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Eletroforese: Técnica de Separação de Moléculas

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Sabrina B 
 
 
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Todo o processo de eletroforese é realizado 
empregando uma solução-tampão apropriada, a qual é 
essencial para manter um estado constante de 
ionização das moléculas a serem separadas. Qualquer 
variação no pH pode alterar a carga e então a 
mobilidade (taxa de migração no campo elétrico 
aplicado) das moléculas que estão sendo separadas. 
1. Eletroforese livre 
Este é um tipo de eletroforese onde as substâncias a 
serem separadas estão em suspensão ou solução, não 
empregando um suporte. A força de fricção das 
partículas constitui único obstáculo mecânico. Com a 
passagem da corrente elétrica, há aquecimento da 
solução resultando em movimentos hidrodinâmicos de 
convecção. Este movimento hídrico espalha e distorce 
a distribuição geográfica dos elementos a serem 
separados, prejudicando a separação. Este tipo de 
eletroforese necessita de instalações dispendiosas e o 
manuseio é muito trabalhoso; está praticamente 
restrito à obtenção de valores físico-químicos de 
macromoléculas. Esta técnica foi desenvolvida por 
Tiselius e atualmente está praticamente abandonada. 
2. Eletroforese com suporte 
Os componentes básicos para a realização desta 
técnica são: o campo elétrico, o suporte e a molécula 
carregada. O suporte geralmente consiste em um gel 
onde as moléculas se deslocarão; a densidade do gel e 
o volume molecular influenciarão na velocidade de 
movimentação das moléculas. Desta forma, a 
eletroforese pode ser classificada de acordo com o 
suporte do gel, uma vez que cada tipo de suporte será 
mais indicado para um determinado tipo de molécula, 
pois estas moléculas, como DNA e proteínas, diferem 
no que diz respeito ao seu volume molecular. 
 
2.1 Eletroforese em gel de agarose 
Os géis de agarose, por possuírem poros mais largos, 
são normalmente usados para separar 
macromoléculas como ácidos nucléicos, proteínas 
maiores ou complexos protéicos. Este tipo de gel é 
também usado em técnicas como imunoeletroforese 
ou focalização isoelétrica, onde as proteínas são 
solicitadas a mover-se de forma livre na matriz do gel 
de acordo com sua carga nativa. O gel é 
 
Eletroforese em condições desnaturantes 
(SDS-PAGE) 
O detergente aniônico dodecil sulfato de sódio (SDS2 ) 
forma interações hidrofóbicas com as proteínas na 
proporção de uma molécula de detergente para cada 
dois resíduos de aminoácidos das mesmas. O SDS 
então adiciona carga negativa em grande quantidade 
às proteínas, conferindo-lhes uma carga negativa 
homogênea. Além disso, o SDS é um agente 
desnaturante capaz de desfazer parcialmente a 
estrutura tridimensional de proteínas. Entretanto, o 
detergente não é capaz de romper ligações covalentes 
como as pontes dissulfeto. 
 
O SDS-PAGE é uma técnica freqüentemente utilizada 
na bioquímica e biologia molecular para determinação 
das massas moleculares relativas das proteínas 
presentes em uma amostra. Este tipo de eletroforese 
pode ainda ocorrer em condições redutoras, através da 
adição de agentes redutores como ditiotreitol ou beta-
mercaptoetanol. Estes agentes complementam a 
desnaturação das proteínas através da redução de 
ligações dissulfeto finalizando o processo de 
desmantelamento das estruturas terciárias e 
Sabrina B 
 
 
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quaternárias (eventuais), previamente à separação 
eletroforética. As proteínas podem ser detectadas em 
amostras de células (homogenato) ou em extratos de 
tecidos. Estas amostras são preparadas através da lise 
celular, promovendo o rompimento das células e das 
organelas. 
O tampão de lise celular é tradicionalmente composto 
por um detergente, como o SDS ou Triton X-100, 
associado a um coquetel de inibidores de proteases. 
Então, a solução é centrifugada e ao sobrenadante 
(material solúvel) é adicionado um tampão de amostra 
que, geralmente, contém um corante, um composto 
redutor (betamercaptoetanol) e detergente (SDS). Este 
tampão possibilitará o desenovelamento das 
proteínas, pois a estrutura terciária será desfeita 
devido à desestruturação de interações hidrofóbicas 
(detergente) e rompimento de ligações dissulfeto 
(composto redutor). Além disso, a amostra ainda é 
fervida, o que favorece a desnaturação protéica. 
Anteriormente à adição do tampão de amostra, a 
concentração de proteínas é determinada para a 
padronização do volume da amostra que deverá ser 
aplicado na eletroforese unidimensional. No caso de 
cultura de células, o número de células também pode 
ser utilizado como indicador da concentração de 
proteínas da amostra.

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