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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - UFMG ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA LABORATÓRIO DE TÉRMICA Código: EMA-103 PRATICA DE ALETAS (Superfícies Estendidas) Prof. Paulo Cesar da Costa Pinheiro 1. INTRODUÇÃO Aletas são superfícies que estendem a partir da superfície de um objeto, de modo a aumentar a taxa de transmissão de calor para o ambiente (ou vice-versa) através do aumento da convecção. Aumentando a área de transmissão de calor, aumentando o coeficiente de transmissão de calor por convecção ou aumentando a diferença de temperatura entre o objeto e o ambiente, aumenta-se a quantidade de calor transferido. Adicionando uma aleta a um objeto, aumenta-se a área superficial e pode ser uma solução econômica para os problemas de transmissão de calor. As aletas são utilizadas para aumentar a transmissão de calor por convecção e possuem uma grande variedade de aplicações de engenharia: transformadores, motores de combustão interna, compressores, motores elétricos, trocadores de calor, etc. A seleção da geometria adequada da aleta é encontrada através de uma análise das características de transmissão de calor, custo, peso, perda de carga e espaço disponível. 2. EQUAÇÃO DA TRANSMISSÃO DE CALOR EM ALETAS Para analisar da transmissão de calor em uma aleta, são necessárias algumas considerações: 1. Regime permanente. 2. Propriedades do material constantes (independentes da temperatura). 3. Não existe geração interna de energia. 4. Condução de calor unidimensional. 5. Área transversal uniforme. 6. Convecção térmica uniforme ao longo da superfície da aleta. Figura 1. Tipos de Aletas Utilizando estas simplificações, o balanço de energia para uma seção diferencial da aleta: qx = qx + dx + dqconv qx = - k Ac (dT/dx) onde Ac é a área da seção transversal do elemento diferencial. A taxa de condução de calor na seção x+dx: qx + dx = qx - k Ac (dT/dx) - k d/dx (Ac (dT/dx))dx A transmissão de calor por convecção dqconv é dada por: dqconv = hc dAs (T - T∞) onde dAs = dx.P é a área superficial do elemento diferencial. Substituindo obtem-se a equação geral da transmissão de calor em aletas: Para simplificar a equação, aplica-se certas condições de contorno: Considerando que a área transversal é constante, onde P é o perímetro: dAs/dx = P Cuja solução é: onde m2 = (h.P/k.Ac), e C1 e C2 são as constantes de integração. Os valores das constantes de integração podem ser determinados a partir das condições de contorno: 1ª) A temperatura da base da aleta é igual à temperatura da superfície na qual ela está instalada T(x = 0) = Tb 2ª) Considerando que a aleta de comprimento finito L que possui a sua extremidade (ponta) completamente isolada (adiabática). Assim em x=L tem-se dq/dx = 0: mL x) - m(L = T - Tb T - Tx cosh cosh ∞ ∞ Figura 2. Balanço Térmico da Aleta. )T - (Tx dx dAs k hc Ac 1 - dx dT dx dAc Ac 1 = dx d 2 2 ∞⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ )T - (Tx Ac k P hc = dx Td 2 2 ∞ e C + e C = T - Tx -m.x2m.x1∞ C + C = e C + e C = T - Tb 21-m.02m.01∞ e + 1 T- Tb = C e e + 1 T - Tb = C 2.m.L-22.m.L1 ∞∞ O calor transmitido pela aleta é: No desenvolvimento da equação acima foi considerado somente condução unidimensional, o que é válido para aletas delgadas. Na maioria das aletas de interesse prático, esta consideração produz um erro inferior a 1%. Em geral a precisão do cálculo das aletas é influenciada pela incerteza no coeficiente de transmissão de calor por convecção hc. Além disto, o coeficiente de transmissão de calor raramente é uniforme como foi admitido no modelo. A solução da equação é apresentada na figura 3 [Lienhard]. Algumas conclusões podem ser obtidas desta solução: 1º) Não é necessário uma aleta com comprimento maior que 3.m. 2º) Se o comprimento da aleta for inferior a 3.m, a suposição de não haver transmissão de calor na extremidade não é apropriada. Assim, para aletas muito curtas, a equação deduzida acima não produz uma boa estimativa. Figura 3. Distribuição da temperatura, temperatura ponta, e fluxo de calor em uma aleta unidimensional com a ponta isolada [Lienhard]. O caso de aletas de comprimento finito com perda de calor pela extremidade pode ser aproximado utilizando as equações de ponta isolada e corrigindo o comprimento da metade da espessura Lc = L + t/2 [Haper e Brown]. O erro desta aproximação é menor que 8% quando: mL P.hc.k.Ac )T - (Tb = dx dT Ac k - = qaleta tanh∞ 2 1 2k t h ≤ 3. DESEMPENHO DA ALETA O desempenho da aleta pode ser apresentado de 3 formas: 1) Eficiência (rendimento) da Aleta: Razão entre o calor real transmitido pela aleta e o calor transmitido se toda aleta estivesse à temperatura da base: A eficiência de uma aleta em forma de pino circular, de diâmetro D e comprimento L, com extremidade isolada é: Deve-se notar que e eficiência é máxima para L = 0 (sem aleta). Assim, não se deve otimizar a eficiência da aleta em relação ao comprimento, mas pode-se otimizar a aleta em relação ao material (massa, volume, custo). 2) Efetividade da Aleta: Razão entre o calor transmitido pela aleta e calor transmitido pelo objeto se ele não possuísse aletas: onde Ac,b é a área da seção transversal da aleta na base. No caso de aleta finita com ponta isolada: Se o coeficiente de transmissão de calor por convecção for alto (líquidos a alta velocidade ou ebulição) a instalação de aletas pode diminuir a transmissão de calor devido à resistência de condução. 3) Eficiência Global de um conjunto de aletas: onde At é a área superficial total das aletas, qt a soma do calor transferido em todas as aletas. BIBLIOGRAFIA INCROPERA, Frank; DeWITT, David P., BERGMAN, Theodore L., LAVINE, Adrienne S. (2007). Fundamentals of Heat and Mass Transfer, 6th Ed, New York: John Wiley & Sons, 2-168. ISBN 0-471-45728-0. LIENHAD IV, John H.; LIENHAD V, John H. A Heat Transfer Textbook. Prentice Hall; 2nd edition, 1987, 716p. )T - (Tb A hc q = q q= s aleta ideal real aleta ∞η hc/(k.D)L 4 hc/(k.D)L 4 = 2 2 aleta tanhη )T - (Tb A hc q = aleta semq aleta com q = eff bc, aleta aleta ∞ P k Ac hc mL tgh = aleta semq aleta com q = eff aleta )T - (Tb hc.At q = t0 ∞η
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