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O Discipulo do Espírito Santo

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INTRODUCAO
 
“Aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele
andou.”
1 João 2.6
A Bíblia está repleta de exemplos de homens e mulheres que foram usados por
Deus:
“Os quais, por meio da fé, subjugaram reinos, praticaram a justiça, obtiveram
promessas, fecharam bocas de leões, extinguiram a violência do fogo,
escaparam ao fio da espada, da fraqueza tiraram força, fizeram-se poderosos
em guerra, puseram em fuga exércitos de estrangeiros. Mulheres receberam,
pela ressurreição, os seus mortos. Alguns foram torturados.”
Hebreus 11.33-35
“E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e
nas orações. Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram
feitos por intermédio dos apóstolos. Todos os que creram estavam juntos e
tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o
produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade. Diariamente
perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as
suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e
contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o
Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.”
Atos 2.42-47
Creio que, enquanto o cristão estiver envolvido com as coisas materiais, ou
seja, acalentar um mínimo de objetivo pessoal, um sonho, uma aspiração, que
não seja a de apenas servir ao Senhor, jamais será um vaso exclusivo do
Espírito Santo.
O verdadeiro servo de Deus precisa ter em mente que sua vida não tem mais
sentido para si; que seu casamento e seu futuro estão totalmente
comprometidos com Deus. Portanto, todos os seus projetos pessoais ficam
definitivamente cancelados em favor da causa do seu Senhor. A partir daí, o
Espírito do Senhor Jesus passa a ter o direito de usá-lo no Seu serviço.
Agora podemos entender por que havia mais milagres e maravilhas no passado
do que no presente! A razão é muito simples: naquela época, os convertidos ao
Senhor Jesus tinham o coração vazio de desejos e aspirações materiais,
porém, completamente cheios de vontade de servir a Deus como vasos do
Espírito Santo.
Os primeiros cristãos não tinham a preocupação, por exemplo, de agradar a
família com uma casa melhor, com automóveis ou qualquer outra coisa;
estavam cem por cento imersos no desejo de agradar a Deus sobre todas as
coisas! Não amavam o mundo e muito menos as coisas que há nele. Por causa
disso, então, o Espírito de Deus podia falar-lhes claramente ao coração o que
deveriam ou não fazer. Eles tinham a direção do Espírito, não apenas em uma
parte do dia, ou quando estavam em oração na igreja, ou lendo a Bíblia, não!
Na verdade, o Espírito Santo tinha posse deles, cada segundo, minuto, hora,
mês, dia, ano, ou seja, o tempo todo!
A vida deles era usada por Deus. O desprendimento pelas coisas materiais era
de tal ordem que não
dava oportunidade para que o diabo gerasse neles sentimentos de inveja ou
ciúme. Em cada alma havia temor! Todos os que creram estavam juntos, e
tinham tudo em comum.
Assim, o Espírito Santo estava livre para agir por meio deles, por onde quer
que fossem, porque havia um só coração, um só Senhor, um só amor!
Certamente, a vida deles manifestava o fruto do Espírito, e, como conseqüên​​-
cia disso, os dons do mesmo Espírito agia neles (Atos 4.32-37)! Que
maravilha! Jesus habitou no coração daqueles homens, por intermédio do
Espírito Santo, como verdadeiro Senhor! Aleluia! Isso é que é ser cheio do
Espírito!
Os homens do passado eram sensíveis à voz do Espírito Santo, tinham ouvido
para ouvir o que deveriam fazer e não havia dúvidas quanto à vontade de
Deus, porque estavam totalmente entregues: corpo, alma e espírito em
harmonia com Aquele que os havia liberto do império da morte. De maneira
que, para eles, não havia importância nas coisas visíveis, mas nas invisíveis,
que são eternas.
 É muito comum entre os cristãos atuais a dúvida se devem ou não fazer isto ou
aquilo; há sempre um certo receio de que, ao realizar algo, não satisfaçam a
vontade de Deus; até mesmo nos planos secundários da vida: se o rapaz ou a
moça é realmente da vontade de Deus para ser marido ou esposa de alguém; se
a compra daquela casa ou do automóvel é a vontade do Pai, enfim, há uma
multiplicidade de dúvidas se aquilo que se deseja está de acordo com o que o
Senhor quer para a vida deles. Mas, para os primeiros discípulos, isso não era
problema, porque nada era mais importante para eles do que se envolverem
completamente com coisas estritamente espirituais; a preocupação deles era
agradar a Deus. “E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de
suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades.” (Filipenses
4.19).
Quando todos nós, bispos, pastores, auxiliares e obreiros, captarmos esse
espírito da primeira igreja cristã, então, nossa fé será mais transparente, e,
assim, teremos a mais absoluta certeza de que ressuscitaremos os mortos de
todas as nações, com a mensagem viva de um Deus Vivo. Todos saberão que o
nosso Deus é o Único, e, dessa maneira, com ou sem programas na televisão,
rádio, jornais, revistas, e Internet, revolucionaremos o mundo; “arrasaremos”
as trincheiras do inferno e arrancaremos aqueles que ainda estão presos nas
garras de Satanás, porque não teremos nada que macule nossa fé pura, a fim de
manifestarmos a glória do Senhor Deus!
Creio que, se os filhos de Deus tivessem a mesma coragem e audácia que os
do diabo, a Igreja de nosso Senhor seria bem diferente do que é!
Esses filhos do mal têm tido mais coragem para assumir atitudes do que a
maioria dos filhos de Deus! E por que a coragem dos filhos de Deus é tímida?
Porque há dúvidas. E por que há dúvidas? Porque os cristãos, geralmente,
estão mais envolvidos com as coisas materiais do que com as espirituais. As
questões do mundo sempre produzem dúvidas, confusões, dissensões,
disputas, ódios, invejas, cobiças e tudo o mais de que o diabo gosta!
Quando nos envolvemos com as coisas espirituais de Deus, há fé, coragem,
ânimo, amor e tudo o mais que o Espírito Santo deseja em nós para que Ele Se
manifeste!
Em uma ocasião, antes de uma grande batalha, o Senhor mandou que Gideão
apregoasse aos ouvidos do povo de Israel, dizendo: “Quem for tímido e
medroso, volte e retire-se da região montanhosa.” (Juízes 7.3).
Deus jamais escolheu tímidos ou medrosos para fazer a Sua vontade, isto
porque ela exige coragem,
ânimo, e audácia; o Seu trabalho sempre é feito numa “região montanhosa”, de
difícil acesso. Todavia, Ele atende às necessidades daqueles que Lhe servem,
não apenas com o poder do Seu santo nome, Seu santo Espírito e Sua santa
promessa, mas com tudo o que precisamos para nos manter de pé!
Considerando o que foi dito, a seguir, descreveremos e analisaremos os
detalhes do perfil do verdadeiro discípulo do Espírito Santo.
 
SER BATIZADO COM O ESPIRITO SANTO
 
O batismo com o Espírito Santo é a condição básica para qualquer pessoa se
candidatar ao serviço de Deus. Se o próprio Filho de Deus teve que recebê-Lo
antes de iniciar Seu ministério, além de todos os Seus apóstolos e demais
discípulos, então, há de se crer que existe uma imperiosa necessidade desse
batismo para o preparo do servo de Deus.
Se uma pessoa quer ser usada pelo Espírito de Deus, é preciso que tenha uma
experiência com Ele; é necessário saber como e quando o Senhor fala ou
inspira; quando Ele está conduzindo a sua vida; saber reconhecer a Sua voz,
enfim, ter intimidade com o Pai Celeste. É o mesmo caso de quando uma
pessoa se predispõe a trabalhar para alguém. Antes de começar, tem que
conhecer aquele para quem trabalhará; depois, qual será o serviço e a carga
horária. Em seguida, quanto ganhará. Ora, nesse caso, tudo dependerá de uma
conversa franca e aberta entre o patrão e o empregado.
É mais ou menos assim que tem que acontecer entre o candidato a servo e o
Espírito Santo. E isso tudo acontece apenas quando há o batismo. Não basta o
candidato ter informações teóri​cas a respeito do Espírito Santo. Se realmente
não houver uma experiência pessoal, oque a Bíblia chama de “batismo com
Espírito Santo”, de nada adiantarão todos os esforços para servir a Deus.
Conforme relato de João, o Senhor Jesus mostrou aos Seus discípulos a grande
necessidade de serem batizados com o Espírito Santo, logo após a Sua
ressurreição, quando lhes apareceu:
“Ao cair da tarde daquele dia, o primeiro da semana, trancadas as portas
da casa onde estavam os discípulos com medo dos judeus, veio Jesus,
pôs-se no meio e disse-lhes: Paz seja convosco! E, dizendo isto, lhes
mostrou as mãos e o lado. Alegraram-se, portanto, os discípulos ao verem
o Senhor. Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco! Assim
como o Pai me enviou, eu também vos envio. E, havendo dito isto, soprou
sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo.”
João 20.19-22
Com esta descrição, verificamos que o Senhor soprou o Espírito Santo sobre
os discípulos, logo após tê-los enviado. O Senhor Jesus sabia que eles tinham
a necessidade da unção do Espírito, para terem capacidade de fazer a Sua
vontade.
O batismo com o Espírito Santo não é simplesmente uma emoção ou sensação
de bem-estar, mas uma experiência individual entre a pessoa e Deus; quando o
próprio Senhor Jesus a imerge no Espírito, como se fosse nas águas batismais,
e sela assim a Sua aliança com ela. É uma unção ou um revestimento de poder,
dado apenas àqueles que realmente pertencem ao Senhor Jesus e têm um
chamado para servi-Lo com todas as forças e de todo o coração.
 
A OBRA DO ESPIRITO SANTO
 
O Espírito Santo é o “diretor-geral” de toda a obra de Deus. Ninguém, por
mais que seja consagrado ou abençoado, pode se considerar o dono da Igreja
do Senhor Jesus Cristo. Ele mesmo incumbiu o Seu Espírito para dirigir a Sua
Igreja, ao dizer:
“Quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a
verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver
ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir. Ele me glori​ficará,
porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar.”
João 16.13,14
Portanto, o Espírito do Senhor Jesus é o Responsável direto pela Sua Igreja, e
Ele usa aqueles cujo coração é totalmente d’Ele e se submetem à Sua vontade,
não à base da força ou da violência, mas no profundo amor e respeito à Sua
Palavra.
a) Convicção
O Senhor Jesus revelou com respeito ao Espírito Santo: “Quando ele vier,
convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo.” (João 16.8).
A partir do momento em que a pessoa é batizada com o Espírito Santo, adquire
uma sensibilidade mais apurada à voz de Deus e pode perceber facilmente
quando está em um caminho errado ou em pecado. Isto não significa que o
Espírito de Deus irá obrigá-la a se desviar desse caminho pecaminoso, mas
com certeza a convencerá do seu pecado; e somente ela decidirá o que fazer.
Caso reconheça o seu pecado e o confesse a Deus, em nome do Senhor Jesus,
então, o Espírito Santo a convence também de que foi perdoada.
b) Regeneração e renovação
“Quando, porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o
seu amor para com todos, não por obras de justiça praticadas por nós, mas
segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e
renovador do Espírito Santo.”
Tito 3.4,5
Todos os que foram selados com o Espírito Santo e caíram têm pelo menos
uma chance de serem
regenerados e renovados para os propósitos divinos.
c) Habitação
Jesus garantiu-nos: “O Espírito da verdade, que o mundo não pode receber,
porque não no vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita
convosco e estará em vós.” (João 14.17).
O apóstolo Paulo disse: “Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito,
se, de fato, o Espírito de Deus habita em vós. E, se alguém não tem o
Espírito de Cristo, esse tal não é dele.” (Romanos 8.9).
Creio que somente a pessoa batizada com o Espírito Santo tem a mais absoluta
certeza de que o Espírito de Deus habita dentro dela. Isto é verificado
claramente quando a pessoa está em comunhão com aqueles que também foram
batizados. Quando o assunto gira em torno de coisas espirituais, há profunda
alegria e convicção da presença de Deus.
d) Revestimento de poder
“Recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas
testemunhas tanto em
Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.”
Atos 1.8
O batismo com o Espírito Santo é o selo do poder, o revestimento de
condições especiais não apenas para testemunhar, mas para dar vida àqueles
que estão mortos espiritualmente.
Para que testemunhemos a respeito da ressurreição de Jesus, é preciso termos
um relacionamento profundo com o Seu Espírito, para que Ele use nossa língua
para falar como Jesus e use o nosso ser para agir como Jesus agiu.
Em outras palavras: o Espírito Santo em nós faz-nos ser como o Senhor Jesus
era, de tal maneira que aqueles com quem falamos sentem o mesmo que as
pessoas sentiam, quando o Senhor Jesus lhes falava pessoalmente! Isto é
revestimento de poder!
e) Santificação
A palavra santificação significa separação. Quando somos selados com o
Espírito de Deus, tornamo-nos automaticamente separados deste mundo, para
Deus, ou seja, deixamos de pertencer a este mundo para pertencermos
exclusivamente Àquele que nos chamou.
O Espírito Santo nos conduz a ter comunhão apenas com aqueles que também
Lhe pertencem, e então se cumpre a mensagem do texto que diz:
“Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se
detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.
Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de
noite. Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido
tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será
bem sucedido.”
Salmos 1.1-3
f) Direção
Quando a pessoa é revestida da graça do Espírito Santo, tem a Sua direção
para toda a verdade, como o Senhor Jesus prometeu: “Quando vier, porém, o
Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade.” (João 16.13).
E tem a certeza de ser filha de Deus: “Pois todos os que são guiados pelo
Espírito de Deus são filhos de Deus.” (Romanos 8.14).
 
DAR PROVAS DO BATISMO ATRAVES DOS
FRUTOS
 
Muitas pessoas sinceras têm se enganado totalmente com respeito ao batismo
com o Espírito Santo. Pensam que por terem sido curadas, libertas ou
agraciadas com algum milagre, ou que, se pela sua oração alguém alcançou a
graça, isso é suficiente para garantirem que foram seladas por Deus.
Há outras que são ainda mais enganadas: as​ que têm falado em línguas
estranhas. Ora, sabemos que nem todos os que falam em línguas foram
batizados com o Espírito Santo, mas todos os que são batizados com o
Espírito Santo falam em línguas estranhas.​ Por quê? A verdade é que o diabo
sempre procurou​ imitar as coisas de Deus, e o falar em outras​ línguas é muito
fácil para ele. Daí, muitas pessoas que por alguma razão não foram libertas
ainda do poder das trevas são iludidas pelos espíritos enganadores que as têm
feito pensar que suas línguas estranhas são de Deus. Mas, então, como
saberemos se nossa língua estranha é do Senhor ou do diabo? É muito simples:
basta examinarmos os frutos da nossa vida, pois são eles que determinam se a
árvore é boa ou ruim!
Quando a pessoa é batizada com Espírito Santo, manifesta seu fruto: “Mas o
fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade,
bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio.” (Gálatas 5.22,23).
Se, contudo, ela examina a si mesma e constata que essas qualidades faltam ao
seu caráter, então, terá a certeza de que o espírito que nela habita não é o de
Deus!
É claro que o indivíduo que foi batizado com o Espírito Santo, às vezes,
devido às circunstâncias, pode se aborrecer ou irritar-se. Isso, porém, não
deve ser uma constante, como tem acontecido com muitas pessoas que se
dizem batizadas e que falam em línguas, mas que o semblante está sempre
caído e triste; aborrecem-se com as mínimas coisas; são temperamentais,
enfim, dão péssimo testemunho da fé cristã.
Ora, o próprio Espírito de Deus emnós não permite que a tristeza seja
permanente, porque Ele
se incumbe de consolar e confortar, fazendo-nos superar os momentos difíceis.
Uma vez batizada com o Espírito Santo, a pessoa produz frutos de
arrependimento, é pacífica e cheia de amor, especialmente para com aqueles
que ainda não conhecem Jesus como Senhor e Salvador. Ela deixa fluir
naturalmente do seu interior o caráter de Deus.
 
PRATICAR A PALAVRA DE DEUS
 
O Senhor Jesus disse:
“Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será
comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha; e caiu
a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto
contra aquela casa, que não caiu, porque fora edificada sobre a rocha. E todo
aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica será comparado a um
homem insensato que edificou a sua casa sobre a areia; e caiu a chuva,
transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com
ímpeto contra aquela casa, e ela desabou, sendo grande a sua ruína.”
Mateus 7.24-27
A verdadeira sabedoria não está em conhecer toda a Bíblia, mas em praticar
aquilo que se sabe d’Ela!
As igrejas cristãs estão repletas de pessoas com conhecimento da Bíblia
Sagrada, entretanto, vazias
da sua prática. Ao que tudo indica, acreditam que o fato de saberem das coisas
de Deus é suficiente para livrá-las no dia mau. Se isso fosse verdade, o rei
Salomão, por exemplo, que foi o homem que mais recebeu sabedoria de Deus,
não cairia na desgraça da idolatria, arrastando o próprio povo de Israel​ com
ele!
A prática da Palavra de Deus basicamente consiste em três atitudes:
• Integridade
• Temor do Senhor
• Desvio do mal
Essas qualidades retratam o caráter perfeito do discípulo do Espírito Santo,
conforme o próprio louvor de Deus a Jó, diante de Satanás, quando Ele disse:
“Observaste o meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele,
homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desvia do mal.” (Jó 1.8).
Deus honrou Jó, não por aquilo que fazia, mas pelo que ele era; por seu caráter
e sua conduta. É muito importante examinarmos nossa vida em relação a Deus,
isto é, verificarmos se o que fazemos é mais importante do que o que somos
para com o Senhor! Quando um pai olha para o filho, o que vê primeiro: o que
ele faz ou o que representa para o pai? É claro, o que ele representa para o pai
é muito mais importante do que tudo! Assim, também é Deus! Quando nos vê,
primeiro, vê o Seu filho redimido e, depois, o que esse filho tem realizado.
Em outras palavras: para Deus o mais importante é o nosso caráter e, depois,
o trabalho ou os frutos deste caráter.
a) Integridade
A integridade revela uma conduta exemplar diante da sociedade em que
vivemos. É um testemunho de vida que faz as demais pessoas glorificarem a
Deus.
Quando um jovem está com boas notas na escola, imediatamente, procura-se
saber a sua origem ou quem são seus pais; há interesse em saber mais a seu
respeito e há admiração pela sua inteligência. Da mesma forma acontece,
quando a pessoa tem uma conduta íntegra diante das outras: há admiração e
simpatia para com ela, e nisso Deus é glorificado.
A Bíblia narra que os novos convertidos “diariamente perseveravam
unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas
refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando
com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor,
dia a dia, os que iam sendo salvos.” (Atos 2.46,47).
Na verdade, os novos convertidos tiveram uma tamanha transformação de
conduta, que todo o povo que os conhecia simpatizou-se com eles de maneira
que havia mais conversões em razão disso.
Alguns cristãos, completamente absorvidos em pregar o Evangelho do Senhor​-
Jesus, esquecem-se de que a maior pregação é o testemunho de vida que dão
para os demais.
Muitas vezes, o mundo não tem ouvidos para as coisas de Deus, mas está
atento às nossas atitudes,
torcendo para descobrir algo de errado para nos acusar. Portanto, o nosso
testemunho, mostrando a nossa integridade é mais importante do que toda e
qualquer mensagem que preguemos!
O discípulo do Espírito Santo deve se preocupar primeiro com o seu caráter
íntegro e reto, e, depois, procurar transmitir a Palavra de Deus, até porque,
quando o caráter do suposto cristão não é conveniente, sua mensagem consiste
apenas em letra e, como diz o apóstolo Paulo, Deus “nos habilitou para
sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; porque
a letra mata, mas o espírito vivifica.” (2 Coríntios 3.6).
Podemos ressaltar a conduta íntegra, citando o fruto do Espírito Santo, que
significa justamente um
conjunto de procedimentos em relação aos semelhantes. Em contrapartida,
também é possível falar de uma conduta não íntegra, se pensarmos nas obras
da carne, que são as seguintes (ver Gálatas 5.19-21):
• Prostituição – Comércio habitual ou profissional do amor sexual.
• Impureza– Aquilo que misturado com uma substância a polui ou adultera.
Prática de ações
contrárias à Palavra de Deus.
• Lascívia– Incontinência sexual, luxúria, sensualidade, libidinagem.
• Idolatria– Adoração de ídolos. Os ídolos podem ser imagens, pessoas,
objetos de desejo ou qualquer coisa diante da qual a pessoa se dobre com
amor, afeição ou paixão exagerada.
• Feitiçarias – Emprego de feitiços, encantamentos, sortilégios, magia, etc.,
com a finalidade de adquirir vantagens ou poderes sobrenaturais.
• Inimizades–Falta de amizade; aversão, malquerença.
• Porfias –Discussões ou contendas de palavras, polêmicas, teimosia,
obstinação.
• Ciúmes –Desejo de posse da pessoa ou objeto amado, suspeita de
infidelidade, despeito invejoso, rivalidade.
• Iras – Cólera, raiva, indignação, desejo de vingança.
• Discórdias– Desentendimento, desarmonia, desinteli​gên​cia, desavença,
desordem.
• Dissenções– Divergências de opiniões ou de interesses, desavenças.
• Facções– Divergências ou dissidências. Formação de grupo ou grupos
divergentes em relação a uma causa.
• Invejas – Desgosto ou pesar pelo bem ou felicidade de outrem.
• Bebedices– Vício ou costume de embriaguez; prazer exagerado em ingerir
bebidas alcoólicas;
participação em grupos com a finalidade de beber.
• Glutonarias– Vontade incontrolável de comer; fazer da comida objeto de
desejo e prazer.
“E coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já,
outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas
praticam.”
Gálatas 5.21
Que atitudes poderíamos acrescentar nesta lista que seguramente são idênticas
a estas?
“Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo,
porque somos membros uns dos outros. Irai-vos e não pequeis; não se ponha o
sol sobre a vossa ira, nem deis lugar ao diabo. Aquele que furtava não furte
mais; antes, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que
tenha com que acudir ao necessitado. Não saia da vossa boca nenhuma palavra
torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a
necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem. E não entristeçais o
Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção. Longe de vós,
toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda
malícia. Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos,
perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou.”
Efésios 4.25-32
b) Temor do Senhor
Se a integridade, como qualidade de caráter, diz respeito à ligação com outras
pessoas, o temor do
Senhor refere-se exclusivamente a um relacionamento com Deus. Tudo o que a
pessoa deve ser para agradar a Deus está no seu temor para com Ele.
O temor em questão não significa medo! Deus, certamente, não deseja que
Seus filhos tenham pavor d’Ele, pois Ele não é alguém que possa causar tal
sentimento, muito pelo contrário, Deus é amor. É como a Sua Palavra afirma:
“No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo.” (1
João 4.18).
O temor do Senhor significa respeito profundo por tudo o que se refere às
coisasde Deus. Quando isto acontece no coração, a pessoa vive em função do
seu relacionamento com o Pai.
 Essa qualidade de caráter é altamente espiritual e somente aqueles que têm
uma comunhão profunda com Deus, que tiveram efetivamente uma experiência
real com Ele e que têm o Seu Santo Espírito, são os que O temem de fato e de
verdade, pois o Espírito Santo efetua esse temor no coração dos Seus servos,
e quem o tem no coração jamais vive em pecado.
O temor do Senhor é de tal forma importante, que o salmista afirmou: “O
temor do SENHOR é o princípio da sabedoria.” (Salmos 111.10).
E Jó ressaltou: “Eis que o temor do Senhor é a sabedoria.” (Jó 28.28).
O discípulo do Espírito Santo deve possuir o temor de Deus para que seja
usado como um vaso de bênção em Suas mãos. Esse respeito é o que o
impedirá de cair em tentação e se acovardar para o pecado contra Deus.
“O temor do SENHOR é fonte de vida para evitar os laços da morte.”
Provérbios 14.27
“O temor do SENHOR conduz à vida; aquele que o tem ficará satisfeito, e mal
nenhum o visitará.”
Provérbios 19.23
“O galardão da humildade e o temor do SENHOR são riquezas, e honra, e
vida.”
Provérbios 22.4
c) Desvio do mal
O desvio do mal diz respeito exclusivamente à própria pessoa. Não basta que
haja cuidado em função dos demais e de Deus, é preciso que a pessoa fique
cercada definitivamente por todos os lados, a fim de que não deixe brecha
para o diabo trabalhar em sua vida.
 Somente quando ela possui essas três qualidades no seu caráter é que fica
imune a todo e qualquer
ataque satânico.
O discípulo do Espírito Santo deve se precaver contra o mal, desviando-se
dele. Um exemplo simples disso é quando em uma família existe apenas um
membro convertido. Normalmente, quando todos se juntam para celebrar
alguma festa, por exemplo, o assunto em pauta acaba focalizando aquele servo
de Deus. E, então, o diabo, ao usar “tais” familiares, instiga críticas à fé
daquela pessoa com perguntas maliciosas. Ora, é quase certo que a pessoa
procurará se defender e é exatamente aí que se compromete ainda mais.
Para não passar por determinadas situações, o cristão deve evitar ao máximo
estar no meio dos escarnecedores. O desvio do mal significa evitar estar em
comunhão com aqueles que não têm a mesma
fé cristã, o mesmo Espírito, o mesmo zelo pelas coisas de Deus ou a mesma
paixão pelas almas perdidas.
Por isso, Jó foi honrado por Deus: ele tinha o seu ser absolutamente inviolável
pela força do seu caráter e o mal não podia tocá-lo. A razão pela qual Deus
permitiu que Satanás matasse todos os seus filhos e servos, destruísse todos os
seus bens materiais e ainda por cima o fizesse ficar doente, tanto na carne,
quanto nos ossos, não foi para provar a Satanás que Jó era um homem fiel;
Deus não teria qualquer interesse em provar alguma coisa para o diabo, mas
deixar para a humanidade um exemplo de fé e caráter, capaz de resguardar e
proteger a própria pessoa contra todo o mal.
Jó tornou-se expressão de dor e sofrimento, tanto na parte espiritual e
emocional, quanto na parte física, contudo, o Senhor Deus sabia que apesar de
todo o seu sofrimento, Jó não jamais se voltaria contra Ele! Por quê? Porque o
seu caráter era perfeito!
Com o exemplo de Jó é como se Deus estivesse falando-nos: “Olha, se vocês
tiverem um caráter
semelhante ao de Jó, então o mal somente poderá tocar em vocês se tiver a
Minha permissão”. Em outras palavras: o mal jamais poderá tocar naqueles
que tiverem uma conduta idêntica a de Jó!
Embora, naquela época, Jó fosse o homem mais rico e poderoso do Oriente,
ainda assim esse fato
não permitiu que o seu poder e sua autoridade lhe “subissem à cabeça”; ele
sempre foi íntegro e reto
na condução dos seus negócios diante dos demais negociantes; nunca quis tirar
vantagens da fraqueza dos semelhantes, mas procedia de forma justa e honesta
para com todos. No que tange ao seu temor para com Deus, terminados os dias
de banquetes e festas que seus filhos davam:
“Chamava Jó a seus filhos e os santificava; levantava-se de madrugada e
oferecia holocaustos segundo o número de todos eles, pois dizia: Talvez
tenham pecado os meus filhos e blasfemado contra Deus em seu coração.
Assim o fazia Jó continuamente.”
Jó 1.5
Quanto ao desvio do mal, Jó não participava dos banquetes dos seus filhos,
tanto é que, quando o diabo destruiu a casa em que seus filhos estavam
festejando, ele não se encontrava lá. Jó evitava aquelas festas para não pecar
contra Deus.
 
HULMIDADE DE ESPIRITO
 
Existem dois tipos de humildade: a falsa e a verdadeira. A humildade falsa é
aquela em que a pessoa se posiciona humilde diante dos superiores, com o fim
de iludi-los e assim conquistar a confiança deles, para mais tarde tirar
proveito disso.
Esse tipo de humildade é inteligente, astuciosa e profundamente diabólica. É
claro que mais cedo ou mais tarde ela será desmascarada, entretanto, até
chegar a esse ponto, provoca um grande estrago entre aqueles que são
realmente humildes.
A humildade de espírito é aquela que o Senhor Jesus ensinou, aliás, foi o Seu
primeiro ensinamento para os Seus discípulos, quando assegurou: “Bem-
aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.”
(Mateus 5.3).
Quando o Senhor Jesus fala sobre humildes de espírito, deixa-nos margem
para admitir outros tipos de humildade, as quais acreditamos serem falsas,
como foi a de Judas Iscariotes, que procedeu “humildemente” diante do
Senhor e demais companheiros, até o dia em que se revelou como traidor.
Ao sermos humildes de espírito, conseguiremos tomar posse do Reino dos
céus. Todos os ensinamentos da Sagrada Escritura são como semente de vida,
que depende de boa terra para produzir bons frutos; essa terra é justamente a
humildade de espírito. Se a pessoa não for humilde, de que maneira tomará
posse das promessas de Deus? Impossível!
Algumas vezes, o Senhor Jesus usava a expressão: “Quem tem ouvidos para
ouvir, ouça.” (Marcos 4.9). Ele Se dirigia àqueles que são humildes de
espírito, ou seja: somente esses conseguem ouvir a voz de Deus.
Muito embora a humildade seja uma condição de aparente fraqueza diante
daqueles que não têm
conhecimento da salvação em Cristo Jesus, na reali​​dade, ela é fundamental no
relacionamento com Deus, porque para se considerar Jesus como Senhor é
preciso submeter-se a Ele como servo. E o Senhor Jesus não tem servo que
não seja humilde de espírito, ao contrário, pois essa é a qualidade essencial
dos que desejam servir a Ele.
Ora, quem pode ter a capacidade de servir ao Senhor Jesus, ser instrumento do
Seu Santo Espírito e obedecer à Sua Palavra de todo o coração se não tiver no
caráter esse fundamento básico? “Se alguém me serve, siga-me, e, onde eu
estou, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, o Pai o
honrará.” (João 12.26).
 
SUBMISSAO NO CORACAO
 
A submissão no coração está intimamente relacionada à humildade de espírito,
pois ambas convergirão para a condição de servo. Da mesma maneira que a
humildade pode ser falsa, também a submissão, uma vez que a pessoa pode ser
submissa por causa de um salário ou por um interesse maior. A submissão
somente tem valor se for no coração.
O escritor aos hebreus nos adverte quanto ao proce​dimento dentro da Igreja do
Senhor Jesus:
“Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por
vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e
não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros.”
Hebreus 13.17
O apóstolo Pedro vai mais além, quando fala da vida exemplar cristã, dos
deveres daqueles que prestam serviços a outrem:
“Servos, sede submissos, com todo o temor ao vosso senhor, não somente se
for bom e cordato, mas também ao perverso; porque isto é grato, que alguém
suporte tristezas, sofrendo injustamente, por motivo de sua consciência para
com Deus. Pois que glória há, se, pecando e sendo esbofeteados por isso, o
suportais com paciência? Se, entretanto, quando praticais o bem, sois
igualmente afligidos e o suportais com paciência, isto é grato a Deus.Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu
em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos, o qual
não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca; pois ele, quando
ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças,
mas entregava-se àquele que julga retamente.”
1 Pedro 2.18-23
Quanto aos jovens, o mesmo apóstolo menciona:
“Rogo igualmente aos jovens: sede submissos aos que são mais velhos;
outrossim, no trato de uns com os outros, cingi-vos todos de humildade,
porque Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede a sua
graça.”
1 Pedro 5.5
Esta exortação diz respeito aos que de alguma forma estão a serviço de
alguém. A Igreja do Senhor Jesus tem sofrido bastante com o péssimo
testemunho de muitos cristãos que não têm tido fé para praticar a Palavra de
Deus, especialmente com relação à submissão.
Muitos têm fé para expelir demônios, contudo lhes falta a mesma qualidade de
fé para expulsar o espírito insubmisso quanto às autoridades que foram
constituídas por Deus. É o caso, por exemplo, daquela pessoa que é
funcionária de um incrédulo. Ela não é obrigada a trabalhar ou se submeter ao
serviço que ele impõe, entretanto, se aceitou o emprego, tem que fazer o
melhor que pode, independente do “chefe” ser ou não cristão; ele pode ser de
qualquer credo, todavia, se a pessoa está trabalhando para um ímpio, tem que
se submeter a toda tarefa que lhe é atribuída, e com alegria no coração.
Quem sabe se o bom desempenho dela no serviço não fará o patrão olhá-la
com bons olhos e até recompensá-la com um salário melhor?
Temos muitos exemplos na Bíblia com respeito a servos de Deus que
trabalharam para homens ímpios, e como o Senhor mudou-lhes a sorte,
colocando-os em lugar de destaque, simplesmente por que deram bom
testemunho acerca de sua fé no seu Deus. Foi o caso de Jacó, de José no Egito,
Daniel, Sadraque, Mesaque, Abedenego e Rute, a qual se submeteu à sua sogra
Noemi de todo o coração. Além desses, existem outros exemplos.
Temos a obrigação de ser submissos às autoridades que estão sobre nós, haja
vista que não há autoridade que não venha de Deus, pois o Senhor Jesus
mesmo disse: “Nenhuma autoridade terias sobre mim, se de cima não te
fosse dada.” (João 19.11). Com muito mais razão temos nós, cristãos, de nos
submeter às autoridades espirituais, ungidas pelo Senhor e que têm a grande
responsabilidade de zelar pelas nossas almas.
Mesmo quando elas cometem alguma injustiça, certamente o fazem
inconscientemente; mas, ainda
que seja conscientemente, temos da parte de nosso Eterno Deus e Pai a certeza
de que essa injustiça não prevalecerá. É como Pedro diz: “Se, entretanto,
quando praticais o bem, sois igualmente afligidos e o suportais com
paciência, isto é grato a Deus.” (1 Pedro 2.20).
A submissão no coração é o melhor testemunho de que realmente o Senhor
Jesus vive e reina eternamente, além de produzir um efeito positivo para
aqueles que ainda não conhecem o nosso Senhor como Salvador. “Fira-me o
justo, será isso mercê; repreenda-me, será como óleo sobre a minha cabeça,
a qual não há de rejeitá-lo.” (Salmos 141.5).
O discípulo do Espírito Santo tem que dar provas da sua submissão, não
somente às autoridades espirituais, mas àquelas autoridades do governo e
patronal, para estar em condições de se submeter ao Espírito de Deus. O fato é
que, se não nos submetemos àqueles a quem vemos, quanto mais Àquele que
não vemos!
A submissão no coração faz parte da formação do caráter cristão.
 
O QUE SE DEVE PENSAR OU FALAR
 
“Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o
que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama,
se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso
pensamento.”
Filipenses 4.8
a) A mente
A mente é a única “porta” que o diabo tem para fazer fluir todos os seus
desígnios, porque é nela que se concentram os pensamentos e as idéias.
Nunca podemos esquecer que Satanás, sendo um espírito cruel, só trabalha
com pensamentos que
causam dúvidas, incertezas, medo, desconfianças, enfim, tudo o que provoca
instabilidade emocional e, conseqüentemente, espiritual. É muito difícil
controlar os pensamentos, quando estes não estão ligados a Deus, quer através
da oração contínua, da leitura da Sagrada Escritura ou de livros devidamente
selecionados que edificam a alma.
O mundo é feito de idéias: quando boas, produzem lucro; quando más,
produzem prejuízos. Se as idéias nascem de um coração totalmente entregue ao
Altíssimo e são alicerçadas na Sua Palavra, então, geram frutos para a vida
eterna. E é justamente assim que o Espírito Santo deseja usar Seus discípulos,
para que “captem” Suas idéias e em seguida as execute. É dessa forma também
que o diabo tem usado os seus filhos!
O ditado popular “mente vazia é oficina de diabo” é a mais pura verdade!
Muitos homens e mu​lheres de Deus têm fracassado em seus ministérios,
exatamente por que têm deixado brechas para o diabo “desovar” suas idéias
infernais. Por isso é que o cristão precisa estar sempre em prontidão, vigiar o
tempo todo para identificar se seus pensamentos procedem de Deus ou de
Satanás.
O Senhor Jesus nos alertou: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação;
o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.” (Mateus 26.41).
Essa vigília não se faz com os olhos naturais, mas com os espirituais!
Enquanto permitimos que nossa mente se distraia com as futilidades desse
mundo, além do coração já imerso em ilusões, Sa​ta​nás trabalha no ataque com
novidades para tentar semear idéias que aparentemente são boas ao coração e
agradáveis à inteligência. Se não houver uma resistência imediata a esses
pensamentos, é quase certo de que se aprofundarão e produzirão frutos
venenosos.
Todos os discípulos do Espírito Santo devem estar alertas quanto ao que lhes
chega à mente. A pessoa pode ser muito espiritual e, no entanto, deixar-se
levar por pensamentos diabólicos. Por isso é que há de se vigiar
permanentemente, questionar sempre os próprios pensamentos, verificar se
estão de acordo com a Palavra de Deus e, se possível, eliminar toda e
qualquer dúvida.
De uma coisa temos a mais absoluta certeza: quando os pensamentos são
provenientes do Espírito Santo, estão de acordo com os de Deus descritos na
Bíblia Sagrada!
“Orai sem cessar”
1 Tessalonicenses 5.17
Esta é outra fonte inesgotável de poder para combater os pensamentos iníquos
gerados por Satanás. É bom lembrar que, pelo fato dos maus pensamentos
virem à mente do cristão, não significa automaticamente que ele esteja
pecando, mas é importante que estes pensamentos sejam imediatamente
repreendidos, através do fogo da oração.
A oração incessante é o permanente exercício da mente em sintonia com Deus,
através da expressão da alma. É a fala do íntimo com Aquele que vê e ouve
em secreto a súplica de Seu filho. A oração pode ser silenciosa ou em
palavras audíveis. A silenciosa nem sempre surte o mesmo efeito que a falada.
Na oração falada, ainda que bem baixinho, quase inaudível para outras
pessoas, há uma direção nos pensamentos. Por exemplo: quando eu pronuncio
a palavra “praia”, imediatamente obrigo minha mente a pensar no sol quente,
nas ondas, enfim, em tudo o que me lembre um saudável banho de mar.
Quando falo “Jesus”, então, penso em algo referente ao Mestre: Seu
nascimento, Seu ministério, Seus milagres, Sua morte e Sua ressurreição...
Daí, a partir do momento em que expresso meus problemas, minhas
necessidades ou meus louvores ao Senhor, passo a controlar meus
pensamentos para o que realmente quero em relação a Deus. Mas isso nem
sempre acontece, quando oro silenciosamente, porque os pensamentos que
quero dirigir ao Pai, muitas vezes me fogem, e outros tomam seu lugar. Não é
fácil controlar os pensamentos quando oramos em silêncio.
b) A língua
“A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu
fruto.”
Provérbios 18.21
O Senhor Jesus disse:
“Ou fazei a árvore boae o seu fruto bom ou a árvore má e o seu fruto mau;
porque pelo fruto se conhece a árvore. Raça de víboras, como podeis falar
coisas boas, sendo maus? Porque a boca fala do que está cheio o coração. O
homem bom tira do tesouro bom coisas boas; mas o homem mau do mau
tesouro tira coisas más. Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem
os homens, dela darão conta no Dia do Juízo; porque, pelas tuas palavras,
serás justificado e, pelas tuas palavras, serás condenado.”
Mateus 12.33-37
Se nossa mente deve ser motivo de constante vigia, nossa língua não inspira
menos cuidado. Conforme palavras do Senhor Jesus, é ela que nos justifica ou
condena! Além disso, ela revela o que está no coração, e tem poder para gerar
tanto a vida quanto a morte! O diabo sabe que, se conseguir tomar a mente,
terá o poder da língua à sua disposição para levar destruição a todos os
lugares.
A língua pode servir como instrumento do espírito da própria pessoa, do
Espírito de Deus ou do espírito maligno! Com ela se louva, canta e glorifica
ao Senhor Deus, mas também se amaldiçoa, xinga e difama pessoas criadas à
semelhança do Altíssimo.
A Bíblia afirma que: “Seis coisas o SENHOR aborrece, e a sétima a sua
alma abomina:
1) Olhos altivos,
2) Língua mentirosa,
3) Mãos que derramam sangue inocente,
4)Coração que trama projetos iníquos,
5) Pés que se apressam a correr para o mal,
6) Testemunha falsa que profere mentiras,
7) E o que semeia contendas entre irmãos.” 
Provérbios 6.16-19
Nesta lista de sete coisas que ao Senhor aborrece, duas referem-se aos
pecados da língua. O cristão que se predispõe a servir a Deus como
verdadeiro discípulo do Espírito Santo deve tomar os devidos cuidados com a
própria língua, em vez de julgar a dos outros, especialmente a daqueles que
também são servos do mesmo Senhor.
 Temos conhecimento de que muitas pessoas que ousaram erguer a voz contra
ministros de Deus, inclusive, levantaram suspeitas deles para com incré​dulos,
perderam a vida de repente! Outros ficaram
leprosos, como o caso de Miriã, irmã de Moisés.
O apóstolo Tiago faz séria advertência com respeito à língua:
“Meus irmãos, não vos torneis, muitos de vós, mestres, sabendo que havemos
de receber maior juízo. Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém
não tropeça no falar, é perfeito varão, capaz de refrear também todo o corpo.
Ora, se pomos freio na boca dos cavalos, para nos obedecerem, também lhes
dirigimos o corpo inteiro. Observai, igualmente, os navios que, sendo tão
grandes e batidos de rijos ventos, por um pequeníssimo leme são dirigidos
para onde queira o impulso do timoneiro. Assim, também a língua, pequeno
órgão, se gaba de grandes coisas. Vede como uma fagulha põe em brasas tão
grande selva! Ora, a língua é fogo; é mundo de iniqüidade; a língua está
situada entre os membros de nosso corpo, e contamina o corpo inteiro, e não
só põe em chamas toda a carreira da existência humana, como também é posta
ela mesma em chamas pelo inferno. Pois toda espécie de feras, de aves, de
répteis e de seres marinhos se doma e tem sido domada pelo gênero humano; a
língua, porém, nenhum dos homens é capaz de domar; é mal incontido,
carregado de veneno mortífero. Com ela, bendizemos ao Senhor e Pai;
também, com ela, amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. De
uma só boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não é conveniente que
estas coisas sejam assim. Acaso, pode a fonte jorrar do mesmo lugar o que é
doce e o que é amargoso? Acaso, meus irmãos, pode a figueira produzir
azeitonas ou a videira, figos? Tampouco fonte de água salgada pode dar água
doce.”
Tiago 3.1-12
Talvez o controle total da língua seja quase impossível, entretanto, podemos
pedir a Deus que nos guarde contra ela, como fez o rei Davi, ao pedir a Deus:
“Põe guarda, SENHOR, à minha boca; vigia a porta dos meus lábios.”
(Salmos 141.3).
c) O coração diante do mundo
“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente
corrupto; quem o conhecerá?”
Jeremias 17.9
“Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele
procedem as fontes da vida.”
Provérbios 4.23
O coração do homem é o centro dos seus sentimentos, das suas emoções e da
sua consciência; de
dentro dele, segundo o Senhor Jesus, é que “procedem maus desígnios,
homicídios, adultérios, pros​tituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias.”
(Mateus 15.19), os quais contaminam ou prejudicam o ser humano.
Satanás sabe que o coração é o lugar onde se processam todos os sentimentos,
e que o ser humano é susceptível às emoções. Então, ele procura estimular,
cada vez mais, com inúmeras coisas que provoquem no homem, emoções
fortes, capazes de fazê-lo enfraquecer diante delas, para que seja abatido
facilmente por si mesmo.
Na maioria das vezes, as emoções e os sentimentos são fictícios ou ilusórios,
entretanto, possuem grande capacidade de levar o ser humano ao engano da
fantasia. Aliás, esta tem sido a verdadeira razão por que muitas pessoas têm
estado frustradas e confusas com a própria fé. Quando pensam que tomaram
verdadeiramente atitudes de fé, na realidade, foram levadas pelo engano do
sentimento ou da emoção, o que não tem a ver com a genuína fé.
O fato é que o mundo está cheio de pessoas com falsos sentimentos e sendo
enganadas por eles. Por exemplo, temos o caso daquela moça que viu na
vitrine uma bela roupa e não resistiu à tentação de comprá-la. Entretanto, após
ter chegado a sua casa, vestido a roupa e analisado bem o próprio perfil diante
do espelho, constatou que realmente não era aquilo que desejava. Concluímos,
então, que ela foi enganada pelos seus sentimentos! Mas como isso acontece?
É simples: através dos olhos! Quando aquela moça viu a roupa que estava
exposta, não percebeu que havia luzes estrategicamente colocadas,
focalizando-a de maneira diferente do que realmente era. Aliás, não foi
justamente assim que o diabo fez com Eva? Sabendo que a mulher tem mais
facilidade para se entregar aos sentimentos, logo providenciou “luzes” e
“enfeites” que atraíssem a atenção dela.
Primeiro, ele a levou a pensar e reagir na palavra que o Senhor lhe havia dito.
Depois, sugeriu que Deus não faria o que tinha prometido e, em seguida,
aguçou a sua curiosidade, chamando atenção dos seus olhos para o fruto
proibido.
“Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e
árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu
também ao marido, e ele comeu.”
Gênesis 3.6
O maior problema não são as emoções ou os sentimentos, nem mesmo o
coração! O pior é que, quando a pessoa é levada ao engano pelos sentimentos
ou pelas emoções, toma atitudes em cima daquele engano! E aí será o caos
para ela. É por isso que a maioria dos casamentos são desfeitos; lares,
destruídos; crianças, abandonadas; e suicídios são cometidos.
Alguém disse que “enxerga melhor quem é cego.” De fato, isso não está longe
da realidade, pois Eva​​ já tinha visto aquele fruto proibido muitas vezes e
nunca desejado tocá-lo, entretanto, o diabo provocou-lhe os sentimentos, para
fazê-la tomar a decisão que ele queria, ao conduzir as emoções dela. É o caso
daquela roupa bonita na vitrine, mas que não tem a mesma beleza, quando se
toma posse.
A intensa sensibilidade do ser humano não é ruim, entretanto, é preciso o
autocontrole das emoções, além da permanente análise dos sentimentos para
não ser iludido pelo coração. É justamente neste aspecto que a Palavra de
Deus nos exorta quanto aos perigos do coração sem a direção do Espírito
Santo. É por isso que o discípulo do Espírito Santo tem que ter Sua orientação
contínua, porque, do contrário, ele se perderá em meio a tantos enganos.
Muitas vezes, a pessoa é enganada pela sua fé emocional, pensa que é de fato
cristã, só porque paga
o dízimo fielmente, dá ofertas, já foi batizada nas águas e freqüenta uma igreja
evangélica com assiduidade... Mas nada disso é suficiente para garantir a sua
salvação! Algumas chegam até a trocar seus antigos hábitos por novos,
entretanto seu coração continua o mesmo!Não há outro jeito: é necessário
nascer de novo: da água (Palavra) e do Espírito Santo, o que significa que a
pessoa precisa ter uma experiência real com o Senhor Jesus, por intermédio
do Seu Espírito!
Imaginemos agora, quando o nosso coração é bom​​​bar​deado constantemente
pelas emoções provoca​das pelas artes, tais como: cinema, TV, música, teatro,
literatura etc. Pelos esportes: futebol, vôlei, tênis etc. E finalmente pelas
religiões! O que esse bombardeio não é capaz de fazer! Por isso é que o
Senhor Jesus ensinou que do coração procedem maus desígnios (Mateus
15.19). Ao receber as emoções e, em seguida, tomar atitudes em função delas,
sem perceber, a pessoa certamente fará frutificar todo o mal, não somente na
própria vida, mas também na dos semelhantes.
Como já dissemos, o coração do homem é o centro dos seus sentimentos, das
suas emoções e da sua
consciência, razão pela qual todo o cuidado que tiver com ele, sempre será
mínimo.
As pessoas têm se entregado sem restrições aos frutos das emoções que
brotam no coração daqueles que compõem músicas, pintam, fazem teatro,
cinema, e até mesmo no esporte como é o caso do futebol; enfim, tudo o que
mexe com os sentimentos do ser humano.
A sensibilidade da alma é um dom gratuito de Deus, para que a Sua criatura
use todo o seu potencial de sentimentos e emoções para reconhecê-Lo como
Senhor Todo-Poderoso dos céus e da Terra e, então, glorificá-Lo, exaltá-Lo e
magnificá-Lo de todo o coração.
Os sentimentos têm o poder de dirigir toda a vida do ser humano, e a
capacidade de fazer as pessoas
viverem permanentemente na ilusão ou na realidade e, certamente, produzindo
seus frutos, quer para a morte eterna, quer para a vida eterna, dependendo do
tipo de emoção que o homem se deixar conduzir.
O diabo usa as emoções para levar até mesmo cristãos à perda da salvação,
através das concupiscências deste mundo. Estes, por sua vez, não tomam o
devido cuidado com o coração, quanto às paixões. Em razão disso, o Espírito
Santo fala através de João:
“Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o
mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo que há no mundo, a
concupiscência da carne, a concupiscência dos
olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo. Ora, o
mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a
vontade de Deus permanece eternamente.”
1 João 2.15-17
O inimigo tem “feito a cabeça” das pessoas para que elas assumam um
comportamento contrário à vontade de Deus. Para que se tenha idéia, grande
parte das pessoas do mundo das artes, que mexe com as emoções e os
sentimentos de terceiros, têm se inspirado nas drogas e no álcool. Além disso,
muitas são descasadas, têm uma vida sexual contrária ao que está na Bíblia,
enfim, são homens e mulheres que vivem completamente de forma avessa ao
Reino de Deus. Entretanto, por meio de suas artes, influenciam aqueles que
almejam uma comunhão com Deus.
Tudo isso resulta em lares assolados e transformados de tal maneira que as
sociedades vivem um verdadeiro inferno. Os consultórios dos psicanalistas,
psiquiatras e analistas têm estado cheios de pessoas emocionalmente
desequilibradas; os sanatórios e clínicas de recuperação não sabem mais o
que fazer com tanto paciente. Com isso, os espíritos diabólicos ganham cada
vez mais espaço na destruição da humanidade, através dos meios de
comunicação, que incluem, TV, cinema, farta literatura, emissoras de rádio,
Internet, e tudo o mais que estimula o espírito da emoção no coração, via
audiovisual.
O Espírito de Deus trabalha com as emoções reais, os sentimentos
verdadeiros, aqueles que produzem benefícios eternos a partir do momento em
que as pessoas têm um encontro real com Ele. Há uma vida nova no seu ser,
que inclui o abandono dos ví​​​cios,​ a conduta exemplar, o novo caráter e,
sobretudo, o convívio permanente da criatura com o Supremo Criador.
Guardar o coração contra todo o mal significa controlar os sentimentos e as
emoções. É preciso não se deixar levar pelo engano da ilusão que o diabo
sempre nos propõe, através de inúmeras coisas desse mundo “que são muito
agradáveis aos olhos”.
d) O coração diante de Deus
“Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o
coração de pedra e
vos darei coração de carne.”
Ezequiel 36.26
Em toda a Bíblia, observa-se um grande cuidado da parte de Deus para com o
coração humano, isto é, uma preocupação divina em exigir que ele seja puro,
limpo e afastado de todo pecado, para que o Criador ali Se encontre com a
Sua criatura, e, assim, haja um profundo relacionamento do Pai com o filho,
sem qualquer interferência externa. É preciso que o homem tenha condições de
ouvir a Sua voz, sentir a Sua presença e o Seu amor. Em contrapartida, o
Senhor Deus receberia toda a honra, toda a glória e todo louvor da parte
daquele que O ama desinteressadamente, e, então, essa comunicação se
estenderia por toda a eternidade.
Eis o motivo por que Deus faz questão de que o coração seja de carne: o amor.
Deus é amor, e toda a Sua expressão está fundamentada nisto; e para que Se
comunique com Seus filhos precisa de um lugar onde haja também amor: o
coração! Este diante de Deus não é somente a sede dos sentimentos ou das
emoções, mas o lugar de encontro entre o Criador e a criatura!
Quando o Senhor estabeleceu os dez mandamentos, o primeiro e mais
importante de todos relaciona o amor com o coração: “Amarás, pois, o
SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a
tua força.” (Deuteronômio 6.5).
Este mandamento será impossível de ser cumprido, se não houver uma
transformação radical desejada pelo homem e operada pelo Espírito Santo.
 Se a pessoa sente que seu relacionamento com Deus não é satisfatório é
porque seu coração está preso por alguma corrente maligna. Então, ela deve
orar ao Senhor, pedindo-Lhe o milagre da transformação. Esse desejo sincero
fará o Espírito de Deus agir e libertar totalmente o lugar de encontro dela com
Deus. Foi o que o rei Davi pediu: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro.”
(Salmos 51.10). Davi sabia que o segredo da sua vida com Deus estava no seu
coração.
Nosso coração é provado pelo Pai continuamente, e é nele que o Senhor pesa
a vida do Seu verdadeiro servo e, assim, realiza Seus grandes feitos ou não,
dependendo do servo que Ele tem.
“Porque, quanto ao SENHOR, seus olhos passam por toda a terra, para
mostrar-se forte para com aquele cujo coração é totalmente dele.”
2 Crônicas 16.9
Alguém que deseja servir ao Espírito Santo de todo o coração, de toda a alma
e com todas as forças, tem que estar preparado para esvaziar-se. É preciso
isolar toda e qualquer idéia que o faça dependente das coisas desse mundo.
É preciso retirar do coração, não permitindo que passe sequer pelo
pensamento, o desejo desenfreado de possuir bens materiais. Quando o Senhor
Jesus enviou os 12 apóstolos, deu-lhes as seguintes instruções:
“E, à medida que seguirdes, pregai que está próximo o reino dos céus. Curai
enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demônios; de graça
rece​bestes, de graça dai. Não vos provereis de ouro, nem de prata, nem de
cobre nos vossos cintos; nem de alforje para o caminho, nem de duas túnicas,
nem de sandálias, nem de bordão; porque digno é o trabalhador do seu
alimento.”
Mateus 10.7-10
“Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis
de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não
é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes? Buscai,
pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos
serão acrescentadas. Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o
amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal.”
Mateus 6.25,33,34
Se o cristão que realmente quer se colocar à disposição do Espírito Santo,
como um instrumento
da Sua vontade, não estiver disposto a pagar o preço do sacrifício da própria
vida no altar de Deus, é melhor desistir de servi-Lo como discípuloe procurar
sustentar com os seus bens aqueles que estão dispostos a isso.
 
A FE E OS SENTIDOS
 
“Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se
não vêem.” 
Hebreus 11.1
Um dos maiores erros é confundir a fé com os sentidos naturais. A fé é a
certeza de que Deus realizará aquilo que prometeu na Sua Palavra para
aqueles que n’Ela crêem de todo o coração, enquanto que os cinco sentidos:
tato, olfato, paladar, audição e visão são evidências naturais de todo ser
humano.
 Quando a pessoa não vive em aliança com Deus ou está separada d’Ele,
então, vive apenas de acordo com seus sentidos naturais; depende
exclusivamente deles e só acredita neles. O que vai além disso tem que estar
sujeito aos seus sentidos. Por exemplo: se alguém lhe diz que a fé é capaz de
curar um câncer e ela retruca: “preciso ver para crer”, submete a fé à sua
visão. Aquele que age assim é tipicamente natural, pois vive e anda na
dependência dos seus recursos naturais, e por isso mesmo não tem direito de
exigir qualquer coisa do sobrenatural ou que dependa de um milagre.
Quem vive em aliança com Deus, na dependência das promessas d’Ele, pela fé
pode usar os recursos naturais como os seus sentidos, onde tudo se torna
possível. Ainda assim, precisa saber separar o uso da fé, dos seus sentidos
naturais, porque estes tendem a neutralizar a fé.
O fato é que tudo o que provém de Deus é pela fé. A fé, a certeza e a
convicção vêm de Deus, já a dúvida é do diabo. Mas quais os veículos que
Satanás usa para gerar a dúvida? Os sentidos naturais do ser humano.
O diabo sopra na mente pensamentos que obrigam a pessoa desprevenida a
usar seus sentidos. Por
exemplo: “ver para crer!” Ou, “o que você está sentindo?”. Ora, quando a
pessoa vive pela fé, não
pode se utilizar dos recursos naturais para aprovar o recurso sobrenatural, que
é a fé. Antes, ela tem
que manter o coração firme na certeza da Palavra de Deus, ou seja, não
interessa o que seus olhos apontam ou os seus sentidos acusam, mas apenas o
que está determinado na Palavra eterna. Se os sentidos dizem que a dor
continua, a fé não dá importância para isso; se os exames médicos constatam
alguma doença, a fé simplesmente “ri” deles... Realmente o mundo da fé é
loucura para os que se perdem e vice-versa.
Quando o Senhor Jesus ordenou que os discípulos tirassem a pedra do túmulo
de Lázaro, muitos retru​caram: “mas ele já morreu há quatro dias”! E quando o
Senhor dirigiu a palavra para Lázaro, ele não pôde ouvir coisa alguma...
Entretanto, para Jesus, o importante não era o que os Seus olhos viam, mas em
que o Seu coração cria! Ele tinha certeza de que a Palavra que dirigiria àquele
corpo morto tinha espírito e lhe daria vida. Isso é que é fé!
A Bíblia está cheia de exemplos vivos de fé sobrenatural em confronto com os
sentidos naturais. O Senhor Jesus vivia na dependência da Sua fé, e, quando
esteve diante da figueira a buscar frutos, não os achando, lançou-lhe uma
maldição. Ora, Ele sabia que a figueira não tinha ouvidos para ouvir a Sua
palavra, mas mesmo assim lhe falou: “Nunca jamais coma alguém fruto de
ti!” (Marcos 11.14).
Isto é um claro exemplo da “indiferença” que o Senhor Jesus teve para com os
Seus próprios sentidos.
A verdade é que o mundo da fé ignora totalmente o dos sentidos; e aqueles que
vivem pela fé estão de acordo com Deus, pensam como Ele, entendem a Deus
e agem como o Senhor, porque “têm a mente de Cristo”(1 Coríntios 2.16);
enquanto os que vivem no mundo dos sentidos ou da razão desconhecem
totalmente os princípios de Deus e não conseguem aceitar a Sua Palavra,
porque lhes falta o entendimento, o espírito da Palavra. Ou como poderia
aquele que vive no mundo da razão entender as coisas de Deus e a Sua
criação?
Deus é espírito e vive num mundo espiritual, portanto, invisível, enquanto que
o homem é um ser físico e espiritual, e vive num mundo físico, limitado pelos
seus sentidos naturais. Para que possa entender o mundo espiritual e invisível,
ele precisa alimentar o seu lado espiritual, usando do elemento fé, pois
somente esta é o canal de ligação entre o mundo espiritual e o físico.
Quando o Senhor Deus assegura: “O meu justo viverá pela fé.” (Hebreus
10.38), Ele quer dizer que a Sua criatura​ apenas terá vida quando aprender a
depender da fé, que faz parte do seu ser espiritual; enquanto aqueles que
dependem apenas dos cinco sentidos naturais jamais conquistarão a plenitude
de vida.
Se temos as duas naturezas, a física e a espiritual, e sabemos que somente a
espiritual permanece eternamente, então, devemos estabelecer uma conduta
direcionada para ela, ou seja: alimentar a nossa parte espiritual mais do que a
física. Aliás, creio que foi por isso que o Senhor Jesus disse ao diabo: “Não
só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de
Deus.” (Mateus 4.4).
De fato, quando nossa parte espiritual estiver bem, então, toda a parte física
também estará. O fato de Deus nos ter concedido os sentidos naturais é apenas
para que possamos habitar na Terra e desenvolvê-la. Isto não signi​fica que
devamos viver presos a eles, pois são tão-somente um complemento da nossa
estrutura humana.
Agora podemos entender por que o Espírito Santo, usando o apóstolo João,
preveniu-nos:
“Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o
mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo que há no mundo, a
concupiscência da carne, a concupiscência dos
olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo. Ora, o
mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a
vontade de Deus permanece eternamente.”
1 João 2.15-17
Sendo a fé o elemento de ligação entre o mundo espiritual e o físico, entre o
Criador e a Sua criatura, há de ser alimentada de acordo com a sua
necessidade para que fique fortalecida, e uma vez fortalecida possa se extrair
todos os benefícios para uma vida cheia de graça. E isto só é possível através
do conhecimento da Palavra de Deus, pois como está escrito: “E, assim, a fé
vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo.” (Romanos 10.17).
O que temos observado é que o vasto conhecimento da Palavra de Deus não é
suficiente para que a fé seja fortalecida; é preciso, entretanto, que haja um
exercício constante dela. O Senhor Jesus advertiu:
“Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será
comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha; e caiu
a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto
contra aquela casa, que não caiu, porque fora edificada sobre a rocha. E todo
aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica será comparado a um
homem insensato que edificou a sua casa sobre a areia.”
Mateus 7.24-26
“A fé é como um músculo: quanto mais ele é exercitado, mais forte será”.
 
A FE E A CONFIANCA
 
Este é outro assunto bastante ignorado pela maioria dos cristãos. Uma coisa é
a fé e outra completamente diferente é a confiança. A fé é como a partida do
motor do automóvel, sendo a confiança o combustível que mantém esse
automóvel em funcionamen​to; uma depende da outra, entretanto, são
completamente distintas. Várias pessoas têm confundido fé com confiança,
razão pela qual muitas delas têm perdido bênçãos que um dia alcançaram.
Dentre os inúmeros exemplos da distinção entre fé e confiança, podemos situar
o de Pedro, andando por sobre as águas. Quando ele desceu do barco e
começou a andar sobre o mar, por ordem do Se​nhor Jesus, de fato, deu uma
demonstração viva de fé; tanto é que realmente conseguiu dar alguns passos.
Entretanto, ao reparar a força do vento, teve medo e, começando a submergir,
gritou por socorro. O seu medo conseguiu anular a sua fé. Ele teve fé para sair
do barco e andar sobre as águas, contudo, essa fé não foi suficiente para
mantê-lo firme, porque lhe faltava algo mais, ou seja, a confiança. A sua fé lhe
deu condições de tomar uma atitude, mas não de mantê-la até o fim.
A fé tem o poder de tornar possível todos os impossíveis, quando não oscila
naquele que atem; o que significa que ela nem sempre é determinante das
nossas ações. As circunstâncias que o mundo nos apresenta, infelizmente,
obriga-nos a permitir oscilação na nossa fé.
Há momentos em que sentimos o coração arder em fé, mas há outros em que o
oposto é verdadeiro. É aí que a confiança íntima do coração nos faz sustentar a
fé. Quando Jó estava em meio às suas desgraças, e já havia perdido toda a
família, os bens, amigos e a saúde, confessou: “Eu sei que o meu Redentor
vive e por fim se levantará sobre a terra.” (Jó 19.25).
Essa voz do coração era a sua confiança que “gritava”, como se dissesse que
ela continuava muito viva e intacta.
A confiança, ao contrário da fé, não se manifesta com maravilhas; ela é sutil e
discreta, mas, sustentada pela fé, jamais oscila. Quando existe, então,
permanece, independentemente de quaisquer circunstâncias, como foi o caso
de Jó. O seu sofrimento, embora tivesse sido o mais cruel de todos os sofridos
pelos homens, com exceção do Senhor Jesus, não abalou a sua confiança. A
confiança mantém a esperança viva, pois é uma constante.
Aí está a razão por que o apóstolo Paulo afirmou: “Agora, pois, permanecem
a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor.” (1
Coríntios 13.13).
A fé representa os dons; a esperança, a confiança; e o amor, os frutos. A Igreja
do Senhor Jesus Cristo, como um Corpo, anda com essas duas pernas: os
frutos e os dons. O seu equilíbrio está na fé e no amor, mas a sua alma é a
esperança que mantém firme o propósito de seguir avante.
Não se pode lutar com firmeza, usando apenas uma perna, seja o amor ou a fé.
A tendência para um dos dois lados é perigosa, pois, se a Igreja tende para os
frutos, ela automaticamente deixa os dons e vice-versa. Se partir para os
frutos, a Palavra fala que “não havendo profecia, o povo se corrompe.”
(Provérbios 29.18). Se partir apenas para os dons, está escrito: “O amor
jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas,
cessarão; havendo ciência,​ passará.” (1 Coríntios 13.8).
Assim, consideremos o equilíbrio espiritual tanto para com os dons, quanto
para os frutos, na esperança que se renova no Senhor Jesus.
 
O EXERCICIO DA ORACAO
 
Oração é a fala do coração; a expressão dos sentimentos da alma em palavras;
é o rasgar do coração diante de Deus. O Senhor Jesus asseverou que “a boca
fala do que está cheio o coração.” (Lucas 6.45). De fato, é na oração que se
conhece o coração do homem de Deus e, se esse coração está ou não
dominado pelo Espírito Santo, porque a oração sempre revela a intimidade
com Deus.
A oração em público, por exemplo, tem que ter alma, espírito e poder, de tal
forma que as pessoas também entrem no mesmo espírito e sintam a presença
divina.
Uma oração poderosa faz levantar o ânimo de todos os ouvintes e os estimula
a orar também em concordância com aquele que está orando. O ambiente,
então, torna-se propício para a manifestação da presença de Deus. É este o
tipo de oração que quebra os grilhões do inferno, que expele toda a casta
maligna e cura qualquer enfermidade; enfim, que arranca as pessoas das garras
de Satanás.
Quando um filho entra na presença do pai, não há motivo para medo ou
timidez, mas respeito, consideração e liberdade de falar francamente aquilo
que pensa e o que deseja. Deus é Pai, e somente os Seus filhos O conhecem e
sabem como Lhe falar.
Ninguém deve orar por orar, ou mesmo para mais tarde se gabar diante dos
irmãos, contando que orou; mas aquele que ora deve exprimir o que realmente
sente. A oração não pode ser algo formal ou obrigatório e que tenha palavras
repetitivas ou eruditas a fim de receber louvores dos ouvintes. Também não se
pode avaliar uma oração pelo seu prolongamento. O Senhor Jesus disse: “E,
orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que
pelo seu muito falar serão ouvidos.” (Mateus 6.7).
Jamais podemos esquecer que a oração é a expressão em palavras daquilo que
se sente e não daquilo que se pretende sentir. A parábola do fariseu e do
publicano retrata fielmente o tipo de oração que Deus ouve e responde, e a que
Ele não responde:
“Dois homens subiram ao templo com o propósito de orar: um, fariseu, e o
outro, publicano. O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta
forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens,
roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; jejuo duas
vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho. O publicano, estando
em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no
peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador! Digo-vos que este desceu
justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta será
humilhado; mas o que se humilha será exaltado.”
Lucas 18.10-14
O erro do fariseu não estava naquilo que ele fazia, e sim no seu coração
perante Deus. Por achar que estava diante do Altíssimo, pensava ser digno de
alguma coisa só porque não era ladrão, injusto, adúltero, e não era como o
publicano que configurava o pecador. Além disso, jejuava duas vezes por
semana e dava o dízimo.
O coração desse fariseu era profundamente orgulhoso por achar que este
procedimento era suficiente para impressionar Deus e obrigá-Lo a lhe atender.
O Senhor conhece todas as nossas neces​sidades e sabe o que falaremos com
Ele, mas o que realmente está em destaque diante d’Ele quando Lhe falamos é
o nosso coração. Nesta parábola, o Senhor Jesus aponta a maneira incorreta de
alguém entrar na presença de Deus.
O coração de quem ora deve estar absolutamente livre de qualquer sentimento
de mágoa contra terceiros, méritos, orgulho ou coisas semelhantes a estas.
Muitas pessoas não têm tido um maior interesse em orar, porque suas orações
não têm sido respondidas
de acordo com suas necessidades. Entretanto, o que quase sempre ignoram é
que a oração não pode estar no mesmo nível de um pedido que um freguês faz
ao garçom depois de ler o menu, por exemplo! Deus não é um garçom que fica
à disposição daqueles que entram na Sua presença, pronto para servi-los,
realizando seus desejos, não!
A oração tem que ter a tonalidade de uma súplica humilde! Quando o Senhor
Jesus nos ensinou a
orar, disse (Mateus 6.9-13):
• “Portanto, vós orareis assim”– significa dizer: vós orareis com este
modelo.
• “Pai nosso que estás nos céus” – dirigir a oração ao Deus-Pai.
• “Santificado seja o teu nome”– antes de pedir qualquer coisa, glorificá-
Lo.
• “Venha o teu reino”– desejar ardentemente viver o Reino de Deus.
• “Faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu”– submeter todos os
pedidos de acordo com a vontade de Deus, da mesma forma como essa
vontade é feita nos céus.
• “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje”–pedir a Deus a cada dia aquilo
que se precisa.
• “E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos
nossos devedores” – sempre que entrarmos na presença de Deus em oração,
devemos ter coração limpo de toda e qualquer
mágoa contra alguém, porque da mesma maneira que perdoarmos, seremos
perdoados.
• “E não nos deixes cair em tentação” – orar sempre para não cair em
tentação.
• “Mas livra-nos do mal” – sempre pedir o livramento do mal.
• “Pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre.”– terminar a oração,
reconhecendo a Sua autoridade suprema.
Oração incessante
A oração incessante é aquela em que a pessoa mantém o seu coração ligado
com Deus, pois manter-se em oração constante através dos lábios seria
impossível, até porque o Senhor não exige isso de ninguém.
Quando o apóstolo aconselha-nos a orar sem cessar ​​(1 Te​​ssa​​lonicenses 5.17)​,
propõe que estejamos sempre em espírito de oração ou com o coração em
estado permanente ligado nas coisas de Deus, sempre dando-Lhe graças por
tudo o que nos tem dado.
O fracasso nas orações
O fracasso nas orações se dá basicamente pelo fato de a pessoa ter qualquer
sentimento de mágoa contra alguém. A esse respeito o Senhor Jesus
recomendou:
“Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste
vos perdoará;se, porém, não perdoardes aos homens (as suas ofensas),
tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas.”
Mateus 6.14,15
Doutra feita Ele falou, através de uma parábola, sobre a importância de manter
o coração limpo de qualquer sentimento mau contra o próximo:
“Por isso, o reino dos céus é semelhante a um rei que resolveu ajustar contas
com os seus servos. E, passando a fazê-lo, trouxeram-lhe um que lhe devia dez
mil talentos. Não tendo ele, porém, com que pagar, ordenou o senhor que fosse
vendido ele, a mulher, os filhos e tudo quanto possuía e que a dívida fosse
paga. Então, o servo, prostrando-se reverente, rogou: Sê paciente comigo, e
tudo te pagarei. E o senhor daquele servo, compadecendo-se, mandou-o
embora e perdoou-lhe a dívida. Saindo, porém, aquele servo, encontrou um
dos seus conservos que lhe devia cem denários; e, agarrando-o, o sufocava,
dizendo: Paga-me o que me deves. Então, o seu conservo, caindo-lhe aos pés,
lhe implorava: Sê paciente comigo, e te pagarei. Ele, entretanto, não quis;
antes, indo-se, o lançou na prisão, até que saldasse a dívida. Vendo os seus
companheiros o que se havia passado, entristeceram-se muito e foram relatar
ao seu senhor tudo que acontecera. Então, o seu senhor, chamando-o, lhe disse:
Servo malvado, perdoei-te aquela dívida toda porque me suplicaste; não
devias tu, igualmente, compadecer-te do teu conservo, como também eu me
compadeci de ti? E, indignando-se, o seu senhor o entregou aos verdugos, até
que lhe pagasse toda a dívida. Assim também meu Pai celeste vos fará, se do
íntimo não perdoardes cada um a seu irmão.”
Mateus 18.23-35
Não é difícil fazer uma avaliação da importância do perdão nesta parábola
pelos valores em questão, pois a diferença entre dez mil talentos, que
representam muitos milhões de dólares ou aproximadamente 180 anos de
trabalho, e cem denários, que representam apenas cem dias de trabalho é
tremenda.
Ao servo malvado havia sido perdoada uma dívida impagável, mas ele, não
considerando a grandeza de compaixão do seu senhor, lançou na prisão alguém
que lhe devia apenas a miserável importância correspondente a cem dias de
trabalho.
A idéia da parábola é fazer-nos considerar que o perdão que Deus oferece
seria impagável não fosse a Sua misericórdia para conosco. E o perdão que
devemos ter para com o nosso semelhante é insignificante diante daquele que
temos recebido de Deus. Por isso, o Senhor deseja que perdoemos uns aos
outros de todo o coração para que também alcancemos o Seu perdão.
A oração nem sempre é respondida porque o coração está contaminado de
sentimentos de mágoa contra terceiros. Não adianta pensar que o outro é quem
errou, e por isso mesmo quem tem que pedir desculpas ou perdão é ele! O
problema não é quem está com a razão, mas quem está com o coração cheio de
mágoas! Repare que o Senhor Jesus foi bem claro, quando aconselhou:
“Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão
tem alguma coisa
contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu
irmão; e, então,
voltando, faze a tua oferta.”
Mateus 5.23,24
Às vezes, a pessoa não tem ressentimento algum contra o seu irmão, mas sente
que ele tem algo contra ela. Por menor que seja essa mágoa, faz-se necessário
fazer um conserto consigo mesmo, com o seu próximo e com Deus.
Não adianta a pessoa dar desculpas, e tentar se justificar perante os demais
companheiros... Se tem
algum sentimento ruim ou sente que alguém nutre um sentimento de mágoa
contra ela, ainda que seja
mínimo, então sua oração não terá valor diante de Deus.
A verdade é que o coração precisa estar comple​tamente limpo, pois só dessa
maneira poderá servir
a Deus. Não se pode esquecer de que o coração é o lugar onde Deus fala com
os Seus servos, por isso
mesmo precisa estar transparente, para ouvir a voz do Espírito Santo.
 
NUNCA ACEITAR A GLORIA DOS HOMENS
 
“Como o crisol prova a prata, e o forno, o ouro, assim, o homem é provado pelos louvores que recebe.”
Provérbios 27.21
Apesar de esse assunto não ser muito comentado entre os pregadores da
Palavra de Deus, é profundamente importante e deve ser tratado de modo claro
e sério, a fim de evitar o maior de todos os pecados: o tocar na glória de
Deus, pois:
“Assim diz o SENHOR: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o
forte, na sua força, nem o rico, nas suas riquezas; mas o que se gloriar,
glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o SENHOR e faço
misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz
o SENHOR.”
Jeremias 9.23,24
Podemos observar que nestes versículos, Deus aponta três pontos principais
da vulnerabilidade do
homem que tende a buscar glória para si: a sabedoria, a força e a riqueza.
Satanás instiga os homens a receber a glória desse mundo com a finalidade de
corromper a alma deles e, assim, afastá-los de Deus. A partir do momento em
que a pessoa se deixa levar pelo sentimento de auto-suficiência, pensa que é o
seu próprio deus.
O sábio crê mais na sua sabedoria do que em Deus; o forte crê mais na sua
força do que no Altíssimo; e o rico crê mais no seu poder econômico do que
no Senhor. Foi esse o espírito que levou os imperadores romanos a
sacrificarem os cristãos primitivos em suas respectivas épocas, pois criam
que eram deuses, tamanho o poder concentrado em suas mãos. Assim, os
imperadores obrigavam todos que só aceitavam adorar ao Senhor Jesus a
adorá-los, caso contrário, seriam lançados aos leões, queimados, cozidos ou
então serrados ao meio.
O homem de Deus tem que sempre vigiar para não ser influenciado por
qualquer sentimento diabólico, além disso, não deve aceitar a glória em
hipótese alguma. Ela pode começar com uma palavra bem simples de elogio,
e, de repente, quando não mais acontece, então o coração sente a falta dela. É
muito perigoso.
Se alguém dentre aqueles que têm sido beneficiados pelo ministério do pastor
levar uma palavra de elogio ou mesmo de estímulo glorificante, não o da fé,
deve-se rejeitá-la imediatamente e frisar que é o Espírito Santo o dirigente
dessa obra maravilhosa, e que o Senhor Jesus Cristo é quem deve ser louvado
e glorificado pelos séculos dos séculos! Nunca deixe cair no coração um
mínimo de glória, porque isso pode ser o início da sua derrota total!
O apóstolo Paulo disse: “Também jamais andamos buscando glória de
homens, nem de vós, nem de outros.” (1 Tessalonicenses 2.6).
Doutra feita ele aconselhou: “Portanto, ninguém se glorie nos homens;
porque tudo é vosso.” (1 Coríntios 3.21).
Paulo sabia o que a glória dos homens é capaz de realizar no coração dos
desavisados, e até destruí-los totalmente.
A pessoa não deve pensar que, por ser usada por Deus, o diabo deixou de
atacá-la. Pode verificar que, de vez em quando, surge alguém, mensageiro de
Satanás, fazendo-lhe um elogio ou um louvor, que no final das contas sempre
afaga o seu ego.
O grande problema do louvor ou da glória é que eles vão direto ao coração da
“vítima”; é mel na boca, e fel no estômago.
Realmente é impossível evitar que se receba elogios, entretanto, é fundamental
que o homem ou a mulher de Deus não se deixe impressionar por eles, porque,
muitas vezes, estimulam a permanecer num determinado caminho que no final
das contas gerará morte.
Isso acontece muito, por exemplo, com aqueles que fazem programas de rádio
ou TV para uma grande audiência. Um elogio aqui, outro ali, e de repente a
pessoa procura se manter sempre naquela linha de ação, sem se dar conta se
aquele é ou não o melhor caminho para os seus ouvintes ou telespectadores.
Só porque foi elogiado por alguns, ignora o gosto dos outros. Isto também
acontece com o homem de Deus que se deixa levar pela opinião de algumas
pessoas quanto à sua mensagem ou reunião. Ele fica tão preocu​pado em
agradar aos outros, que se esquece de falar o que realmente precisa ser dito ao
povo de Deus e assim agradar ao seu Senhor.
O fato é que a glória terrena normalmente corrompe o homem de Deus,
desviando-o do “itinerário divino”. Melhor é que nos abstenhamos de todo

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