Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ALUNA: Mariane Pereira Rodrigues MATRÍCULA: 202001086137 DISCIPLINA: Métodos Adequados de Resolução de Conflitos CÓDIGO: ARA0151 PROFESSORA: Marcia Michele Garcia Duarte RESPOSTA TRABALHO AV1 - RESUMO SALES, L. M. de M. ; SOUSA, M. A. de. A Mediação e os ADR`s (Alternative Dispute Resolutions): a experiência norte-americana. Revista Novos Estudos Jurídicos - Eletrônica, v. 19, n.2, mai./ago. 2014. Disponível em https://siaiap32.univali.br/seer/index.php/nej/article/view/6012 Acesso em 20 abr. 2021. O Poder Judiciário norte americano possui a vasta e eficaz experiencia na utilização dos mecanismos alternativos de solução de conflitos (ADR´s), de modo que confere ao indivíduo participação ativa e protagonista na solução do seu problema, com característico poder de determinação. Contudo, nem sempre foi assim. Trata-se de uma experiência que é fruto de uma construção progressiva, originada a partir de uma crise na Administração da Justiça e a insatisfação do povo americano com o Poder Judiciário, que propiciou a criação dos programas de ADR autorizados, utilizados e, portanto, atrelados, efetivamente pela e à corte. Na prática, a determinação do método mais apropriados para a resolução do desacordo é definido somente após o acesso à assistência no mapeamento do problema a ser equacionado e o oferecimento às partes de um leque de alternativas para além da adjudicação. Tudo em prol da busca pela melhor qualidade na administração dos pleitos da sociedade. Não à toa e justamente por esta razão, deve servir de inspiração para auxiliar a implantação e a consolidação dos meios alternativos de solução de conflitos, antes ou durante o processo judicial, em outros países, inclusive o Brasil. O movimento histórico do ADR é dinâmico e, segundo, STEMPEL, Jeffrey W, torna-se mais amplo e progressista após os anos 1970, ao passo que é transformado em um instrumento dedicado às massas, não só utilizado em demandas comerciais ou empresariais, passando, também a ser direcionado primordialmente à solução de conflitos de ordem pessoal, familiar e empresarial, privilegiando, pois, o que está prescrito na legislação atualizada e nas opções de solução que as próprias partes disponibilizam. Disto isto, são diversos os mecanismos alternativos de solução de conflitos, entretanto, apesar da variedade podemos observar alguns pontos e características comuns, como eficiência, confidencialidade, competência e imparcialidade do terceiro facilitador do diálogo. Os casos trabalhados através de ADR podem ser levados a corte, no decorrer do procedimento, de maneira voluntária, quando é baseado unicamente no consentimento das partes para sua utilização, ou mandamental (ou compulsório), quando as partes são compelidas pela corte. E a decisão, do caso, vinculante ou não vinculante, pode se dar de maneira consensual, onde as partes é que decidem a situação final do conflito, ou requer a participação de um terceiro no processo decisório, que recebe o nome de chama-se Adjucatory (adjucatórios). Constata-se, pois, que a forma mais comum de ADR aplicada nos EUA é a Judge-hosted settlement conferences, utilizada em cortes federais e estaduais, em momento pretérito e prévio ao julgamento, para se colimar a um acordo através de conferências de negociação presididas por um juiz. Contudo, existem tantas outras. O presente resumo trabalhará os meios alternativos de solução de conflitos em maior crescimento e desenvolvimento no Brasil. Senão vejamos. No que concerne aos avanços em solo pátrio, verifica-se já um processo de reconhecimento da importância e necessidade de aperfeiçoar a condução do processo jurisdicional através da utilização dos meios alternativos de solução de conflitos, especialmente a mediação e a conciliação como mecanismos adequados para resolver determinadas demandas. O Conselho Nacional de Justiça apresentou em 29 de novembro de 2010, a Resolução nº 125 que estabelece a necessidade da criação de núcleos de mediação e de conciliação junto às estruturas do Poder Judiciário brasileiro. Verifica-se, pois, as diretrizes para a construção de uma política Judiciária Nacional de tratamento dos conflitos de interesses, cada vez mais adequada à realidade dos fatos, que deve assegurar a todos o direito à solução dos conflitos por meios adequados à sua natureza e peculiaridades, incumbindo aos órgãos judiciários, além da solução adjudicada, mediante sentença, oferecer outros mecanismos de soluções de controvérsias, em especial os chamados meios consensuais, como a mediação e a conciliação, bem assim prestar atendimento e orientação ao cidadão. A Mediação é um processo que envolve uma terceira parte, esta neutra e imparcial, com qualificação e técnicas específicas, com comunicação direta ou indireta, verbal ou corporal, de modo a viabilizar e facilitar o diálogo e a negociação entre os envolvidos, auxiliando-os no encontro de convergências e na construção do consenso e ajudando-os a chegar em um acordo. Aqui, o conflito é visto como algo natural, dinâmico e transformativo, que produz uma intranquilidade que propicia o aprimoramento e crescimento dos envolvidos, que juntos, de maneira extremamente colaborativa, substituindo, assim, a competição pela cooperação, constroem uma solução aquinhoada. Deste modo, em virtude das características flexíveis e consensuais, a mediação possui grande capacidade de expandir as formas de acordo tradicionais em discussões para resoluções mais abrangentes e diversas opções, frequentemente indo além dos métodos legais de solução de controvérsias. A arbitragem utiliza-se de uma terceira parte para interpretar a situação, escutar os argumentos, revisar as evidências apresentadas e, após, deliberar sobre o caso submetendo as partes à decisão por ele proferida, quer seja por acordo ou mesmo baseando-se única e exclusivamente no ordenamento jurídico Pátrio, dispensando a atuação do judiciário, salvo exceção na aplicabilidade nas cortes norte-americanas. Comparada aos demais procedimentos judiciais ordinários é caracteristicamente menos formal e complexa e, por isso, largamente utilizada em desavenças em nível empresarial ou comercial A denominada med-arb é uma mesclagem da mediação e arbitragem, no qual o mesmo indivíduo, terceiro, imparcial, é autorizado pelas partes a servir primeiramente como mediador e, posteriormente, como um árbitro com poderes para decidir quaisquer questões não solucionadas pelas partes em diálogo. Com vistas a garantir a qualidade e comprometimento dos métodos, a Resolução nº 125 ressalta, ainda, a preocupação com a necessária formação dos mediadores e dos conciliadores estabelecendo contínuos aprimoramentos, orientando inclusive quanto o conteúdo dos cursos de capacitação e treinamento, sempre com o enfoque teórico-prático. Depreende-se, pois, que a iniciativa do Conselho Nacional de Justiça demonstra atuação inovadora, condizente e coerente com as experiências internacionais, principalmente norte-americanas, que tem apresentado resultados interessantes, de modo a potencializar essas ferramentas democráticas, que auxiliam os cidadãos a dirimir seus conflitos, e, para mais, contribuir com a democratização da Justiça.
Compartilhar