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1 Lara Mendonça P4/FITS 1- ENTENDER O CLIMATERIO E AS SUAS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS; Climatério é o período de transição em que a mulher passa da fase reprodutiva para a fase de pós-menopausa. Dessa forma, a menopausa (última menstruação) é um fato que ocorre durante o climatério. No climatério há uma diminuição das funções ovarianas, fazendo com que os ciclos menstruais se tornem irregulares, até cessarem por completo. Estatisticamente, a menopausa ocorre, em média, aos 50 anos. O climatério tem início por volta dos 40 anos e se estende até os 65 anos. Dura de 6 a 10 anos Fisiológica: necessária para a saúde da mulher; organismo feminino não poderia estar sujeito a uma gestação na velhice Início e fim lentos e dependem de diversas condições: hereditariedade, idade da menarca, alimentação, estresse, equilíbrio hormonal, estilo de vida, hábitos comportamentais etc. Principal mecanismo de ação é endócrino/hormonal: redução dos hormônios sexuais (estrogênio e progesterona), desencadeando uma sequência de alterações anátomofuncionais Sintomas: Algumas mulheres nesta fase podem sentir ondas de calor, acompanhadas de transpiração, tonturas e palpitações; suores noturnos prejudicando o sono; depressão ou irritabilidade; alterações nos órgãos sexuais, como coceira, secura da mucosa vaginal; distúrbios menstruais; diminuição da libido; desconforto durante as relações sexuais; diminuição do tamanho das mamas e perda da firmeza; diminuição da elasticidade da pele, principalmente da face e pescoço; aumento da gordura circulante no sangue; aumento da porosidade dos ossos tornando-os mais frágeis. Fases do climatério Pré menopausa: primeiras quedas dos hormônios sexuais, geralmente sutis e lentas, entre 38 e 42 anos. Termina por volta dos 49-52 anos. Características: irregularidade menstrual com encurtamento dos ciclos inicialmente, e depois espassamento, com diferença de cerca de 7 dias Menopausa: última menstruação, em média aos 50 anos, num período de meses a anos cercado de irregularidades menstruais, com hipermenorréia, menorragias e amenorréias ou hipomenorreias Pós menopausa: 55 até 65 anos. Redução hormonal mais drástica; a mulher sintomatiza e pode ter perdas funcionais importantes Características 2 Lara Mendonça P4/FITS Cessação das menstruações a intervalos cada vez mais duradouros, chegando a 3 meses sem fluxo nenhum, até atingir a duração de 1 ano completo de amenorréia (12 meses ininterruptos) As menstruações irregulares ocorridas na perimenopausa podem ser anovulatórias, como ocorre nos primeiros ciclos da puberdade Os ciclos vão tornando-se cada vez mais irregulares, aproximados ou espassados, até cessarem A queda hormonal recebe grande influência da alimentação e das condições emocionais, por influência direta do hipotálamo O endométrio para sua proliferação, pela redução da progesterona, cessando a descamação e a menstruação Os ovários involuem os óvulos, suspendendo o amadurecimento e a liberação de folículos, por redução do estrogênio Os óvulos sofrem atresia e degeneram Ocorrem alterações anatômicas no aparelho genital por meio de adaptações celulares: atrofia causada pela redução hormonal Síndrome do climatério A Síndrome do climatério refere-se a uma série de alterações, tanto fisiológicas quanto algumas podendo ser patológicas, que afetam vários órgãos e sistemas É definida como um conjunto de sintomas decorrentes da privação dos hormônios femininos sexuais, principalmente o estrogênio, iniciando-se no fim do período reprodutivo até atingir o período não reprodutivo, que tem como marco a parada da menstruação (menopausa). 3 Lara Mendonça P4/FITS Fatores de risco Tabagismo Obesidade Presença pregressa de sintomas pré-menstruais Estresse Ansiedade Sedentarismo Sintomatologia Redução hormonal: hormônios sexuais Atrofia no aparelho genital Secura vaginal/redução da lubrificação Pele e cabelos secos e sem brilho Cefaleia Insônia Labilidade emocional, depressão/melancolia, ansiedade, irritabilidade e choro fácil Cansaço físico e mental, dificuldade de concentração e de memorização 2- DIFERENCIAR O CLIMATERIO DA MENOPAUSA; Climatério é a fase de transição do período reprodutivo para o não reprodutivo e Menopausa começa com a última menstruação da vida. A menopausa é a última menstruação, que ocorre em torno dos 48 aos 50 anos em média. Já o climatério é a fase da vida da mulher antes e depois da menopausa, que é marcada por variações hormonais que provocam uma série de sinais e sintomas característicos. Continue a leitura para entender mais sobre esses momentos da vida da mulher. Climatério No Climatério a produção de hormônios diminui drasticamente no corpo das mulheres e surgem sintomas como fogachos ou ondas de calor e oscilação de humor, além de uma série de flutuações no ciclo menstrual. A sensação de inchaço no corpo e mamas, as dores fortes de cabeça ou enxaquecas, as alterações de humor (nervosismo, irritação, tristeza profunda e mesmo depressão) podem manifestar-se ao longo de até quinze dias antes da menstruação. Do meio para o fim do climatério é comum, ainda, a irregularidade nos ciclos e a variação do fluxo menstrual. Nessa fase de transição, é comum que as menstruações fiquem mais espaçadas. Por isso, a menopausa só é “diagnosticada” após a mulher passar pelo menos 12 meses sem menstruar. O climatério é um fenômeno natural, que ocorre com todas as mulheres e cerca de 80%, apresentam sintomas em menor ou maior intensidade. 4 Lara Mendonça P4/FITS Menopausa Apesar de ser mais comum perto dos 50 anos, é normal que a menopausa ocorra um pouco mais cedo, aos 40. Com o fim da menstruação, há uma diminuição na produção dos hormônios sexuais femininos, o que pode resultar em uma série de mudanças no corpo da mulher, sentidas a curto, médio e longo prazos. No curto prazo, a aproximação e a chegada da menopausa podem causar calor, alteração no humor – com possíveis episódios de irritação e depressão -, tontura, dor de cabeça e baixa libido. A médio prazo, além da diminuição do desejo sexual, pode ocorrer também atrofia urogenital, com o afinamento e o ressecamento da mucosa que reveste a vagina, causando, em muitos casos, dor durante o sexo. A longo prazo, pode haver uma maior propensão não só à osteoporose, mas também a doenças cardiovasculares, pois um dos hormônios sexuais femininos, o estrogênio, protege o coração e os vasos sanguíneos das mulheres. Com a produção deste hormônio em queda, essa proteção natural diminui. O tratamento mais recomendado para amenizar os sintomas da menopausa é a terapia de reposição hormonal. Os hormônios mais utilizados no tratamento são a progesterona e o estrogênio. O objetivo é repor o nível deles no organismo da mulher com menopausa, a fim de promover melhor qualidade de vida. Dependendo do tipo de tratamento recomendado pelo médico, esses hormônios podem ser administrados em forma de géis, adesivos ou comprimidos. 3- CONHECER AS VANTAGENS E DESVANTAGENS DA TERAPIA HORMONAL; São diversas as vantagens apresentadas por mulheres que realizam a terapia hormonal. A seguir, conheça os principais benefícios: - Eliminação ou redução dos sintomas da menopausa; - Diminuição dos riscos de sofrer uma fratura por osteoporose; - Colaboram na diminuição do risco de desenvolver a doença de Alzheimer; - A reposição de estrogênios ajuda a melhorar o humor e reduzir a depressão; - Melhora da qualidade do sono em mulheres que sofrem com os suores noturnos. E as desvantagens? Porém, também existem alguns efeitos colaterais que podem ser provocados pela terapia de reposição hormonal. Em alguns casos, ela pode potencializar as chances da mulher contrair o câncer de mama. O câncer de endométrio também pode acometer àquelasque fazem a terapia. Porém, esse risco existe apenas nos casos em que a terapia é feita de forma isolada com estrogênio. Quando a reposição hormonal é iniciada tardiamente, há riscos da ocorrência de problemas cardiovasculares, tais como, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC). É importante conversar com o seu médico para decidir qual o melhor tipo de terapia para você. Não são todas as mulheres que estão aptas a realizar a terapia de reposição hormonal. Por isso, o seu médico é o único que pode orientar você sobre o procedimento mais indicado. 5 Lara Mendonça P4/FITS 4- RELACIONAR OSTEOPOROSE, SUA FISIOPATOLOGIA E FATORES DE RISCO, RELACIONANDO-A COM O CLIMATÉRIO. Climatério é definido como a fase da vida biológica da mulher que marca a transição entre o período reprodutivo e o não-reprodutivo, isto é, da menarca para a senilidade. A menopausa é evento singular, correspondendo ao último período menstrual, tendo seu diagnóstico firmado após um ano de amenorreia. Mundialmente, até o ano 2030, haverá um bilhão e 200 milhões mulheres vivendo a menopausa. Na última década, verificou-se que o estrogênio, hormônio reprodutivo feminino, afeta enorme quantidade de funções, incluindo-se o metabolismo ósseo e mineral. Osteoporose é enfermidade crônica e multifatorial, relacionada ao envelhecimento, caracterizada por baixa massa óssea e deterioração da microarquitetura do tecido ósseo, conduzindo ao aumento da fragilidade dos ossos e, consequentemente, à elevação do risco de fraturas, o que a torna problema de Saúde Pública. A osteopenia é caracterizada somente por perda da massa óssea, sem intercorrência de fraturas. Apesar de a perda óssea após a menopausa ser maior no osso trabecular, como consequência da queda brusca da concentração de estrógenos, outros fatores afetam de modo progressivo e mais lento essa perda. tanto no osso cortical quanto no trabecular. A osteoporose é uma doença esquelética sistêmica e progressiva caracterizada pela diminuição da massa óssea e deterioração da microarquitetura óssea, que torna o osso frágil e, por consequência, aumenta o risco de fraturas. Esse fator culmina em um problema de saúde pública por estar ligado diretamente a grande morbimortalidade, uma vez que as fraturas ocasionadas pela fragilidade óssea não causam diretamente a morte, mas a perda significativa do bem-estar, qualidade de vida e dificuldade nas atividades cotidianas dos indivíduos acometidos. O aspecto fisiopatológico de maior relevância para a ocorrência da osteoporose é o processo natural de envelhecimento, caracterizado por uma série de alterações bioquímicas que podem ser as responsáveis pelo declínio mecânico deste tecido, aumentando a incidência de fraturas em idosos. A osteoporose é classificada em primária e secundária, sendo a primária subdividida em tipo 1 e tipo 2. A osteoporose tipo 1, também conhecida como pós-menopausa, está diretamente ligada com a deficiência de estrógeno, atinge predominantemente o osso trabecular e é associada a fraturas nas vértebras e radio distal. A tipo 2 ou senil, está relacionada ao envelhecimento e aparece pela deficiência de cálcio, aumento da atividade do paratormônio e diminuição da formação óssea. A osteoporose secundária ou induzida é dependente de múltiplas ações locais e sistêmicas que resultam na diminuição da formação e aumento da reabsorção óssea. É decorrente de processos inflamatórios como artrite reumatóide, desordens renais e por uso de drogas como corticoides, álcool e heparina. Fatores envolvidos na osteoporose Estrógeno 6 Lara Mendonça P4/FITS A deficiência de estrógeno causada pela diminuição nos níveis plasmáticos da concentração desse hormônio em mulheres na fase de pós-menopausa, está relacionada com o tipo mais comum de osteoporose, a tipo 1. A ação desse hormônio no metabolismo ósseo é complexa e ainda não está totalmente elucidada. Evidências sugerem que o estrógeno atua tanto na reabsorção quanto formação óssea. A deficiência desse hormônio resulta em aumento da remodelação óssea e em desequilíbrio onde a reabsorção sobrepõe a formação. O estrógeno inibe a fusão e diferenciação de precursores de osteoclastos devido a sua ação sobre os monócitos, promovendo a redução plasmática de interleucina 1 (IL-1) e o Fator de Necrose Tumoral alpha (TNF-α). As duas citocinas citadas estimulam a secreção de outras citocinas como a Interleucina 6 (IL-6) e M-CSF que regulam a ativação dessas células. Nos osteoblastos, o estrógeno age via receptor α18 induzindo a síntese de colágeno e promovendo a liberação de fatores como o TGF-β que atua sobre os osteoclastos, inibe a reabsorção óssea e estimula a apoptose dessas células. Cálcio, Vitamina D, Paratormônio (PTH) e Calcitonina Distúrbios no metabolismo mineral são a causa da osteoporose tipo 2 ou senil. O esqueleto contém 99% do cálcio do organismo. A homeostase do cálcio é regulada por três hormônios, a vitamina D ativa, Paratormônio (PTH) e a Calcitonina, diretamente relacionados com o metabolismo ósseo. A absorção de cálcio se faz no intestino sobre a influência da vitamina D ativa, promovendo a síntese de carregadores de cálcio. A deficiência dessa vitamina acarreta redução da biodisponibilidade de cálcio com prejuízo da mineralização do tecido ósseo [25]. A situação se mostra mais acentuada em idosos que, frequentemente, apresentam baixos valores de vitamina D devido as alterações que acompanham o envelhecimento, como a reduções da capacidade de síntese na pele, absorção intestinal e consequente baixa da massa óssea e risco aumentado de fraturas [26]. A regulação fisiológica frente à diminuição dos níveis plasmáticos de cálcio consiste na estimulação das glândulas paratireóides a secretar o PTH, que dá início a uma série de atividades que resultam na ativação de osteoclastos e liberação de cálcio para a corrente sanguínea. A sustentação da diminuição do cálcio resulta no hiperparatireoidismo secundário, perda de massa óssea e osteoporose [27,28]. Ainda participa do processo de manutenção do cálcio a calcitonina, secretada pelas células C da tireoide que inibe a atividade dos osteoclastos, diminui a reabsorção óssea e os níveis séricos de cálcio [24]. Processos inflamatórios e uso de glicocorticoides O processo infamatório crônico, observado em doenças como artrite reumatoide, altera o metabolismo ósseo via ativação/inibição das funções das células ósseas [29]. Na inflamação, ocorre aumento na secreção e concentração de citocinas como a IL-1, IL-6 e TNF-α, que regulam a fusão e diferenciação dos osteoclastos, a IL-1 e TNF-α também se ligam a receptores de membrana dos osteoblastos e estimulam a secreção de RANK-L, aumentando assim em ambas as vias, a reabsorção óssea [30]. Os glicocorticoides sintéticos, são uma classe de medicamentos utilizados por suas propriedades anti-inflamatórias e imunossupressiva. O uso crônico dessa droga causa o hipercortisolismo, e tem como principal complicação a osteoporose, por ação no metabolismo mineral e nas células ósseas
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