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Resumo Geral de Etologia Animal

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Etologia – Resumo Geral 
 
Universidade Federal Rural da Amazônia 
Discente: Ana Júlia Vieira da Silva Platilha 
 
Definição: é o estudo do comportamento animal. Segundo Darwin (1850), cada espécie possui um 
próprio repertório exclusivo em seus padrões de comportamento, do mesmo modo que possui 
especificidades anatômicas. 
Acredita-se que a melhor forma de estudar o comportamento de um animal seja no ambiente 
natural deste, pois podemos observar detalhes importantes do comportamento específico que só 
são possíveis quando o animal está livre em seu ambiente natural. 
Para Odum (1988), a etologia é uma ciência que interliga fisiologia, ecologia e psicologia. 
Um exemplo dessa interligação de conhecimentos é o canto do Pintassilgo (pássaro) que se torna 
mais forte na primavera. Temos diversos tipos de análises que explicam esse padrão 
comportamental, dentre elas: 
• Sobrevivência: o canto atrai parceiros para o acasalamento. 
• Biológico: o aumento da duração do dia na primavera faz com que haja mudanças na 
produção hormonal, ou na forma como o ar passa pela siringe (órgão do canto dos 
pássaros), provocando vibrações na membrana desta. 
• Social: é uma forma de comunicação aprendida com seus pais e/ou vizinhos. 
• Evolução: o canto complexo do Pintassilgo seria a evolução do canto de pássaros ancestrais, 
que seria mais simples. 
MAPA: conhecimento do comportamento animal e manejo racional a partir deste, formando 
estratégias para manter a produtividade e a qualidade do produto final junto ao bem-estar animal. 
O manejo inadequado, causando estresse e sofrimento desnecessário, afeta diretamente: 
• Cor, pH, consistência e tempo de prateleira da carne. 
• Rendimento da carcaça (hematomas e contusões). 
 
Conceitos em Etologia: 
Condição corporal: funcionamento biológico; 
Sentimentos: sensação e emoção; 
Naturalidade: vida natural – Telos 
 
Broom (1986) afirma que o bem-estar de um indivíduo seria o estado deste relacionado às suas 
tentativas de adaptação ao ambiente, e que quanto melhores as condições oferecidas pelo homem, 
mais fácil será sua adaptação. Sendo assim, conclui-se que bem-estar é algo inerente ao animal, 
sendo possível para o homem lhe oferecer condições de adaptação; mas jamais conseguirá lhe “dar 
bem-estar". 
Obs: a afirmação acima também é retificada por Fraser & Broom (1990) 
 
Rollim (1993) afirma que bem-estar não é apenas o controle da dor e/ou do sofrimento, mas 
também um controle da nutrição e realização do comportamento natural dos animais (telos). 
 
McGione (1993) define que um bem-estar pobre é quando os sistemas fisiológicos de um animal se 
encontram alterados ao ponto de prejudicarem sua sobrevivência e reprodução. 
 
Duncan (1993) diz que o bem-estar depende do que o animal sente. Os outros parâmetros (saúde, 
livre de estresse/dor, condição física...) são insuficientes. 
Broom & Johnson (1993) consideram tudo como questão de necessidade. Definem necessidade 
como um requisito/fundamento na biologia do animal para obter um recurso específico ou 
responder a um estímulo ambiental ou corporal específico. Caso essa necessidade não seja atendida, 
haverá um efeito fisiológico ou comportamental (relacionado à ausência de determinado recurso 
tem-se a falta de cuidado humano). O bem estar é dito pobre quando as necessidades não estão 
sendo atendidas, sendo estas fundamentais para a biologia do animal na resposta a um estímulo 
corporal e ambiental. 
 
Humik & Lehman (1995) conceituam a hierarquia das necessidades, considerando algumas 
necessidades mais importantes que outras 
1ª: Manter a vida (água, comida e sono) 
2ª: Manter a saúde (segurança de recursos/corpo/saúde) 
3ª: Manter o conforto (pessoas/autoestima) 
 
Convenção Europeia para a Produção (1976): “O proprietário e mantenedor dos animais tem o dever 
de levar em consideração (...) suas necessidades físicas e etológicas de acordo com a exigência 
adquirida e o conhecimento científico”. 
 
BEA: Avaliação do bem-estar animal. Esta mensuração é feita seguindo a quantificação das 5 
liberdades inerentes ao animal. 
 
 
Tannenbaum (1991) e Grecchi (1995) definem os conceitos gerais do BEA como boa qualidade de 
vida e bons aspectos referentes ao animal, como saúde, felicidade e longevidade. 
 
Hughes (1976) define este conceito como estado de completa saúde física e mental, com o animal 
em harmonia com o ambiente que o rodeia. 
 
Bromm (1986) define como a capacidade do animal de se adaptar ao seu ambiente. 
 
A jornalista e veterinária Ruth Harrison publicou o livro Animal Machines (1964), que expôs as 
péssimas condições as quais os animais eram submetidos. Dentre as denúncias foi revelado que: 
• As porcas não possuíam espaço nem para amamentar nos chiqueiros. 
• Os aviários estavam superlotados. 
• Bovinos estavam sofrendo métodos cruéis de abate. 
O livro mostrou aos britânicos o modo de criação dos animais que dariam origem aos alimentos em 
suas mesas. 
 
Comitê Brambel (1965): comitê assessor em bem-estar animal. 
 
Farm Animal Welfare Council (1979): consideraram que o conjunto de princípios sobre bem-estar 
animal, conhecido como “5 liberdades” deveriam regular as práticas agrícolas e outras atividades 
envolvendo a exploração animal. 
 
As 5 liberdades: 
• Livre de fome e sede; 
• Livre de desconforto físico; 
• Livre de dor, lesão e doenças; 
• Livre de medo e estresse; 
• Livre para expressar-se naturalmente; 
Livre de fome e sede permite que estejam saudáveis e fisicamente bem. 
Livre de desconforto físico permite que se sintam confortáveis conforme suas características e 
necessidades. 
Livre de dor, lesão e doenças permite que possuam a saúde protegida, seja por prevenção ou 
atendimento veterinário imediato quando preciso. 
Livre de medo e estresse permite não sofram psicológica e emocionalmente. 
Livre para expressar-se naturalmente permite que suas características e necessidades 
sociais/comportamentais sejam respeitadas. 
 
O que alguns autores dizem sobre senciência: 
Broom (2006) afirma que o ser senciente possui algumas habilidades, como avaliar as ações dos 
outros em relação a si mesmos ou a terceiros, lembrar de suas próprias ações e as consequências 
destas, avaliar riscos, ter alguns sentimentos e um grau de consciência. 
Webster (2011) ”Ou seja, sentimentos que importam ao indivíduo”. 
MendI & Paul (2004) “Consciência dos sentimentos = saber que algo é doloroso/prazeroso, mas que 
não deve ser confundido com autoconsciência, que seria o ‘eu sinto dor/prazer’”. 
Mellor et al. (2009) afirma que provavelmente todos os vertebrados, alguns invertebrados (ex: lulas 
e polvos) e alguns crustáceos são sencientes. 
 
3 Rs para experimentação em laboratórios: 
1. Redução (nº de animais utilizados) 
2. Substituição/Replacement (outros métodos de experimentos sem uso de animais) 
3. Refinamento (alterações de protocolos de experiências visando diminuir o sofrimento e a 
dor) 
4. Respeito (2009) (seres sencientes) 
 
Variação dos 3Rs – Qualquer ação deve ser: 
1. Fundamentada (Reasoned) 
2. Razoável 
3. Responsável 
4. Respeitosa 
Obs: Os 3Rs são utilizados pela União Europeia como base da formulação de legislações/regulação 
principalmente em respeito aos animais de produção, e diversos países utilizam a variação dos 3Rs 
para embasar os regulamentos dos animais de experimentação. 
 
Existem conflitos entre as cinco liberdades, principalmente em relação aos animais silvestres e ao 
fato de que o estresse é algo inevitável. 
Guyton & Hall (2002): Animais tem vários sistemas funcionais, que controlam os diferentes sua 
adaptação. 
Estes sistemas juntos permitem o controle do ser com o meio ambiente, mantendo variações dentro 
do tolerável para a sobrevivência - Broom (1991). 
Existem necessidades: 
1. Vitais (ex: água, alimento) 
2. Particulares (ex: galinha – banho de areia; porco - fuçar na lama), sendo estas 
comportamentais,e não fisiológicas 
Quando não houver necessidades imediatas e o BEA for adequado ao sistema de criação, o animal 
experimentará sentimentos positivos. 
Os sistemas de produção e suas restrições ao comportamento animal podem ser óbvias (gaiolas 
parideiras) ou não tão óbvias (cama) 
As cinco liberdades fornecem indicação inicial sobre o que deve ser avaliado e o que deve ser 
disponibilizado aos animais. Não há padrão mínimo, pois é extremamente difícil disponibilizar todas 
as liberdades de forma constante. 
Quantificação dos problemas: 
1. Severidade 
2. Duração 
3. Números afetados 
Fatores que incidem no BEA: 
1. Manejo – Industrial, intensivo, conservador, extensivo, humanista... 
2. Tratador – Empatia, conhecimento, capacidade de observação 
3. Ambiente – Clima, relevo, umidade, altitude, abrigo, cama, adaptação, alimento, 
enfermidades... 
4. Animal - Raça, idade e sexo compatíveis com o sistema 
5. Comportamento – Medo... 
6. Doença - Manqueira no gado de leite 
7. Desempenho da produção - Indicadores de ganho de peso 
8. Fisiologia - Frequência cardíaca, cortisol... 
David Mellow (1994) propôs um modelo, sem o “livre de”, onde há o domínio dos componentes 
físicos: 
• Nutrição 
• Comportamento 
• Ambiente 
• Saúde 
• Mental 
Broom (1993) afirma que o bem estar animal deve ser medido cientificamente. 
A OIE - Organização Mundial de Saúde Animal (2000) formou um compromisso internacional em 
Paris, com um consenso baseado em David Broom (1986) sobre o bem-estar animal, considerando a 
individualidade de cada animal. 
Farm Animal Welfare Council – FAWC (2009) - Analisou as fraquezas e fortalezas das cinco 
liberdades. 
 
O que deve ser mensurado para analisar o BEA? 
1. Indicadores fisiológicos/endócrinos 
2. Indicadores clínicos (dor, doença, injúrias...) 
3. Indicadores comportamentais (estereotipias, automutilação...) 
Estereotipia: sequência comportamental repetitiva, relativamente invariável, sem função aparente. 
Pode ser provocada por... 
1. Falta de controle sobre o ambiente 
2. Grande variação individual 
3. Alterações neuroquímicas no cérebro (dopamina, endorfinas e seus receptores) 
Automutilação: áreas com lesão local, pode ser provocada por falta de estímulos, falta de controle 
do ambiente e/ou falta de contato social. Pode envolver... 
1. Dor 
2. Lambedura 
3. Arrancamento de penas 
4. Ingerir objetos sólidos/madeira/solo/coprofagia 
Indicadores Fisiológicos: 
• Sistema nervoso – Central, Periférico e Autônomo 
• SNAS/Simpático – Catecolaminas (taquicardia, vasoconstrição periférica, contração do baço, 
taquipneia/relaxamento bronquial...) 
 Obs: hormônio 
adrenocorticotrófico (ACTH) 
• SNAP/Parassimpático – Controle do SNAS 
SNAP ---> ---> Nódulo sinusal ---> Redução do 
débito cardíaco/bradicardia 
Consequências: 
• Resposta SNA = medida aguda 
• Cronicidade = alteração patológica 
Mensurações: frequência cardíaca, frequência respiratória, pressão sanguínea, catecolaminas, 
cortisol (sangue, fezes, urina, saliva), lactato de desidrogenase. 
Fatores negativos da mensuração: invasividade, restrição e perturbação. 
Obs: a FC de ovinos aumenta de 45bpm (presença de pessoas estranhas) para acima de 79bpm 
(pessoa estranha acompanhada de um cão) - Baldock & Sibly (1990). 
Resposta ativa/aguda (taquicardia) e passiva/crônica (bradicardia) 
Cronicidade: 
• Taquicardia - Contenção repetida provoca arritmias em macacos, segundo Corley et al. 
(1973) 
• Bradicardia - Barulho e estímulos ameaçadores repetidos provocam arritmias em ratos, 
segundo Hofer (1970) 
Arritmias cardíacas são indicadores de alterações crônicas do BEA. 
 
 
 
 
 
 
Frequência respiratória: 
1. Avaliação do estado atual 
2. Observação fácil 
3. Intimamente ligada à FC 
4. Aumenta em cordeiros após corte de cauda e castração, segundo Mellor & Murray, (1989) 
Pressão sanguínea: 
 
• Aumento da PS em camundongos pela agressão, segundo Herry et al., 1975) 
• Aumento da PS em ratos pela imobilização diária, segundo Lamprecht et al., 1973) 
• Boa resposta para agressão crônica 
Catecolaminas: liberadas pela medula adrenal, sendo... 
• Adrenalina (Epinefrina): est. Psicológicos 
• Noradrenalina (Norepinefrina): est. Físicos 
Necessita de uma amostragem rápida. 
 
Sistema Neuroendócrino (SN): 
• Eixo hipotalâmico-hipófise-adrenal (HHA): maior mediador das respostas endócrinas; 
aumenta a mobilização das reservas de energia para reações físicas e medeia respostas 
para estresse, cortejo, atividade sexual e chegada de alimentos. 
• Hipófise Anterior (adeno) 
• Hipófise posterior (neuro) 
Obs: A cascata de HHA dá-se por “Hipotálamo ---> Glândula da Hipófise Anterior (ACTH) ---> Córtex 
adrenal (glicocorticóides) ---> Fígado 
HHA - Características: 
• Menos imediato que o SNS 
• Medidas de mudança agudas no BEA: 
1. Glicocorticóides aumentam no plasma entre 2 e 10 min. após a estimulação 
2. Dependendo da gravidade do estímulo, pode permanecer elevado durante horas 
Glicocorticóides (espécies dependentes): 
• Cortisol: humanos, macacos, suínos... 
• Corticosterona: ratos, camundongos e outros roedores; após confronto agressivo entre 
ratos ela aumenta no início, depois diminui (Vencedor) ou aumenta no início e permanece 
elevada (Perdedor) 
• Útil como medição direta e aguda 
 
Obs: pode ser realizada por meio de ELISA, RIA e Cromatografia. 
Hipófise Anterior: ACTH - Hormônios reprodutivos (prolactina, HL, FSH) 
Hipófise Posterior: Ocitocina – aumenta de 5x a 10x durante imobilização (ratos); diminui por 30 
min. durante confinamento ou barulhos (macacos) 
Outras formas de medição: 
1. Temperatura corporal – Aumento (ratos) ou diminuição (musaranhos vencidos por 
disputas) 
2. Níveis de opioides (β endorfinas) - Aumento no plasma de cordeiros durante 
procedimentos e em porcas confinadas 
3. Patologia em órgãos - Alteração crônica; a maioria são achados post-mortem e incluem: 
Hipertrofia da adrenal, lesões renais, lesões do miocárdio e aterosclerose 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conhecida como Lei Arouca, a legislação criou o Conselho Nacional de Controle de Experimentação 
Animal (Concea), que passou a ser responsável por credenciar instituições para criação e utilização 
de animais destinados a fins científicos e estabelecer normas para o uso e cuidado dos animais.

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