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Introdução ao Hemograma

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SUMÁRIO
1. Introdução e Definição ............................................. 3
2. Eritrograma ................................................................... 6
3. Leucograma ...............................................................11
4. Plaquetograma .........................................................14
5. Redução das Linhagens Sanguíneas ..............16
Referências bibliográficas .........................................18
3HEMOGRAMA
1. INTRODUÇÃO 
E DEFINIÇÃO
O hemograma é o exame que es-
tuda os componentes celulares do 
sangue através de uma análise qua-
litativa e quantitativa. Representa o 
exame complementar mais requerido 
nas consultas médicas e proporcio-
na a avaliação dos três componentes 
principais do sangue periférico: eritró-
citos (série vermelha), leucócitos (série 
branca) e plaquetas (série plaquetária).
CONCEITO! As células sanguíneas são 
formadas a partir de uma única célula 
precursora (célula-tronco). De acordo 
com o estímulo a que for exposta, a cé-
lula-tronco pode se diferenciar em pla-
quetas, hemácias ou qualquer um dos 
tipos de leucócitos.
Figura 1; Processo de maturação das células sanguíne-
as. Retirado de: https://www.mdsaude.com/hematolo-
gia/sindrome-mielodisplasica/, acesso em 21/01/2020.
O processo de realização do hemo-
grama envolve basicamente quatro 
etapas: 
Coleta e processamento 
da amostra de sangue pe-
riférico;
Contagem das células, in-
cluindo determinação dos 
índices da série vermelha e 
das plaquetas; 
Determinação diferencial 
dos leucócitos;
Microscopia do esfregaço de 
sangue periférico para ava-
liação de potenciais anorma-
lidades morfológicas. 
Vieses de Resultado
Por ser um exame elaborado que 
passa por várias etapas, é possível 
que ocorra interferências de alguns 
fatores e, dessa forma, é importan-
te conhecer os principais vieses que 
podem interferir no resultado final do 
hemograma. Para fins práticos, o exa-
me é dividido em 3 fases: pré-analíti-
ca, analítica e pós-analítica.
Durante a fase pré analítica, os prin-
cipais fatores que podem alterar o re-
sultado final são: questões fisiológicas 
do próprio paciente (idade, gênero e 
outras peculiaridades), inadequações 
de coleta e manipulação da amostra e 
fatores endógenos (anticorpos do pa-
1
2
3
4
4HEMOGRAMA
ciente, medicamento de uso contínuo, 
entre outros).
A fase analítica é responsável por 5 a 
15% das alterações no resultado do 
hemograma. Neste momento, o prin-
cipal fator é a análise equivocada das 
células sanguíneas.
Por fim, os vieses presentes na fase 
pós-analítica consistem, basicamente 
em interpretação errônea das análi-
ses obtidas na fase anterior e identi-
ficação inadequada. Representa 20 a 
45% dos vieses de resultado. 
Fase pré-analítica: 40-75%
Fisiológicos (idade, gênero, 
variáveis do paciente)
Coleta/Manipulação da 
amostra
Endógenas (anticorpos do 
paciente, medicamentos de 
uso contínuo, entre outros)
Fase analítica: 5-15%
Análise equivocada 
Fase pós-analítica: 20-45%
Identificação inadequada
Interpretação errônea
Tubos para coleta
Para que a amostra de sangue seja 
analisada de forma precisa e livre de 
erros, a coleta precisa ser realizada 
em um tubo com anticoagulante, afim 
de se evitar aglutinação das células 
sanguíneas. Para isso, estão dispo-
níveis, basicamente, tubos com três 
tipos de anticoagulantes, cada qual 
com sua especificidade e indicação. 
São eles: 
EDTA
• Quelante de 
cálcio
• Usado no 
hemograma
• Tubo roxo
 
HEPARINA
• Útil para 
estudo 
eritrocitário
• Promove 
aglutinação de 
leucóticos e 
plaquetas
• Tubo verde
CITRATO
• Ideal para 
coagulograma
• Tubo azul
5HEMOGRAMA
MAPA MENTAL – INTRODUÇÃO AO HEMOGRAMA
Fase Pós-Analítica 
(20-45%)
VIESES DE 
RESULTADO
TUBOS COM 
ANTICOAGULANTES
ESTUDO DOS 
COMPONENTES 
CELULARES DO 
SANGUE
ETAPAS
CÉLULAS 
SANGUÍNEAS
Fase Analítica 
(5-15%)
Fase Pré-Analítica 
(40-75%) EDTA
Heparina
Citrato
Coleta e 
Processamento
Contagem 
das células
Determinação 
diferencial dos 
leucócitos
Microscopia do 
esfregaço sanguíneo
Plaquetas
Eritrócitos
Leucócitos
MonócitosLinfócitos
Granulócitos
Neutrófilos
Eosinófilos
Basófilos
6HEMOGRAMA
2. ERITROGRAMA
Eritrograma é a seção do hemograma 
que avalia a série vermelha, ou seja, 
as hemácias e o tecido eritroblástico 
da medula óssea que lhes dá origem. 
Tem como função identificar, quantifi-
car e, desse modo, ajudar na investi-
gação diagnóstica de alterações des-
sas células. 
Estuda a contagem de hemácias, do-
sagem de hemoglobina (Hb), hema-
tócrito (HT) e índices hematimétricos: 
volume corpuscular médio (VCM), he-
moglobina corpuscular média (HCM), 
concentração hemoglobínica corpus-
cular média (CHCM) e amplitude de 
distribuição das hemácias (RDW). 
Além disso, casos especiais examina 
microscopicamente a morfologia eri-
trocitária. A seguir, estes parâmetros 
serão abordados com maiores deta-
lhes.
Contagem de hemácias
O número de hemácias de um indiví-
duo varia, principalmente, de acordo 
com a idade e o gênero, sendo que 
os homens apresentam valores maio-
res que as mulheres. Essa diferença 
está relacionada com a fisiologia hor-
monal, uma vez que os andrógenos 
aumentam a sensibilidade do tecido 
eritroblástico à eritropoetina e os es-
trógenos desestimulam a eritropoese. 
A contagem das hemácias é obtida 
por meio de contadores automáticos 
e seu valor é menos utilizado na práti-
ca do que a dosagem de hemoglobina 
ou o valor do hematócrito. Dessa ma-
neira, deve ser interpretada no con-
texto do eritrograma completo, nunca 
devendo ser usada como parâmetro 
único parâmetro para o diagnóstico 
de anemia.
Os valores de referência (VR) são de 
4,1 a 5,4/mm³ para mulheres adultas 
e 4,5 a 6,1/mm³ em homens adultos. 
São relatados diferentes valores para 
recém-nascidos, lactentes e crianças 
até alcançar a idade adulta. Os con-
tadores automáticos ajustam os valo-
res normais de acordo com os grupos 
etários. 
Quando os valores são inferiores aos 
VR, diz-se que há oligocitemia e, 
quando se apresentam superiores, 
denomina-se poliglobulia. Algumas 
das condições que podem causar tais 
alterações são:
Neoplasias 
mieloproliferativas;
Desidratação grave
Anemias
Dosagem de Hemoglobina (Hb)
A dosagem da hemoglobina é um 
dado fundamental para o diagnóstico 
Elevação da contagem 
de hemácias
Diminuição da 
contagem de 
hemácias
7HEMOGRAMA
de estados anêmicos ou eritrocitoses. 
Seus valores variam de acordo com 
o sexo do indivíduo, apresentando 
um valor médio de 15,0 g/dL e tendo 
como valor de referência 12,5 a 16,5 
g/dL para homens e 11,5 a 15,5 g/dL 
para mulheres. Tais valores podem se 
encontrar alterados em várias situa-
ções, como:
Hematócrito (Ht)
Corresponde à concentração de eritró-
citos numa certa quantidade de san-
gue total. Correlaciona-se melhor que 
a contagem de eritrócitos com a vis-
cosidade sanguínea sendo, portanto, 
o parâmetro mais utilizado para ava-
liar alterações volêmicas. Seus valores 
são apresentados em porcentagem e 
também diferem em relação ao sexo. 
Tendo como referência 40 a 54% para 
homens e 36 a 48% para mulheres. 
DICA PRÁTICA! O valor do hematócrito 
costuma ser 3 vezes maior que a dosa-
gem da hemoglobina.
Podem ocorrer erros em pacientes 
com policitemia vera, bem como na-
queles com contagens muito altas 
de leucócitos, devido ao aumento do 
creme leucocitário, aglutinação dos 
eritrócitos e plaquetas grandes. 
Volume Corpuscular Médio (VCM)
O VCM representa o valor média do 
volume dos eritrócitos (Fig. 1). É de-
terminado diretamente por instru-
mentos automáticos e é calculado 
dividindo-se o hematócrito pelo nú-
mero de eritrócitos presentes nesse 
volume. Apresenta os mesmos va-
lores em ambos os sexos, com a re-
ferência variando entre 80 – 98 fL. 
Valores acima deste limite são deno-
minados como macrocitose, e abaixo 
desse limite como microcitose. 
Pode estar artificialmente aumenta-
do devido a leucocitose pronunciada, 
numerosas plaquetas grandes, crio-
aglutininas, intoxicaçãopor metanol, 
hiperglicemia acentuada e reticulo-
citose pronunciada. Ou pode estar 
falsamente diminuído na hemólise in 
vitro ou fragmentação dos eritrócitos.
Figura 2: VCM: dimensões do eritrócito normal. Fonte: 
Hemograma: manual de interpretação, 2015. 
Diminuição dos 
valores de Hb Anemias
Grandes altitudes;
Baixa pressão de 
oxigênio;
Doença pulmonar 
ou cardíaca 
avançadas;
Neoplasias 
mieloproliferativas
Elevação dos 
valores de Hb 
8HEMOGRAMA
Histograma e RDW
São um subproduto do VCM individual e 
são indispensáveis na avaliação da hete-
rogeneidade volumétrica dos eritrócitos. 
Quando o computador recebe as medi-
das individuais do VCM de cada eritrócito, 
ele as organiza em forma de curva, que 
então é denominada histograma, a qual, 
nos sangues normais, é aproximada-
mente gaussiana (normal) e de abertura 
estreita. O VCM pode ser obtido da mé-
dia aritmética dos valores contidos nesta 
curva. Quando a curva situa-se mais à 
esquerda ou à direita, na abscissa, denota 
micro ou macrocitose respectivamente. 
Além disso, o computador mede o coe-
ficiente de variação da curva e fornece-o 
nos resultados, com a denominação de 
RDW (Red Blood Cell Distribution Wid-
th = amplitude de distribuição dos eritró-
citos). Considera-se como valor de refe-
rência do RDW o intervalo de 11 a 15%. 
Valores mais baixos indicariam eritrócitos 
muito mais homogêneos, mas este tipo 
de situação não costuma ser vista. Já va-
lores mais altos indicam excessiva hete-
rogeneidade volumétrica dos eritrócitos, 
situação denominada de anisocitose.
Figura 3: Histogramas ilustrativos com RDW normal à 
esquerda e RDW aumentado à direita. Fonte: Hemo-
grama: manual de interpretação, 2015.
O RDW é particularmente útil no 
diagnóstico diferencial das anemias 
por deficiência na síntese da hemo-
globina. Observe os exemplos e a ta-
bela a seguir: 
Na anemia ferropriva há prejuízo 
na formação da hemoglobina devi-
do à deficiência de ferro, no entanto, 
podem haver períodos de maior ab-
sorção e, por este motivo, são encon-
trados tanto eritrócitos microcíticos 
quanto macrocíticos caracterizando 
uma anisocitose precoce. Nas ane-
mias sideroblásticas, em que há um 
defeito na síntese do heme que va-
ria de eritrócito a eritrócito, o RDW é 
extremamente elevado, configurando 
uma anisocitose acentuada. 
Já na beta-talassemia minor, o defeito 
genético da síntese da globina é igual 
em todos os eritrócitos, de modo que 
há uma população microcítica homo-
gênea, com baixo RDW (isocítica). Na 
anemia das doenças crônicas, em que 
pode haver microcitose, e na anemia da 
insuficiência renal crônica, o RDW tam-
bém não costuma estar aumentado. 
VCM
RDW Normal Diminuido Aumentado
Normal
Normocitose
Homogênea
Microcitose
Homogêna
Macrocitose
Homogênea
Alto
Normocitose 
Heterogênea
Microcitose 
Heterogê-
nea
Macrocitose
Heterogênea
Tabela 2:Relação entre VCM e RDW para constata-
ção de normocitose, microcitose e macrocitose. Fonte: 
NAOUM, P. C.; NAOUM, F. L. Interpretação laboratorial 
do hemograma, 2013.
9HEMOGRAMA
Hemoglobina Corpuscular 
Média (HCM)
Expressa a quantidade média de he-
moglobina que existe dentro de uma 
hemácia. É calculada pelo computa-
dor dividindo-se a dosagem de he-
moglobina pelo número de eritrócitos 
presentes em um mesmo volume de 
sangue. Apresenta valores de refe-
rência de 27 a 33 pg por eritrócito.
Concentração Hemoglobínica 
Corpuscular Média (CHCM)
Demonstra a concentração média de 
hemoglobina nos eritrócitos. É cal-
culada pela média da quantidade de 
hemoglobina (HCM) dividida pelo 
volume médio dos eritrócitos (VCM). 
Apresenta valores de referência entre 
31 e 36 g/dL.
Assim como no VCM, a medida do 
CHCM também gera uma curva con-
tendo a distribuição dos valores, ou 
seja, um histograma do CHCM, do 
qual podemos extrair o desvio-pa-
drão denominado 
HDW, que indi-
ca a variação de 
coloração celular, 
ou a quantidade 
de hemoglobina 
por célula. Condi-
ções com HDW 
aumentado são 
denominadas hi-
percromia, já 
com HDW diminuído denominamos 
hipocromia. 
Abaixo serão demonstradas algumas 
condições que podem cursar com hi-
per ou hipocromia:
Esferocitose;
Coma hiperosmolar;
Hemoglobinopatias
Hipercromia
Anemia ferropriva Hipocromia
Contagem de Reticulócitos 
Os reticulócitos são eritrócitos ima-
turos sem núcleos e sua contagem 
fornece uma estimativa da taxa de 
produção dos eritrócitos, podendo 
serem contados manualmente (ao 
microscópio) e expressos como por-
centagem por 100 eritrócito ou auto-
maticamente através dos contadores. 
Apresentam como valores de refe-
rência 0,3 a 2,3/100 eritrócitos com 
contadores automáticos, no entanto, 
a contagem absoluta 
ou o índice de produ-
ção de reticulócitos 
são mais úteis.
Resultados aumen-
tados são denomi-
nados reticulocitose 
e podem ocorrer por 
aumento da produção 
de eritrócitos, mais 
pronunciado nas ane-
10HEMOGRAMA
mias hemolíticas ou durante a rege-
neração da medula óssea. Resulta-
dos diminuídos podem ser devido a 
condições em que a hematopoiese 
está inadequada ou ineficaz. 
Microscopia e Conferência
A avaliação da série vermelha inclui 
o exame microscópico do esfregaço 
sanguíneo, porque muitas alterações 
fisiológicas de importânica diagnós-
tica não são identificadas apenas 
pelas contagens e cálculos dos índi-
ces. A observação microscópica das 
hemácias pode fornecer informações 
adicionais importantes, sendo par-
ticularmente útil no diagnóstico das 
anemias.
ALTERAÇÕES DA FORMA ALTERAÇÕES DA COR
-Anisocistose: variação 
de tamanho das hemá-
cias, medidas pelo VCM e 
RDW.
-Poiquilocitose: variação 
da forma das hemácias. 
EX: esferócitos, ovalóci-
tos, hemácias em alvo, 
dacriócitos (hemácias em 
lágrima), estomatócitos, 
esquizócitos, equinócitos, 
acantócitos e drepanóci-
tos (hemácias em foice).
-Hipocromia
-Hipercromia
-Policromasia: cor 
azulada; característi-
co dos reticulócitos.
FLUXOGRAMA SÉRIE VERMELHA 
H: homens | M: mulheres
ERITROGRAMA
Contagem de 
Hemácias 
H: 4,5 a 6,1/mm³
M: 4,1 a 5,4/mm³
Amplitude de 
Distribuição dos 
Eritrócitos (RDW): 
11 a 15%
Concentração 
Hemoglobínica
Corpuscular Média 
(CHCM): 31 a 36 
g/dL
Hemoglobina 
Corpuscular Média 
(HCM): 27 a 33 pg
Volume 
Corpuscular Médio 
(VCM): 80 a 98 fL
Hematócrito (Ht)
H: 40 a 54%
M: 36 a 48%
Dosagem de 
Hemoglobina (Hb) 
H: 12,5 a 16,5 g/dL
M: 11,5 a 15,5 g/dL
11HEMOGRAMA
3. LEUCOGRAMA
É a seção do hemograma que inclui a 
avaliação dos glóbulos brancos e com-
preende as contagens global e diferen-
cial dos leucócitos. O valor de referência 
do total de leucócitos em adultos varia 
de 4.000 a 11.000/mm³. São relata-
dos valores diferentes para lactentes e 
crianças, separados por grupos etários. 
Os leucócitos representam as células 
sanguíneas de defesa e estão, em sua 
grande maioria, concentrados na medula 
óssea (90%). Destes 10% dos leucóci-
tos circulantes, apenas 40% estão dis-
poníveis na corrente sanguínea, estando 
os outros 60% concentrados nos tecidos 
periféricos. Os leucócitos são compostos 
por neutrófilos, linfócitos, monócitos, eo-
sinófilos e basófilos e podem ser classi-
ficados em granulócitos e agranulócitos.
Neutrófilos
Representam o tipo de leucócito mais co-
mum no adulto e, junto com os eosinófilos 
e os basófilos, constituem os granulócitos 
(apresentam núcleos irregulares e contêm 
grânulos citoplasmáticos específicos). 
São constituídos por células maduras 
e jovens. Os neutrófilos maduros são 
os polimorfos nucleares (PMN) e são 
chamados de segmentados, pois seus 
núcleos sofrem seguidas segmenta-
ção durante o processo de maturação. 
Os segmentados representam de 36 a 
66% dos leucócitos e possui uma con-
tagem absoluta de 2000 a 7500/mm³.
Os neutrófilos jovens são compostos 
por blastos, promielócitos, mielócitos, 
metamielócitos e bastões (ou bastone-
tes). Em condições normais, os bastões 
podem estar presentes no sangue (VR: 
2 a 4% dos leucócitos e contagem 
absoluta de 100 a 400/mm³), sem 
associação com alguma patologia, visto 
quesão as formas jovens mais “próxi-
mas” dos polimorfos nucleares. A pre-
sença de um percentual maior de cé-
lulas jovens indica que pode haver um 
processo infeccioso em curso. 
PMN: polimorfo nuclear.
Figura 4: Sistema de produção de neutrófilos. Fonte: GOLDMAN, Lee. Cecil Medicina Interna. Ed. Saunders-
-Elsevier, 2012. 
12HEMOGRAMA
Linfócitos
Representam o segundo tipo mais 
comum de glóbulos brancos e repre-
sentam de 15 a 45% dos leucócitos 
no sangue. São as principais linhas 
de defesa contra infecções por vírus e 
contra o surgimento de tumores. 
Os linfócitos podem estar aumenta-
dos em processos virais ativos. Os 
linfócitos são as células atacadas pelo 
vírus HIV, esse é um dos motivos da 
AIDS causar imunossupressão e levar 
a quadros de infecções oportunistas. 
SE LIGA! Linfócitos atípicos são um gru-
po de linfócitos com morfologia diferen-
te que podem estar presentes no san-
gue em quadros de infecções por vírus 
(como mononucleose, gripe, dengue...), 
após uso de algumas drogas e em do-
enças auto-imunes (como lúpus, artrite 
reumatoide, síndrome de Guillain-Barré)
Monócitos
Representam de 3 a 10% dos leucóci-
tos circulantes e são ativados tanto em 
processos virais quanto bacterianos. 
Os monócitos são responsáveis pela 
fagocitose (em sua forma ativa – ma-
crófago) e pela defesa do organismo. 
Estão elevados, principalmente, nas in-
fecções crônicas, como a tuberculose. 
Eosinófilos
São os leucócitos responsáveis pelo 
combate às parasitoses e pelo mecanis-
mo da alergia. Representa apenas de 1 
a 5% dos leucócitos circulantes. Podem 
estar aumentados em processos alérgi-
cos, processos asmáticos ou em casos 
de infecção intestinal por parasitas. 
Basófilos
São o tipo menos comum de leucó-
citos no sangue, representando ape-
nas 0 a 2% dos glóbulos brancos cir-
culantes. Podem estar elevados em 
processos alérgicos e/ou estados de 
inflamação crônica. 
Leucocitose e leucopenia designam, 
respectivamente, as contagens acima 
e abaixo dos limites de referência, e 
recebem diferentes denominações de 
acordo com o tipo de leucócito afe-
tado: 1) neutrofilia corresponde ao 
aumento de neutrófilos; 2) eosinofi-
lia indica o aumento de eosinófilos; 
3) basofilia remete ao aumento dos 
basófilos; 4) linfocitose é o aumen-
to de linfócitos e 5) monicitose o au-
mento de monócitos. Já a diminuição 
de leucócitos pode ser denominada 
neutropenia, eosinopenia, monoci-
topenia e linfocitopenia. 
SE LIGA! Leucocitose e leucopenia, 
sendo avaliados como números isola-
dos, não são passíveis de interpretação. 
É importante saber a partir de que ti-
po(s) celular(es) ocorreu o aumento ou a 
diminuição do número global. Por isso, a 
avaliação sempre deve ser baseada no 
leucograma completo. 
13HEMOGRAMA
As causas mais frequentes de leuco-
citose são as infecções. De modo ge-
ral, as infecções bacterianas cursam 
com neutrofilia acentuada, com au-
mento tanto de segmentados quanto 
de bastonetes, assim como o desa-
parecimento de eosinófilos circulan-
tes. Nesses casos podem ser encon-
tradas células jovens na circulação, as 
quais estão restritas à medula óssea 
em condições normais, caracterizan-
do o desvio à esquerda.
SE LIGA!: Desvio à esquerda correspon-
de ao aparecimento, no sangue periféri-
co, de precursores granulocíticos (bas-
tonetes, mielócitos e metamielócitos), 
que normalmente se localizam na me-
dula óssea. Pode ser classificado como 
desvio escalonado (“respeita” o fluxo 
de produção sanguínea. Ex: quantida-
de de PMN > quantidade de bastões > 
quantidade de metamielócitos...) ou não 
escalonado (não obedece a maturação 
esperada. Ex: quantidade de blastos > 
quantidade de PMN).
FLUXOGRAMA SÉRIE BRANCA 
H: homens | M: mulheres
LEUCOGRAMA
4.000 a 
11.000/mm³
Neutrófilos
Segmentados: 
2.000 a 7500/mm³ 
(33 a 66%)
Bastões: 100 a 400 
(2 a 4%)
Basófilos
0 a 220
(0 a 2%)
Eosinófilos 
40 a 550/mm³
(1 a 5%)
Monócitos
120 a 1100/mm³ 
(3 a 10%)
Linfócitos
600 a 4950/mm³ 
(15 a 45%)
14HEMOGRAMA
Além disso, tabagismo e obesida-
de causam aumento, mutuamente 
aditivo, de aproximadamente 1.000 
leucócitos/mm³ (neutrófilos) na con-
tagem. O café, em doses elevadas, 
causa leucocitose. A contagem não 
varia com o ciclo menstrual.
4. PLAQUETOGRAMA
As plaquetas também são produzi-
das na medula óssea e derivam da 
fragmentação do citoplasma dos 
megacariócitos. Têm a forma de pe-
quenos corpúsculos discoides do 
sangue, e constituem o principal ele-
mento para obtenção da hemosta-
sia. Apresentam tempo de vida mé-
dia variável entre nove e doze dias. 
São quantificadas por contadores 
automáticos, que também fornecem 
o volume plaquetário médio (VPM), 
dados similares aos obtidos para a 
série vermelha. 
Os valores de referência para a con-
tagem de plaquetas são similares em 
ambos os sexos e independentes da 
idade, e se situam entre 150.000 a 
450.000/mm³. 
Trombocitopenia (ou plaquetope-
nia) designa contagens de plaquetas 
abaixo dos limites de referência, já 
trombocitose denomina as conta-
gens acima dos valores de referência. 
Algumas das causas de ambas as 
condições podem ser vistas abaixo:
 
SE LIGA! A função hemostática das pla-
quetas mantém-se com contagens até, 
aproximadamente 70.000/mm³, dessa 
forma, trombocitopenias até esse valor 
são praticamente assintomáticas.
Volume Plaquetário Médio
Os contadores eletrônicos medem 
as plaquetas ao contá-las, como dito 
acima, fornecendo um volume pla-
quetário médio (VPM) e, organizando 
estes valores individuais em curvas, 
o que gera o histograma do volume 
plaquetário. No entanto, há uma con-
siderável diferença de resultados do 
VPM entre modelos diversos de con-
tadores, cabendo a cada laboratório 
determinar valores de referência pró-
prios a seus instrumentos. Além dis-
so, o coeficiente de variação do his-
tograma (PDW = platelet distribution 
width) também é calculado por estes 
instrumentos.
Fração Plaquetária Imatura (IPF)
Plaquetas imaturas, ou seja, que aca-
baram de se desprender dos mega-
cariócitos na medula óssea, possuem 
uma quantidade significativa de RNA, 
que pode ser evidenciada com um 
corante fluorescente, permitindo sua 
identificação durante a contagem fei-
ta por determinados contadores ele-
trônicos. A fração plaquetária imatura 
apresenta valor de referência de 1,1 
a 6,1%.
15HEMOGRAMA
Um aumento da porcentagem de pla-
quetas imaturas pode indicar uma 
produção aumentada de plaquetas, 
distinguindo trombocitopenias por 
destruição periférica de trombocito-
penias por falta de produção.
Observação Microscópica
É uma etapa do exame indispensável 
para validar trombocitopenias e trom-
bocitoses após realizada a contagem 
eletrônica. Permite ainda a indentifi-
cação de anormalidades como as ma-
croplaquetas ou plaquetas gigantes, 
que possuem mais de 4μm de diâ-
metro e chamam a atenção mesmo 
quando em pequeno número, o que 
não chega a interferir no VPM. Nas 
síndromes mieloproliferativas e dis-
plásicas, é comum a presença de ma-
croplaquetas de morfologia anormal, 
plaquetas gigantes e dismórficas.
Infiltração 
leucêmica na 
medula óssea
Trombocitopenia
Produtos 
químicos
Aplasia de medula
Medicamentos
 Infecções virais
Produção Insuficiente
Coagulação 
intravascular 
disseminada
Púrpura 
trombocitopênica 
trombótica
Consumo Exagerado
Púrpura 
trombocitopênica 
auto-imune
Auto e alo-
anticorpos
Esplenomegalia
Destruição Aumentada
16HEMOGRAMA
5. REDUÇÃO DAS LINHA-
GENS SANGUÍNEAS
Como visto acima, a redução do nú-
mero de apenas uma linhagem san-
guínea, possui um termo específico 
para cada linhagem. A redução na 
série vermelha é chamada de anemia, 
enquanto que a redução do número 
de leucócitos é chamada de leucope-
nia e a redução no número de plaque-
tas é denominado trombocitopenia 
ou plaquetopenia. 
Quando existe a redução em duas li-
nhagens sanguíneas, dizemos que o 
paciente apresenta uma bicitopenia. 
Já a redução nas três linhagens san-
guíneas é chamada de pancitopenia.
Trombocitose
Anemia 
FerroprivaHemorragias 
Agudas
Infecções e 
inflamações crônicas Leucemias
Anemias 
Hemolíticas
Policitemia vera
17HEMOGRAMA
MAPA MENTAL: HEMOGRAMA
Redução de duas 
linhagens: bicitopenia
• Hemácias: 4,1 a 5,4/mm³ 
(mulheres); 4,5 a 6,1/mm³ (homens)
• Hemoglobina (Hb): 11,5 a 
15,5g/dL (mulheres); 12,5 a 
16,5g/dL(homens)
• Hematócrito: 36 a 48%(mulheres); 
40 a 54%(homens)
• Vol. Corpuscular Médio (VCM): 
80-98 fL
• Hb Corpuscular Média (HCM): 
27 a 33pg
• Conc. Hemoglobínica Corpuscular 
Média (CHCM): 31 a 36 g/dL
• Reticulócitos: até 2%
Eritrograma
Anemia
Policitemia
Leucograma
Hemograma
Valor total: 4.000 a 11.000/mm³
• Neutrófilos: Segmentados 36 a 
66%; Bastões 2 a 4%
• Linfócitos: 15 a 45% 
• Monócitos: 3 a 10%
• Eosinófilos: 1 a 5%
• Basófilos: 0 a 2%
Leucopenia
Leucocitose
Coagulograma
Redução das três 
linhagens: pancitopenia
Valor de Referência: 150.000 a 
450.000/mm³
• Valor plaquetário médio
• Fração Plaquetária Imatura: 
1,1 a ,1%
Trombocitopenia ou 
plaquetopenia
Trombocitose ou plaquetose
18HEMOGRAMA
REFERÊNCIAS 
BIBLIOGRÁFICAS
Mary A. Williamson; L. Michael Snyder. Wallach: interpretação de exames laboratoriais. 
Tradução: Maria de Fátima Azevedo; Patricia Lydie Voeux. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2016.
Renato Failace; Flavo Fernandes. Hemograma: manual de interpretação. 6. ed. Porto Ale-
gre: Artmed, 2015.
NAOUM, P. C.; NAOUM, F. L. Interpretação laboratorial do hemograma. AC&T Científica. 
p.01-11, 2013.
LORENZI, F. T. Manual de hematologia: propedêutica e clínica. 4. ed. Rio de Janeiro: Gua-
nabara Koogan, 2006.
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