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Guia_Sandbox_CidadesInteligentes

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para Cidades Inteligentes
Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial
Presidente
Igor Calvet
Diretor de Gestão
Valder Ribeiro de Moura
Diretor Técnico
Carlos Geraldo Santana
Gerente de Novos Negócios
Tiago Chagas Faierstein
Analista de Produtividade e Inovação
Vandete Cardoso Mendonça
Parque Tecnológico Itaipu
Diretor Superintendente
Gen. Eduardo Castanheira Garrido Alves
Diretor Técnico
Rafael José Deitos
Diretor de Negócios e Inovação
Rodrigo Régis de Almeida Galvão 
Equipe Técnica
José Alberto Pereira dos Santos
Marcos Antônio Teixeira
Miguel Diogenes Matrakas
Regean Carlos Alves Gomes
Rodrigo Luiz Machado de Cardoso
Willbur Rogers de Souza
Itaipu Binacional
Diretor-Geral Brasileiro
Gen. João Francisco Ferreira
Equipe Técnica
Gen. Luiz Felipe Kraemer Carbonell
Márcio Ferreira Bortolini
Eduardo Sachwek Fontanetti
SPIn Soluções Públicas Inteligentes Consultoria
Concepção e Redação
Vitor Amuri Antunes
Arte e Diagramação
Daniel Mercadante
Jéssica Antonini
Equipe Técnica
Felipe Nogueira Stracci 
Francisco Douglas Rodrigues 
Iara Negreiros
Jonny Romeiro Doin
Luciana de Moraes Pitombo
Matheus Villar Ejima
Maurício Taufic Guaiana
Renato de Castro
Wellingthon Dias de Queiroz
para Cidades Inteligentespara Cidades Inteligentes
APRESENTAÇÃO
AGÊNCIA BRASILEIRA
DE DESENVOLVIMENTO
INDUSTRIAL (ABDI)
Igor Calvet
Presidente
 
A rápida digitalização da economia pôs em 
marcha, em ritmo também acelerado, a busca 
e a adoção de novas tecnologias de Cidades 
Inteligentes. Essa tendência vem acompanha-
da por um cenário que requer maior interação, 
interconexão e cooperação entre os ecossiste-
mas de inovação e de gestão pública.
É com essa perspectiva que saudamos a 
parceria para a elaboração do Guia Sandbox 
para Cidades Inteligentes, uma iniciativa que 
concretiza a missão - inclusive da ABDI - de 
estimular a difusão de novas soluções tecnoló-
gicas e, com isso, a geração de novos modelos 
de negócios.
Este Guia traz para o Poder Público e para o 
ambiente de inovação o caminho mais seguro 
para a modernização das cidades, ao oferecer 
o passo a passo para que gestores públicos 
testem e validem as tecnologias de forma 
segura e com economia de recursos.
A primeira experiência da ABDI com o modelo 
de Sandbox se deu com a Vila A Inteligente, 
em Foz do Iguaçu (PR), sendo resultado de 
exitosa parceria firmada com o Parque Tecno-
lógico Itaipu (PTI) e a Prefeitura Municipal. 
Esperamos que, deste exemplo bem-sucedido, 
surjam cada vez mais experiências promisso-
ras.
Estas soluções vão impactar a qualidade de 
vida das pessoas, a verdadeira razão de todos 
os esforços em favor da modernização de 
nossas cidades. Assim, esperamos que as 
informações aqui sistematizadas possam 
encurtar a jornada dos municípios rumo a um 
cenário de maior desenvolvimento urbano, 
econômico e social, além da melhoria do bem-
-estar das populações locais.
para Cidades Inteligentespara Cidades Inteligentes
APRESENTAÇÃO
PARQUE 
TECNOLÓGICO
ITAIPU
Gen. Eduardo Castanheira 
Garrido Alves
Diretor Superintendente
 
O Programa Vila A Inteligente foi a oportuni-
dade que nós, do Parque Tecnológico Itaipu 
Brasil, em parceria com a Itaipu Binacional, 
ABDI, Prefeitura Municipal de Foz do Iguaçu e 
COPEL, encontramos para impactar de forma 
positiva a qualidade de vida da população de 
Foz do Iguaçu e região, tornando-nos referên-
cia para o Brasil. Unimos tecnologias, inovação 
e empreendedorismo para gerar empregos, 
impulsionar a economia e desenvolver a 
cidade.
Contar com o apoio do poder público, com a 
criação do Sandbox, foi, sem dúvida, funda-
mental para a implantação de um ambiente de 
experimentação plena, com flexibilização da 
legislação municipal. Esse ambiente, incumbi-
do da validação das tecnologias, incentiva a 
inovação e contribui para a diversificação da 
economia.
Com o Guia Sandbox, apresentamos os 
elementos e as etapas seguidas para a implan-
tação do ambiente com regulamentação flexi-
bilizada. Esperamos que outros municípios no 
Brasil sigam por este mesmo caminho, 
buscando aprimorar os serviços ofertados 
para a população, seguindo os passos já trilha-
dos por Foz do Iguaçu na elaboração dos 
instrumentos legais que permitem a sua imple-
mentação.
Vila A Inteligente – O primeiro bairro público 
inteligente do Brasil!
Vamos construir JUNTOS a SUA Cidade Inteli-
gente!
A rápida digitalização da economia pôs em 
marcha, em ritmo também acelerado, a busca 
e a adoção de novas tecnologias de Cidades 
Inteligentes. Essa tendência vem acompanha-
da por um cenário que requer maior interação, 
interconexão e cooperação entre os ecossiste-
mas de inovação e de gestão pública.
É com essa perspectiva que saudamos a 
parceria para a elaboração do Guia Sandbox 
para Cidades Inteligentes, uma iniciativa que 
concretiza a missão - inclusive da ABDI - de 
estimular a difusão de novas soluções tecnoló-
gicas e, com isso, a geração de novos modelos 
de negócios.
Este Guia traz para o Poder Público e para o 
ambiente de inovação o caminho mais seguro 
para a modernização das cidades, ao oferecer 
o passo a passo para que gestores públicos 
testem e validem as tecnologias de forma 
segura e com economia de recursos.
A primeira experiência da ABDI com o modelo 
de Sandbox se deu com a Vila A Inteligente, 
em Foz do Iguaçu (PR), sendo resultado de 
exitosa parceria firmada com o Parque Tecno-
lógico Itaipu (PTI) e a Prefeitura Municipal. 
Esperamos que, deste exemplo bem-sucedido, 
surjam cada vez mais experiências promisso-
ras.
Estas soluções vão impactar a qualidade de 
vida das pessoas, a verdadeira razão de todos 
os esforços em favor da modernização de 
nossas cidades. Assim, esperamos que as 
informações aqui sistematizadas possam 
encurtar a jornada dos municípios rumo a um 
cenário de maior desenvolvimento urbano, 
econômico e social, além da melhoria do bem-
-estar das populações locais.
para Cidades Inteligentespara Cidades Inteligentes
APRESENTAÇÃO
ITAIPU BINACIONAL
Gen. Luiz Felipe Kraemer 
Carbonell
Diretor de Coordenação
 
O Brasil está crescendo e se moderni-
zando. Obras estruturantes, novas 
ideias e conceitos estão em desenvolvi-
mento, e Foz do Iguaçu faz parte desse 
novo ciclo de mudanças.
A ITAIPU Binacional acredita no pro-
gresso brasileiro e tem orgulho de parti-
cipar dele, possibilitando, em parceria 
com o Parque Tecnológico Itaipu Brasil, 
a ABDI, a Prefeitura Municipal de Foz do 
Iguaçu e a Copel, o desenvolvimento do 
projeto Vila A Inteligente.
O bairro, criado para acolher os respon-
sáveis pela construção da ITAIPU, já era 
moderno em sua concepção, contando 
com toda a infraestrutura de uma “mini-
-cidade”: escolas, mercado, estruturas 
para lazer e prática esportiva, além do 
Hospital Ministro Costa Cavalcanti, que 
hoje é referência no estado do Paraná, 
atendendo com excelência a população 
de Foz do Iguaçu e seu entorno.
Agora, em um esforço conjunto do 
Poder Público Municipal, Estadual e 
Federal, e com o apoio da iniciativa 
privada, a Vila A se torna o primeiro 
bairro público inteligente do Brasil, o 
que, além de beneficiar sua população, 
trará novas oportunidades de negócios 
para Foz do Iguaçu e servirá como ben-
chmarking para a replicação do Modelo 
Sandbox no país.
ITAIPU Binacional: o amanhã já come-
çou.
para Cidades Inteligentespara Cidades Inteligentes
APRESENTAÇÃO
SPIN SOLUÇÕES 
PÚBLICAS
INTELIGENTES
Vitor Amuri Antunes
Diretor de Projetos
 
Quebrando barreiras e superando desafios – 
históricos e recentes –, cidades brasileiras vêm 
atingindo, nos últimos anos, novos patamares 
de maturidade em relação ao movimento 
mundial das Smart Cities. Iniciativas como a 
Carta Brasileira para Cidades Inteligentes, o 
Plano Nacional de Internet das Coisas, os 
Living Labs de soluções 4.0 fomentados pela 
Agência Brasileira de Desenvolvimento Indus-
trial (ABDI), além da publicação das primeiras 
normas ABNT para cidades, bem demonstram 
a relevância já reconhecida à agenda, tendo 
contribuído, ao longoda última década, para o 
início do que se pode denominar de cultura 
brasileira de cidades inteligentes.
Ao longo deste percurso, muitas foram as 
lições aprendidas, e o tema deste Guia é, 
essencialmente, fruto de uma das mais impor-
tantes percepções a partir dessa recente 
história brasileira em Smart Cities: é preciso 
reduzir, tanto quanto possível, a assimetria de 
conhecimento entre o ecossistema de inova-
ção e os tomadores de decisão (especialmen-
te em nível municipal) que contratam e conso-
mem soluções smart.
Tal assimetria produz efeitos nocivos às 
contratações e às políticas públicas da Smart 
City brasileira, convertendo o diálogo público-
-privado em um monólogo e, em muitos casos, 
conduzindo a contratações ineficientes, técni-
ca e economicamente. Mais do que isso, impe-
dem que o Estado identifique, reconheça e 
mitigue os possíveis entraves técnico-jurídicos 
à absorção da inovação, como, por exemplo, 
leis e normas obsoletas, que dificultem ou até 
impeçam a evolução da inteligência urbana.
Ambientes Sandbox para Cidades Inteligentes 
surgem exatamente neste contexto, e buscam 
oferecer as condições para que soluções 
disruptivas de interesse municipal sejam de 
fato experimentadas em ambiente urbano 
real, e tenham seus impactos – positivos e 
negativos – avaliados e sopesados antes da 
tomada de decisão estatal, seja ela legislativa, 
regulatória ou de contratação pública em 
larga escala.
Esperamos, assim, que este Guia ilumine o 
caminho de gestores municipais, govtechs, 
academia e demais atores que constroem, dia 
após dia, a história das Cidades Inteligentes 
brasileiras.
AP
RE
SE
NT
AÇ
ÃO
 
SP
In
Quebrando barreiras e superando desafios – 
históricos e recentes –, cidades brasileiras vêm 
atingindo, nos últimos anos, novos patamares 
de maturidade em relação ao movimento 
mundial das Smart Cities. Iniciativas como a 
Carta Brasileira para Cidades Inteligentes, o 
Plano Nacional de Internet das Coisas, os 
Living Labs de soluções 4.0 fomentados pela 
Agência Brasileira de Desenvolvimento Indus-
trial (ABDI), além da publicação das primeiras 
normas ABNT para cidades, bem demonstram 
a relevância já reconhecida à agenda, tendo 
contribuído, ao longo da última década, para o 
início do que se pode denominar de cultura 
brasileira de cidades inteligentes.
Ao longo deste percurso, muitas foram as 
lições aprendidas, e o tema deste Guia é, 
essencialmente, fruto de uma das mais impor-
tantes percepções a partir dessa recente 
história brasileira em Smart Cities: é preciso 
reduzir, tanto quanto possível, a assimetria de 
conhecimento entre o ecossistema de inova-
ção e os tomadores de decisão (especialmen-
te em nível municipal) que contratam e conso-
mem soluções smart.
Tal assimetria produz efeitos nocivos às 
contratações e às políticas públicas da Smart 
City brasileira, convertendo o diálogo público-
-privado em um monólogo e, em muitos casos, 
conduzindo a contratações ineficientes, técni-
ca e economicamente. Mais do que isso, impe-
dem que o Estado identifique, reconheça e 
mitigue os possíveis entraves técnico-jurídicos 
à absorção da inovação, como, por exemplo, 
leis e normas obsoletas, que dificultem ou até 
impeçam a evolução da inteligência urbana.
Ambientes Sandbox para Cidades Inteligentes 
surgem exatamente neste contexto, e buscam 
oferecer as condições para que soluções 
disruptivas de interesse municipal sejam de 
fato experimentadas em ambiente urbano 
real, e tenham seus impactos – positivos e 
negativos – avaliados e sopesados antes da 
tomada de decisão estatal, seja ela legislativa, 
regulatória ou de contratação pública em 
larga escala.
Esperamos, assim, que este Guia ilumine o 
caminho de gestores municipais, govtechs, 
academia e demais atores que constroem, dia 
após dia, a história das Cidades Inteligentes 
brasileiras.
INTRODUÇÃO
I. SANDBOX: DOS GAMES À REGULAÇÃO ESTATAL
II. SANDBOX REGULATÓRIO E SUA ADOÇÃO PELO BRASIL
II.1. SANDBOX DO BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN)
II.2. SANDBOX DA COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS (CVM)
II.3. SANDBOX DA SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS (SUSEP)
III. SANDBOX PARA CIDADES INTELIGENTES
IV. SANDBOX PARA CIDADES INTELIGENTES NO MUNDO
IV.1. CASE: COREIA DO SUL
V. SANDBOX NAS CIDADES INTELIGENTES BRASILEIRAS
V.1. CASE: FOZ DO IGUAÇU/PR
V.2. CASE: PETROLINA/PE
V.3. CASE: DISTRITO FEDERAL
VI. SANDBOX EM 10 PASSOS
6
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59
Sumário
para Cidades Inteligentespara Cidades Inteligentes
 Ana Clara, prefeita recém-em-
possada, dedicou grande parte dos 
primeiros trinta dias de seu mandato 
estudando, junto com seu secretário de 
meio ambiente, como colocariam em prá-
tica um dos principais pilares do plano de 
governo que a elegera: resolver, de uma 
vez por todas, o problema da coleta de 
lixo da cidade.
O acúmulo de resíduos, às vezes por mais 
de duas semanas, especialmente nas 
áreas periféricas do município, havia sido 
pauta de praticamente todos os debates 
eleitorais realizados no ano anterior, e 
permanecia como uma das principais 
demandas da população.
Em uma das várias reuniões do grupo de 
trabalho instituído pela prefeita para 
estudar o problema, um dos servidores 
públicos trouxe à discussão um tema que 
interessou a todos: a implantação de 
“lixeiras inteligentes” em caráter experi-
mental, com emprego de sensores que 
permitissem o planejamento dinâmico 
das rotas de coleta (conforme o volume 
de lixo em cada região), tornando-as mais 
efetivas e eficientes, sem a necessidade 
de aumentar a frota de caminhões – 
mesmo porque, diante da crise orçamen-
tária atravessada pela administração 
municipal, isso seria inviável.
Com o apoio de pesquisadores da univer-
sidade parceira da prefeitura, foi estrutu-
rado um projeto piloto para implantação 
das novas lixeiras em uma das regiões 
mais carentes do município. A ideia era 
que, conforme os resultados dessa expe-
rimentação, o sistema de coleta inteligen-
te fosse expandido para os outros bairros.
Estava (quase) tudo certo para a publica-
ção do edital para seleção das tecnolo-
gias que seriam implementadas. Eis que, 
quando chega ao gabinete de Ana Clara o 
parecer da Procuradoria do Município, 
todos são pegos de surpresa com uma 
constatação do procurador: o projeto 
estava em desconformidade com o 
“Código de Posturas do Município”, 
aprovado por Lei Complementar em 
1982, e que, em um de seus artigos, esti-
pulava rígidas regras para a instalação de 
lixeiras no passeio público, incompatíveis 
com o tipo de “contêiner” que a prefeitu-
ra pretendia implantar no projeto piloto 
de coleta inteligente.
O parecer foi como um “balde de água 
fria” nos planos da administração muni-
cipal. Seria necessário encaminhar à 
Câmara de Vereadores um projeto de lei 
para modificar o Código de Posturas, 
que levaria um bom tempo para ser ana-
lisado e aprovado – tempo esse incom-
patível com a urgência do problema da 
coleta de lixo nas comunidades.
Na mesma semana, em outra região do 
país, Pedro Paulo, secretário municipal 
de mobilidade e transportes, passou por 
frustração semelhante. Constatou, com 
sua equipe, que a estratégia de micro-
mobilidade que pretendiam desenvolver 
em caráter experimental, disponibilizan-
do patinetes elétricos compartilhados, 
esbarrava na legislação e na regulamen-
tação municipal, que não previam a pos-
sibilidade de operacionalizar esse modal 
de forma “dockless” (ou seja, sem a exis-
tência de uma “estação” de retirada e 
devolução).
Introdução
para Cidades Inteligentespara Cidades Inteligentes
6
Não foi diferente com Janaína, diretora 
de abastecimento de água em município 
vizinho ao de Pedro Paulo. Empenhada 
em modernizar os medidores de consu-
mo de água da cidade, a fim de comba-
ter as fraudes e diminuir as despesas 
com a leitura porta-a-porta dos hidrô-
metros, constatou que a solução de 
medidores inteligentes – que havia 
conhecido em um evento de Cidades 
Inteligentes ocorrido no ano anterior – 
“não se encaixava”no Regulamento dos 
Serviços de Água e Esgoto da cidade, 
em vigor desde 1995.
As situações vivenciadas por Ana Clara, 
Pedro Paulo e Janaína são também as de 
milhares de gestores públicos do país, 
que enfrentam, diariamente, os desafios 
provocados pelo nítido descompasso 
entre o ordenamento jurídico vigente e a 
Quarta Revolução Industrial. Promover 
inovação no setor público torna-se, 
muitas vezes, tarefa árdua diante do con-
junto de Leis, Decretos, Códigos, Resolu-
ções, Planos, Portarias e outras espécies 
normativas concebidas há 30, 40, 50 
anos, com base em uma realidade socio-
-tecnológica absolutamente distinta da 
atual.
Como resultado desse descompasso, 
não é raro que soluções realmente 
disruptivas, com altíssimo potencial de 
melhoramento dos serviços públicos 
prestados nas cidades, sejam descarta-
das, sob o argumento de “não se encai-
xarem nas normas vigentes” – nas pala-
vras da diretora Janaína.
E o problema não se restringe somente à 
“velocidade” com que o Estado respon-
de à evolução tecnológica, mas à sua 
habilidade de interpretar essa (r)evolu-
ção e proporcionar adequada atualiza-
ção das normas legais e infralegais. 
Introdução
para Cidades Inteligentespara Cidades Inteligentes
7
Não foi diferente com Janaína, diretora 
de abastecimento de água em município 
vizinho ao de Pedro Paulo. Empenhada 
em modernizar os medidores de consu-
mo de água da cidade, a fim de comba-
ter as fraudes e diminuir as despesas 
com a leitura porta-a-porta dos hidrô-
metros, constatou que a solução de 
medidores inteligentes – que havia 
conhecido em um evento de Cidades 
Inteligentes ocorrido no ano anterior – 
“não se encaixava” no Regulamento dos 
Serviços de Água e Esgoto da cidade, 
em vigor desde 1995.
Nesse sentido, chega-se a seguinte 
questão: como garantir que o Poder 
Público tomará as decisões adequadas 
(em nível legislativo, regulamentar ou 
regulatório), se a nova realidade disrup-
tiva sequer tenha sido experimentada?
Ou seja, Ana Clara pode ter os melhores 
estudos e projeções quanto aos benefí-
cios que os contêineres inteligentes 
trariam à gestão de resíduos da sua 
cidade, mas o desconhecimento prático 
da solução, nunca experimentada pela 
gestão municipal, certamente dificultará 
o processo de atualização da legislação 
do município – inclusive a fundamenta-
ção que será enviada à Câmara de Vere-
adores para alterar o Código de Postu-
ras, datilografado em 1982.
O mesmo ocorre com Pedro Paulo: entu-
siasta da tecnologia aplicada à mobilida-
de urbana, tem convicção que os benefí-
cios do sistema de compartilhamento de 
patinetes elétricos superariam os riscos 
de sua adoção, mas faltam-lhe elemen-
tos concretos – e baseados na realidade 
local de sua cidade – para justificar deci-
sões-chave, como velocidade máxima 
admitida nos diferentes tipos de via, pos-
sibilidade de circulação nas calçadas 
quando inexistir ciclovia ou ciclofaixa na 
via, equipamentos obrigatórios e faculta-
tivos a serem disponibilizados aos usuá-
rios, entre outras.
Janaína, por sua vez, ao apresentar para 
seu secretário municipal a proposta de 
investimento de mais de dois milhões de 
reais em hidrômetros inteligentes, foi 
imediatamente indagada quanto às eco-
nomias efetivas que seriam proporciona-
das pelos dispositivos, e suas respostas 
limitaram-se aos “cases europeus” que 
sua equipe havia levantado.
Ainda que o movimento Sandbox no 
Brasil seja extremamente recente, com 
os primeiros ambientes lançados somen-
te em 2020 (nos setores financeiro, secu-
ritário e de Smart Cities) e os primeiros 
ciclos de experimentação recentemente 
iniciados, é possível afirmar que, na estei-
ra da desburocratização e dos direitos 
de liberdade econômica recentemente 
conferidos à população brasileira [BOX 
01], as caixas de areia despontam como 
uma das mais importantes ferramentas 
de impulsionamento da Quarta Revolu-
ção Industrial no país, como veremos 
neste Guia.
Introdução
01
Lei Federal n.º 13.874, de 20 de setembro 
de 2019
Declaração de Direitos de Liberdade 
Econômica
“Art. 3.º São direitos de toda pessoa, natu-
ral ou jurídica, essenciais para o desenvol-
vimento e o crescimento econômicos do 
País, observado o disposto no parágrafo 
único do art. 170 da Constituição Federal:
(...)
VI - desenvolver, executar, operar ou 
comercializar novas modalidades de 
produtos e de serviços quando as normas 
infralegais se tornarem desatualizadas 
por força de desenvolvimento tecnológi-
co consolidado internacionalmente, nos 
termos estabelecidos em regulamento, 
que disciplinará os requisitos para aferi-
ção da situação concreta, os procedimen-
tos, o momento e as condições dos 
efeitos;”
para Cidades Inteligentespara Cidades Inteligentes
8
Os três casos acima ilustram a relevância 
do tema deste Guia. A superação das 
barreiras legislativas e regulatórias para 
tornar as cidades brasileiras verdadeira-
mente inteligentes passa, necessaria-
mente, pela redução da assimetria de 
conhecimento entre o Poder Público e o 
ecossistema da Quarta Revolução Indus-
trial, e não há outro caminho para isso, 
senão a experimentação de soluções em 
nível local.
Ambientes Sandbox para Cidades Inteli-
gentes surgem exatamente neste con-
texto. Buscam ressignificar a relação 
entre regulador e regulado, entre público 
e privado, mediante o consenso de que 
as decisões e políticas públicas em torno 
de temas urbanos inéditos só serão acer-
tadas se atingido certo nível comum de 
conhecimento, por parte de todos os 
atores que participam do processo de 
inovação na cidade.
Proporciona-se no Sandbox, assim, as 
condições técnicas e jurídicas para que 
soluções “smart” de interesse municipal 
sejam de fato experimentadas em 
ambiente urbano real, e tenham seus 
impactos – positivos e negativos – avalia-
dos e sopesados antes da tomada de 
decisão estatal, seja ela legislativa, regu-
latória ou de contratação pública em 
larga escala.
As vantagens não se restringem somen-
te ao Poder Público. Desenvolvedores e 
fornecedores das soluções disruptivas – 
como aquelas buscadas por Ana Clara, 
Pedro Paulo e Janaína – encontram nos 
Ambientes Sandbox oportunidade única 
para o aprimoramento de seu produto e 
seu modelo de negócio, a partir das inte-
rações junto ao gestor do ambiente – e 
potencial contratante –, ao longo do 
ciclo de experimentações.
I.
SANDBOX: 
DOS GAMES À 
REGULAÇÃO 
ESTATAL
Sandbox: Dos Games à Regulação Estatal
Os primeiros registros de uso do termo 
Sandbox (caixa de areia) em sentido 
figurado remetem à área de desenvolvi-
mento de software, mais especificamen-
te à implementação de ambientes con-
trolados para teste de códigos. 
No contexto do SDLC - Systems Develo-
pment Life Cycle (o “ciclo de vida de 
desenvolvimento de software”), Sand-
boxes proporcionam um cenário de 
“isolamento” extremamente valioso para 
que aspectos de segurança cibernética, 
por exemplo, sejam testados e validados 
antes da efetiva operacionalização, pre-
venindo incidentes relacionados aos 
sistemas ou plataformas para os quais 
os códigos se destinem.
Já no mundo dos games, Sandboxes 
receberam conotação um pouco dife-
rente. O termo foi emprestado como 
referência a jogos nos quais se confere 
ao player liberdade ampla para modifi-
car seu ambiente, criando uma espécie 
de “mundo virtual”, a exemplo de Spore, 
Grand Theft Auto (GTA) ou, no exemplo 
mais oportuno e emblemático para este 
Guia, SimCity, lançado em 1989. 
02
“Sandbox é um estilo de game em que 
são colocadas apenas limitações mínimas 
para o personagem. Com isso, o jogador 
pode vagar e modificar completamente o 
mundo virtual de acordo com a sua 
vontade. Ao contrário dos jogos de 
progressão, um sandbox enfatiza a explo-
ração e permite selecionar as tarefas que 
serão realizadas.
Em vez de inserir áreas segmentadas ou 
níveis numerados, um game sandbox 
geralmente ocorre em Mundo Aberto. 
Com isso, o jogador possui acesso total 
do início ao fim. Apesar de elementos 
estruturados serem incluídos, como 
minijogos,tarefas e histórias, você pode 
jogar conforme a sua vontade.”
para Cidades Inteligentespara Cidades Inteligentes
10
• melhorar o acesso a financiamentos.
Nota-se, assim, na origem do programa, 
o estabelecimento de uma “via de mão 
dupla”: a experimentação na caixa de 
areia deve servir (i) à empresa autoriza-
da, para aprimoramento de seu produto 
inovador – diante do relaxamento da 
regulação colidente –, mas também (ii) 
ao Poder Público, que, adquirindo 
conhecimento e vivenciando a solução 
disruptiva ao longo do ciclo de experi-
mentação, estará, em tese, mais prepa-
rado para emitir e/ou alterar as normas 
regulatórias, caso isso se mostre opor-
tuno ao final do ciclo experimental (na 
hipótese de restar claro que as vanta-
gens da inovação proposta superem 
seus riscos regulatórios).
Logo no primeiro “ciclo experimental”, 
inaugurado em 2016, o FCA recebeu 24 
(vinte e quatro) requerimentos de 
enquadramento de soluções no 
Sandbox Regulatório, tendo deferido 18 
(dezoito) autorizações, com base nos 
seguintes critérios (que permanecem, 
até hoje, como balizas de seleção, 
servindo de inspiração inclusive ao 
modelo brasileiro):
• a solução deve estar inserida no 
campo de regulação do sistema finan-
ceiro britânico e ser destinada à popula-
ção britânica;
• a solução deve ser genuinamente 
inovadora e significativamente diferente 
de outros produtos já disponíveis no 
mercado;
• a solução deve proporcionar benefí-
cios ao consumidor, e estes benefícios 
devem superar os riscos de sua adoção;
• a solução deve, efetivamente, “neces-
sitar de um Sandbox Regulatório”. Nou
Foi em 2016, porém, que se teve a apro-
priação do termo pelo Estado – e é aqui 
que nos aproximamos do conceito 
trabalhado neste Guia. A criação, pelo 
FCA - Financial Conduct Authority - 
órgão regulador do sistema financeiro 
do Reino Unido –, do denominado 
“Sandbox Regulatório”, enquanto 
ambiente de testes de regulação, foi um 
marco no setor das fintechs, tendo 
inspirado diversos países – inclusive o 
Brasil, por meio do Banco Central – à 
criação de suas próprias caixas de areia 
para experimentação de soluções 
inovadoras e aprimoramento das 
normas vigentes.
Nessa passagem do conceito para o 
horizonte de “serviços regulados”, 
incorporou-se, de um lado, o espírito de 
isolamento de riscos do Sandbox da 
programação de sistemas; de outro, a 
liberdade proporcionada pelos games 
Sandbox; e como pano de fundo, a 
regulação do sistema financeiro e os 
desafios de “encaixar” determinadas 
soluções disruptivas, geralmente origi-
nadas das fintechs, na estrutura tradi-
cional de normas e resoluções que 
regem o sistema financeiro britânico.
Sandbox: Dos Games à Regulação Estatal
Como divulgado em seu site oficial [1], o 
programa de Sandbox Regulatório do 
FCA teve como objetivos iniciais:
• possibilitar às empresas e startups o 
teste de seus produtos inovadores em 
ambiente controlado;
• reduzir o tempo de maturação dos 
modelos de negócio e os custos asso-
ciados ao produto inovador;
• permitir a identificação de salvaguar-
das adequadas à proteção do consumi-
dor do produto inovador; e
[1] https://www.fca.org.uk/firms/innovation/regulatory-sandbox
para Cidades Inteligentespara Cidades Inteligentes
11
Sandbox: Dos Games à Regulação Estatal
03
para Cidades Inteligentespara Cidades Inteligentes
12
tras palavras, deve restar comprovado 
que a solução não se encaixa no marco 
regulatório vigente, e que operacionali-
zá-la sem um Sandbox seria inviável, 
técnica ou economicamente; e
• a solução deve estar pronta para 
testes com consumidores reais, com um 
plano bem desenvolvido, objetivos 
claros, parâmetros e critérios de aferi-
ção do sucesso ou insucesso dos testes.
Desde a criação do programa, já foram 
conduzidos 06 (seis) ciclos de experi-
mentações, contando com a participa-
ção de 89 (oitenta e nove) empresas, de 
diversos portes – de fintechs até consa-
gradas instituições financeiras, como 
Barclays e HSBC –, que propuseram os 
mais variados produtos disruptivos à 
autoridade financeira britânica, passan-
do por blockchain, inteligência artificial, 
meios de pagamento, ferramentas para 
gestão de créditos hipotecários, plata-
formas de financiamento verde, entre 
outros.
No último ciclo, conduzido em 2020, o 
FCA pela primeira vez estipulou, já no 
ato de chamamento, um “rol de ques-
tões prioritárias” para as quais era dese-
jável o recebimento de propostas inova-
doras [BOX 03]. Até então, os editais 
dos ciclos de experimentação anterio-
res conferiam liberdade plena aos parti-
cipantes para o encaminhamento de 
seus pleitos, desde que atendidos os 
requisitos descritos acima.
A janela de inscrições para o sétimo 
ciclo de experimentações do Sandbox 
britânico encerrou-se em 31 de Dezem-
bro de 2020. Vale a pena visitar o site 
do programa (https://www.fca.org.uk
/firms/innovation/regulatory-sandbox) 
e conhecer um pouco mais desta que foi 
a precursora das caixas de areia regula-
tórias no mundo, tendo servido de base 
a diversos outros países, a exemplo do 
Brasil, cuja experiência recente explora-
remos no próximo Capítulo.
II.
SANDBOX 
REGULATÓRIO 
E SUA ADOÇÃO 
PELO BRASIL 
04
“Comunicado: implementação de modelo de 
sandbox regulatório no Brasil
(publicado em 13/06/19)
“A Secretaria Especial de Fazenda do Ministé-
rio da Economia, o Banco Central do Brasil, a 
Comissão de Valores Mobiliários e a Superin-
tendência de Seguros Privados tornam pública 
a intenção de implantar um modelo de 
sandbox regulatório no Brasil.
Essa iniciativa surge como resposta à transfor-
mação que vem acontecendo nos segmentos 
financeiro, de capitais e securitário. O uso de 
tecnologias inovadoras, como distributed 
ledger technology – DLT, blockchain, roboadvi-
sors e inteligência artificial, tem permitido o 
surgimento de novos modelos de negócio, com 
reflexos na oferta de produtos e serviços de 
maior qualidade e alcance.
Esse cenário impõe aos reguladores o desafio 
de atuar com a flexibilidade necessária, dentro 
dos limites permitidos pela legislação, para 
adaptar suas regulamentações às mudanças 
tecnológicas e constantes inovações, de forma 
que as atividades reguladas mantenham 
conformidade com as regras de cada segmen-
to, independentemente da forma como os 
serviços e produtos sejam fornecidos, princi-
palmente sob as perspectivas da segurança 
jurídica, da proteção ao cliente e investidor e 
da segurança, higidez e eficiência dos merca-
dos.
Os reguladores que subscrevem este comuni-
cado coordenarão suas atividades institucio-
nais para disciplinar o funcionamento de 
elementos essenciais do sandbox em suas 
correspondentes esferas de competência, 
contemplando elementos comuns aos mode-
los observados em outras jurisdições, a exem-
plo da concessão de autorizações temporárias 
e a dispensa, excepcional e justificada, do 
cumprimento de regras para atividades regula-
das específicas, observando critérios, limites e 
períodos previamente estabelecidos. Os 
reguladores, ademais, buscarão atuar conjun-
tamente sempre que as atividades perpassem 
mais de um mercado regulado.
Espera-se que a implantação desse regime 
regulatório seja capaz de promover o desen-
volvimento de produtos e serviços mais inclusi-
vos e de maior qualidade e possa fomentar a 
constante inovação nos mercados financeiro, 
securitário e de capitais.”
-
De acordo com a Secretaria Especial de 
Fazenda do Ministério da Economia, 
responsável pela gênese do programa 
brasileiro, “a iniciativa surge como 
resposta à transformação que vem 
acontecendo nos segmentos financeiro, 
de capitais e securitário. O uso de tec-
nologias inovadoras, como distributed 
ledger technology – DLT, blockchain, 
roboadvisors e inteligência artificial, 
tem permitido o surgimento de novos 
modelos de negócio, com reflexos na 
oferta de produtos e serviços de maior 
qualidade e alcance” [2].
O BOX 04 ao lado contempla o Comuni-
cado publicado pela Secretaria Especial 
em 13 de Junho de 2019, que bem 
demonstra o espíritodo Sandbox brasi-
leiro.
Sandbox Regulatório e sua adoção pelo Brasil
[2] http://editor.economia.gov.br/Economia/area-de-imprensa/notas-a-imprensa/2019/06/comunicado-conjunto-de-13-de-junho-de-2019.
para Cidades Inteligentespara Cidades Inteligentes
14
Assim como no Reino Unido – e em pelo 
menos outros trinta e um países –, o 
Sandbox Regulatório no Brasil teve 
raízes no setor financeiro, mas com 
peculiaridades que tornam nosso 
modelo único no mundo. O fato de 
termos tido, entre os anos de 2019 e 
2020, um movimento coordenado de 
três reguladores – Banco Central, CVM e 
SUSEP – em torno do tema, bem como 
de termos institucionalizado o Sandbox 
em Lei Federal (no recente Marco das 
Startups e do Empreendedorismo 
Inovador), certamente colocam nosso 
país em posição de vanguarda, em um 
ritmo impulsionado pela Declaração de 
Direitos de Liberdade Econômica (Lei 
Federal n.º 13.874/19), como visto no 
BOX 01.
05
“CAPÍTULO V
DOS PROGRAMAS DE AMBIENTE 
REGULATÓRIO EXPERIMENTAL
(SANDBOX REGULATÓRIO)
Art. 11. Os órgãos e as entidades da admi-
nistração pública com competência de 
regulamentação setorial poderão, indivi-
dualmente ou em colaboração, no âmbito 
de programas de ambiente regulatório 
experimental (sandbox regulatório), 
afastar a incidência de normas sob sua 
competência em relação à entidade regu-
lada ou aos grupos de entidades regula-
das.
§ 1.º A colaboração a que se refere o caput 
deste artigo poderá ser firmada entre os 
órgãos e as entidades, observadas suas 
competências.
§ 2.º Entende-se por ambiente regulatório 
experimental (sandbox regulatório) o 
disposto no inciso II do caput do art. 2º 
desta Lei Complementar.
§ 3.º O órgão ou a entidade a que se 
refere o caput deste artigo disporá sobre 
o funcionamento do programa de 
ambiente regulatório experimental e 
estabelecerá:
I - os critérios para seleção ou para qualifi-
cação do regulado;
II - a duração e o alcance da suspensão da 
incidência das normas; e
III - as normas abrangidas.”
Vejamos, em detalhes, como cada uma 
das entidades trabalhou o tema, valen
-
do destacar que, considerando ser o 
Sandbox um instrumento extremamen
-
te recente na história brasileira (e mun
-
dial), com os primeiros ciclos experi
-
mentais recém-iniciados (seja para 
regulação setorial, seja para as Smart 
Cities), tudo que se pode ilustrar, por 
ora, são as intenções e os primeiros mo
-
vimentos em cada nicho. Conforme os 
ciclos se completem – e os resultados 
sejam aferidos –, análises mais profun
-
das poderão ser (e serão) conduzidas.
Sandbox Regulatório e sua adoção pelo Brasil
para Cidades Inteligentespara Cidades Inteligentes
15
Antes de analisarmos cada um dos San-
dboxes Regulatórios, vale ressaltar que 
o Marco Legal das Startups e do Empre-
endedorismo Inovador, instituído pela 
recente Lei Complementar Federal n.º 
182, de 1.º de Junho de 2021, dispõe 
expressamente sobre o tema, estipulan-
do, em seu art. 11, que “os órgãos e as 
entidades da administração pública 
com competência de regulamentação 
setorial poderão, individualmente ou em 
colaboração, no âmbito de programas 
de ambiente regulatório experimental 
(sandbox regulatório), afastar a incidên-
cia de normas sob sua competência em 
relação à entidade regulada ou aos 
grupos de entidades
reguladas” [BOX 05].
Lei Complementar Federal n.º 182, de 1.º 
de Junho de 2021
Marco Legal das Startups e do Empreen-
dedorismo Inovador
II.1.
SANDBOX 
DO BANCO
CENTRAL DO
BRASIL (BACEN)
• soluções para o aumento da competi-
ção no Sistema Financeiro Nacional e no 
Sistema de Pagamentos Brasileiro;
• soluções financeiras e de pagamento 
com potenciais efeitos de estímulo à 
inclusão financeira; e
• fomento a finanças sustentáveis.
Em linha com a experiência internacio-
nal, nosso Banco Central fixou, como 
prazo do primeiro ciclo experimental, 
01 (um) ano, prorrogável por igual perí-
odo, sendo as autorizações limitadas 
entre 10 (dez) e 15 (quinze) participan-
tes.
O período de inscrições foi fixado de 22 
de Fevereiro a 19 de Março de 2021, 
sendo que mais informações constam 
do site https://www.bcb.gov.br/
estabilidadefinanceira/sandbox.
 
No âmbito do Banco Central do Brasil 
(BACEN), a história do Sandbox Regula-
tório foi inaugurada pela Resolução 
BCB n.º 50, de 16 de Dezembro de 
2020, que “dispõe sobre os requisitos 
para instauração e execução pelo 
Banco Central do Brasil do Ambiente 
Controlado de Testes para Inovações 
Financeiras e de Pagamento (Sandbox 
Regulatório) - Ciclo 1, bem como sobre 
os procedimentos e requisitos aplicá-
veis à classificação e à autorização para 
participação nesse ambiente”.
Dentre os objetivos do programa, des-
tacou-se o de “estimular a inovação e a 
diversidade de modelos de negócio, 
estimular a concorrência entre os forne-
cedores de produtos e serviços finan-
ceiros e atender às diversas necessida-
des dos usuários, no âmbito do Sistema 
Financeiro Nacional (SFN) e do Sistema 
de Pagamentos Brasileiro (SPB), asse-
gurando a higidez desses sistemas”.
Logo na instituição do Sandbox do 
BACEN, foram estipuladas determina-
das prioridades estratégicas (art. 7.º), 
quais sejam:
• soluções para o mercado de câmbio;
• fomento ao mercado de capitais por 
intermédio de mecanismos de sinergia 
com o mercado de crédito;
• fomento ao crédito para microempre-
endedores e empresas de pequeno 
porte;
• soluções para o Sistema Financeiro 
Aberto (Open Banking);
• soluções para o Arranjo de Pagamen-
tos Instantâneos (Pix);
• soluções para o mercado de crédito 
rural;
para Cidades Inteligentespara Cidades Inteligentes
17
Sandbox do Banco Central do Brasil 
Fonte: https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/sandbox
II.2.
SANDBOX 
DA COMISSÃO
DE VALORES
MOBILIÁRIOS
(CVM)
No caso da Comissão de Valores Mobili-
ários (CVM), seu Programa de Sandbox 
Regulatório foi lançado em 15 de Maio 
de 2020, por meio da Instrução CVM 
626, que “regula a constituição e o fun-
cionamento de ambiente regulatório 
experimental (“sandbox regulatório”), 
em que as pessoas jurídicas participan-
tes poderão receber autorizações tem-
porárias para testar modelos de negó-
cio inovadores em atividades no merca-
do de valores mobiliários regulamenta-
das pela Comissão de Valores Mobiliá-
rios”.
Foram estipulados, como principais 
objetivos do Programa (art. 1.º):
• fomento à inovação no mercado de 
capitais;
• orientação aos participantes sobre 
questões regulatórias durante o desen-
volvimento das atividades para aumen-
tar a segurança jurídica;
para Cidades Inteligentespara Cidades Inteligentes
19
Sandbox da Comissão de Valores Mobiliários 
• diminuição de custos e do tempo de 
maturação para desenvolver produtos, 
serviços e modelos de negócio inovado-
res;
• aumento da visibilidade e tração de 
modelos de negócio inovadores, com 
possíveis impactos positivos em sua 
atratividade para o capital de risco;
• aumento da competição entre presta-
dores de serviços e fornecedores de 
produtos financeiros no mercado de 
valores mobiliários; 
• inclusão financeira decorrente do 
lançamento de produtos e serviços 
financeiros menos custosos e mais 
acessíveis; e
• aprimoramento do arcabouço regula-
tório aplicável às atividades regulamen-
tadas.
Fonte: http://conteudo.cvm.gov.br/legislacao/sandbox_regulatorio.html.cvm
para Cidades Inteligentespara Cidades Inteligentes
20
Sandbox da Comissão de Valores Mobiliários 
06
II.3.
SANDBOX 
DA SUPERINTENDÊNCIA
DE SEGUROS PRIVADOS
(SUSEP)
O caso da Superintendência de Seguros 
Privados (SUSEP) é bastante especial e 
emblemático. Foi a primeira entidade a 
instituir oficialmente um programa de 
Sandbox Regulatório no Brasil – ainda 
em Março de 2020 –, e, na data de 
publicação deste Guia, experimenta-
ções já estão sendo conduzidas junto a 
07 (sete) empresas, selecionadas 
dentre 11 (onze) proposições recebidas 
pela Autarquia.
As regras do programa foram estipula-
das pela Resolução CNSP n.º 381, de 04 
de Março de 2020, e pela Circular 
SUSEP n.º 598,de 19 de Março de 2020 
[BOX 07]. Vale destacar que, diferente-
mente do BACEN e da CVM, a SUSEP 
estipulou, como prazo do ciclo experi-
mental, 36 meses, contados a partir da 
efetiva data do começo da comerciali-
zação dos planos de seguro enquadra-
dos em ambiente Sandbox.
07
Resolução CNSP n.º 381, de 04 de Março 
de 2020
“Art. 5.º São critérios de elegibilidade para 
participação no Sandbox Regulatório:
I - o produto e/ou serviço deve se enqua-
drar no conceito de projeto inovador;
II - utilizar meios remotos nas operações 
relacionadas a seus planos de seguro, na 
forma disposta na regulação vigente;
III - apresentar como a tecnologia empre-
gada no produto e/ou no serviço é inova-
dora ou como está sendo utilizada de 
maneira inovadora;
IV - apresentar produto e, quando for o 
caso, serviço, plenamente apto(s) a entrar 
em operação;
V - apresentar plano de negócios, que 
deve conter, ao menos, as seguintes infor-
mações:
a) exposição do problema a ser solucio-
nado pelo produto e/ou serviço ofereci-
do, incluindo descrição sobre os ganhos e 
benefícios ao mercado e para os consu-
midores;
b) métricas de desempenho relativas à 
atuação da sociedade seguradora e 
periodicidade de aferição em relação ao 
projeto inovador;
c) o mercado alvo de atuação, incluindo 
informação sobre os possíveis clientes, 
região de atuação e outras informações 
relevantes; e
d) planejamento para saída do projeto, 
prevendo plano de contingência para 
descontinuação ordenada, pelos motivos 
elencados nesta Resolução ou por causas 
extraordinárias.
VI - análise dos principais riscos associa-
dos à sua atuação, incluindo aqueles 
relativos à segurança cibernética, e o 
plano de mitigação de eventuais danos 
causados aos clientes.”
Sandbox da Superintendência de Seguros Privados
para Cidades Inteligentespara Cidades Inteligentes
22
Inovação em Seguro para celulares, notebooks, tablets, 
câmeras e outros aparelhos eletrônicos; automóvel 
(casco)
Inovação em Seguro compreensivo residencial; funeral 
(morte natural ou acidental); acidentes pessoais (morte 
acidental e invalidez permanente por acidente); patrimo-
nial paramétrico
Inovação em Seguro para acidentes pessoais (morte 
acidental)
Produto Inovador não identificado
Inovação em Seguro para Automóvel (casco)
Produto Inovador não identificado
Inovação em Seguro para Animais domésticos (aplicação 
de vacinas, atendimentos ambulatoriais, cirurgias, consul-
ta urgência e emergência, consultas de rotina, exames 
laboratoriais/imagens e internação).
Sandbox da Superintendência de Seguros Privados
para Cidades Inteligentespara Cidades Inteligentes
pa
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 C
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23
Neste primeiro ciclo de experimenta-
ções, conforme disponível no site da 
Autarquia, foram deferidas autorizações 
às seguintes empresas e produtos secu-
ritários inovadores:
PIER SEGURADORA S.A.
STONE SEGUROS S.A.
EMOTION SEGUROS S.A.
FBXG SEGUROS S.A.
SIMPLE2U SEGUROS S.A.
THINKSEG SEGURADORA S.A.
COOVER SEGURADORA S.A.
III.
SANDBOX
PARA CIDADES
INTELIGENTES
Smart City são absolutamente multidis-
ciplinares, passando por mobilidade 
urbana, iluminação pública, segurança, 
gestão de resíduos, abastecimento de 
água, esgoto etc.
Nesse sentido, desde Julho de 2020, 
com a publicação da norma ABNT NBR 
ISO 37122:2020, passou a vigorar, em 
território nacional, a seguinte definição 
oficial de Cidade Inteligente:
Vimos, nos Capítulos anteriores, diver-
sos exemplos de Sandboxes Regulató-
rios, voltados especificamente à regula-
ção setorial – nos âmbitos do mercado 
financeiro, mercado de capitais e segu-
ros. Neles, a experimentação de solu-
ções inovadoras e o possível relaxamen-
to de normas, para fins de seu aperfei-
çoamento e/ou atualização, recai exclu-
sivamente sobre a normalização do 
respectivo setor.
Quando transportado o conceito de 
Sandbox ao universo das Cidades Inteli-
gentes, tem-se uma sensível ampliação 
no espectro das experimentações, por 
uma razão bastante simples: as condu-
tas e serviços que caracterizam uma 
para Cidades Inteligentespara Cidades Inteligentes
25
Sandbox para Cidades Inteligentes
para Cidades Inteligentespara Cidades Inteligentes
26
Sandbox para Cidades Inteligentes
Tal conceito, amplamente debatido pela 
comunidade internacional antes da 
efetiva publicação da norma ISO (em 
2019), desdobra-se em condutas positi-
vas da administração da cidade (“con-
dutas de Smart City”), como, por exem-
plo, “implementar ferramentas de tele-
medicina” – na vertical de saúde –, “esti-
mular a ciclomobilidade” – na vertical de 
transportes –, “estimular hortas urba-
nas” – na vertical de segurança alimen-
tar –, “monitorar o território com câme-
ras” – na vertical de segurança pública –, 
entre muitas outras, que se materiali-
zam em indicadores objetivos e interna-
cionalmente comparáveis.
Não é raro, porém, que determinadas 
condutas de Smart City, como as referi-
das acima, “esbarrem” em normas anti-
gas (nas três esferas – federal, estadual 
e municipal), algumas até obsoletas, 
quando da estruturação e execução de 
projetos pelos Municípios. Na Introdu-
ção deste Guia, vimos três exemplos 
disso: Ana Clara, prefeita, enfrentou 
dificuldades para operacionalizar seu 
projeto piloto de lixeiras inteligentes 
(conduta típica de Smart City, conforme 
a ISO/ABNT), por conta de dispositivo 
do Código de Posturas Municipal, docu-
mento de 1982 – quando a Internet das 
Coisas ainda era, digamos, só uma ideia; 
Pedro Paulo, por sua vez, sentiu na pele 
as barreiras da legislação obsoleta 
quanto ao projeto de patinetes elétricos 
compartilhados; mesma situação de 
Janaína, quando tentou modernizar os 
medidores de consumo de água da 
cidade.
Milhares de gestores públicos do país 
enfrentam, diariamente, os desafios pro-
vocados pelo nítido descompasso entre 
o ordenamento jurídico vigente e a 
Quarta Revolução Industrial. Promover 
inovação no setor público torna-se, 
muitas vezes, uma tarefa árdua diante 
do conjunto de Leis, Decretos, Códigos, 
Resoluções, Planos, Portarias e outras 
espécies normativas concebidas há 30, 
40, 50 anos, com base em uma realida-
de socio-tecnológica absolutamente 
distinta da atual.
Ambientes Sandbox para Cidades Inteli-
gentes surgem exatamente neste con-
texto, e buscam proporcionar condições 
técnicas e jurídicas para que soluções 
“smart” de interesse municipal sejam de 
fato experimentadas em ambiente 
urbano real, e tenham seus impactos – 
positivos e negativos – avaliados e 
sopesados antes da tomada de decisão 
“Cidade Inteligente: cidade que aumenta o ritmo em que proporciona resultados de 
sustentabilidade social, econômica e ambiental e que responde a desafios como mudanças 
climáticas, rápido crescimento populacional e instabilidades de ordem política e econômi-
ca, melhorando fundamentalmente a forma como engaja a sociedade, aplica métodos de 
liderança colaborativa, trabalha por meio de disciplinas e sistemas municipais, e usa infor-
mações de dados e tecnologias modernas, para fornecer melhores serviços e qualidade de 
vida para os que nela habitam (residentes, empresas, visitantes), agora e no futuro previsí-
vel, sem desvantagens injustas ou degradação do ambiente natural.”
(ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2020)
ou de contratação pública em larga 
escala.
Pressupõem o atingimento de um nível 
superior de maturidade por parte do 
Estado, calcado nos valores liberais que 
balizam nossa Declaração de Direitos de 
Liberdade Econômica, e assumindo 
como um “mantra”: conhecer antes de 
legislar; conhecer antes de tributar; e, 
especialmente, conhecer antes de proi-
bir.
Buscam livrar determinadas amarras ao 
desenvolvimento econômico, social e 
tecnológico das cidades, com base na 
premissa de que as decisões e políticas 
públicas em torno de temas urbanos 
inéditos só serão acertadas e efetivas 
caso atingido certo nível comum de 
conhecimento, por parte de todos os 
atores que participam do processode 
inovação na cidade.
Além disso, sob a ótica do ecossistema 
desenvolvedor das soluções – especial-
mente das denominadas “govtechs” –, 
Sandboxes para Cidades Inteligentes 
cumprem à risca o direito de liberdade 
econômica destacado no BOX 01 deste 
Guia: desenvolver, executar, operar ou 
comercializar novas modalidades de 
produtos e de serviços quando as 
normas infralegais se tornarem desatua-
lizadas por força de desenvolvimento 
tecnológico consolidado internacional-
mente.
Vale destacar que a Carta Brasileira 
para Cidades Inteligentes [3], docu-
mento publicado em 2020 após traba-
lho colaborativo de centenas de gesto-
res públicos e especialistas brasileiros, 
coordenado pela GIZ Brasil e pelos 
Ministérios do Desenvolvimento Regio-
nal e da Ciência, Tecnologia e Inovações, 
recomendou expressamente, no âmbito 
dos objetivos estratégicos das Smart 
Cities brasileiras, a implementação de 
laboratórios de experimentação 
urbana:
E se o Sandbox Regulatório brasileiro 
teve seu surgimento encabeçado pelo 
Banco Central, CVM e SUSEP, como 
visto nos capítulos anteriores, pode-se 
dizer que a caixa de areia das Smart 
Cities foi verdadeiramente implementa-
da no país em esforço liderado pela 
ABDI - Agência Brasileira de Desenvol-
vimento Industrial, também vinculada 
ao Ministério da Economia.
para Cidades Inteligentespara Cidades Inteligentes
27
Sandbox para Cidades Inteligentes
“4.5.4. Laboratórios de experimenta-
ção urbana: Incentivar o surgimento 
de soluções urbanas inovadoras, 
criando espaços colaborativos trans-
disciplinares (que possibilitam a coo-
peração entre diferentes disciplinas 
e saberes) para cidades inteligentes, 
na perspectiva ampla da transforma-
ção digital nas cidades. Para garantir 
que as soluções sejam realizáveis, 
deve-se focar em pesquisa e experi-
mentação em ambientes reais. Para 
isso, articular instituições de ensino e 
pesquisa e outros setores envolvidos 
na produção de conhecimento, com 
apoio institucional e jurídico da 
Administração Pública Municipal. 
Integrar esses Laboratórios ao 
Observatório para a transformação 
digital nas cidades e a outros fóruns 
oficiais relacionados à transforma-
ção digital.”
[3] https://www.gov.br/mdr/pt-br/assuntos/desenvolvimento-regional/projeto-andus/carta_brasileira_cidades_inteligentes.pdf
Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, em Brasília/DF
para Cidades Inteligentespara Cidades Inteligentes
28
Sandbox para Cidades Inteligentes
A Agência, em parceria com Municípios 
(como Foz do Iguaçu/PR e Petroli-
na/PE) e com o Parque Tecnológico 
Itaipu, concebeu e estruturou os 
primeiros ambientes experimentais 
para Cidades Inteligentes no país, anali-
sados mais adiante, neste Guia.
“A ABDI tem trabalhado para que a mo-
delagem do sandbox nas cidades brasi-
leiras seja atrativo para investimentos 
de empresas de base tecnológica. 
Vamos demonstrar que as tecnologias 
servem para os cidadãos e, por outro 
lado, atraem várias empresas de base 
tecnológica para que realizem investi-
mentos na cidade”, nas palavras de seu 
presidente, Igor Calvet.
Como veremos no próximo Capítulo, 
somente outros dois países – Coréia do 
Sul e Colômbia – já se aventuraram nas 
experimentações em caixa de areia para 
Smart Cities, o que confirma o protago-
nismo brasileiro no tema.
 
IV.
SANDBOX
PARA CIDADES
INTELIGENTES
NO MUNDO
Pelo menos trinta e três países – contan-
do com o Brasil – já possuem algum pro-
grama de Sandbox Regulatório em exe-
cução na data de publicação deste Guia. 
Entretanto, quando a pauta é Cidades 
Inteligentes, além do Brasil, só temos 
outros dois casos de Sandbox no 
mundo, sendo um mais avançado – da 
Coréia do Sul –, e outro ainda embrioná-
rio, centrado unicamente no setor de 
telecomunicações (Colômbia).
De fato, como se observa no mapa 
abaixo, foi no setor financeiro que o 
instrumento se popularizou, especial-
mente por impulso do Reino Unido, pre-
cursor do tema com o programa condu-
zido pelo FCA (vide Capítulo I), que 
caminha, atualmente, para seu sétimo 
ciclo experimental. Veremos, a seguir, um 
pouco do programa sul-coreano, iniciado 
em 2020, e que já conta com diversas 
soluções sob experimentação na caixa 
de areia.
para Cidades Inteligentespara Cidades Inteligentes
30
Sandbox para Cidades Inteligentes no Mundo
Canadá
Polônia
Bahrein
Espanha
Moçambique
Ilhas Maurício
México
Estados Unidos
Brunei
Austrália
Reino Unido
Países Baixos
Suíça
Serra Leoa
Jamaica
Colômbia
Dinamarca
Lituânia
Cazaquistão
Rússia
Japão
Coréia do Sul
Taiwan
Índia
Tailândia
Cingapura
Malásia
Ruanda
Brasil
Arábia Saudita
E. Árabes Un.
Jordânia
Hong Kong
Sandbox no Setor Financeiro
Sandbox nos Setores Financeiro, TICs e Smart Cities
pa
ra 
Cid
ad
es 
Int
elig
ent
es
pa
ra 
Cid
ad
es 
Int
elig
ent
es
IV.1.
CASE:
CORÉIA 
DO SUL
Por lá, já estão operacionais 05 (cinco) 
Sandboxes para Smart Cities, abrangen-
do os territórios de Sejong, Busan, Inche-
on, Bucheon e Xiheung. As experimenta-
ções ocorrem em harmonia com os 
Planos Regionais de Smart City, ou seja, 
buscam materializar avanços que já este-
jam no planejamento de curto, médio e 
longo prazo de cada cidade inteligente, 
passando por diversas temáticas urba-
nas, como veremos a seguir.
Destaca-se que, em praticamente todos 
os atos de autorização, foi fixado o prazo 
experimental de 04 (quatro) anos.
Mais informações sobre o Sandbox para 
Cidades Inteligentes coreano podem ser 
encontradas no site oficial do programa, 
https://smartcity.go.kr/.
Poucos países possuem um planejamen-
to tão claro e robusto de Cidades Inteli-
gentes quanto o da Coréia do Sul. O país 
foi um dos precursores no tema – tendo 
publicado sua Lei de Cidades Inteligen-
tes (inicialmente denominadas “cidades 
ubíquas”) em março de 2008 –, e ostenta 
níveis invejáveis de inteligência urbana 
em diversas áreas de ação.
Um dos instrumentos atualmente empre-
gados pelas Smart Cities coreanas é exa-
tamente o Sandbox, que foi previsto em 
uma recente emenda à legislação nacio-
nal de Cidades Inteligentes (“Smart City 
Act”). Por força do art. 46 desta Lei, as 
cidades ficaram autorizadas à criação de 
seus ambientes experimentais e ao rela-
xamento da legislação durante os ciclos 
de testes e avaliações, com base em 
critérios previamente definidos e 
mediante o atendimento de determina-
dos requisitos.
para Cidades Inteligentespara Cidades Inteligentes
32
Case: Coréia do Sul
Seul, Coréia do Sul
EXPERIMENTAÇÕES EM ANDAMENTO NO SANDBOX DA COREIA DO SUL
33
Cidade de SejongSANDBOX
2021.01 - 2024.12 (48 meses)CICLO DE 
EXPERIMENTAÇÃO
Consórcio Hyundai MotorAUTORIZADO
Mobilidade UrbanaÁREA
Remodelamento dinâmico do sistema de 
compartilhamento de veículos autônomos, 
por meio de aplicativo disponibilizado à 
população de Sejong
SOLUÇÃO
para Cidades Inteligentespara Cidades Inteligentes
Case: Coréia do Sul
Fonte: https://smartcity.go.kr/
34
para Cidades Inteligentespara Cidades Inteligentes
Case: Coréia do Sul
Cidade de SejongSANDBOX
2020.09 - 2024.08 (48 meses)CICLO DE 
EXPERIMENTAÇÃO
Instituto de Trânsito da CoréiaAUTORIZADO
EletromobilidadeÁREA
Sistema multimodal de eletromobilidade 
compartilhada, concentrando-se em um 
mesmo App as funcionalidades de locação 
de carros elétricos, patinetes elétricos e 
segways
SOLUÇÃO
Fonte: https://smartcity.go.kr/
35
para Cidades Inteligentespara Cidades Inteligentes
Case: Coréia do Sul
Cidade de SejongSANDBOX
2020.09 - 2024.08 (48 meses)CICLO DE 
EXPERIMENTAÇÃO
Jiai Tech Co., Ltd.AUTORIZADO
AcessibilidadeÁREA
Plataforma de inteligência artificial voltada 
a cidadãos com deficiência visual, forne -
cendo informações, rotas, bem como 
funcionando como plataforma de paga -
mento para diversos serviços púbicos e 
privados
SOLUÇÃO
Fonte: https://smartcity.go.kr/
Cidade de SejongSANDBOX
2021.01 - 2024.12 (48 meses)CICLO DE 
EXPERIMENTAÇÃO
Ubion Co., Ltd.AUTORIZADO
EducaçãoÁREA
Plataforma de inteligência artificial voltada 
à gestão doensino público, capaz de 
realizar o “match” de professores e alunos 
com base no histórico e nas necessidades 
(lacunas de aprendizagem) diagnosticadas 
em tempo real
SOLUÇÃO
para Cidades Inteligentespara Cidades Inteligentes
36
Case: Coréia do Sul
Fonte: https://smartcity.go.kr/
para Cidades Inteligentespara Cidades Inteligentes
37
Case: Coréia do Sul
Cidade de SejongSANDBOX
2020.09 - 2021.03 (7 meses)CICLO DE 
EXPERIMENTAÇÃO
Consórcio JBIAUTORIZADO
Segurança e Defesa CivilÁREA
Uso de drones e sensores IoT para monito-
ramento e mitigação de riscos de rompi-
mento de tubulações, explosões e outras 
intercorrências associadas aos dutos 
públicos da cidade, com ênfase nos cantei-
ros de obras (públicas e privadas)
SOLUÇÃO
Fonte: https://smartcity.go.kr/
para Cidades Inteligentespara Cidades Inteligentes
38
Case: Coréia do Sul
Cidade de SejongSANDBOX
2020.09 - 2024.08 (48 meses)CICLO DE 
EXPERIMENTAÇÃO
MassAsiaAUTORIZADO
Mobilidade UrbanaÁREA
Serviço “dockless” de compartilhamento 
de patinetes elétricos
SOLUÇÃO
Fonte: https://smartcity.go.kr/
para Cidades Inteligentespara Cidades Inteligentes
39
Case: Coréia do Sul
Cidade de SejongSANDBOX
Não InformadoCICLO DE 
EXPERIMENTAÇÃO
Consórcio HealthConnectAUTORIZADO
SaúdeÁREA
Plataforma de Big Data voltada à gestão 
de saúde do cidadão, concentrando dados 
de diversas fontes e permitindo o aciona-
mento de primeiros socorros de forma 
autônoma
SOLUÇÃO
Fonte: https://smartcity.go.kr/
para Cidades Inteligentespara Cidades Inteligentes
40
Case: Coréia do Sul
Cidade de BusanSANDBOX
Não InformadoCICLO DE 
EXPERIMENTAÇÃO
Alfa RobóticaAUTORIZADO
Saúde e AcessibilidadeÁREA
Robô utilizado para deslocamento de 
pacientes no interior de hospitais, liberan-
do profissionais para o desempenho de 
outras funções
SOLUÇÃO
Fonte: https://smartcity.go.kr/
para Cidades Inteligentespara Cidades Inteligentes
41
Case: Coréia do Sul
Cidade de BusanSANDBOX
Não InformadoCICLO DE 
EXPERIMENTAÇÃO
Serviço de Informações de SamwooAUTORIZADO
Turismo e Serviços PúblicosÁREA
Solução de realidade aumentada destina-
da ao fornecimento de informações turísti-
cas e de utilidade ao usuário de serviços 
públicos da cidade
SOLUÇÃO
Fonte: https://smartcity.go.kr/
para Cidades Inteligentespara Cidades Inteligentes
42
Case: Coréia do Sul
Cidade de BusanSANDBOX
2020.09 - 2021.03 (7 meses)CICLO DE 
EXPERIMENTAÇÃO
Kyungsung TecnologiaAUTORIZADO
AcessibilidadeÁREA
Cadeira de rodas inteligente, baseada em 
Internet das Coisas. Possui integração com 
diversas utilidades públicas, permitindo a 
seleção das rotas e vias mais amigáveis à 
circulação do deficiente físico
SOLUÇÃO
Fonte: https://smartcity.go.kr/
para Cidades Inteligentespara Cidades Inteligentes
43
Case: Coréia do Sul
Cidade de IncheonSANDBOX
2020.09 - 2024.08 (48 meses)CICLO DE 
EXPERIMENTAÇÃO
Consórcio Hyundai MotorAUTORIZADO
Mobilidade UrbanaÁREA
Serviço de ônibus sob demanda. Rotas são 
atualizadas de forma dinâmica ao longo de 
todo o dia, conforme a interação com os 
usuários via Aplicativo
SOLUÇÃO
Fonte: https://smartcity.go.kr/
para Cidades Inteligentespara Cidades Inteligentes
44
Case: Coréia do Sul
Cidade de IncheonSANDBOX
2020.09 - 2022.11 (29 meses)CICLO DE 
EXPERIMENTAÇÃO
Consórcio Hyundai MotorAUTORIZADO
Mobilidade UrbanaÁREA
Aplicativo que permite aos taxistas supri-
rem demandas do serviço de transporte 
público em horários de pico, com condi-
ções diferenciadas de tarifação e de 
atendimento aos usuários. Emprega inteli-
gência artificial
SOLUÇÃO
Fonte: https://smartcity.go.kr/
para Cidades Inteligentespara Cidades Inteligentes
45
Case: Coréia do Sul
Cidade de XiheungSANDBOX
Não InformadoCICLO DE 
EXPERIMENTAÇÃO
Consórcio Korea Electric Power 
Corporation
AUTORIZADO
EnergiaÁREA
Sistema de medição inteligente de consu-
mo de energia, água e gás residenciais, de 
modo integrado, provendo-se Aplicativo 
ao consumidor para monitoramento e 
simulações de consumo e tarifação, 
estimulando-se hábitos sustentáveis
SOLUÇÃO
Fonte: https://smartcity.go.kr/
V.
SANDBOX
NAS CIDADES
INTELIGENTES
BRASILEIRAS
Sandbox nas Cidades Inteligentes Brasileiras
para Cidades Inteligentespara Cidades Inteligentes
47
Até a data de publicação deste Guia, 
oito entes federados brasileiros já 
haviam institucionalizado programas de 
Sandbox para Cidades Inteligentes – 
Foz do Iguaçu/PR; Petrolina/PE; Distri-
to Federal; Londrina/PR; Francisco 
Morato/SP; Macapá/AP; Jaraguá do 
Sul/SC, Campina Grande/PB e Itabaia-
na/SE. No caso dos dois primeiros, solu-
ções já estão passando por ciclos de 
experimentação, como veremos neste 
Capítulo.
Os ambientes foram modelados com o 
apoio técnico da Agência Brasileira de 
Desenvolvimento Industrial - ABDI, e 
neste Capítulo exploraremos como 
esses casos pioneiros foram estrutura-
dos e seu estágio atual. Vale dizer que 
as capitais Curitiba/PR, Salvador/BA e 
Goiânia/GO também estão em processo 
de estudos para a institucionalização do 
Sandbox para Cidades Inteligentes.
Cidade
Data de
Instituição
Foz do Iguaçu/PR
Distrito Federal
Londrina/PR
Francisco Morato/SP
23/06/2020
Petrolina/PE 13/08/2020
17/08/2020
15/03/2021
22/03/2021
Macapá/AP 25/06/2021
Campina Grande/PB 02/07/2021
Jaraguá do Sul/SC 20/07/2021
Itabaiana/SE 02/08/2021
Sandbox para Cidade Inteligente
instituído
Sandbox para Cidade Inteligente
em processo de instituição
Goiânia/GO
Itabaiana/SE
Jaraguá do Sul/SC
Macapá/AP
Distrito Federal
Francisco Morato/SP
Salvador/BA
Londrina/PR
Curitiba/PRFoz do Iguaçu/PR
Petrolina/PE
Campina Grande/PB
V.1.
CASE:
FOZ DO
IGUAÇU/PR
Foz do Iguaçu, no Estado do Paraná, foi a 
primeira cidade brasileira a institucionali-
zar um Programa Sandbox para Cidade 
Inteligente, com a publicação do Decreto 
Municipal n.º 28.244, de 23 de Junho de 
2020. Foi estabelecido, já na regulamen-
tação inicial do Sandbox, um rol de obje-
tivos a serem perseguidos na condução 
do Programa:
• o fomento à inovação em escala urbana 
em Foz do Iguaçu, especialmente com a 
implementação do Projeto Sandbox da 
Vila A - Bairro Inteligente;
• a integração de iniciativas e metas do 
Município de Foz do Iguaçu aos projetos 
correlatos desenvolvidos pela Fundação 
PTI-BR, inclusive para apoio institucional 
em infraestrutura e recursos humanos 
necessários à estruturação e execução 
do Programa;
• a orientação aos participantes sobre 
questões regulatórias relevantes durante 
o desenvolvimento das experimenta-
ções, com vistas a maximizar a seguran-
ça jurídica e minimizar colisões futuras;
• a diminuição de custos e do tempo de 
maturação para desenvolver produtos, 
serviços e modelos de negócio inovado-
res; e
• o aumento da visibilidade e tração de 
modelos de negócio inovadores, com 
possíveis impactos positivos em sua 
atratividade para o capital de risco.
Como se observa no primeiro objetivo 
assinalado pela Municipalidade, à seme-
lhança do modelo da Coréia do Sul, anali-
sado no Capítulo anterior deste Guia, foi 
caracterizada, logo na origem do Pro-
grama, uma área específica da cidade 
para focalização dos testes e experimen-
tações, qual seja, o bairro da Vila A. 
Trata-se de bairro cuja modernização 
(sob o conceito de “bairro inteligente”) já 
estava nos planos da Administração 
Case: Foz do Iguaçu/PR
para Cidades Inteligentespara Cidades Inteligentes
49
Bairro Vila A, em Foz do Iguaçu/PR, enquadrado como ambiente Sandbox 
para experimentação de soluções para Smart City
Pública, e que possui vocações bastante 
diversas (moradia, comércio, serviços, 
parques e espaços de lazer, hospitais, 
escolas), com fenômenos urbanos propí-
cios ao Sandbox, além de apresentar boa 
infraestrutura de apoio às experimenta-
ções.
Interessante observar, ainda, o mecanis-
mo de governança estabelecido para 
condução do Programa. Formou-se um 
Comitê Gestor absolutamente plural, que 
conta com a participação não somente 
de integrantes da Municipalidade de Foz 
do Iguaçu (Secretários), comotambém 
de representantes da sociedade civil, da 
academia, do Parque Tecnológico Itaipu, 
entre outros atores afetados ou afetáveis 
pelo Sandbox.
De modo a democratizar ao máximo a 
tomada de decisão no ambiente experi-
mental, bem como proporcionar integra-
ção entre as iniciativas do Sandbox e das 
políticas municipais de inovação, atri-
buiu-se uma cadeira do Comitê ao Con-
selho Municipal de Ciência, Tecnologia e 
Inovação, que congrega, por sua vez, 
outras várias entidades parceiras do 
Município. Assim, potencializou-se o 
caráter plural do órgão colegiado, como 
demonstrado na figura a seguir:
Pública, e que possui vocações bastante 
diversas (moradia, comércio, serviços, 
parques e espaços de lazer, hospitais, 
escolas), com fenômenos urbanos propí-
cios ao Sandbox, além de apresentar boa 
infraestrutura de apoio às experimenta-
ções.
Interessante observar, ainda, o mecanis-
mo de governança estabelecido para 
condução do Programa. Formou-se um 
Comitê Gestor absolutamente plural, que 
conta com a participação não somente 
de integrantes da Municipalidade de Foz 
do Iguaçu (Secretários), como também 
de representantes da sociedade civil, da 
academia, do Parque Tecnológico Itaipu, 
entre outros atores afetados ou afetáveis 
pelo Sandbox.
De modo a democratizar ao máximo a 
tomada de decisão no ambiente experi-
mental, bem como proporcionar integra-
ção entre as iniciativas do Sandbox e das 
políticas municipais de inovação, atri-
buiu-se uma cadeira do Comitê ao Con-
selho Municipal de Ciência, Tecnologia e 
Inovação, que congrega, por sua vez, 
outras várias entidades parceiras do 
Município. Assim, potencializou-se o 
caráter plural do órgão colegiado, como 
demonstrado na figura a seguir:
Case: Foz do Iguaçu/PR
para Cidades Inteligentespara Cidades Inteligentes
50
Membros do Comitê Gestor do Programa Sandbox Foz do Iguaçu
Sec. Municipal de 
Tecnologia da 
Informação
COMITÊ GESTOR DO PROGRAMA SANDBOX FOZ DO IGUAÇU (CGPS-FI)
Sec. Municipal de 
Planejamento e
Captação 
de Recursos
Parque 
Tecnológico 
Itaipu
Sociedade Civil 
Organizada 
(Assoc. Comercial e
Industrial de Foz do
Iguaçu)
Associação de
Moradores da
Vila A
Sec. Municipal de 
Turismo, Indústria, 
Comércio e Projetos 
Estratégicos
Centro de Ensino
Superior de 
Foz do Iguaçu
Centro Universitário
Uniamérica
Faculdades Unificadas
de Foz do Iguaçu
Conselho de
Desenvolvimento 
Econômico e Social de
Foz do Iguaçu
Associação Comercial 
e Empresarial de 
Foz do Iguaçu - ACIFI
Federação das 
Indústrias 
do Estado do Paraná
Serviço Brasileiro de 
Apoio às Micro e
Pequenas 
Empresas - SEBRAE
Câmara de 
Vereadores de
Foz do Iguaçu
Sec. Municipais 
de Foz do Iguaçu
Universidade Federal da 
Integração Latino
Americana - UNILA
Itaipu BinacionalAPL Iguassu - IT
Universidade 
Estadual do 
Oeste do Paraná - 
UNIOESTE
Instituto Federal
do Paraná - IFPR
Centro Universitário 
Dinâmica das Cataratas
Membros do Conselho Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação
Conselho Municipal 
de Ciência, Tecnologia 
e Inovação
Decreto Municipal n.º 28.244, de 23 de Junho de 2020
“Art. 3.º. No âmbito do Programa Sandbox – Foz do Iguaçu, o Comitê Gestor disciplina-
do neste Decreto poderá autorizar, durante o período destinado à realização dos testes 
e experimentações temáticas, a suspensão da eficácia da legislação municipal, em 
matéria fiscal, econômica, urbanística ou outras, conforme delimitado em ato do 
Comitê Gestor, desde que configurado, de modo inequívoco, o caráter inovador.
§ 1.º. São presumidos como produtos e serviços de caráter inovador e elegíveis ao 
Programa, sem prejuízo de outros que, motivadamente, sejam assim configurados por 
ato do Comitê Gestor disciplinado neste Decreto, aqueles baseados, majoritariamente, 
em soluções de Big Data e Internet das Coisas (IoT), nos eixos estratégicos estabeleci-
dos pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações – MCTI – no âmbito do Plano 
Nacional de IoT, quais sejam: Indústria 4.0, Saúde, Rural e Cidade Inteligente (Smart 
City), conforme disciplinado pelo Decreto Federal no 9.854/2019 e atos posteriores do 
MCTI e das Câmaras Temáticas do Plano.
§ 2.º. Compete ao Comitê Gestor do “Programa Sandbox – Foz do Iguaçu” promover, 
de ofício ou mediante requerimento de interessado(s), pessoa(s) física(s) ou jurídi-
ca(s), o enquadramento de empreendimentos, produtos e serviços, específicos ou por 
delimitação temática, nos ambientes experimentais de inovação científica, tecnológica 
e empreendedora, especialmente no bairro “Vila A”, enquadrado, desde a publicação 
deste Decreto, como ambiente experimental, passando a incidir, sobre tais projetos, a 
suspensão de eficácia referida no caput deste Decreto, inerente ao Programa 
Sandbox.”
Case: Foz do Iguaçu/PR
para Cidades Inteligentespara Cidades Inteligentes
51
Sistema de Semáforos Inteligentes e Monitoramento de Tráfego em testes no 
Sandbox da Vila A, em Foz do Iguaçu/PR
08
Quanto ao prazo do ciclo de experimen-
tações, o Decreto Municipal estabele-
ceu de 06 (seis) a 12 (doze) meses, 
sendo que, conforme seu art. 6.º, “após 
o término de cada ciclo experimental, 
competirá ao Comitê Gestor do ‘Pro-
grama Sandbox – Foz do Iguaçu’ enca-
minhar, aos órgãos e/ou entidades 
competentes, Relatório contendo os 
resultados colhidos, destacando even-
tuais necessidades de ajustes ou imple-
mentação de norma jurídica, sempre no 
intuito de fomentar o desenvolvimento, 
a execução, a operação e/ou a comer-
cialização de novas modalidades de 
produtos e de serviços, em observância 
ao estabelecido no inciso VI, do art. 3o, 
da Declaração Federal de Direitos de 
Liberdade Econômica. Sempre que se 
mostrar oportuno e conveniente, o 
Comitê Gestor poderá, de ofício ou 
mediante requerimento, renovar o ciclo 
de experimentação em ambiente 
Sandbox, fundamentando expressa-
mente as razões da renovação”.
O Comitê Gestor do Programa delibe-
rou, em suas reuniões iniciais, quanto às 
temáticas prioritárias para as experi-
mentações, tendo sido selecionadas as 
seguintes:
• soluções de iluminação pública inteli-
gente, compreendendo o emprego de 
dispositivos para gestão remota de 
luminárias (“telegestão”) e oferecimen-
to de utilidades públicas conexas às 
infraestruturas, como Wi-Fi Público 
(conforme ABNT NBR ISO 37122:2020, 
7.6; 7.7), na vertical “Segurança Pública” 
do Programa;
• soluções de reconhecimento facial em 
videomonitoramento de áreas e vias 
públicas (conforme ABNT NBR ISO 
37122:2020, 15.1), na vertical “Seguran-
ça Pública” do Programa;
Morador da Vila A, bairro enquadrado como Sandbox em Foz
do Iguaçu, confere as tecnologias instaladas no bairro enquanto 
aguarda no ponto de ônibus revitalizado
Case: Foz do Iguaçu/PR
para Cidades Inteligentespara Cidades Inteligentes
52
• soluções de reconhecimento de 
placas veiculares em videomonitora-
mento de áreas e vias públicass públi-
cas (conforme ABNT NBR ISO 
37122:2020, 15.1), na vertical “Seguran-
ça Pública” do Programa;
• soluções de semaforização inteligen-
te, adaptativa ao tráfego (conforme 
ABNT NBR ISO 37122:2020, 19.9), na 
vertical “Mobilidade Urbana” do Pro-
grama;
• soluções de pontos/abrigos de 
parada de ônibus inteligentes, na verti-
cal “Mobilidade Urbana” do Programa, 
bem como totens e painéis informati-
vos ao pedestre, além do emprego de 
tecnologias “QR Code” para acesso 
instantâneo a informações e canais de 
interação junto ao Poder Público e par-
ceiros;
Estão em operação, atualmente, 105 
(cento e cinco) luminárias com teleges-
tão, dessas, 75 possuem câmeras PTZ 
que permitem movimentação horizontal 
e vertical com Zoom de até 25x óptico, 
além disso, 5 delas também possuem 
pontos de acesso WiFi Público. Existem 
também mais 20 (vinte) pontos com 
câmeras PTZ em postes exclusivos, que 
foram posicionados em pontos estraté-
gicos da Vila A, além de cruzamentos 
semafóricos inteligentes. 
Segundo o diretor superintendente do 
Parque Tecnológico Itaipu Brasil, general 
Eduardo Garrido [4] , as mudanças pro-• soluções de monitoramento e gestão 
inteligente de consumo energético de 
edificações (conforme ABNT NBR ISO 
37122:2020, 7.8 e 8.1), nas verticais 
“Ambiental” e “Energia” do Programa; 
• aplicativo multifinalitário para as 
ações inteligentes (integradas ao muni-
cípio). 
Detalhe de cruzamento inteligente, em Foz do Iguaçu
Case: Foz do Iguaçu/PR
para Cidades Inteligentespara Cidades Inteligentes
53
• soluções de sensoriamento ambiental 
(qualidade do ar, meteorologia, medi-
ção de temperatura, medição de ruídos, 
entre outras funções) (conforme ABNT 
NBR ISO 37122:2020, 8.2 e outros), na 
vertical “Meio Ambiente” do Programa;
• soluções de monitoramento remoto 
de qualidade de água (conforme ABNT 
NBR ISO 37122:2020, 23.2; 23.3 e 
outros), com prioridade ao monitora-
mento no âmbito do Arroio Jupirá, na 
vertical “Meio Ambiente” do Programa;
[4] https://www.pti.org.br/pt-br/content/instala%C3%A7%C3%A3o-de-equipamentos-refor%C3%A7a-seguran%C3%A7a-de-quem
-anda-pelas-principais-avenidas-da-vila
• soluções de estacionamento público 
inteligente (conforme ABNT NBR ISO 
37122:2020, 19.7; 19.8), na vertical “Mo-
bilidade Urbana” do Programa;
movidas pelo projeto, além de possibilita-
rem a melhoria da qualidade de vida do 
cidadão, também contribuirão para o 
desenvolvimento econômico de Foz do 
Iguaçu. “Já vínhamos desenvolvendo algu-
mas tecnologias de Cidades Inteligentes 
dentro do PTI-BR e agora é o momento de 
testá-las em um ambiente urbano com 
todas as peculiaridades do seu dia a dia”, 
comenta Garrido. “A ideia da primeira 
etapa foi propiciar segurança com a insta-
lação das câmeras de videomonitoramen-
to e, também, a melhoria na iluminação 
pública. Agora, em um segundo momen-
to,lançamos o Smart Vitrine, um mecanis-
mo cujo objetivo é trazer para a cidade 
novas empresas interessadas em validar 
suas tecnologias e assim, consequente-
mente, contribuímos para a diversificação 
da economia local e a geração de novos 
empregos e renda”. 
Vejamos, a seguir, o caso de Petroli-
na/PE.
Case: Foz do Iguaçu/PR
para Cidades Inteligentespara Cidades Inteligentes
Smart Vitrine 
A partir do Programa Vila A Inteligente e 
com intuito de contribuir para a inovação, 
desenvolvimento urbano e econômico da 
cidade, surge o Smart Vitrine. Lançado em 
Junho de 2021, trata-se de uma oportuni-
dade para a experimentação em ambiente 
real, de forma técnica e controlada, à 
empresas interessadas em validar suas 
tecnologias em um ambiente vivo. 
O mecanismo é contínuo, com fases de 
entradas, onde empresas são seleciona-
das, avaliadas e têm a possibilidade de 
testarem suas tecnologias dentro do 
espaço Sandbox do Programa Vila A Inte-
ligente, por um período que varia entre 6 
e 12 meses. Durante este ciclo, as empre-
sas selecionadas contam com apoio técni-
co para implementação de sua solução 
neste ambiente, além de análise, validação 
técnica/tecnológica e estudos sobre o 
comportamento do usuário – o cidadão – 
diante das tecnologias testadas, bem 
como aprimoramento da modelagem de 
negócios. 
Além disso, o Smart Vitrine oferecerá a 
oportunidade para que empreendedores 
aproximem-se da iniciativa privada, 
gestão pública e investidores, por meio de 
comitivas que serão organizadas com o 
intuito do Sandbox Vila A constituir-se 
como um One Stop Shop na temática 
Cidades Inteligentes. 
Em um primeiro movimento, o Smart 
Vitrine dá vida ao Sandbox do Programa 
Vila A Inteligente. Fundamentado em três 
vertentes, busca-se através dele validar 
tecnologias, promover a visibilidade das 
soluções e fomentar novos negócios/ge-
rar conexões, proporcionando assim, a 
visualização de melhorias, replicação das 
soluções inovadoras em outras cidades e 
incentivo ao mercado de Smart Cities. 
Pensando em uma validação completa das 
soluções instaladas no ambiente, o meca-
nismo possui duas perspectivas: técnica, e 
o Índice de Sucesso do Usuário (ISU) para 
Cidades Inteligentes, objetivando a avalia-
ção de forma sistêmica sob os impactos 
gerados na sociedade, apontando o nível 
de benefícios; a relação entre usuário e 
tecnologia implantada; e um panorama 
sobre a satisfação, fidelidade e esforço de 
uso dessas soluções, proporcionando 
assim um entendimento por parte das 
empresas em relação ao seu produto ou 
serviço. 
Dessa forma, o Programa Vila A Inteligen-
te, por meio do Smart Vitrine, proporciona 
que empresas aprimorem seus modelos 
de negócios, bem como movimenta todo 
o ecossistema, gerando riqueza e renda, 
além de bem-estar e melhoria da qualida-
de de vida da população. 
Isso posiciona a cidade de Foz do Iguaçu 
na vanguarda nos processos ligados a 
Cidades Inteligentes, construindo um 
ambiente propício a troca de experiências, 
criação de capital intelectual, acesso a 
parceiros, visibilidade para investimentos 
e posicionamento de mercado. 
54
TESTAR VALIDAR CONECTAR
(soluções e
tecnologias)
(modelo de
negócios e
sucesso do
usuário)
(demandantes,
apoiadores,
interessados e
investidores) 
V.2.
CASE:
PETROLINA/PE
56
Em Petrolina, no Estado de Pernambu-
co, a regulamentação do Sandbox para 
Cidade Inteligente foi instituída pelo 
Decreto Municipal n.º 61, de 13 de 
Agosto de 2020, sendo a segunda 
cidade brasileira a colocar em prática o 
programa (atrás apenas de Foz do 
Iguaçu).
O ciclo experimental foi também estipu-
lado em 06 (seis) a 12 (doze) meses, 
sendo criado, para condução do San-
dbox, um Comitê Gestor composto por 
Secretários Municipais. Quanto à área 
de abrangência da caixa de areia, Petro-
lina decidiu estabelecer o bairro do 
Centro como primeiro local para as 
experimentações.
A primeira aplicação operacionalizada 
em Petrolina sob o Sandbox foi a sema-
forização inteligente. Contudo, por se 
tratar de movimento bastante recente, 
ainda não existem informações apro-
fundadas quanto a resultados e acha-
dos do ambiente.
Ponte que liga a cidade de Petrolina/PE a Juazeiro/BA
Case: Petrolina/PE
para Cidades Inteligentespara Cidades Inteligentes
45
Semaforização Inteligente sob testes no Sandbox de 
Petrolina/PE
V.3.
CASE:
DISTRITO
FEDERAL
Quanto ao Distrito Federal, último caso 
– por enquanto – de Sandbox urbano 
institucionalizado, teve-se em 17 de 
Agosto de 2020 a publicação da Lei 
Distrital n.º 6.653/20, que “autoriza a 
criação de Zonas de Desenvolvimento 
de Inovação e Tecnologia e dispõe 
sobre a liberdade de testes de inovação 
no Distrito Federal”.
O projeto, da deputada distrital Júlia 
Lucy (Novo) [5], ainda não passou pela 
regulamentação do Poder Executivo, 
tampouco há registros de experimenta-
ções iniciadas e/ou em curso. É de se 
destacar, entretanto, que consiste no 
primeiro Sandbox com características 
urbanas implementado via Lei.
No próximo Capítulo, entenderemos as 
nuances relativas ao formato de oficiali-
zação do programa – e como essa 
opção pode abrir ou fechar possibilida-
des na condução da caixa de areia.
Lei Distrital n.º 6.653/20
“Art. 1.º O Poder Executivo pode criar 
Zonas de Desenvolvimento de Inovação e 
Tecnologia, delimitando territorialmente 
áreas nas quais podem ser concedidas 
autorizações para o desenvolvimento 
experimental de novos materiais, produ-
tos, sistemas, dispositivos e serviços.
Art. 2.º As solicitações referidas no art. 1.º 
são encaminhadas ao órgão gestor do 
banco regulatório a ser definido pelo 
Poder Executivo que, após a devida análi-
se, deve manifestar-se sobre os testes 
solicitados e pode autorizar que a legisla-
ção infralegal regulada pelo Poder Execu-
tivo tenha sua eficácia limitada.
Brasília/DF
Case: Distrito Federal/DF
para Cidades Inteligentespara Cidades Inteligentes
58
09
[5] https://julialucy.com.br/2020/08/06/df-sera-a-primeira-unidade-da-federacao-a-adotar-o-sandbox-para-estimular-a-economia/
VI.
SANDBOX
EM 10 
PASSOS
SANDBOX EM 10 PASSOS
Autorização de
Soluções em
Ambientes Sandbox 05
Encerramento e
Encaminhamento
dos Achados 09
Certificação dos
Resultados da 
Experimentação10
Monitoramento e 
Avaliação da Solução 
Experimentada08

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