Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Universidade do Estado do Pará Centro de Ciências Naturais e Tecnologia - CCNT Curso de Engenharia Florestal Campus de Paragominas Sementes e Viveiros Florestais Germinação de Sementes Prof.ª: D. Sc. Eliane Almeida Paragominas/PA Abril/2019 Introdução Após o processo de fertilização do óvulo, desenvolvimento e maturação de sementes, estas estão prontas para produzir novas plantas. A germinação é o reinício do crescimento do embrião paralisado nas fases finais de maturação. Existem duas definições para o fenômeno de germinação: “Critério agronômico ou tecnológico”: considera-se germinação a emergência da planta no solo ou a formação de uma plântula vigorosa no substrato utilizado. “Critério botânico ou morfológico”: é o processo inicial do crescimento do eixo embrionário, rompendo o tegumento pela radícula. De acordo com Kramer & Kozlowski, (1960) reconhecem as seguintes etapas da germinação: Hidratação e absorção de água; Hidratação dos tecidos; Absorção de oxigênio; Intensificação das atividades enzimáticas e de digestão; Início da multiplicação e crescimento celular; Intensificação da multiplicação e crescimento celular; Diferenciação celular; Aumento do conteúdo de açúcares redutores; Emergência da plântula. Tipos de germinação A germinação pode ser criptocotiledonar e fanerocotiledonar. Criptocotiledonar: nesse caso os cotilédones permanecem no interior do diásporo. Fanerocotiledonar: os cotilédones são expostos para o exterior da semente. Germinação epígea Germinação hipógea Classificação das sementes quanto ao teor de água O processo de maturação fisiológica das sementes está associado a desidratação das sementes, ou seja, ao conteúdo de água. Com relação ao teor de água as sementes podem ser classificadas em ortodoxas e recalcitrantes. Sementes ortodoxas: toleram a secagem a baixos níveis de umidade e temperaturas para o armazenamento. Desta forma resistem por algum tempo de armazenagem. Isto é, mesmo sendo desidratadas e armazenadas nas câmaras frias, o embrião sobrevive, com taxas mínimas de atividade metabólica, e consegue germinar quando lhe são oferecidas as condições ideais. Podem atingir teor de água de 5 a 10%. Sementes Recalcitrantes: No entanto, algumas espécies não conseguem resistir a desidratação para armazenagem. Elas são inflexíveis ao armazenamento e , portanto, são chamadas de sementes recalcitrantes. Em termos práticos, para que possam germinar devem ser semeadas logo após a colheita. Podem atingir de 60 a 70% de umidade. Fatores ambientais que influenciam a germinação Conhecer e controlar os fatores ambientais permite otimizar a quantidade, velocidade e uniformidade da germinação e produzir mudas vigorosas de baixo custo. Os principais fatores do ambiente que influem na germinação são: ✓ Luz; ✓ Temperatura; ✓ Água; ✓ Meio de crescimento; ✓ Recipiente; ✓ Nutrientes; ✓ Alelopatia; ✓ Fauna; e ✓ Micro-organismos. Luz Existe grande variação na resposta das sementes à luminosidade; a germinação das sementes de algumas espécies é inibida pela luz, enquanto que em outras a germinação é estimulada; algumas germinam com extensa exposição à luz, outras com breve exposição e outras se apresentam indiferentes à luminosidade. GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Apuleia leiocarpa (VOGEL.) J. F. MACBR.: TEMPERATURA, FOTOBLASTISMO E ESTRESSE SALINO1 GRACIELI DA SILVA HENICKA2, LÚCIA FILGUEIRAS BRAGA3, MARCÍLIO PEREIRA SOUSA3 E MARCO ANTÔNIO CAMILLO DE CARVALHO4 GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Hyptis suaveolens (L.) POIT. (LAMIACEA) EM FUNÇÃO DA LUZ E DA TEMPERATURA Sandra Sely Silveira Maia Temperatura A temperatura pode afetar as reações bioquímicas que determinam todo o processo germinativo. A germinação de cada espécie depende da temperatura e ocorre dentro de limites definidos (mínimo, ótimo e máximo), que caracterizam sua distribuição geográfica. Há espécies que respondem bem tanto à temperatura constante como à alternada. A alternância de temperatura corresponde, provavelmente, à uma adaptação às flutuações naturais do ambiente. A temperatura ótima de germinação de espécies tropicais encontra-se entre 15º C e 30ºC, a máxima entre 35º C e 40º C e a mínima pode chegar 0º C GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Apuleia leiocarpa (VOGEL.) J. F. MACBR.: TEMPERATURA, FOTOBLASTISMO E ESTRESSE SALINO1 GRACIELI DA SILVA HENICKA2, LÚCIA FILGUEIRAS BRAGA3, MARCÍLIO PEREIRA SOUSA3 E MARCO ANTÔNIO CAMILLO DE CARVALHO4 Água A água é o fator de maior influência sobre o processo de germinação. Com a absorção de água, por embebição, ocorre a reidratação dos tecidos e, consequentemente, a intensificação da respiração e de todas as outras atividades metabólicas, que resultam com o fornecimento de energia e nutrientes necessários para a retomada de crescimento por parte do eixo embrionário. Por outro lado, o excesso de umidade pode provocar decréscimo na germinação, pois impede a penetração do oxigênio e reduz todo o processo metabólico resultante. Gases Entre os gases que influenciam a germinação estão o O2 e o CO2. A necessidade de oxigênio para a germinação varia de espécie para espécie, mas as plantas lenhosas que crescem em terra firme necessitam de solo bem aerado com boa disponibilidade de oxigênio e muitas plantas que suportam períodos de submersão só germinam durante períodos mais secos (Kramer e Kozlowski, 1972). Meio de crescimento (substrato) A função do substrato é proporcionar à semente condições ambientais adequadas para a germinação e desenvolvimento inicial da plântula. Assim, deve-se levar em consideração o tamanho da semente, a exigência com relação à umidade e à luz, a facilidade que o substrato oferece ao desenvolvimento da plântula e à avaliação durante as contagens. O substrato também deve ser atóxico às plântulas, livre de microrganismos, além de apresentar boa aeração e capacidade de absorção e retenção de água. EFEITO DE DIFERENTES SUBSTRATOS NA GERMINAÇÃO DE Ochroma pyramidale (CAV. EX LAM.) URB. (BOMBACACEAE) Fabrízia de Oliveira Alvino1 Breno Pinto Rayol2 Recipiente Age principalmente sobre a temperatura, aeração das raízes, umidade, luz e têm influência sobre a conformação do sistema radicular em desenvolvimento. Nutrientes Influenciam diretamente o desenvolvimento da nova plântula. Inibidores bioquímicos Substâncias alelopáticas, entre outras, podem estar presentes no substrato e impedir a germinação. Fauna Formigas, pássaros, roedores, lagartas, herbívoros, etc, podem danificar as sementes impedindo a germinação ou dificultando-a, ou podem romper o tegumento impermeável e facilitar a germinação. Microorganismos Os fungos e as bactérias presentes no solo tanto podem impedir a conclusão da germinação, retardar o crescimento, ou deformar a plântula, ou mesmo levá-la à morte após a germinação, como podem minimizar a dormência tegumentar, degradando o tegumento das sementes (Fowler e Bianchetti, 2000). Obrigada!!!!!
Compartilhar