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HEMOGRAMA COMPLETO SÉRIE VERMELHA Métodos de Estudo: As células do sangue geralmente são estudadas em esfregaços preparados pelo espalhamento de uma gota de sangue sobre uma lâmina, onde as células ficam estiradas e separadas, o que facilita a observação ao microscópio óptico. Exame de contagem e descrição das células vermelhas | hemácias | eritrócitos Útil para: diagnóstico de deficiência de Fe e anemias INTERPRETAÇÃO DE EXAMES LABORATORIAIS Linhagem linfóide -linfócitos Linhagem mielóide - hemácias - plaquetas - granulócitos - monócitos Eritropoese Na avaliação da série vermelha, observamos: – Alterações quantitativas da contagem dos eritrócitos através da hematimetria; – Concentração da hemoglobina; – Relação entre a massa eritrocitária e o volume total de sangue (hematócrito); – Índices hematimétricos: VCM, HCM, CHCM e RDW; – Alterações qualitativas dos eritrócitos quanto ao tamanho, cor e forma. Hemácias ou Glóbulos vermelhos ou Eritrócitos Características morfológicas: · + numeroso elemento figurado do sangue · 1 leucócito : 500 hemácias : 30 plaquetas · Disco bicôncavo anucleado · 7,5 µ de diâmetro · São flexíveis · Durante a maturação na MO, a hemácia perde o núcleo e as organelas (menos alguns ribossomos) e por isso não se divide · Uma hemácia dura, em média, 120 dias e é digerida pelos macrófagos, principalmente no baço · Possuem proteína básica sintetizada pelos ribossomos: hemoglobina (32% do peso total da Hemácia) - Passam por vários processos de maturação · Reticulócitos: · penúltimo na ordem de maturação · Normalmente estão em pequena quantidade no sangue (< 2% das hemácias) Interpretação: Quantitativa: - redução de hemácias = anemia - aumento de hemácias = policitemia Rarefação do ar Pacientes DPOC - redução de reticulócitos = problema para síntese de hemácias na MO (alterações cel tronco, eritropoietina ou substratos) - aumento de reticulócitos = eritropoiese acelerada! MO normal, perda de hemácias por hemólise ou hemorragia Hemoglobina (Hb): É uma ptn presente em elevada concentração nas hemácias cuja principal função é o transporte de O2 dos pulmões para todas as cels. Ao retornar dos pulmões, a Hb atua no transporte de CO2 e prótons. Representa 32% do peso total da Hemácia Hematócrito (Htc ou volume globular): Reflete a massa total de células sangüíneas na unidade de volume. Como as hemácias predominam largamente sobre os demais elementos figurados, o volume do hematócrito depende praticamente do volume ocupado pelos glóbulos vermelhos. Hg x 3 = Hematocrito Fundamental nos estudos das anemias e policitemias Dados Quantitativos: Hematimetria - [ ] normal de hemácias no sangue Homens - 5,4 ± 0,8 milhões/mm³ Mulheres - 4,8 ± 0,6 milhões/mm³ Hemoglobinometria Homens - 13,5 a 18 g/dl Mulheres - 12,0 a 16,4 g/dl Não sofre influência do estado de hidratação Valores abaixo de 10 g/dl necessitam de investigação Hematócrito OU Volume Globular OU Volume Corpuscular Percentual que a hemácia ocupa no plasma Valor normal - oscila entre 36 e 50% Homens - 47% Mulheres - 42% Atenção alterações de volemia Valores Hematimétricos Volume Globular Médio (VGM) Volume das hemácias • Microcítica VGM < 80μ3 Ferropriva e talassemia • Normocítica VGM – 80 a 96μ3 Normal • Macrocítica VGM > 96μ3 Deficiência de B12 e folato, reticulocitose, fumantes Índice de Anisocitose (RDW – 11,5 a 15%) Reflete a variação de tamanho das hemácias Usado para diagnóstico diferencial das microcitoses Alteração precoce na def. Fe antes mesmo das alterações do VCM e da diminuição da hemoglobina. Na Anemia ferropriva: tendência à heterogeneidade do tamanho das hemácias; logo, de valores de RDW elevado Talassemia: tende a homogeneidade da população microcítica, levando a valores normais de RDW CHCM – Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média Percentual de cada hemácia que é composto por hemoglobina Hipocrômica CHCM < 34% Ferropriva e talassemia Normocrômica CHCM – 34±2% Normal Variação de cor das hemácias Anisocromia: Presença de células vermelhas com coloração ou grau de hemoglobinização diferentes, variando entre hipocromia, normocromia e hipercromia. É característica de: anemias sideroblásticas, pode também ser encontrada nas terapias pós-transfusionais e de reposição de ferro. Policromasia ou Policromatofilia: Presença de um número aumentado de eritrócitos recém-saídos da medula óssea, que se coram azulado em meio à coloração normal. Interpretação: processo regenerativo da medula (reticulocitose), característico da hemólise e perda aguda de sangue. Anomalias na forma das hemácias: Anisocitose - variação excessiva do diâmetro Poiquilocitose - acentuada irregularidade na forma (Pera = Anemia acompanhada de anisocitose) Micrócitos - diâmetro < 7,5 (comum na anemia ferropriva) Macrócitos - característicos das anemias por carência de vit B12 ou Ác Fólico, hemácias com diâmetro aumentado. Micrócitos Hipocrômicos - comum na talassemia Esferócitos (Microsferócito) - hemácias espessas e de forma globular, de diâmetro reduzido e volume normal. Sofrem hemólise facilmente Ovalocitose (Eliptocitose) - anomalia hereditária benigna ou distúrbio sintomático de várias formas de anemia Drepanócitos (Céls Falciformes) - presença de uma forma anormal de Hb (Hb S) com reduzida tensão de O2 (fenômeno do afoiçamento) Cél em Alvo de Tiro - a Hb concentra-se na periferia e no centro das hemácias Ponteado Basófilo - presença de grânulos arredondados dispersos no citoplasma das hemácias policromatófilas. Representa regeneração ou imaturidade da cél, sendo encontrado nas anemias crônicas, leucemia, anemia ferropriva, formas leves de talassemia e intoxicação por chumbo Acantócitos - céls espiculadas, presentes na uremia ESTUDO DAS ANEMIAS AVALIAÇÃO CLÍNICA + LABORATORIAL Clínica (“síndrome anêmica”) Dispnéia aos esforços Palpitações, taquicardia Menor tolerância à esforços Cansaço evidente Anorexia Tonteira postural Cefaléia Descompensação de DCV (angina, ICC) Sinais e sintomas: - Relacionados à hipóxia tecidual - anemia cronica x aguda - idade História clínica: crucial para investigação etiológica!! Duração, início e sintomas Icterícia e cálculos biliares – sugestivo hemólise Perda ou doação sanguínea Gestação – def. ferro ou folato Recorrências e remissões – investigar def, B12, Fe e folato Geofagia, criofagia – sugere def. ferro Parestesia, ataxia – sugere def. B12 Avaliação Laboratorial é fundamental ter um hemograma inicial de cada pessoa para funcionar como padrão Passo 1: exame a avaliar: hemoglobina e hematócrito,VCM, CHCM Passo 2: avaliar reticulócitos (0,5 a 1,5% das hemácias) Alto: MO normal, perda de hemácias por hemólise ou hemorragia Baixo: problema para síntese de hemácias na MO (alterações cel tronco, eritropoietina ou substratos) Com isso sei : 1. Se o paciente é anêmico 2. Se a medula dele funciona 3. Padrão celular Mas não sei diferenciar anemias com padrões celulares iguais!! Passo 3 Exames complementares: ferritina, ferro sérico, transferrina, TIBC (CTLF) => microcitose B12 , ácido fólico, homocisteína e ácido metilmalônico (AMM)=> macrocitose Ferritina: Indicador mais sensível para a quantidade de ferro armazenada no organismo. Valores de ferritina abaixo do normal indicam diagnóstico de anemia. Valores baixos indicam carênciacrônica e valores elevados indicam sobrecarga de Fe Atenção: depleção orgânica acontece antes mesmo de o indivíduo apresentar diminuição dos níveis de hematócrito, hemoglobina, VCM e HCM. Valores de referência: Homem: 36–262 μg/L. Mulher: 20 - 110 μg/L. Mulher pós-menopausa: 24–155 μg/L É uma proteína de fase aguda positiva - está elevada em casos de estresse metabólico, podendo mascarar diagnóstico de anemia ferropriva Só interromper a suplementação de ferro após normalização da ferritina que indica repleção das reservas. Não usar hematócrito , Hb, VCM e CHCM sozinhos para parâmetro de avaliação do tratamento Considerações importantes: Suplementação de ferro não elevou ferritina? Considerar: paciente pode não estar tomando adequadamente a medicação presença de sangramento mais rápido que a reposição de hemácias pela medula óssea ferro suplementar não está sendo absorvido (esteatorréia?; doença celíaca?; hemodiálise?) Indicação de suplementação endovenosa: conduta médica! Transferrina Fe circula no sangue ligado a uma ptn denominada TRANSFERRINA (ou siderofilina) Constituída de uma única cadeia polipeptídica com dois locais de ligação, quimicamente distintos, para o ferro Está reduzida em fase aguda por ser PTN de fase aguda negativa Está elevada na anemia ferropriva Valores de referência (capacidade total de fixação) Total: 250–450 g/dL Livre: 150–340 g/dL. TIBC ou CTLF Total iron bind capacity ou capacidade total de ligação do ferro Representa a porção total de ferro ligado à transferrina Referência: 250 a 450g/dl Saturação da transferrina % = ferro sérico TIBC - em indivíduos normais, apenas 1/3 dessa capacidade é aproveitada Fe plasma nunca é suficiente para saturar toda transferrina Referencia: 20 a 50% Ferro Sérico e Transferrina A dosagem de Transferrina exige a dosagem de Fe sérico, além da dosagem do Fe capaz de fixar-se à transferrina livre (determinação da capacidade latente de fixação) Importante na anemia ferropriva e hemocromatose Ferro sérico < 50 g/dL + saturação da transferrina <16%, há diminuição da eritropoiese antes do aparecimento de microcitose e hipocromia! Valores de referência para ferro sérico: Homem: 60–170 g/dL. Mulher: 50–160 g/dL ANEMIAS MICROCÍTICAS: Ferropriva 1º momento: normo/normo 2º momento: micro/hipo Fe sérico baixo Ferritina baixa TIBC alto Saturação transferrina baixa Tratamento: dieta + suplementação - sulfato ferroso 200 a 300mg 3x/dia Resposta: - Reticulocitose a partir do 4º dia tto - Hb e Ht ↑ em 2 semanas e normalizam em 4 a 6 semanas - continuar TTO por mais 4 meses Anemia da doença crônica TNF-alfa e IL-1 => dificultam mobilização do ferro da ferritina. Normo/normo – 2/3 casos Micro/hipo – 1/3 casos Fe sérico baixo Ferritina normal ou alta TIBC normal ou baixo Saturação transferrina baixa Anemia responsiva a B6 Micro/hipo Fe sérico alto Ferritina alta TIBC baixo Saturação transferrina baixa Tratamento: 50 a 200 mg/dia de B6 por toda vida ANEMIAS MEGALOBLÁSTICAS: Atenção: O termo megaloblastose não se refere ao tamanho da célula mas sim à defeito no núcleo. A anemia megaloblástica é causa de anemia macrocítica. Principais causas: Def.B12 e ácido fólico Achados laboratoriais VCM > 130 fl é um forte indicativo de megaloblastose Pode haver anisocitose (investigar anemia mista: ferropriva + megaloblástica) Pode ocorrer pancitopenia Pode haver aumento de indicadores de anemia hemolítica como bilirrubina indireta Reticulócitos baixos CLÍNICO Em geral mesmo quadro anêmico de toda anemia! ATENÇÃO!! Def. de B12 cursa com manifestações neuropsiquiátricas (mesmo com hematócrito ainda normal) e a de folato não! Parestesia em extremidades Desequilíbrio Ataxia Déficit cognitivo Demência e psicose Por que def. B12 cursa com alteração neuropsiquiátrica? B12 é fundamental para síntese da bainha de mielina, que envolve os axônios e é responsável pela condução dos impulsos nervoso. LABORATORIAL Dosar sempre B12 + folato Def. B12 Def. folato Def. ambos Folato sérico Normal ou alto baixo Baixo Vit B12 Baixa Normal ou baixa Baixo Folato eritrocitário Normal ou baixo baixo Baixo Atenção: é preferível a dosagem de folato eritrocitário, já que o sérico sofre interferência da alimentação do dia. Absorção e Metabolismo da Vitamina B12 Ao chegar no estômago, a B12 se liga a uma proteína chamada ligante R, que em pH ácido, possui maior afinidade com ela do que o FI. Ao chegar no duodeno, a tripsina liberada na secreção pancreática destrói o complexo B12 – ligante R tornando-a livre. Como no duodeno o pH já está alcalino, o FI se liga a B12, formando o complexo B12 – FI que será absorvido pela célula ileal. Ao cair na corrente sanguínea, parte da B12 será transportada pela holotranscobalamina II (holoTC II) que é a proteína de transporte da B12 e parte será ligada à holohaptocorrina (holohap) que é a proteína de armazenamento. A TC II é importante na disponibilização de B12 para os tecidos, de forma que indivíduos que não a possuem desenvolvem anemia megaloblástica rapidamente. LABORATORIAL – ácido metilmalônico (AMM) O ácido metilmalônico apresenta sua concentração aumentada SOMENTE na presença da deficiência de vitamina B12, a def. folato não altera seus valores. A dosagem é feita na urina, soro ou plasma. A vitamina B12 é co-fator para conversão de ácido metilmalônico em ácido succínico. ATENÇÃO para Situações clínicas que também favorecem a elevação do MMA: insuficiência renal, gestantes, doenças da tireóide aumento intestinal de bactérias produtoras de ácido propiônico (precursor do AMM). LABORATORIAL – Homocisteína Está elevada na deficiência de ambos Avaliação em conjunto com AMM: Ambos aumentados: def. B12 Somente homocisteina aumentada: def. folato TRATAMENTO B12: normalmente reposição parenteral (conduta médica) => geralmente deficiência por disabsorção e não por carência na dieta. A reticulocitose se inicia no 5º dia e as alterações neurológicas melhoram com 4 a 6 meses de TTO Folato: 1 a 5mg/ dia por 3 a 4 semanas CUIDADO: Suplementação de folato isolado => resposta no hemograma => pode mascarar def. B12 => lesão neurológica irreveresível! RESUMO ANEMIAS: FERROPRIVA Achados laboratoriais: Hemácias microcíticas e hipocrômicas VGM 50-82 ³ (normal 87-92) HGM 12 – 27 pg (normal 29-31 pg) CHGM 24 a 32% (normal 32-36%) Há freqüente anisocitose e poiquilocitose Ferro sérico , Transferrina , Ferritina < 10ng/dl Coeficiente de saturação da transferrina < 10% No tratamento reticulose DOENÇA CRÔNICA Ocorre associada a: Infecções crônicas Doenças inflamatórias (artrite reumatóide, DII) Neoplasias Achados laboratoriais: Anemia moderada tipo microcítica, hipocrômica (ou normo/normo) Htc 25 a 40% Ferro sérico , Transferrina ou normal, Coeficiente saturação da transferrina 10 a 15% Ferritina sérica normal MEGALOBLÁSTICA POR DEFICIÊNCIA DE VITAMINA B12 Achados laboratoriais: Hemácias podem até menos de 01 milhão/mm³ Macrócitos, normocrômicos VGM 100 - 160 ³ (normal 87-92) HGM normal (29-31 pg) CHGM normal (32-36%) Diâmetro das hemácias varia amplamente encontrando-se muitas com formas bizarras (poiquilocitose) Vitamina B12 sérica (160-950 pg/ml) Ácido metilmalônico aumentado (B12 na metabolização) MEGALOBLÁSTICA POR DEFICIÊNCIA DE ÁCIDO FÓLICO Achados laboratoriais: Hemograma idênticoao da anemia perniciosa Ácido fólico sérico 4 ng/ ml (normal 6 – 20 ng/ml) melhor aferição ácido fólico eritrocitário Normalmente, terapia é reposição medicamentosa (1mg/dia) Porém alimentos ricos em ácido fólico pode ser estimulada: fígado, feijões, vegetais folhosos verde-escuros (espinafre, aspargos, brócolis) ANEMIAS APLÁSTICAS OU HIPOPLÁSTICAS A medula é hipofuncionante, incapaz de gerar as quantidades de hemácias e hemoglobina para compensar a destruição hemática normal. Anemia hipoplástica apenas da eritropoese, anemia normocítica, normocrômica, com n.° normal de leucócitos e plaquetas Anemia aplástica: Comprometimento de todos os setores da medula óssea Anemia normocrômica, leucopenia (menos de 2000 / mm³) e plaquetopenia (menos de 30000/mm³) ANEMIA FALCIFORME Doença hereditária devido à presença nas hemácias de uma hemoglobina anormal (hemoglobina S), que quando privada de O2, assume a forma de partículas alongadas, levando a deformação das hemácias e sua prematura destruição pelo SRE (sobrevida de 15 a 60 dias). A hemácias falciformes exibem tendência a aderir-se umas as outras formando trombos intravasculares crises vásculo-oclusivas Anemia normocítica de gravidade média (geralmente 1,5-2,0 milhões/mm³) com algumas hemácias falciformes Reticulose acentuada Não é rara uma leucocitose de até 30.000 / mm³ durante as crises dolorosas Bilirrubinemia discreta elevação . HEMOGRAMA SÉRIE BRANCA Introdução – Sistema Imunológico Principal barreira do hospedeiro contra as infecções, e tem a capacidade de realizar uma resposta rápida e efetiva contra os patógenos invasores. Imunidade inata – células rapidamente disponíveis para resposta imune Imunidade adaptativa – células tem memória, exigem exposição prévia à antígenos, tardia Leucócitos: Consistem nos elementos figurados incolores do sangue circulante. Desempenham papel essencial no mecanismo de defesa do organismo contra as agressões infecciosas ou de outra natureza. Únicas células nucleadas do sangue. Normalmente existem no adulto cerca de 5.000 a 9.000 / mm³ de sangue, sendo mais elevada no primeiro ano de vida. Existem 03 classes de leucócitos: 1.1 Granulócitos 1.1.1 Neutrófilos 1.1.2 Basófilos 1.1.3 Eosinófilos 1.2 Monócitos 1.3 Linfócitos Granulócitos: Apresentam numerosos grânulos específicos no seu citoplasma Possuem um núcleo que exibe variação de forma. Devido ao seu núcleo polilobulado – também são denominados polimorfonucleares. São produzidos normalmente na medula óssea Tipos: 1.1.1 Neutrófilos 1.1.2 Basófilos 1.1.3 Eosinófilos Granulócitos Neutrófilos: Leucócitos mais numerosos. Produzidos e armazenados na medula. Representam entre 45 e 70% ou 3.200 e 6.000/ mm³ (número absoluto). Estágio evolutivo dos neutrófilos: Importantes na proteção contra agressões agudas. Neutrófilo não reside nos tecidos saudáveis, migrando para locais de danos teciduais; sendo os tecidos o local de consumo. É a principal célula fagocítica e microbicida das defesas imunes inatas. Principal função prevenir ou retardar a introdução de agentes infecciosos e outros materiais estranhos no ambiente do hospedeiro. São atraídos pelo estímulo quimiotáxico mediado por produtos bacterianos, componentes do complemento. Início do processo da resposta imediata menos de uma hora. Meia-vida 7 horas Grabulócitos – Eosinófilos 60-320 células / mm³ ou 2 a 4 % do total de leucócitos Produzidos e armazenados na medula Essas células fagocitam e eliminam complexos de antígenos com anticorpo que aparecem em casos de alergia Participam da defesa contra os parasitas, como, por exemplo, o Schistosoma mansoni e o Trypanosoma cruzi. Granulócitos – Basófilos Valores Normais (adultos) 0 a 1% do total de leucócitos Apresentam reservatórios de histamina e outros mediadores químicos Os basófilos tem função semelhante ao dos mastócitos. Possui aos mesmos mediadores nos seus lisossomas, e possui também receptores de IgE. Participa de reações alérgicas da mesma forma que os mastócitos. A histamina, liberada pelos basófilos, é um potente agente quimiotático para os eosinófilos. Monócitos: Origem idêntica aos granulócitos neutrófilos, a diferença é que os neutrófilos migram para região lesada. Os monócitos são originados na medula óssea, nela encontramos as formas imaturas - monoblastos, promonócitos. Eles são liberados da medula óssea para o sangue periférico e daí para os tecidos, se transformando em células fagocitárias Nos tecidos podem sobreviver por alguns anos como macrófagos tissulares. Valores normais (adultos): 160-640 cél. / mm³ ou 4 a 8% do total de leucócitos Possuem maior capacidade inata de fagocitose sem prévio conhecimento do invasor, exercendo a função de ingestão e apresentação do antígeno processado aos linfócitos Th1 (CD4) – RESPOSTA IMUNE. Linfócitos: Originam-se da célula ancestral da medula óssea denominada “célula reticular primitiva” imunoblasto. 2 linhagens celulares: - Linfócitos T (amadurecem no timo) – imunidade celular - Linfócitos B (amadurecimento: medula óssea?, órgãos linfóides?, ou TGI?) – imunidade humoral Valores normais (adultos): - 1300 – 3400 cél / mm³ ou - 20 – 35% do total de leucócitos Linfócitos T (65%) imunidade celular do tipo tardia - defesa contra germes de parasitismo intracelular: vírus, fungos e micobactérias (tuberculose, lepra). Linfócitos B (35%) dão origem ao plasmócitos, produtores de anticorpos (imunoglobulinas) - imunidade humoral. - defesa contra gérmes gram-positivos e reações de hipersensibilidade imediata. Leucograma: Fornece o número e a contagem diferencial de leucócitos no sangue periférico. As contagens global e diferencial variam conforme: - Idade - Estado Fisiológico - Etnia Desvios no Leucograma: Leucocitose: Elevação do número de leucócitos acima de 9000/mm³ Pode apresentar aumento de um único tipo de célula, de dois, três ou até todos ao mesmo tempo Pode ocorrer nas infecções (neutrofilia), verminoses (eosinofilia) e nos processos crônicos (leucocitose linfocítica) – Leve: 9000 – 11000/ mm³ – Moderada: 11000 – 13000/ mm³ – Acentuada: 13000 – 18000/ mm³ – Muito acentuada: > 18000/ mm³ Leucopenia: Diminuição do número total de leucócitos < 6000/ mm³ Geralmente é provocada pela neutropenia Abaixo de 6000/ mm³ Significado clínico < 4000/ mm³ Neutrofilia: Processo que produz leucocitose por aumento dos neutrófilos Aumento superior a 70% ou 6.000/ mm Causas: Aumento da produção pela M.O - Doenças mieloprolifaretivas - Aumento reacional: infecção, inflamação, necrose. Liberação acelerada pelo compartimento de reserva - Infecção, inflamação, necrose, corticoides. Neutropenia: Diminuição do número de neutrófilos Ocorre quando houver inibição da medula (aplasia medular) Causas: Menor produção - Insuficiência proliferativa da medula óssea Hematopoese ineficiente - Mielodisplasia, deficiências de vitamina B12 e folatos Diminuição da liberação da medula para o sangue - Defeito de maturação ou deficiência de estímulo Consumo tissular exagerado - Infecções graves Destruição intravascular - Imunológicas Sequestração - Hiperesplenismo Desvio para a esquerda: – Sob condições normais a MO envia para o sangue periférico somente neutrófilos adultos (segmentados, bastonetes e raramente metamielócitos) – Elementos situados a esquerda dos bastonetes existem na MO e ossituados a direita no sangue periférico – Aparecimento no sangue dos elementos situados à esquerda dos bastonetes – Tal desvio será tanto mais intenso quanto maior for o número desses elementos imaturos no sangue – Ocorre quando a medula é solicitada para enviar grande número de neutrófilos para o sangue periférico (processos infecciosos agudos) – Serve não somente para deduzir a agudeza do processo, mas também a sua gravidade Exemplos de interpretações: Agravamento da leucocitose e desvio a esquerda já existente Agravamento de uma infecção aguda ou ocorrência de uma complicação Agravamento da leucocitose e aparecimento do desvio a esquerda Ocorrência de uma complicação aguda sobrevindo durante a evolução de uma infecção de caráter benigno Ex: Bronquite aguda / pneumonia Agravamento súbito da leucocitose sem desvio Processo infeccioso está evoluindo progressivamente, sem nova patologia Leucopenia seguida de leucocitose: Uma complicação de uma infecção leucopenizante Ex: Febre tifóide / perfuração com peritonite; sarampo / pneumonia Numero normal de neutrófilos, com desvio: O desvio é explicado pela solicitação da medula e a ausência de neutrofilia por processo muito grave com destruição dos neutrófilos (SEPSE) OU infecção aguda que produz leucopenia ou neutropenia (Febre tifóide) Eosinofilia: Aumento acima de 4% ou 400/ mm³ Eosinopenia: Chegam abaixo de 6/ mm³ ou desaparecem completamente (aneosinofilia) Aneosinofilia: Processos infecciosos agudos Liberação de adrenalina ACTH (Hipófise) Glicocorticóides (Supra-renal) Queda dos eosinófilos Eosinofilia: Causas: infecções parasitárias, doenças alérgicas, asma brônquica, urticária, leucemia mielóide crônica, policitemia, anemia perniciosa, doença de Hodgkin, neoplasiaas malignas, irradiação, artrite reumatóide, tuberculose, hipersensibilidade a drogas. Eosinopenia: Causas: reações ao estresse, administração de glicocorticóides. Basofilia: Aumento do n.° de basófilos >1% ou 80 cél/mm³ Causas: doenças mieloproliferativas, estresse, síndromes hipereosinifílicas, medicamentos, doenças alérgicas. Basopenia: Causas: hipertireoidismo, gestação, estresse, infecção aguda, síndrome de Cushing. Monocitose: Elevação acima de 8 % ou 650/ mm³ Causas: Infecções bacterianas (tuberculose, endocardite bacteriana, brucelose), fase defensiva das infecções agudas, infecções por protozoários (malária), doença de Hodgking, leucemia monocítica. Monocitopenia: Diminuição inferior a 4% ou 150/ mm³ Causas: fase aguda de processos infecciosos, desnutrição, após injeção de corticóide. Linfocitose: Aumento acima de 35% ou 3.500/ mm³ Causas: Convalescença de infecções agudas, infecções agudas, infecções crônicas (tuberculose, sífilis, brucelose), leucemias linfocíticas, linfomas, linfocitose fisiológica (crianças ate 5 anos) Linfocitopenia: Diminuição dos linfócitos abaixo de 1200 cél/mm³ Denota, em geral, mau prognóstico Causas: Estados de imunodeficiências, cirrose hepática, desnutrição, processos infecciosos graves, tuberculose, neoplasias avançadas Interpretação nas infecções mais comuns: 3 fases de respostas dos leucócitos a infecção aguda: Fase de luta (ou neutrofilia) leucocitose, neutrofilia, desvio para a esquerda, aneosinofilia, linfocitopenia relativa Fase defensiva (ou monocitária) leucocitose menos acentuada, neutrofilia, desvio para esquerda, reaparecimento dos eosinófilos, linfócitos ou normais, monocitose Fase de cura (ou linfocitária) leucócitos normais ou ligeiramente , neutropenia, desaparecimento do desvio para esquerda, linfocitose, eosinofilia, monócitos normais ou
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