberá ao curador que o juiz Ihe 
nomear: 
Se houver possibilidade de colisão dos interesses do 
representante legal e do querelante, também o 
representante ou o curador é que vai resolver o 
problema. 
 
Art. 54. Se o querelado for menor de 21 anos, observar-
se-á, quanto à aceitação do perdão, o disposto no art. 
52: 
Tanto o perdão pode ser dado quanto o aceite pode ser 
feito por procurador. 
Obviamente é que a regra da impossibilidade de clausula 
geral se aplica igualmente ao caso da renúncia, portanto 
é necessário que haja uma clausula específica dando 
poderes ao procurador para que ele aceite o perdão. 
 
Art. 55. O perdão poderá ser aceito por procurador com 
poderes especiais: 
É a necessidade de que no documento tanto do perdão 
quando do aceite seja expresso. O da recusa tem que ser 
expresso também, devendo ser incluído no processo 
Art. 56. Aplicar-se-á ao perdão extraprocessual 
expresso o disposto no art. 50 
Art. 57. A renúncia tácita e o perdão tácito admitirão 
todos os meios de prova. 
Art. 58. Concedido o perdão, mediante declaração 
expressa nos autos, o querelado será intimado a dizer, 
dentro de três dias, se o aceita, devendo, ao mesmo 
tempo, ser cientificado de que o seu silêncio importará 
aceitação. 
Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz julgará extinta 
a punibilidade. 
Art. 59. A aceitação do perdão fora do processo 
constará de declaração assinada pelo querelado, por 
seu representante legal ou procurador com poderes 
especiais. 
 
c) Perempção (hipóteses do art. 60 do CPP) 
Também pressupõe a ação penal já proposta. Ocorre no 
curso do processo 
OBS: todas as hipóteses de perempção configuram 
verdadeira pena processual para o querelante devido a 
algumas condutas dele: 
Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante 
queixa, considerar-se-á perempta a ação penal: (incisos 
I ao IV) 
1ª hipótese)I - quando, iniciada esta, o querelante 
deixar de promover o andamento do processo durante 
30 dias seguidos; 
 quando ele deixar de dar andamento ao processo por 
mais de 30 dias. 
Embora não esteja previsto de forma expressa que isso 
só ocorrerá quando não tiver justificativa, a doutrina e 
jurisprudência entendem que quando ele deixar de dar 
andamento, mas justificar, não ocorreria a perempção. 
QUANDO O NÃO ANDAMENTO FOR JUSTIFICADO NÃO 
OCORRERÁ PEREMPÇÃO 
2ª hipótese) II - quando, falecendo o querelante, ou 
sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, 
para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 
(sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber 
fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36; 
Obs: lembrar que quando o querelante morre ou é 
declarada a sua ausência, o CADI entra em acao não só 
para promover a ação penal mas também para dar 
continuidade a ela. 
Esse prazo máximo de 60 dias. Se o CADI não derem 
continuidade ao processo penal de maneira injustificada, 
vai ocorrer a perempção. 
 
3ª hipótese) III - quando o querelante deixar de 
comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do 
processo a que deva estar presente, ou deixar de 
formular o pedido de condenação nas alegações finais; 
Quando querelante deixar de comparecer sem 
justificativa a algum ato processual cuja presença seja 
obrigatória, também ocorre a perempção. 
4ª hipótese) continuação do inciso III: deixar de 
formular o pedido de condenação nas alegações finais 
Uma outra hipótese é quando o querelante deixar de 
formular o pedido de condenação. Isso é decorrência 
lógica do princípio da correlação entre acusação e 
sentença, pois esta imputação e o pedido de condenação 
acaba vinculando o juiz que terá que decidir os limites do 
que é feito. 
5ª hipótese) IV - quando, sendo o querelante pessoa 
jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor. 
Quando a vítima é pessoa jurídica e propõe a ação penal, 
mas a PJ acaba sendo extinta e não deixa qualquer 
representante legal. Quem vai dar continuidade a ação? 
Se não houverninguém, extingue-se também a 
punibilidade do réu. 
 
 DENÚNCIA E QUEIXA – iniciais acusatórias 
o Denúncia é a inicial acusatória da ação penal 
publica 
o Queixa é a inicial acusatória da ação penal 
privada 
 
- Requisitos da denúncia e queixa (Art. 41 do CPP) 
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do 
fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a 
qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais 
se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando 
necessário, o rol das testemunhas 
DENUNCIADEVE SER CLARA, PRECISA, COERENTE E 
LÓGICA 
1º requisito) Descrição do fato típico e todas as suas 
circunstâncias: 
pois é a essência da denúncia e da queixa, e por isso deve 
ser clara, precisa, coerente e lógica. Somente assim a 
ampla defesa poderá ser exercitada na sua plenitude, 
visto que a ampla defesa pressupõe um conhecimento 
de todas as circunstancias para poder contraditar. 
Além disso essa imputação feita na inicial limita a 
cognição do juiz. 
Quando a inicial acusatória possuir grave deficiência 
narrativa do fato criminoso, ela será chamada, segundo 
a doutrina, de criptoimputação, ou seja, é a presença de 
defeito grave da narrativa do fato delituoso. 
DEFEITO GRAVE NA NARRATIVA DO FATO DELITUOSA 
CRIPTOUMPUTAÇÃO 
Além disso a denúncia ou a queixa deve conter todas as 
circunstancias que influenciam na pena do crime para 
maior (qualificadoras, causas de aumento e agravantes 
da pena). 
Já as causas de redução da pena (privilégios, causas de 
diminuição da pena e atenuantes) não precisam estar 
expressamente contidas na denúncia ou na queixa, pois 
podem ser reconhecidas de ofício pelo juiz. 
A única causa de diminuição de pena que deve estar 
prevista de forma expressa é a tentativa de cometer o 
crime, pois a tentativa é uma norma de extensão que 
configura um verdadeiro tipo penal, de modo que ela 
contém elementos muito precisos. Além disso, existem 
outras categorias dogmáticas que muito se assemelham 
a tentativa e por isso devem estar expressas, como por 
exemplo, a desistência voluntária, arrependimento 
eficaz e crime impossível SE ASSEMELHAM A 
TENTATIVA. 
Caso se trate de uma conduta culposa, é necessária a 
descrição especifica da modalidade culpa (negligencia, 
imprudência ou imperícia) 
CONDUTA CULPOSA ESPECIFICADA. 
OBS – Concurso de pessoas: é necessário que se 
descreva de forma individualizada a conduta de cada um, 
pois não é permitida, como regra, as chamadas 
denúncias genéricas. A jurisprudência até tem admitido 
nos casos de crimes societários, mas como regra não é 
permitido. 
NÃO É PERMITIDA, COMO REGRA, DENUNCIAS 
GENÉRICAS, POR ISSO AS CONDUTAS DEVEM SER 
DESCRITAS DE MANEIRA INDIVIDUALIZADA 
Caso se trate de crime ambiental por responsabilidade 
penal da pessoa jurídica será sempre necessária a 
descrição da conduta tanto da pessoa jurídica quanto da 
pessoa física, pois no Brasil é adotado o sistema da dupla 
imputação ou “responsabilidade penal por ricochete 
“em termos de crimes ambientais por responsabilidade 
da pessoa jurídica. 
Dupla imputação ou responsabilidade penal por 
ricochete: significa que nunca será possível a imputação 
apenas e exclusivamente a pessoa jurídica, pois 
necessariamente deverá ser a pessoa jurídica e a pessoa 
física. 
A NARRATIVA DOS FATOS DEVE CONTER AS 
CIRCUNSTANCIAS QUE O INFLUENCIOU COM SUA 
RESPECTIVAS QUALIFICADORAS, CAUSA DE AUMENTO, 
TAMBÉM DEVERÁ PREVER, SE HOUVER A CULPA 
ESPECIFICANDO A MODALIDADE. OBS.: A REDUÇÃO NÃO 
PRECISA ESTAR EXPRESSA, SOMENTE QUANDO SE 
TRATAR DE TENTATIVA. 
2º requisito)Qualificação do acusado ou sua 
identificação por outros meios. 
É evidente que ao imputar uma conduta, o ofendido tem 
que dizer a quem ela se imputa. Se o ofendido não 
souber o nome do acusado, é comum descrever 
características físicas, apelidos, etc. As vezes só se 
descobre o nome verdadeiro no curso do processo. 
 
3º requisito) Classificação jurídica do fato. 
É necessário que haja a especificação da classificação 
jurídica do fato. Existe um debate na doutrina para saber 
se essa classificação dada pelo órgão de acusação vincula 
ou não o juiz. Ainda predomina que não vincula, ou seja, 
o juiz pode mudar a classificação jurídica do fato. 
Inclusive há uma previsão no art. 383 do CPP que é o caso 
da emendatio libele (emendar o libelo / fazer uma 
emenda na acusação). 
O juiz, diante do que está narrado na inicial, pode dar 
uma classificação jurídica diversa daquela que o órgão de 
acusação deu, que é justamente a emendatio libele. 
Há divergência de poder ou não por conta do parágrafo 
1º do 383 
Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato 
contida na denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe 
definição jurídica diversa, ainda que, em conseqüência, 
tenha de aplicar pena mais grave. (Redação dada pela Lei 
nº 11.719, de 2008). 
§ 1o Se, em conseqüência de definição jurídica diversa, 
houver possibilidade de proposta de suspensão 
condicional do processo, o juiz procederá de acordo com 
o disposto na lei. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 
4º requisito) Rol de testemunhas NA INICIAL 
ACUSATÓRIA 
O momento oportuno para se mencionar o rol de 
testemunhas é exatamente na inicial acusatória e vai 
depender do rito processual do crime. 
Por exemplo, no rito ordinário o número máximo de 
testemunhas arroladas para cada parte em relação a 
cada fato, é de 8 testemunhas. 
Se o rito for sumário, o limite é de 5 testemunhas. 
Se for sumaríssimo, 3 testemunhas. 
ORDINÁRIO OITO 
SUMÁRIO5 TESTEMUNHAS 
SUMARÍSSIMO-> 3 TESTEMUNHAS 
As “testemunhas do juízo” O juiz pode ouvir mais 
vitimas, sem limite. 
5º requisito) Pedido de condenação 
O acusador direciona a acusação pro juízo, se houver 
endereçamento equivocado é possível que o juizo 
encaminhe para o competente. 
6º requisito) Posição funcional do denunciante 
Vai permitir com que o juiz avalie legitimidade da pessoa 
que está denunciando 
7º requisito) Assinatura 
Quando se tratar de ação penal privada, a denúncia ou 
queixa deve ser assinada por um advogado 
a falta de assinatura não invalida a peça, se não houver 
dúvidas quanto à sua autenticidade. 
 A imputação pode ser alternativa? 
Imputar quer dizer atribuir a alguém a pratica de algum 
crime 
Há um debate na doutrina sobre a possibilidade ou não 
de imputação alternativa. 
- Doutrinariamente existem duas hipóteses de 
imputação alternativa: 
o Imputação alternativa objetiva: consiste em 
imputar mais de um fato criminoso a um mesmo 
sujeito, sendo que a comprovação de um dos 
crimes, excluiria necessariamente outro. 
Exemplo: a investigação não foi capaz de 
verificar/comprovar se o crime praticado foi 
furto ou receptação, mas sabe-se que foi Joao o 
autor de um dos dois crimes. A vítima morreu e 
não se sabe se realmente foi ele que furtou, ou 
não há testemunhas para dizer se foi receptação. 
Por conta disso, é possível o MP denunciar o 
sujeito por um crime ou pelo outro, ou seja, é 
possível a imputação alternativa objetiva? 
o Imputação alternativa subjetiva: consiste em 
imputar o mesmo fato criminoso a mais de uma 
pessoa, alternativamente, sendo que a 
comprovação da responsabilidade de uma 
excluiria necessária a responsabilidade das 
outras. Isso é possível? 
Exemplo: dois irmão gêmeos. Uma moça foi 
estuprada, e quando ela está diante dos dois 
irmãos gêmeos, ela não sabe dizer qual deles 
praticou o crime. Nesse caso o MP vai poder 
denunciar os dois alternativamente? 
 
Predomina o entendimento de que é possível sim a 
imputação alternativa tanto objetiva(mais de um crime a 
um sujeito, sendo que a comprovação de um excluiria o 
outro) quanto subjetiva(imputar um crime a mais de 
uma pessoa, a comprovação excluiria a culpa da outra), 
pelos seguintes motivos: 
a) pois não há nenhum dispositivo legal que impeça 
isso. 
b) A imputação alternativa não impede a ampla 
defesa e contraditório, mas podem apenas 
torna-lo complexo 
A doutrina majoritária diz que o que é necessárioé que 
haja a descrição precisa dos dois fatos possíveis 
alternativamente ou da indicação das pessoas possíveis 
autoras do crime. 
Entretanto vale observar que obviamente a condenação 
alternativa não é possível, pois o juiz só poderá condenar 
aquele que realmente praticou o crime. 
Uma doutrina minoritária, a exemplo da prof Ada 
Pelegrine e Gustavo Badaró, não admite a imputação 
alternativa, pois isso impediria a ampla defesa e o 
contraditório. Para esses autores, o correto seria o 
arquivamento do inquérito policial até que fosse 
solucionada a dúvida. 
 
 
PRAZO PARA O OFERECIMENTO DA DENÚNCIA: 
5 dias se o indivíduo estiver preso e 15 dias se ele estiver 
solto 
Art. 46 do CPP: O prazo para oferecimento da denúncia, 
estando o réu preso, será de 5 dias, contado da data em 
que o órgão do Ministério Público receber os autos do 
inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou 
afiançado. No último caso, se houver devolução do 
inquérito à autoridade policial (art. 16), contar-se-á o 
prazo da data em que o órgão do Ministério Público 
receber novamente os autos. 
Este é o prazo chamado de prazo ordinário. Porém 
existem prazos excepcionais previstos em leis 
extraordinárias. 
Ex: Lei de drogas 10 dias 
Crime eleitoral 10 dias 
Crime de abuso contra autoridade 48 horas 
Crime contra a economia popular2 dias 
REJEIÇÃO DA DENUNCIA OU QUEIXA 
É possível que o juiz rejeite a denúncia ou queixa. 
Hipóteses: 
Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: 
(Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 I - for manifestamente inepta; 
A denúncia ou queixa será inepta quando tiver ausência 
dos requisitos da inicial acusatória (art. 41 do CPP) 
 
II - faltar pressuposto processual ou condição para o 
exercício da ação penal; ou 
quando estiver ausente algum pressuposto processual 
de existência ou validade (juiz competente e imparcial, 
capacidade postulatória, citação válida, idoneidade 
formal da peça acusatória, inexistência de litispendência 
e inexistência de coisa julgada) 
Ausência de condição para o exercício da ação penal, ou 
seja, se faltar qualquer condição da ação penal (genérica 
ou especifica), também será hipótese de rejeição da 
denúncia ou queixa. 
 
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal. 
Vimos que a justa causa é para a doutrina uma condição 
da ação. Mas o legislador não considera a justa causa 
uma condição da ação 
 
OBS: Normalmente a justa causa é identificada pelo 
binômio “indícios de autoria e prova da materialidade” 
JUSTA CAUSA AUTORIA + MATERIALIDADE 
-A prova da materialidade é obtida/comprovada, 
geralmente, ATRAVÉS DE UM EXAME DE CORPO DE 
DELITO. Porém há algumas exceções, pois algumas leis 
admitem outra prova da materialidade, que não seja o 
exame de corpo de delito: 
o Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais, 
crimes de menor potencial ofensivo, um boletim 
médico pode servir como prova da 
materialidade 
o Lei Maria da Penha, o laudo do prontuário 
médico também pode substituir o exame de 
corpo de delito 
o Lei de Drogas, tanto para a prisão em flagrante 
quanto para a denúncia, um laudo preliminar de 
constatação é suficiente para ser usado como 
prova da materialidade 
o Crime de abuso de autoridade, duas 
testemunhas podem provar a materialidade 
delitiva do crime 
JUIZADOS ESPECIAISLAUDO MÉDICO 
MARIA DA PENHA->PRONTUÁRIO 
LEI DE DROGASLAUDO PRELIMINAR 
ABUSO DE AUTORIDADEDUAS TESTEMUNHAS 
- Momento para a rejeição: 
O juiz pode rejeitar logo após o recebimento da denúncia 
ou da queixa. 
Existe um debate para saber se é possível a rejeição da 
denúncia ou queixa no curso do processo. 
o Uma corrente minoritária entende ser possível 
o A corrente majoritária entende que É NÃO É 
POSSÍVEL A REJEIÇÃO DA QUEIXAOU DENÚNCIA, 
pois se o juiz recebe a denúncia e no curso do 
processo se descobre alguma causa que geraria 
a rejeição da denúncia, isso é causa para a 
extinção do processo com julgamento de mérito. 
 
- Efeitos da decisão de rejeição da denúncia ou queixa 
o Faz coisa julgada apenas formal, pois o 
denunciante pode corrigir o erro e repropor a 
denúncia 
 
o Recorribilidade: o órgão acusador pode recorrer 
da decisão que rejeitou a denúncia ou a queixa, 
através do recurso em sentido estrito, como 
regra: 
Art. 581 do CPP. Caberá recurso, no sentido 
estrito, da decisão, despacho ou sentença: I - que 
não receber a denúncia ou a queixa; 
 
Exceções: 
- Nos casos de crime de menor potencial 
ofensivo, A REJEIÇÃO DA DENÚNCIA OU QUEIXA 
ENSEJA A APELAÇÃO E NÃO O RECURSO EM 
SENTIDO ESTRITO 
- NOS CRIMES DE COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA 
DOS TRIBUNAIS, O RECURSO CABÍVEL É O 
AGRAVO REGIMENTAL. 
 
o A rejeição da denúncia ou da queixa pode ser 
total ou parcial. O juiz pode receber apenas em 
parte a denúncia ou a queixa, se ele faz isso, vai 
estar rejeitando apenas parcialmente 
Isso ocorre em duas hipóteses: 
1º) quando a acusação imputa ao sujeito a 
prática de mais de uma infração penal, mas o juiz 
recebe apenas em relação a uma. 
2º) quando a acusação imputa determinado 
crime ao sujeito, mas o juiz desclassifica o crime. 
O órgão de acusação narra o fato e diz que foi 
roubo e o juiz diz que na verdade se caracteriza 
como furto (emendatio libele, art. 383, parag. 1º 
do CPP). Os fatos são os mesmos, mas o juiz 
interpreta de maneira diferente. 
 
OBS: da rejeição parcial cabe recurso estrito 
 
RECEBIMENTO DA DENÚNCIA OU QUEIXA 
- Existe um debate na doutrina para saber se a decisão 
que recebe a denúncia ou queixa deve ou não ser 
fundamentada 
Predomina o entendimento de que A FUNDAMENTAÇÃO 
DA DENÚNCIA OU QUEIXA NÃO É NECESSÁRIA 
Porém a doutrina minoritária diz que toda decisão tem 
que ser fundamentada, com base no art. 93, IX da CF 
Mas não existe qualquer divergência doutrinária acerca 
da fundamentação de alguns ritos especiais que exigem 
uma defesa preliminar, e nesses casos o recebimento da 
denúncia ou queixa tem que ser fundamentado. As 
hipóteses são: LCJR 
o Lei de Drogas 
o Crimes funcionais afiançáveis 
o Juizados Especiais (rito sumaríssimo) 
o Rito especial dos crimes julgados 
originariamente pelos Tribunais 
 
- Efeitos da decisão que recebe a denúncia ou queixa: 
o Interrupção do prazo de prescrição 
o Instauração da relação processual 
A decisão de recebimento da denúncia ou queixa não é 
recorrível, como regra. 
Exceção: nos crimes de competência originária dos 
Tribunais cabe agravo. 
 
Aula dia 01/06/2017 
JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA 
 JURISDIÇÃO: é o poder atribuído com 
exclusividade ao Poder Judiciário em razão da 
independência e imparcialidade dos seus 
membros para decidir um determinado caso 
penal segundo as regras constitucionais e legais. 
 COMPETENCIA: é uma limitação a jurisdição, ou 
seja, é a parcela de jurisdição que cabe a cada 
órgão do Poder Judiciário. 
 
PRINCÍPIOS DAJURISDIÇÃO 6iju 
a) Princípio da unidade: a jurisdição é uma, 
unitária, ou seja, cada justiça, mesmo que 
especial, exerce a jurisdição com poder 
soberano e com competência capaz de resolver 
determinado caso. É una no sentido de poder 
soberano, como um dos poderes do Estado 
brasileiro e que a divisão de varas especializadas 
e vara, são critérios de facilitação de organização 
jurisdicional, mas que na verdade trata-se da 
mesmo jurisdição unitária 
 
b) Princípio do juiz natural 
 
c) Princípio da investidura: somente quem estiver 
legalmente investido como juiz de direito e se 
encontrar no exercício das respectivas funções, 
pode desempenhar a jurisdição. Isso quer dizer, 
que é evidente que para exercer a jurisdição, é 
preciso que o indivíduo esteja investido na 
função de juiz. 
 
d) Princípio da inércia: significa que a jurisdição ou 
o magistrado depende da iniciativa das partes, 
não podendo iniciar um processo ex officio. 
 
A maior parte da doutrina entende que esse 
princípio só cabe ao início do processo. Mas 
alguns entendem que ele pode dar seguimento 
ao processo, é o chamadoprincípio do impulso 
oficial (o juiz deve dar seguimento ao processo 
independentemente da vontade das partes) 
 
e) Princípio da indeclinabilidade: significa que 
nenhum magistrado pode declinar ou subtrair-se 
ao exercício da jurisdição. Decorre do princípio 
da inafastabilidade da jurisdição. 
 
Porém de forma excepcional é possível o juiz 
subtrair-se ao exercício da jurisdição, nos casos 
de suspeição e impedimento. 
 
f) Princípio da improrrogabilidade: salvo casos 
excepcionais previstos em lei, nenhum 
magistrado pode invadir a esfera de 
competência de outro, ou seja, como regra a 
jurisdição é improrrogável. 
 
g) Princípio da indelegabilidade: decorre do 
princípio do juiz natural. Significa que o juiz não 
pode, como regra, delegar sua jurisdição a um 
outro órgão. 
 
Exceção: nos casos do envio de cartas rogatórias, 
precatórias e cartas de ordem. Além disso há 
varias previsões na Lei 8.038 de 1990, Lei que 
trata do julgamento originariamente nos 
Tribunais de pessoas com foros especiais por 
prerrogativa de função, em que há previsão da 
delegação de atos processuais. 
 
Ex: o STF tem apenas 11 ministros, portanto, eles 
podem delegar alguns atos processuais para 
juízes locais. Além disso, foi criada recentemente 
em 2010 um dispositivo que concede aos 
ministros dois juízes federais para lhes 
auxiliarem, um da área criminal e um da área 
cível. 
 
h) Princípio da irrecusabilidade: a jurisdição é 
como regra irrecusável, ou seja, os 
jurisdicionados não podem recusar o seu juiz 
natural. 
Excepcionalmente será possível, nos casos de 
suspeição e impedimento. 
 
REGRAS DE DEFINIÇÃO DA COMPETÊNCIA 
Servem para a identificação do juízo que será 
competente para julgar determinado caso 
 
Observações iniciais: 
A doutrina da prof Ada Pelegrini criou 3 critérios que 
segundo ela deveriam ser atendidos em uma 
determinada ordem, de modo que o segundo critério só 
poderia ser alcançado se o primeiro fosse superado. Para 
trabalhar estes critérios é importante que se saiba que 
temos 3 classificações de competência que estão 
associadas, segundo a maioria da doutrina, com o 
caráter absoluto ou relativo desta competência 
o Competência em razão da matéria, ou seja, a 
competência deveria ser determinada segundo a 
natureza do crime praticado, competência de 
caráter absoluto 
o Competência em razão da pessoa, do autor da 
infração, também de caráter absoluto 
o Competência em razão do lugar, de caráter 
relativo 
NATUREZA DO CRIME+INFRAÇÃO+LUGAR 
O esquema que a professora Ada Pelegrine sugeriu para 
que fosse identificado o critério ou competência pra 
julgamento de determinado crime, foi o seguinte: 
o Primeiro deveria ser avaliado se a matéria crime 
praticado é especial, ou seja, se faz parte da 
competência de alguma justiça especial. Caso 
fosse um crime comum, passar-se-ia ao segundo 
critério: 
o Verificação se o autor possui foro especial por 
prerrogativa de função. Se não possuísse: 
o Verificação do local onde o crime foi praticado 
para saber qual seria o juízo competente 
 
Entretanto, o prof Gustavo Badaró, discípulo da prof 
Ada, percebeu que existem dois juízos que não fazem 
parte de nenhuma das justiças e, portanto, o primeiro 
critério não poderia ser a competência em razão da 
matéria: STF e STJ. 
Esse percepção feita pelo prof Badaró é fundamental 
para solucionar esse problema, pois para ele, existem na 
verdade 4 critérios e não 3: o primeiro critério que deve 
ser verificado para a identificação da competênciaé 
saber se a pessoa, o autor do crime, seja qual for o crime, 
possui foro especial por prerrogativa de função no STJ ou 
no STF. Não vai interessar a matéria do crime praticado, 
basta saber se ela possui foro especial. 
Este é um critério misto, pois se o sujeito que praticou o 
crime possui foro especial por prerrogativa de função no 
STJ ou no STF, está resolvida a competência, pois não 
precisa-se mais saber qual é a competência em razão da 
matéria, de modo seja qual for o crime praticado pelas 
pessoas julgadas no STF ou STJ, serão esses os juízos 
naturais. 
Portanto, o primeiro critério que a prof Ada sugere não 
resolve o problema de saber de quem é a competência 
para julgar o crime. Se o autor do crime não possuir foro 
especial por prerrogativa de função no STJ ou no STF, aí 
sim deve-se avaliar o critério de competência em razão 
da matéria, seguindo os outros critérios 
POSSUI FORO ESPECIAL? NATUREZA DO 
CRIME+INFRAÇÃO+LUGAR

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