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Maria Luiza Sena – Med XIV FASA CLIMATÉRIO É definido pela OMS como o período de vida da mulher compreendido entre o final do período reprodutivo até a senilidade, considerado o período não reprodutivo. Apresenta duração variável, mas geralmente ocorre dos 40-65 anos. ❖ Perimenopausa -> precede a menopausa em aproximadamente 4 anos. MENOPAUSA Ocorre dentro do período de climatério. É um marco dessa fase e corresponde ao último ciclo menstrual espontâneo da mulher, reconhecida após 12 meses de amenorreia. A maioria das mulheres para de menstruar entre 48-55 anos. ❖ Precoce -> quando se estabelece antes dos 40 anos. ❖ Tardia -> após os 55 anos. ! Climatério é um período, menopausa é uma data. FATORES QUE INFLUENCIAM Influências ambientais, genéticas e cirúrgicas podem acelerar o envelhecimento ovariano. Tabagismo, quimioterapia, radioterapia pélvica, cirurgias ovarianas e histerectomia podem antecipar a menopausa. São sintomas associados à transição menopáusica: ❖ Alterações nos padrões menstruais (ciclos mais curtos/longos e sangramento irregular). ❖ Sintomas vasomotores (fogacho, suores noturnos, distúrbios do sono). ❖ Distúrbios psicológicos e mentais (agravamento da síndrome pré-menstrual, depressão, irritabilidade, mudanças de humor). ❖ Disfunção sexual (ressecamento vaginal, diminuição da libido, relação sexual dolorosa). ❖ Sintomas somáticos (cefaleia, tonteira, palpitações). ❖ Outros sintomas (incontinência urinária, pele seca). ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS Receptores estrogênicos existem em diferentes concentrações em vários locais do organismo, e a redução nos níveis de estrogênio circulante gera efeitos diferentes para cada mulher. As características individuais determinam perfis diferentes de biodisponibilidade de estrogênios com repercussões próprias no metabolismo e quadro clínico-laboratorial de cada paciente, podendo resultar no comprometimento da qualidade de vida. CICLO MENSTRUAL Irregularidade menstrual é uma queixa frequente na transição menopausal, com alteração na intensidade do fluxo, na duração ou frequência da menstruação. ❖ Essa irregularidade reflete os ciclos anovulatórios cada vez mais comuns e as alterações no padrão de secreção tanto do estrogênio quanto da progesterona tendem a se iniciar com encurtamento dos ciclos e progredir para períodos de amenorreia cada vez mais longos até a parada total. A amenorreia prolongada é característica da deficiência de estrogênio. O desenvolvimento de patologias orgânicas como miomas e pólipos é favorecido. ! Todas essas alterações decorrem da diminuição dos níveis de estrogênio. ALTERAÇÕES METABÓLICAS As disfunções metabólicas se agravam na menopausa, pois muitos hormônios responsáveis por regular o metabolismo têm suas secreções alteradas, ora pelo aumento ou pela diminuição da atividade em função das alterações dos hormônios femininos. Na idade reprodutiva, o estrogênio atua na regulação da função hepática agindo sobre os genes que regulam o metabolismo. Na menopausa, ocorrem alterações importantes no perfil lipídico, alterando o metabolismo das lipoproteínas séricas, propiciando surgimento de distúrbios cardiovasculares. A leptina está envolvida com a angiogênese, na resposta inflamatória, no metabolismo lipídico e como sinalizador de outros hormônios. Ademais, esse hormônio está intimamente relacionado à obesidade. APG 28 - CLIMATÉRIO E MENOPAUSA Maria Luiza Sena – Med XIV FASA ❖ A menopausa desencadeia uma menor secreção do estrogênio pelos ovários, que também desencadeia diminuição da secreção de leptina e, com isso, a saciedade é inibida. Estudos ainda evidenciam a intolerância à glicose na menopausa, situação que está relacionada à carência estrogênica, pois devido ao excesso de gordura abdominal, ocorre o desenvolvimento do diabetes por resistência à insulina. ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES Os sintomas vasomotores estão associados com o aumento do fluxo sanguíneo e da FC e são percebidos em 80% das mulheres na menopausa, devido às alterações dos níveis de neurotransmissores do cérebro. As alterações no perfil lipídico são caracterizadas pelo aumento das taxas de triglicerídeos, principalmente LDL-c e a diminuição do HDL- c. ❖ Esses fatores podem desencadear complicações cardíacas e no sistema vascular, causado pela diminuição na produção estrogênica. METABOLISMO ÓSSEO Como importante regulador da atividade osteoblástica, o estrogênio mantém a integridade da massa óssea. Portanto, na deficiência estrogênica ocorrem alterações no metabolismo ósseo, sendo um fator determinante para a osteoporose. ❖ Isso é devido ao fato de os osteoblastos possuírem receptores de estrogênio, os quais são responsáveis pela reabsorção óssea. ❖ O hipoestrogenismo interfere na ação dos osteoblastos e aumenta a atividade dos osteoclastos, que reduz os níveis de calcitonina, resultando na perda de massa óssea e osteoporose. SISTEMA NERVOSO CENTRAL O estrogênio tem ação de reparar danos nas células nervosas e ativar ou inibir enzimas responsáveis pela síntese neuronal. Na menopausa o declínio estrogênico reflete nas áreas da cognição, já que grande parte do cérebro, como hipotálamo, amígdala, hipocampo e lobo frontal possuem receptores estrogênicos, sofrendo influência direta deste hormônio. ❖ Tais alterações tendem a desencadear distúrbios neurodegenerativos, devido às perdas funcionais pela diminuição do estrogênio circulante sobre as áreas cerebrais. Afetam os níveis de alguns neurotransmissores importantes como a serotonina, a noradrenalina, a acetilcolina e a dopamina prejudicando as conexões sinápticas. ALTERAÇÕES SEXUAIS, UROGENITAIS E COMPORTAMENTAIS Ocorrem mudanças histológicas e fisiológicas no trato genital, como o ressecamento vaginal, em que os grandes lábios perdem a elasticidade e conteúdo de gordura, tornando-se enrugados e expondo os pequenos lábios, que ficam mais proeminentes, interferindo muito na sexualidade e perda da libido feminina. Os pelos também alteram em número e volume. A inapetência sexual é uma queixa na menopausa. ! Todas as mudanças típicas dessa fase, podem proporcionar medo e vergonha, inibindo o desejo sexual e o bem-estar feminino. ALTERAÇÕES DERMATOLÓGICAS As alterações na pele que podem surgir durante a transição menopáusica e incluem hiperpigmentação (manchas do envelhecimento), rugas e prurido. Em parte, essas condições são causadas pelo envelhecimento da pele, que, por sua vez, resulta da sinergia entre os efeitos intrínsecos gerais do envelhecimento e o foto-envelhecimento. Além disso, acredita-se que o envelhecimento hormonal da pele seja responsável por muitas alterações dérmicas. Essas alterações incluem redução da espessura em razão da diminuição no teor de colágeno, redução na secreção das glândulas sebáceas, perda de elasticidade, redução no suprimento sanguíneo e alterações epidérmicas. FISIOLOGIA A menopausa, apesar de poder ser influenciada pelo eixo hipotálamo-hipofisário, é um evento ovariano secundário à atresia fisiológica dos folículos primordiais; sua ocorrência pode ser natural/artificial, após procedimentos clínicos/cirúrgicos que levam à parada da produção hormonal ovariana. A produção de folículos ovarianos pelas mulheres inicia-se a partir da 8ª semana de vida intrauterina por meio da rápida multiplicação mitótica das células germinativas. Já o envelhecimento do sistema reprodutor inicia-se pouco tempo depois, ativando o processo de apoptose celular após atingir número máximo de folículos primordiais (cerca de 7 milhões) por volta da 20ª semana de gestação. ❖ Até o nascimento, cerca de 70% do pool folicular será perdido por meio desse processo e, ao chegar na puberdade (ovários funcionalmente ativos), restarãoem média 300-500mil folículos. Até que o seu número se esgote na pós-menopausa, os folículos crescem e sofrem atresia de forma contínua -> esse processo é irrecuperável e ininterrupto, independentemente de situações como gravidez ou períodos de anovulação. Maria Luiza Sena – Med XIV FASA 2 milhões de folículos formados na vida intraútero, apenas 400 terão seu crescimento resultando em ovulação durante o menacme; o restante é perdido pelo processo de atresia. O declínio paralelo da quantidade e qualidade dos folículos contribui para a diminuição da fertilidade. Além disso, o consumo pool folicular com o passar dos anos determina alterações hormonais importantes, responsáveis pelas alterações fisiológicas características do período peri e pós-menopáusico. A transição menopausal é caracterizada pela irregularidade do ciclo menstrual devido à variabilidade hormonal e ovulação inconstante. A diminuição maciça do número de folículos ovarianos resulta na queda gradual da inibina B que, por sua vez, desativa o feedback negativo sobre a hipófise, liberando a secreção de FSH na tentativa de aumentar o recrutamento folicular. ❖ O resultado dos níveis elevados de FSH é a aceleração da depleção folicular até o seu esgotamento. Enquanto houver folículos suficientes, a ovulação ainda é mantida e os níveis de estradiol permanecerão dentro da normalidade. A contínua perda da reserva folicular diminui os níveis de estradiol que não são mais suficientes para estimular o pico de LH, encerrando, assim, os ciclos ovulatórios. Sem a ovulação propriamente dita, não há produção de corpo lúteo e, consequentemente, de progesterona, além de os níveis de estradiol não serem suficientes para estimular o endométrio, levando à amenorreia. Na pós-menopausa, na tentativa de estimular uma adequada produção de estradiol pelos ovários, a hipófise é ativada por picos de hormônio liberados de gonadotrofinas (GnRH) e secreta grandes quantidades de gonadotrofinas, levando as mulheres a um estado de hipogonadismo hipergonadotrófico. Devido à redução da resposta ovariana às gonadotrofinas, os níveis de FSH e LH são marcadamente elevadas nos primeiros anos após a menopausa, decrescendo com o envelhecimento. O AMH (marcador do número de folículos ovarianos em crescimento) diminui para níveis indetectáveis na pós-menopausa. Com a diminuição da massa folicular, ocorre relativo aumento no estroma ovariano -> porção responsável pela produção de testosterona e androstenediona. De modo geral, a síntese dos esteroides androgênicos está diminuída, porém, a produção remanescente é suficiente para manter os ovários ativos -> esses androgênios, principalmente a androstenediona, servem como substrato para a aromatização periférica. A mulher pós-menopáusica não é totalmente desprovida de estrogênio, que segue sendo sintetizado em níveis muito menores. No ovário, a produção de estradiol é quase nula. Já por meio da aromatização periférica da androstenediona no tecido adiposo, a produção de estroma é mantida e, mesmo em pequenas concentrações circulantes, passa a ser o principal estrogênio na pós-menopausa. Quanto à progesterona, não há mais produção. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS CICLOS MENSTRUAIS IRREGULARES Iniciam-se entre 4-8 anos antes da menopausa para 90% das mulheres, embora algumas possam ter sua última menstruação sem qualquer alteração prévia. Alterações de fluxo. ❖ Intervalos reduzidos durante as menstruações -> ocorre devido ao rápido amadurecimento folicular, o que ocorre por conta dos níveis elevados de gonadotrofinas. ❖ Intervalos aumentados durante as menstruações -> ocorre pela persistência dos níveis de estrógeno e ausência de progesterona. Quando ocorre a menstruação, como o endométrio está hiperplasiado por essas alterações hormonais, o sangramento pode ser abundante e com maior duração. ONDAS DE CALOR (“FOGACHOS”) Caracterizados por episódios de rubor e sensação de calor. Podem ser acompanhados de aceleração dos batimentos cardíacos e transpiração aumentada, seguida de calafrios e, em alguns casos, ansiedade. Quando ocorrem à noite podem interferir no sono e levar a suores noturnos. ❖ A maioria das mulheres experimenta esses sintomas por 3-5 anos, não sendo possível prever, porém, quando vão terminar. DECRÉSCIMO DO DESEJO SEXUAL O declínio hormonal da menopausa pode contribuir para alterações na função sexual; porém o grau de impacto vai variar de mulher para mulher e muitas continuarão sexualmente ativas. Maria Luiza Sena – Med XIV FASA A menopausa usualmente ocorre no momento em que as mulheres experimentam mudanças na aparência física e, aquelas que as aceitam e mantêm uma perspectiva positiva dos seus corpos têm um senso maior de autoestima, contribuindo para a saúde sexual. ALTERAÇÕES GENITAIS Com diminuição de espessura da mucosa que recobre a vagina e a vulva, assim como menor capacidade de lubrificação e perda de elasticidade local, condição denominada atrofia. Essas alterações irão se tornar mais intensas e incômodas alguns anos após a menopausa. SINTOMAS URINÁRIOS Pode haver incontinência urinária, aumento da frequência e infecções urinárias. Esses sintomas são comuns na idade madura e podem ser parcialmente afetados pela menopausa. A falta de estrogênio causa afinamento da mucosa da uretra e a idade leva a enfraquecimento dos músculos pélvicos. DORES DE CABEÇA Ocorrem mais comumente nas mulheres previamente sensíveis a flutuações hormonais. É frequente, portanto, naquelas com antecedente de dor de cabeça relacionada ao período menstrual ou quando em uso de ACO. OSTEOPOROSE Com elevação dos riscos de fraturas em vértebras, quadril, costelas e extremidades, podendo ter graves consequências. Embora a perda óssea inicie-se lentamente aos 30 anos, no sexo feminino há aceleração dessa perda durante os primeiros anos após a menopausa. DIAGNÓSTICO Os objetivos clínicos das avaliações realizadas no período de transição menopáusica são otimizar a saúde e o bem-estar durante e após esse período. ❖ Os fatores de risco de problemas comuns de saúde, como obesidade, osteoporose, doença cardíaca, DM e alguns tipos de câncer, devem ser avaliados e tratados. Quando aplicável, é imprescindível dar orientações sobre dieta, exercícios, consumo moderado de bebidas alcoólicas e abandono do tabagismo. EXAME CLÍNICO A comprovação de sintomas próprios da idade e exame físico completo. Entretanto, muitos sintomas característicos da menopausa também podem refletir condições patológicas e, em muitos casos, há indicação de exames para excluir essa possibilidade. Diagnóstico diferencial: ❖ Fogachos e sintomas vasomotores; ❖ Vaginose bacteriana; ❖ Osteoporose primária; ❖ Sangramento uterino anormal. Durante a consulta da paciente, é imprescindível fazer um exame físico completo para comprovar alterações associadas ao envelhecimento e à transição menopáusica. Exame Constitucional -> avaliar estatura, peso e IMC. Avaliar a distribuição do peso e da circunferência abdominal, o que permite identificar a presença de obesidade truncal. ❖ A perda da estatura pode estar relacionada com osteoporose e fraturas vertebrais por compressão. Portanto, é prudente medir a estatura precocemente. ❖ Monitorar a PA é efetivo no rastreamento para HAS. Cognição -> declínio cognitivo não é comum em mulheres na transição menopáusica, embora queixas de esquecimento ou de pensamentos esparsos possam fazer parte do processo normal de envelhecimento. Nas pacientes preocupadas, pode-se realizar testes de rastreamento. Exame psicossocial -> fazer perguntas diretas sobre depressão, ansiedade e funcionamento sexual ou, se preferirem, podem apresentar questionários específicos para rastreamento de problemas psicossociais.Exame dermatológico -> alterações na pele associadas com deficiência estrogênica incluem afinamento e enrugamento. A inspeção cuidadosa para verificar a presença de nevos anormais ou de exposição solar excessiva é importante para encaminhar a paciente. Exame das mamas -> os níveis estrogênicos diminuem e o tecido glandular das mamas é substituído gradualmente por tecido adiposo. O tecido mamário e as axilas devem ser inspecionados e palpados cuidadosamente. É extremamente importante documentar e avaliar sinais como descarga papilar, alterações na pele, inversão dos mamilos e massas. Exame pélvico -> pode revelar perda de tecido conectivo que resulta em contração dos lábios maiores. Os lábios menores podem desaparecer completamente. Permite verificar a presença de hiperemia, atrofia ou fibrose. ❖ O exame vaginal revela canal vaginal estreito e epitélio vaginal fino. A aparência clássica da vagina atrófica inclui ausência de rugas e mucosa vaginal pálida e seca. Com frequência, os tecidos epiteliais são friáveis e pode-se observar a presença de petéquias na submucosa. EXAMES LABORATORIAIS Dosagem de gonadotrofinas -> níveis de FSH podem aumentar sem elevação concomitante do LH em mulheres >35 anos. Maria Luiza Sena – Med XIV FASA ❖ Níveis de FSH acima de 40 mUI/mL têm sido usados para documentar insuficiência ovariana associada à menopausa. Dosagem de estrogênio -> os níveis podem estar normais, elevados ou baixos dependendo do estágio da transição menopáusica. Somente na menopausa, esses níveis são extremamente baixos ou indetectáveis. ❖ Os níveis estrogênicos são usados para avaliar a resposta ao tratamento hormonal. A maior parte dos médicos prefere manter o estradiol sérico em níveis fisiológicos entre 50-100 pg/mL enquanto selecionam e ajustam a terapia de reposição. Índice de maturação estrogênica -> é um meio de baixo custo para avaliar as influências hormonais nas mulheres. As amostras para medir o índice de maturação podem ser coletadas durante o exame especular da vagina, simultaneamente com o esfregaço de Papanicolau. ❖ A leitura do índice refere-se ao percentual de células escamosas parabasais, intermediárias e superficiais que aparecem no esfregaço. Deve-se pesquisar osteoporose nas mulheres pós-menopáusicas a seguir: ❖ Alto risco de fraturas (p. ex. pacientes com história familiar de osteoporose). ❖ História de transtornos alimentares, baixo IMC, uso crônico de corticoides, cirurgia gastro bariátrica, doença de Crohn, síndrome de má absorção ou fratura prévia por fragilidade. ❖ Todas as mulheres com ≥ 65 anos. TRATAMENTO ❖ Modificação do estilo de vida; ❖ Fármacos neuroativos; ❖ Terapia hormonal; ❖ Tratamento não hormonal. O tratamento da menopausa é sintomático, para aliviar as ondas de calor e os sintomas decorrentes de atrofia vulvovaginal. O tratamento também pode incluir prevenção da perda óssea. Em resumo, o tratamento baseia-se em: ❖ Prevenir a osteoporose; ❖ Exercícios físicos regulares; ❖ Evitar tabagismo; ❖ Evitar ingestão excessiva de bebidas alcoólicas e cafeína; ❖ Reposição de estrogênios para prevenção de osteoporose, sintomas urinários e para alívio dos sintomas vasomotores e da atrofia urogenital (contraindicações: câncer de mama e do endométrio); ❖ Controle do peso; ❖ Dieta rica em frutas, vegetais e grãos integrais. O tratamento também pode incluir prevenção da perda óssea. Terapia hormonal é o tratamento mais eficaz para os sintomas da menopausa. As opções não farmacológicas que demonstraram ser eficazes em ensaios randomizados para o tratamento dos sintomas vasomotores são terapia cognitivo-comportamental e hipnose -> esses tratamentos também podem melhorar o sono e a função sexual. ESCOLHA DA TERAPIA HORMONAL Para as mulheres que tiveram histerectomia, utiliza-se somente estrogênio -> podem ser utilizadas formas orais, transdérmicas (adesivo, loção, spray ou gel) ou vaginais. O tratamento deve começar com a dose mais baixa; a dose é aumentada a cada 2-4 semanas, conforme necessário. As doses variam de acordo com a preparação. Doses baixas incluem: ❖ 0,3 mg por via oral uma vez ao dia (equino conjugado ou estrogênio sintético). ❖ 0,5 mg por via oral uma vez ao dia (estradiol oral). ❖ 0,025 a 0,375 mg por dia liberado por adesivo aplicado à pele 1 ou 2x por semana (adesivo de estradiol). Mulheres com útero devem receber um progestágeno além de estrogênio, porque o estrogênio sem oposição aumenta o risco de câncer endometrial. Toma-se o progestágeno com estrogênio de modo contínuo/sequencial (12 a 14 dias consecutivos a cada 4 semanas). A dose é: ❖ Acetato de medroxiprogesterona -> 2,5 mg para uso diário e 5 mg para uso sequencial. ❖ Progesterona micronizada (natural, em vez de progesterona sintética) -> 100 mg para uso diário e 200 mg para uso sequencial. Sangramento devido à interrupção do progestágeno é menos provável com a terapia contínua, embora sangramento irregular possa ocorrer durante os primeiros 6 meses de tratamento. Produtos de combinação de estrogênio e um progestágeno estão disponíveis em forma de comprimidos e adesivos. ❖ Quando os únicos sintomas são vaginais, a terapia vaginal com baixa dose de estrogênio é a preferida. Formas tópicas (cremes; comprimidos, supositórios ou anéis vaginais) podem ser mais eficazes para os sintomas vaginais do que as formas orais. ❖ A terapia com estrogênio tem efeitos benéficos sobre a densidade óssea e reduz a incidência de fraturas em mulheres na pós-menopausa. RISCO E EFEITOS ADVERSOS Os riscos da terapia com estrogênio ou terapia combinada de estrogênio/progestágeno incluem: Maria Luiza Sena – Med XIV FASA ❖ Câncer endometrial -> principalmente se as mulheres que têm útero tomarem estrogênio sem um progestágeno. ❖ Câncer de mama, TVP, embolia pulmonar, AVC, doença coronariana, demência, doença da vesícula biliar e incontinência urinária de esforço. A terapia com estrogênio pode ser contraindicada em mulheres que tiveram ou têm alto risco de câncer de mama, AVC, doença coronariana ou trombose. Os progestágenos podem causar efeitos adversos: distensão abdominal, sensibilidade mamária, aumento da densidade mamária, cefaléia, aumento do LDL. ❖ Progestágenos podem aumentar o risco de trombose. ! Antes de prescrever a terapia hormonal e periodicamente ao longo do tratamento, o médico deve discutir com a paciente os riscos e benefícios. MODIFICAÇÕES DO ESTILO DE VIDA Para as ondas de calor: ❖ Evitar alimentos condimentados, luzes fortes, edredons, reações emocionais previsíveis. ❖ Resfriar o ambiente com ventiladores, capas de resfriamento em gel para colchões. ❖ Usar roupas em camadas que podem ser removidas conforme necessário pode ajudar. ❖ Exercício e perda ponderal. ❖ Lubrificantes e cremes vaginais ajudam a aliviar o ressecamento vaginal. ❖ Relações sexuais regulares ou outra estimulação vaginal ajuda a preservar a função vaginal. MEDICINA COMPLEMENTAR E ALTERNATIVA A proteína de soja, que pode ter efeitos estrogênicos, com resultados variados; alivia as ondas de calor. Exercícios físicos regulares, respiração ritmada (um tipo de respiração lenta e profunda), técnicas de relaxamento, ioga podem melhorar o sono e reduzir o estresse.
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